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URBANA
AULA 3
de Mills (AMM).
acerca do desenvolvimento.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
concentração da indústria sobre a produtividade total dos fatores das empresas industriais
brasileiras.
& &
Créditos: pieceofmind/Shutterstock.
regional, primeiro precisamos pontuar alguns conceitos-chaves presentes na obra de Joseph Alois
Em sua teoria, Schumpeter (1982) afirma que a incerteza é intrínseca ao capitalismo e que o
equilíbrio que altera e desloca o estado de equilíbrio previamente existente. Logo, nessa teoria o
desenvolvimento corresponde a um processo intencional de mudança das condições preexistentes.
pensamento econômico sobre desenvolvimento. Essa teoria, que se desenvolve a partir dos anos
1980, é formada por um conjunto de contribuições e análises que não necessariamente formam um
todo uniforme (Dathein, 2003).
(Carleial, 2011).
ambiente e de instituições. Logo, as firmas são agentes específicos, organizações singulares que
Cabe salientar que há muitos fatores externos à firma que influenciam a introdução de
inovações, tais como: a ação e a natureza do Estado, a situação da área científica em cada país, as
inovação. Carleial (2011) ressalta que esse deve resultar de redes de firmas, agências
inovativos.
e, além disso, é utilizada como instrumento de elaboração de políticas econômicas, podendo ser
adaptada para casos de países não desenvolvidos, como o Brasil, o que tem sido feito por muitos
autores internacionais e brasileiros (Dathein, 2003).
Tendo essa compreensão sobre as contribuições da corrente neoschumpeteriana para o
Douglass North.
TEMA 2 -
A TEORIA DA BASE DE EXPORTAÇÃO
FA
relevância das exportações para o bom desempenho de uma determinada região. Nesse âmbito, a
teoria da base de exportação foi a primeira a destacar as exportações como fator-chave para o
crescimento de uma determinada região. Apesar de poder ser encontrada na obra de outros autores
Contesta a visão de que o desenvolvimento regional teria ocorrido em etapas sucessivas que se
iniciariam em um mundo formado por regiões agrícolas autossuficientes e marcado por altíssimos
Partindo da presente crítica, a teoria da base de exportação destaca as exportações como fator
primordial para o crescimento de uma determinada região, tendo em vista o efeito multiplicador
exercido pelas exportações sobre as atividades locais, ou seja, orientadas à demanda interna. De
acordo com a teoria da base de exportação, as atividades econômicas de uma região podem ser
setor são chamadas de base exportadora, cujos efeitos sobre a economia local são também
indiretos. De acordo com essa teoria, a atividade de exportação incentiva o surgimento de polos de
Saiba mais
caso da produção cafeeira no estado de São Paulo. A referida atividade conseguiu criar
atividades locais vinculadas a sua produção, como também criou vantagens comparativas a
dinamismo não foi observado, haja vista que a cultura do açúcar não desenvolveu atividades
pensamento de North, argumentando que a teoria da base não chega a ser uma teoria de
desenvolvimento. Isso porque estimativas exageradas acerca do efeito das exportações tendem a
subestimar que, por serem economias abertas, as regiões importam os insumos do restante do país
(ou mesmo do mundo). Ademais, a crença exclusiva na teoria da base faz com que as importações
regionais sejam vistas com maus olhos. Essa visão simplista esquece o papel que as importações
regionais têm para o bem-estar de seus moradores ou para a competitividade de suas firmas
Após conhecer com mais profundidade as contribuições de Douglas North acerca da teoria da
base de exportação, na sequência veremos a interpretação do modelo urbano sob o olhar de Alonso.
TEMA 3 -
O MODELO URBANO DE ALONSO E EXTENSÕES
Créditos: Tavarius/Shutterstock.
O modelo de William Alonso (1933-1999) marca o início dos estudos no campo da economia
urbana. Contudo, Von Thiinen (1783-1850) o precedeu, com a análise do modelo que trata do padrão
de ocupação do solo por atividades agrícolas, propondo os custos de transporte como variável-
chave na decisão de localização ao longo do espaço. O modelo de Von Thiúnen de localização do
uso do solo fornece a base para os trabalhos elaborados no campo da economia urbana.
Ainda que em uma perspectiva rural, Thiinen deu início à linha de modelos conhecidos como
cidade monocêntrica, que tratam dos padrões de ocupação do solo exclusivamente urbano pelas
famílias moradoras na cidade. Adaptado por Alonso (1964) para o contexto das cidades, o modelo
mantém o cenário de único centro de empregos (negócios). Os fazendeiros são substituídos por
analisados como custos de deslocamento diário. Assim, a principal hipótese de Von Thiúnen é
mantida, a existência de um único centro de negócios, bem como a importância dos custos de
Dando sequência, em seu modelo, Alonso (1964) estabeleceu que as famílias moradoras da
conceito de curvas de bid rent, ou seja, a máxima disposição a pagar pela moradia em determinada
Para além das contribuições de Alonso, destacam-se ainda os trabalhos de Muth e de Mills, que
(AMM). Esse modelo de cidade monocêntrica foi a estrutura dominante da área de economia urbana
nos anos 1970 e possibilitou grandes contribuições teóricas na área de economia urbana. Esses
trabalhos inspiraram a nova economia urbana (NEU), campo que tem como finalidade explicar a
O modelo da cidade monocêntrica trabalha com a ideia de um trade-off entre acessibilidade aos
centros de emprego e a escolha de residência pelas famílias. Ou seja, as decisões são tomadas com
base nos custos de deslocamento diário da residência para o local de trabalho e o desejo de espaço
habitacional. Essa é uma contribuição importante que ajuda a entender a questão da formação das
estruturas urbanas:
Às cidades possuem uma região central que proporciona empregos. Nesta literatura, este centro é
chamado Central Business District (CBD). O CBD é o local com maior densidade de empregos e
onde encontram-se as atividades que tradicionalmente são lócus de comércio, serviços e
funcionalismo público. No ponto mais distante do CBD, os indivíduos consomem uma maior
quantidade de terras. Entretanto, estes incorrem em ambos os custos com transporte e tempo
despendido maiores. Os indivíduos que moram próximos ao CBD têm lotes de menor tamanho,
mas em compensação, têm maior acessibilidade ao emprego. (Proque, 2014, p. 63)
Apesar das contribuições trazidas para a nova economia urbana, Nadalin destaca que esse
modelo da cidade monocêntrica deixa a desejar por não tratar o uso do solo para negócios ou
produção, pois o centro de negócios ocupa o ponto central da cidade, sem dimensões.
Tendo essa compreensão do modelo de Alonso, Muth e Mills, a seguir adentra-se nas
TEMA 4 -
A NOVA GEOGRAFIA ECONÔMICA
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Na prática, a NGE busca explicar por que determinadas atividades econômicas optam por se
O interesse recente pelo espaço, no centro da teoria econômica, surgiu dos avanços da NGE (Proque,
2014).
Com base na literatura da Organização Industrial, o modelo desenvolvido por Dixit-Stiglitz de
mercado. O espaço foi inserido na análise, de maneira que a NGE pode explicar a formação de
Cabe destacar a influência de três importantes cientistas que sintetizam as principais questões
* Johann Heinrich von Thiinen: é o fundador da teoria do uso do solo, e o seu trabalho serviu de
espaciais e os desequilíbrios regionais nos níveis nacional e internacional. Para isso, construiu
um modelo completo de equilíbrio geral, capaz de explicar por que, como e quando a atividade
A literatura-padrão da NGE está baseada no modelo centro-periferia (CP) proposto por Krugman.
O modelo expõe como um país pode transformar-se endogenamente diferenciado em um centro
industrializado e uma periferia agrícola. Esse modelo exibe como as aglomerações espaciais
uma região que se torna o centro. A outra região, a periferia da economia, fornece somente bens
agrícolas. Em oposição, quando os custos de transporte forem altos, existe um padrão regional
simétrico. O surgimento do padrão CP teve como base os custos de transporte, as variedades de
Desse modo, a NGE permitiu a existência de um tratamento teórico mais adequado das
interações no espaço, com base em fundamentos da economia urbana. O modelo parte de uma
economia formada por duas regiões, dois tipos de produção (agrícola e industrial) e dois tipos de
escala e competição perfeita, sob o uso de uma mão de obra imóvel no espaço.
* À produção industrial fornece um bem diferenciado assumindo retornos crescentes de
uma das regiões tem uma força de trabalho maior, existe a tendência de os trabalhadores migrarem
para essa região. Desse modo, os trabalhadores deslocam-se para regiões onde os salários reais
são maiores (Thisse, 2011).
A grande contribuição da NGE foi explicar o surgimento e o crescimento das cidades com base
nas forças de aglomerações. Esse conceito diz respeito a situações muito distintas no mundo real:
Num extremo do espectro está a divisão Norte-Sul. No outro, a aglomeração surge quando
restaurantes, cinemas ou lojas que vendem produtos similares se agrupam dentro do mesmo
bairro, ou até na mesma rua. O que distingue os vários tipos de aglomeração é a escala espacial,
como o demonstram os diferentes nomes dados ao campo científico (economia regional e urbana,
teoria locacional e economia espacial), no qual o foco se desloca da competição perfeita para
Vistas as principais contribuições da NGE para a economia regional e urbana, a seguir veremos
com mais detalhes a perspectiva neoinstitucionalista.
TEMA 5 -
A PERSPECTIVA NEOINSTITUCIONALISTA
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abordagem analítica institucionalista deve incluir path dependency, ou seja, reconhecer o caráter
diferenciado do processo de desenvolvimento econômico considerando que o ambiente envolve
contribuições trazidas pela tradição evolucionária. Tal revigoramento se dá, principalmente, por meio
da Association for Evolutionary Economics (AFFE), responsável pelo Journal of Economic Issues, que,
sob a influência de autores como Galbraith e Gruchy, seguidos de Hodgson, Ramstad, Rutherford,
Samuels, Mark Tool, Stanfield e outros, constituiu a corrente neo-institucionalista (Conceição, 2002).
O desenvolvimento econômico depende das instituições, portanto elas são uma medida do
seguida, o indivíduo se torna um potencial agente de mudança institucional necessária para que o
-
desenvolvimento aconteça. Logo, o Estado tem um papel central no processo de desenvolvimento,
aprendizado pelo qual as pessoas passam em seu contexto e que se propaga pelas instâncias em
que atuam no esforço de melhorar suas condições de vida. O aprendizado reconstitui o indivíduo em
termos de valores e preferências.
Nessa abordagem, Hodgson (2000) atualiza o conceito de instituição dentro dos novos
enfoques econômicos. Segundo esse autor, as instituições são sistemas duráveis de regras sociais
estabelecidas e incorporadas que estruturam as interações sociais.
linguagem, dinheiro, sistemas de pesos e medidas, modos à mesa, firmas (e outras organizações)
são todas instituições na abordagem analítica neoinstitucionalista. Em parte, a durabilidade das
instituições decorre do fato de que elas podem criar expectativas estáveis sobre o comportamento
dos outros. Geralmente as instituições possibilitam o pensamento, a expectativa e a ação
Para análise de economia regional, a abordagem institucionalista se destaca por permitir sair do
em uma determinada região, pois, diferente da teoria neoclássica, o institucionalismo não prevê o
que vai acontecer, mas busca uma aproximação com a realidade concreta para compreender os
fenômenos à sua volta. Quais são os hábitos comuns de pensamento? Como o conhecimento
evolui? Quais são as regras sociais incorporadas que favorecem o desenvolvimento? Como a
questionamentos certamente requerem estudos empíricos, que podem ser pautados na abordagem
neoinstitucionalista.
TROCANDO IDEIAS
O conceito para desenvolvimento econômico não possui um consenso universal. No entanto,
sabe-se que as instituições são parte do desenvolvimento, assim como os indivíduos. Um estudo
realizado por Zulian, Marin e Feistel (2014) destaca o papel das instituições no comportamento
individual com base na visão de Douglass North e de Geoffrey M. Hodgson. Continue a leitura em: <h
https//revistas.ufpr.br/ret/article/download/35203/25127>.
Convidamos você a acessar esse artigo e responder às seguintes perguntas: Qual é a influência
NA PRÁTICA
O desenvolvimento econômico depende das instituições, portanto estas são uma medida do
seguida, o indivíduo se torna um potencial agente de mudança institucional necessária para que o
-
desenvolvimento aconteça.
Com base nessa afirmação, elenque cinco exemplos de instituições que influenciam as
interações sociais.
FINALIZANDO
de Mills (AMM). Por fim, foram trazidas as interpretações da nova geografia econômica e do
É importante salientar que uma única teoria por si só não esgota essa abordagem, que é tão
aglomerações. Outras podem ser empregadas como métodos, por trazerem instrumentos analíticos
que auxiliam a interpretação de um dado contexto, como o neoinstitucionalismo.
Quanto maior for a aproximação com uma determinada teoria, mais natural tende a ser a
REFERÊNCIAS
Desenvolvimentismo: o conceito, as bases teóricas e as políticas. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2003.
de exportação da região sul do Brasil. Revista de Economia, Anápolis, v. 12, n. 2, p. 237-2571, jul./dez.
https://www.revista.ueg.br/index.php/economia/article/view/5527/3925%:---text=A%20teoria%20da
HODGSON, G. M. The Hidden Persuaders: institutions and choice in economic theory. In:
Seminário A situação atual da microeconomia: uma perspectiva metodológica. Programa de
capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982.
THISSE, J.-F. Geografia econômica. In: CRUZ, B. de O. Economia regional e urbana: teorias e
métodos com ênfase no Brasil. IPEA: Brasília, 2011. Disponível em: