Você está na página 1de 6

Universidade Católica do Salvador

GABRIEL HENRIQUE AQUINO DE SANTA INÊS

RESENHA CRÍTICA: O CONSTITUCIONALISMO DIGITAL E


A COVID-19

SALVADOR
2021
GABRIEL HENRIQUE AQUINO DE SANTA INÊS

RESENHA CRÍTICA: O CONSTITUCIONALISMO DIGITAL E


A COVID-19

Este artigo, apresentado à disciplina


Direito Constitucional III, do Eixo de
Formação Básico da Universidade
Católica do Salvador, como requisito
parcial de avaliação da disciplina Direito
Constitucional III.

Docente: Carlos Alberto José Barbosa


Coutinho

SALVADOR
2021
1. Introdução.

O presente trabalho se propõe a analisar o artigo O Constitucionalismo Digital


e a Covid-19 do mestre Marcos Sampaio publicado em 2020 no livro-coletânea
Direitos e Deveres Fundamentais em Tempos de Coronavírus. Também tem como
objetivo, além de analisar o fenômeno do constitucionalismo digital, apresentar
considerações acerca da obra e da relação entre a Constituição, a era digital e a
atual situação pandêmica.

Cabe esclarecer que este trabalho será elaborado de forma que fique clara e
sintetizada a tese apresentada pelo autor no texto simultaneamente ao
entendimento extraído do estudo deste artigo e dos conceitos ali abordados. Logo,
faz-se necessário utilizar-se, assim como o autor, de uma estrutura lógica para
sequenciar o conteúdo formulado. Essa estrutura, se inicia no texto, com uma breve
explanação sobre o avanço tecnológico e suas consequências na sociedade atual.

2. A nova era digital e a atual pandemia.

Preliminarmente, Marcos Sampaio dá início ao seu artigo trazendo à tona o


fator da pandemia como responsável pelo avanço abrupto do contato dos cidadãos
com os meios digitais de toda espécie. Anteriormente ao recente cenário pandêmico
o desenvolvimento da tecnologia da informação já se fazia presente com certa
celeridade, o que se constata ao observar o surgimento de diversos aparelhos e
meios tecnológicos como os smartphones e as redes sociais. Esse desenvolvimento
alavancou também o mundo jurídico ter uma produção normativa voltada para os
direitos e deveres no meio digital.

“Este acontecimento de ruptura do mundo analógico para o


digital criou uma nova agenda ao constitucionalismo, com
diversos espaços ainda não devidamente sistematizados. As
modificações digitais não representam apenas meios novos de
fruição de direitos antigos, mas trouxeram consigo novos
direitos, outrora não percebidos, sequer imaginados.”
(SAMPAIO. 2020)
Todo esse progresso fez com que o Direito como um todo passasse por uma
série de modificações práticas e legais devido seu caráter mutável. O autor cita, por
exemplo, a realização de audiências e sessões de forma remota via internet, a
possibilidade de votação virtuais nas casas legislativas e a viabilidade de poder
realizar sustentações orais no Supremo Tribunal Federal. Todas essas atividades,
somadas à obrigatoriedade da realização das tarefas laborais em ambiente virtual
(home office) foram advindas da necessidade ocasionada pelo contexto pandêmico.
Resta saber então se a Constituição de 1988 está projetada para atender as
necessidades que essa atual conjuntura impõe.
3. Constitucionalismo Digital.

Como esclarece Sampaio (2020), a Constituição é incumbida de resguardar


os direitos fundamentais em todos os meios existentes, assim como garantir o
cumprimento efetivo desses direitos. Desse modo, entende-se como
constitucionalismo digital a inclusão do campo digital como ambiente que necessita
de atenção para proteção de direitos e garantias individuais tuteladas pela Carta
Magna. Nesse sentido, o autor explana que a geração dessas garantias não são de
forma alguma um processo atual, entretanto a extensão delas para a esfera virtual
que é o principal objetivo do constitucionalismo digital.

“O constitucionalismo passa a se preocupar com uma


verdadeira proliferação de reflexões visando ao
reconhecimento de direitos na Internet, tanto como projeção,
no cyberespaço, dos direitos fundamentais já existentes, numa
operação de especificação e densificação, como também a
partir de direitos novos que surgem em função das novas
possibilidade de comunicação e interação que a Internet
propicia, mediante mensagens eletrônicas, redes sociais, blogs
e outras variadas formas.” (SAMPAIO, 2020)

Assim sendo, vislumbra-se que a eclosão de uma pandemia, a qual obrigou a


sociedade a utilizar-se de meios virtuais para realização de suas atividades,
fomentou a discussão sobre quais direitos no campo digital deve ser
constitucionalmente assegurados.

4. Direitos fundamentais no contexto virtual.


Marcos Sampaio aborda, em continuação, uma série de direitos fundamentais
de ordem constitucional no campo virtual e seus desdobramentos. Inicialmente
elucida os limites estatais na regulação do uso da internet e a necessidade da
Constituição enquanto régua para a atuação do poder político no cenário cibernético.
Mais a frente se ocupa em abordar o direito de privacidade na internet como uma
das principais garantias constitucionais dentro da matéria. Ademais, versa ainda
sobre o papel do Estado em garantir o acesso e a inclusão digital aos meios virtuais.
Por fim, ilustra como a internet tem se tornado um dos meios mais notáveis de
movimentação econômica e devido a isso merece proteção do diploma
constitucional os diversos agentes atuantes nesse cenário.

5. Conclusão

Em síntese, o artigo sob apreciação mostra-se necessário para entender


como o estudo Direito Constitucional e suas nuances são precisos no que se refere
ao olhar jurídico que se atribuiu ao uso da internet nas últimas décadas, em especial
com a aparição de uma pandemia que urge todo sistema global a uma adaptação
antes não necessária. O texto é um ensaio rico em informações que privilegiam a
Constituição como diploma normativo atento às modernidades e avanços em todos
os âmbitos. Fica evidente com a exposição ao tema a importância de pensar o
Direito Constitucional como aquele que deve sempre estar em consonância com as
constantes atualizações sociais, uma vez que é através da Constituição que os
demais diplomas normativos encontram validade. O autor ainda conclui o texto
pensando sobre as diversas possibilidades que os avanços tecnológicos em
decorrência da situação pandêmica podem ocasionar no mundo jurídico, porquanto
é através das adversidades que a humanidade encontra a obrigação em inovar, não
sendo diferente para o direito e seus operadores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SAMPAIO, Marcos. O Constitucionalismo Digital e a Covid-19. Direitos e Deveres


Fundamentais em Tempos de Coronavirus, São Paulo, p. 162-186, 21 maio 2020.

Você também pode gostar