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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

Fale da economia contemporâneo no mundo

Maputo, abril, 2023


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

Fale da economia contemporâneo no mundo

Curso: Licenciatura em Ensino História e Geografia


Disciplina: História Económica I
Ano de frequência: 1° Ano
Tutor: Dr. Mário Tauzene

Alda Malo

Maputo, abril, 2023


Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

1.3. Metodologias ....................................................................................................................... 4

2. Definição da Economia contemporânea ................................................................................. 5

3. Modelos Neoclássicos de crescimento econômico ................................................................. 5

4. Crescimento econômico em países em desenvolvimento....................................................... 6

Conclusão ................................................................................................................................... 9

Bibliografia ............................................................................................................................... 10
1. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito do comprimento exigido pelo Instituto Superior Mutasa -
Centro de Ensino á Distância e para aquisição de alguns créditos académicos de modo a fazer
a cadeira de História Económica I.

A economia contemporânea mundial, reflexo do processo de globalização e das consequentes


crises econômico-financeiras tem causado efeitos devastadores nos países periféricos e seus
processos de desenvolvimento sustentável. Em linhas gerais, esses países enfrentam diversas
restrições em sua trajetória rumo ao crescimento, entre tais estão as limitações ao nível de
investimento e poupança interna, a baixa relação capital/trabalho e elevados déficits em conta
corrente do balanço de pagamentos.

Portanto, o trabalho apresenta-se estruturado pela parte introdutória, os objectivos e os


procedimentos metodológicos. Seguindo-se da fundamentação teórica sobre a economia
contemporânea no mundo, conclusões e por fim as referências bibliográficas.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


✓ Analisar a economia contemporânea no mundo.

1.2.2. Objectivos específicos


✓ Definir a economia contemporânea;
✓ Discutir sobre a economia contemporânea no mundo;
✓ Compreender economia contemporânea no mundo.

1.3. Metodologias
Para viabilizar trabalho foi feito levantamento em fontes bibliográficas e documentais, tais
como livros, manuais, artigos científicos publicados e disponíveis na Internet, sobre o assunto
em questão, onde faz-se referência dos conceitos e aspectos pertinentes que corporizarão o
trabalho.

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2. Definição da Economia contemporânea
A Economia é uma ciência social e como tal tem a preocupação quanto aos reflexos das políticas
econômicas sobre a sociedade em geral e sobre as classes sociais mais desprovidas da população
em particular. No caso, a economia contemporânea vai tratar das políticas econômicas dentro
de um contexto atual. (Rigaray, s/d).

3. Modelos Neoclássicos de crescimento econômico


Os modelos neoclássicos exógenos explicitam que a acumulação de capital é propulsora do
crescimento econômico. Todavia, entre tais modelos, os de Solow e Swan, utilizam uma função
de produção que busca satisfazer a condição de proporções flexíveis no uso dos fatores. A
concepção dos autores é que a produtividade marginal do capital é decrescente, sendo assim,
os países pobres crescem mais rapidamente que os países ricos, à medida que os primeiros
possuem baixas taxas de acumulação de capital. (Gonçalves et al., s/d, p.2).

O modelo de Solow (1956) conclui que a propensão marginal a poupar determina somente a
relação capital-trabalho e a velocidade do ajustamento da economia ao estado estacionário, a
qual é determinada exogenamente pelas taxas de progresso tecnológico e de crescimento
populacional. Adicionalmente, aumentos na taxa de poupança proporcionam apenas a
passagem da economia de um estado estacionário para o outro. Ibidem

Segundo Arraes e Teles (2000) existem quatro diferenças entre os modelos exógenos e
endógenos, entre tais:

1. Os modelos tradicionais enfatizam o capital físico como força motriz do crescimento


econômico, enquanto os modelos endógenos atribuem a mudança tecnológica e ao
estoque de capital humano Lucas (1988);
2. Os modelos de crescimento exógeno, ao contrário dos modelos endógenos, não
consideram a possibilidade de ocorrer alteração no preço do processo de difusão do
conhecimento diante de alterações nos parâmetros tecnológicos da economia;
3. Os modelos de crescimento endógeno permitem um entendimento da dinâmica dos
efeitos da política econômica em geral sobre diferentes patamares de crescimento,
na medida em que políticas de comércio exterior, fiscal, educacional, de distribuição
de renda, de formação de infraestrutura e de incentivos ao progresso tecnológico
constituem-se em externalidades ao processo produtivo.

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4. Os modelos de crescimento endógeno possibilitam a divergência entre os níveis de
renda de economias distintas Romer (1990).

Simonsen (1991) realizou um estudo dos principais modelos de crescimento econômico,


pertencentes à controvérsia Cambridge-Cambridge, com o objetivo explicar como as taxas de
poupança afetam o crescimento econômico dos países no longo prazo.

Segundo este autor o modelo de Solow (1956) omitiu essa relação. Para Simonsen (1991), a
controvérsia Cambridge-Cambridge, com os modelos de Solow (1956), Kaldor-Pasinetti (1974)
e a síntese de Samuelson e Modigliani (1966), também pouco adicionou de prático a teoria do
crescimento econômico. […] como no modelo de Solow (1956), ou se a taxa de poupança se
ajustava à relação capital/produto, como no de Kaldor-Pasinetti.

Segundo Gonçalves et al., (s/d, p.4) afirma que o problema é que, nesses modelos, o progresso
tecnológico caía do céu. Além disso, a taxa de crescimento a longo prazo da economia dependia,
essencialmente, da taxa de progresso tecnológico, sendo pouco ou nenhum papel reservado a
taxa de poupança.

Lucas (1988) teve relevância na teoria do crescimento econômico, introduzindo o capital


humano na função de produção. Para ele, quanto menores forem as taxas de desconto das
utilidades do consumo futuro, maiores serão as taxas de poupança. Os investimentos em capital
humano e as taxas de crescimento a longo prazo são o resultado conjunto de menores taxas de
desconto das utilidades do consumo futuro.

Contudo, os autores desses modelos consideram o estoque de capital físico como um índice de
conhecimento acumulado e de experiências do tipo learning by doing, de forma a gerar
externalidades que promovem rendimentos crescentes no uso dos fatores ou spillovers Arraes
e Teles (2000).

4. Crescimento econômico em países em desenvolvimento


As primeiras discussões sobre a necessidade de ajuda externa para o crescimento econômico
ocorreram nos anos 40 e 50, após a Segunda Guerra Mundial e a reconstrução da Europa. Ao
final dos anos 40, a percepção da existência de restrição ao crescimento econômico de uma
nação tornou-se bastante difundida entre os economistas norte-americanos, europeus e latino-
americanos. (Gonçalves et al., s/d, p.4).

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Por sua vez, os economistas latino-americanos, acreditavam que tal restrição ocorria em
decorrência do chamado estrangulamento externo dos países em processo de desenvolvimento.

Todavia, o modelo de dois hiatos, desenvolvido inicialmente por Chenery (1950) e formalizado
por Chenery e Bruno (1962), foi concebido para analisar as restrições ao crescimento
econômico dos países em desenvolvimento. Ele se fundamenta no modelo Harrod-Domar,
incluindo a análise de uma economia aberta. A análise defende que os países em
desenvolvimento enfrentam duas limitações ao investimento: a insuficiência de reservas em
moeda estrangeira (hiato de divisas) e a escassez de poupanças pública, privada e externa.
(Gonçalves et al., (s/d, p.4).

Segundo Damico (1984. p. 86) o modelo de dois hiatos é essencialmente de um modelo de


crescimento baseado na noção de acelerador de Harrod-Domar que permite prever uma taxa de
crescimento equilibrado do tipo fio da navalha.

Partindo desse pensamento clássico do financiamento externo como mera edição à poupança
interna tomada como necessariamente insuficiente, as consequências normativas advindas da
concepção clássica de estrangulamento do crescimento por insuficiência de poupança interna
são claras:

✓ Aumento da propensão a poupar, via concentração de renda ou pela potencializarão de


um mercado de capitais;
✓ Elevação da relação produto-capital.

Segundo Bacha (1982) o modelo de dois hiatos, com o progresso da liberalização comercial e
financeira entre os países industriais, o florescimento das exportações mundiais e o aumento da
complexidade das relações econômicas, geraram descrédito entre os economistas com relação
aos seus resultados, especialmente os ortodoxos.

Assim, Bacha (1982) propõe uma reavaliação do modelo de dois hiatos, considerando a sua
importância na interpretação das condições econômicas dos países em desenvolvimento nos
anos 80 maior do que a dos modelos alternativos da escola neoclássica.

Para Zini Jr. (1995, p. 90), “o modelo de dois hiatos vem da literatura sobre desenvolvimento
econômico e aborda os fatores que limitam o crescimento de um país”. Todavia, pode ser
considerado um modelo de crescimento e não um modelo de estabilização. Se orienta para

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questões de política econômica e integra ideias e preocupações existentes entre teóricos de
desenvolvimento.

A idéia básica do modelo de dois hiatos, segundo Junior (1995) é que nos países em
desenvolvimento o crescimento é constrangido pela falta de recursos e não pela falta de
oportunidades de investir. “O crescimento pode ser constrangido pela poupança doméstica
insuficiente para derivar investimento necessário, bem como pela falta de moeda estrangeira
necessária para importar as máquinas e equipamentos requeridos pela indústria.”(Junior.1995.
p. 90).

Adicionalmente ao modelo de dois hiatos, Bacha (1989) expõe um terceiro hiato, chamado de
hiato fiscal, que ocorre devido às dificuldades de investimentos públicos em infraestrutura e em
indústria de base por parte dos países em desenvolvimento. Tais dificuldades se explicam pelas
restrições orçamentárias governamentais, motivadas pelas altas taxas de inflação e por outros
desequilíbrios macroeconômicos. Dessa forma, o investimento privado é condicionado pela
incapacidade de geração de poupança pública.

O modelo de três hiatos proposto por Bacha (1989) é considerado uma extensão do modelo de
dois hiatos de Chenery e Bruno (1962). A derivação completa do modelo de três hiatos pode
ser visualizada em Bacha (1989).

Contudo, segundo Bacha (1989), o modelo de três hiatos é um exercício de maximização do


investimento, considerado como um modelo de crescimento de um período com preços fixos,
sujeito a algumas restrições representadas por: equações, entre tais, em igualdade: renda e
absorção; identidade do balanço de pagamento e a igualdade entre os fluxos de oferta e
demanda, e por restrições em desigualdade: a renda observada não pode ser maior que a
potencial as exportações realizadas não podem superar a por exportações. Além disso, são
consideradas predeterminadas as seguintes variáveis: “consumo privado; as importações de não
sejam em bens de capital; superávit na conta corrente do orçamento do governo; taxa de
inflação; e as transferências externas e inequações.” (Bacha. 1989. p. 219).

Um resultado inicial do modelo de três hiatos é que o conceito de transferências externas é mais
relevante do que o de poupança externa para analisar as interações financeiras entre o país em
desenvolvimento e o resto do mundo. Isso ocorre porque o cálculo da poupança externa não
leva em conta as saídas a título de serviços de fatores, as quais são internamente
predeterminadas pela dinâmica interna da política econômica.
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Conclusão
Este trabalho se propõe fazer uma reflexão sobre a economia contemporânea no mundo a nova
etapa da economia mundial, por sua vez, associada às consequentes crises económico-
financeiras, tem causado efeitos devastadores, principalmente aos países em desenvolvimento,
os quais enfrentam diversas restrições ao seu processo de crescimento sustentado.

Portanto, os resultados da pesquisa indicaram a importância de políticas econômicas que


estimulem as taxas de poupança interna e de investimento em capital fixo, assim como, a
redução gradativa das taxas de juros real e a criação de mecanismos institucionais que reduzam
a vulnerabilidade externa dos países. Essas medidas conjuntas visam estimular o produto
interno percapita dos países em desenvolvimento ao longo do tempo, e reduzir a dependência
externa, fator marcante na nova configuração da economia mundial. Dessa forma, os impactos
das crises econômicas não trariam efeitos perversos a tais países.

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Bibliografia

Arraes, R. A. e Teles, V. K. (2000). Endogeneidade versus Exogeneidade do Crescimento


Econômico: Uma Análise Comparativa entre Nordeste, Brasil e Países Selecionados. Revista
Econômica do Nordeste, Vol. 31, Edição especial, p. 754-776. Fortaleza.

Bacha, E. L. (1982). Crescimento Com Oferta Limitada de Divisas: Uma Reavaliação do


Modelo de Dois Hiatos. Pesquisa e Planejamento Econômico. Rio de Janeiro.

Damico, F. S. (1984). O modelo de dois hiatos e o caso brasileiro recente. Revista de análise
econômica UFRGS, ano II, nº 3. p. 85-104.

Irigaray, Sandro Taroco. (s/d). O que é Economia contemporânea? Recuperado a 28 de março


de 2023 em: https://www.passeidireto.com/pergunta/3603705/o-que-e-economia-
contemporanea

Junior, Á. A. Z. (1995). Taxa de câmbio e política cambial no Brasil. 2ª edição. Editora da


Universidade de São Paulo, São Paulo.

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