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UNIVERCIDADE ABERTA ISCED

Licenciatura de Direito

Modulo de Direito Comunitário

2º Ano

Direito Comunitário

Leonora Filipe

Código: 11220411

Beira, Novembro, 2023


UNIVERCIDADE ABERTA ISCED

Licenciatura de Gestão de Recursos Humanos

Modulo de Direito de Trabalho

2º Ano

Direito Comunitário

Leonora Filipe

Código: 11220411

Trabalho de pesquisa remetida a Universidade Aberta


ISCED, para obtenção de grau académico de
licenciatura no curso de Direito

Docente: Dra. Isolda Guida

Beira, Novembro, 2023


Índice

1. Introdução....................................................................................................................................... 1

2. Referencial teórico .......................................................................................................................... 2

2.1. Direito Comunitário ................................................................................................................ 2

2.2. Objecto do Direito Comunitário.............................................................................................. 2

2.3. As fontes do Direito Comunitário ........................................................................................... 2

2.4. Direito da Integração e Direito Comunitário (ou Direito da União) ....................................... 3

2.5. Fases do Processo de Integração: Regra ZUMUU ................................................................... 3

3. Conclusão ........................................................................................................................................ 4

4. Referencias bibliográficas ............................................................................................................... 5


1. Introdução

No presente trabalho de pesquisa, abordarei assuntos relacionados com a teoria geral do Direito
Comunitário. O Direito Comunitário surge entre nós como um direito novo, homogêneo e, não se trata
de direito internacional nem de direito interno, mas um de terceiro gênero, o qual englobaria as
normas jurídicas contidas nos tratados relativos à integração, protocolos, dentre outras normas de
direito próprias dos organismos comunitários, respeitando o limite de suas atribuições normativas.

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2. Referencial teórico
2.1. Direito Comunitário

O Direito Comunitário constitui um novo sistema jurídico, diferente de outros existentes até hoje, que
se desenvolveu com o surgimento dos tratados fundamentais da União Européia, e cuja aplicabilidade
é resultado de longa construção jurisprudencial do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.
Não se confunde ele nem com o direito interno dos Estados, pois suas normas são editadas por órgãos
comunitários e têm aplicabilidade imediata na ordem jurídica interna de cada país, nem com o Direito
Internacional Público, pois a aplicação de suas normas se rege por princípios próprios.

Forte (apud KERBER, 2001) define Direito Comunitário como sendo: o conjunto de normas vinculantes
para as instituições comunitárias e para os Estados-membros, sancionadas principalmente pelos
Tratados, e, de outro, como o conjunto de normas contidas em alguns atos qualificados das
instituições comunitárias.

2.2. Objecto do Direito Comunitário

Como objeto, o Direito Comunitário lida com um conjunto de normas supranacionais, ou seja, um
sistema de regras comuns aos Estados-membros da associação, as quais emanam de fontes próprias
que não se confundem com aquelas que produzem o Direito Interno ou Internacional, como os
parlamentos e os governos locais. isto é, os tratados de integração (por exemplo, o de Maastrich, na
Europa, e mesmo o de Assunção, na América do Sul, embora ainda em fase de consolidação de suas
instituições), verdadeiras cartas constitucionais (tratados-quadro), bem como resoluções e diretrizes
partidas dos órgãos comunitários, que não-vinculam apenas os Estados, mas também as pessoas
jurídicas públicas e privadas, bem como os particulares.

O Direito Comunitário é construído sobre cinco princípios: a autonomia, a primazia, a unidade, a


aplicabilidade imediata e o efeito direto das normas comunitárias.

2.3. As fontes do Direito Comunitário


 DIREITO COMUNITÁRIO PRIMÁRIO - É a fonte suprema do direito da União Europeia (UE).
Inclui, no essencial, os tratados fundadores, nomeadamente o Tratado de Roma (que evoluiu
do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia) e do Tratado de Maastricht (também
designado por Tratado da União Europeia).
 DIREITO COMUNITÁRIO DERIVADO
 DIREITO COMUNITÁRIO NÃO ESCRITO
 ACORDOS INTERNACIONAIS CONCLUÍDOS PELA COMUNIDADE EUROPEIA

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2.4. Direito da Integração e Direito Comunitário (ou Direito da União)

O Direito Comunitário é um desdobramento do Direito Internacional, mas que, ao contrário deste,


não é de Direito Público, pois possui um caráter supranacional, tendo natureza Público-Privada. Na
América do Sul temos como exemplo o Direito no âmbito do Mercosul. Outros autores preferem
colocar a legislação do Mercosul como "Direito de Integração" e nesse posicionamento o direito da
União Europeia seria o "direito de integração em nível comunitário" ou direito comunitário
propriamente dito.

O Direito da Integração tem como objeto principal a integração de natureza eminentemente


comercial e econômica, visando ao incentivo do comércio internacional de uma região, é um
desdobramento do Direito Internacional Clássico.

O direito de integração econômica se caracteriza pela junção de alguns Estados – os quais,


geralmente, encontram-se unidos por suas posições geográficas – com o objetivo de fortalecer a
economia nacional e proporcionar mútua assistência, formando-se um mercado comum forte e
competitivo no âmbito mundial.

2.5. Fases do Processo de Integração: Regra ZUMUU

Cada bloco regional está ou pretende alcançar um determinado nível de integração. Para tanto, criou-
se a regra ZUMUU. Todavia, é necessário antes advertir que a regra ZUMUU têm fins unicamente
didáticos, tem caráter abstrato, pois alguns blocos, adotam o princípio da gradualidade (fase após
fase), outros já não. Regra ZUMUU – as 5 fases do processo de integração são: Zona de livre comércio,
União aduaneira, Mercado comum, União econômica e monetária e União política.

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3. Conclusão

A história costuma determinar rumos aos povos, por suas experiências exitosas ou catastróficas de
sobrevivência ou de expansão. Não foi diferente o que aconteceu na Europa, após o final da Segunda
Grande Guerra Mundial, onde a destruição absurda trouxe aos Estados a necessidade de busca de
alternativas para a sobrevivência conjunta, o desenvolvimento produtivo e a salvaguarda de suas
identidades.

A cooperação mostrou-se um método seguro e eficaz, sendo que o Direito acompanhou esta
trajetória, ensejando o nascimento de um denominado Direito Comunitário, constituído de normas
criadas pelos próprios Estados em um modelo autônomo que não prejudica as suas soberanias
particulares. A supranacionalidade nasce, pois, como um elemento agregador dos Estados, fora dos
Estados, mas que atua diretamente nos entes públicos e sobre seus particulares, de forma autônoma
e com primazia sobre os ordenamentos jurídicos internos, inclusive constitucionais.

Houve a criação de uma estrutura paralela aos Estados para o funcionamento e desenvolvimento
desta supranacionalidade, com competências legislativas, executivas e jurisdicionais autônomas,
independentes, exclusivas, imperativas.

Não é o que dispomos no Mercosul até o presente instante, talvez por que nossa história não nos
tenha imposto uma necessidade de sobrevivência e cooperação tão incisiva quanto àquela aplicada á
Europa. No Sul das Américas, a intergovernabilidade é o método vigente, em um processo de
integração destinado ao aperfeiçoamento e a tentativa de otimização de ganhos comerciais e
produtivos, através de intercâmbios de bens, serviços e pessoas. Não há um propósito de unificação,
proteção ou manutenção. Há um proposto de estímulo comercial e produtivo, e, para isto, a
sistemática intergovernamental é plenamente satisfatória, não deixando espaços para a
supranacionalidade propriamente dita.

Mas, para atingir-se este grau de reconhecimento de métodos, é imperioso que se tenha a perfeita
delimitação daquilo que a Europa inovou juridicamente, inclusive para aferir-se sua conveniência de
incorporação futura aos demais sistemas, inclusive o Mercosul no, e, neste aspecto, o presente estudo
logrou atingir seu propósito final

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4. Referencias bibliográficas

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2008.

RECHSTEINER, Beat Walter. Direito Internacional Privado: Teoria e Prática. 15ª ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2012.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 23ª ed. São Paulo: Malheiros,
2004.SOARES, Mario Lúcio Quintão.

Direitos fundamentais e direito comunitário. Belo Horizonte, 2000

LOBO, Maria Teresa Cárcomo. Ordenamento Jurídico Comunitário. Belo Horizonte: Del Rey, 1997.

MARTINS, Eliane Maria Octaviano. Direito da Concorrência e Mercosul. Boletim IOB de Jurisprudência,
junho 96.

NOVO, Benigno Núñez. Diferenças entre o direito comunitário e o direito de integração. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 24, n. 5894, 21 ago. 2019. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/75737. Acesso em: 8 nov. 2023.

SOUZA, Carlos Aurélio Mota. Segurança Jurídica e Jurisprudência – Um enfoque filosófico-jurídico. São
Paulo: Ltr, 1996.LUPATELLI Jr., Alfredo e MARTINS, Eliane Maria Octaviano In Mercosul – O Direito
Empresarial e os Efeitos Da Globalização, Revista de Direito do Mercosul, edição VI, ano II, Buenos
Aires: Ed. La Ley, 1998.

LOBO, Maria Teresa Cárcomo. Ordenamento Jurídico Comunitário. Belo Horizonte: Del Rey, 1997.

MARTINS, Eliane Maria Octaviano. Direito da Concorrência e Mercosul. Boletim IOB de


Jurisprudência, junho 96.

SOARES, Mário Lúcio Quintão. Direitos Humanos, Globalização e Soberania. Belo Horizonte: Inédita,
1997.

SOUZA, Carlos Aurélio Mota. Segurança Jurídica e Jurisprudência – Um enfoque filosófico-jurídico.


São Paulo: Ltr, 1996.

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