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→ Artigos importantes:
É o conjunto de princípios e normas, positivas e costumeiras, § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
representativa dos direitos e deveres aplicáveis no âmbito da brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades
sociedade internacional. da celebração.
Os elementos de conexão são regras determinadas pelo LINDB 9°. Para qualificar e reger as OBRIGAÇÕES, aplicar-se-á a lei
direito internacional privado que apontam o direito aplicável do país em que se constituirem.
a uma ou várias situações jurídicas unidas a mais de um
sistema legal. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e
dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
São, entre outros: nacionalidade, domicílio e a residência peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos
habitual da pessoa física, lex rei sitae (lei do local da situação do ato.
da coisa), lex coci delicti commissi (lei do lugar onde foi
cometido o ato ilícito), lex fori (lugar do foro), e lex loci actus § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no
(lei do lugar da ação ou obrigação). lugar em que residir o proponente. (Regra aplicada para ausentes)
Questões que norteiam o Direito Internacional Privado: → Competência do Brasil e de outros países:
I. O Brasil é competente para analisar e julgar o Em regra, quem solucionar primeiro resolverá a discussão.
problema?
II. Qual norma é aplicada para solucionar o problema? Para saber SE a autoridade judicial brasileira é competente para
analisar a demanda, é norma processual (está entre o artigo 21 e
25 do CPC).
Para saber COMO a autoridade brasileira resolve a demanda: é a § 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência
LINDB que deve ser analisada. internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
CPC 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e § 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º .
julgar as ações em que: Exemplos:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado 1. Questão de direito de família (casamento):
no Brasil;
João é inglês e Maria é japonesa. João mora na Austrália,
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; Maria mora em Dubai. Ambos trabalhavam em uma empresa
de aviação. João e Maria se conheceram em Paris, namoraram
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. e se casaram em Paris/França. Depois do casamento, passam
a morar juntos em Lisboa/Portugal, onde viveram durante 10
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se anos. Decorrido esse tempo, mudaram-se para o Brasil, Rio de
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver Janeiro. Tiveram 02 filhos portugueses e 01 filho brasileiro.
agência, filial ou sucursal. Hoje, desejam o divórcio.
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor b) Qual é o regime de bens de João e Maria, uma vez que
tiver domicílio ou residência no Brasil; não foi feito pacto antenupcial?
LINDB 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do § 2º A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em
país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de
que seja a natureza e a situação dos bens. Justiça.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será § 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja disposições deste Capítulo.
mais favorável a lei pessoal do de cujus. A carta rogatória só pode ser cumprida no Brasil após ser concedida
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a a exequatur (homologação pelo STJ).
capacidade para suceder. CPC 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil
após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão
do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido
contrário de lei ou tratado.
LINDB 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro
rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de § 1º É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem
produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a como a decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza
lei brasileira desconheça. jurisdicional.
LINDB 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz § 2º A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.
exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
§ 3º A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de
urgência e realizar atos de execução provisória no processo de
Houve uma Convenção sobre Produção de Provas no Estrangeiro homologação de decisão estrangeira.
em matéria civil e comercial.
§ 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de
Nessa convenção, o Brasil não autorizou a OBTENÇÃO DE execução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de
PROVAS POR REPRESENTANTES DIPLOMÁTICOS, reciprocidade apresentada à autoridade brasileira.
AGENTES CONSULARES OU COMISSÁRIOS, pois não aceito estes
elementos previstos no tratado internacional. § 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos
no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior
Tribunal de Justiça.
Quem homologa é o STJ, mas quem cumpre a decisão homolada Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão
pelo STJ é o STF. do exequatur à carta rogatória.
LINDB 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no → O CUMPRIMENTO da decisão estrangeira será feito na
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: Justiça FEDERAL:
a) haver sido proferida por juiz competente; CPC 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o
juízo federal competente, a requerimento da parte, conforme as
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à
normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional.
revelia;
§O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades
da decisão homologatória ou do exequatur , conforme o caso.
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
Atos unilaterais de um país não fazem fonte de direito
internacional. Ex.: decisão do STF não vincula outros países, por
exemplo.
→ Território:
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus São a própria representação da nação no Estado estrangeiro ou no
representantes diplomáticos; organismo internacional, são responsáveis pela representação
política. Os prédios das embaixadas são invioláveis.
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a
referendo do Congresso Nacional; → Direito e legação:
2. O tratado então será apresentado ao Congresso Nacional Consiste na prerrogativa dos Estados de enviar (ativa) e receber
para análise e referendo. (passiva) agentes diplomáticos (embaixadores) de outros estados.
3. O CN analisará o tratado.
a. Poderá não aprovar o tratado e, com isso, o → Agentes consulares:
mesmo não será válido no Brasil.
São funcionários públicos enviados pelo Estado para a proteção de
b. Poderá aprovar o tratado e com isso haverá o
seus interesses e de seus nacionais.
4° passo.
4. Aprovado o tratado, o CN irá editar um decreto legislativo → Consulados:
autorizando o presidente da república a ratificar o
tratado referendado. São repartições públicas estabelecidas pelos Estados em portos ou
5. O Presidente da República emitirá uma carta de cidades de outros Estados. São responsáveis pela representação
ratificação para o depositário do tratado e emitirá um comercial, administrativa e a de caráter notarial.
decreto para ser publicado internamente o tratado no
• Espécies de cônsul:
Brasil.
Honorário: eleito entre os nacionais do país onde está o consulado.
Apenas a partir da publicação é que o tratado terá força de lei no
brasil. De carreira: funcionário público do país que o consulado
representa.
→ Hierarquias dos tratados incorporados à legislação
brasileira: → Embaixador:
I. CF e Tratados de DH com força de Emenda É uma função ocupada e não uma classe de carreira diplomática, o
Constitucional. último nível da carreira diplomática é ministro de primeira classe.
Terá força de emenda à constituição se for
incorporado pelo processo legislativo da CF 5°, → Proteções aos diplomatas:
§3°. Os locais da missão diplomática não podem ser violados;
Há 02 tratados com força de emenda: O agente diplomático goza de isenção de impostos e taxas,
- Convenção sobre direito das pessoas com havendo exceções a esse respeito.
deficiência. Os bens da embaixada são invioláveis e não podem ser objetos de
- Tratado de Marraqueche. penhora.
I. Originária: adquirida com o nascimento; IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos
Pode ser adquirida por 2 critérios: termos da lei.
a. Jus soli: nasceu no território do país. Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65
b. Jus sanguinis: por filiação; tem o sangue de será reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando
nacional do país. preencher quaisquer das seguintes condições:
No Brasil, a regra o jus soli. Porém, há exceções: I - (VETADO);
CF 12. São brasileiros: II - ter filho brasileiro;
I - natos: III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que separado legalmente ou de fato no momento de concessão da
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a naturalização;
serviço de seu país; IV - (VETADO);
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
República Federativa do Brasil;
c) Nacionalidade potestativa: os nascidos no estrangeiro de VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou
pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam artística.
registrados em repartição brasileira competente ou Parágrafo único. O preenchimento das condições previstas nos
venham a residir na República Federativa do Brasil e incisos V e VI do caput será avaliado na forma disposta em
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a regulamento.
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Art. 68. A naturalização especial poderá ser concedida ao
Quem nasce no Brasil, brasileiro é. estrangeiro que se encontre em uma das seguintes situações:
Exceção: filho de um casal de estrangeiros e um desses estrangeiros I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de
precisa estar a serviço de seu país no Brasil. Ou seja, um dos pais integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa
estrangeiros precisa estar a serviço do Consulado ou da embaixada a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou
da China no Brasil. Nesse caso, o filho não será brasileiro nato.
II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em
Atenção! repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos
Nascidos entre 1994 a 2007: pais de filhos nascidos nesse ininterruptos.
período podem registrar seus filhos a qualquer tempo. Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização especial:
EC n° 54, art. 95. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
de 1994 e a data da promulgação desta Emenda Constitucional,
filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições
em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou do naturalizando; e
em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do
Brasil." III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos
termos da lei.
II. Derivada ou secundária: adquirida por vontade
posterior Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao
a. Pode se dar por casamento, trabalho ou migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em
residência. território nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade e
deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal.
Lei 13.445/2017.
Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida
Art. 64. A naturalização pode ser: em definitiva se o naturalizando expressamente assim o requerer
no prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade
I - ordinária;
→ Efeitos da naturalização:
II - extraordinária;
A naturalização começará a valer quando for publicada no diário
III – especial (é para aquele que NÃO mora no Brasil); ou oficial.
IV - provisória.
Obs.: brasileiros natos e naturalizados são tratados igualmente, só
Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que a lei poderá diferenciá-los.
preencher as seguintes condições: