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Istituto Superior de Ciências de Educação a Distância - ISCED

Delito Olindo Luís

Natureza Juridica do Direito Internacional Privado

Quelimane, Abril de 2022

Istituto Superior de Ciências de Educação a Distância - ISCED


Delito Olindo Luís

Trabalho de Caracter Avaliativo


Da Cadeira de Direito Internacional
Privado, a Ser Entregue ao Dr.

Quelimane, 01 de Abril de 2022


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Índice
0.INTRODUÇÃO..............................................................................................................5

0.1.Objectivos:...................................................................................................................5

0.2.Metodologia.................................................................................................................5

1.0.CONCEITOS-CHAVEIS............................................................................................6

1.1.INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO..............................7

1.2.Origens Históricas.......................................................................................................7

1.3.Contextolização...........................................................................................................7

2.0.Direito Internacional Público e Direito Privado..........................................................8

2.1.Teoria dualista ou Dualismo (Triepel e Anzillotti).....................................................9

2.3.Ordem Jurídica da Sociedade Internacional..............................................................10

3.0.Fundamento do Direito Internacional........................................................................10

3.1.Subdivisões do Direito Privado.................................................................................11

3.2.FONTES DO DIREITO PRIVADO.........................................................................12

3.3.CONCLUSÃO...........................................................................................................14

4.BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................16
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0.INTRODUÇÃO
O Direito é um fato histórico-cultural, dinâmico e dialético, que se forma e se
desenvolve, estrutura-se e aperfeiçoa-se, multifurca-se, em um esforço permanente, no
tempo e no espaço, modelando-se numa unidade sistemática, num todo orgânico,
refletindo a vida do homem em sociedade, na sua homogeneidade e diversificação.
Estas Instituições de Direito Público e Privado têm por finalidade suprir lacuna no
estudo do direito para cursos superiores não jurídicos. Procura de forma simplificada e
em linguagem clara, trazer os conceitos, as definições, os exemplos, enfim, a parte
necessária, do conteúdo jurídico básico, para os iniciantes das profissões que, de alguma
maneira, utilizam o instrumental jurídico.
Inicialmente, estas Instituições de Direito Público e Privado tratará de noções
preliminares de direito e de Estado. Em sequência, de noções e conhecimentos de
alguns ramos do direito dogmático, tais como: direito constitucional, civil, imobiliário,
empresarial, econômico, penal, penal econômico e compliance, administrativo,
tributário, do trabalho, do consumidor, ambiental e processual civil, ou mesmo do
direito relativo às formas alternativas de resolução dos conflitos.

0.1.Objectivos:
Geral:

 Compreender a Natureza Jurídica do Direito Internacional Privado.

Específicos:

 Identificar as Fontes do Direito Privado;


 Descrever as Relações Internacionais do Direito Privado.

0.2.Metodologia
Para a elaboração do trabalho usou-se a metodologia de pesquisa bibliográfica, que é
um apontamento geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de
importância por serem capazes de fornecer dados actuais e relevantes relacionados com
o tema”. Portanto, este método consistiu na escolha selectiva dos autores que abordam
sobre o tema em estudo.
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1.0.CONCEITOS-CHAVEIS
O conceito de direito pode partir das mais variadas concepções teóricas. Desde a ideia
que identifica o direito como a ciência que descreve a produção das normas jurídicas
pelo Estado (juspositivismo), a que compreende o direito como inerente à natureza
humana, com valores e princípios universais e imutáveis, que independem da vontade
racional humana (jusnaturalismo), até aquela outra que pensa o direito conforme um
dado cultural (culturalismo jurídico), com muitas variações, sendo uma delas a teoria
tridimensional do direito, a qual proclama ser o direito, a um só tempo, fato, valor e
norma, (BRESSER-PEREIRA, 1996∶19).
O direito internacional privado se debruça sobre questões relativas à nacionalidade, à
condição jurídica do estrangeiro, ao conflito das leis e da jurisdição. De forma geral,
pode-se dizer que o direito internacional privado se preocupa com a questão de qual lei
será aplicada para resolver dado conflito entre sujeitos de direito nas suas relações
comuns, da vida privada.
A nacionalidade de tema de cunho político e jurídico sobre o pertencimento cultural e
territorial das pessoas. Seu significado jurídico foi devidamente apurado com o
surgimento dos Estados soberanos. Pode-se dizer que a nacionalidade, no seu conteúdo
jurídico, é uma ocorrência da sociedade moderna que sobrepujou a sociedade feudal.
Compreendida como um vínculo de ordem jurídica e política que liga o indivíduo ao
Estado, difere da cidadania, BRESSER-PEREIRA, 1996∶62.

Direito internacional privado trata da aplicação de leis civis, comerciais ou penais de


um Estado sobre particulares (pessoas físicas ou jurídicas) de outro Estado.
Direito Público: compreendido como aquele em que um dos sujeitos da relação jurídica
é o próprio Estado.
Direito Privado: compreende os ramos do Direito em que se disciplinam as relações
entre os particulares.
Objeto do Direito Internacional
Num primeiro momento, o objeto do Direito Internacional são os Estados, regendo a
atividade inter-Estatal. Com o fim da 2ª Guerra Mundial começam a surgir as
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Organizações Internacionais (ONU, OMC, FMI, etc.), e estas passaram a deter também
personalidade Jurídica Internacional, atribuindo aos indivíduos capacidades
postulatórias.

1.1.INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO


1.2.Origens Históricas
O Direito Internacional Público e Privado surgiu a partir do século XVII, quando se
formaram os Estados-Nação com as características que conhecemos hoje. O ponto
limite foi o fim da Guerra dos 30 anos (em 1648), por meio do tratado de Vestfália,
quando nasce a soberania nacional. MONTORO (1977∶50).
Hugo Grócio: salienta a necessidade de regulamentar a guerra, de modo a evitá-la.
Fundamenta no direito natural, enaltecendo os direitos fundamentais inerentes ao
homem. Afirma que o mar é bem comum, não sendo passível de apropriação privada.
Historicamente, o Direito tem sido dividido em dois grandes grupos. De um lado está o
Direito Público e do outro, o Direito Privado. É bem verdade que essa distinção não é
perfeita. Em alguns ramos do Direito Privado, podem ser encontradas características do
Direito Público e vice-versa. A distinção é importante, todavia, para que nós possamos
compreender dois conceitos extremos e, a partir deles, entender as variações. É como,
após conhecer o preto e o branco, estar apto a classificar as coisas em vários tons de
cinza.
Assim, é bem verdade que há situações em que o Estado se relaciona com o particular
como se fosse outro indivíduo no mesmo plano jurídico (relações contratuais privadas).
Mas, regra geral, as relações entre o Estado e os demais são chamadas de relações de
Direito Público. Nas relações de Direito Privado, os indivíduos se encontram em pé de
igualdade, o que não acontece nas relações de Direito Público – já que o Estado pode
exercer prerrogativas pelo simples fato de representar os interesses da coletividade.
Ademais, nessas relações, as normas jurídicas concedem uma série de privilégios ao
Estado e aos seus agentes, nas relações com os particulares. Conforme MONTORO
(1977, p. 169):

1.3.Contextolização
De acordo CEGALLA (2001∶8), vida em sociedade é permeada de conflitos
interpessoais, e na sociedade internacional igualmente há tensões entre os atores, tendo
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em vista as inúmeras disputas entre os sujeitos, uma vez que há diferenças e interesses
variados entre os mesmos.
Paulo Henrique Portela enfatiza que “os conflitos que ocorrem na seara internacional
não podem, via de regra, ser solucionados da mesma maneira, o que se deve,
fundamentalmente, à forma pela qual a sociedade internacional está organizada do
ponto de vista jurídico” . Referido autor aponta que as relações internacionais são
caracterizadas por:
(a) Inexistência de um poder central mundial, ou seja, não há um ente de direito
internacional que imponha aos Estados Soberanos as suas deliberações
(b) Igualdade jurídica entre os Estados;
(c) Soberania dos Estados,
(d) (d) Princípio da não-intervenção.

O Direito Internacional Privado (DIP) é composto pelos sujeitos ou atores de direito


internacional privado, que estão sujeitos às regras, princípios e costumes
internacionais.6 Entretanto, não apenas de relações entre Estados cuida o DIP. Como
ressalta Gustavo Bregalda, o Estados tem sua personalidade jurídica internacional
reconhecida pelos outros Estados ou pelos organismos internacionais.
Organismos internacionais são pessoas ou coletividades criadas pelos próprios
sujeitos de direito internacional, reconhecendo-os como pessoas internacionais, com
capacidade de ter direitos e assumir obrigações na ordem internacional. Portanto,
atualmente, o objeto moderno do Direito Internacional são os Estados, as
Organizações Internacionais e os Indivíduos. Alguns doutrinadores salientam que as
empresas são atores atuantes nas relações internacionais, de modo que devem figurar
como integrantes do Relacionamento internacional. Quanto ao indivíduo, este tem
responsabilidade ativa e passiva, podendo tanto postular quanto ser demandado
internacionalmente.

2.0.Direito Internacional Público e Direito Privado


CEGALLA (2002∶44-49), uma questão tormentosa é a relação entre conflitos entre as
normas de Direito Internacional e de Direito interno, “A questão em apreço é polêmica,
e seu tratamento reveste-se de grande importância, em função do relevo que o Direito
Internacional vem adquirindo como marco que visa a disciplinar o atual dinamismo das
relações internacionais, dentro de parâmetros que permitam que estas se desenvolvam
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num quadro de estabilidade e de obediência a valores aos quais a sociedade


internacional atribui maior destaque”.
Para tanto, há duas teorias explicativas do impasse entre conflito entre direito
internacional público e direito interno, quais sejam, as teorias monista e dualista.

2.1.Teoria dualista ou Dualismo (Triepel e Anzillotti)


Salienta que direito internacional e direito interno são realidades distintas, ou seja, tem
âmbito de incidência completamente diferentes. O Direito internacional rege as relações
exteriores entre os Estado ao passo que o Direito interno disciplina as relações internas
do Estado. Tendo em vista esta perspectiva, não há que se falar, para esta teoria, em
conflito de normas de direito interno e internacional, uma vez que a ordem internacional
não pode regular questões internas. “Os tratados internacionais representam apenas
compromissos exteriores, assumidos por Governos na sua representação, sem que isso
possa influir no ordenamento interno desse Estado, gerando conflitos insolúveis dentro
dele”, (COMPORADO (2001∶20-27),

(a) Teoria da incorporação, transformação ou mediatização (Laband)


Para esta teoria, como as normas tem incidência distinta, apenas no caso de o Estado
incorporar internamente o preceito de direito internacional, por meio de alteração de
suas leis internas, ou seja, “a norma internacional só vale quando recebida pelo direito
interno”.

(b) Dualismo moderado

Para o dualismo moderado “não é necessário que o conteúdo das normas internacionais
seja inserido em um projeto de lei interna, bastando apenas a ratificação dos tratados por
meio de procedimento específico, que inclua a aprovação prévia do parlamento e a
ratificação do chefe de Estado”,( BONATIVIDDES, 2004∶10-13).

Teoria monista
Doutrina completamente oposta à anterior, uma vez que trata da questão da unidade do
ordenamento internacional e interno.
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2.3.Ordem Jurídica da Sociedade Internacional


Para BONATIVIDDES (2004∶10-13), a ordem jurídica interna é centralizada e
organizada verticalmente. No âmbito do Direito Internacional, a ordem jurídica é
descentralizada, não existindo norma jurídica superior com capacidade para impor aos
Estados o cumprimento de suas decisões. A Carta da ONU não é uma Constituição. O
Direito Internacional ainda depende muito do voluntarismo, ou seja, da vontade de cada
Estado. Salienta Rezek que “no plano internacional não existe autoridade superior nem
milícia permanente. Os Estados se organizam horizontalmente, e prontificam-se a
proceder de acordo com normas jurídicas na exata medida em que estas tenham
constituído objeto de seu consentimento. A criação de normas é, assim, obra direta de
seus destinatários”.

3.0.Fundamento do Direito Internacional


BOBBIO (1992∶79), fundamento liga-se à obrigatoriedade da disciplina. Existem duas
correntes:

Doutrina Voluntarista: Entende que o fundamento do Direito Internacional se baseia


na vontade dos Estados. A maior crítica feita a essa doutrina é a de que não se pode
depender apenas da vontade do Estado, pois o mesmo pode manifestar sua vontade
negativa a posteriori, deixando de existir o Direito Internacional. Devem ser criadas
normas mais objetivas.
Doutrina Objetivista: Visa encontrar nas normas internacionais regras mais objetivas
que subjetivas para fundamentar o Direito Internacional Público. Essa regra objetiva,
por excelência, é o pacta sunt servanda. (art. 26 da Convenção de Viena sobre o Direito
dos Tratados, 1969).

No amplo domínio do Direito Privado destaca-se o Direito Civil como Direito


fundamental ou "Direito comum" a todos os homens, no sentido de disciplinar o modo
de ser e de agir das pessoas, com abstração de sua condição social, muito embora
exercendo funções ou atividades diferençadas. Desse tronco comum abrem-se ramos,
com características próprias, como o Direito Comercial ou o Agrário.

Direito Civil: consiste na regulamentação de “direitos e deveres” de todos os indivíduos,


enquanto tais, contendo normas sobre o estado e capacidade das pessoas e sobre as
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relações atinentes à família, às coisas, às obrigações e sucessões, bem como as


atividades empresariais (Direito Empresarial).

3.1.Subdivisões do Direito Privado


De acordo BOBBIO (1992∶88), as normas jurídicas de Direito Privado são aquelas,
como vimos, que regulamentam as relações entre particulares, ou seja, pessoas físicas
ou jurídicas que não integram a estrutura do Estado.
Entre os diversos ramos de Direito Privado, ganha destaque o Direito Civil que por
muitos é chamado de Direito Privado Comum, já que congrega as normas jurídicas
gerais sobre as relações pessoais, familiares e patrimoniais (MONTORO, 1983).

O Direito Comercial∶ já possuiu uma legislação própria como vários outros ramos do
Direito possuem. Ele era denominado Código Comercial. Entretanto, com a
promulgação do novo Código Civil, publicado em 2002, grande parte das normas de
Direito Comercial passaram a figurar junto às demais normas de Direito Civil. O
Código Comercial que temos hoje trata apenas de algumas normas do comércio
marítimo. As que versavam sobre as empresas, por exemplo, estão no Código Civil.

O Direito do Consumidor∶ regulamenta um ramo específico das relações comerciais.


Por meio de um contrato se pressupõe, geralmente, que as partes possuam capacidades
equivalentes,
ou seja, igualdade de condições. Mas isso não ocorre com tanta frequência nas relações
de consumo. Nessas relações o consumidor contrata o fornecimento de um bem ou a
prestação de um serviço, como usuário final, é comum que o fornecedor esteja mais
bem aparelhado economicamente que o cliente. Por essa razão, o Direito brasileiro
postulou em uma legislação própria, um conjunto de normas que procuram restabelecer
o equilíbrio da relação de consumo.
Essa norma é chamada de Código de Defesa do Consumidor.
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O Direito do Trabalho∶ regulamenta relações sociais entre particulares. E, assim como


no Direito do Consumidor, as relações são comumente estabelecidas de maneira
desigual. Enquanto nas relações cíveis comuns as partes têm igualdade de condições,
nas relações trabalhistas geralmente uma das partes (o empregador) possui um aparato
econômico-financeiro que supera a capacidade do trabalhador de negociar
equilibradamente. Para restaurar tal equilíbrio, é que suas normas são interpretadas da
maneira mais eficaz a compensar a hipossuficiência do trabalhador. No Brasil existem
duas normasprincipais o que não exclui a existência de diversas outras. São elas: a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que regulamenta, principalmente, as relações
trabalhistas privadas, e a Lei n. 8.112/90 que, embora tenha sido criada para regular as
relações estatutárias dos servidores públicos no serviço público federal, poderá ser
aplicada em diversas outras esferas federativas da Administração Pública como norma
de referência, obviamente se for aprovada pelas respectivas Assembleias Legislativas.
Finalmente, há o Direito há Internacional Privado. Suas normas tratam dos conflitos
de legislações estrangeiras. É nessa esfera do Direito que vamos encontrar normas que
nos ajudam a resolver o conflito que se estabelece, por exemplo, quando duas pessoas
casadas sendo que uma é de um país e outra de outro resolvem se divorciar.

3.2.FONTES DO DIREITO PRIVADO


Na visão de ARAUJO FILHO (1998, 206), desde a Grécia Antiga ( Cicero) a palavra
fonte significava nascedouro,nascente, origem, causa, motivação para várias
manifestações do Direito.
Fonte é sinônimo de origem, causa, princípio, procedência. O Direito, como qualquer
outra área das ciências sociais aplicadas, possui fontes próprias. Isso quer dizer que as
normas jurídicas proveem de fontes específicas que por sua fez coincidem com os fatos
próprios da realidade humana que produzem as normas jurídicas.

FONTES FORMAIS:
 São os meios pelos quais o Direito se manifesta em um ordenamento jurídico,
ou seja, os modos, meios, instrumentos ou formas pelos quais o direito se
manifesta perante a sociedade. Tradicionalmente, são fontes formais a Lei, os
costumes, a doutrina e a jurisprudência.
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Os costumes jurídicos: os atos humanos de relevância para o Direito, à medida que vão
se repetindo na história, criam entre os homens o dever de observálos.
Entretanto, não é toda e qualquer prática reiterada que cria um costume jurídico,
somente aquelas que coincidem com os valores sociais e jurídicos de um determinado
grupo.
A jurisprudência: a expressão jurisprudência é proveniente do Direito romano que, já
àquela época, compreendia que o Direito se constrói também a partir do raciocínio
prudente das autoridades julgadoras de um povo. Hoje não é diferente. Os juristas do
nosso tempo também se utilizam das decisões já tomadas pelo Poder Judiciário para
fundamentar suas teses em ações judiciais novas.
A doutrina: esse é o nome que se dá ao conjunto bibliográfico de raciocínios jurídicos.
Quando uma pessoa se torna experiente no campo do Direito, ou seja, um jurista apto a
ensinar aos outros a ciência do Direito, diz-se um doutrinador. Os entendimentos
entabulados pela doutrina também são, por isso, fonte formal do Direito, (ARAUJO
FILHO, 1998).

FONTES MATERIAIS:
São as instituições ou grupos sociais que possuem capacidade de editar normas, como o
Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas, e o Poder Executivo em determinadas
hipóteses.

 A história: a análise e interpretação dos fatos históricos, do comportamento de


uma dada sociedade ao longo das eras relativamente a determinado assunto,
serve para constituir o Direito do dia de hoje.
 Os valores religiosos: a compreensão humana da sua relação com os fenômenos
relacionados à sua espiritualidade. Serve também para influenciar a tomada de
decisões na hora de construir uma norma jurídica.
 A moral: os valores morais, a ética e a delimitação do homem sobre a
aceitabilidade ou não das suas atitudes e dos seus pensamentos também
influenciam no conteúdo de uma norma jurídica, na sua matéria. Por isso a
moral também pode ser compreendida como fonte material do Direito.
Perceba que as fontes do Direito são, na verdade, a sua origem. E essa percepção é
extremamente importante, pois caso uma lei seja considerada injusta, poderá ter a sua
aplicação negada pelo Poder Judiciário – caso este entenda ter sido agredida alguma
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fonte do Direito. Isso significa dizer que para a correta interpretação do Direito é
preciso levar em consideração o conteúdo das suas fontes, tanto as formais como as
materiais, (ARAUJO FILHO,1998,200).

3.3.CONCLUSÃO
A divisão do direito em público ou privado, na modernidade, ganhou mais apreço
doutrinário entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, em uma
época na qual o direito civil ainda era tomado como a grande expressão da ciência do
direito. A ideologia profundamente liberal do cumprimento integral dos contratos,
conforme pactuado pelas partes – pacta sunt servanda, sem maiores restrições impostas
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aos particulares pelo Estado, representou amplamente, após a Revolução Francesa, os


interesses da sociedade burguesa. Tal sistemática de pensar o direito perdurou durante a
maior parte do século XX e, com algumas alterações e abrandamentos de inspiração
constitucional, vem se conservando até os dias atuais.

4.BIBLIOGRAFIA
ARAUJO FILHO, Aldy Mello de. Evolução dos direitos humanos: avanços e
perspectivas. São Luis: Universidade Federal do Maranhão, 1998.
BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Brasília: UnB,
1992.
16

______. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. São Paulo: Mandarim,


2000.
BONAVIDES, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social. São Paulo: Malheiros, 2004.
______. Curso de Direito Constitucional. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa doBrasil. Brasília,
DF: Senado, 1998.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Crise Econômica e Reforma do Estado
no Brasil: para uma nova interpretação da América Latina. São Paulo: Editora 34, 1996.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de dificuldades da língua portuguesa:
edição de bolso. Rio de Janeiro: Lexikon; Porto Alegre: L&PM, 2008.
COMPARATO, Fabio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2001.

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