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O uso de novas tecnologias abre caminho para a produção de novos bens mais baratos e para a
acumulação de capital e, nesse sentido, para uma maior competitividade internacional de países
individuais, bem como para uma maior qualidade das instituições de pesquisa científica,
enquanto, por outro lado, lado, contribuindo para o desenvolvimento cultural e político das
sociedades.. Desse modo, o objectivo deste artigo é o de realizar uma revisão da literatura sobre
a teoria do crescimento económico, mas com o foco no papel da tecnologia.
Abstract: In a world economy, the reason for differences in economic growth and income
inequality between countries is explained on the basis of technological differences. The aim of
science and technology is to allow companies and individuals to use technologies more
efficiently, as this results in reduced costs and increased productivity gains.
The use of new technologies paves the way for the production of new, cheaper goods and for the
accumulation of capital and, in this sense, for greater international competitiveness of individual
countries, as well as for a higher quality of scientific research institutions, while, on the other
hand, on the other hand, contributing to the cultural and political development of societies.
Thus, the purpose of this article is to carry out a literature review on the theory of economic
growth, but with a focus on the role of technology.
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1. Revisão da Literatura
A teoria económica oferece uma série de abordagens de livros didácticos para entender
a mudança económica. Uma das primeiras foi iniciada em 1776 por Adam Smith (Smith
1981), que enfatizou o papel da divisão do trabalho na promoção do aumento da
produção por pessoa. Ele enfatizou que a crescente especialização, mediada
principalmente pelas forças de mercado, levaria ao aumento da eficiência na produção e,
portanto, ao aumento dos padrões de vida. Smith concentrou-se no papel das
instituições de mercado, eficiência nas transacções e direitos de propriedade efectivos
na promoção de altos níveis de bem-estar económico. Compreensivelmente, o modelo
de divisão do trabalho de Smith não chamou atenção primária para a inovação, pois ele
vivia na época em que a Revolução Industrial estava ganhando força. A importação total
de inovações sustentadas em muitos sectores económicos ainda não pôde ser vista.
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Solow mostrou que quando a taxa de poupança aumenta em uma economia, isso leva a
um aumento temporário na taxa de acumulação de capital e a um aumento permanente
no nível de produção per capita, mas não a um aumento na taxa de longo prazo de
crescimento da produção per capita. A taxa de crescimento económico de longo prazo
no modelo de Solow é, na verdade, independente da taxa de poupança e acumulação de
capital. De facto, a fim de produzir uma taxa de crescimento em seu modelo, Solow teve
que ir além da mera acumulação de capital. Ele teve que introduzir uma taxa exógena de
melhoria na produtividade do trabalho, presumivelmente o resultado do avanço
tecnológico. Mas em seu famoso modelo, Solow não tentou explicar a origem desse
avanço tecnológico; ele apenas assumiu isso.
Um ano depois de sua peça teórica de 1956, Solow fez um cálculo básico e
tremendamente importante que ainda hoje é instrutivo para os estudiosos (Solow 1957).
Ele examinou os dados económicos dos Estados Unidos de 1909 a 1949 e perguntou o
que eles nos diziam sobre as fontes do crescimento económico dos Estados Unidos
naquele período.
De forma engenhosa, ele usou seu arcabouço teórico para extrair a parte do crescimento
económico que se devia ao maior acúmulo de capital por pessoa da parte que se devia
ao avanço da tecnologia. Esses foram os primeiros cálculos de contabilidade de
crescimento nacional no estudo moderno da economia.
Esses dois artigos de 1956 e 1957 continham uma mensagem extremamente importante:
entender o crescimento económico de longo prazo requer entender a inovação
tecnológica. A parte tecnicamente desafiadora dos modelos de crescimento de Solow
reside na solução de uma equação diferencial para a rapidez com que o estoque de
capital cresce, e não na interpretação do misterioso processo de mudança tecnológica.
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Nas últimas décadas, os economistas estudaram o papel da poupança e do investimento
como característica central do crescimento económico, em vez de se concentrar nas
fontes da mudança tecnológica de longo prazo. Isso começou a mudar apenas na década
de 1980.
Joseph Stalin forneceu o exemplo mais convincente de tentar usar uma alta taxa de
poupança como chave para o desenvolvimento económico quando promoveu a
poupança forçada, de maneira muito brutal, para promover a industrialização na União
Soviética. No entanto, a economia soviética teve muito pouca mudança tecnológica no
sector civil por décadas e, como resultado, chegou o mais perto possível de um caso de
alta taxa de poupança combinada com tecnologia estagnada. É provavelmente justo
dizer que provou ser um resultado-chave do modelo de Solow, embora em um contexto
de economia planejada: a acumulação de capital sem avanço tecnológico eventualmente
leva ao fim do crescimento económico.
Eles calcularam quantas siderúrgicas e minas de carvão e assim por diante eram
necessárias para construir um sector automobilístico ou uma indústria aeronáutica e
então construíram essas indústrias em proporções fixas ao longo do tempo. A divisão do
trabalho foi rigidamente estabelecida. A acumulação de capital aumentou a escala de
produção sem afectar dramaticamente a divisão do trabalho. Novas inovações eram
difíceis ou impossíveis de introduzir na rígida estrutura de planeamento, excepto no
sector militar.
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Mas naquela época a capacidade de transformar as vastas quantidades de aço em maior
produção per capita havia quase desaparecido. Como resultado, a União Soviética
tornou-se um gigantesco cemitério de aço, com aço enferrujado por toda parte.
Embora não caracterizadas por uma alta taxa de poupança, algumas economias sul-
americanas, principalmente a Argentina, fornecem outro exemplo do que pode
acontecer quando uma região não progride tecnologicamente. Trinta anos atrás, grande
parte da América do Sul estava em um nível admirável de renda per capita pelos
padrões globais. A maior parte da região estagnou economicamente desde então.
Existem muitas explicações diferentes sobre o porquê. Os padrões envolvem coisas
como má administração macroeconómica, governos instáveis e alta inflação.
No entanto, muitas dessas explicações são mais sintomas do que causas fundamentais.
Na raiz do problema, ao que parece, está a pouca ênfase no avanço tecnológico e na
inovação de longo prazo.
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1.2. Teoria do Crescimento Exógeno
A teoria do crescimento exógeno mostra que no longo prazo, o crescimento é
determinado pelo avanço do progresso técnico, mas não explica quais os factores que o
determinam. Por isso a denominação de exógeno. Nesta seção, são expostos dois
modelos: o de Solow (1956) sem e com progresso técnico e o modelo de Lucas (1988),
que incorpora o capital humano no modelo de Solow.
𝑌 = 𝐾𝛼𝐿1−𝛼 (2.1)
𝑦 = 𝑘𝛼 (2.2)
Como pode ser observado na equação 2.1, quanto mais capital por trabalhador, maior
será o produto realizado pelas empresas, porém, o produto gerado tende a diminuir à
medida que se aumenta a quantidade de capital por trabalhador. Em outros termos, a
função de produção apresenta retornos decrescentes para o capital por trabalhador. A
segunda equação importante no modelo de Solow, mostra como ocorre o processo de
acumulação de capital, definida como:
𝑘 = 𝑠𝑌 − 𝑑𝐾 (2.3)
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Onde 𝑘 é a variação do estoque de capital; s é a taxa de poupança; d é a taxa de
depreciação do capital. Assim, a equação 2.3 mostra que a variação do estoque de
capital possui uma relação directa com o investimento ruto s e inversa com a
depreciação do capital d eescrevendo essa equação em termos de produto per
capita, considerando n, tirando os logaritmos e derivando a função, o temos
𝑘 = 𝑠𝑦 − (𝑛 + 𝑑)𝑘 (2.4)
Esta última equação mostra que a variação do capital por trabalhador tem uma relação
directa com o investimento por trabalhador (sy), inversa com a depreciação por
trabalhador (dk) e inversa com o crescimento populacional, que é dada na função por
nk. A cada período surgem novos trabalhadores, dado o investimento e a depreciação,
esse aumento da força de trabalho faz com que ocorra a redução do capital por
trabalhador. Para encontrar o produto por trabalhador no estado estacionário,
inicialmente basta substituir a equação 2.2 na equação 2.4 e adoptar a propriedade do
estado estacionário para a variação do capital, isto é, 𝑘 = 0. Com isso, temos:
Substituindo essa última equação na função 2.2, encontramos o produto por trabalhador
no estado estacionário (y*),
Diante dessa equação, o modelo de Solow mostra que quanto maior a razão
poupança/investimento, mais rico tende a ser esse país. Portanto, essa é a explicação
para as diferenças de riqueza entre as nações. Países com altas taxas de investimento
tendem a ser mais ricos que países com taxas de investimento menores e/ou com altas
taxas de crescimento populacional. No entanto, economias que apresentam inicialmente
um estoque de capital por trabalhador inferior ao exigido pelo estado estacionário (k0 <
k*), tendem a apresentar crescimento do capital e do produto per capita durante algum
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tempo até alcançar o estado estacionário. Contudo, à medida que o estoque de capital se
aproxima do estoque de capital do estado estacionário, esse crescimento se torna mais
lento, até cessar. Essa fase é denominada de dinâmica de transição. Todavia, alcançado
o estado estacionário, o crescimento da renda per capita também cessa, de modo que o
crescimento do produto (Y) é igual ao crescimento da população (n). Para que ocorra o
crescimento permanente da renda per capita, temos que introduzir o progresso
tecnológico no modelo de Solow, o que é realizado adicionando a variável tecnologia5
(A) na função de produção, isto é:
Todavia o modelo de Solow diz que a taxa de crescimento do produto per capita é igual
a taxa de crescimento do progresso tecnológico, mas não explica os determinantes do
progresso técnico. Para Aghion & Akcigit (2015), esse é o problema do modelo. Em
outros termos, o modelo deixa sem resposta quem se preocupa em entender se é
possível e como acelerar o crescimento económico de um país.
Empiricamente, os dados mostram que não há convergência da renda per capita entre
países pobres e ricos, como diz as conclusões teóricas do modelo, no máximo se
encontra uma convergência entre países menos ricos e os mais ricos (LUCAS, 1988).
Com o objectivo de explicar tais diferenças, foram desenvolvidos os modelos de
crescimento com capital humano e modelos de crescimento endógeno, que serão
expostos nas próximas seções.
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1.2.1.1. Modelo de Solow com Capital Humano
Com o objectivo de tentar encontrar explicações para os questionamentos em torno das
diferenças de riquezas entre as nações e para as questões empíricas, o modelo de Solow
foi expandido. Uma dessas expansões, é a incorporação do capital humano na função de
produção no sentido de aceitar que a mão-de-obra das diversas economias tem
qualificações diferentes.
Desse modo, suponha que o capital humano é adquirido quando as pessoas passam a
dedicar parte do seu tempo ao aprendizado de novas habilidades em vez de trabalhar.
Assim, considere que a quantidade da força de trabalho não qualificada que está
aprendendo novas habilidades seja determinada pela equação:
𝐻 = 𝑒 𝜑𝜇𝐿 (2.13)
𝑦 = 𝑘𝛼 (2.15)
Essa equação explica as diferenças de renda entre países ricos e pobres se devem as
diferenças de investimento em capital físico, da parcela de tempo dedicado ao
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aprendizado de novas habilidades, do grau tecnológico e do crescimento populacional.
No entanto, esse modelo ampliado com capital humano responde as críticas da falta de
convergência entre os países ricos e pobres. Essa falta de convergência se deve as
diferenças na propensão a acumular capital humano entre os países, de modo que os
agentes agindo de forma racional reagem a diferentes retornos sobre a qualificação
aumentando ou diminuindo o tempo dedicado ao aprendizado de novas habilidades.
Sendo assim, os países em que as melhores qualificações são raras tendem a pagar um
retorno maior aos seus trabalhadores qualificados, mas na média as oportunidades de
qualificações nesses países são precárias. Portanto, o tempo dedicado ao aprendizado de
novas ha ilidades μ e o aumento da produtividade do tra alho decorrente do aumento
do tempo dedicado a acumulação de capital humano φ tendem a ser maiores nos
países ricos do que nos países pobres, explicando parte significativa da diferença de
renda e ao mesmo tempo a tendência de não convergência entre tais países.
Diversos trabalhos empíricos, como Krueger (1968), Easterlin (1981), Barro (1991),
Mankiw, Romer e Weil (1992) e o de Barro e Lee (2001), mostram que o capital
humano é uma fonte importante para explicar o crescimento económico. No entanto,
outros trabalhos como os de Romer (1990), Benhabib e Spiegel (1994), Hall e Jones
(1998) e Pritchett (2001), mostram que ainda é questionável a importância do capital
humano sobre o crescimento económico.
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Assim, no modelo de Romer (1990) a busca dos pesquisadores por novas ideias, cujo
interesse é o lucro, torna o progresso tecnológico endógeno. Segundo Porter (2000), o
progresso tecnológico se torna endógeno via alocação constante de recursos para o
sector produtor de ideias que eleva a produtividade e via sensibilidade da produtividade
de novas ideias ao estoque de ideias descobertas no passado. Portanto, o modelo de
Romer preserva de forma idêntica as equações de acumulação de capital e do trabalho
de acordo com o modelo de Solow (1956). A novidade aparece na função de produção
que passa a incorporar o estoque de ideias como insumo de produção. Isto é, agora
temos uma função de produção que descreve como o produto agregado (Y) é gerado a
partir da combinação do estoque de capital (K) e o trabalho (H), utilizando o estoque de
ideias, A:
Y = K (AH) 1 – (3.1)
onde 0 < < 1. Dado o nível de tecnologia A, a função de produção apresenta retornos
constantes de escala para o K e o H. No entanto, ao incluir o estoque de ideias como
insumos de produção, a função de produção apresenta retornos crescentes de escala.
Isso se deve a natureza das ideias ser um bem não-rival. Ou seja, para dobrar a produção
não é necessário duplicar a tecnologia. Desse modo, Romer (1990) abandona a hipótese
de concorrência perfeita presente nos modelos anteriores e adopta a hipótese de
concorrência imperfeita. No modelo de Solow, o progresso tecnológico (A) cresce de
forma constante e a uma taxa exógena. No modelo de Romer, o progresso tecnológico
passa a ser endógeno, de modo que At é o número de ideias que foram inventadas ao
longo da história até o momento t. Assim, A é o número de ideias criadas em qualquer
ponto do tempo.
Jones (1995) parte de uma função de produção de ideias em que o modelo de Romer
torna-se um caso particular, isto é, um modelo que permite a possibilidade que um
esforço de pesquisa constante sustente um crescimento de longo prazo, mas também
permite casos contrários. Isto é, Jones (1995) modifica a função de produção de ideias
de Romer (1995), permitindo que a produção de conhecimento apresente retornos
decrescentes de escala. Isto é,
𝐴= 𝛿ℎA𝜆𝐴 𝜙
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Onde é um parâmetro que representa o spillover intertemporal. De modo que se < 0,
ocorre o que Jones 1995 chamou de efeito “garimpo de ideias”, ou seja, as ideias mais
óbvias são descobertas primeiro, de modo que quanto maior o estoque de conhecimento,
menor a probabilidade de um pesquisador descobrir uma ideia. Em outras palavras, a
produtividade marginal de hA agora apresenta retornos decrescentes de escala. Se > 0,
existem spillovers positivos da produção de conhecimento. Já se = 0, não há spillovers
e a taxa de inovação passa a ser independente do estoque de conhecimento. Jones
(1995) ainda adoptar a restrição de que 0 < 1, ou seja, a duplicação de pesquisa
reduz o número total de inovações produzidas por hA unidades de capital humano.
Dado que os dados são inconsistentes com o modelo de Romer (1990), Jones (1995)
adopta a restrição de que < 1, eliminando os rendimentos de escala na produção na
produção de conhecimento. Com efeito, políticas económicas como a de subsídios a
pesquisa, não afectam o crescimento no estado estacionário, diferentemente do modelo
de Romer (1990). Para Jones (1995), a taxa de crescimento económico depende da taxa
de crescimento do capital humano envolvido na pesquisa, pois estes ao criar novos
projectos de P&D, aumentam a produtividade da economia e, portanto, o crescimento
económico.
Conclusão
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novas oportunidades de trabalho e ensinou outros métodos para executar os trabalhos,
por outro lado.
Referências Bibliográficas
BENHABIB, J., SPIEGEL, M., (1994). The roles of human capital in economic
development: evidence from aggregate cross-country data. Journal of Monetary
Economics 34, 143–173.
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Economic History, XLI (1981),1-20.
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per worker than others? The Quarterly Journal of Economics 114 (1), 83–117.
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aggregate data. In Eric Hanushek and Finis Welch (eds.), Handbook of the Economics
of Education, pp. 635–695. Amsterdam: North-Holland.
Smith, A.(1981) Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações.
Indianápolis: Liberty Press.
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