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Considere que,
Reenvio por transmissão de competências, 17º nº1, o 17ºnº2 não está verificado
Resposta: OJ russo
António e Berta, ambos com 14 anos, nacionais do lesoto, casaram civilmente no congo, há cerca
de um ano, onde residiam. Depois do casamento decidiram imigrar para Portugal, onde agora
residem e querem ver reconhecido o seu casamento. Admita que, tanto no lesoto como no congo
o casamento é valido e eficaz.
Quid iuris?
Resposta: a primeira coisa a fazer é saber se estamos perante um caso de direito internacional ou
privado porque teremos de decidir que direito aplicar.
Temos uma relação jurídica com carater privado? Sim, casamento. Internacional ou não? Relação
jurídica transfronteiriça.
Elementos da relação jurídica:
- Sujeitos A e B
- Nacionalidade – ordenamento jurídico do lesoto
- Residência habitual – ordenamento jurídico do congo
Neste caso concreto a residência habitual é o congo, mas a residência atual é Portugal.
Facto, casamento, ordenamento jurídico do congo.
Estes elementos dizem-nos que estamos perante o âmbito do direito internacional porque temos
vários ordenamentos.
É o lugar onde a questão foi submetida, Portugal, tem contacto com os elementos da relação jurídica.
Se eles não vivessem cá seria uma questão absolutamente internacional, como vivem cá em Portugal
tem contacto com a relação jurídica logo não é absolutamente internacional.
Se nós somos a lex fori, ou seja, somos o ordenamento onde a questão está a ser verificada será
utilizado as nossas normas de conflito. O CC tem o sistema de DIP no artigo 14º. Normas de conflito,
artigo 25º.
Temos de analisar a questão da idade, temos de saber qual é o direito material utilizado se é valido
ou não, temos de ver se a idade, 14 anos, é valido ou não, se têm capacidade para casar.
Temos de ir para as normas de conflitos, para o direito da família e verificar se existe uma norma de
conflito que se adequa, neste caso o artigo 49º.
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Direito Internacional Privado
Nos termos deste artigo a lei mais adequada é a lei pessoal, 25º e 31º nº1, a lei da nacionalidade, se
tivessem nacionalidades diferentes teriam de fazer uma para cada um.
Quem vai dizer qual a lei competente, que é a lei da nacionalidade, é o ordenamento jurídico do
lesoto. Isto significa que é o direito do lesoto que vai resolver a questão, ou seja, estamos a perguntar
ao lesoto se o casamento é valido ou não, ou o lesoto dizer qual a lei competente para verificar se
este casamento é valido ou não.
A regra em Portugal é artigo 16º cc. Portugal está a fazer referências materiais, não deixa que o
ordenamento jurídico estrangeiro use o seu ordenamento jurídico. Significa que temos várias
soluções mediante o ordenamento jurídico utilizado.
Nesta situação o casamento não é válido, 22º pois é uma violação do princípio da proteção da
infância a que Portugal está vinculado. Nesta situação Portugal aplicaria a lei internacional do lesoto.
mas há situações que em que a aplicação do direito internacional estrangeiro é violada.
Alberta, portuguesa, casou em paris com sancho, espanhol, sob o regime de comunhão de
adquiridos. Anos mais tarde mudou-se para Bruxelas e aí sancho comete adultério.Alberta,
tendo conhecimento da traição, deixa o marido e regressa a Portugal onde propõe contra
sancho ação de divorcio. Admita que o ordenamento jurídico francês e espanhol consideram
competente para regular esta matéria a lei da nacionalidade do cônjuge que alega a violação
dos deveres e, por sua vez, o ordenamento jurídico belga considera competente a lei da
residência humana no momento da celebração do casamento. Quid iuris?
Resposta: estamos perante direito privado, temos uma ação de divorcio. Ato que vai cessar os
efeitos jurídicos de um contrato anterior. Negócio jurídico de carater pessoal – sujeitos.
Alberta e sancho, conexões nacionalidade alberta portuguesa com residência habitual em frança
com ordenamento jurídico francês e depois mudaram-se para a bélgica e onde vive atualmente.
Sancho é espanhol com residência habitual em frança e depois mudou-se para a bélgica.
O facto está presente no ordenamento jurídico francês em que o dever conjugal foi violado na
bélgica. Temos uma relação jurídica privada internacional em que os elementos estão dispersos
em mais que um ordenamento jurídico em que um dos ordenamentos jurídicos é Portugal, ou
seja, a relação jurídica é internacional. Portugal é L1 porque Portugal é lex fori.
Se a ação está pendente dos tribunais português temos de saber qual a lei competente para
regular o divorcio internacional. Temos de ir ao cc, artigo 55º com remissão para o artigo 52º em
que se aplica a lei nacional comum dos cônjuges em que não temos porque sancho é espanhol.
Assim é aplicável a lei da residência habitual comum que neste caso, necessário saber na conexão
movel, a residência, temos de saber qual a conexão mais próxima daquilo que vamos apreciar.
Neste caso temos de considerar a conexão mais próxima ao facto controvertido neste caso o
divórcio em que ela vive em Portugal e ele na bélgica não sendo possível escolher uma ou outra.
Neste caso, a violação do dever de lealdade, esta violação é feita na bélgica que é comum em
ambos os cônjuges e assim passa a ser a residência comum dos cônjuges.
Consideramos competentes nos termos do artigo 55º e 52º o ordenamento jurídico belga. Não
sabemos qual a lei aplicar porque a lei que Portugal aplica é a do artigo 16º. Portugal quando
considera competente o ordenamento jurídico estrangeiro vai aplica a lei material dessa lei L2.
Vamos simular o que os outros estados fariam nesta situação. Se a ação tivesse pendente no
ordenamento jurídico da bélgica, a bélgica consideraria competente a lei da residência habitual no
momento da celebração do casamento em que considerariam competente o ordenamento
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Direito Internacional Privado
jurídico francês. Se a ação tivesse pendente os tribunais franceses estes consideravam competente
a L1, a lei portuguesa.
Portugal precisa de saber se se aplica L1 ou outra lei. No caso concreto não sabemos qual a lei que
Portugal aplicaria. Quando estamos a analisar as posições dos estados não basta saber a lei de
conexão dos estados. Porque os estados elegem normas de conflitos dos seus ordenamentos
jurídicos, mas podem não considerar que sejam competentes para julgar a norma de conflitos.
Estado antidevolucionista – só admite para resolver a questão o direito interno da lei. Só resolve a
questão do direito material desse país. Adotar esta posição significa que quando elege direito
estrangeiro só o considera competente o direito material deste ordenamento jurídico. La acha
competente a Lb, Lb dará a solução material. Só vai buscar as normas relativas aquela matéria.
Estado devolucionista – faz as denominadas referências globais, considera competente
globalmente todo o ordenamento jurídico. Podem adotar 2 teorias: devolução simples, faz
referência global a Lb. se Lb considerar competente a Lc. La vai fazer uma referência material para
a Lc. La já não deixa que Lc considere ou não competente, só deixa aplicar o seu direito interno. La
vai aplicar a Lc. Ou a devolução dupla, faz uma referência global para a Lb. La vai aplicar a lei que
Lb escolher.
Aqui conseguimos fazer um esquema de reenvio em que temos diferentes normas de conflitos a
vigorar em ordenamento jurídicos diferentes. Existe porque os estados têm conexões diferentes
para regular a mesma questão, mas essas conexões, não significa que seja a lei que eles aplicarão
ao caso concreto. Então, neste caso pratico não tem solução. Sabemos as condições das ordens
jurídicas de cada ordenamento. A lei que eles aplicam é que vai depender.
Nota: se a ação tiver pendente em frança e não for apresentado no caso a norma de conflito vai
ser aplicado um regulamento.
A e B, casados, são senegaleses em Milão. Durante umas férias em Atenas A é atropelada numa
passageira e teve um traumatismo craniano que levou à sua morte um mês depois. C, condutor,
português e com RH em Helsínquia, estava visivelmente embriagado e fugiu do local do acidente,
acabando por ser localizado mais tarde. B propõe nos tribunais portugueses, uma ação de
responsabilidade civil contra C peticionando uma indemnização pelo dano morte, no valor de
500.000.00€.
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Direito Internacional Privado
Continuação do CP
a) O ordenamento jurídico grego considera competente a lei da nacionalidade da lesada e
pratica devolução dupla;
b) O ordenamento jurídico senegalês considera competente a lei da residência habitual da
lesada a pratica devolução simples;
c) O ordenamento jurídico finlandês considera competente a lei da residência do lesante e
pratica a devolução dupla;
d) O ordenamento jurídico italiano, por sua vez, é anti-devolucionista e considera
competente a lei da residência habitual do lesante;
L1 lex fori Portugal
L2 Grécia
L3 senegal
L4 Itália
L5 Finlândia
493º e 45º CC
Neste caso temos reenvio, harmonia jurídica internacional, e o 3º requisito também está cumprido
que é o do reenvio por parte de Portugal, 16º, e permite a aplicabilidade de uma das suas exceções.
Portugal admite não aplicar ao artigo 16º e junta-se à harmonia jurídica internacional e temos de
sabe se aplicamos o 17º ou 18º. No artigo 17º estão a ser chamadas leis novas. No artigo 18º os
estados estão de acordo a aplicar a mesma lei. Temos um reenvio de transmissão de competências
do artigo 17º.
Requisitos do 17ºnº2 não estão verificados.
O artigo 17º aplica-se se ambas as alíneas tiverem aplicação no caso concreto. 17º nº1 se L2
considerar competente L3 e L3 se achar competente, Portugal aplica L3, se o DIP da L2 remeter para
outra lei é L3 e esta se considerar competente é o direito interno desta que Portugal vai aplicar e
assim Portugal aplica l5 porque o artigo 17º. O legislador aceita mudar a sua posição devolucionista
para se juntar à harmonia internacional. O que Portugal quer fazer para não estragar a atitude
devolucionista é juntar-se à harmonia internacional. O objetivo foi que toda a gente acha-se que
uma única lei fosse competente. Tínhamos de fazer um reenvio que está no 17º nº1. Se L2 remeter
para outra a lei que remete para outra e que uma considera, Portugal aplicaria o direito interno de
L5.
Se aplicamos o nº1 temos de ir ao 17º nº2 e se não tiverem de acordo porque Portugal adere à
harmonia, mas não adota nenhum princípio que é essencial ao nº2 – temos um conflito entre o
princípio e a harmonia – o legislador preferiu o princípio à harmonia internacional. Se L2 for a lei da
nacionalidade 1º requisito e o interessado vive em Portugal 2º requisito, ou caso não viva e o país
onde vive ache competente a L2 então aplica-se a lei material de L2. Esta questão era resolvida pelo
ordenamento jurídico finlandês – L5
L4- Itália seria o ordenamento jurídico para resolver a questão
Dúvida aqui?
16/10/2023
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Direito Internacional Privado
encontra se em Espanha e, aquando do registo do mesmo, o conservador apercebeu se que
Benedito é menor de 18 anos e, portanto, incapaz para celebrar o negócio.
Admita que os pais de benedito propõem nos tribunais portugueses uma ação para anular o
negócio e que,
a) No ordenamento jurídico argentino a capacidade geral de exercício se adquire com
16 anos e que, neste ordenamento, em matéria de DIP é eleita como conexão a lei o
lugar onde o bem se situa no momento do negócio e pratica devolução simples;
b) O ordenamento Jurídico espanhol considera competente a lei do lugar onde o
negócio foi celebrado e é anti-devolucionista;
c) A mesma solução apresenta o ordenamento norte-americano
Se acabamos de admitir que há reenvio temos de ir ao 19 porque este artigo afasta a aplicabilidade
das exceções que contem 2 princípios. No segundo, 19n2, é imperativo este princípio. O princípio
que prevalece é o favor negotis. 19 n1, acaba o reenvio (e se sim voltamos ao artigo 16)
Portugal consideraria este negócio invalido mas se Portugal aplicasse l2 e não aceitasse o reenvio
para l2 o negocio era válido
Se eles dizem acaba o reenvio, Portugal não aceita o reenvio o que significa que vai ao artigo 16.
Portanto o esquema muda e fica l1 para l2 e l1 aplica l2, a lei argentina, a lei argentina tem de
passar em dois critérios também. Caso julgado em Portugal com o direito material argentino
-
a) O OJ angolano considera competente a lei do lugar do casamento e faz DS
b) O OJ francês considera competente a lei da RH no momento do casamento e faz RM.
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Direito Internacional Privado
Artigo 40 e 31 n1 do nubente
Temos reenvio, l2 não se considera competente, temos harmonia, o reenvio sera meio necessário
para atingir harmonia
Artigo 18n1 requisitos
Não há limite ao reenvio e aplica se ao caso concreto
Não padece de nenhuma invalidade, nada neste caso impede que se aceita o reenvio
Não se aplica o 19
Fraude a lei: elemento objetivo: tem de haver uma norma instrumento norma de conflitos artigo
49º, vai alterar o ordenamento jurídico, altera a nacionalidade, elemento de conexão da norma de
conflitos
Portugal 49 e 31 n1
Ou seja plica se l1
Hans e Franz, de nacionalidade alemã residentes em Atenas, venderam ao seu filho Gustav,
também de nacionalidade alemã, uma quinta de que são proprietários em Vieira do Minho,
Portugal.
Danielle, outra filha do casal, também alemã pretende anular a venda com fundamento no
preceituado no artigo 877º cc português e para o efeito propõe a ação respetiva nos tribunais
portugueses.
Considere que,
a) O DIP alemão manda aplicar às relações entre pais e filhos da residência habitual
comum dos pais e não aceita o retorno;
b) O DIP grego é anti-devolucionista e, para a mesma matéria, considera competente a lei
nacional comum dos progenitores;
c) O ordenamento jurídico alemão existe um preceito similar ao artigo 877º mas o
mesmo não acontece com o grego.
Quid iuris?
Resposta: temos uma relação jurídica privada, compra e venda, que é internacional em que temos
os sujeitos que são hans e franz que tem nacionalidade alemã com ordenamento jurídico alemão e
residência habitual na Grécia, ordenamento jurídico grego, gustav segue o ordenamento jurídico
alemão em que o facto é praticado em Portugal e por isso o ordenamento jurídico aqui aplicado é o
português, lex fori. Danielle, 877º, tem de prestar consentimento, não é parte da relação jurídica,
mas sim é terceira em relação à relação jurídica, em que a nacionalidade é a alemã e tem o
ordenamento jurídico alemão. Em que tem legitimidade ativa.
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Direito Internacional Privado
Temos de procurar a norma de conflito, artigo 57º cc. O problema desta venda é a relação que
existe entre pais e filhos e os efeitos que existem desta relação. Esta questão que se visa resolver é
uma questão de natureza pessoal. Temos um problema da validade da compra e venda e nas
relações do direito da família. As relações entre pais e filhos é regulada pela lei nacional comum dos
pais em que estes têm nacionalidade alemã.
A L1 é a lex fori, lei portuguesa, a L2 é a lei da nacionalidade que é a alemã, a L3 é a lei da residência
habitual, lei grega. O ordenamento jurídico alemão considera competente L3 e L3 considera
competente L2 em que temos reenvio e não temos harmonia jurídica internacional e Portugal não
aceita reenvio e aplicamos o artigo 16º e considera competente L2. L1 faz referência material para
L2 e L2 faz referência material para L3*.
Discute-se nos tribunais portugueses a sucessão de Richard, inglês, com residência habitual em
Portimão e que deixou, como único bem da herança a sua casa em Paris.
Richard, faleceu intestado em Espanha, e tem duas filhas a concorrer à herança, inglesas, e com
residência habitual em frança, e a mulher, Diana, portuguesa e residente com o de cujus, com que
era casado em segundas núpcias.
O ordenamento jurídico inglês considera competente para regular a sucessão a lei do lugar do
falecimento e faz devolução simples.
O ordenamento jurídico francês considera competente a lei lugar da situação do bem imóvel
quando, em matéria sucessória, se incluem aqueles bens e faz uma devolução dupla.
O OJ Espanhol considera competente a lei da nacionalidade dos descendentes quando estes
concorram à sucessão e faz uma devolução simples.
Resposta: temos uma relação jurídica privada em que temos um problema de sucessão legal, em
temos os falecido, Richard que é o ordenamento jurídico inglês com residência habitual em
Portugal, ordenamento jurídico português. Temos as filhas que tem nacionalidade inglesa,
ordenamento jurídico inglês e residência habitual em frança, ordenamento jurídico francês. A
mulher é portuguesa e tem residência em Portugal, ordenamento jurídico português. Facto é
assente no ordenamento jurídico espanhol. O ordenamento jurídico do imóvel é o francês.
L1 lex fori é Portugal, 62º. Nos termos deste artigo a lei da nacionalidade do de cujus e o
ordenamento jurídico inglês, L2 inglês, o ordenamento jurídico inglês considera competente para
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Direito Internacional Privado
julgar a lei do lugar o falecimento, ou seja, Espanha, L3. L4 é a lei francesa em que se considera
competente.
L2 faz referência material para L3 e referencia global para L4. L3 faz referência material para L4 e L4
considera-se competente, temos reenvio, é o meio necessário e atinge a harmonia internacional,
17º nº1. Portugal nos termos deste artigo considera competente L4, mantemos a aplicabilidade de
L4 exceto se 17ºnº1 nos mandar aplicar L2. 17º nº2 lei da nacionalidade do de cujus está verificado,
de cujus vive em Portugal, estão verificados os requisitos do 17 ºn2, já não aplicamos o 17º nº1 e
sim o 16º e aplicamos a lei da nacionalidade, a não ser que o 17º nº3 nos volte a aceitar o reenvio
em que a nossa matéria esta lá, sucessão por morte, a lei da nacionalidade tem de devolver para a
lei do lugar dos bens imoveis, só o será se admitimos uma interpretação extensiva o que não
acontece no 17º nº3, não sendo o caso não estão verificados os requisitos do 17º nº2 e aplicamos a
lei da nacionalidade por força do artigo 16º, L2
Resposta: Estamos perante direito privado que é internacional no que diz respeito aos sujeitos,
Gastão tem o ordenamento jurídico espanhol, quanto a pepe é o ordenamento jurídico
venezuelano, quanto à questão do contrato de transporte que é o local de embarque que é do
ordenamento jurídico chines, o desembarque é o ordenamento jurídico do porto. A autonomia da
vontade que é do ordenamento jurídico venezuelano.
L1, lex fori, Portugal, usaríamos o CC.
A norma de conflitos seria a do artigo 41º que considera competente a lei da autonomia da
vontade, ou seja, L2 será a lei venezuelana. Aqui teríamos de ter em atenção o artigo 19º nº2 em
que não admitimos o reenvio nos casos que há autonomia da vontade a funcionar, só aplicamos o
19º nº2 a não ser que as partes afastem este artigo. No caso concreto conseguimos concluir que as
partes quiserem ou admitiram que houvesse reenvio e não aplicamos o 19º nº2 e há reenvio. Assim
a L3 é o ordenamento jurídico chines, L4 seria o ordenamento jurídico espanhol.
L2 faz devolução dupla a L3 ou uma referência global para L3 que considera competente a lei que L3
aplica, o L3 faz devolução simples para L4 e o L4 faz devolução dupla para L1, ou seja, aplica a
mesma solução que L1 aplicar.
Neste caso temos harmonia jurídica internacional, temos reenvio e o reenvio é o meio
necessário para haver harmonia internacional. Aceitamos um retorno indireto. Mas quem nos
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Direito Internacional Privado
devolve tem de nos fazer uma referência global. Assim estamos perante o artigo 18º nº1 que aceita
qualquer interpretação extensiva relativa ao retorno. Mas aplicamos a regra do artigo 16º, L1 aplica
o direito material de L2. Neste caso aplicamos o ordenamento jurídico venezuelano.
António, português, residente em Paris, casou com Berta, turca e residente em Paris. Celebraram
uma convenção antenupcial e os nubentes acordaram o regime de separação de bens.
Um ano após o casamento os cônjuges mudaram-se para o Porto, para uma casa que António
havia herdado dos pais. Mais tarde, António decide vender a sua casa a Pepe, peruano, residente
em Istambul.
Antes da venda António naturaliza-se francês, uma vez que o ordenamento jurídico francês, em
matéria de relações pessoais, não prevê qualquer necessidade de consentimento do cônjuge para
venda de bens de um dos cônjuges.
Berta decide impugnar a compra e venda nos termos do nº2 do artigo 1682º CC, uma vez que não
deu o seu consentimento para a referida venda.
a) Em matéria de relações pessoais entre os cônjuges, o ordenamento jurídico turco
considera competente a lei da nacionalidade comum, ou na falta dela, do cônjuge
marido no momento da propositura da ação e faz referência material
b) O ordenamento jurídico peruano manda aplicar a lei da residência habitual dos
cônjuges e faz referência material
c) O ordenamento jurídico francês manda aplicar a lei da nacionalidade comum, ou na
falta desta, do cônjuge mulher no momento da propositura da ação e faz devolução
simples
Quid iuris?
Resposta: temos uma relação jurídica de carater privado de carater internacional que temos os
sujeitos que são António que é o ordenamento jurídico português devido à sua nacionalidade e
francês pois é a residência habitual, Berta é o ordenamento jurídico turco devido á sua
nacionalidade, o francês e o português devido à residência habitual.
Temos aqui um contrato de compra e venda temos António e Pepe que é de nacionalidade peruana
e residência habitual Istambul. Quanto ao objeto, a casa situa-se no porto por isso seria o
ordenamento jurídico português.
L1, lex fori, Portugal. Temos de saber se é necessário de consentimento do cônjuge para a venda de
casa da morada de família, que é um problema de relações pessoais, em que a questão que se
coloca é um efeito de relações pessoais conjugais. Aqui estamos perante o artigo 52º em que
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Direito Internacional Privado
aplicamos a lei da residência habitual comum, que seria Portugal porque é a lei mais próxima do
facto que se está a apreciar, ou seja, ele vai vender a casa depois de ter morado nela em Portugal. A
relevância da alteração da nacionalidade não é nenhuma, apenas o quis fazer para ser aplicado o
ordenamento jurídico francês. É um problema que temos para determinar uma fraude à lei que está
previsto. Artigo 21º, verificados todos estes requisitos vai-se fazer o caso todo como se não
houvesse alteração da nacionalidade, tem de alterar o elemento de conexão e aplicar uma lei tendo
em conta que não haveria essa alteração. De facto, tentou dar origem à fraude à lei, mas que não
conseguiu fazer e continua-se a aplicar L1, ou seja, a lei de Portugal quando ele queria que fosse
aplicado a lei de frança. Neste caso concreto independente das alterações não sendo comum, a
residência habitual seria a mais próxima da relação controvertida.
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Direito Internacional Privado
Aqui é uma solução mortis causa de sucessão, o ordenamento marroquino também trata desta
questão como se fosse hereditária. Para nós é problema de repartição de património de direitos
que noa devem de ser deixados e o ordenamento jurídico marroquino também aplica o que nós
aplicamos sendo uma norma de sucessão ou seja, trata desta matéria como uma sucessão e por
isso estaria resolvido. Se não fosse assim teríamos, ou seja, se não tivéssemos a mesma solução
teríamos de começar a resolver o caso de novo.
Legitimamos a aplicação do ordenamento jurídico marroquino. A solução que vem de lá é que os
filhos homens têm direito a 50% da herança repartida entre eles e a filha tem direito a 10% da
herança, dividimos a herança desta maneira? O facto da solução ser diferente do nosso
ordenamento não é relevante. Mas há limites à aplicação do direito material estrangeiro que está
assente no artigo 22º CC que significa que não há problema em aplicar o direito material
estrangeiro, seja ele qual for, o nosso eventual problema da resolução da questão controvertida
violar a ordem publica pois esta consiste nos direitos essências dentro da ordem jurídica portuguesa
quer estejamos ao nível da norma internacional quer a nível da norma infra internacional. O que
tem de acontecer em relação à solução do direito estrangeiro não é ela ser diferente, é ela não
violar os nossos direitos, mas aqui viola diretamente o nosso ordenamento, ou seja, uma solução
desta ofende os nossos princípios. Viola a nossa ordem pública nos termos do artigo 22º.
Há um efeito em que não desconsideramos o direito internacional estrangeiro, vamos ver se se
aplica nos termos do artigo 23º.
Íamos aplicar o direito material português para a sucessão legal, que ia para os cônjuges e
descendentes, a questão aqui é saber quem é que faz parte da classe, relativa ao cônjuge pois
Abdul tem 2 mulheres. Integrará esta classe a Vil porque era casada com ele. Temos de ver se silliah
era cônjuge de Abdul.
Assim temos aqui a validade do casamento entre Abdul e silliah, porque noa sabemos como vamos
fazer a repartição da herança da classe de sucessíveis, a isto chama-se a questão previa. Tem um
impacto de natureza de direito subjetivo e processual. Estamos a tratar de uma questão jurídica de
direito privado. Os tribunais só podem decidir dentro do limite do pedido. A questão porque é
previa vai escapar a regra do princípio do pedido porque é a que é necessariamente prejudicial para
a questão controvertida. Esta relação jurídica privada internacional que é a validade do casamento
noa tem autonomia, tem uma questão de prejudicialidade, assim o tribunal não consegue decidir
de uma questão sem resolver a outra. Essa outra questão é designada de questão previa ainda que
noa faça parte do âmbito do processo. Temos assim duas relações jurídicas privadas que temos de
resolver neste processo. Assim temos a validade do casamento porque é prejudicial à validade do
outro casamento com Vil.
L1 é a lex fori, que é Portugal, temos uma questão jurídica privada internacional que não é a
questão principal, mas sim a questão previa, que tem de ser decidida para podermos resolver a
questão principal.
A norma de conflitos, temos de interpretação ao conceito-quadro. A norma de conflitos é o artigo
49º. O nosso objetivo é não olhar para a letra da lei do conceito quadro.
Quando legislador tem o conceito quadro que diz a validade formal, quando trata de questões de
validade formal visa prosseguir a finalidade da segurança jurídica, o interesse público, significa que
quando o legislador quer tratar destes aspetos está a tratar de requisitos exteriores à vontade das
partes. O legislador quer garantir que os requisitos das pessoas que aceitam as declarações de
casamentos. No nosso conceito quadro integramos os requisitos formais e as condições que são
exteriores à vontade das partes para poderem celebrar o casamento. Isto no artigo 50º
No artigo 49º temos uma questão de capacidade para casamento, temos a suscetibilidade de
alguém que quer e entende os efeitos jurídicos do negócio, o legislador quer garantir as condições
pessoais de cada declarante que as pessoas podem ou não ter para prosseguir com a declaração.
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Direito Internacional Privado
Neste caso está em causa é o facto que Abdul está casado com outra pessoa que não lhe permite
que a sua vontade extraia os efeitos jurídicos do contrato de casa um, está ligado à vontade
intrínseca do Abdul, assim está mais próximo do artigo 49º. Requisitos relativos a Abdul. Assim
estamos perante o artigo 49º que diz que é competente a lei da nacionalidade de Abdul que é o
ordenamento jurídico marroquino. E assim aplicamos L2.
Aqui coloca-se o problema do artigo 22º, que é o princípio da ordem publica internacional.
A família enquanto estrutura matrimonial é a base da sociedade, implica um contrato exclusivo
entre duas pessoas, ou seja, isto viola o nosso ordenamento jurídico. Assim aplicamos L1 e o
contrato é nulo para o ordenamento jurídico português.
3 requisitos para
Relação jurídica constituída no estrangeiro
Direitos a salvaguardar com a lei do foro
Assim a silliah tem direito a herdar 25% da herança, nesse caso vamos admitir que se aplique o
direito marroquino para considerar este contrato de casamento valido, para garantir os direitos
sucessórios.
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Direito Internacional Privado
Resposta: temos uma relação jurídica privada que é o divorcio, extinção do contrato de
casamento que é internacional em que temos a Malala que é turca e tem residência habitual no
Líbano, o Abdul tem residência habitual no Líbano e é marroquino, o facto ocorreu em Marrocos, e
o repudio ocorreu em Portugal.
A lex fori é Portugal, L1 Portugal. Em que a norma de conflito está presente no artigo 55º com
remissão para o 51º e 52º que transite competência para a lei da residencial habitual dos cônjuges,
ou seja, a L2 é o Líbano, o ordenamento jurídico do Líbano considera competente Marrocos, L3,
Marrocos considera competente a lei da residência habitual. O ordenamento jurídico marroquino
faz devolução simples.
Quanto ao reenvio o Líbano é anti devolucionista, faz uma RM e Marrocos pratica uma devolução
simples, portanto, L2 considera competente L3 e L3 considera-se indiretamente competente, visto
que, faz uma referência global para L2 e uma referência material para a conexão que L2 eleger.
Assim: temos reenvio, temos harmonia jurídica internacional e o reenvio foi meio necessário. Posto
isto, estão verificados os pressupostos para Portugal adotar uma posição devolucionista.
Estão preenchidos os 3 requisitos do reenvio, estamos assim perante o artigo 17º nº1 e que
fazemos uma interpretação extensiva e Portugal considera competente L3. Não aplicamos o 17º nº2
e mantemos o nº1 e assim mantemos o reenvio por transmissão de competências em cadeia com
retorno. O artigo 15º está preenchido.
O ordenamento jurídico marroquino diz que de facto estas pessoas não têm casamento em vigor.
Pode haver uma limitação dos limites de aplicação da lei estrangeira nos termos do artigo 22º. O
artigo 22º tem a reserva da ordem publica internacional do foro.
Temos um contrato que significa que a forma de fazer cessar os efeitos do contrato é por acordo de
vontades que faz cessar ou então o reconhecimento de um determinado direito, mas que como não
há acordos de vontades implica que há um terceiro para tratar da situação. O divórcio é efeito por
repudio de alguém através da expressão que alguém repudia alguma coisa. É o instituto jurídico que
só é reconhecido aos homens para fazer cessar o casamento. Temos aqui uma violação á ordem
publica internacional que nos permitir aplicar o 22º que adota a solução de aplicar o direito
internacional estrangeiro, através do artigo 22º nº2. A primeira coisa a fazer é aplicar o direito
material estrangeiro interpretando esta solução de forma que não ofenda a ordem pública.
Aqui aplicamos o direito material português a não ser que se verifique no caso em concreto um
efeito acumulado excecional da ordem publica internacional. Ainda que essa norma viole o direito
internacional português nós voltamos a aplicar o direito internacional estrageiro se esta for
praticada no estrangeiro, não há conexão á ordem publica portuguesa e há direito adquiridos a
salvaguardar. Assim aplicamos L1.
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Direito Internacional Privado
O direito internacional privado brasileiro considera competente, para regular a capacidade, a lei
da residência habitual, praticando o sistema da referência material.
Idêntica solução é adotada pelo DIP inglês, mas praticando o sistema da devolução dupla.
Quis iuris?
Resposta: Temos aqui uma questão que é da compra e venda à distância, aqui consideramos que
foi celebrado no ordenamento jurídico português.
Temos aqui uma relação jurídica privada em que temos aqui uma questão de capacidade em que
temos o luís que tem nacionalidade brasileira e reside no porto, a empresa de leiloes tem o
ordenamento jurídico inglês. A ação é feita no ordenamento jurídico português e por isso somos a
lex fori, L1.
A norma de conflitos está prevista no artigo 25º que é a regra geral do estatuto pessoal com a
referência do artigo 31º nº1. Assim L2 seria a lei da nacionalidade, ou seja, ordenamento jurídico
brasileiro que considera competente l1 e L2 faz referência material a L1 em que aplica L1 e temos
reenvio e harmonia jurídica internacional, e o reenvio é o meio necessário para atingir a harmonia,
artigo 18º, nós aceitaremos o retorno se L1 for a residência habitual, significa que a lei aplicada aqui
é a brasileira porque apesar de o reenvio cumprir todos os requisitos não é valido porque é inválido
no que tange à capacidade, por isso nos termos do artigo 19º nº1 vamos fazer cessar o negocio,
mas se aplicássemos L2 o contrato era valido, assim esquecemos o reenvio e aplicamos o 19º nº1
que aplicamos o 16º em que L1 aplica L2 e faz referencia material e assim a lei competente é a L2 e
passa a ser valido.
Sub-hipotese: mesmo caso pratico, mas consideramos o contrato valido quanto ao nosso
ordenamento jurídico e inválido face ao ordenamento jurídico brasileiro.
Aqui não há reenvio e aplicamos L2 mas L2 não considera o contrato valido e L1 considera o
contrato valido. Há outro afloramento que é a proteção do comercio jurídico local que está previsto
no artigo 28º que se refere à matéria de capacidade para celebrar negócios jurídicos, só trata desta
questão. o comercio jurídico local é o lugar onde o facto foi celebrado, ou seja, Portugal. Portanto o
artigo 28º está preparado para proteger o comercio jurídico local português exclusivamente para
problemas de capacidade. Este artigo 28º, nesta situação continuamos a aplicar L2, quando o
negócio jurídico foi celebrado em Portugal de acordo com o direito português, a pessoa é capaz
para celebrar este negócio jurídico, 2º esta pessoa é de acordo com a lei da nacionalidade incapaz
para elaborar este negócio jurídico, requisitos que tem de estar verificados cumulativamente. Não
podem estar verificados os artigos 28º nº2, não pode ser de natureza pessoal ou a contraparte com
quem esta pessoa celebrou o negócio noa sabe que ele é incapaz face à li da sua nacionalidade.
Assim se isto tiver cumprido aplicamos L2, o legislador recorre ao artigo 28º para aplicar a técnica
de manter a aplicabilidade da lei brasileira, mas o tribunal não pode conhecer da incapacidade, ou
seja o tribunal noa pode anular tendo em consideração a incapacidade, temos assim uma exceção
perentória. Como ele não pode conhecer oficiosamente nem de forma provocada, apesar de este
contrato ser invalido continua a produzir todos os efeitos. No nº3 é uma solução diferente relativa
ao nº1 e 2, nos termos do nº3 o lugar da prática do facto não é Portugal, é qualquer outro
ordenamento jurídico.
14
Direito Internacional Privado
obstante, este ordenamento qualifica esta matéria como uma questão de validade substancial do
casamento.
15
Direito Internacional Privado
Não há harmonia.
Conceito quadro do artigo 49º: qualquer coisa que ponha em causa é um problema de validade
substancial
Interpretação do quid artigo 23. Se o quid trata desta questão como validade substancial temos
subsunção artigo 15º logo está verificado o artigo 15º aplicamos o direito material iraniano.
16
Direito Internacional Privado
incumprimento de relações jurídicas. Momento de subsunção, o ordenamento jurídico francês não
se subsume ao ordenamento jurídico português. Como não se subsume temos de fazer a
interpretação da relação jurídica com a configuração da relação jurídica.
Temos o artigo 41º e 42º da responsabilidade contratual. Se fossemos juristas franceses e a questão
tivesse num tribunal francês aplicávamos o artigo 42º e conseguimos escolher uma conexão que
será a residência habitual que seria o ordenamento jurídico espanhol que considera competente o
ordenamento jurídico francês que considera a residência habitual da lesada. O espanhol considera
competente o português e o francês considera competente a lei francesa L3, francês faz devolução
simples, L2 faz referência material. Temos reenvio, é meio necessário e há harmonia, 17º nº1,
interpretação extensiva admitimos a aplicabilidade de L3 em que admitimos o reenvio por força do
artigo 17º nº3. 15º aplicamos o ordenamento jurídico francês, interpretamos o conceito quadro do
artigo 41º que temos as obrigações provenientes do negócio jurídico. Interpretação do Quid francês
do artigo 23º, responsabilidade contratual, questões emergentes do negócio jurídico. O Quid
integra este conceito quadro porque há subsunção e aplicamos o direito material francês aplicando
o artigo 41º.
17
Direito Internacional Privado
Resposta: Primeiramente, temos de verificar se a relação jurídica tem um caráter privado.
Verificamos este pressuposto, dado que, estamos a tratar de um contrato de compra e venda
entre dois entes privados.
Seguidamente, temos de verificar se a relação privada tem caráter internacional. Assim:
• Quanto aos sujeitos:
Jean Marc: nacionalidade francesa; residência habitual em Lisboa.
Carl: nacionalidade russa; residência habitual na Costa do Marfim.
• Quanto ao lugar do negócio: ordenamento jurídico do Congo.
• Quanto ao objeto do negócio jurídico: vieram da Costa do Marfim.
Aqui é relevante adicionar como conexão a autonomia da vontade, porque estamos a falar
de relações jurídicas contratuais/ negociais, a lei escolhida foi a lei portuguesa (OJ Português).
Portanto, temos aqui uma situação de autonomia da vontade como conexão relevante. Deste
modo, temos uma relação jurídica relativamente internacional.
A ação está proposta em Portugal e, como tal, somos a lei do foro. Qual o elemento de conexão
que vamos eleger?! Qual o ordenamento jurídico que vamos eleger?!
Aqui colocou-se a questão de irmos ao CC e aplicarmos o art.º 41. Contudo, não é por aqui que
se resolve o caso prático, teríamos de ir ao Regulamento de Roma I. Não o podemos excluir
sem que, pelo menos, se analise previamente a questão no regulamento, visto que, os
negócios jurídicos contratuais quanto aos seus efeitos e consequências estão previstos neste
Regulamento. Nós só vamos ao CC quando temos uma situação de uma conexão concorrente
entre um regulamento comunitário e o código civil, este regulamento como está adotado pelo
ordenamento jurídico português e, como tal, prevalece sobre a lei doméstica. Temos então de
ir ao Regulamento de Roma I e só se não conseguirmos aplicar este regulamento é que vamos
aplicar as normas do CC. Como é que verificamos se se aplica o Regulamento de Roma I?
Primeiro, temos de verificar o âmbito de aplicação material: estes âmbitos são de matéria civil
e comercial, excluindo todas as questões relativas a matéria administrativa, fiscal e aduaneira,
sendo que, apesar de ser matéria civil ou comercial ela pode estar excluída do âmbito material
nos termos do art.º 1, nº2 (nas diversas alíneas). Como não se verifica nenhuma das exceções
presentes nas alíneas, quanto ao âmbito material não há nenhum problema em aplicar o Roma
I.
(Aqui o grande problema, poderia ser, a questão relativa a uma exceção que foi invocada que é
a validade do próprio contrato, ou seja, aquilo que o réu contesta nesta ação é que o contrato é
nulo porque, de acordo com a lei da Costa do Marfim, este negócio jurídico está subtraído às
relações jurídicas privadas. Agora, esta questão é para ser discutida no âmbito do próprio
contrato, não é uma questão precedente, quer isto dizer que é preciso escolher a lei para
depois saber se é possível ou não aplicar uma lei que invalide ou não este negócio). Neste caso
concreto, não há nenhum entrave para que, a nível material, não se possa aplicar o
regulamento e, portanto, é possível pelo âmbito material aplicar este regulamento.
Seguidamente, quanto ao âmbito temporal: este contrato foi celebrado em 2019 e este
regulamento já estava em vigor, dado que, o regulamento está em vigor desde 17 de dezembro
de 2009. Assim, nos termos do art.º 28 podemos aplicar a nível temporal este regulamento.
Por fim, falta-nos o âmbito espacial (art.º 2): Portugal aplica, porque é um Estado parte do
Regulamento de Roma I, e ainda que a lei que tivesse sido escolhida não seja a lei de um EM,
não obstante, temos um âmbito universal para a aplicação do regulamento. Deste modo, não
há nenhum tipo de constrangimento em relação à lei que possa ser designada pelo
Regulamento de Roma I.
Verificados estes três âmbitos, significa que, podemos aplicar o Regulamento de Roma I ao
caso concreto.
18
Direito Internacional Privado
Passando agora para aplicação. O que é que fazemos em relação á aplicabilidade das normas
do Regulamento de Roma I?
(Temos que ter em conta que o regulamento está divido em alguns tipos contratuais em
especial e os contratos em geral).
Em 1º lugar temos de ver se estamos perante algum dos contratos em especial e concluímos
que não estamos, dado que, neste caso, não estamos a tratar de contratos de transporte, de
consumo, seguro nem trabalho. Deste modo, estamos no âmbito dos contratos em geral e
temos o art.º 3 que nos diz que a conexão é a lei escolhida pelas partes, portanto, a autonomia
da vontade e no nosso caso em concreto foi escolhido o ordenamento jurídico português que,
enfim, regulará esta situação.
Há reenvio? Vamos ver o que é que o ordenamento jurídico Português faria! (ATENÇÃO: Nunca
seria o caso, visto que, o ordenamento jurídico português é a lei do foro e, como tal, considera-
se competente e nunca chegaríamos a uma questão de reenvio, mas se escolhesse uma outra
lei, haveria alguma situação de reenvio no regulamento de Roma I? Não, dado que, este
regulamento só faz referências materiais (art.º 20). Portanto, nesta situação em concreto,
aplicaríamos o direito material Português.
Todavia, haverá alguma questão que aqui se pudesse suscitar? Por exemplo, aqui teriam de se
verificar as normas imperativas do ordenamento jurídico da Costa do Marfim?! Ou há uma
situação em que a autonomia da vontade, no âmbito do Regulamento de Roma I, que não está
limitado pelo princípio da não transatividade admite escolha de uma lei, mas que ela não pode
pôr em causa as normas imperativas de outra?! Isto aplicar-se-á ao caso concreto ou não?
Há uma situação no regulamento que diz que as partes até podem escolher uma lei que não
tenha contacto nenhum com a relação jurídica, desde que, isso não coloque em causa normas
imperativas – art.º 3, nº3. Este artigo aplica-se ao caso concreto? Não se aplica! Porque o art.º
3, nº3 é utilizado para situações puramente internas, mas que de acordo com o Regulamento
de Roma I e ao contrário da solução do CC, o Regulamento admite que numa relação jurídica
puramente interna, a autonomia da vontade seja uma conexão suficiente para internacionalizar
a relação jurídica.
E a ordem pública? E as normas de aplicação imediata?! Poder-se-ão aplicar? O regulamento
prevê no art.º 21 a ordem pública e o art.º 9 também tem as normas de aplicação imediata.
Podiam-se aplicar, de modo, a proteger o direito da Costa do Marfim? Não, quer a ordem
pública, quer normas de aplicação imediata são normas que protegem do Estado do Foro; as
normas de direito material português ofendem a ordem jurídica do Foro (que é Portugal)?
Claro que não. E nós também não protegemos ordens jurídicas nem normas de aplicação
imediata de ordenamentos jurídicos estrangeiros. Deste modo, não aplicamos nem o art.º 21
nem o art.º 9.
Sobra-nos, no entanto, uma questão que não está definida no Regulamento de Roma I: o caso
prático diz-nos que nos termos da cláusula 9º do contrato as partes escolheram tanto o
tribunal como a lei portuguesa, exatamente, para evitar a aplicação da Lei da Costa do Marfim,
isto poderia suscitar um problema de fraude à lei e o Regulamento de Roma I, em lado algum
fala na fraude à lei. A questão que se coloca é. Será possível aplicar o regime da fraude à lei
neste caso, ou não? O regulamento, de facto, não abrange a fraude á lei, ou seja, estaria fora
do âmbito do Regulamento e teríamos de ir ao CC, mas será que é possível aplicar este regime
de Fraude à lei? Vamos, então, ver os requisitos da fraude à lei:
• Requisitos subjetivos. Atuação com dolo e isso verifica-se, dado que, escolheram aplicar a
lei portuguesa, de modo, a evitar a aplicação da lei da Costa do Marfim.
• Requisitos objetivos:
19
Direito Internacional Privado
Manipulação do elemento de conexão: a conexão no caso concreto é a autonomia da vontade.
E, como é óbvio, não se consegue manipular a autonomia da vontade.
No Regulamento de Roma I, tal qual o temos, dificilmente conseguimos aplicar qualquer
exercício de fraude à lei, porque a conexão no caso concreto é as partes poderem escolher a lei
que quiserem, o regulamento não lhes coloca limites alguns.
Neste caso concreto, aplicamos a conexão do art.º 3, qual é o eventual limite colocado ao
âmbito da autonomia da vontade neste artigo? A única situação que o legislador limita o
âmbito dessa autonomia da vontade é no art.º 3, nº 3 que, como já vimos, não se aplica ao
caso concreto.
No nosso caso não há qualquer limitação à escolha de lei para regular o negócio jurídico.
Independentemente do motivo, pelo qual, decidiram aplicar a lei portuguesa, em prejuízo da
lei da Costa do Marfim a verdade é que não há nada que os limite quanto à escolha de lei e,
claramente não há aqui nenhum entrave à aplicação da lei portuguesa. Assim, se a própria lei
portuguesa não colocar nenhum entrave a negócios jurídicos relativamente a diamantes,
aplica-se a lei portuguesa, independentemente, das limitações da Costa do Marfim.
Para concluir, o caso concreto fica resolvido aplicando-se a lei portuguesa nos termos do art.º
3, nº1 do regulamento de Roma I.
NOTA: Portugal, de facto, tem algumas limitações no que toca a negócios relativos a diamantes,
no entanto, isso não era o relevante na questão prática.
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Direito Internacional Privado
Lex fori – Portugal.
Se bernardo pode ou não promover a suspensão deste contrato de arrendamento?
Regulamento Roma I – 3 âmbitos:
- âmbito material – 1º. Sim, esta matéria faz parte do regulamento.
- âmbito temporal– 28º. Foi depois de 2009. Logo está verificado.
- âmbito – espacial – 2º, é universal.
Contrato de arrendamento que não é um dos contratos especialmente regulados pelo regulamento.
Isto é, aplicamos a regra geral – artigo 3º. Conexão regra é a lei escolhida pelas partes. Não há
nenhuma conexão à autonomia da vontade, não escolheram a lei. Vamos às supletivas – artigo 4º.
Ver nº a nº, para encontrar a conexão.
4 nº1 – contrato previsto na alínea c). contrato que versa no arrendamento de um imóvel – conexão
manifestamente mais estreita.
Suíça é plurilegislativo. Artigo 22º, regulamento de roma I, cada uma das unidades territoriais
internas é considerado como um estado autonomo. Se houver duvidas no direito a aplicar, vemos o
local do imóvel – Genebra. A lei aplicável em genebra seria aquela que era aplicável no caso
concreto.
Albert suíço, com RH nos EUA – Austin, texas – faleceu em Portugal quando se deslocou ao país
para visitar a filha que reside em Lisboa (…).
Resposta: temos uma relação jurídica internacional de direito privado em que temos uma
relação mortis causa, em que albert tem a nacionalidade suíça e reside nos EUA, temos uma
herdeira que reside em Portugal, quanto ao facto, vigora o ordenamento jurídico português, e
quanto ao objeto temos o imóvel que pertence ao ordenamento jurídico português e a conta
na suíça que pertence ao ordenamento jurídico da suíça.
Portugal é a lex fori, temos de ir ao regulamento das sucessões, em que temos os âmbitos
materiais do artigo 1º, que pertence às sucessões por morte excluindo a matéria aduaneira, o
âmbito de aplicação está verificado e depois vemos a competência internacional dos tribunais.
Artigo 20º, este regulamento aplica-se a todo o espaço, âmbito espacial. O âmbito temporal,
84º está verificado a respetiva entrada em vigor, sito significa que aplicamos o regulamento das
sucessões e aplica-se o 22º da autonomia da vontade. Como no nosso caso não existe a
conexão da autonomia da vontade não aplicamos o 22º mas sim o 21º nº1 da residência
habitual que é os EUA, L2, a não ser que no caso concreto exista uma lei que seja
manifestamente mais estreita. Não sabemos se aplicamos L2 porque nos termos do artigo 34º
existe o reenvio, começamos pelo 34º nº2 em que não há reenvio se tivermos perante uma
destas exceções. 34º nº1 Poderá haver reenvio quando L2 pode ser estado terceiro em que não
se considera competente e considera competente para os bens imoveis a frança, L3, que é um
estado membro. Para os bens imoveis aplicados o ordenamento jurídico da frança.
21
Direito Internacional Privado
Quanto aos bens moveis, os EUA consideram competente o ordenamento jurídico a suíça que
não é estado membro e considera-se competente. L2 tem que ser um estado terceiro, L3 tem
de ser um estado terceiro que se considere competente e assim L1 aplica L3 para tratar dos
bens moveis.
Admitam que não havia reenvio e acabávamos nos EUA que são ordenamento jurídico
plurilegislativo.
Resposta: nestes ordenamentos jurídicos plurilegislativos, em matéria de estatuto pessoal
aplicamos a lei dos estados soberanos, se aplicássemos a lei dos EUA seria essa lei que
escolheria qual a lei a aplicar, e quando o estado noa tem uma solução para nos dar então
temos o nº2, se aplicássemos a aliena a, aplicávamos a lei do texas, se fosse aplicada a lei da
nacionalidade aplicávamos a lei que fosse mais estreita ao falecido.
22
Direito Internacional Privado
forma de aquisição originária de direitos reais, num regime idêntico ao previsto no
Código Civil Português.
RJ PRIVADA INTERNACIONAL
Conexões:
Bento – N PT e Alemanha; RH – PT
Objeto – OJ Francês.
António residia no brasil, mas em 2020 mudou para outro local – OJ – francês.
Norma de conflitos: código civil. Está a ser pedido que ele seja proprietário através da
usucapião. A questao controvertida é um problema de declaração da inexistência ou não
da usucapião. Nenhuma destas questões consta de nenhum regulamento. O que requer é
a declaração de posse à cerca de X anos e deseja usucapir. Temos de ir ao código civil,
artigo 46. “regime da posse e os respetivos efeitos”, assim, a lei aplicável é a lex rei sitae.
L1 PORTUGAL
23
Direito Internacional Privado
L3 PERÚ (considera competente a lei RH da titular do direito real no registo predial – faz
RM).
L4 EUA (RH da que invoca a usucapião quando se tornou possuidor – faz dd)
L1
L2 -> L4
L3 -> L4
L4 -> (L5)
EUA – plurilegislativo. Tem por base a necessidade do interessado. Neste caso temos uma
matéria de estatuto real e temos de aplicar o artigo 20 analogicamente. Este artigo, 20
nº1 e 2 e não o nº3, que tem por base pessoal.
Aplicando analogicamente, iriamos aplicar o d.i local que escolherá o direito aplicável.
Não existe, temos de aplicar o DIP de forma analógica. Não aplicamos, não conseguimos
usar. Teremos, assim, a RH (20 nº2) porque o OJ plurilegislativo é indicado através da lei
da nacionalidade. Através daí escolhe a lei do estado onde a pessoa tem a sua RH.
CARLA vive no estado da cidade de Austin. Assim, aplicaremos L4, com as normas da
cidade de Austin, do estado do Texas.
Matéria de estatuto pessoal – mas neste caso é matéria real. Aplicamos este princípio
porque EUA foi considerado competente dada a qualidade pessoal.
24
Direito Internacional Privado
Interpretação do conceito quadro – 46. Regime da posse, propriedade e outros direitos
reais menores. Todos os ordenamentos jurídicos têm uma solução idêntica aos CC
português.
Quid – se tem um regime idêntico, é o que está no CC PT. Aquele que mantem a posse
ininterrupta durante um tempo, pode adquirir o direito de propriedade.
Subsunção – a posse enquanto aquisição inclui-se no conceito quadro do artigo 46? SIM.
Passou no processo de qualificação, será o direito interno do estado do Texas que vai
decidir esta questão.
Se a solução for dos EUA – há alguma limitação? Não suscita nenhum problema de ordem
pública, do artigo 19 nem da fraude à lei.
II
AA, Lda., sociedade comercial de Direito Português, com sede no Porto, intentou ação
declarativa de condenação, contra BB, S.L., sociedade de Direito Espanhol, com sede em
Madrid alegando, em resumo, que “[...] ajustou com a mesma um contrato de compra e
venda de uma grua, e formação para a utilização da mesma, e pagou o respetivo preço
global (€ 125.000,00), não tendo, porém, a Ré, ao arrepio do que acordara com a
Autora, dado formação ao pessoal desta e não tendo os técnicos que a primeira
disponibilizou para a montagem demonstrado conhecer o funcionamento da máquina.
Ao invés do que fora incutido pela Ré, a grua, ao ser colocada em funcionamento,
evidenciou vários problemas e não trazia consigo o respetivo manual – o que foi
comunicado à Ré –, [...]. Nessa sequência, a Autora veio a perder o interesse na
manutenção do negócio e a comunicar àqueloutra a intenção de o resolver, solicitando
a devolução do preço pago e o levantamento da máquina, o que até agora não
sucedeu”.
b) Em Portugal os alegados direitos da Autora ainda não teriam caducado, uma vez que
no ordenamento jurídico Espanhol o prazo de caducidade é manifestamente mais curto.
25
Direito Internacional Privado
AA – OJ Português; BB – OJ espanhol.
Facto – OJ espanhol
AMBITO MATERIAL – 1º. Não tem natureza fiscal, aduaneira e administrativa. 1 nº2 –
exclusões. Neste caso não se integra. Âmbito verificado.
Regras gerais do artigo 3º e 4º - aplicamos a lei que as partes escolheram. Não escolheram
nenhuma lei, aplicamos o regime supletivo do artigo 4º. Vemos a lista do nº1 - é um
contrato misto, atípico porque é misturado com vários tipos contratuais – CV com
prestação de serviços. No nº1 não tem nada quanto a isto.
4 nº2 - esses contratos são regulados pela lei do país em que o contraente que deve
efetuar a prestação característica do contrato tem a sua residência habitual. – Prestação
característica do contrato é a contraprestação da prestação pecuniária. Será a RH daquele
que tem de EFETUAR O PAGAMENTO. Portugal.
A aplicar só será L2 a não ser que haja uma conexão manifestamente mais estreita (nº3
17) – não há nada que demonstre que há prevalência sobre o outro. Aplicamos o direito
material espanhol ao caso concreto.
Exame de 2021 2º caso penso que seja exame de recurso disse que ia por no moolde
Moustafa Sali, grego, residente na Suíça, faleceu em 4 de fevereiro de 2008 na Turquia,
vítima de doença súbita. Deixa, como herdeiros, a sua mulher, Molla Sali, grega e residente
com o marido, e o pai, Bulut, com dupla nacionalidade, grega e portuguesa, residente em
Viana do Castelo. Admita que, logo após o falecimento, e em virtude de conflitos familiares,
está a ser apreciada em Portugal a sucessão de Moustafa, e considere que,
a) O pai do de cujus argumenta que é aplicável a Lei da Sharia uma vez que o seu filho era
muçulmano, de nacionalidade grega tendo nascido na Trácia e, nos termos do artigo 14.º, n.º
1 do Tratado de Sèvres de 1920 e artigos 42.º e 45.º do Tratado de Lausanne (ambos
ratificados em 1923) o ordenamento jurídico grego admite a aplicabilidade da aludida lei
religiosa aos seus cidadãos, em matéria matrimonial e sucessória, desde que sejam
muçulmanos e tenham nascido na Trácia.
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Direito Internacional Privado
b) A mulher entende que é aplicável a lei grega uma vez que, apesar de verificados os
requisitos nem ela nem o marido alguma vez tiveram, qualquer ligação com a comunidade
muçulmana ao nível religioso, aliás não eram praticantes de qualquer culto religioso, e não
conheciam a Lei da Sharia.
c) Para todos os ordenamentos jurídicos, a questão em apreço refere-se à sucessão mortis
causa, num regime idêntico ao português, com exceção da Lei da Sharia que, em matéria
sucessória, prevê que, quando na herança concorram herdeiros do sexo masculino estes têm
direito, para além da sua quota-parte, ao usufruto vitalício sobre todos os bens da herança
(solução não aplicável às herdeiras do sexo feminino).
d) Em matéria conflitual, o ordenamento jurídico grego elege como lei aplicável a lei do
lugar em que o autor da sucessão faleceu e pratica devolução simples e o ordenamento
jurídico turco considera competente a lei do lugar em que o herdeiro mais velho (o pai do de
cujus) tem a sua residência habitual e pratica referência material. Esta é a mesma solução
perfilhada pelo ordenamento jurídico suíço. Quis juris?
Resposta: temos uma relação jurídica privada, sucessão mortis causa sem testamento, que
é internacional em que o autor da sucessão é moustafa que tem nacionalidade grega e reside
na suíça, como herdeiros temos a Mola que é grega e reside na suíça, Bulut que é grego e
português e reside em Portugal. Quanto ao local do óbito é na Turquia.
A questão está a ser apreciada no ordenamento jurídico português em que este é a lex fori
que temos de ir ao regulamento das sucessões. Estamos no âmbito material, em que não há
nenhum problema quanto a este elemento, quanto ao âmbito espacial está verificado, quanto
ao âmbito temporal em que não se aplica o regulamento das sucessões. Nos termos do CC
aplica-se à sucessão por morte sem testamento o artigo 62º a lei pessoal, artigo 25º, matéria
de estatuto pessoal e nos termos do artigo 31º nº1 é o ordenamento jurídico grego, sendo
assim L2 a Grécia. A Grécia considera competente a Turquia, L3, a Turquia considera
competente Portugal. O ordenamento pratica ds, o ordenamento jurídico turco faz referência
material. Assim L2 e L3 aplicam L1. Temos reenvio, harmonia e o reenvio é o meio necessário
para atingir a harmonia em que temos um reenvio por retorno à lei portuguesa, 18º, temos de
fazer uma interpretação extensiva do 18º nº1 aceitamos o reenvio mas por ser ateria de
estatuto pessoal temos de ir ao 17º nº2, só aceitamos o reenvio o interessado vive em Portugal
ou então a lei RH considera competente a lei do regulamento interno, como é a suíça, lei
satélite, que nesta matéria tem a mesma solução que o ordenamento jurídico turco e assim
aplica a lei portuguesa. Assim admitimos a verificação do requisito, assim Portugal considera-se
competente para decidir sobre esta matéria.
Nos termos do artigo 15º, primeiro temos a interpretação do conceito quadro, 62º sucessão
mortis causa sem testamento, interpretação do QUID que é o instituto do direito das sucessões
do sistema jurídico sem testamento, a subsunção do QUID ao conceito quadro e temos assim o
processo e qualificação feito e aplica-se o direito português.
27
Direito Internacional Privado
residente no Ohio – que embateu no XU, por ter saído da sua mão de trânsito e que em
resultado do acidente, houve uma perda total do veículo segurado na Autora – propriedade
de Anabela, de nacionalidade portuguesa e residente em Lisboa – que liquidou à sua
segurada, em 1.2.2010, a quantia de € 37.989,00, como indemnização pela totalidade dos
danos causados. A Autora solicitou extrajudicialmente à Ré o reembolso do valor
despendido, a primeira vez em 14-09-2010, outra em 18-01-2011 e, de novo, em 28-11-2011.
A Ré contestou, defendendo-se por exceção e por impugnação. Em matéria de exceção a Ré
alega a existência de prescrição alegando, neste aspeto que, tendo o acidente ocorrido nos
EUA é aplicável a lei norte americana em vigor no Ohio que prevê o prazo prescritivo de um
ano a contar do conhecimento do ato lesivo pelo lesado. Considerando que os tribunais
portugueses são internacionalmente competentes para dirimir esta questão, admita que,
a) O ordenamento jurídico norte americano, considera competente, para a matéria em
apreço, a lei da nacionalidade do condutor lesante e pratica devolução simples.
b) O ordenamento jurídico Canadiano, quanto à matéria em apreço, considera
competente a lei da residência habitual da condutora lesada e é antidevolucionista.
c) Tanto o Canadá como os EUA são ordenamentos jurídicos complexos, não tendo
normas internas de conflitos de leis que determinem a unidade territorial cujas normas
jurídicas são aplicáveis.
d) Todos os ordenamentos jurídicos em contacto com a relação jurídica têm uma solução
material idêntica à portuguesa, com exceção unicamente do prazo prescricional referido
supra. Quis juris?
Resposta: temos uma relação jurídica de direito privado que versa sobre responsabilidade
extracontratual, que é uma relação internacional.
Temos AA que tem sede em Portugal e a BB tem sede em Ohio, EUA, em que temos o Jonh
que é canadiano e é residente nos EUA, a Anabela que é portuguesa e reside em Portugal.
Quanto ao facto que ocorreu nos EUA, o dano ocorreu nos EUA.
Portugal é a lex fori, em que vamos aplicar o Roma II, em que temos de ver o âmbito
material se está verificado, pois não tem natureza fiscal e não está excluída do nº2, o âmbito
espacial está verificado, 3º, e o âmbito temporal, artigo 31º em que o acidente ocorreu em
2009 e por isso está verificado. Temos aqui as regras supletivas a aplicar do artigo 4º que é o
país onde ocorre o dano que é nos EUA, ou seja, L2 é EUA, que considera competente o Canada
em que o reenvio é proibido nos termos do artigo 24º e assim aplicamos L2. Temos aqui um
problema visto que é plurilegislativo, 25º, em que a lei aplicável é a do Ohio.
28
Direito Internacional Privado
b- O ordenamento jurídico neozelandês, em matéria sucessória, considera competente
para os imoveis a lei do lugar onde os mesmos se situam e para os restantes bens a lei
do lugar da nacionalidade do cabeça de casal e é devolucionista.
Quid iuris?
Resposta: temos aqui uma relação jurídica de natureza privada que temos uma sucessão
mortis causa sem testamento de natureza internacional em que temos António que é chines e
sul coreano, e que reside na nova Zelândia, temos a Berta que é chinesa e reside em Barcelona,
Espanha. Quanto ao facto é no ordenamento jurídico francês. Os bens estão sitos no
ordenamento jurídico chines e o francês.
L1 é a lex fori, Espanha.
Temos de ir ao regulamento das sucessões que é morte sem testamento artigo 1º âmbito
material, quanto ao âmbito espacial 20º e o âmbito temporal é o artigo 84º, está assim
verificado todos estes requisitos. Assim no caso concreto aplicamos o ordenamento jurídico de
Espanha, a lei espanhola. Nos termos deste regulamento a conexão regra é a autonomia da
vontade do artigo 21º, em que o autor pode determinar a lei em função da sua nacionalidade.
Ele não escolheu e então temos de ir para o artigo 22º, critério supletivo, que é competente a
lei da RH, ou seja, o ordenamento jurídico neozelandês a não ser que exista uma conexão
manifestamente mais estreita que não é aplicado neste caso e aplicamos o artigo 22º nº1 do
regulamento das sucessões. Asism L2 é a nova Zelândia.
O reenvio está previsto no artigo 34º em que analisamos a partir do nº2, a conexão que
elegeu o ordenamento jurídico neozelandês não está no 34º nº2 e assim aplicamos o 34º nº1.
Temos requisitos em que L2 tem de ser um estado terceiro, fora da UE, em que L2 considera
competente a lei do lugar onde se encontram os bens imoveis, para os bens imoveis considera
competente o L3 que é a china, e a china considera competente a lei do lugar do falecimento
que é a frança, no limite a frança aceita o reenvio. Agora temos a opção da alínea B, quando L2
considera competente outro estado terceiro e a china tem que se considerar competente, o
que não acontece e assim não há o reenvio e assim é aplicável o ordenamento jurídico
neozelandês, L2. Quanto ao outro imóvel o ordenamento jurídico neozelandês considera
competente a frança e temos de ir ao requisito da alínea A, é cumprido o 1º requisito e o 2º
requisito aceitamos o reenvio visto que a frança é o estado-membro e aplicamos o
ordenamento jurídico francês, 34º nº1 A.
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Direito Internacional Privado
a- Os tribunais portugueses são intencionalmente competentes;
b- Os ordenamentos jurídicos grego e espanhol têm solução material e conflitual
idêntica à portuguesa;
c- O ordenamento jurídico brasileiro tem uma solução material idêntica à portuguesa e,
quanto à matéria em apreço, considera competente a lei da RH da vendedora e
pratica dd
d- O ordenamento jurídico norte americano bem como todos os seus estados não prevê
causas de incapacidade acidental como fundamento para anular negócios jurídicos;
e- O ordenamento jurídico norte americano e de todos os outros estados quanto à
matéria em apreço considera competente a lei da RH da vendedora e é anti-
devolucionista
f- O ordenamento jurídico norte americano é plurilegislativo e não tem regras internas
de conflitos de leis.
Quid Iuris?
Resposta: temos uma relação jurídica internacional privada em que temos um contrato de
compra e venda e temos de verificar a validade da compra. Paloma é brasileira e vive nos EUA,
Charles é espanhol e reside nos EUA. O facto jurídico é em Portugal.
Portugal é a lex fori, L1. Temos de ir ao Roma I em que temos de verificar o âmbito material,
artigo 1º nº2 a, em que temos de aferir se alguém tem incapacidade ou não está fora de Roma
I, com exceção da aplicabilidade do artigo 13º. Se voltarmos ao artigo 13º, temos de ver
novamente os âmbitos.
Não se aplica este regulamento e temos de ir às normas do cc.
Norma de conflito do artigo 25º com o artigo 31º nº1 – lei pessoal é a lei da nacionalidade.
L2 é a lei do brasil RH da vendedora e faz dd. L3 é EUA RH da vendedora, considera-se
competente.
Temos reenvio, todos querem aplicar L3, há harmonia jurídica internacional e o reenvio é
meio necessário para atingir essa harmonia. 17º nº1 reenvio por transmissão de competências.
17º nº2 – L2 é a lei da nacionalidade. Vive nos estados unidos e os EUA não consideram
competente o direito brasileiro
17º nº1 está aplicado, aplicamos L3.
EUA é plurilegislativo e não sabemos qual o quid, artigo 20º.
O artigo 20º só esta pensado para o ordenamento plurilegislativo em razão da
nacionalidade, é aplicado analogicamente. Temos de ver se o direito interno desse estado
resolve o conflito de leis que neste caso não existe não havendo assim direito interlocal. Se não
há temos e tentar aplicar analogicamente o direito internacional privado para ver se se
consegue resolver internamente. 20º nº2 recorre-se ao DIP desse mesmo estado
analogicamente, o DIP dos EUA considera competente a lei de Nova Iorque. Nos termos do
artigo 20 ºnº2 analogicamente a lei a ser aplicada é a que está em vigor em nova Iorque.
Artigo 15º processo de qualificação Ferrer Correia
Temos de fazer a interpretação do conceito quadro do artigo 25º que é feito de uma forma
que não permita que institutos jurídicos não façam processos de qualificação porque são
distintos e noa estão no ordenamento jurídico português, quer-se encontrar a essência do
conceito- quadro. Neste caso temos matéria de estatuto pessoal com o princípio da maior
proximidade. Interessa-nos a capacidade das pessoas.
Interpretação do QUID que se faz nos termos do artigo 23º, e o ordenamento jurídico trata
desta matéria ao nível da capacidade.
Qualificação em sentido estrito, momento da subsunção, a interpretação que temos no quid
em que este é a premissa maior e o conceito quadro é a norma jurídica e os factos é o conceito
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Direito Internacional Privado
quadro. O Quid de direito material estrangeiro integra o seu conteúdo no nosso conceito
quadro e portanto a integração está feitia estando assim legitimada a aplicação do direito
material estrangeiro na nossa matéria e assim o negocio não se coloca problema relativos ao
aproveitamento do negocio jurídico.
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