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Plano de ensino
1) Introdução ao DIPriv
● Conceito
● Objeto
● Institutos
2) Conflitos de leis no espaço - elementos de conexão
3) Aplicação direta do direito estrangeiro no Brasil
4) Homologação de sentença estrangeira
5) Tratamento jurídico do nacional e estrangeiro
● Passaportes
● Vistos
6) Asilo x Refúgio
7) Sistema Interamericano de Direitos Humanos
O ser humano é sujeito de direito internacional público, mas muitas das vezes não
conseguem exercer seus direitos se não houver o Estado do seu lado. A insistência da
aplicação do pacta sunt servanda nos faz sempre olhar os tratados aplicados e observando a
hard law e soft law, pois o país ratificando o tratado ele se torna uma hard law, isto é,
obrigatório. Deste modo, verifica-se que o Direito Internacional Público influencia o Direito
Internacional Privado, em que são de áreas distintas, pensando de forma distinta, em que a
noção de legalidade são diferentes. Porém, também se vê a liberdade do pacta sunt servanda,
mas a liberdade não é plena, pois existem princípios que limitam (só que em relação aos
princípios, o Judiciário brasileiro nos faz achar que tudo é um princípio, mas para ser princípio
tem que estar na legislação), como o jus cogens, u ma vez que um tratado não pode ser feito
violando direitos humanos.
Além de toda a relação com o Direito Internacional Público, o Privado também usa dos
tratados, tendo em vista serem a fonte primária desse Direito. E as relações passam a não ser
mais entre os Estados, mas sim o homem, haja vista que não se contenta em viver em um só
território, precisando ir ao encontro de outros povos, seja para comercializar, adquirir ou
aumentar riquezas ou até mesmo buscar novas experiências, fazendo nascer diversos conflitos
de leis no espaço, como um contrato de compra e venda entre um brasileiro e um alemão,
casamento entre brasileiro e um norte americano ou o nascimento de filho de brasileiros que
moram no Japão. Nestes termos, dentro desses conflitos a solução também será um tratado,
uma vez que é a fonte primeira do Direito Internacional Privado.
Introdução ao Código Civil Brasileiro regula a matéria sobre conflito temporal aparente de leis,
ao prescrever:
Art. 2° LINDB - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§1° - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§2° - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
§3° - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)
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Caderno de Direito Internacional Privado
Ana Carolina Guimarães Machado
E os que não residem aqui? Sem estar expresso na CF/88 e já se discutiu muito,
decidindo que a interpretação é extensiva, dando igualdade aos estrangeiros que tenha entrado
e que permaneça no Brasil de modo regular (os ilegais não possuem os mesmo direitos,
podendo ser extraditados, deportados ou expulsos do país).
O último objeto do Direito Internacional Privado é o direito adquirido do estrangeiro,
em que significa direitos, aos quais os nacionais e estrangeiros fazem jus, que existem pelo
preenchimento de requisitos estabelecidos na lei, podendo exercê-lo inclusive se houver
mudança na lei. Porém, quando se trata do estrangeiro, esse direito pode ter sido adquirido no
exterior, isso influencia? Um direito adquirido em sentença no exterior, o qual seria cumprido
aqui no Brasil, poderá ocorrer pela homologação aqui. Esse direito não é protegido de forma
absoluta, porque dizem hipóteses que violem a ordem pública (legislação ou costume).
Exemplo: Um homem árabe casado com duas mulheres requer o reconhecimento de seus dois
casamentos no território brasileiro. A resposta do Governo Brasileiro consistirá na negação do
seu pedido, uma vez que o ordenamento jurídico brasileiro não aceita a bigamia, com base nos
bons costumes locais.
Qualquer direito adquirido no exterior pode ser executado aqui caso não viole a ordem pública e que faça
sentido ser executado aqui.
DIPrivado e o DIPúblico
São ramos autônomos, em que o Público tem como questão o voluntarismo jurídico e a
sanção voluntária, uma vez que é o conjunto de normas que regula as relações externas dos
atores que compõem a sociedade internacional (em especial os Estados Nacionais), estudando
o complexo normativo das relações de direito público externo. Já o Privado não é de direito,
mas sim de obrigações, sendo constituído por legislações internas de cada país, haja vista que
é o conjunto de normas jurídicas criadas por uma autoridade política autônoma (como um
Estado, por exemplo) com o propósito de resolver os conflitos de leis no espaço, por isso que é
internacional.
O Privado é um conjunto de regras de direito interno que indica ao juiz local que lei (a interna ou externa)
deverá ser aplicada a um caso (geralmente privado) que tenha relação com mais de um país.
Não existe um sistema supranacional para regular as relações de direito privado entre
indivíduos sujeitos a diferentes ordenamentos nacionais. O que existe é um conjunto de
princípios para a determinação da lei aplicável a relações jurídicas que possam incidir na
regulação de dois ou mais sistemas legais conflitantes, de Estados diversos. Havendo
controvérsia sobre a lei a ser aplicada, dois problemas podem ocorrer na solução de um pleito:
saber qual o juiz competente para decidir a causa; e saber qual lei a ser aplicada.
O estrangeiro tem o direito, mas a relação com ele depende com a relação com o Estado dele
(observando os tratados) e os requisitos podem ser mais rígidos.
Fontes
As fontes são de onde emanam as regras do Direito Internacional Privado
variedade, uma vez que existe grande complexidade dos problemas a serem solucionados,
baseando-se em regras produzidas por fontes supranacionais, ou seja, baseia-se em grande
parte em regras das fontes internas, quais sejam, pela ordem de importância: Leis, Tratados,
Jurisprudências, Doutrina e Costumes.
Essas fontes possuem as seguintes classificações:
● Fonte material: Exprimiam uma tendência para o jurídico, porém, integrando o
ordenamento jurídico somente no instante em que assumissem uma forma
determinada através de um ato ou de uma série de atos que constituíssem
precisamente as fontes formais. Assim, servem de inspiração, uma vez que
não integram o mundo jurídico, mas quando passam a integrar esse
mundo, passam, também, a ser fontes formais.
● Fonte formal: É aquela fonte em vigência. Toda Sociedade, Nação ou Estado
têm o seu Direito Positivo que é a prevalência de uma vontade que tem atuação
dentro das estruturas jurídicas de um povo.
Grande complexidade dos problemas a serem solucionados pelo DIPriv implica variedade de fontes.
1)Leis
2)Tratados
3)Jurisprudência
4)Doutrina
5)Costumes
(1) Atualmente no Direito Internacional Privado o que se entende como “lei interna” é o
Direito Nacional de cada país, ou seja, essas normas são elaboradas na legislação de cada
Estado.
O Código de Napoleão que estabeleceu as primeiras regras sobre a aplicação das leis
no espaço e após essa inovação do Código de Napoleão vários outros Códigos foram criados
com normas de Direito Internacional Privado. Sobre o Brasil, somente em 1916, nos artigos 8º
a 21 do Código Civil, que foram determinadas regras de direito interno sobre o ramo.
Entretanto, em 04 de setembro de 1942, com a Lei de Introdução ao Código Civil,
consagrou-se o sistema pelo qual solucionamos, no Brasil, os conflitos de leis entre a lei
brasileira e a lei estrangeira. Hoje, houve uma mudança de nome e conhecemos como LEI DE
INTRODUÇÃO À NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO.
(2) Os tratados internacionais entram no Brasil como Decreto Legislativo (mesmo
quando tem força de emenda! Ou seja, o que muda é a hierarquia desse tratado mesmo
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Caderno de Direito Internacional Privado
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chamado de Decreto), sendo que ao serem ratificados são hard law (obrigatório) e sem
ratificação são soft law. Até a EC 45/2004 os todos tratados ratificados possuíam a hierarquia
de Lei Ordinária Federal, mas depois da emenda houve a exceção dos tratados de direitos
humanos, os quais possuem status de norma supralegal, sendo hierarquicamente superiores.
Porém, o Pacto de San José da Costa Rica foi recepcionado como Lei Ordinária, mas é um dos
tratados de direitos humanos mais importantes e serve como base para a proteção dos direitos
humanos no âmbito internacional, ou seja, por ser recepcionado na época em que não se
aceitava a hierarquia superior dos tratados ele possuía força de Lei Ordinária. Só que se
entendeu, por conta da recepção material, que o Pacto de San José da Costa Rica possui força
constitucional, pois tudo que é de direitos humanos é de interesse coletivo (STF espera a
recepção formal dos tratados de depois da EC 45/2004 e os anteriores foram recepcionados
materialmente). Cabe ressaltar que em relação aos direitos humanos, se a lei interna for mais
benéfica ela será aplicada, uma vez que se é mais benéfica quer dizer que o tratado, de
alguma maneira, já é aplicado (um exemplo é a adoção internacional, em que o ECA protege
mais a criança que o tratado internacional, o que, dependendo do caso, até dificulta mais que a
adoção aconteça, mas é aplicado por ser mais benéfico).
(3) A jurisprudência, conforme Amilcar de Castro, é importantíssima fonte de Direito
Internacional Privado, cujas normas legisladas, em geral, são poucas. A autoridade e o valor
positivo da jurisprudência variam em cada Estado, como se percebe, no Brasil, ocupa uma
terceira posição, por exemplo, enquanto nos países do common law, como a Grã-Bretanha e
os EUA, l he dão maior categoria de fonte que os direitos escrito e codificado.
(4) A doutrina serviu de muita influência à evolução da disciplina em todas as partes do
mundo, uma vez que os princípios fundamentais do ramo moderno repousam nas teorias
doutrinárias desenvolvidas desde o século XIX. Serve para interpretar as decisões judiciais a
respeito do DIPriv. e com base nas mesmas desenvolve os princípios da matéria, bem como
serve de orientação para os tribunais, que muitas vezes recorrem a ela para decidir questões
deste Direito.
Também elaborou um sistema de regras jurídicas constitutivas da parte geral do DIPriv.
e cabe ressaltar que leva em consideração o aspecto global do ramo, o seu lado internacional,
e não apenas o direito interno como outras fontes. É encontrada nos trabalhos dos institutos
especializados na pesquisa, nas Convenções elaboradas nas Conferências Internacionais,
mesmo quando não vigentes pela falta do número necessário de ratificações, haja vista que
mesmo essas que não obtiveram o número necessário de ratificações tem um valor doutrinário
elevado, já que foram preparadas por especialistas de alto nível, devendo ser aproveitadas
pelos tribunais na aplicação do Direito Internacional Privado.
(5) Os costumes são práticas longevas, uniformes e gerais, constantes da repetição
geral de um comportamento, que, pela reiteração, passaram a indicar um modo de proceder
em determinado meio social, segundo as lições do civilista Cristiano Chaves (para o Estatuto
de Haia é a prática geral aceita como sendo direito).
O costume - "jus non scriptum" (direito não escrito) - se constitui de dois elementos indispensáveis para
que ele se consolide juridicamente:
A repetição uniforme de certos atos e crença de que a norma obedecida é obrigatória
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Circunstâncias de conexão
As leis de cada Estado tem vigência apenas em seu território, criando, então, o
impasse de “qual lei deverá será aplicada?”. Temos o exemplo do casamento homoafetivo, o
qual fora legalizado primeiro na Argentina, e, assim, os casais casavam-se lá e faziam o
traslado do documento aqui, aplicando a lei estrangeira
A solução é a Lex Fori (lei nacional) ou seja, a resposta será encontrada na lei do foro
(leis internas de cada país) que tratam.da aplicação da lei estrangeira e do conflito de leis no
espaço. Deste modo, a Lex Fori brasileira é a LINDB e demais normas de Direito Privado, mas
cabe ressaltar que cada país terá seu sistema de aplicação da lei estrangeira no seu território.
Temos a Lex Fori, que é a lei nacional, e a Lex Causae, que é a Lei da circunstância do conflito, muitas vezes
sendo a lei estrangeira.
Domicílio
O domicílio é o lugar em que a pessoa ordinariamente exerce seus direitos e cumpre
suas obrigações da vida civil. Muito utilizado por causa da nossa história, em que antes da
Segunda Guerra Mundial o Brasil adotava a nacionalidade como elemento de conexão (tal qual
os países europeus adotam), mas depois da Segunda Guerra Mundial devido à grande
imigração de europeus para o Brasil, o critério mudou para o domicílio para evitar a excessiva
de normas estrangeiras no Brasil na solução de conflitos envolvendo estrangeiros e assim
continua até hoje. O casal do travel&share não possui domicílio fixo, pois viajam sempre,
aplicando o local onde eles se encontram, por exemplo.
O domicílio voluntário é aquele que a pessoa escolhe morar, unindo vontade +
objetivo de residência, enquanto o domicílio necessário é aquele imposto por lei, como no
caso do domicílio do funcionário público, do militar e do preso.
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Art. 7°, LINDB, §8º: “Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no
lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Exceções
● Domicílio das tripulações de navios mercantes = lugar onde estiver matriculada a embarcação.
● Domicílio das tripulações de navios militares = base ou estação naval.
● Domicílio da União = DF.
● Domicílio dos Estados = sede de suas administrações (capitais).
● Domicílio de pessoa sem residência habitual = lugar onde se encontra.
● Ação de separação judicial, consensual, de alimentos e para anulação de casamento = residência da
mulher.
● Ação de alimentos = residência do alimentando.
Nacionalidade
1° - SOLO
2° - SANGUE - FILHO DE DIPLOMATA OU BRASILEIRO NASCIDO NO ESTRANGEIRO - COM REGISTRO NO
CONSULADO/EMBAIXADA OU QUANDO A PESSOA, MAIOR DE IDADE, VOLTA AO BRASIL E REQUERE A
NACIONALIDADE A QUALQUER TEMPO
A apatridia aumentou muito após a Segunda Guerra Mundial e essa Declaração trouxe a nacionalidade como
um direito humano.
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A alínea c) é a que deu problema, uma vez que o texto original trazia que é brasileiro
quem é filho de brasileiro e foi registrado no consulado brasileiro quando nascido no exterior,
bem como que se não houvesse registro, após a maioridade poderia requerer o registro
quando voltasse a morar no Brasil. Só que acharam muito complexo (ou registro no consulado
ou o registro após voltar morar no Brasil) e a emenda veio e manteve os dois primeiros casos
(alíneas a) e b), somente), alterando a alínea c) e retirando o critério ius sanguinis para filhos
de brasileiros nascidos no estrangeiro, ou seja, não existe a possibilidade de registro no
consulado brasileiro mais, utilizando somente o critérios do ius solis: vir a residir no Brasil +
Optar pela nacionalidade brasileira.
Fizeram a mudança sem pensar e a única forma de corrigir é fazendo uma emenda constitucional
reformadora, a qual possui aqueles requisitos mais rígidos (⅗⅗ em dois turnos nas duas casas), gerando os
chamados brasileirinhos apátridas.
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Os nascidos em:
● Solo pátrio,
● Nas aeronaves militares ou públicas,
● Nos navios de guerra,
● No mar territorial,
● Nas sedes das embaixadas,
● Nas ilhas,
● Nos golfos,
● Nos estreitos,
● Nos canais,
● Nos lagos,
● Nos rios e
● No nosso espaço aéreo brasileiro.
Como exceção ao critério ius solis, pelo critério ius sanguinis, são brasileiros também os filhos de
brasileiros residentes no estrangeiro.
Perda de nacionalidade
No artigo 12, § 4° da Constituição da República são dois os casos de possibilidade de
perda de nacionalidade por um brasileiro: se tiver cancelada a sua naturalização, por sentença
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; ou se adquirir outra nacionalidade
por naturalização voluntária, salvo nos casos de: Reconhecimento de nacionalidade originária
pela lei estrangeira. A imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao Brasileiro
residente no estrangeiro, como condição de permanência em seu território ou para o exercício
de direitos civis. É importante observar, portanto, que o brasileiro nato só terá a possibilidade
de perder a sua nacionalidade nos casos em que ele optar por naturalizar-se com outra
nacionalidade. Se for necessário o brasileiro se naturalizar para exercer cargo ou emprego, ou
para casar-se com estrangeira no país onde reside, ele ficará com dupla nacionalidade. No
caso de alguém perder a nacionalidade brasileira, a pessoa não conseguirá registrar o filho
como brasileiro, uma vez que deixou de ser brasileira.
Assim, entende-se como povo aquele que possui nacionalidade, sendo nato ou naturalizado.
Deste modo, vejamos a tabela a seguir para entender sobre a cumulação e perda de
nacionalidades:
1° 2° TOTAL
Pessoa nascida em BH Brasileira nata que resolve, após Apenas 1 nacionalidade, uma vez
brasileira nata pelo critério do solo, morar em Portugal, ficar e se que a pessoa abriu mão da
conforme art. 12, I, a), não tendo naturalizar lá sem justificativa nacionalidade brasileira. A regra
como ter a nacionalidade pelo Será naturalizada em Portugal, mas é: se você é brasileira pelo solo e
sangue, uma vez que as alíneas perderá a nacionalidade brasileira, se vinculou a outro território,
são sucessivas e se já cumpriu a pois não se pode ter duas você se desvincula do Brasil
letra a), não há o que se falar em nacionalidades de critério de solo
cumprimento da alínea b). sem justificativa
Mesmo caso, brasileiro nato pelo Mudou-se para Portugal e quer se A pessoa fica com as 2
critério do solo. naturalizar com justificativa, sendo nacionalidades, haja vista que a
do país. S erá naturalizada justificativa mantém a
portuguesa e não perderá a nacionalidade brasileira, mesmo
nacionalidade brasileira, por causa que ambas sejam pelo critério do
da justificativa solo.
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Pessoa que nasceu no Japão mas Pessoa foi para Portugal e pediu Como são nacionalidades
de pais brasileiros, sendo brasileira para ser naturalizada. adquiridas por critérios
nata pelo critério do sangue, Será naturalizada pelo critério do diferentes, a pessoa, então, tem 2
conforme o art. 12, I, c) solo. nacionalidades.
Pessoa que é brasileira nata pelo Também é alemã pelo critério do Mantém as 2 nacionalidades.
critério de solo. sangue, sendo alemã nata.
Caso polêmico: Essa pessoa foi para os EUA, A pessoa foi extraditada aos
Caso comum de pessoa que é casou-se e conseguiu sua EUA, mas a sua defesa apontou
brasileira nata pelo critério do solo. naturalização pelo solo. Assim, ela que ela possuía justificativa, só
perdeu a nacionalidade brasileira. que no estado em que ela morava
Porém, ela foi acusada de matar não havia a necessidade de
seu marido e fugiu para o Brasil, naturalizar, era preciso só o
apontando ser brasileira, mas greencard.
determinaram sua extradição, u ma Ela conseguiu uma benesse, em
vez que deixou de ser brasileira. que não seria condenada à pena
Os EUA ainda não cancelaram a de morte, somente 30 anos de
nacionalidade dela e caso os faça, reclusão no máximo, por causa
o Brasil possivelmente devolverá a de um tratado do Brasil com os
nacionalidade brasileira, pois a EUA.
legislação daqui tenta evitar a
apatridia
Pessoa brasileira nata É também alemã nata Mas também é portuguesa Possui 3 nacionalidades
pelo critério do sangue pelo critério do pelo sangue, sendo nata, sem problema algum.
que nasceu no Japão, sangue, porque o pai porque o avô é português.
porque a mãe é brasileira. é alemão.
Nacionalidade x Cidadania
Nacionalidade é vínculo jurídico-político que une a pessoa ao Estado. A cidadania não é
sinônimo de nacionalidade, mas uma decorrência do estado de ser cidadão, ou seja, a
cidadania é o conjunto de direito civis e políticos de que dispõe o indivíduo, podendo, como
conseqüência, desempenhar funções públicas, atividade profissional, votar, ser votado,
participar de partidos políticos, enfim, exercer os atos da vida civil em sua plenitude.
Autonomia da vontade
Tem sua origem no Liberalismo e consiste na faculdade das partes de elegerem a lei a
ser aplicada para solução de conflitos (ex: contratos). A autonomia da vontade sempre foi
reconhecida e respeitada no DIPriv.
No século XVI a autonomia da vontade passou a ser vista como elemento de conexão.
A Lei de Introdução antiga, em seu art. 13, permitia a eleição da lei a ser aplicada em contratos
firmados entre indivíduos de territórios diferentes. A LINDB atual proíbe esse autonomia no
Brasil. Só que a doutrina e a jurisprudência têm aceitado que nos casos de ato pactuado no
exterior com a indicação da lei brasileira a ser aplicada, o ato é válido e plenamente aplicável.
QUALIFICAÇÕES
Art. 9º LINDB. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se
constituírem
Mas como será a interpretação dos institutos inseridos nos tratados internacionais? A
qualificação nos tratados será: 1° - Qualificação contida no próprio tratado; 2° - Em casos de
omissão da qualificação será aplicado o critério lex fori.
No caso não será possível a qualificação lex causae, já que o tratado não virá como
norma interna de um país, mas como um acordo entre Estado diferentes com direitos positivos
distintos. Ou seja, conclui-se que são dois os sistemas de qualificação dos institutos legais: lex
fori e lex causae. O entendimento majoritário é o de adoção do critério lex fori.
Deste modo, segue-se os seguintes questionamentos:
1. Qual o juízo competente? Sendo o Brasil competente
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Art. 14, LINDB: Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do
texto e da vigência.
Art. 376, CPC: A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.”
Caso a prova não seja suficiente compete ao juiz estudar o caso para que encontre a lei
estrangeira adequada. Cabe ressaltar que não há conflito entre o Art. 14 da LINDB e o Art. 376
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do CPC, pois caso o julgador já conheça o direito estrangeiro não há motivo plausível para a
exigência de sua prova.
O modo de prova é DETERMINADO PELA LEX FORI, ou seja, a conclusão é que o
Direito Brasileiro não aceita prova que não adota ou inexiste em seu contexto. Em que são
exemplos de prova de direito estrangeiro: códigos, certidões, revistas, livros, jornais e outras.
Entretanto, a prova testemunhal NÃO TEM VALOR, já que o direito estrangeiro não é matéria
de fato.
Atenção:
Deve-se lembrar que os tratados ratificados pelos países passam a fazer parte do direito positivo interno,
devendo ser observados independente de alegação e prova.
Aplica-se a regra do LOCUS REGIT ACTUM, em que “o lugar determina o ato” ou “a lei
do lugar rege o ato”.
Art. 16. da LINDB – “Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela
feita a outra lei.” > nesse caso se aplicará a lei brasileira.
A devolução é quando o próprio país que a lei brasileira apontou ser competente,
aponta que quem é competente é o Brasil; por fim, a r emissão é qualquer menção genérica
feita sobre a lei de outro país.
Direito adquirido
Um direito é adquirido a partir do momento em que um indivíduo preenche os requisitos
de uma lei para obter de determinado Estado uma vantagem. O Direito Adquirido dos
estrangeiros é um dos objetos do DIPriv., assim como o conflito de leis no espaço.
Todo direito tem origem em uma lei de determinado Estado. Preenchidos os requisitos
dessa lei, e desde que não ofenda a ordem pública, o outro Estado terá que acatá-la em razão
dos tratados internacionais. Aplicação da lei estrangeira é uma obrigação do Estado (não é
cortesia) a aplicação da lei, relacionando com reciprocidade. O reconhecimento do Direito
Adquirido é sempre em função da soberania do Estado.
Exemplo de direito adquirido no estrangeiro e acolhido pelo Brasil: Um casal de franceses se casam na
França e vêm morar definitivamente no Brasil com o visto permanente. O casamento dos dois como não ofendeu a
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ordem local da França, passa a ser acolhido no Brasil para todos os seus efeitos. Para ter efeitos erga omnes basta
que a certidão de casamento seja registrada nos termos do art. 129, inciso 6° da lei 6015/73.
O juiz brasileiro para reconhecer um direito adquirido no estrangeiro no Brasil deverá:
1. Verificar se o instituto alienígena tem similar no Direito Brasileiro. Assim ele qualificará o
referido instituto.
2. Verificar se o instituto não fere a ordem pública brasileira, ferindo e violando nossas
tradições.
Quando não houver o instituto estrangeiro no Direito Brasileiro, considera-se o instituto
desconhecido e diante do instituto desconhecido o juiz recorrerá ao Direito Comparado que
estudará as origens do instituto, costumes, tradições e poderá recorrer até à analogia para
solucionar o caso.
A aplicação direta do direito estrangeiro significa que o juiz aplica instituto estrangeiro
em seu país. Enquanto a aplicação indireta do direito estrangeiro é quando o juiz profere
sentença para que ela seja aplicada em outro país. ATENÇÃO!!!!!! O STJ deve homologar a
sentença para ela ter eficácia no Brasil. (MUDANÇA EMENDA 45!)
● Indireta: A princípio é a aplicação por homologação, porque não foi julgado por juiz
brasileiro, por isso é indireto! Envolvem duas possibilidades, na verdade, sendo a outra
possibilidade q concessão do exequatur, o u seja, realização de diligências por meio de
carta rogatória, a qual é processada pelo STJ, podendo ser regulado pelo direito
brasileiro ou tratado que o Brasil participe, como a facilitação com a União Europeia e
MERCOSUL.
SISTEMAS DE HOMOLOGAÇÃO
Se há a aplicação direta da lei estrangeira não há necessidade de homologação, mas
no caso de aplicação indireta, ou seja, no caso de uma pessoa que precise que uma sentença
estrangeira faça efeito aqui e o juízo daqui não era competente, haverá necessidade de
homologação dessa sentença estrangeira.
● “a) haver sido proferida por juiz competente;...”: O STJ examinará primeiro a
competência do juiz, ou melhor esclarecendo, se a lide não era da competência de juiz
brasileiro. A competência só é exclusiva do Brasil quando: (1) O réu, ao tempo da
decisão, tinha domicílio no Brasil. (2) O caso trate de imóvel localizado em nosso solo.
(3) O caso trate de obrigação a ser cumprida no Brasil. (4) Se a pessoa ao falecer era
domiciliada no Brasil, o inventário deve ser aberto no Brasil.
● “b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia;...”: A
ausência de citação afasta o contraditório e a ampla defesa e a falta do exercício
regular da ampla defesa e do contraditório fulmina o processo com uma nulidade ab
initio (desde o início). A revelia se inclui nesses casos, uma vez que torna verdadeiros
os fatos alegados na inicial (confissão ficta). Requisitos da citação ou da revelia a serem
examinados são aqueles da legislação da sentença exeqüenda, isto é, do país de sua
procedência.
● “c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a
execução no lugar em que foi proferida;...”: A sentença que transita em julgado é
sempre aquela cujos recursos se exauriram. Assim, o trânsito em julgado depende da
publicidade e da exaustão de recursos e todos esses aspectos são examinados à luz da
lei do juiz prolator da referida sentença (exequenda).
● “d) estar traduzida por intérprete autorizado;...”: A tradução só poderá ser feita por
tradutor oficial ou, na sua falta, por pessoa devidamente autorizada pelo relator.
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Esse artigo preconiza a lei do domicílio como critério fundamental do estatuto pessoal,
introduzindo o princípio domiciliar como elemento de conexão para determinar a lei aplicável. O
domicílio elimina o inconveniente da dupla nacionalidade ou da falta de nacionalidade e o
começo e fim da personalidade também remete ao direito do domicílio do indivíduo.
Art. 70 O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo.
O casamento deve ser celebrado de acordo com a solenidade imposta pela lei do local
onde o mesmo se realizou, não importando se a forma ordenada pela lei pessoal dos nubentes
seja diversa. A capacidade matrimonial e direitos de família são regidos pela lei pessoal dos
nubentes, ou seja, a lei do seu domicílio. Um casamento consumado tem efeitos e limitações
que serão submetidos à lei domiciliar. Já os casamentos celebrados no exterior, quando de
acordo com as formalidades legais do Estado onde foi celebrado, serão reconhecidos como
válidos no Brasil, ressalvados os casos de ofensa à ordem pública brasileira e de fraude à lei
nacional, se não se observarem os impedimentos matrimoniais fixados pela lei.
Art. 7º. § 2º. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou
consulares do país de ambos os nubentes.
Estrangeiros poderão contrair casamento fora de seu país = perante o agente consular
ou diplomático de seu país, no consulado ou não. O cônsul estrangeiro é competente para
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realizar casamento somente quando: A lei nacional o atribuir tal competência; Os nubentes
forem co-nacionais e; O cônsul tenha a mesma nacionalidade
Casamento de estrangeiros, domiciliados ou não no Brasil, somente é celebrado
conforme o direito alienígena no que diz respeito à forma do ato, pois seus efeitos materiais
serão apreciados conforme a lei brasileira. Enquanto o casamento de brasileiros residentes no
exterior poderá ser realizado perante autoridade consular brasileira. Entretanto, há a
impossibilidade de um casamento diplomático entre uma brasileira e um estrangeiro ou
apátrida (tem que ter mesma nacionalidade).
No que tange ao traslado de Assento de Casamento, o casamento de brasileiro,
celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros,
deverá ser registrado em 180 dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil,
no respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a
residir.
Decurso do prazo de 180 dias, não impedirá a transcrição do assento e o casamento
celebrado no exterior é um negócio jurídico ao qual a lei brasileira confere valor, sendo o
registro mera condição de oponibilidade a terceiros. Os assentos de casamento de brasileiros
em país estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem
feitos. Apenas para produzir efeitos no país é que serão trasladados.
Art. 7º. § 3º. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a
lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes
domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de
seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao
mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e
dada esta adoção ao competente registro.
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será
reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato,
obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O
Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a
requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças
estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
NÃO EXISTEM MAIS PRAZOS!!!!!!!!!!!!!!
§ 7º. Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e
aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8º. Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência
ou naquele em que se encontre.
BENS
Art. 8º. Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país
em que estiverem situados.
§ 1º. Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que
ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2º. O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a
coisa apenhada
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OBRIGAÇÕES
Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§ 1º. Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será
esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos
do ato.
§ 2º. A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o
proponente.
SUCESSÕES
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto
ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º. A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. NORMA IMPERFEITA!
§ 2º. A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou
aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1º. Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações, relativas a imóveis
situados no Brasil.
§ 2º. A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma
estabelecida pela lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente,
observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto
ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei
brasileira desconheça
Para o Estado todo indivíduo será: Nacional ou Estrangeiro. Sendo que esse Estado
Soberano tem competência exclusiva para: Conceder Nacionalidade a um indivíduo; Permitir
ou negar o ingresso de estrangeiros em seu território; Limitar ou não o tempo de permanência
de estrangeiros em seu território. Cabe ressaltar que a entrada de um estrangeiro no território
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de um Estado gera uma série de deveres do Estado em relação ao estrangeiro, uma vez que
faz com que o estrangeiro tenha que se adequar às normas do Estado em que se encontra.
O Estado deverá garantir os direitos fundamentais do estrangeiro presente em seu
território, mesmo que ele esteja apenas em trânsito entre aeroportos – como o direito à vida,
integridade física etc.
PASSAPORTE
É um documento de identidade emitido por um governo nacional que atesta
formalmente o portador como nacional de um Estado em particular e requisita permissão em
nome do soberano ou do governo emissor para o detentor poder cruzar a fronteira de um país
estrangeiro. Passaportes estão ligados ao direito de proteção legal no exterior e ao retorno do
indivíduo a seu país de origem e têm como elementos comuns (para identificação) a fotografia,
assinatura, data de nascimento, nacionalidade e algumas vezes outras informações coerentes
a seu propósito.
Tipos de Passaportes:
● Passaporte Comum = usados em viagens regulares. ⇒ (azul)
● Passaporte Diplomático = identifica seus membros como representantes diplomáticos
de seu país natal. ⇒ (vermelho)
● Passaporte de Serviço = emitidos ao pessoal técnico e administrativo lotado em
missão diplomática, como uma embaixada ou consulado (não tem tantos privilégios
como o passaporte diplomático). ⇒ (verde)
● Passaporte “laissez-passer” = Para cidadãos de países que não possuem relações
diplomáticas com o Brasil. ⇒ (marrom)
● Passaporte para estrangeiros asilados ou refugiados no país ⇒ (amarelo)
● Passaporte de emergência ⇒ (azul celeste - ONU)
● Passaporte Oficial = emitido por alguns países para servidores civis em viagens com
propósitos oficiais (alguns países usam nesse caso passaportes de serviço).
Necessidade de visto dependerá de acordo entre os países.
● Passaporte Coletivo = Emitido para um grupo de pessoas ser identificado em outro
território. Exemplo: Em uma viagem de escola todas as crianças estarão cobertas pelo
mesmo documento.
Tudo isso vai agilizar a conferência dos dados e facilitar o desembarque do passageiro.
Mudança em 2015
1. Qual a diferença? • O prazo de validade agora é de dez anos -o dobro do anterior, que valia cinco. Tirar
o documento também ficou mais caro: de R$ 156,07 passou para R$ 257,25. A capa ganhou um desenho
com cinco estrelas que representam a constelação do Cruzeiro do Sul.
2. É mais seguro? • Um novo padrão de criptografia foi adotado, o que garante mais segurança aos dados
gravados no chip, segundo a Polícia Federal. Também há novas marcas-d'água nas contracapas, que
mostram o mapa do Brasil sob radiação ultravioleta.
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3. Preciso trocar já? • Não. Só é preciso fazer um novo passaporte na data em que o documento for
expirar (mas há países que exigem o documento com ao menos seis meses de validade).
4. Posso trocar? • Mesmo que não esteja vencido, o passaporte pode ser trocado por qualquer motivo -se
a pessoa quiser um que tenha mais tempo de validade, por exemplo. O antigo será cancelado, e é
preciso pagar a taxa de R$ 257,25.
5. É mais rápido? • A agilidade na hora de tirar o documento não muda. O sistema do site da Polícia
Federal continua o mesmo.
6. E se eu mudar muito? • Se houver mudanças na aparência, como ganho de peso ou troca de corte de
cabelo, não é preciso alterar o passaporte. Mas pode haver problemas com vistos já emitidos ou na
recepção em determinados países.
7. E as crianças? • Somente quem tem mais de 18 anos tem passaporte com validade de dez anos. Para
os menores, a duração varia entre um e quatro anos.
8. Já paguei, e agora? • Desde 6 de julho, todas as pessoas que se dirigirem à Polícia Federal para
renovar o passaporte já receberão o novo documento, independentemente da data em que tiverem pago
a taxa, mesmo se o pagamento tiver sido efetuado sob o valor antigo.
9. Os vistos mudam? • A regra continua a mesma: o passaporte antigo tem todas as páginas canceladas,
exceto aquelas com os vistos ainda vigentes. Nesse caso, é preciso que o viajante carregue consigo na
viagem o passaporte novo e o velho.
10. Tem mais espaço? • A mudança não afetou o número de páginas destinadas a vistos e carimbos.
Apesar de a validade ter sido dobrada, o espaço é o mesmo.
VISTOS
Documento emitido por um Estado que dá permissão ao estrangeiro entrar em seu
território.
Portanto poderá ser negado a qualquer momento pelo Estado emissor sem a
necessidade de uma justificativa. A concessão de vistos faz parte do exercício da soberania
nacional e nenhum Estado poderá ser obrigado a permitir a entrada de um estrangeiro em seu
território, bem como que os vistos não serão obrigatórios, em que por meio de acordos
bilaterais ou através da reciprocidade os Estados poderão dispensar a necessidade de uma
prévia emissão de vistos para nações “amigas”. O Brasil não requer a emissão prévia de vistos
para a maioria dos países da América Latina e da Europa Ocidental (reciprocidade).
Tipos de vistos
O Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80) relaciona os vistos emitidos para entrada em
território nacional. O tipo de visto será emitido de acordo com os objetivos do estrangeiro no
país emissor.
● VISTO DE TURISTA: Concedido a estrangeiro que vem ao país em caráter
recreativo ou simplesmente de visita, sem fim imigratório e sem o objetivo de
exercício de atividade remunerada. No Brasil é dispensada a emissão para países
limítrofes. O prazo de validade depende de Tratado (fixado pelo Ministério das
Relações Exteriores, dentro dos critérios de reciprocidade). Proporciona múltiplas
entradas no país. Entradas não excedentes a 90 dias, podendo ser prorrogado por
mais 90 dias totalizando, no máximo, uma permanência de 180 por ano. O
estrangeiro não poderá permanecer em solo pátrio após exaurido o prazo do
visto. Não poderá exercer, mesmo na vigência do visto, atividade remunerada
sob pena de ser deportado.
● VISTO DE TRÂNSITO: Concedido a estrangeiro que precise passar pelo território
nacional para chegar ao seu país de destino, inclusive com parada no Brasil por no
máximo 10 dias. A passagem rápida por aeroporto em território brasileiro dispensa e
emissão do visto é necessário que haja a parada em território brasileiro a ponto de
que o estrangeiro precise sair do aeroporto para aguardar seu próximo voo. Seu
prazo de validade é de até 10 dias. Requisitos para emissão do visto de trânsito: (1)
Passaporte ou documento equivalente; (2) Certificado internacional de
imunização (quando necessário); (3) Bilhete de viagem para o país de destino
final.
● VISTO TEMPORÁRIO: Não recebe essa denominação em função do tempo que ele
vale, já que se assim fosse só o visto permanente não seria denominado como
temporário.
Art. 13 do Estatuto do Estrangeiro: O visto temporário será concedido a
estrangeiro que pretende vir ao Brasil:
I – Em viagem cultural ou em missão de estudos;
II – Em viagem de negócios;
III – Na condição de artista ou desportista;
IV – Na condição de estudante;
V – Na condição de cientista, professor, técnico ou profissional de outra
categoria sob regime de contrato ou serviço do Governo Brasileiro;
VI – Nas condições de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou
agência noticiosa estrangeira; e
VII – Nas condições de ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de
vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa.
EXCEÇÃO: feita por poucos países que em tratado – (Ex: EUA e Inglaterra). Já o
MERCOSUL tem a tendência a assinar um tratado que permita a extradição de nacionais para
países membros do bloco (Brasil – art. 5° da Constituição da República – proteção do nacional
– cláusula pétrea).
VIII – se o extraditando tiver que responder, no Estado requerente, perante um Tribunal ou Juízo
de Exceção.
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato,
terá preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida
Deportação
É uma forma de exclusão compulsória do estrangeiro que se recusa a sair
voluntariamente do território nacional, por iniciativa das autoridades locais nas hipóteses de
entrada ou estadia irregular no Brasil. O estrangeiro que entrou ou se encontra em situação
irregular no país, será notificado pela Polícia Federal, que lhe concederá um prazo variável
entre um mínimo de três e máximo de 8 dias, conforme o caso, para retirar-se do território
nacional. Se descumprido o prazo, o Departamento de Polícia Federal promoverá a imediata
deportação.
A retirada voluntária é, pois, o elemento que diferencia, fundamentalmente, a
deportação dos outros dois meios de afastamento compulsório, a expulsão e a extradição. A
previsão legal de que ao estrangeiro será dado um prazo para que se retire do país não é
absoluta. Se for conveniente aos interesses nacionais, a deportação será efetivada
independentemente de ser concedido ao estrangeiro o prazo fixado no Decreto 86.715/81
(art.98, 2º).
A deportação não causa empecilho para retorno do estrangeiro ao país que o deportou.
Ele poderá regressar a qualquer momento desde que tenha sua situação regularizada.
A deportação não ocorrerá nas hipóteses em que a extradição não é autorizada no Brasil. Para
regularizar a situação do deportado: – O tesouro nacional deverá ser ressarcido do montante
gasto com a deportação do estrangeiro; – Pagamento de multa (se existente). – Todos os
valores deverão ser corrigidos monetariamente. No que tange ao país de destino, a Lei
6815/80, art. 58, parágrafo único: “A deportação far-se-á para o país de nacionalidade ou de
procedência do estrangeiro, ou para outro que consinta em recebê-lo”. Dá-se direito de opção
ao deportando. Finalmente, assegura o Estatuto do Estrangeiro que não se procederá a
deportação se esta medida implicar em extradição não admitida pela Lei brasileira (art. 63, Lei
6815/80).
Expulsão
É uma forma de retirada do estrangeiro do território nacional que entrou regularmente
no país, mas tornou-se nocivo ao país. José Afonso da Silva define a expulsão como: “um
modo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional por delito ou infração ou atos
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Art. 65 (Lei 6815/80): “É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra
a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a
economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses
nacionais”.
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil;
b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for
determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro
Art. 71 - casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social e a economia
popular, assim como nos casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou de desrespeito à proibição
especialmente prevista em lei para estrangeiro - I NQUÉRITO SUMÁRIO (PRAZO MÁX 15 DIAS)
Art. 75. Não se procederá à expulsão:
I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou
II - quando o estrangeiro tiver:
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que
o casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou
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b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente.
§ 1º. Não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro
supervenientes ao fato que o motivar.
§ 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expulsão
poderá efetivar-se a qualquer tempo.
Banimento
Medida jurídica pela qual um cidadão perde direito à nacionalidade de um país,
passando a ser um apátrida (a não ser que previamente possua dupla cidadania de outro país).
O banimento foi usado com freqüência pela ditadura militar do Brasil para punir dissidentes
políticos e guerrilheiros que cometessem "crimes contra a Segurança Nacional", como
seqüestro de diplomatas estrangeiros e luta armada nas cidades e em áreas rurais. A
constituição brasileira de 1988 proíbe de modo absoluto esta pena de banimento
Entrega
No Tribunal Penal Internacional (Corte Penal Internacional) = Foi estabelecido em 2002
em Haia, capital dos Países Baixos, onde inclusive fica a sede do Tribunal, conforme
estabelece o artigo 3º do Estatuto de Roma, documento aprovado no Brasil pelo Decreto Nº
4.388 de 25 de setembro de 2002. O objetivo do TPI é promover o Direito Internacional, e sua
função é julgar os indivíduos e não os Estados (tarefa do Tribunal Internacional de Justiça). Ele
é competente somente para os crimes mais graves cometidos por indivíduos: (genocídios,
crimes de guerra, crimes contra a humanidade), crimes definidos por diversos acordos
internacionais, principalmente o Estatuto de Roma.
O TPI defende que os os Estados devem colaborar para processar os responsáveis por
esses tipos crimes, MESMOS QUE SEJAM SEUS NACIONAIS
Significa a entrega de indivíduo ao Tribunal Penal Internacional para que ele seja
julgado pelos crimes de competência do Tribunal.
O art. 102 do Estatuto de Roma diferencia a entrega da extradição: "Por entrega, entende-se a
entrega de uma pessoa por um Estado ao Tribunal Penal Internacional, nos termos do presente
Estatuto; por extradição, entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado a outro Estado,
conforme previsto em um tratado, em uma convenção ou no direito interno".
Tem-se a polêmica: é possível a entrega de brasileiros ao TPI pelo Brasil? Sobre isso, a
EC nº 45, de 08 de dezembro de 2004, acrescentou o § 4º ao art. 5º da CR/88, no qual prevê o
Tribunal Penal Internacional, cujo teor é o seguinte: "O Brasil se submete à jurisdição de
Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão". Assim, o entendimento
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majoritário é que sim, é possível a entrega de brasileiros ao TPI pelo Brasil, já que se diferencia
da extradição e já que o Brasil ratificou o Estatuto de Roma.
RESUMO
Requerimento de um Estado para que o
seu nacional que se encontre em outro
EXTRADIÇÃO Estado seja entregue para processamento
e julgamento. OBS: Brasileiros natos
nunca poderão ser extraditados.