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AS SECÇÕES DO CAPÍTULO I
Secção 1.1 – Definição de Direito Internacional Privado – DIPr
Secção 1.2 – A História Moderna do Direito Internacional
Seção 1.3 – Objecto do Direito Internacional Privado
Secção 1.4 – Objectivo/finalidade do Direito Internacional Privado
Secção 1.5 – Fontes do Direito Internacional Privado
Definição de DIPr
1 O Direito Internacional Privado é resultante da pluralidade de Estados e
por conseguinte, de legislações (aspecto jurídico); e da movimentação de
pessoas, bens e serviços (aspecto fáctico).
O DIPr não existiria se os ordenamentos jurídicos fossem todos iguais ou
se os Estados (países) vivessem de forma isolada.
Contratos internacionais
Diferenças entre os vários sistemas jurídicos
1
Luís de Lima Pinheiro, Direito Internacional Privado Parte Especial, Direito de Conflitos, Almedina,
Coimbra, 2009, p., 15.
2
Mateus Jaime Chitonga, Direito Internacional Privado, 2.ª Ed., Editora Escolar, Luanda-Angola, 2017.
P.,32.
3
Albano Pedro,Prática de Direito Internacional Provado, Luanda, Junho de 2014, p., 10.
Lições Introdutoras de Direito Internacional Privado ou de Normas de Conflitos – Capítulo I
“O que eu ensino não é meu, mas pertence àquele que me enviou” (João 7:16)
Filho do Homem – 2022/Outubro.
método e numa técnica de aplicação do direito – que visa solucionar os
conflitos de leis estrangeiras no espaço, ou seja, os factos em conexão
espacial com leis estrangeiras divergentes, autónomas e independentes,
buscando seja aplicado o melhor direito ao caso concreto. Trata-se do
conjunto de princípios e regras de direito público destinados a reger os
factos que orbitam ao redor de leis estrangeiras contrárias, bem assim os
efeitos jurídicos que uma norma interna pode ter para além do domínio do
Estado em que foi editada, quer as relações jurídicas subjacentes sejam de
direito privado ou público.
Como se vê, o DIPr é a expressão exterior do direito interno estatal (civil,
comercial, administrativo, tributário, trabalho etc.).
Por meio do DIPr, contudo, não se resolve propriamente a questão
jurídica sub judice, eis que suas normas são apenas indicativas ou
indirectas, ou seja, apenas indicam qual ordem jurídica substancial
(nacional ou estrangeira) deverá ser aplicada no caso concreto para o
fim de resolver a questão principal; as normas do DIPr não irão
dizer, v.g., se o contrato é válido ou inválido, se a pessoa é capaz ou
incapaz, se o indivíduo tem ou não direito à herança, senão apenas
indicarão a ordem jurídica responsável por resolver tais questões.
Em outros termos, por não ser possível submeter a relação jurídica a dois
ordenamentos estatais distintos, o DIPr “escolhe” qual deles resolverá a
questão principal sub judice.
Daí se entender ser o DIPr um direito sobre direitos (jus supra jura), pois
acima das normas jurídicas materiais destinadas à resolução dos conflitos
de interesses encontram-se as regras sobre o campo de aplicação dessas
normas, ou seja, o próprio Direito Internacional Privado.
Objecto do DIPr
Indo mais além, podemos dizer que a tutela dos direitos dos estrangeiros
combina com a tutela dos direitos dos nacionais, no sentido em que o
sistema de DIPrivado tem de estar racionalmente orientado para soluções
que sejam conformes com a tutela desses direitos.
Nesta visão das coisas, o DIPrivado tem o seu fundamento no DIPúblico e
no reconhecimento de uma coexistência entre várias ordens jurídicas.
3) Fontes Transnacionais
As fontes transnacionais são as que resultam de um processo específico de
criação de proposições jurídicas no seio da comunidade dos operadores do
comércio internacional, que são independentes da acção dos órgãos
estaduais e supra estaduais.
No que toca ao Direito de conflitos, estas fontes são fundamentalmente os
regulamentos dos centros de arbitragem e o costume jurisprudencial
arbitral.
Estas fontes têm desempenhado um papel significativo na criação de
normas e princípios de DIPrivado da arbitragem transnacional.
4) Fontes Internas