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1.2- Conceito
1
Tradução livre do conceito de Antonio Boggiano, in Derecho internacional privado. 2ª ed., Buenos
Aires: Depalma, 1983, t.1, p. X.
2
CORREIA, A. Ferrer. Lições de Direito Internacional Privado, 1ª ed. Coimbra: Almedina, 2000.
Compete ao direito internacional privado disciplinar as relações
decorrentes do direito civil, muito embora saibamos que no ramo do direito
privado incluem-se o direito do trabalho e o direito comercial. Aconteceu que
estes dois últimos ramos ganharam importância significativa nas últimas
décadas, caracterizando-se como disciplinas autônomas em nível internacional.
1ª Relativos à pessoa
O lugar do nascimento
O lugar do falecimento
O lugar da sede da pessoa jurídica
O domicílio
A residência habitual
O lugar onde se encontra
Exemplos:
a) João morre no Brasil, tendo aqui o seu último domicílio. Deixa bens no Brasil
e testamento que contemplam brasileiros como herdeiros. Estamos diante de
uma situação tradicional, a ser regida por normas de direito civil local. Não há
elementos estrangeiros!
1.4.1- Lei
• Acesso à justiça
• Adoção internacional
• Obrigações alimentares
• Reconhecimento de divórcios
As Convenções mais recentes se referem à Competência internacional,
à Lei Aplicável, ao Reconhecimento, Execução e Cooperação em Matéria de
Responsabilidade Parental e de Medidas de Proteção às Crianças (1996), à
Proteção Internacional de Adultos (2000) e a Lei Aplicável acertos direitos
sobre os títulos possuídos por meio de um intermediário, além da Convenção
sobre Foro de Eleição (2005).
1.4.2 - JURISPRUDÊNCIA
1.4.3 - DOUTRINA
1.4.4 - COSTUMES
[...]
[...]
Caso a legislação seja contrária à ordem pública, mesmo que ela seja
aprovada, respeitando todo o trâmite burocrático do processo legislativo, não
terá eficácia na prática, caindo em desuso, como era o caso do adultério antes
de sua revogação expressa.
Kilberg morreu num vôo desta companhia e a família entrou com uma
ação pedindo uma indenização de 150mil dólares, mas a companhia
argumentou que, segundo a lei do local de sua sede, a indenização é de 15mil.
O tribunal de Nova Iorque, local onde foi intentado a ação, disse que “seria
contra a ordem pública de Nova York estabelecer qualquer tipo de limitação à
indenização por morte (norma constitucional).”
Dívida de Jogo
Quanto à dívida de jogo contraída no exterior, em país onde tal débito pode ser
cobrado judicialmente, já tivemos casos onde brasileiros contraíram tal dívida
de jogo no exterior, mas se recusaram a pagar alegando que seria tal cobrança
contrária à ordem pública brasileira a cobrança de tal dívida. Nesse sentido,
vide a Carta Rogatória (CR) n° 10.415, julgada perante o STF em 18/03/2003,
acórdão em que se definiu que a cobrança de dívida de jogo, contraída em
outro país, no qual se permite a “jogatina”, ainda assim deveria ser rechaçado
perante a ordem pública brasileira, motivo pelo qual o STF negou o exaquatur.
Entretanto, tais ocorrências vêm exigindo maior estudo por parte das
autoridades jurisdicionais brasileiras, no sentido de que a dívida foi contraída
em outro país de maneira legal, assim havendo uma obrigação de pagar que,
em tese, seria legítima. Não se estaria discutindo o jogo, mas a obrigação
decorrente. Nesse sentido:
VISTOS
DE TRÂNSITO
Art. 8º - O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro que, para
atingir o país de destino, tenha de entrar em território nacional.
§ 1º O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) dias
improrrogáveis e uma só entrada.
TURISTA
Art. 10. Poderá ser dispensada a exigência de visto, prevista no artigo anterior,
ao turista nacional de país que dispense ao brasileiro idêntico tratamento.
Art. 12. O prazo de validade do visto de turista será de até cinco anos, fixado
pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de reciprocidade, e
proporcionará múltiplas entradas no País, com estadas não excedentes a
noventa dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de cento e
oitenta dias por ano.
TEMPORÁRIO
Art. 13. O visto temporário poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda
vir ao Brasil:
Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos dos incisos II e III do art. 13,
será de até noventa dias; no caso do inciso VII, de até um ano; e nos demais,
salvo o disposto no parágrafo único deste artigo, o correspondente à duração
da missão, do contrato, ou da prestação de serviços, comprovada perante a
autoridade consular, observado o disposto na legislação trabalhista.
PERMANENTE
Art. 17. Para obter visto permanente o estrangeiro deverá satisfazer, além dos
requisitos referidos no artigo 5º, as exigências de caráter especial previstas nas
normas de seleção de imigrantes estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Imigração.
Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada, por prazo
não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de atividade certa e à fixação em
região determinada do território nacional.
4
Francisco Xavier da Silva Guimarães, ex-subsecretário de Estrangeiros do Ministério da Justiça, In:
Revista de Doutrina e Jurisprudência, Brasília, 36(1):9-34,maio /ago 1991.
que haja descumprimento das restrições ou condições impostas ao estrangeiro,
quais sejam, por exemplo: exercer atividade remunerada nos casos em que
esta não é permitida; deslocar-se para regiões além do âmbito estabelecido;
afastar-se do local de entrada no país sem o documento de viagem e o cartão
de entrada e saída devidamente visados pelo Órgão competente; exercer
atividade diversa da que foi solicitada e autorizada em contrato de trabalho;
serviçal, com visto de cortesia, que exerça atividade remunerada para outro
que não seja o titular do visto que o chamou; a mudança de empresa a quem
presta serviço o estrangeiro, sem permissão do Ministério do Trabalho;
estrangeiro em trânsito, estudante ou turista que exerça atividade remunerada,
entre outras. No rigor da lei, a estada irregular do estrangeiro, não se refere
apenas à permanência no território nacional por período superior ao permitido,
mas, sim, a todas as circunstâncias que representam qualquer desrespeito aos
deveres, restrições ou limites impostos ao estrangeiro. Estes e outros casos de
desobediência às normas fixadas em lei, como causa de deportação, estão
previstas no art. 57, parágrafo 1º, da Lei 6815/80.
Expulsão
A expulsão do estrangeiro que se encontre em território brasileiro
está disciplinada na Lei 6815/80, nos artigos 65 a 75 e no Decreto 86.715/81,
art. 100 a 109.
5
Lei 2848, de 07 de dezembro de 1940.
Justiça, cujo art. 338 estabelece: “Reingressar no território nacional o
estrangeiro que dele foi expulso: Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem
prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena”. Somente a
revogação, de competência exclusiva do Presidente da República, permitirá
seu regresso.
6
Incluem-se os casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social e a economia
popular, assim como os casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, bem como o desrespeito a proibição
especialmente prevista me lei para estrangeiros.
afirmar que não será expulso o refugiado que esteja regularmente registrado,
exceto em caso de existirem motivos de segurança nacional ou ordem pública.
E esclarece, no artigo 37 que, em caso de decretar-se a expulsão de um
refugiado, esta não resultará em sua retirada para país onde sua vida,
liberdade ou integridade física possam estar em risco, e apenas será efetivada
quando houver certeza de que o mesmo irá para um país onde não haja riscos
de perseguição.
Extradição
7
CAHALI, Yussef Said, Estatuto do Estrangeiro, Editora Saraiva, 1983, p. 236-237.
8
CARVALHO, Dardeau, A situação Jurídica do Estrangeiro no Brasil. São Paulo, Sugestões Literárias S.A.,
1976, p. 113.
A extradição é o ato pelo qual um Estado faz a entrega, para fins
de ser processado ou para a execução de uma pena, de um indivíduo acusado
ou reconhecido culpável de uma infração cometida fora de seu território, a
outro Estado que o reclama e que é competente para julgá-lo e puni-lo.
III – nos casos em que o Brasil for competente, segundo suas leis,
para julgar o crime imputado ao extraditando;
9
Ministério da Justiça: Guia para Orientação a estrangeiros no Brasil, Departamento de Estrangeiros da
Secretaria de Justiça , Brasília-DF, 1997.
V – no caso em que o extraditando estiver respondendo processo
ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que
se funda o pedido de extradição;
Aspecto que vem sendo mantido com pleno rigor pelo Supremo
Tribunal Federal é a prisão do extraditando ao longo de todo o processo, em
cumprimento ao estabelecido no parágrafo único, do art. 84: “A prisão
perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal, não sendo
admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão-albergue”.
10
SANCHES, Sydney (Ministro Relator): Habeas Corpus 73256/SP – São Paulo, DJ 13-12-1996, pp 50161
Extradição e Refúgio: O Brasil aprovou, em 1997, a Lei 9474, que
define mecanismos para implantação do Estatuto dos Refugiados de 1951 e
determina outras providências. Dispõe tal diploma legal, em capítulo específico
sobre a Extradição que “O reconhecimento da condição de refugiado obstará o
seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que
fundamentaram a concessão de refúgio” (art. 33, Lei 9474/97).