Você está na página 1de 35

Aula de

Direito Digital
e Inovação
Jurídica.

Profa. Regina Pinna


Transformação
da Sociedade
em:
Sociedade
Digital
Evolução dos meios de Comunicação
Para a autora de Direito Digital, Patrícia Peck, quando a sociedade muda,
o direito deve mudar. A nossa sociedade mudou e a era digital chegou de
forma exponencial para fazer parte da sua família e do seu trabalho.
Veja que a justiça digital já é uma realidade! Os ramos tradicionais do
direito não conseguem dar conta dessa nova demanda sozinhos.
O Direito Digital consiste numa evolução do próprio direito, abrangendo
todos os princípios fundamentais vigentes e introduzindo novos institutos
e elementos para o pensamento jurídico em todas as áreas: direito
constitucional, civil, autoral, comercial, contratual, econômico, financeiro,
tributário, penal, internacional entre outros.
Para a autora, a Internet é um meio, como é o rádio, a televisão, o fax,
o telefone, então não é possível falar em Direito de Internet, mas sim
em um único Direito Digital cujo grande desafio é estar preparado para
o desconhecido, seja aplicando antigas ou novas normas, mas com a
capacidade de interpretar a realidade social e adequar a solução ao
caso concreto na mesma velocidade das mudanças da sociedade.
Internet - Surgimento
A internet foi criada em 1.969 nos USA, era chamada de
ARPANET e tinha como objetivo interligar laboratórios de
pesquisa. Neste ano, um professor da Universidade da Califórnia
passou para um amigo em Stanford o primeiro e-mail da
história. Essa rede pertencia ao Departamento de Defesa norte-
americano. O mundo vivia o auge da Guerra Fria. A Arpanet era
uma garantia de que a comunicação entre militares e cientistas
persistiria mesmo em caso de bombardeio. Eram pontos que
funcionavam independentemente de um deles apresentarem
problemas. A intenção desses laboratórios era criar uma rede de
computadores em pontos estratégicos para descentralizar as
informações valiosas para que não fossem destruídas. (na foto
prof. Joseph Carl Robnett Licklider cientista da computação)
Atualmente vivemos o dilema das redes!
Normas Jurídicas Digitais
Lei Carolina Dieckman – 12.737/12
Marco Civil da Internet- 12.965/14
Decreto do e-commerce: 7.962/13
LGPD: 13.709/18 e alterações
Plano Nacional de Internet das Coisas: Decreto 9.854/19
Reflexão: Ética Digital
“Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das
tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências
suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços,
tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em
seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em uso simples e rotineiros, seja em
aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para ‘aprender a aprender’, de
modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base
tecnológica.”
“A atração que as novas tecnologias exercem sobre todos — de formuladores de políticas e
implementadores de infraestrutura e aplicações de tecnologias de informação e comunicação até
usuários de todas as classes e idades — pode levar a uma visão perigosamente reducionista acerca do
papel da educação na sociedade da informação, enfatizando a capacitação tecnológica em detrimento de
aspectos mais relevantes.”

TAKAHASHI, Tadao (Org.). Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000, p.
45.
Sociedade da Informação
A quarta revolução industrial – Klaus Schwab
Impactos da 4ª revolução industrial
• Robótica Realidade aumentada.
• Inteligência artificial.
• Nanotecnologia.
• Biotecnologia.
• Big data.
• Surgimento das moedas virtuais e Blockchain.
• Impressão em 3D.
• Smart Cities.
• IOT (internet das coisas).
• Automação.
Robôs no Poder Judiciário
Em parceria com Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), o Tribunal de Justiça do estado criou três robôs: Clara,
Jerimum e Poti. Eles têm ajudado o Estado a reduzir o acúmulo de ações
judiciais. Entre as agilidades proporcionadas pela tecnologia, o robô
Poti já está trabalhando para promover, automaticamente, a penhora
online de valores em contas bancárias de devedores.
Sociedade da Informação
A Sociedade da Informação surgiu no final do século XX no
momento em que a tecnologia teve grandes avanços e diz
respeito a nossa sociedade atual, onde a informação se tornou
uma ferramenta de fácil acesso e essencial para o
desenvolvimento pessoal e coletivo.
Características da Sociedade da Informação
A informação é a matéria prima – no período anterior a este, o objetivo era o de
utilizar a informação para dominar as tecnologias, produzindo novas inovações ou
adaptando-as. Nesse modelo de sociedade, são as tecnologias que se desenvolvem
para que o indivíduo atue sobre a informação. 
Convergência tecnológica – O desenvolvimento tecnológico tornam-se interligados,
computadores, telecomunicações, eletrônica, todos participam do processo. 
Penetrabilidade – A informação se integra à atividade humana, seja de forma individual
ou coletiva, sendo assim, as atividades sofrem interferência da tecnologia.
Flexibilidade – Esse elemento está ligado a ideia de aprendizagem e a possibilidade de
adaptação e aperfeiçoamento contínuo.
Lógica das redes – Caracterizada pelo dinamismo, interações complexas,
imprevisibilidade de resultados.
Reflexão: Educação Digital
A educação digital deve ser promovida simultaneamente à inclusão digital dos
usuários, seja dos indivíduos que estão tendo o primeiro contato com as máquinas
somente no ambiente de trabalho, seja da nova geração que já nasceu dentro de
uma sociedade totalmente informatizada. Este último grupo necessita de orientação
especial, já que crianças e adolescentes estão passando pelo amadurecimento de
seus conceitos éticos, morais e de cidadania. É extremamente necessário que pais e
escolas invistam na educação digital de seus filhos. Já não basta apenas orientá-los a
não abrir a porta de casa para estranhos. Eles precisam saber também que não é
seguro abrir e-mails de estranhos. A Internet não será extinta e novas tecnologias
ainda estão a surgir. Com o passar do tempo, muito mais pessoas estarão conectadas
à rede mundial, e negar tal fato é como negar a própria evolução da sociedade.
Analfabeto Digital X Nativo Digital (quem você é?)
Qual é a sua Geração?

Reflita qual a sua geração e pense o


quanto você pode se adaptar as outras
gerações! O operador do direito deve ser
adaptar!
Para a autora Patrícia Peck
Na sociedade digital, o advogado tem de ser um estrategista. A
complexidade da sociedade traz maior complexidade jurídica. Já não é
suficiente conhecer apenas o Direito e as leis; devem-se conhecer os
modelos que conduzem o mundo das relações entre pessoas, empresas,
mercados e Estados.
A postura profissional de estrategista significa assumir um papel
determinante para a adequada condução dos negócios no mundo digital
e ser um solucionador de problemas. Cabe ao profissional do Direito dar
os caminhos e as soluções viáveis, pensadas no contexto competitivo e
globalizado de um possível cliente virtual-real, convergente e
multicultural.
Com a informatização dos escritórios e do próprio Poder Judiciário,
assim como as profundas alterações em sede processual não podemos
admitir que os juristas não estejam preparados para compreender e
discutir essas novas questões.
Talvez este seja o momento de pensar em como as Faculdades de
Direito devem formar operadores jurídicos, exigindo que eles tenham
um mínimo de conhecimento técnico a respeito das mudanças dos
paradigmas e forte base teórica sobre os princípios que regem a nova
era digital e suas implicações.
Nossos dados: Novo Ouro - Petróleo
Sociedade do Risco
Sociedade de risco é um termo usado para descrever a maneira
pela qual a sociedade moderna se organiza em resposta
ao risco. O termo foi criado pelo sociólogo alemão Ulrich Beck
em seu livro Risikogesellschaft (1986) onde coloca as origens e
as consequências da degradação ambiental no centro
da sociedade moderna.
SITE DO GOVERNO PARA O
TRABALHADOR 4.0
DICA PARA SE ATUALIZAR PARA O MERCADO DE TRABALHO:

https://ead.escoladotrabalhador40.com.br/
JUSTIÇA 4.0 - JUSTIÇA DIGITAL
A justiça já é DIGITAL. E você ainda é ANALÓGICO?
Conceito

Para o CNJ justiça digital é aquela que propicia o diálogo entre o real e o digital
para o incremento da governança, da transparência e da eficiência do Poder
Judiciário, com efetiva aproximação com o cidadão e redução de despesas.
Para isso foi criado o Programa O “Programa Justiça 4.0 – Inovação e
efetividade na realização da Justiça para todos” que tem como objetivo
promover o acesso à Justiça, por meio de ações e projetos desenvolvidos para o
uso colaborativo de produtos que empregam novas tecnologias e inteligência
artificial.
A transformação digital do Poder Judiciário brasileiro tem o objetivo de tornar a
Justiça em um serviço – seguindo o conceito de “Justice as a service ” e se
aproximando ainda mais da necessidade da população.
Ações do Programa Justiça 4.0
- Implantação do Juízo 100% digital (Res. 345/20 CNJ)
- Implantação do Balcão Virtual (Res. 372/21)
- Implantação da Plataforma Digital do Poder Judiciário – PDPJ
(Res.335/20)
- Implantação dos Núcleos de Justiça 4.0 ( Res. 385/21)
- Auxílio aos Tribunais no processo de aprimoramento dos registros
processuais primários, consolidação, implantação, tutoria, treinamento,
higienização e publicização da 
Base de Dados Processuais do Poder Judiciário (DataJud), visando
contribuir com o cumprimento da (Res. 331/2020)
Juízo 100% Digital

O Juízo 100% Digital é a


possibilidade de o cidadão
valer-se da tecnologia para ter
acesso à Justiça sem
precisar comparecer
fisicamente nos Fóruns, uma
vez que, no “Juízo 100%
Digital”, todos os atos
processuais serão praticados
exclusivamente por meio
eletrônico e remoto, pela
Internet. Isso vale, também,
para as audiências e sessões
de julgamento, que vão
ocorrer exclusivamente por
videoconferência.
Por esse juízo 100% digital o CNJ autorizou todos os Tribunais
brasileiros a adotarem o juízo 100% digital.
Todos os processos das varas e dos juizados podem adotar o “Juízo
100% Digital”, seja da área trabalhista, da área cível, de família,
previdenciária, dentre outras. Os processos já distribuídos podem com
anuência das partes serem transformados de acordo com o rito 100%
digital.
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/10/WEB_cartilha_Jui
zo_100porcento_digital_v3.pdf
Balcão Virtual
Em nova ação para desburocratizar e tornar mais ágil o atendimento do Judiciário aos
cidadãos, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou o “Balcão Virtual”. A medida
torna permanente o acesso remoto direto e imediato dos usuários dos serviços da Justiça
às secretarias das Varas em todo o país.
Em atenção à necessidade de implantação do “Balcão Virtual”, os Tribunais
precisam  disponibilizar em seu sítio eletrônico, ferramenta de videoconferência
que permita imediato contato com o setor de atendimento de cada unidade
judiciária, popularmente denominado como “balcão” durante o horário de
atendimento ao público.
Para os Tribunais que não possuem solução própria ou contratada para
atendimento a essa demanda, ou para aqueles que possuem limitações de
licenças, o CNJ, conforme a mesma resolução, sugere a adoção de solução
gratuita, para imediata criação do Balcão Virtual.
Plataforma Digital do Poder Judiciário
O principal objetivo desta plataforma é modernizar a plataforma do
Processo Judicial Eletrônico e transformá-la em um sistema
multisserviço que permita aos tribunais fazer adequações conforme suas
necessidades e que garanta, ao mesmo tempo, a unificação do trâmite
processual no país.
Pretende-se com isso consolidar no Judiciário brasileiro a política para a
gestão de processo judicial eletrônico e integrando todos os tribunais do
país e finalizando de uma vez por todas com os conflitos entre qual é o
melhor sistema, mas, mantendo o sistema PJe como sistema de Processo
Eletrônico patrocinado pelo CNJ e principal motor da nova política.
Núcleos de Justiça 4.0
Os Núcleos de Justiça 4.0 permitem o funcionamento remoto, totalmente digital,
proporcionando maior agilidade e efetividade à Justiça, pois atendem a todos que
procuram a Justiça em busca de solução para litígios específicos, sem exigir que a
pessoa seja obrigada a se deslocar até um fórum para comparecer a uma audiência.
Nos Núcleos de Justiça 4.0, os processos tramitam por meio do Juízo 100% Digital, no
qual videoconferências e outros atos são realizados com o auxílio da tecnologia e
dispensam a presença física das partes e representantes, pois toda a movimentação
do processo nessas novas unidades judiciárias ocorre pela internet.
Os processos somente poderão ser distribuídos para os Núcleos que respondam por
aquela matéria. Cada um desses núcleos pode atender demandas especializadas que
lhe forem encaminhadas, julgando ações vindas de qualquer local do território sobre o
qual o tribunal tiver jurisdição. Neles, as juízas e os juízes atuam de forma remota.
Como tramitam os processos nos Núcleos de Justiça 4.0?
Os processos que forem distribuídos nos núcleos dependerão do consenso das
partes para ali tramitarem.
Os demandados podem se opor até a apresentação da primeira manifestação feita
pelo advogado ou defensor público. Uma vez iniciada a tramitação do processo, não
é mais possível desistir da opção.
Quais são os ganhos dos Núcleos de Justiça 4.0?
Além de oferecer à população um serviço totalmente digital, o novo modelo de
atendimento do Poder Judiciário promete qualificar as demandas nas varas de
primeiro grau, hoje sobrecarregadas. O problema afeta principalmente unidades de
comarcas do interior, onde são raras as varas especializadas e uma juíza ou juiz é
responsável por processos judiciais que envolvem diferentes matérias – família,
recuperação, falência, crime, saúde, empresarial.

Você também pode gostar