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SUMÁRIO

01. Direito Internacional Privado: conceito e diferença entre o Direito Internacional


Público.................................................................................................................................................................................... 2

02. Regime de Direito e Obrigações e Sucessões na LINDB................................................................ 3

03. Homologação de sentença estrangeira .................................................................................................... 6

04. Nacionalidade............................................................................................................................................................ 8

05. Direito Internacional Público: conceitos gerais ................................................................................... 13

06. Tratados Internacionais ......................................................................................................................................16

07. Missão diplomática............................................................................................................................................... 18

08. Retirada compulsória de estrangeiro ...................................................................................................... 20

09. Domínio Público Internacional ..................................................................................................................... 22

10. Lei 13.445/17................................................................................................................................................................ 24

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso
intensivo para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as
respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno acompanhe as aulas
com a legislação pertinente.
Bons estudos, Equipe CEISC.

Atualizado em dezembro de 2020.

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ROTEIRO DE ESTUDOS – 1ª FASE OAB INTENSIVO
DIREITO INTERNACIONAL
Prof. Mateus Silveira

01. Direito Internacional Privado: conceito e diferença entre o Direito


Internacional Público
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Direito internacional público e direito internacional privado


*Para todos verem: Esquema

3
pressupostos

Manifestação Pacta sun


Soberania
da vontaade servanda

* Para todos verem: Esquema

Direito Os Estados/países/nações se relacionando.


Internacional
Público
Estados x Estados

Estados x Organizações internacionais

Estados x Pessoas (nacionais ou estrangeiras)

Direito Relaçõeos privadas com características internacionais


Internacional
Privado
Não é um direito, mas um sobredireito, pois indica qual direito
será aplicado e não soluciona o litígio.
Elementos de conexão: domicílio, local onde foi celebrado o
contrato, local de contestação...
Exemplos: casamento, contratos...

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02. Regime de Direito e Obrigações e Sucessões na LINDB
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Direito Internacional Privado na LINDB

Personalidade jurídica, capacidade, nome e direito de família

Art. 7º, da LINDB. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre
o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas
ou consulares do país de ambos os nubentes.
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio
a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa
anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de
naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens,
respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros,
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver
sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu
regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já
proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de
brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro
cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua
guarda.
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua
residência ou naquele em que se encontre.

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Situação: João, inglês, casa com Maria, japonesa, em Paris, na França. A primeira
residência do casal é na Noruega e, posteriormente, vão morar no Brasil, onde decidem
se divorciar.
Regime legal de bens: Noruega (primeiro domicílio conjugal).

Bens
→ Imóvel: país onde está situado o bem.
→ Móvel: domicílio do proprietário.

Art. 8º da LINDB. Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,


aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens
moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se
encontre a coisa apenhada.

Obrigações
→ Aplica-se a lei do local onde se constituem.
→ Foro de eleição: somente para indicar o juízo competente.

Art. 9º, da LINDB. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que
se constituirem.
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos
requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o
proponente.

Sucessões
Por morte ou por ausência onde domiciliado o defunto ou desaparecido.

Art. 10, da LINDB. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos
bens.

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§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

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03. Homologação de sentença estrangeira
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Homologação de sentença estrangeira


* Para todos verem: Esquema

Sentença estrangeira Sentença internacional


• Advinda de um tribunal que não é • Advinda de tribunal internacional,
nacional em que o Brasil aceita jurisdição
• Ex: Tribunal chileno • Ex: Corte Internacional de Justiça,
Tribunal Penal Internacional, Corte
Interamericana de Direitos
Humanos

→ Competência

Art. 105, da Constituição Federal. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I - processar e julgar, originariamente:
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias;

 Exequator: força executiva à decisão.

→ Requisitos

Art. 15, da LINDB. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que
reuna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a
execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;

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→ Processamento

Art. 960, do Código de Processo Civil. A homologação de decisão estrangeira será


requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial
em sentido contrário prevista em tratado.
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:
I - ser proferida por autoridade competente;
II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III - ser eficaz no país em que foi proferida;
IV - não ofender a coisa julgada brasileira;
V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em
tratado;
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública.
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os
pressupostos previstos no caput deste artigo e no art. 962, § 2º .

→ Cumprimento

Art. 109, da Constituição Federal. Aos juízes federais compete processar e julgar:
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

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04. Nacionalidade
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Nacionalidade
* Para todos verem: Esquema

Nacionalidade

Nacionalidade Nacionalidade
originária derivada

Brasileiro
Brasileiro nato
naturalizado

Adquirir
Jus soli Jus sanguini nacionalidade
brasileira

Art. 12, da Constituição Federal. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira;

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a) Jus solis:
 Nasceu no brasil, brasileiro é.
→ Exceção: filho de estrangeiros, os quais um deles esteja a serviço de seu país no
Brasil.

b) Jus sanguinis:
 Nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe brasileiro, desde que um deles esteja
a serviço do Brasil.

c) Jus sanguinis:
 Nascidos no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição pública competente.
 Nascidos no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, que venham a
residir na República Federativa do Brasil, depois de atingida a maioridade, a
qualquer tempo e requeiram a nacionalidade brasileira.

Art. 12, da Constituição Federal. São brasileiros:


II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

 Lei n. 13445/17.
* Para todos verem: Esquema

Naturalização

Ordinária Extraordinária Especial Provisória

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→ Naturalização ordinária

Art. 65, da Lei 13445/17. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher
as seguintes condições:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos;
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e
IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.

→ Redução de prazo

Art. 66, da Lei 13445/17. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será
reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das
seguintes condições:
II - ter filho brasileiro;
III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de
fato no momento de concessão da naturalização;
V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística.
Parágrafo único. O preenchimento das condições previstas nos incisos V e VI do caput
será avaliado na forma disposta em regulamento.

→ Naturalização extraordinária

Art. 67, da Lei 13445/17. A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de


qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira.

→ Naturalização especial

Art. 68, da Lei 13445/17. A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro
que se encontre em uma das seguintes situações:
I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço
Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior;
ou

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II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do
Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.

→ Portugueses equiparados a brasileiros

Art. 12, § 1º, da Constituição Federal. Aos portugueses com residência permanente no
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

 Em regra, brasileiros natos e naturalizados são iguais, no entanto, pode haver


distinções criadas pela própria Constituição Federal.

→ Exceções

Art. 5º, LI, da Constituição Federal. nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;

Art. 12, § 3º, da Constituição Federal. São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Art. 12, da Constituição Federal. § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do


brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional;

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Art. 89, da Constituição Federal. O Conselho da República é órgão superior de consulta
do Presidente da República, e dele participam:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

Art. 222, da Constituição Federal. A propriedade de empresa jornalística e de


radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados
há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sede no País.

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05. Direito Internacional Público: conceitos gerais
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Direito Internacional Público


→ Características
* Para todos verem: Esquema

Inexistência de uma autoridade superior: igualdade soberana

Falta de coercibilidade para o cumprimento dos regramentos estabelecidos

Sistema de sanções frágeis

Descentralização das decisões

Dever de respeito à soberania do estados

→ Pressupostos
* Para todos verem: Esquema

Soberania

Pacta sunt Manifestação


servanda da vontade

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→ Fontes
* Para todos verem: Esquema

Acordos

Primárias Costumes

Princípios gerais do
direito
Fontes

Doutrina

Secundárias
Jurisprudência da
Corte Internacional
de Justiça

→ População
É o conjunto de habitantes que mantêm ligação estável com um determinado Estado,
por meio de um vínculo jurídico, o vínculo de nacionalidade. Inclui os nacionais
residentes dentro e fora do território. Não inclui os estrangeiros residentes no território
do Estado.

→ Nacionalidade
É o vínculo jurídico-político de fidelidade entre estado e o indivíduo, atribuído pelo
Estado, no exercício do seu poder soberano.

→ Território
É o espaço onde se exerce soberania estatal. Determina os limites do exercício do poder
do estado.

→ Limite
Não se confunde com fronteira. Limite é um ponto que determina com certa precisão
até onde vai o território do Estado. Fronteira é uma região em torno do limite territorial,
sobre o qual o Estado tem interesse de zelar para garantir a segurança nacional.

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→ Personalidade jurídica de direito internacional público
A aptidão que alguém tem de contrair direitos e deveres na esfera internacional.
 Estados, Organismos Internacionais, Pessoas naturais

→ Reconhecimento de Estado
População permanente, território determinado, governo e soberania.
Ato discricionário, unilateral, irrevogável e incondicional.

→ Reconhecimento de Governo:
Efetividade, cumprimento das obrigações internacionais, constituição própria,
democrático.
* Para todos verem: Esquema

Chefe de Estado Chefe de Governo


• Representa a soberania • Governa a União.
• Goza de imunidade
plena.

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06.Tratados Internacionais
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Tratados Internacionais
→ Competência

Art. 84, da Constituição Federal. Compete privativamente ao Presidente da República:


VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes
diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional;

→ Requisitos
* Para todos verem: Esquema

Capacidade das partes

Habilidade do agente signatário

Consentimento Mútuo

Objeto lícito e possível

→ Plenipotenciário
Pessoa escolhida pelo Presidente da República com a incumbência de celebrar
determinado acordo.

→ Incorporação dos tratados ao sistema legal brasileiro


* Para todos verem: Esquema

Não aprovado pelo


Presidente da República
Apresenta o Tratado ao Análise do Congresso Congresso
ou representante assina
Congresso Nacional Nacional
o tratado Nacional: Brasil
não participa do
tratado.

Aprovado pelo
Presidente da República
Congresso Nacional,
emite um decreto Presidente da República
emite um decreto
promulgado e emite carta de
legislativo autorizando o
publicando o tratado Ratificação
Presidente da República
internamente
a ratificar o tratado

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Art. 49, da Constituição Federal. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

→ Hierarquia das normas no Brasil


* Para todos verem: Esquema

Constituição Federal
Tratados de Direitos Humanos com
força de E.C.

Tratados de Direitos Humanos com


força supralegal

Leis
Tratados de Direito Internacional que
não versma sobre Direitos Humanos

Demais normas

→ Tratados de Direitos Humanos com força de Emenda Constitucional no Brasil


 Convenção das pessoas com deficiência - Decreto n. 6949/09
 Tratado de Marraqueche – Decreto n. 9.522/18

→ Reserva
Declaração unilateral que o país faz em relação uma parte do tratado.

→ Denúncia
Quando o país não quer mais fazer parte do tratado.

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07. Missão diplomática
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Missão diplomática
* Para todos verem: Esquema

Embaixada

Permanente

Consulado

Delegação do
Brasil no
exterior Eventos

Temporária Reuniões

Encontros

Agentes diplomáticos
Os agentes diplomáticos gozam de isenção de impostos e taxas no estrangeiro.

→ Diplomatas
Todos os que trabalham no serviço exterior brasileiro.
São servidores públicos brasileiros

→ Cônsul
Desenvolve atividades comerciais, administrativas e notariais

→ Privilégios e imunidades
* Para todos verem: Esquema

Inviolabilidade

Imunidade de jurisdição civil, administrativa e fiscal

Isenção fiscal

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Locais de missão diplomática
Locais de missão diplomática são invioláveis.
Bens da embaixada são invioláveis, portanto, impenhoráveis.
Só não serão invioláveis se forem bens que não sejam indispensáveis para a embaixada.
Residência particular dos agentes diplomáticos também é inviolável.
Embaixada do Brasil em outro Estado é território daquele país.

→ Consulado
É repartição pública do Brasil no exterior

 Carta patente: documento que representa a investidura do agente consular.


 Direito de legação: direito de receber e enviar embaixadores de outros Estados.

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08. Retirada compulsória de estrangeiro
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Retirada compulsória de estrangeiro


* Para todos verem: Esquema

Formas

Extradição Deportação Expulsão Entrega

Julgamento
Situação Crime
Procedimento pelo Tribunal
Processo Penal migratória cometido no
administrativo Penal
irregular Brasil
Internacional

Art. 5, § 4º, da Constituição Federal. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal


Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

Extradição:

Art. 81, da Lei 13.445/17. A extradição é a medida de cooperação internacional entre o


Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa
sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo
penal em curso.

→ Ativa
Outro país envia ao Brasil brasileiro que cometeu crime em seu país.
→ Passiva
Brasil envia o estrangeiro que cometeu o crime no exterior ao país que solicitou.

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Art. 5º, da Constituição Federal. LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Deportação

Art. 50, da Lei 13.445/17. A deportação é medida decorrente de procedimento


administrativo que consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontre em
situação migratória irregular em território nacional.

Expulsão

Art. 54, da Lei 13.445/17. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada


compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o
impedimento de reingresso por prazo determinado.

Apátrida

Art. 1º, VI, da Lei 13.445/17 - apátrida: pessoa que não seja considerada como nacional
por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o
Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de
2002 , ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.

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09.Domínio Público Internacional
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Domínio Público Internacional


* Para todos verem: Esquema

Território 12 milhas marítimas


brasileiro

Zona 24 milhas marítimas


contígua Não é mais território brasileiro
Pode aplicar leis para proteger território e soberania

Plataforma 200 milhas marítimas


continental
Fundo do mar

Zona 200 milhas marítimas


econômica Não é território brasileiro
exclusiva Brasil é o único que pode explocar economica e cinetíficamente

Mar territorial

Art. 1º, da Lei 8.617/93. O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas
marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e
insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas
oficialmente no Brasil.

Zona contígua

Art. 4º, da Lei 8.617/93. A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende
das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que
servem para medir a largura do mar territorial.

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Zona econômica exclusiva

Art. 6º, da Lei 8.617/93. A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa
que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de
base que servem para medir a largura do mar territorial.

Plataforma Continental

Art. 11, da Lei 8.617/93. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o


subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a
extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da
margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de
base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo
exterior da margem continental não atinja essa distância.

 Passou da Zona Econômica Exclusiva é alto-mar.

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10. Lei 13.445/17
Prof. Mateus Silveira

@professormateussilveira

Lei 13.445/17
 Lei da migração.
 Essa lei revogou o estatuto do estrangeiro.

Conceitos
* Para todos verem: esquema

Imigrante Pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside


e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil.

Emigrante Brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no


exterior

Residente Pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva a sua


residência habitual em município fronteiriço vizinho.
fronteiriço

Visitante Pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para
estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer
temporária ou definitivamente no território nacional.

Apátrida Pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum
Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção
sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo
Decreto n. 4.246/02, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.

Reconhecimento de apátrida
Modo ou forma de classificar indivíduos que não possuem nacionalidade.
Art. 26 da Lei 13.445/17. Regulamento disporá sobre instituto protetivo especial do apátrida,
consolidado em processo simplificado de naturalização.
§ 1º O processo de que trata o caput será iniciado tão logo seja reconhecida a situação de apatridia.

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§ 2º Durante a tramitação do processo de reconhecimento da condição de apátrida, incidem
todas as garantias e mecanismos protetivos e de facilitação da inclusão social relativos à
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de
maio de 2002 , à Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, promulgada pelo Decreto nº
50.215, de 28 de janeiro de 1961 , e à Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 .
§ 3º Aplicam-se ao apátrida residente todos os direitos atribuídos ao migrante relacionados no
art. 4º.
§ 4º O reconhecimento da condição de apátrida assegura os direitos e garantias previstos na
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de
maio de 2002 , bem como outros direitos e garantias reconhecidos pelo Brasil.
§ 5º O processo de reconhecimento da condição de apátrida tem como objetivo verificar se o
solicitante é considerado nacional pela legislação de algum Estado e poderá considerar
informações, documentos e declarações prestadas pelo próprio solicitante e por órgãos e
organismos nacionais e internacionais.
§ 6º Reconhecida a condição de apátrida, nos termos do inciso VI do § 1º do art. 1º, o solicitante
será consultado sobre o desejo de adquirir a nacionalidade brasileira.
§ 7º Caso o apátrida opte pela naturalização, a decisão sobre o reconhecimento será encaminhada
ao órgão competente do Poder Executivo para publicação dos atos necessários à efetivação da
naturalização no prazo de 30 (trinta) dias, observado o art. 65.
§ 8º O apátrida reconhecido que não opte pela naturalização imediata terá a autorização de
residência outorgada em caráter definitivo.
§ 9º Caberá recurso contra decisão negativa de reconhecimento da condição de apátrida.
§ 10. Subsistindo a denegação do reconhecimento da condição de apátrida, é vedada a devolução
do indivíduo para país onde sua vida, integridade pessoal ou liberdade estejam em risco.

Princípios e diretrizes da política migratória do Brasil


Art. 3º da Lei 13.445/17. A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e
diretrizes:
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos;
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação;
III - não criminalização da migração;
IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos procedimentos pelos quais a pessoa foi
admitida em território nacional;
V - promoção de entrada regular e de regularização documental;
VI - acolhida humanitária;

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VII - desenvolvimento econômico, turístico, social, cultural, esportivo, científico e tecnológico do
Brasil;
VIII - garantia do direito à reunião familiar;
IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares;
X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante por meio de políticas públicas;
XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios sociais, bens públicos,
educação, assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade
social;
XII - promoção e difusão de direitos, liberdades, garantias e obrigações do migrante;
XIII - diálogo social na formulação, na execução e na avaliação de políticas migratórias e promoção
da participação cidadã do migrante;
XIV - fortalecimento da integração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, mediante constituição de espaços de cidadania e de livre circulação de pessoas;
XV - cooperação internacional com Estados de origem, de trânsito e de destino de movimentos
migratórios, a fim de garantir efetiva proteção aos direitos humanos do migrante;
XVI - integração e desenvolvimento das regiões de fronteira e articulação de políticas públicas
regionais capazes de garantir efetividade aos direitos do residente fronteiriço;
XVII - proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do adolescente migrante;
XVIII - observância ao disposto em tratado;
XIX - proteção ao brasileiro no exterior;
XX - migração e desenvolvimento humano no local de origem, como direitos inalienáveis de todas
as pessoas;

XXI - promoção do reconhecimento acadêmico e do exercício profissional no Brasil, nos termos


da lei; e
XXII - repúdio a práticas de expulsão ou de deportação coletivas.

Igualdade com os nacionais


Art. 4º, da Lei 13.445/17. Ao migrante é garantida no território nacional, em condição de
igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, bem como são assegurados:
I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos;
II - direito à liberdade de circulação em território nacional;

III - direito à reunião familiar do migrante com seu cônjuge ou companheiro e seus filhos,
familiares e dependentes;

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IV - medidas de proteção a vítimas e testemunhas de crimes e de violações de direitos;
V - direito de transferir recursos decorrentes de sua renda e economias pessoais a outro país,
observada a legislação aplicável;
VI - direito de reunião para fins pacíficos;
VII - direito de associação, inclusive sindical, para fins lícitos;
VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social, nos termos
da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória;
IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
X - direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da condição
migratória;
XI - garantia de cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de aplicação das
normas de proteção ao trabalhador, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição
migratória;
XII - isenção das taxas de que trata esta Lei, mediante declaração de hipossuficiência econômica,
na forma de regulamento;
XIII - direito de acesso à informação e garantia de confidencialidade quanto aos dados pessoais
do migrante, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 ;
XIV - direito a abertura de conta bancária;
XV - direito de sair, de permanecer e de reingressar em território nacional, mesmo enquanto
pendente pedido de autorização de residência, de prorrogação de estada ou de transformação
de visto em autorização de residência; e
XVI - direito do imigrante de ser informado sobre as garantias que lhe são asseguradas para fins
de regularização migratória.

Documentos da viagem

Art. 5º da Lei 13.445/17. São documentos de viagem:


I - passaporte;
II - laissez-passer ;
III - autorização de retorno;
IV - salvo-conduto;
V - carteira de identidade de marítimo;
VI - carteira de matrícula consular;
VII - documento de identidade civil ou documento estrangeiro equivalente, quando
admitidos em tratado;

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VIII - certificado de membro de tripulação de transporte aéreo; e
IX - outros que vierem a ser reconhecidos pelo Estado brasileiro em regulamento.

Visto

Art. 6º da Lei 13.445/17. O visto é o documento que dá a seu titular expectativa de


ingresso em território nacional.
Art. 7º O visto será concedido por embaixadas, consulados-gerais, consulados, vice-
consulados e, quando habilitados pelo órgão competente do Poder Executivo, por
escritórios comerciais e de representação do Brasil no exterior.
* Para todos verem: esquema

Visita Temporário

• Sem interesse em se • Interesse em estabelecer


estabelecer residência no residência temporária no
Brasil Brasil

Reunião familiar

Art. 37 da Lei 13.445/17. O visto ou a autorização de residência para fins de reunião


familiar será concedido ao imigrante:
I - cônjuge ou companheiro, sem discriminação alguma;
II - filho de imigrante beneficiário de autorização de residência, ou que tenha filho
brasileiro ou imigrante beneficiário de autorização de residência;
III - ascendente, descendente até o segundo grau ou irmão de brasileiro ou de imigrante
beneficiário de autorização de residência; ou
IV - que tenha brasileiro sob sua tutela ou guarda.

Entrada e saída do território nacional

Art. 38 da Lei 13.445/17. As funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteira


serão realizadas pela Polícia Federal nos pontos de entrada e de saída do território
nacional.

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Parágrafo único. É dispensável a fiscalização de passageiro, tripulante e estafe de navio
em passagem inocente, exceto quando houver necessidade de descida de pessoa a terra
ou de subida a bordo do navio.

Impedimento de ingresso

Art. 45 da Lei 13.445/17. Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista
individual e mediante ato fundamentado, a pessoa:
I - anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da expulsão vigorarem;
II - condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por crime de
genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos
termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998,
promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 ;
III - condenada ou respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de
extradição segundo a lei brasileira;
IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial ou por
compromisso assumido pelo Brasil perante organismo internacional;
V - que apresente documento de viagem que:
a) não seja válido para o Brasil;
b) esteja com o prazo de validade vencido; ou
c) esteja com rasura ou indício de falsificação;
VI - que não apresente documento de viagem ou documento de identidade, quando
admitido;
VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o visto ou com o motivo alegado para
a isenção de visto;
VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado documentação ou prestado informação
falsa por ocasião da solicitação de visto; ou
IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na
Constituição Federal.
Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar no País por motivo de raça,
religião, nacionalidade, pertinência a grupo social ou opinião política.

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Asilado

Art. 27 da Lei 13.445/17. O asilo político, que constitui ato discricionário do Estado,
poderá ser diplomático ou territorial e será outorgado como instrumento de proteção à
pessoa.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre as condições para a concessão e a
manutenção de asilo.
Art. 28. Não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime contra
a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma
do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de
setembro de 2002 .
Art. 29. A saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo.

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