Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4
Cfr. Marcelo Rebelo de SousA/Sofia GALVÃO, lntmduçào ao Estudo do Direito, Lisboa,
Lex, 2000, p. 316.
MARIA LUÍSA DUARTE 249
o qual a ideologia que preconiza o ''monopólio d,i Esl'ado" em matéria de tlmtcs jurídicas é
incompatível com o conceito de "Estado n>11stit11cio11,1/ coopcmlÍl'o" que, de forma progressiva,
abre as portas da ordem jurídica interna ,1 procedimentos jurídicos e à interpretação da norma
jurídica a nível internacional ou supra estadual. E conclui: "a j(l/'111a 111<1is i11tc11sa de afra11ç.ir a
coopemç,)o imc1'11<1n'o11<1/ é <1 que se dcsc111'oli'l' 110 seio da [J11iilt> Europeia qua11do se trata da criaç<lo e
da exegese jurídica" (in P/11rnlis1110 y Ct>11stit11ció11. Est11dios de TcorÍ<1 Co11stitucio11c1/ de /,1 SNicd,1d
a/iierta, Madrid, Ternos, 2002, p. 288-289).
8 Neste sentido, v. J. J Gomes CANOTILHO. Dircitt> Co11stit11cio11<1' e Teoria d,1 Co11stit11i-
ed., Lisboa, 1994, p. 206; Paulo ÜTERO, Lições de Introd11ção ao Estt1do do Direito, Lisboa, I
vol., 2.º Tomo, 1999, p. 327.
MARIA LUÍSA DUARTE 1 251
-----·---
12 Cfr. Maria Luísa DUARTE, Direito da Unfrio Emopeia e tfos Comunidades Ellropeias,
Lisboa, Lex, 2001, vol. l, tomo l, p. 228 e segs.
13 Sobre esta acepção de unidade do sistema jurídico, v. Maria Luísa DUARTE, Introdu-
13. Poderá ser comum o Direito da União Europeia, mas o seu ensino
deve incorporar a pressuposta articulação com o Direito do Estado-membro
que enquadra a formação do jurista. Com efeito, a aplicação interna da
norma eurocomunitária reclama, na generalidade das situações, a interven-
ção dos órgãos nacionais competentes, através de meios - políticos, legislati-
vos,judiciais ou administrativos - previstos no direito interno. Daqui resulta,
com toda a evidência, a necessidade, tanto no plano científico como no
plano pedagógico, de um ensino do Direito da União Europeia que se faça
em estreita ligação com o Direito do Estado-membro com o qual coabita.
Não se trata de "nacionalizar" o ensino do Direito da União, mas antes de o
coni.pletar com indicações fundamentais sobre as especificidades do sistema
jurídico nacional que condicionam a plena eficácia da norma comunitária.
14. Importa, por outro lado, não descurar o papel das disciplinas ditas
auxiliares ou complementares, como sejam a Ciência da Política Europeia,
ou a Teoria da Integração Económica. Bem se compreende a sua importância
quando o que se pretende é conhecer, de modo rigoroso e aprofundado, um
15 Cfr. Maria Luísa DTJARTE, Direito Ad111i11istmtú10 da U11iii<' Europeia, Coimbra Editora,
2008.
MARIA LUÍSA DUARTE I 255
Í sistema jurídico que, mais do que qualquer outro, vive dos impulsos políticos
1 dos actores europeus, maxime os Estados-membros; um sistema jurídico que
começou por constituir o regime da integração dos mercados e das eco-
nomias dos Estados-membros mas, desde o Tratado de Maastricht, alargou
o respectivo escopo de regulação às matérias de acção política em sentido
estrito (v.g. Política Externa, Política de Defesa, Direito dos Estrangeiros).