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FACULDADE DE DIREITO

Universidade Lusíada – Norte (Porto)

POLÍTICAS DA UNIÃO EUROPEIA

LICENCIATURA EM DIREITO - 4º ANO

2022-2023

‘Elementos de apoio às aulas práticas’

Docente: Mestre Eduardo Oliveira e Sousa

Endereço eletrónico: eoliveiraesousa@por.ulusiada.pt


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BIBLIOGRAFIA

PRINCIPAL
PORTO, Manuel C. L., Teoria da Integração e Políticas Comunitárias, 5ª ed. Coimbra, Almedina, 2017
PORTO, Manuel C. L., “A Estratégia 2020”, em “livro de Homenagem ao Professor José Joaquim Gomes Canotilho, 1.ª
ed., Coimbra, Almedina, 2012
CATARINO, João Ricardo e TAVARES, José F.F. (coord), Finanças Públicas da União Europeia, Coimbra, Almedina,
2012.

COMPLEMENTAR

GORJÃO HENRIQUES, Miguel, Direito Comunitário, 5.ª ed., Coimbra, Almedina, 2008
PORTO, Manuel Lopes; Anastácio, Gonçalo (Coord.), O Tratado de Lisboa - Anotado e Comentado, Coimbra,
Almedina, 2012

Docente: Mestre Eduardo Oliveira e Sousa


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METODOLOGIA E TESTES
DIAPOSITIVOS
Os diapositivos serão disponibilizados no Moodle à medida que a matéria for sendo lecionada.
Constituem um resumo e guia mínimos para ajudar os alunos no estudo.
A sua leitura não é suficiente. Deve ser consultada a bibliografia indicada
TESTES DE AVALIAÇÃO
qLer bem as perguntas. Indicar nas respostas o grupo e número
qQuando usar mais que uma folha: Marcar as folhas: 1/2, 2/2
qLetra cuidada. (Em concursos quem corrige não conhece os candidatos.)
q Antes de começar a responder:
vApontar ideias ao lado de cada pergunta.
vUma pergunta pode ajudar a responder a outra.
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METODOLOGIA E TESTES

CASOS PRÁTICOS e/ou PERGUNTAS DE DESENVOLVIMENTO


v Atender aos dados da Hipótese.
v Fundamentar/justificar sempre as escolhas legislativas feitas.

DESENVOLVENDO:
Se a sua posição se enquadra na linha mais comum/mais pacífica, menos controversa e/ou oficial:
Manifestá-la;
Registar os seus fundamentos;
Registar as suas vantagens relativamente às opostas e/ou que a antecederam;
Indicar, eventualmente, algum exemplo prático.

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METODOLOGIA E TESTES

DESENVOLVENDO:
Se a sua posição NÃO se enquadra na linha mais comum/mais pacífica, menos controversa e/ou oficial:
Manifestá-la;
Fundamentar;
Contrapor as vantagens que lhe podemos apontar relativamente às vantagens que se apontam à linha mais comum, tradicional,
e/ou oficial;
Evidenciar que da sua adoção resultariam decisões mais vantajosas do que da manutenção do regime em vigor.
Indicar obrigatoriamente exemplos práticos;
GESTÃO DO TEMPO
Não gaste tempo a mais nas primeiras respostas.
Ver a cotação de cada pergunta.
Em perguntas que pedem para escolher uma entre várias, se responder a mais que uma, só é válida a primeira.

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PROGRAMA

I. INTRODUÇÃO

1. O relevo das relações económicas internacionais

2. A alternância entre o livre-cambismo e o protecionismo na história recente dos


FACTOS e da CIÊNCIA económica

PORTO, Manuel C. L., Teoria da Integração e Políticas Comunitárias, 5ª ed. Coimbra, Almedina, 2016, pp. 15-188
NOTA: A paginação indicada é meramente indicativa.
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1. O RELEVO DAS RELAÇÕES ECONÓMICAS INTERNACIONAIS (pp. 23-29)

§ Importância das relações económicas internacionais no progresso e estabilidade internacional.


§ Maior peso nessas relações de certas zonas do globo, certos países e sectores de comércio.

É inegável o efeito que a abertura da economia de um estado poderá ter no seu Produto Interno Bruto (PIB).

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Z = "× $%&
×100

Z à abertura da economia
𝒙 à exportações
𝒎 à importações

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1. O RELEVO DAS RELAÇÕES ECONÓMICAS INTERNACIONAIS (pp. 23-29)

Abertura da Economia

à Aumento das exp. e imp. à crescimento da balança comercial à aumento da produção

Efeitos:
§ Postos de trabalho
§ Criação de riqueza
§ Crescimento económico

O comércio internacional tem vindo a crescer com o passar dos anos (acompanhando/ causando a globalização)

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO (pp. 29-45)

2.1 NA HISTÓRIA DOS FACTOS

§ Irregularidade histórica do processo de abertura das economias alternando com períodos de intervencionismo.
§ Prevalência do livre-cambismo (atenuado pontualmente em sectores como a agricultura e certas indústrias como a
metalúrgica) no século XIX e primeira metade do século XX, o que conduziu ao aumento das exportações.
§ Da primeira guerra mundial até final da segunda: Protecionismo ultrapassado devido ao insucesso do isolacionismo.
§ Protecionismo nas importações vs dificuldade nas exportações.

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

2.1 NA HISTÓRIA DOS FACTOS

ORGANIZAÇÕES que, pela liberalização das trocas comerciais, potenciaram o crescimento das exportações no pós guerra até
1973: (período dourado)
ÂMBITO EUROPEU:

§ 1948: Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE): 16 Estados incluindo Portugal: afastar os direitos
alfandegários e facilitar o Plano Marshal de ajuda à Europa no pós-guerra;
§ 1951: Tratado da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA)
§ 1957:Tratado de Roma: CEE + Tratado EURATOM (1957)-Comunidade Europeia de Energia Atómica.
§ 1960: EFTA: Tratado de Estocolmo. 7 países incluindo Portugal

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO (pp. 29-45)


2.1 NA HISTÓRIA DOS FACTOS
ÂMBITO MUNDIAL:

§ 1945: Banco Mundial: Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento: Reforço das economias mais desfavorecidas
§ 1945: Fundo Monetário Internacional (FMI): Multilateralização dos pagamentos: (mais tarde a União Europeia de
Pagamentos)
§ 1947:GATT-Acordo Geral sobre Impostos Alfandegários e Comércio (após falhanço da criação da Organização Internacional
do Comércio (não ratificação da URSS e reservas dos EUA):27 países (hoje mais de 150)
§ 1956:Sociedade Financeira Internacional (SFI)–filiada do Banco Mundial
§ 1994: Acordo do Uruguai Round: Criação da Organização Mundial do Comércio que integra o GATT

NOVO PROTECIONISMO (Pós 1973) Surge em Inglaterra e vai até 2ª metade da década de 1980.
ØRAZÕES:
§ a) Incompreensão pelos políticos dos fenómenos económicos;
§ b)Tomada de decisões políticas sem audição de economistas;
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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

2.2. NA HISTÓRIA DA CIÊNCIA


TEORIAS EXPLICATIVAS DO COMÉRCIO
DETERMINANTES DE LADO DA OFERTA
Escola clássica: (Livre cambista)
w Adam Smith “Riqueza das Nações” (1776): Teoria da vantagem absoluta:
§ Considera que o comércio internacional tem ganhos recíprocos.
§ Defende a especialização de acordo com as suas vantagens absolutas: cada país deve especializar-se (completamente) no(s)
produto(s) em que tem vantagem(ns) absoluta(s) em termos de custos ou produtividade (ex.: em que o número de horas de
trabalho requerido para a sua produção é menor). Só haveria comércio internacional se, e apenas se, um dos bens (A)
fosse produzido com menos horas de trabalho num dos países e o outro bem (B) com menos horas de trabalho no outro país.
§ Os países não devem produzir todos os produtos. Apenas devem fazê-lo quanto a produtos em que têm maior produtividade e
eficiência para exportar, comprando (importando) aqueles em que os outros são melhores.
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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

2.2. NA HISTÓRIA DA CIÊNCIA

TEORIAS EXPLICATIVAS DO COMÉRCIO


DETERMINANTES DE LADO DA OFERTA
Escola clássica: (Livre cambista)
w David Ricardo (1817): Teoria da vantagem comparativa
§ Não é necessário que cada país tenha vantagens absolutas apenas num dos bens para que a troca
internacional seja possível e vantajosa.
§ Mesmo que um país tenha vantagem absoluta na produção dos dois (ou de todos os bens) terá interesse
no comércio internacional, no cotejo ou confronto com o outro ou os outros países, houver vantagem
comparativa diferente, i. é.,
§ Basta, para haver interesse no comércio internacional, que cada país tenha vantagens comparativas
(relativamente ao(s) Estado(s) parceiro(s) considerados.
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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO


2.2. NA HISTÓRIA DA CIÊNCIA
w EXCEÇÕES (sec. XIX):
§ Restrições ao comércio para melhorar os termos do comércio de determinado país com possibilidade de ter influência
sobre eles (Torreens 1824 e 1844) e Mill (1848) –Apenas para países grandes;
§ Restrições ao comércio para promover o aparecimento de uma ou várias indústrias –para todos os países-: EUA: A.
Hamilton (1791) e Carey (1837-1840); Alemanha: List (1841)

RENASCIMENTO DO PROTECCIONISMO com a crise dos anos 30 do século XX:


w SOLUÇÕES : (Maynard Keynes).
§ Colocação de desempregados em sectores internos resultantes do desvio das importações.
§ Restrições à importação como meio de evitar a deterioração da balança de pagamentos + aumento das despesas para
atenuar o desemprego;
§ Transferência de trabalhadores da agricultura para a indústria.
§ Desenvolvimento dos novos Estados resultantes do desmembramento do Império Austro-Húngaro e da descolonização
nascente;
Tratam-se de SOLUÇÕES TRANSITÓRIAS que, em princípio, não satisfazem o ‘bem estar’ da generalidade dos cidadãos.
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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO (pp. 29-45)

TEORIA NEO-CLÁSSICA (HECHSHER-OHLIN-SAMUELSON) DA PROPORÇÃO DOS FACTORES

§ Países com mais fator trabalho (trabalho-dependentes) especializam-se na produção de bens com mais trabalhos intensivo,
i.e., naqueles que o fator trabalho tem mais peso no produto final: ex. confeções.
§ Países com mais capital especializam-se em bens com mais capital intensivo, i.e., naqueles que o fator capital tem mais peso no
produto final. Ex.: automóveis.

O paradoxo de Leontief (Prémio Nobel da Economia 1993)

§ Contraria a teoria anterior.


§ Decorre de estudos empíricos realizados nos EUA, que exportavam bens mais trabalho intensivos e importavam bens mais
capital intensivos.
§ Justificação: maior capacidade produtiva (triplo) dos trabalhadores americanos relativamente aos dos outros países. Formação.
§ A capacidade de exportação era justificada mais pelo trabalho que pela abundância de capital.

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

OUTRAS TEORIAS
Explicações tecnológicas

ØTeoria do intervalo ‘gap’ tecnológico (Posner)


§ 2 países com a mesma dotação relativa de fatores não teriam comércio internacional para a teoria de Hechsher-Ohlin-
Samuelson.
§ Neste quadro, o comércio internacional seria desencadeado pelo aparecimento de uma inovação tecnológica num país, que
levaria ao aparecimento de um novo produto ou à produção de um já existente de maneira diferente.
§ O surgimento de comércio internacional dependeria do intervalo (gap) de reação verificado no outro país, maior ou menor com
a ‘procura’ ou antes com o ‘imitação’ na produção do bem.

ØTeoria do ciclo do produto (Vernon)


§ Considera que o desencadear do processo de inovação tecnológica depende da maior capacidade em termos de capital e com
salários mais altos (aproxima-se da teoria de Hechsher-Ohlin-Samuelson).

Economias de Escala: conduz ao comércio internacional independentemente de haver diferentes dotações de fatores e de haver
alguma inovação tecnológica.
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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

DETERMINANTES DE LADO DA PROCURA


Afastam o pressuposto da homogeneidade dos produtos
Explicação pela ‘sobreposição de procuras’ (Linder)

§ Nos países com maior nível de rendimentos serão procurados bens com melhor qualidade.
§ Nos países com menor nível de rendimentos serão procurados bens de pior qualidade.
§ A produção desses países assentará nos bens preferidos pelos consumidores (pior qualidade nos de menor rendimento e
melhor qualidade nos outros).

A sobreposição decorre da preferência de bens de menor qualidade por consumidores de maior rendimento e vice-versa.

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

DETERMINANTES DE LADO DA PROCURA

Afastam o pressuposto da homogeneidade dos produtos


Explicação pela ‘diferenciação de atributos’ (Lancaster)
§ Produção conforme o atributo que o consumidor mais valoriza/prefere:
§ Ex. Se os consumidores de um país preferem automóveis de baixo consumo (ex. Portugal) e outro de maior espaço/conforto
(ex.: EUA) cada um desses países tenderá a produzir os automóveis nele preferidos.
§ Este comportamento só permanecerá após o momento inicial se existirem dificuldade no comércio internacional.
§ Caso contrário (livre cambismo) os consumidores de cada país irão buscar os bens preferidos ao país no qual (do lado da
oferta) o consigam em melhores condições.

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO


O COMÉRCIO INTRA-SECTORIAL (pp. 69-96)
Fundamento das terias clássicas na especialização dos Estados em bens diferentes (país A-vinho vs País B-tecidos);
Sendo expectável que a abertura de espaços regionais aumentasse a especialização, a realidade (na CEE) mostra não a
especialização, mas o crescimento do comércio em vários sectores: Comércio horizontal: (de bens semelhantes) vs Comércio
Vertical (bens diferenciados).
Não se confirmou o receio acerca da desaparecimento de determinados sectores como consequência da abertura de fronteiras.

INTRA INDUSTRY TRADE (IIT): Importação e exportação pelo mesmo país de produtos do mesmo setor. Está ligado ao
aumento das economias de cada país, v.g. do terceiro mundo.

§ Ex.: Desenvolvimento do setor automóvel em Portugal e não só na Alemanha como decorria da teoria clássica
Em Portugal o IIT tem crescido em relação aos demais países comunitários e decrescido (ligeiramente) em relação a países
terceiros.

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

AS RESTRIÇÕES AO COMÉRCIO (pp. 99-176) à Efeitos no bem-estar

FORMAS DE RESTRIÇÕES
1. IMPOSTOS ALFANDEGÁRIOS
§ Para restringir o comércio–evitar entrada de produtos estrangeiros para favorecer produtos próprios (n.b. impostos altos podem gerar
baixa de receitas)
§ Necessidade de manter nível baixo de direitos para permitir volume elevado de importações e de tributação (impostos livre cambistas)
§ Como instrumento de cobrança de receitas (fiscais).
CLASSIFICAÇÕES
§ Impostos de importação, de exportação e de trânsito (de acordo com o tipo de movimento tributado).
§ Impostos específicos e ad valorem: (de acordo com modo de apuramento da coleta: por unidade–cada automóvel- ou por
percentagem do valor importado).
§ Pautas (impostos) convencionais: resultam de Tratados Internacionais
§ Pautas autónomas: impostas unilateralmente por um país.
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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

AS RESTRIÇÕES AO COMÉRCIO (pp. 99-176) à Efeitos no bem-estar

FORMAS DE RESTRIÇÕES
2. RESTRIÇÕES QUANTITATIVAS
§ Proibitivas (de determinados produtos. Razões: saúde pública, segurança (armas) morais (produtos pornográficos)
§ Licenciamentos
§ Quotas: limites às importações. – Considerado o meio mais eficaz de restringir
3. RESTRIÇÕES AOS PAGAMENTOS
§ Não disponibilização ou limitação de divisas para pagar as importações (anos 30 do século XX).
§ VARIAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO: (desvalorização da moeda para diminuir as importações - torna os produtos mais caros para
os residentes e para aumentar as exportações - torna os produtos mais baratos para o estrangeiro). Deixa funcionar o mercado, atua
simultaneamente sobre importações e exportações –vantagem sobre os impostos
§ MEDIÇÃO DA INTERVENÇÃO: apuramento, na medida do possível, quanto representam as restrições ao comércio internacional.

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

EFEITOS DAS RESTRIÇÕES AO COMÉRCIO:


§ Sobre o consumo: aumento do preço e diminuição do consumo
§ Sobre a balança de pagamentos: diminuição do consumo e aumento da oferta
§ De receita fiscal: transferência de rendimentos dos consumidores para o Estado
§ De transferência de rendimentos para os produtores
§ De bem estar: diminuição da renda dos consumidores (para o Estado e para os produtores). Redução dessa renda pela
aplicação do imposto. A renda perdida pelos consumidores é superior aos ganhos (do Estado e dos produtores).

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

Sobre os termos do comércio: Diminuição dos preços internacionais por efeito da restrição que provoca a redução
das suas importações.

APRECIAÇÃO:

Juízo negativo da TEORIA DAS DIVERGÊNCIAS DOMÉSTICAS:


(face a qualquer divergência ou distorção no mercado só é eficiente uma solução dirigida e circunscrita à correção
da divergência ou distorção em causa)
§ Nasceu da preocupação de estudar as consequências e estudar as soluções adequadas
§ Tem-se recorrido à intervenção alfandegária passa sanar a divergência existente.
§ Para sanar uma divergência provoca uma nova – É INEFICIENTE.

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

Modos de solucionar a divergência sem provocar nova distorção


(melhorar um setor sem piorar os outros)
Os custos do bem estar e os meios alternativos de intervenção:

§ Promoção global da produção


§ Promoção da produção do factor em causa
§ Orientação/Incentivo à redução do consumo: A intervenção alfandegária corrige a divergência entre o consumo real
(maior) e o que seria desejável (menor)
§ A cobrança de receitas: um imposto geral sobre o consumo permite cobrar o mesmo montante de receita com custos
menores de bem estar,
§ A alteração dos termos do comércio internacional: Divergência entre o preço internacional e os preços internos
(solução: política livre-cambista

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

A persistência (ou mesmo o aumento) das restrições ao comércio: Como explicar?

§ As estratégias em mercados imperfeitos: estratégias favoráveis aos empresários nacionais


§ A influência dos grupos de pressão: determinação da política económica dos países ser influenciada por interesses
diversos do interesse geral.
§ A consideração dos custos administrativos:
§ O relevo do argumento das indústrias NASCENTES como justificação de intervenção: previsão de que a indústria
nacional pode competir com a estrangeira dentro de certo período de tempo, mas não ser capaz de suportar um período
inicial de implantação e desenvolvimento. Podem justificar medidas protecionistas face às indústrias idênticas estrangeiras
até que possam singrar por si, bem como apoios estatais

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

Condições de validade
§ ‘Teste de Mill’- a proteção deve confinar-se a casos em que haja garantia de que a indústria nascente protegida possa
dispensá-la passado algum tempo.
§ O ‘teste de Bastable’-À exigência do teste de Mill, a vantagem final deve exceder as perdas verificadas
§ O ‘teste de Kemp’: Não se justifica a intervenção estadual pois os empresários tomarão as necessárias iniciativas desde que
compensadoras. A atuação deve procurar eliminar as distorções/imperfeições internas e promoção do consumo. (Consultar:
Porto, Manuel, Estrutura e política alfandegárias: o caso português, FDU Coimbra (http://hdl.handle.net/10316.2/26184)

Exceções:
§ Quando haja economias externas não apropriáveis, i.e, apesar de não rentáveis, são aconselháveis na perspetiva social.
Justifica-se a intervenção do Estado, mesmo não havendo iniciativa privada.

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2. A ALTERNÂNCIA ENTRE O LIVRE-CAMBISMO E O PROTECIONISMO

Problemas conexos

§ A impossibilidade de o empresário guardar só para si o know how necessário à implementação da indústria e os


trabalhadores entretanto formados. Ao partilhar aumenta o período necessário à recuperação do investimento inicial.
§ O risco na aferição da previsibilidade de sucesso
§ A possibilidade de intervenção estatal com altos custos em empresas que se revelaram inviáveis sem que se tenha parado
a tempo, gerando prejuízos estruturais.
§ O necessário equilíbrio entre o investimento inicial subsidiado, a vantagem que se antevê obter e o tempo de subsídio
necessário.

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