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Campus Marechal Cândido Rondon

Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras


Programa de Pós-Graduação em História

CADERNO DE PROGRAMAÇÃO
E CADERNO DE RESUMOS

II ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA,


TRABALHO, CULTURA E PODER
Os desafios para uma educação
diversa, acolhedora e inclusiva

06, 07 e 08 de novembro de 2023


Evento online
PROMOÇÃO
O II Encontro Nacional de História, Trabalho, Cultura e Poder é um evento científico
organizado pelos discentes do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – campus Marechal Cândido Rondon.

COMISSÃO CIENTÍFICA
Arthur Manoel Andrade Barbosa; Camila Cararo Tonkelski; Daiana Aparecida Henrichsen;
Eleandro de Morais Vieira; Giulia Beatriz Schossler Plassmann; Guilherme Dotti Grando;
Gustavo Guilherme Schneider; Kathiane Thaís Facenda; Patricia Vieira Morais; Sara Minique
Noal; Tanice Fuhr; Vanderson Wiliam Ribeiro Silva.

COMISSÃO ORGANIZADORA
Arthur Manoel Andrade Barbosa; Camila Cararo Tonkelski; Daiana Aparecida Henrichsen;
Eleandro de Morais Vieira; Giulia Beatriz Schossler Plassmann; Guilherme Dotti Grando;
Gustavo Guilherme Schneider; Kathiane Thaís Facenda; Patricia Vieira Morais; Sara Minique
Noal; Tanice Fuhr; Vanderson Wiliam Ribeiro Silva.

COORDENAÇÃO DOCENTE
Carla Luciana Souza da Silva.

COORDENAÇÃO DISCENTE
Patricia Vieira Morais

APOIO
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 6
PROGRAMAÇÃO GERAL ................................................................................................................... 7
PROGRAMAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DE TRABALHOS CIENTÍFICOS ............................... 9
CADERNO DE RESUMOS .................................................................................................................. 15
ASSENTAMENTOS SUL BONITO (ITAQUIRAÍ/MS) E VALMIR MOTTA DE OLIVEIRA
(CASCAVEL/PR) E AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A REFORMA ............................................ 16
DA HIGIENIZAÇÃO À DIGITALIZAÇÃO DE “MEMÓRIA DOCUMENTAL” DA FUNDAÇÃO
ARAUCÁRIA: PRESERVAÇÃO E PRODUÇÃO DE ACERVO DIGITAL....................................... 17
GÊNERO E MASCULINIDADES: A RELEVÂNCIA DA HISTÓRIA NO ESTUDO DAS
DESIGUALDADES ............................................................................................................................. 18
“COMO FONTE DE FUTURAS MEMÓRIAS”: UM TRABALHADOR, UMA DITADURA E
MUITAS MEMÓRIAS ......................................................................................................................... 19
PESQUISA SOBRE TRABALHO DOMÉSTICO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA: RELATOS
DE CAMPO .......................................................................................................................................... 20
O TERCEIRO REINADO E A LINGUAGEM REPUBLICANA DE REJEIÇÃO AO CONDE D'EU 21
EMBATES E DISPUTAS PELA CIDADE: MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE TRALHADORES
DE MERCEDES NO SÉCULO XXI .................................................................................................... 22
EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS HAITIANOS: EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS DO
PROJETO “HISTÓRIA, CULTURA E LÍNGUA PORTUGUESA PARA IMIGRANTES” EM
CASCAVEL- PR (2021-2023).............................................................................................................. 23
IMPLANTAÇÃO DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES DO PARANÁ (2020/2021): UM PROJETO
DE CONFORMAÇÃO DO CIDADÃO PARA O MERCADO ........................................................... 24
UMA LEITURA DE A REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL DE FLORESTAN FERNANDES,
PAUTADA NA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO ................................................................................. 25
“E NÓS FUMO TEIMANDO, PRECISAVA DE UM PEDACINHO DE TERRA”: OCUPAÇÃO,
RESISTÊNCIA E COTIDIANO NA FAZENDA ANNONI EM MARMELEIRO (1983) ................. 26
O MUNDO SOVIÉTICO DE “ENTRE FOICE E O MARTELO” DE SUPERMAN (2003).............. 27
O ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE ACONSTRUÇÃO
DA PROPOSTA CURRICULAR DA ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO OESTE DO PARANÁ
(AMOP)................................................................................................................................................. 28
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA ........................................................................................... 29
ELAS E O ESPORTE: O PROJETO DE EXTENSÃO QUE VISA LEVAR PARA ONGS DE
ESPORTE A AUTO-REFLEXÃO DA ESPORTISTA FEMININA.................................................... 30
FASCISMO BRASILEIRO? ANÁLISE DO INTEGRALISMO BRASILEIRO A PARTIR DO
JORNAL A OFFENSIVA (1930-1937)................................................................................................ 31
JAIR MESSIAS BOLSONARO, O LÍDER POLÍTICO CARISMÁTICO: ANÁLISE DO
BOLSONARISMO SOB A ÓTICA WEBERIANA ............................................................................. 32
NIHONJIN: UM RETRATO DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO ROMANCE DE OSCAR
NAKASATO ......................................................................................................................................... 33
ANATOMIA E FISIOLOGIA FEMININA EM ERÁRIO MINERAL (1735): DISCURSOS DE PODER
SOBRE O SANGUE MENSTRUAL.................................................................................................... 34
ENTRE O PASSADO E O PRESENTE: A REPRESENTAÇÃO DA DITADURA MILITAR A
PARTIR DAS CENAS DE TORTURA NA NOVELA “AMOR E REVOLUÇÃO” (2011) .............. 35
TRABALHADORES IMIGRANTES EM CASCAVEL-PR: EXPERIÊNCIA, TRABALHO E
EDUCAÇÃO......................................................................................................................................... 36
“É O DIABO FICAR INTERNO”: INFÂNCIAS E ESCOLARIZAÇÃO NA ESCRITA EPISTOLAR
DE SERAFIM BERTASO (1920-1922) ............................................................................................... 37
O PAPEL DA EKPHRASIS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E SUBJETIVIDADE NAS
METAMORFOSES DE OVÍDIO........................................................................................................... 38
MEMÓRIAS SOBRE A LOUCURA: A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO HOSPITAL COLÔNIA
ADAUTO BOTELHO (1970-2001) ..................................................................................................... 39
PERSPECTIVAS DE GÊNERO NO AMBIENTE DE TRABALHO: PODER E DISCRIMINAÇÃO 40
TEATRO UNIÃO E OLHO VIVO (TUOV) E A DITADURA MILITAR NO BRASIL: CULTURA E
PERIFERIA EM TEMPOS DE REPRESSÃO.......................................................................................41
USO DE FONTES HISTÓRICAS PARA O ENSINO/APRENDIZAGEM SOBRE HISTÓRIA DO
BRASIL: EXPERIÊNCIAS DO CLUBE DE HISTÓRIA DO IFAMCAMPUS PARINTINS ............. 42
LEIS DO ADIAMENTO: A ABOLIÇÃO CONTADA PELO PARLAMENTO IMPERIAL..............43
EXPROPRIADOS DE ITAIPU BINACIONAL: ONDE ESTÃO? ...................................................... 44
SUICÍDIO, MORAL E RELIGIÃO: UMA ANÁLISE HISTÓRICA A PARTIR DA LITERATURA
BRASILEIRA DO FIM DO SÉCULO XIX ......................................................................................... 45
CINEMA COM DITADURA: ESTUDO PILOTO SOBRE AS PERSPECTIVAS DE ESTUDANTES
SECUNDARISTAS .............................................................................................................................. 46
AS MULHERES EM AS GANGUES DE NOVA YORK: UMA HISTÓRIA INFORMAL DO
SUBMUNDO ........................................................................................................................................ 47
ENTRE VERSOS E RESISTÊNCIA: O MOVIMENTO DO HIP HOP NO PROCESSO DE
ABERTURA POLÍTICA NO BRASIL ................................................................................................ 48
MULHERES CORRESPONDENTES: CULTURA E PODER NO MUNDO DOS IMPRESSOS ...... 49
LOURDES BARRETO: A PERSEGUIÇÃO ÀS PROSTITUTAS DURANTE A DITADURA
MILITAR NO BRASIL ........................................................................................................................ 50
INTERMEDIAÇÕES ARTÍSTICO-LITERÁRIAS NA ESCRITA DE ABÍLIO LEITE DE
BARROS................................................................................................................................................51
LIVROS E LEITURAS N’O OLINDENSE: O PERIÓDICO ACADÊMICO DOS ESTUDANTES DE
DIREITO EM PERNAMBUCO (1831-1832) ...................................................................................... 52
ENTRE LEIRAS E RUAS: EXPERIÊNCIAS DE TRABALHADORES EM JABOTICABAL-SP .. 53
ENTRE O AMARGOR DO TRABALHAR E AS DOÇURAS DO LAR: NARRATIVA(S)
FAMILIARES NA CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO .......................................... 54
FAZER-SE TRABALHADOR EM GUARANIAÇU-PR..................................................................... 55
O MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, O ENCONTRO DE PIONEIROS E PIONEIRAS E A
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIAS DA COLONIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TOLEDO (PR)..... 56
A SEPARAÇÃO DE DALVA DE OLIVEIRA E HERIVELTO MARTINS, ATRAVÉS DAS
PÁGINAS DA REVISTA DO RÁDIO ................................................................................................... 57
O SINDICATO DOS TRABALHADORES DE FIAÇÃO E TECELAGEM DE FORTALEZA: UMA
PERSPECTIVA DE LUTA A PARTIR DO FEMININO (1990-1992) ............................................... 58
A CIA NA FRONTEIRA: ESTUDO SOCIOLÓGICO E ECONÔMICO DE PONTA PORÃ EM 1954
............................................................................................................................................................... 59
ENTRE TRAMAS E DRAMAS DO ESCOLARIZAR-SE: PENSANDO A URDIDURADE TENSÕES
E CONFLITOS NAS RELAÇÕES FAMILIARES DE TRABALHADORES EM NOVA HARTZ-RS
............................................................................................................................................................... 60
“O BOIA-FRIA SÓ TEM O DIA E A NOITE E DEUS QUE OLHA DE VEZ EM QUANDO PRA
ELE”: TRABALHO DESDE A INFÂNCIA, RELAÇÕE.....................................................................61
ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO SUS EM TERRA ROXA – PR ................................................. 62
APRESENTAÇÃO

O Encontro Nacional de História, Trabalho, Cultura e Poder é um evento científico


organizado pelos discentes do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – campus Marechal Cândido Rondon. O ano de 2021 marca a
primeira edição do ENHTCP. Naquele ano, a temática escolhida para a edição, “Política e Luta
de Classes: Os desafios da produção científica em tempos de negacionismo”, buscava refletir
estratégias e formas de organização diante do cenário político, econômico e cultural que
intensifica cotidianamente as desigualdades a partir do negacionismo e do anticientificismo.
Nesse caminho, intentando dar continuidade para discussões latentes na historicidade
que tomamos parte, apresentamos a segunda edição do Encontro Nacional de História,
Trabalho, Cultura e Poder. A temática escolhida para esta edição do evento “Os desafios
para uma Educação diversa, acolhedora e inclusiva” condensa várias preocupações
dos discentes no tempo presente sentidas no dia a dia das relações estabelecidas na universidade
e fora dela, sugerindo a necessária reflexão sobre o modo como se estabelecem e impactam
nosso processo de formação. Ao mesmo tempo em que, sugere repensar práticas que favoreçam
a redução das desigualdades quanto ao acesso e permanência nesse espaço.
Por fim, acreditando que a produção do conhecimento se faz dialogicamente, esperamos
congregar discentes de distintos programas de pós-graduação, bem como alunos da graduação,
pesquisadores e professores dos diversos níveis de ensino. Isso, tanto para possibilitar a
divulgação das pesquisas realizadas na universidade, quanto àquelas elaboradas em outros
espaços.
Agradecemos a presença e a colaboração para a realização do evento e desejamos um
bom debate a todos!
PROGRAMAÇÃO GERAL

06 de novembro de 2023

Minicurso: Educação, comunicação e linguagens


Convidada: Prof.ª Dra. Rosselane Liz Giordani (Jornalista, Doutorado em Letras, Unioeste –
Secretaria da Comunicação e da Cultura da Prefeitura de Toledo/PR).
Horário: 08h00 - 12h00
Endereço:
https://www.youtube.com/watch?v=4WJ--9WV8XM&ab_channel=GrupodePesquisaHistoriaePoder

Comunicações de Trabalhos Científicos


Simpósio Temático 01: Corpos Femininos e Relações de Gênero
Horário: 13h30 - 17h30

Comunicações de Trabalhos Científicos


Simpósio Temático 02: Estado, Políticas e Ideologias
Horário: 13h30 - 17h30

Mesa de abertura: Educação ambiental, violência e democracia


Convidados (as): Prof.ª. Ma. Caroline Recalcatti (Mestrado em Ciências Ambientais, Unioeste
– Funcionária Pública na Prefeitura de Toledo-PR) e Prof. Adriano Benites (Guarani Tekoha –
Discente no curso de Licenciatura em História, Unioeste)
Horário: 19h30 - 22h30
Endereço:
https://www.youtube.com/watch?v=XB-mqTMS0go&ab_channel=GrupodePesquisaHistoriaePoder

07 de novembro de 2023

Mesa: Acolhimento institucional e o estar na universidade I: discutindo necessidades especiais


e violências nas graduações e pós-graduações
Convidadas: Prof.ª Dra. Vera Lúcia da Silva (Doutorado em Ciências Sociais, Unisinios –
Especialista em Educação Especial – Servidora coordenadora do Programa Institucional de
Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais PEE e Assessoria Pedagógica,
Unioeste) e prof.ª. Dra. Ana Paula da Silva Leonel (Doutorado em Aquicultura, Unesp –
Especialista em Educação e Docente de Atendimento Educacional Especializado e Assessoria
Pedagógica, Unioeste).
Horário: 08h00 - 12h00
Endereço: https://www.youtube.com/watch?v=f5no0g7zWB8&ab_channel=GrupodePesquisaHistoriaePoder

Comunicações de Trabalhos Científicos


Simpósio Temático 03: Trabalho e trabalhadores
Horário: 13h30 - 17h30

Comunicações de Trabalhos Científicos


Simpósio Temático 04: Imprensa, memórias e instituições
Horário: 13h30 - 17h30

Comunicações de Trabalhos Científicos


Simpósio Temático 05: Literatura, linguagens e subjetividades
Horário: 19h00 - 22h00

08 de novembro de 2023

Comunicações de Trabalhos Científicos


Simpósio Temático 06: Terra, campo e a questão agrária
Horário: 08h00 - 12h00

Comunicações de Trabalhos Científicos


Simpósio Temático 07: História e Educação
Horário: 13h30 - 17h30

Comunicações de Trabalhos Científicos


Simpósio Temático 08: Ditadura: repressões e resistências
Horário: 13h30 - 17h30

Mesa de encerramento: Acolhimento institucional e o estar na universidade II: violências e


saúde mental nas graduações e pós-graduações
Convidados (as): Profa. Dra. Lídia Maria Vianna Possas (Doutorado em História Social, Usp, –
Pesquisadora sobre gênero e feminismos – Membro do Conselho Consultivo de “Ações Afirmativas,
Equidade e de Diversidade” e Co Chair da Gende and Feminism Sections/LASA, Unesp), Julia
Hammerschmitt Dudek e Guilherme Augusto Scheffler Seidel (Graduação em Psicologia,
PUC-PR – Servidores, Unioeste).
Horário: 19h30 – 22h30
Endereço: https://www.youtube.com/watch?v=niZzIZ5Rbwk&ab_channel=GrupodePesquisaHistoriaePoder
PROGRAMAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

06 de novembro de 2023

Simpósio Temático 01: Corpos Femininos e Relações de Gênero


Horário: 13h30 – 17h30
Link de acesso: https://encurtador.com.br/auxyX
Moderador: Luiza Raquel Waulczinski
Monitor: Micaele Silva de Azevedo

GÊNERO E MASCULINIDADES: A RELEVÂNCIA DA HISTÓRIA NO ESTUDO DAS


DESIGUALDADES
Ana Paula Tatagiba

ELAS E O ESPORTE: O PROJETO DE EXTENSÃO QUE VISA LEVAR PARA ONGS DE


ESPORTE A AUTO-REFLEXÃO DA ESPORTISTA FEMININA
Flávia Theis Junges
Franciesca Bertagnoli Siqueira

PERSPECTIVAS DE GÊNERO NO AMBIENTE DE TRABALHO: PODER E


DISCRIMINAÇÃO
Joaquim Agostinho de Santiago Neto

ANATOMIA E FISIOLOGIA FEMININA EM ERÁRIO MINERAL (1735): DISCURSOS


DE PODER SOBRE O SANGUE MENSTRUAL
Gessica de Brito Bueno
Chistian Fausto Moraes dos Santos

UMA LEITURA DE A REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL DE FLORESTAN


FERNANDES, PAUTADA NA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Eduarda Fedéchyn Lopes
Luiza Raquel Waulczinski

O SINDICATO DOS TRABALHADORES DE FIAÇÃO E TECELAGEM DE FORTALEZA:


UMA PERSPECTIVA DE LUTA A PARTIR DO FEMININO (1990-1992)
Rita Geiziele Pinheiro Sousa

MULHERES CORRESPONDENTES: CULTURA E PODER NO MUNDO DOS


IMPRESSOS
Mariana da Silva Rodrigues de Lima

Simpósio Temático 02: Estado, Políticas e Ideologias


Horário: 13h30 – 17h30
Link de acesso: https://abre.ai/haig
Moderador: Roberto R. Navega-Costa
Monitor: Olavo Henrique V. Veiga

JAIR MESSIAS BOLSONARO, O LÍDER POLÍTICO CARISMÁTICO: ANÁLISE DO


BOLSONARISMO SOB ÓTICA WEBERIANA
Gabriel Lopes Silva

FASCISMO BRASILEIRO? ANÁLISE DO INTEGRALISMO BRASILEIRO A PARTIR DO


JORNAL A OFFENSIVA (1930-1937)
Gabriel Lopes Silva

LEIS DO ADIAMENTO: A ABOLIÇÃO CONTADA PELO PARLAMENTO IMPERIAL


Letícia de Oliveira Santos

A CIA NA FRONTEIRA: ESTUDO SOCIOLÓGICO E ECONÔMICO DE PONTA PORÃ


EM 1954
Roberto Rigaud Navega-Costa

07 de novembro de 2023

Simpósio Temático 03: Trabalho e Trabalhadores


Horário: 13h30 – 17h30
Link de acesso: https://abre.ai/haii
Moderador: Tanice Fuhr
Monitor: Micaele da Silva Azevedo

“COMO FONTE DE FUTURAS MEMÓRIAS”: UM TRABALHADOR, UMA DITADURA


E MUITAS MEMÓRIAS
Arthur Manoel Andrade Barbosa

ENTRE O AMARGOR DO TRABALHAR E AS DOÇURAS DO LAR: NARRATIVA(S)


FAMILIARES NA CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO
Olavo H. V. Veiga
Vanderson W. Ribeiro Silva

EMBATES E DISPUTAS PELA CIDADE: MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE


TRABALHADORES EM MERCEDES NO SÉCULO XXI
Daiana Aparecida Henrichsen

FAZER-SE TRABALHADOR EM GUARANIAÇU-PR


Patricia Vieira Morais

PESQUISA SOBRE TRABALHO DOMÉSTICO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA:


RELATOS DE CAMPO
Caroline Cardoso da Silva

ENTRE TRAMAS E DRAMAS DO ESCOLARIZAR-SE: PENSANDO A URDIDURA DE


TENSÕES E CONFLITOS NAS RELAÇÕES FAMILIARES DE TRABALHADORES EM
NOVA HARTZ-RS
Tanice Fuhr

Simpósio Temático 04: Imprensa, Memórias e Instituições


Horário: 13h30 – 17h30
Link de acesso: https://abre.ai/haim
Moderador: Luiza Raquel Waulczinski
Monitor: Vitor G. V. Nabão

O MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, O ENCONTRO DE PIONEIROS E PIONEIRAS


E A MANUTENÇÃO DE MEMÓRIAS DA COLONIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TOLEDO
(PR)
Rafael Dione Trombeta

A SEPARAÇÃO DE DALVA OLIVEIRA E HERIVELTON MARTINS, ATRAVÉS DAS


PÁGINAS DA REVISTA RÁDIO
Raimundo Cézar Vaz Neto

O TERCEIRO REINADO E A LINGUAGEM REPUBLICANA DE REJEIÇÃO AO CONDE


D’EU
Cibele Camargos Pereira

MEMÓRIAS SOBRE A LOUCURA: A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO HOSPITAL


COLÔNIA ADAUTO BOTELHO (1970-2001)
Jakeline Santos Carvalho

DA HIGIENIZAZÇÃO À DIGITALIZAÇÃO DE “MEMÓRIA DOCUMENTAL” DA


FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA: PRESERVAÇÃO E PRODUÇÃO DE ACERVO DIGITAL
(2000-2020)
Airlon Lucas Heck
André Robert Paris
Gabriella Barrozo Garcia Rodrigues
João Victor Féliz Nascimento

ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO SUS EM TERRA ROXA – PR


Vitor Gabriel Verediano Nabão

Simpósio Temático 05: Literatura, Linguagens e Subjetividades


Horário: 19h00 – 22h00
Link de acesso: https://abre.ai/haio
Moderador: Patricia Vieira Morais
Monitor: Brislaine Ribeiro Dengaten

O MUNDO SOVIÉTICO DE “ENTRE FOICE E O MARTELO” DE SUPERMAN (2003)


Felipe Raul Rachelle

NIHONJIN: UM RETRATO DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO ROMANCE DE OSCAR


NAKASATO
Gabriela Suemi Matsumi Rodrigues

O PAPEL DA EKPHRASIS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E SUBJETIVIDADE


NAS METAMORFOSES DE OVÍDIO
Isabela de Barros Pletsch

SUICÍDIO, MORAL E RELIGIÃO: UMA ANÁLISE HISTÓRICA A PARTIR DA


LITERATURA BRASILEIRA DO FIM DO SÉCULO XIX
Lucas Eduardo Gaspar

AS MULHERES EM AS GANGUES DE NOVA YORK: UMA HISTÓRIA INFORMAL DO


SUBMUNDO
Luiza Raquel Waulczinski

INTERMEDIAÇÕES ARTÍSTICO-LITERÁRIAS NA ESCRITA DE ABÍLIO LEITE DE


BARROS
Millleide Alves de Jesus

LIVROS E LEITURAS N’O OLINDENSE: O PERIÓDICO ACADÊMICO DOS


ESTUDANTES DE DIREITO EM PERNAMBUCO (1831-1832)
Noemia Dayana de Oliveira

08 de novembro de 2023

Simpósio Temático 06: Terra, campo e a questão agrária


Horário: 08h00 – 12h00
Link de acesso: https://abre.ai/hais
Moderador: Eleandro de Morais Vieira
Monitor: Richard Pereira

ASSENTAMENTO SUL BONITO (ITAQUIRAÍ/MS) E VALMIT MOTTA DE OLIVEIRA


(CASCAVEL/PR) E AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A REFORMA AGRÁRIA
Adriel Assis Alves de Andrade
Marco Antonio Caldas

“E NÓS FUMO TEIMANDO, PRECISAVA DE UM PEDACINHO DE TERRA”:


OCUPAÇÃO, RESISTÊNCIA E COTIDIANO NA FAZENDA ANNONI EM
MARMELEIRO (1983)
Eleandro de Morais Vieira

ENTRE LEIRAS E RUAS: EXPERIÊNCIAS DE TRABALHADORES EM JABOTICABAL-


SP
Olavo Henrique Vieira Veiga

“O BOIA FRIA SÓ TEM O DIA E A NOITE E DEUS QUE OLHA DE VEZ EM QUANDO
PRA ELE”: TRABALHO DESDE A INFÂNCIA, RELAÇOES FAMILIARES E
SIGNIFICADOS DA EXPLORAÇÃO (GUÍRA-PR, 1961-2001)
Vanderson Wiliam Ribeiro Silva

Simpósio Temático 07: História e Educação


Horário: 13h30 – 17h30
Link de acesso: https://abre.ai/haiv
Moderador: Guilherme Dotti Grando
Monitor: Cristhian Mensch

EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS HAITIANOS: EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS


DO PROJETO “HISTÓRIA, CULTURA E LÍNGUA PORTUGUESA PARA IMIGRANTES”
EM CASCAVEL-PR (2021-2023)
Daniela Fátima Henrichsen

IMPLANTAÇÃO DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITAR DO PARANÁ (2020/2021): UM


PROJETO DE CONFORMAÇÃO DO CIDADÃO PARA O MERCADO
Danielli Maria Neves da Silveira

TRABALHADORES IMIGRANTES EM CASCAVEL-PR: EXPERIÊNCIA, TRABALHO E


EDUCAÇÃO
Guilherme Dotti Grando

USO DE FONTES HISTÓRICAS PARA O ENSINO/APRENDIZAGEM SOBRE HISTÓRIA


DO BRASIL: EXPERIÊNCIAS DO CLUBE DE HISTÓRIA DO IFAM CAMPUS
PARINTINS
Juliana Carolina da Silva

O ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE A


CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DA ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
DO OESTE DO PARANÁ (AMOP)
Fernanda do Carmo

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA


Fernando Bergamin

“É O DIABO FICAR INTEIRO”: INFÂNCIAS E ESCOLARIZAÇÃO NA ESCRITA


EPISTOLAR DE SERAFIM BERTASO (1920-1922)
Isabel Schapuis Wendling

Simpósio Temático 08: Ditadura: repressões e resistências


Horário: 13h30 – 17h30
Link de acesso: https://abre.ai/haiy
Moderador: Vanderson W. R. Silva
Monitor: Olavo Henrique V. Veiga

ENTRE O PASSADO E O PRESENTE: A REPRESENTAÇÃO DA DITADURA MILITAR


A PARTIR DAS CENAS DE TORTURA NA NOVELA “AMOR E REVOLUÇÃO” (2011)
Giovanna Cândida Fortes Rodes

TEATRO UNIÃO E O OLHO VIVO (TUOV) E A DITADURA MILITAR NO BRASIL:


CULTURA E PERIFERIA EM TEMPOS DE REPRESSÃO
Júlia de Souza Nascimento

EXPROPRIADOS DE ITAIPU BINACIONAL: ONDE ESTÃO?


Luana Milani Pradela

CINEMA COM DITADURA: ESTUDO PILOTO SOBRE AS PERSPECTIVAS DE


ESTUDANTES SECUNDARISTAS
Luiz Paulo da Silva Soares

ENTRE VERSOS E RESITÊNCIA: O MOVIMENTO DO HIP HOP NO PROCESSO DE


ABERTURA POLÍTICA NO BRASIL
Maria Luiza da Silva Moura

LOURDES BARRETO: A PERSEGUIÇÃO ÀS PROSTITUTAS DURANTE A DITADURA


MILITAR NO BRASIL
Mariana Palhares Foloni
Campus Marechal Cândido Rondon
Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras
Programa de Pós-Graduação em História

CADERNO DE RESUMOS

II ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA,


TRABALHO, CULTURA E PODER
Os desafios para uma educação
diversa, acolhedora e inclusiva

06, 07 e 08 de novembro de 2023


Evento online
ASSENTAMENTOS SUL BONITO (ITAQUIRAÍ/MS) E VALMIR MOTTA DE
OLIVEIRA (CASCAVEL/PR) E AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARAA REFORMA
AGRÁRIA

Adriel Assis Alves de Andrade1


Marco Antonio Caldas2

Resumo: este texto apresenta as atividades que vêm sendo realizadas no projeto de pesquisa
“Contribuições científicas aos estudos territoriais com proposição de políticas públicas para o
desenvolvimento sustentável”, financiado pelo CNPq e desenvolvido no Geolutas, em
colaboração com diversos grupos de pesquisa nacionais e internacionais. O projeto trata da
reforma agrária no Brasil, tendo como foco um conjunto de temas relacionados entre si, como
a titulação da terra de assentamento; relações subordinadas e emancipadoras existentes;
experiências de agroecologia e soberania alimentar; formas de superação à desterritorialização;
razões de fechamento de escolas do campo e perspectivas de solução para a educação do campo;
e as políticas públicas para melhoria de vida dos camponeses assentados. No presente trabalho
são destacados os assentamentos Sul Bonito, em Itaquiraí/MS, e Valmir Motta de Oliveira, em
Cascavel/PR. Por meio do trabalho de campo, com a aplicação de questionários e entrevistas
aos assentados, bem como, as demandas coletivas das famílias. Nos territórios estudados,
verifica-se a existência de um conjunto de contradições que se manifestam na adesão dos
assentados aos monocultivos de soja e milho, principalmente, intensa utilização de
agroquímicos e sementes industrializadas (em especial transgênicas), aos sistemas de
“integração” com empresas, arrendamentos das terras, dentre outras. Mas, no contexto dessas
contradições, os camponeses assentados têm articulado coletiva e individualmente resistências,
constituindo ações emancipadoras e geradoras de autonomia em seus territórios. Assim, torna-
se fundamental compreender, a partir do conhecimento da realidade concreta dos camponeses,
a lógica imbricada tanto na subordinação, quanto nas estratégias de resistência cunhadas pelos
assentados. Ambas têm significações que perpassam transversalmente a subordinação e a
autonomia, isto é, as disputas e os conflitos estabelecidos, estando inseridas no contexto
contraditório e desigual de reprodução das condições de existência camponesa.

Palavras-chave: reforma agrária; desenvolvimento sustentável; diagnóstico; proposições.

1
Graduando no curso de Licenciatura em Geografia – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, bolsista CNPq
bolsista do CNPq. E-mail: adriel.andrade@unioeste.br
2
Graduando no curso de Licenciatura em Geografia – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, bolsista CNPq
bolsista do CNPq. E-mail: marco.caldas@unioeste.br
DA HIGIENIZAÇÃO À DIGITALIZAÇÃO DE “MEMÓRIA DOCUMENTAL” DA
FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA: PRESERVAÇÃO E PRODUÇÃO DE ACERVO DIGITAL
(2000-2020)

Airlon Lucas Heck1


André Robert Paris2
Gabriella Barrozo Garcia Rodrigues3
João Victor Felix Nascimento4

Resumo: não é mais desconhecida a necessidade premente de reorganização de acervos


considerados “históricos” provenientes de instituições públicas ou privadas, muito menos a
rigorosa seleção, classificação, catalogação e salvaguarda dos documentos físicos por parte de
arquivos, centros de memória e/ou núcleos de documentação. Ocorre que, nas últimas décadas,
temos assistido a uma série de discussões envolvendo potencialidades, caminhos e limites da
digitalização de acervos documentais. Por outro lado, especialmente sob o ponto de vista de
instituições que reúnem uma volumosa (e cumulativa) massa documental, tal problema
encontra-se no bojo de uma “racionalização” no uso e guarda de papéis, e, ao mesmo tempo,
de arquivamento e disponibilização da documentação selecionada em suporte digital – de modo
a facilitar, a depender do caso, o acesso interno e externo. Essa é, por exemplo, a situação da
Fundação Araucária (FA) – principal agência de fomento à ciência, tecnologia e inovação do
Estado do Paraná criada em 2000. Neste sentido, a proposta desta comunicação consiste em
relacionar preservação documental e produção de acervo digital através de um Termo de
Convênio entre a Fundação Araucária, a UNIOESTE, Campus Marechal Cândido Rondon e a
Fundação Universitária do Campus de Marechal Candido Rondon (FUNDECAMP)
envolvendo ações de higienização, catalogação e digitalização do acervo da FA entre 2000 e
2020, tendo como agentes executores o Núcleo de Pesquisa e Documentação sobre o Oeste do
Paraná (CEPEDAL) e o Laboratório de Microfilmagem e Digitalização (LAMIDI), na medida
em que ambos possuem larga expertise em ações de tratamento cuidadoso das documentações
históricas das instituições parceiras ou conveniadas e, ao mesmo tempo, de valorização da
transformação digital dos acervos e de construção de uma memória institucional disponibilizada
em site ou portal. Com este trabalho, queremos refletir sobre as interfaces entre preservação,
memória institucional e digitalização documental no tempo presente.

Palavras-chave: preservação documental; digitalização; memória institucional; Fundação


Araucária; CEPEDAL-LAMIDI.

1
Mestre em História, graduando em Direito, Unioeste/MCR, Bolsista Técnico Fundação Araucária.
airlon@live.com
2
Mestrando em História, Unioeste/MCR, Bolsista Técnico Fundação Araucária, andre.paris@live.com
3
Graduada em História, Unioeste/MCR, Bolsista Técnico Fundação Araucária, gbgrodrigues@ outlook.com
4
Mestrando em História, Unioeste/MCR, Bolsista Técnico Fundação Araucária, joao.victorfelix@outlook.com
GÊNERO E MASCULINIDADES: A RELEVÂNCIA DA HISTÓRIA NO ESTUDO
DAS DESIGUALDADES

Ana Paula Tatagiba1

Resumo: a constituição social da ordem sexo/gênero é o objeto de estudo nesse trabalho,


realçando, em seu desenvolvimento, o estudo das masculinidades. O objetivo geral é
compreender as bases históricas que alicerçam um determinado padrão de “masculinidade” -
considerado “de referência” e, logo, hegemônico -, analisando como estudos da área de História
têm contribuído para os debates acadêmicos. Por “ordem sexo/gênero”, entende-se as
prescrições feitas a mulheres e homens que, baseadas em um dado biológico, determinam
padrões obrigatórios para a expressão da feminilidade e masculinidade sob a perspectiva
heteronormativa. Em que pese a profusão atual de estudos sobre o tema, assume-se a
elaboração de "Gênero" formulada por Joan Scott (1990) como norteadora para as reflexões
aqui desenvolvidas. No que tange à metodologia, de cunho qualitativo, procedeu-se
levantamento bibliográfico na Plataforma Sucupira, mantida pela CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), privilegiando-se as Teses defendidas no
período de 2020 a 2022. No exame dos 52 estudos pesquisados, procurou-se identificar, nas
referências bibliográficas divulgadas, as autoras e os autores que, ao debruçarem-se sobre a
temática das masculinidades, subsidiam o escopo teórico dos estudos elaborados. As análises
feitas possibilitam concluir que, coadunando-se com a literatura corrente no âmbito das
Ciências Humanas e Sociais, esses relevantes trabalhos não só têm se baseado nos textos
canônicos, como, também, possibilitam a ampliação da luta em prol da equidade de gênero,
aoincluírem novos aportes teóricos, ampliando o exame das relações de poder existente entre
os gêneros.

Palavras-chave: gênero; masculinidade; poder.

1
Pedagoga (UERJ, 1992). Assistente Social (UFRJ, 2012). Mestra em Política Social (UFF, 2006). Doutora em
Serviço Social (PUC-Rio, 2013). Professora Adjunta do Departamento de Política Social da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. E-mail: atatagibab@gmail.com
“COMO FONTE DE FUTURAS MEMÓRIAS”: UM TRABALHADOR, UMA
DITADURA E MUITAS MEMÓRIAS

Arthur Manoel Andrade Barbosa1

Resumo: o objetivo deste artigo é o de analisar um processo trabalhista autuado em


novembrode 1964 no contexto do golpe que desencadeou 21 anos de ditadura no Brasil. O caso
aconteceuna Paraíba e o processo apenas foi encerrado em 1967, sendo objeto de muitos
conflitos envolvendo o bancário João da Cruz Fragoso e o Banco do Nordeste do Brasil. O
motivo da queixa é a transferência do trabalhador, e líder sindical, para uma pequena cidade
do Ceará, com o objetivo de punição “face a atuação do empregado a frente de seu órgão de
classe”. Problematizar a utilização da Justiça do Trabalho feita pelo trabalhador na busca por
direitos ea tentativa, por parte da empregadora, de perseguir funcionários líderes sindicais,
como neste caso, é o objetivo desse texto. Por fim, faço um paralelo entre os conflitos
ocorridos na décadade 1960 com os anos 2000, quando este processo passa a ser motivo de
disputa entre o reclamante e a própria justiça trabalhista no que se refere a sua preservação.

Palavras-chave: justiça do trabalho; Paraíba; golpe militar; preservação.

1
Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. E-
mail: Arthur_andrade2011@gmail.com. Bolsista Capes
PESQUISA SOBRE TRABALHO DOMÉSTICO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA:
RELATOS DE CAMPO

Caroline Cardoso da Silva1

Resumo: a presente proposta de comunicação busca trazer alguns balanços e resultados do


primeiro ano da pesquisa de Doutorado em História que trata do trabalho doméstico e suas
perspectivas históricas no Brasil e, sobretudo, na cidade de Pelotas, local no qual a pesquisa
sedesenvolve dentro do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade
Federal de Pelotas (UFPel). O projeto de tese versa sobre o trabalho doméstico no tempo
presente, o marco teórico é o diálogo do tema dentro dos debates feitos a partir da História
Social do Trabalho e da História da Escravidão, Emancipação e Pós-Abolição, e a principal
fonte se dá na construção de narrativas sobre as trajetórias de vida, de trabalho e de lutas de
trabalhadoras domésticas na Pelotas atual. Essas narrativas são construídas a partir da
metodologia de História Oral. Iniciada em dezembro de 2022, a pesquisa em muito avançou
durante as disciplinas ofertadas pelo PPGH UFPel, além das interlocuções em eventos
acadêmicos de nível regional, nacional e internacional. Nesse primeiro ano de Doutorado,
quese encaminha para seu fim, a pesquisa de campo, calcada em métodos e diretrizes da
História Oral, avançou no aprofundamento de campo realizado no Sindicado dos
Trabalhadores Domésticos de Pelotas com o fim de criar um contexto favorável à realização
de entrevistas com as pessoas, que são basicamente mulheres negras, que são filiadas e ali
convivem para além da pauta trabalhista, pois há espaços de sociabilidades. O diário de
campo já conta com cerca de dez (10) encontros que renderam ricas experiências, entre idas
ao plantão oferecido nosindicato para orientações jurídicas, além da participação de espaços
de sociabilidades e de formação. Foram feitas, também, a identificação de fontes documentais
contidas no acervo histórico-institucional do Sindicado, e duas entrevistas com Ernestina
Pereira, uma liderança sindical nacional relacionada à causa das domésticas.
Palavras-chave: trabalho doméstico; história oral; trabalho de campo; trajetórias; sindicado
dos Trabalhadores Domésticos de Pelotas.

1
Licenciada (2018) e Mestra (2021) em História pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Bacharelanda
e Doutoranda em História pela mesma Instituição. E-mail: card.karol@hotmail.com. Bolsista de Doutorado -
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
O TERCEIRO REINADO E A LINGUAGEM REPUBLICANA DE REJEIÇÃO
AOCONDE D'EU
Cibele Camargos Pereira1

Resumo: a partir de meados da década de 1880 discutia-se, frequentemente, a questão da


sucessão do Imperador Pedro II, devido à idade avançada do soberano e ao seu frágil estado
desaúde. Nesta conjuntura, grosso modo, duas alternativas divergentes para o futuro do Brasil
eram alvo de debate entre a elite política na imprensa: a primeira opção, sustentada pelas
determinações sucessórias da Constituição de 1824, corresponderia à ascensão da princesa
Isabel ao trono do Império no momento em o monarca falecesse; uma segunda opção, a
destruição da ordem estabelecida, e instauração de um governo republicano. Um dos desafios
enfrentados pelos jornalistas propagandistas da linguagem republicana, era destruir os
simbolismos que legitimavam a posição da princesa Isabel como herdeira da coroa. Para
tanto,considerando a cultura política patriarcal do período, mobilizaram diversas estratégias
para minimizar o prestígio da sucessora, construindo um vocabulário de rejeição à figura do
maridode Isabel, o príncipe consorte, conde d’Eu. Sendo assim, os periodistas partidários do
republicanismo identificavam Gastão de Orleans como o verdadeiro herdeiro do trono.
Alicerçados no ideário proveniente da Revolução Francesa, destacavam o perigo de associar
o Brasil a dinastia do conde d’Eu, acusando-o de corrupto e usurpador. A pesquisa foi
desenvolvida por meio dos pressupostos metodológicos do estudo das Linguagens Políticas.
Utilizou-se a imprensa como locus de análise, a partir dos jornais Gazeta da Tarde, Cidade
doRio, Gazeta de Notícias e Diário de Notícias.

Palavras-chave: terceiro reinado; princesa Isabel; conde d’Eu; crise do Império.

1
Mestra em História pela Universidade Federal do Espírito Santo, e Professora Voluntária do Departamento de
Arquivologia da Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail: Cibelecamargospp@gmail.com.
EMBATES E DISPUTAS PELA CIDADE: MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE
TRALHADORES DE MERCEDES NO SÉCULO XXI

Daiana Aparecida Henrichsen1

Resumo: buscando conceber a cidade enquanto palco de disputas e conflitos que se formulam
entre e por trabalhadores. Por esse motivo, elegi enquanto fontes históricas para utilizar no
desenvolvimento dessa pesquisa, as seguintes documentações: fichas do Centro de
Referência e Assistência Social (CRAS) do município de Mercedes; entrevistas com
trabalhadores que já viveram ou que viviam em Mercedes no momento de nossas conversas;
e, matérias jornalísticas(Jornal O Presente Frente Ampla de Notícias e o Ponto da notícia).
Neste sentido, questiono: quais imagens são formuladas nas relações formadas pelos sujeitos
evidenciados nas documentações? Como os trabalhadores de Mercedes lidam com questões
que lhes são caras ao viver a cidade? Que sentidos atribuem a ela e quais valores sustentam
sobre a cidade? Comoavaliam sua permanência ou saída de Mercedes e quais sociabilidades
são firmadas para tal? Quais memórias são sustentadas e disputadas sobre esse lugar e essas
relações no século XXI? Essas questões, embora estejam ainda em processo de
aprofundamento e problematização, sãoexemplos de como tenho buscado ir além daquilo já
analisado em momentos anteriores no contato com as fontes levantadas. Perguntas que se
configuram como potenciais para pensar osmodos de ver e viver a cidade.

Palavras-chave: Mercedes; trabalhadores; disputas; memórias.

1
Licenciada em História pela UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, pós-graduada em
Educação Infantil, Anos Iniciais e Educação Inclusiva pela Faculdade FACEMINAS – Faculdade de ensino de
Minas Gerais, pós-graduada em Pedagogia pela FACUMINAS; Mestrado em andamento no programa de História,
Poder e Práticas Sociais, pela UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS HAITIANOS: EXPERIÊNCIAS E
DESAFIOS DO PROJETO “HISTÓRIA, CULTURA E LÍNGUA PORTUGUESA
PARA IMIGRANTES” EM CASCAVEL- PR (2021-2023)

Daniela Fátima Henrichsen1

Resumo: a presente pesquisa tem como objetivo investigar a experiência e as dificuldades


enfrentadas por alunos e professores que fizeram, e ainda fazem parte, do projeto de
alfabetização: “História, Cultura e Língua Portuguesa do Brasil para imigrantes internacionais”.
Dentro de um recorte de tempo recente, que compreende os anos de 2020 a 2023. Pretendo
investigar a organização do projeto de alfabetização para imigrantes internacionais, buscando
analisar além da experiência: quais foram as dificuldades que os professores e alunos
encontraram na trajetória do curso. O projeto surge da iniciativa de professores e alunos do
curso de História, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Marechal Cândido
Rondon, e estudantes da pós-graduação, que trabalhavam em suas teses a questão do trabalho
e do trabalhador imigrante na cidade de Cascavel no oeste paranaense. Por meio de fontes orais
e materiais coletados nas aulas, como atividades e apostilas, pretendo analisar a experiência dos
sujeitos no projeto: I. Como recepcionamos os migrantes no curso? II. Como fomos
recepcionados pelos alunos? III. Como esses sujeitos significam a experiência dentro do
projeto? IV. Qual a importância da intervenção interdisciplinar da História na formação de
trabalhadores jovens e adultos imigrantes? São questões que busco problematizar dentro desta
pesquisa, por acreditar ser uma problemática de grande valor a historiografia e de interesse a
comunidade exterior a academia, em especial os alunos do curso.

Palavras-chave: educação; experiência; alfabetização; imigrantes.

1
Graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE- Campus
Marechal Cândido Rondon. Aluna do Programa de Pós-graduação em História (PPGH) pela Universidade Estadual
do Oeste do Paraná- UNIOESTE, Linha de Pesquisa Trabalho e Movimentos Sociais.
(email:danielahenrichsen1@gmail.com).
IMPLANTAÇÃO DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES DO PARANÁ (2020/2021):
UM PROJETO DE CONFORMAÇÃO DO CIDADÃO PARA O MERCADO

Danielli Maria Neves da Silveira1

Resumo: a presente pesquisa que está sendo realizada no Doutorado em História na Linha de
Estado e Poder na Unioeste – Campus de Marechal Cândido Rondon. A tese parte do
questionamento sobre a raiz histórica da implantação das escolas cívico-militares no Paraná
(2020), na gestão de Carlos Massa Ratinho Junior, que se deu de forma aligeirada após criação
do programa pelo governo federal, no período de gestão do ex-presidente Jair Messias
Bolsonaro. A presente pesquisa tem como objetivo central analisar o projeto de implementação
de Colégios Cívico-Militares no Estado do Paraná; dentre outros objetivos: identificar quais
interesses estão sendo atendidos com esse projeto e quais grupos se vem representados nesta
proposta; compreender e analisar a raiz histórica brasileira que sustenta a burguesia autocrática
após a “redemocratização” no período pós-ditadura militar, que mantém-se sustentando a
relação de subordinação ao imperialismo; analisar na história do Paraná, principalmente dos
movimentos dentro das políticas educacionais para compreensão da implantação massiva no
Estado desse modelo de escolas, inclusive com implantação do modelo pelo próprio estado em
2023. A metodologia consistirá na análise dos documentos oficiais, propagandas oficiais e
notícias midiáticas (jornais, sites de notícias, redes sociais, mídia televisiva, etc.), e entrevistas,
a partir dessas fontes realizar a análise desses no plano da aparência confrontando com a análise
história que traz as motivações que embasam e colocam a implantação das escolas cívico
militares enquanto parte da estratégia de conformação da classe trabalhadora. A pesquisa ainda
está em estágio inicial, portanto serão expostas algumas hipóteses e análises em andamento
conforme o arcabouço teórico tem possibilitado trilhar a discussão.

Palavras-chave: colégio cívico-militar; escolas cívico-militares do Paraná; políticas


educacionais.

1
Historiadora, pedagoga, mestra em Educação, doutoranda em História pela Universidade Estadual do Oeste do
Paraná – Campus de Marechal Cândido Rondon, e-mail: daniellisilveira94@gmail.com.
UMA LEITURA DE A REVOLUÇÃO BURGUESA NO BRASIL DE FLORESTAN
FERNANDES, PAUTADA NA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

Eduarda Fedéchyn Lopes1


Luiza Raquel Waulczinski2

Resumo: nos últimos meses a questão do aborto tem impactado fortemente as concepções sobre
direito das mulheres (ou a falta destes). Dessa forma, como podemos pensar em uma sociedade
em que o aborto seja uma decisão da mulher? O objetivo desse trabalho a partir da obra A
revolução burguesa no Brasil, do sociólogo Florestan Fernandes é que possamos realizar uma
análise classista. Para o autor, a burguesia no Brasil é marcada pelo conservadorismo. Não é
incomum que políticos se dirijam ao plenário e façam o seguinte argumento esdrúxulo: “sou
liberal na política e conservador nos costumes”. Mas o que isso tem de impacto na vida de nós
mulheres brasileiras? Somos constantemente vistas como ameaças ao conservadorismo e ao
patriarcado. Desse modo, relacionaremos a obra, com o projeto de Lei Nº 478/2007, nomeado
Estatuto do Nascituro, e com notícias que entornam a repercussão do aborto no Brasil, notícias
essas que repercutiram na mídia entre os anos de 2018 e 2023. A fontes acima citadas para
sustentar a tese do Florestan Fernandes dão-se pelos seguintes motivos: uma política
conservadora, uma burguesia privilegiada e moralista e um capitalismo dependente. Levamos
esses pontos em consideração, lembrando sempre, que o Brasil é uma democracia e um Estado
Laico.

Palavras-chave: Florestan Fernandes; aborto; conservadorismo; mulheres.

1
Graduada em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste. Email para contato:
etaeduarda@gmail.com.
2
Graduada em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste. Email para contato:
luizaraquelw@hotmail.com
“E NÓS FUMO TEIMANDO, PRECISAVA DE UM PEDACINHO DE TERRA”:
OCUPAÇÃO, RESISTÊNCIA E COTIDIANO NA FAZENDA ANNONI EM
MARMELEIRO (1983)

Eleandro de Morais Vieira1

Resumo: o trabalho tem como objetivo narrar a ocupação da Fazenda Annoni no município de
Marmeleiro, em julho de 1983, primeira ocupação de terras na região Sudoeste do Paraná, em
uma área de 4.334 hectares, ocupada por 648 famílias. Os Sem Terra foram despejados de forma
violenta ainda no mês de julho, acamparam na beira da estrada e ocuparam pela segunda vez e
de forma definitiva a Fazenda em setembro do mesmo ano. Analisamos o processo de
resistência dos Sem Terra no local e a construção do cotidiano para garantir a permanência na
Fazenda com a utilização das defesas da terra para quem nela trabalha e dela precisa, do trabalho
e da religiosidade, como forma de justificar a ocupação e o assentamento dos camponeses.
Utilizamos como fontes entrevistas com ocupantes da Fazenda Annoni, utilizando a
metodologia da história oral, o uso de fotografias do cotidiano na ocupação e o Boletim Alerta,
produzido e publicado pelo Movimento dos Agricultores Sem Terra do Sudoeste do Paraná
(Mastes) entre os anos de 1983 e 1986. A ocupação da Fazenda Annoni em Marmeleiro foi
transformada em assentamento no ano de 1998, passando a ser denominado Assentamento José
Eduardo Raduan.

Palavras-chave: resistência; sem-terra; ocupação.

1
Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (Unioeste), campus de Marechal Cândido Rondon. Contato: eleandro.morais.vieira@gmail.com. Bolsista
Capes. Orientador: Paulo José Koling. Linha de Pesquisa: Estado e Poder.
O MUNDO SOVIÉTICO DE “ENTRE FOICE E O MARTELO” DE SUPERMAN
(2003)

Felipe Raul Rachelle1

Resumo: o presente trabalho tem por intuito analisar, discutir e pensar as representações acerca
do mundo soviético apresentado dentro da obra Entre a foice e o martelo, do super-herói
Superman, publicada em 2003, pelos autores Mark Millar e Dave Johnson. A obra, que faz parte
de um universo conhecido como elseworlds, que não faz parte do cânone da linha central de
quadrinhos dos heróis, mostra uma realidade alternativa onde a nave que trouxe Kal El ao
planeta Terra não cai no interior do Kansas, nos EUA, mas sim num gulag dentro da União
Soviética, na década de 1930. Com essa premissa, a história é construída e dividida em três
partes, mostrando os anos iniciais do Superman e sua atuação na URSS e na 2ª Guerra Mundial,
sua fase adulta e sua fase mais idosa, lidando com os fardos de liderar a maior nação socialista
do mundo, combatendo não apenas o capitalismo norte-americano, mas também ameaças
alienígenas e outros problemas. Dentro do quadrinho, vários aspectos da União Soviética são
explorados, como suas figuras militares, seu líder Stalin, os gulags, alguns aspectos das cidades
e do mundo agrário. Ao escolher um autor europeu, para escrever um ícone norte-americano
dentro de uma União Soviética imaginada, a obra propõe uma reflexão e uma representação
bastante específica de uma figura emblemática dentro de um país, que durante muitas décadas,
foi visto como “o outro”, ou “o inimigo”. A premissa aqui então é a de analisarmos as diferentes
representações do mundo soviético dentro da obra, pensando tanto nos lugares-comuns quanto
nas especificidades dessas representações, entendendo diferentes fatores como os contextos, o
período e as intenções dessa produção. Pensando num mundo pós-Guerra Fria, pensar o
quadrinho e sua construção é um importante ponto para discutir esse debate acerca de
construções sobre o comunismo no século XXI.

Palavras-chave: quadrinhos; comunismo; socialismo; história; arte.

1
Doutorando em História pela Unioeste, mestre e graduado em História pela Unicentro, e pós-graduado em
História pela Unicesumar. Membro dos grupos de pesquisa História e Linguagens: Pesquisa em Quadrinhos
e Cinema (IFSuldeMinas – Campus Inconfidentes), Culturas, Etnias e Identificações (Unicentro) e História e
Poder(Unioeste). Bolsista CAPES (DS). E-mail: feliperaul9@outlook.com.
O ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE A
CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DA ASSOCIAÇÃO DOS
MUNICÍPIOS DO OESTE DO PARANÁ (AMOP)

Fernanda do Carmo1

Resumo: o presente trabalho foi desenvolvido com a finalidade de refletir a respeito do


contexto de elaboração da Proposta Pedagógica Curricular (PPC) da Associação dos
Municípios do Oeste do Paraná (AMOP) especialmente o Currículo do componente curricular
de História. Nesse sentido, buscar-se-á, analisar ainda a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e sua relação com o documento da AMOP, pois os documentos norteadores
educacionais têm fortes relações de hegemonia e poder relacionadas à sua construção e muitas
vezes colocam questões de modo problemático, utilizando-se da História como um campo de
disputas que atenda a determinados interesses específicos. Procuraremos a partir de uma
pesquisa bibliográfica, contribuições de autores em livros, artigos, teses e textos trabalhados
em pesquisas anteriores, além de contribuições feitas pela Associação Nacional de História
(ANPUH). Dessa forma, pretende-se com o desenvolvimento desta pesquisa que possamos
discutir uma possível manutenção do status quo através dos conteúdos de História, como o
currículo é direcionado para certos temas em detrimento de outros e ampliar o debate e a
compreensão de que o currículo nunca é acabado, mas é um movimento contínuo de disputas
em diferentes níveis e instâncias de poder. E ainda compreender a educação como um campo
de contra hegemonia a partir da autonomia docente.

Palavras-Chave: currículo; ensino; hegemonia; história e poder.

1
Mestranda em História, UNIOESTE- Campus Marechal Cândido Rondon. E-
mail:carmo.fernanda@escola.pr.gov.br
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

Fernando Bergamin1

Resumo: o processo de inclusão de crianças na escola é ainda desafiador e decorre de inúmeros


desafios e barreiras no sistema de ensino que precisam ser superados. No contexto da Educação
Infantil, os desafios podem ser ainda mais complexos, pois os alunos estão na primeira infância.
Dessa forma, essa pesquisa tem como objetivo apresentar aspectos históricos, legais e
conceituais referentes ao processo de inclusão na Educação Infantil, bem como desafios e
possibilidades que podem estimular o desenvolvimento integral da criança. Como metodologia,
essa pesquisa parte de uma revisão bibliográfica, com base em alguns autores que estudaram o
tema e contribuíram para a fundamentação teórica desse estudo, tais como: Paschoal e Machado
(2009), Kishimoto (2010), Carneiro (2012), Brandão e Ferreira (2013), entre outros. Assim, a
pesquisa demonstrou que a inclusão na Educação Infantil é complexa, mas para que seja efetiva,
é necessário investimento em formação de professores e profissionais, além da disponibilidade
de recursos pedagógicos para atender aos alunos de forma integral. E permitir que eles tenham
acesso a uma educação igualitária e de qualidade, para uma inclusão transformadora e
emancipadora.

Palavras-chave: educação especial; educação infantil; formação de professores;


desenvolvimento Integral da criança; criança e infância.

1
Possui graduação em Letras- Português -Pedagogia e Filosofia. Professor Titular na Secretária Municipal de
Educação do Paraná. Tem experiência na área de Letras, Pedagogia atuando principalmente com Língua
Portuguesa, produção e revisão de textos. E-mail: fbergamin217@gmail.com
ELAS E O ESPORTE: O PROJETO DE EXTENSÃO QUE VISA LEVAR PARA
ONGS DE ESPORTE A AUTO-REFLEXÃO DA ESPORTISTA FEMININA

Flávia Theis Junges1


Franciesca Bertagnoli Siqueira2

Resumo: o esporte como um todo, tem sido espetacularidade no Brasil. Desde programas
voltados ao esporte, até a transmissão de Copas do Mundo e Olímpiadas. No entanto, grande
parte deste consumo pelo público, são de times masculinos, tendo apenas recentemente uma
maior inclusão de pautas femininas. Em contrapartida, é possível entender alguns esportes como
marginalizados dessas discussões históricas, culturais e auto afirmativas, como o ballet e a
ginástica em geral. Assim, a proposta para este projeto de extensão junto ao GEEUM@, é levar
para alunas do projeto Royale, uma ONG da cidade de Santa Maria (RS) que insere a prática
do ballet, danças e esportes até meninas e mulheres de baixa renda, a discussão sobre o seu
papel, a historicidade e realidades enquanto esportistas. As reuniões ocorreram no Monet Plaza
Shopping, em horário alternativo às aulas da ONG. O conhecimento “final” foi alcançado
através de debates e atividades reflexivas onde foram procuradas e levadas pelas alunas, e pela
análise das cartilhas elaboradas previamente pelas autoras. A partir de leituras, preparamos
cartilhas para as atividades nos encontros, estruturando rodas de conversas a cada módulo,
tendo discussões variadas. As escolhas metodológicas foram feitas pensando na realidade das
moças, assim como no objetivo de levar uma auto reflexão do esporte, seus corpos e valores
culturais. Deste modo, foram encaixados autores nas linhas de gênero, esporte, feminismo e
educação dos corpos, como, Silvana Goellner e Joan Scott. Buscaremos trabalhar com
pressupostos teóricos que vinculam linguagem, poder e concepções de corpos, ainda gênero e
esporte na historiografia. Consideramos importante realizar este projeto pois leva para além dos
muros da Universidade a dinâmica de pensar o mundo historicamente. Visamos às nossas alunas
uma compreensão do meio em que estão inseridas no esporte, tanto histórica quanto
culturalmente, levando a reflexão de si.

Palavras-chave: atletas mulheres; projeto de extensão; ensino de História.

1
Graduanda do curso de História Licenciatura pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
flavia.junges@acad.ufsm.br, Membro do Stadium - Grupo de Estudos de História do Esporte e das Práticas
Lúdicas - UFSM e do GEEUM@ (Grupo de Estudos e Extensão Universidade das Mulheres).
2
Graduanda do curso de História Licenciatura pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
fbsiqueira00@gmail.com, Membro do GEEUM@ (Grupo de Estudos e Extensão Universidade das Mulheres).
FASCISMO BRASILEIRO? ANÁLISE DO INTEGRALISMO BRASILEIRO A
PARTIR DO JORNAL A OFFENSIVA (1930-1937)

Gabriel Lopes Silva1

Resumo: este trabalho tem por finalidade, analisar as associações do integralismo brasileiro
com o fascismo. A Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada por Plínio Salgado, foi um dos
maiores movimentos de extrema direita no país, durante a década de 1930. A AIB contou com
uma vasta rede de periódicos, principalmente no jornal A Offensiva, que contribuíram de
maneira significativa para o desenvolvimento do movimento. Seu periódico era o canal mais
eficaz para a disseminação da doutrina integralista, funcionando como um meio de divulgação
ideológica e conquistando novos militantes para a AIB. Dessa forma, a pesquisa busca colher
indícios no periódico integralista que aproximam sua ideologia com a ideologia fascista, além
de apontar fatores que também o distanciam do movimento autoritário italiano. Como fonte,
são utilizados periódicos do jornal A Offensiva, um dos principais veículos de propaganda
integralista. Obras de autores que debatem sobre o tema, como Hélgio Trindade, Odilon
Caldeira Neto, Leandro Pereira Gonçalves, Felipe Cazetta, Marcos Chor Maio, Giselda Brito
Silva, entre outros, também são utilizados como revisão bibliográfica, pois tais estudiosos
dialogam sobre a referida temática a ser estudada.

Palavras-chave: a Offensiva; fascismo; integralismo brasileiro.

1
Gabriel Lopes Silva, graduando em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Montes Claros -
Unimontes, gabriellopessilvamg@gmail.com, bolsista de Iniciação Científica do Programa Institucional de
Iniciação Científica nas Ações Afirmativas - PIBIC - Af do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
JAIR MESSIAS BOLSONARO, O LÍDER POLÍTICO CARISMÁTICO: ANÁLISE DO
BOLSONARISMO SOB A ÓTICA WEBERIANA

Gabriel Lopes Silva1

Resumo: o estudo abordado se insere na categoria de pesquisa, sendo realizado através de


categorias weberianas tais como carisma, possibilitando uma análise atenta sobre o determinado
campo teórico das direitas extremistas contemporâneas, com ênfase ao caráter “mágico” do
bolsonarismo. Portanto, a presente pesquisa, tem por finalidade, realizar uma análise do
bolsonarismo, enfatizando que, trata-se de um diagnóstico da dominação carismática, que
explica apenas em parte o bolsonarismo, visto que, em muitos aspectos, há plena concordância
com as pautas bolsonaristas e com a violência de seus discursos. Também é analisada a
pertinência do uso dos mitos e mitologias políticas nos discursos de Bolsonaro, essa perspectiva
é analisada através da obra do historiador francês Raoul Girardet. Para realizar este estudo,
foram utilizadas obras bibliográficas de autores como Max Weber e Raoul Girardet, a
ampliação do conjunto de autores que trabalham com temas semelhantes, pôde colaborar com
o texto e com a compreensão do tema motivador. Foram abordadas obras de autores como
Souza (2009), Reich (1998), Bauer (2019), entre outros, pois são pesquisadores que dialogam
com direitas, autoritarismo, cultura política, entre outros. O trabalho aborda como principais
enfoques os trabalhos de Weber (2004) e Girardet (1987), pois são autores que dialogam bem
com o tema que pretende ser destrinchado. Houve, também, o uso de fontes, como o YouTube
e jornais on-line, a utilização dos vídeos é importante para ilustrar determinadas falas do ex-
Presidente da República em análise, e demonstra uma compreensão metodológica. O debate é
relevante pela sua atualidade, além de salientar não haver apenas engano e sedução dos mais
incautos, mas sintonia com o teor reacionário.

Palavras-chave: bolsonarismo; líder político carismático; mitologia política.

1
Gabriel Lopes Silva, graduando em História pela Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes,
gabriellopessilvamg@gmail.com, bolsista de Iniciação Científica do Programa Institucional de Iniciação
Científica nas Ações Afirmativas - PIBIC - Af do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
NIHONJIN: UM RETRATO DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO ROMANCE DE
OSCAR NAKASATO

Gabriela Suemi Matsumi Rodrigues1

Resumo: este trabalho tem como objetivo analisar o romance histórico Nihonjin, de Oscar
Nakasato, publicado em 2011. Ao longo da obra, observamos como a história da imigração
japonesa é retratada através das memórias e relatos do protagonista Hideo Inabata, que partiu
do porto de Kobe, no Japão, rumo as fazendas brasileiras, no interior de São Paulo, durante o
século XX. Conforme o livro desenrola-se, determinados episódios e personagens relacionados
a vida de Hideo são evidenciados, favorecendo a compreensão das diferentes dimensões que
implicaram a permanência e adaptação da comunidade japonesa no Brasil. Assim, por
intermédio da fonte, buscamos entender e problematizar a história da imigração japonesa, e
como os imigrantes, representados pelos personagens da obra, ressignificam este processo na
contemporaneidade. Com isso, temos como propósito analisar os conflitos culturais e de
identidades retratados pela narrativa, que explora questões sensíveis, emotivas e subjetivas de
imigrantes que tiveram que se adaptar a um novo país.

Palavras-chave: romance histórico; imigração japonesa; Nihonjin

1
Graduanda em História (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) –
Campusde Marechal Cândido Rondon-PR. E-mail: gabi.suemi@outlook.com
ANATOMIA E FISIOLOGIA FEMININA EM ERÁRIO MINERAL (1735):
DISCURSOS DE PODER SOBRE O SANGUE MENSTRUAL

Gessica de Brito Bueno1


Christian Fausto Moraes dos Santos2

Resumo: ao se considerar que no interior da colônia mineira na América Portuguesa, duranteo


período setecentista, havia diversos saberes que buscavam explicar os fenômenos saúde e a
doença e, por extensão, a menstruação, é possível aferir sobre o quanto o conceito de medicina
naquele contexto estava confuso (Coelho, 2002, p. 168). Ao assinalar tal configuração, foi
necessário recuar e retomar períodos anteriores que apontaram caminhos para alguns cenários
que contribuíram para que tal medicina se encontrasse tal qual como estava, agindo de modo a
interpretar a menstruação como excremento venenoso. Os registros afirmam que Hipócrates (V
a.C.) foi o primeiro a analisar o fenômeno da menstruação e, como era proibido examinar
cadáveres humanos, imaginava que o útero era formado por “inúmeras subdivisões e saliências,
e que o seu interior contivesse tentáculos e ventosas” (Carvalho e Falkenback, 2009). Portanto,
é a partir de seus escritos que compreenderemos, no decorrer da dissertação, como a
menstruação se enquadrava na Teoria Humoral Hipocrático-Galênica e como ela também
explicava sua lógica (Read, 2010). Essa pesquisa, portanto, tem por objetivo descrever e
analisar a anatomia e fisiologia feminina na fonte documental que é um manual de medicina
setecentista intitulado Erário mineral (1735) escrito por um cirurgião-barbeiro chamado Luís
Gomes Ferreira. Fazendo uso da metodologia descritiva e explicativa, até o momento
conseguimos concluir que, ainda no contexto do século XVIII a Teoria Humoral vigorava nos
tratados e manuais de medicina, visto que as academias de medicina em Portugal ainda estavam
calcadas em terapias clássicas gregas, isto é, noções de anatomia e fisiologia feminina
correspondiam a concepção do único sexo advinda das teorias de Aristóteles e Galeno, essa tese
postulava que as mulheres eram uma espécie de homem invertido e que acumulava secreções
mensais devido a fraca cocção de seus órgãos.

Palavras-chave: menstruação; medicina; setecentos; Minas Gerais.

1
Universidade Estadual de Maringá- PPH-UEM; graduada em Artes Visuais e História – UEM, atualmente
mestranda no Programa de Pós-graduação em História, PPH-UEM; E-mail: iamgessicabueno@gmail.com;
bolsista pelo CNPq.
2
Docente permanente na Universidade Estadual de Maringá- UEM; graduado em História, mestrado em
Geografia-UEM, doutorado em Ciências pela Casa de Oswaldo Cruz, pós-doutorado em História da Cultura pela
Universidade Federal de Minas Gerais, atualmente, é professor doutor associado da Universidade Estadual de
Maringá (UEM), atuando no curso de graduação e pós-graduação (Mestrado e Doutorado) em História; E-mail:
chrfausto@gmail.com; é bolsista produtividade CNPq na área de História das Ciências, possui pós-doutorado em
História das Ciências pelo Consejo Superior de Investigaciones Científicas de Barcelona (2015).
ENTRE O PASSADO E O PRESENTE: A REPRESENTAÇÃO DA DITADURA
MILITAR A PARTIR DAS CENAS DE TORTURA NA NOVELA “AMOR E
REVOLUÇÃO” (2011)

Giovanna Cândida Fortes Rodes 1

Resumo: nas últimas décadas, o campo da história ampliou sua abordagem acerca de suas
fontes e possíveis reflexões acerca do passado. Um belo exemplo desse ampliar de fontes são
as novelas, que passaram a ser consideradas objetos de estudos, visto que tentam retratar
contextos e períodos dos mais variados em suas produções. No Brasil vale salientar a rotina
noveleira da sociedade, algo que pode moldar um comportamento e/ou pensamento acerca de
um tema, tanto que muitas vezes gera discussões a partir de uma “simples” cena de novela.
Sobre o período da ditadura, cabe destacar que em 1964 João Goulart era um governo
legalmente constituído, visto que assumiu a presidência com a renúncia de Jânio Quadros.
Porém, após três anos de um governo turbulento, perpassando até um sistema parlamentar, no
dia 01 de abril de 1964, os militares com o apoio de camadas civis, realizam um golpe político
e tomam o poder dizendo ser o momento da “Revolução Militar”. Sendo assim, escolho a novela
“Amor e Revolução” como fonte e objeto de estudo. A justificativa se baseia na maneira de
retratar o período de terror escolhido por Thiago Santiago, tendo como tema central a Ditadura
Militar, a novela que vai desde os antecedentes até a redemocratização do Brasil, mostra a
sociedade sofrendo com perseguições e torturas diárias feitas por militares, distribuídas em 204
capítulos. Nesse contexto, a novela no mesmo período de sua exibição passou a ser duramente
criticada por militares e passou a sofrer alguns cortes, como por exemplo, nas cenas de torturas,
as quais começaram a ser minimizadas e os relatos de pessoas reais sobre as torturas são
retirados dos capítulos. Logo, o presente trabalho, ainda em fase inicial, analisa as cenas de
torturas na novela “Amor e Revolução” e como as mulheres são representadas nesses processos
traumáticos.

Palavras-chave: ditadura; novela; representação; tortura.

1
Graduanda em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). E-mail:
giovannafortesrodes@gmail.com
TRABALHADORES IMIGRANTES EM CASCAVEL-PR: EXPERIÊNCIA,
TRABALHO E EDUCAÇÃO

Guilherme Dotti Grando1

Resumo: na última década, a presença de imigrantes intensificou-se na região Oeste do Paraná


e, em particular, no município de Cascavel-PR. Parte importante desses sujeitos se encontra
empregado em ocupações que têm sido caracterizadas pelo trabalho exaustivo, repetitivo, com
pouca exigência de escolaridade formal, mal remunerado, marcado pelos altos índices de
adoecimento físico e mental dos trabalhadores envolvidos, além de uma elevada rotatividade
em larga medida resultante das próprias condições de trabalho degradadas. Neste contexto,
investigamos a presença de haitianos e venezuelanos em Cascavel-PR, reconhecendo que os
interesses do capital estabelecem pressões sobre o deslocamento de trabalhadores em escala
global, mas também questionando e interrogando acerca das formas como esse processo
histórico foi e é experimentado pelos sujeitos que se movimentam, como se enxergam e dão
sentido às suas trajetórias nessa dinâmica conflituosa de interesses de classe. Ao longo do
processo de pesquisa, tivemos a oportunidade de desenvolvermos uma importante experiência
de educação junto aos imigrantes. Um projeto que se iniciou numa garagem com seis imigrantes
haitianos e três professores de História brasileiros, em pouco tempo tomou proporções muito
maiores. Atualmente, o projeto foi institucionalizado como curso de extensão pela Universidade
Estadual do Oeste do Paraná e envolve mais de oitenta imigrantes em três turmas, a maioria
deles haitianos, mas há também a presença de venezuelanos e cubanos. Dessa experiência,
foram produzidos materiais importantes que se constituem em fontes históricas para a presente
pesquisa. Pensados enquanto fontes históricas que expressam linguagens do social produzidas
em um contexto de tensões e disputas, esse material de pesquisa coloca o desafio de dialogar
com a historicidade das narrativas bem como com os sentidos e significados que os imigrantes
constroem acerca da sua experiência. É em torno da reflexão acerca desta trajetória de pesquisa
que nos debruçamos no presente trabalho.

Palavras-chave: trabalhadores e imigração; experiência e educação; imigração, trabalho e


modos de vida.

1
Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Docente
no Instituto Federal do Pará (IFPA) campus Parauapebas. Email: guilherme.dotti@ifpa.edu.br
“É O DIABO FICAR INTERNO”: INFÂNCIAS E ESCOLARIZAÇÃO NA ESCRITA
EPISTOLAR DE SERAFIM BERTASO (1920-1922)

Isabel Schapuis Wendling1

Resumo: a seguinte pesquisa tem por objetivo esmiuçar por meio da escrita epistolar de Serafim
Bertaso aos pais nos anos de 1920 a 1922 a sua relação com o processo de escolarização em
escolas internas durante a infância. Serafim foi filho do imigrante italiano Ernesto Bertaso e de
Zenaide Ballista Bertaso, de uma família de elite da região de Chapecó-SC. Desde criança,por
pertencer a uma família das elites regionais de SC, Serafim, como seu irmão Jayme e irmãElza,
teve acesso a uma educação distinta nos centros urbanos do Brasil. Como internos, Serafim,
Elza e Jayme, escreveram diversas cartas aos pais no qual abordavam seu cotidiano escolar, a
falta de casa, e se construíam enquanto sujeitos portadores de gostos, habilidades, sentimentos.
Entende-se a infância como uma idade da vida, na qual os sujeitos estão em constante
construção de si em relação aos contextos sociais e culturais que se inserem. Os espaços da
família e da escola foram (e são até hoje) um dos primeiros espaços de sociabilização, nos quais
as crianças são educadas dentro de determinados padrões morais e de condutas. Assim, esta
pesquisa utilizará especificamente das cartas de Serafim e de documentos escolares para
compreender por meio da análise da escrita de si essa infância de Serafim, observando nas cartas
aos pais como elaborava-se e assumia uma postura de dedicação escolar,de aproveitamento e
como indicava os gostos, atividades e sociabilidades na escola dentro de padrões e expectativas
expressas para um menino das elites.

Palavras-chave: infâncias, escolarização, família, escrita de si, Serafim Bertaso.

1
Doutoranda em História pelo PPGH- Udesc. E-mail: isabel.wendling@live.com
O PAPEL DA EKPHRASIS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E
SUBJETIVIDADE NAS METAMORFOSES DE OVÍDIO

Isabela de Barros Pletsch1

Resumo: Metamorphoseon Libri Quindecim, ou simplesmente Metamorfoses se trata de um


poema cosmogônico de tom épico, escrito em versos hexâmetros, sendo parte de sua
composição um total de 250 mitos que se discorrem continuamente (perpetuum carmen) em
um total de quinze cantos. É publicado aproximadamente no ano 8 d.C. por Públio Ovídio
Nasão, mais conhecido por Ovídio. Este estudo propõe empreender uma análise da função da
ekphrasis na construção da identidade e subjetividade presentes nas Metamorfoses de Ovídio,
à luz da abordagem da História Cultural. A pesquisa busca então identificar como a ekphrasis
é utilizada para estabelecer a conexão entre narrador, personagens e leitor, refletindo as práticas
culturais e literárias predominantes naquela época. Sendo assim, o objetivo central deste estudo
é desvendar como a ekphrasis, como recurso retórico, é empregada na obra ovidiana, refletindo
o contexto sociocultural romano que a permeou no período entre o ano 8 d.C. e o 1 d.C.

Palavras-chave: poesia latina; retórica; Ovídio; metamorfoses;

1
Mestranda do PPGH da UNIOESTE na linha de Cultura e Identidades, campus de Marechal Cândido Rondon
–PR, Bolsista CAPES. Graduada em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2022). E-mail
institucional para contato: isabela.pletsch@unioeste.br
MEMÓRIAS SOBRE A LOUCURA: A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO HOSPITAL
COLÔNIA ADAUTO BOTELHO (1970-2001)

Jakeline Santos Carvalho1

Resumo: na segunda metade do século XX, o contexto psiquiátrico brasileiro foi marcado por
transformações em sua forma de assistência com o intuito de realizar uma reforma psiquiátrica,
mobilizando, com isso, novos discursos e práticas sobre a loucura. Foram mudanças que
afetaram as estruturas asilares e os sujeitos envolvidos, como os internos e os trabalhadores da
área de saúde mental. O objetivo desse estudo foi analisar as memórias sobre a reforma
psiquiátrica no Hospital Colônia Adauto Botelho (HCAB), localizado em Pinhais - PR,
contemplando os anos iniciais em que ocorrem as primeiras mudanças na década de 1970, até
a Lei de Reforma Psiquiátrica brasileira no ano de 2001. O HCAB foi inaugurado em 1954
como resultado do chamado Plano Hospitalar Psiquiátrico, que buscava ampliar a assistência
psiquiátrica nos estados brasileiros. Já nos seus primeiros anos, a instituição acabou passando
por um processo comum aos hospitais psiquiátricos nesse período, que era o de superlotação de
unidades e condições de pura subsistência. Considerando esse contexto, a pesquisa utilizou das
metodologias de História Oral e de Análise do Discurso, em que foram realizadas e analisadas
entrevistas com ex-funcionários do HCAB que trabalharam na instituição e vivenciaram tanto
os momentos de dificuldades, quanto o processo de reforma. O foco na narrativa dos
entrevistados é fundamental para a reflexão sobre a dramaticidade das experiências
rememoradas, possibilitando que a história da reforma psiquiátrica no HCAB possa ser contada
sob o olhar de uma história vista de baixo. Dessa maneira, ao problematizar tais narrativas, foi
possível um aprendizado sobre as experiências dos sujeitos que vivenciaram as mudanças do
paradigma médico psiquiátrico e sobre suas memórias individuais e coletivas que, na maioria
das vezes, dão destaque maior a significados do que a eventos.

Palavras-chave: História da loucura e da psiquiatria; Hospital Colônia Adauto Botelho;


reforma psiquiátrica.

1
Doutoranda em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Bolsista CAPES -
DS.E-mail: jakelinescarvalho@gmail.com.
PERSPECTIVAS DE GÊNERO NO AMBIENTE DE TRABALHO: PODER E
DISCRIMINAÇÃO

Joaquim Agostinho de Santiago Neto1

Resumo: esse artigo tem como objetivo investigar a representação de mulheres em cargos de
liderança em empresas, identificando as discrepâncias em relação aos homens. Com esse
propósito foi realizada uma pesquisa bibliográfica de natureza aplicada, qualitativa e do tipo
exploratória. Foram utilizadas fontes documentais presentes em materiais já elaborados, como
teses, dissertações, livros, relatórios técnicos e artigos científicos que possibilitarão uma visão
mais perceptível do tema e do problema da pesquisa. Compreender a desigualdade de gênero
no local de trabalho é uma questão persistente que afeta negativamente as oportunidades e o
bem-estar das mulheres em todo o mundo. Nesse contexto, o poder no trabalho é influenciado
por uma série de fatores, incluindo normas culturais, estruturas organizacionais, estereótipos de
gênero e políticas de recursos humanos. Assim, a partir da análise crítica sobre as dinâmicas de
poder subjacentes a essa desigualdade de gênero no ambiente de trabalho, examinamos como
esses fatores se traduzem em disparidades salariais entre homens e mulheres, bem como em
limitações nas oportunidades de liderança e avanço profissional para as mulheres. Dessa forma,
a promoção do empoderamento das mulheres no local de trabalho não é apenas uma questão de
justiça social, mas também é crucial para o desenvolvimento econômico e social sustentável.
Diante disso, é fundamental que a ideia de igualdade de gênero no trabalho não seja apenas uma
responsabilidade das organizações, mas também uma questão que requer a colaboração de
governos, sociedade civil e indivíduos para efetuar mudanças significativas em direção a uma
sociedade mais justa e igualitária.

Palavras-chave: poder no trabalho; desigualdade de gênero; feminismo empresarial.

1
Bacharel em Teologia pelo Centro Universitário INTA-UNINTA, joaquimsousasantiago@gmail.com.
TEATRO UNIÃO E OLHO VIVO (TUOV) E A DITADURA MILITAR NO BRASIL:
CULTURA E PERIFERIA EM TEMPOS DE REPRESSÃO

Júlia de Souza Nascimento1

Resumo: Em 31 de março de 1964, o Brasil foi acometido por um golpe civil-militar que retirou
o então presidente João Goulart como chefe do executivo. Assim, durante os 21 anos que se
manteve no poder (1964 - 1985), os militares deixaram um legado de repressão, restrição à
liberdade e mortes daqueles/as que consideram “subversivos/as”. A cultura foi amplamente
afetada, sendo realizadas censuras, perseguições à artistas, além de prisões arbitrárias. Ainda
mais afundo nessa tentativa de silenciar artistas, houve fortemente a perseguição do teatro
brasileiro (RIDENTI, 2003). Reconhecendo as diversas possibilidadesde abordar o teatro na
ditadura militar, o presente trabalho tem como objetivo, ainda que brevemente, apresentar o
Teatro União e Olho Vivo (TUOV) e a atuação durante o período. O TUOV, é um coletivo de
teatro popular que foi fundado em 1966, a partir de alunos que fizeram parte do centro
acadêmico XI de Agosto, do curso de Direito da USP (VIEIRA, 2019). Dentre as
características, que justificam a proposta dessa pesquisa, estão a composição do TUOV, que se
dá por profissionais liberais e trabalhadores, não sendo restrito a artistas com outros
movimentos, a exemplo do Teatro de Arena. Outros aspectos são a atuação, principalmente nas
periferias de São Paulo, levando notícias e tentando fazer com que a população mais afastada e
estigmatizada fosse inserida, e atenta aos problemas sociais e políticos em tempos de ditadura
(VIEIRA, 2019). Por fim, adentrando esse coletivo, nos deparamos com Cesar Vieira, um dos
fundadores e importante elemento do TUOV. Ele teve peças de sua autoria censuradas, bem
como foi preso, perseguido político, porém, não desistiu de lutar para que a arte e seu caráter
politizado permanecesse aceso. Logo, buscamos apontar o TUOV como um movimento
artístico de luta contra a ditadura militar e suas características que diferem de outros grupos
da época.

Palavras-chave: ditadura; artes; teatro; Brasil.

1
Graduanda em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Juliasouzann2@gmail.com.
USO DE FONTES HISTÓRICAS PARA O ENSINO/APRENDIZAGEM SOBRE
HISTÓRIA DO BRASIL: EXPERIÊNCIAS DO CLUBE DE HISTÓRIA DO IFAM
CAMPUS PARINTINS

Juliana Carolina da Silva1

Resumo: o presente trabalho busca apresentar os desafios, experiências e práticas do Clube de


História do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas campus
Parintins. O Clube de História é um projeto de ensino que reúne estudantes dos cursos técnicos
de Agropecuária, Informática e Administração integrados ao nível médio e acadêmicos/as do
curso de Licenciatura em História, da Universidade do Estado do Amazonas, tendo como
principal objetivo construir um espaço de experimentação das técnicas e habilidades ligadas ao
ofício dos/as historiadores/as e discutir conteúdos de História do Brasil. Para tanto, trabalhamos
com o tema “Confederações indígenas, insurreições, revoltas dos escravizados e outros
movimentos populares” e dentro dessa temática, realizamos encontros/oficinas utilizando
documentação do período colonial para observarmos as resistências, estratégias de atuações e
protagonismos. Através das fontes, propomos a interpretação e análise crítica dos recursos
imagéticos e textuais, adotando na leitura dos documentos as concepções sobre o paradigma
indiciário, na ótica da Micro-História. Observamos grupos, homens e mulheres que de formas
singulares, ajudaram a construir ações que impactaram as comunidades nas quais se inseriam,
participando de eventos de contestação no período do Brasil Colônia (1500-1822) e Brasil
Império (1822-1889). Com as oficinas, o Clube de História tem se mostrado um espaço profícuo
para a construção de conhecimentos e do diálogo com os estudantes, visando o combate a
estereótipos racistas. Além de buscar a valorização das histórias de resistências negras e
indígenas, com reflexões, questionamentos e embates para a construção efetiva de um espaço
educativo que observe os marcadores históricos das desigualdades, contribuindo com a
complementação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos e com a efetivação da Lei 10.639/03 e
Lei 11.645/08.

Palavras-chave: ensino de História; educação antirracista; História do Brasil; História da


Amazônia; IFAM.

1
Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
e docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico na disciplina de História, no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) campus Parintins. E-mail: juliana.carolina@ifam.edu.br.
LEIS DO ADIAMENTO: A ABOLIÇÃO CONTADA PELO PARLAMENTO
IMPERIAL

Letícia de Oliveira Santos1

Resumo: considerando que explicar a política do Brasil aos estudantes de hoje não é uma
tarefa fácil, este trabalho visa contar a História da Abolição do modo de vistado
Parlamento nos últimos anos do Brasil Imperial a partir das três leis mais famosasdo
combate à escravidão: Lei Eusébio de Queiroz, Lei do Ventre Livre e Lei dos Sexagenários.
Os abolicionistas presentes no Parlamento - sendo Joaquim Nabuco o mais famoso deles -
se consideravam, em sua maioria, liberais. No entanto, boa parte deles vinha de famílias
conservadoras com propriedades agrícolas e engenhos que possuíam mão-de-obra escrava.
Mesmo assim, se apropriavam da pauta abolicionista através de um jogo de poder onde
se empenhavam em manter as próprias riquezase bens através de uma negociação com
a classe de escravizados no Brasil. Para manter o poder sob suas mãos, essa elite
abolicionista dentro do Parlamento achou melhor “negociar” através das leis abolicionistas
os direitos sobre os escravos aos poucos ao invés de perder tudo de uma vez, e por isso a
abolição foi postergada por vários anosdentro da Câmara. Essa comunicação visa expor
esse jogo que abolicionistas políticos e escravos jogaram como forma de manter a “ordem”
na sociedade nasdécadas anteriores à assinatura da Lei Áurea em 1888.

Palavras-chave: abolição; parlamento; política; Brasil Imperial.

1
Graduada em História pela Universidade Federal do Amazonas, atualmente fazendo especialização em
Cultura e Literatura Africana e Indígena pela União Brasileira de Faculdades. Universidade Federal do
Amazonas – UFAM. E-mail: leticiadoliver1810@gmail.com
EXPROPRIADOS DE ITAIPU BINACIONAL: ONDE ESTÃO?

Luana Milani Pradela1

Resumo: o processo de expropriação de Itaipu Binacional, que se iniciou principalmente a


partir de 1978, desalojou mais de 40 mil pessoas do Oeste paranaense – para além dos
expropriados do lado paraguaio. Após grande mobilização dos expropriados, organizados no
Movimento Justiça e Terra e com apoio da Comissão Pastoral da Terra, alcançaram o pagamento
das indenizações por parte do Estado brasileiro – representado por Itaipu Binacional – com
valores mais justos. Com o pagamento, muitos conseguiram se realocar em outros locais,
comprar terras fora e dentro do Paraná. No entanto, essa conquista não foi para todos, visto que
o valor pago era referente à propriedade da terra, portanto, aqueles que não possuíam a titulação,
não seriam contemplados ou receberiam apenas pelas benfeitorias construídas no local. Essa
disparidade levou muitos posseiros, meeiros e arrendatários a não receberem valores justos,
dificultando sua realocação em outros lugares. Devido às pressões, o INCRA se
“responsabilizou” por estas famílias expropriadas, no entanto, qual o destino que tiveram?
Como se deu o processo de realocação? Qual a responsabilidade de Itaipu Binacional neste
processo? Esta pesquisa busca responder algumas destas indagações.

Palavras-chave: Itaipu Binacional; expropriados; INCRA.

1
Mestre em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. lumilanipradela@gmail.com.
SUICÍDIO, MORAL E RELIGIÃO: UMA ANÁLISE HISTÓRICA A PARTIR DA
LITERATURA BRASILEIRA DO FIM DO SÉCULO XIX

Lucas Eduardo Gaspar1

Resumo: As reflexões deste trabalho estão relacionadas com a presença da tradição católica no
Brasil e de como este evento influenciou grandemente a formação das mentalidades em torno
da prática do suicídio no país. Para isso, utiliza-se da literatura produzida na virada do século
XIX como fonte histórica principal – especificamente as obras A Mortalha de Alzira, de Aluízio
Azevedo, publicada em 1892 e a obra Alice, de Luiza Ferreira de Camargo Pacheco, publicada
em 1902 – pretende-se refletir acerca da relação entre os valores morais, a influência religiosa
na sociedade e os tabus criados em torno da questão do suicídio. Atentando-se ainda para o
modo como foi criado e imposto um estigma religioso em relação ao suicídio. Bem como para
o próprio papel da religião, enquanto uma instituição social e agente histórico, tanto na
condenação e distanciamento da prática, como também um fator decisivo no pensamento
suicida e na motivação do ato.

Palavras-chave: suicídio, religião, literatura, moral, História.

1
Doutorando em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE. Professor da rede pública
do estado de Minas Gerais. Bolsista de doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior – CAPES. Email: l.e.gaspar@hotmail.com
CINEMA COM DITADURA: ESTUDO PILOTO SOBRE AS PERSPECTIVAS DE
ESTUDANTES SECUNDARISTAS

Luiz Paulo da Silva Soares1

Resumo: o presente estudo apresenta alguns resultados de um Estudo Piloto vinculado a um


projeto de pesquisa em andamento no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade
Federal de Pelotas (UFPEL), no âmbito do doutorado. O cerne da pesquisa reside na
investigação sobre a compreensão dos estudantes do Ensino Médio acerca do período da
ditadura civil-militar brasileira quando o ensino é mediado pelo cinema, enquanto prática
pedagógica adotada pelo professor de História. Para alcançar esse objetivo, diversas estratégias
de produção de dados foram empregadas, incluindo narrativas de estudantes do terceiro ano do
Ensino Médio, questionários semiestruturados, análises fílmicas, debates e um diário de campo
mantido pelo professor pesquisador. Essa abordagem meticulosa combina métodos qualitativos
e quantitativos, conforme preconizado por Sampieri, Collado e Lucio (2013). O Estudo Piloto
foi conduzido ao longo do ano letivo de 2022 em duas escolas estaduais na cidade do Rio
Grande, no estado do Rio Grande do Sul. A análise dos dados produzidos seguiu a metodologia
de análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin (2012). É crucial salientar que o cinema,
enquanto “produto cultural” (FERRO, 2010; FONSECA, 2012), desempenha um papel
fundamental na disseminação do conhecimento, no incentivo a imaginação e no
compartilhamento de informações e saberes. Acreditamos ainda, que este estudo contribuirá
significativamente para uma compreensão aprofundada sobre como o cinema pode ser uma
ferramenta eficaz no ensino de História, especialmente ao lidar com temas sensíveis, como é o
caso da ditadura civil-militar brasileira.

Palavras-chave: ensino de História; cinema; ditadura civil-militar; estudantes secundaristas;


estudo piloto.

1
Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pelotas -
UFPEL. Licenciado e Bacharel em História, mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande –
FURG. Professor da Educação Básica no Estado do Rio Grande do Sul.
AS MULHERES EM AS GANGUES DE NOVA YORK: UMA HISTÓRIA
INFORMALDO SUBMUNDO

Luiza Raquel Waulczinski1

Resumo: este trabalho estuda a História das mulheres através do livro As gangues de Nova
York: uma História informal do submundo, de Herbert Asbury, publicado primeiramente em
1928. O livro conta a história de algumas gangues que transitaram em Nova York, de 1840 até
1863, aterrorizando a cidade. Ao contar a História das gangues, menciona visões sobre as
mulheres e como elas viviam entre os gângsters. Assim sendo, buscou conhecer, analisar e
problematizar o modo de vida dessas mulheres, como elas transitavam, viviam, se portavam,
ou seja, qual era o papel da mulher e o protagonismo que elas assumiam dentro daquele espaço
social, cultural e econômico. Para auxiliar nesse trabalho, utilizemos o filme “Gangues de Nova
York”, que foi produzido baseado nas descrições do livro, que mostra as mulheres e seu modo
de vida no período. Quanto ao método de análise, desenvolvemos reflexões que proporcionaram
aprendizado sobre pesquisa em História, por meio do livro e da produção cinematográfica.

Palavras-chave: mulheres; gangues; literatura.

1
Graduada em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste. Email para contato:
luizaraquelw@hotmail.com
ENTRE VERSOS E RESISTÊNCIA: O MOVIMENTO DO HIP HOP NO
PROCESSO DE ABERTURA POLÍTICA NO BRASIL

Maria Luiza da Silva Moura1

Resumo: entre os anos de 1964 e 1985 o Brasil vivenciou um período de amplas perseguições,
censuras e controle nos mais variados campos da sociedade. Nesse contexto, diferentes foram
as formas de resistência e luta contra a ditadura militar instalada, dentre eles a realizada pelo
movimento negro, apontando tanto questões raciais como culturais (TEPERMAN, 2015). Nesse
contexto, durante os anos 70 e 80 a cultura norte-americana já inserida no país, ganhou forte
presença com a black music, principalmente com sua inserção nas periferias e nos denominados
bailes black, perpassando não apenas lazer, mas também trazendo representatividade e pautas
identitárias para pessoas pretas e para a periferia (GILROY, 2001). Dessa forma, o presente
trabalho, em fase inicial de pesquisa, busca refletir sobre a trajetória do Hip Hop no Brasil no
processo de abertura política no Brasil e seu processo de transformação e politização, a partir
das pautas levantadas pelo movimento negro, apresentadas por meio de suas letras. Para isso,
apresentamos a importância de nomes como Nelson Triunfo, principal responsável pela
popularização do break dance nas ruas de São Paulo e tido como o precursor do hip hop no
Brasil. Além dele, destacamos artistas como Thaíde e DJ Hum, idealizadores do primeiro álbum
musical, intitulado “Hip Hop Cultura de Rua” (1988). Dentre os principais aportes teóricos
estão autores como Ricardo Teperman (2015), dialogando sobre o surgimento do movimento
do Hip Hop, suas modificações no contexto brasileiro, bem como as políticas de combate à
marginalização da música. Além disso, outra base teórica e historiográfica fundamental é
Marcos Napolitano (2002), argumentando sobre “o próprio lugar social da música popular” (p.
33). Iniciando então, uma discussão primordial sobre a música no “lugar periférico”, a luta
política do movimento negro no âmbito musical e político, e os principais elementos do Hip
Hop.

Palavras-chave: cultura; abertura; política; Hip hop; música.

1
Graduanda em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Bolsista Pibic/CNPq. Sob orientação
do Prof. Dr. Ary Albuquerque Cavalcanti Junior. Mlumooura1@gmail.com.
MULHERES CORRESPONDENTES: CULTURA E PODER NO MUNDO DOS
IMPRESSOS

Mariana da Silva Rodrigues de Lima1

Resumo: nesta comunicação objetiva-se abordar a atividade letrada de mulheres como


correspondentes em periódicos, tendo-se como finalidade a explicitação das relações de poder
e das dimensões culturais inerentes à essa prática publicista feminina. De modo mais específico,
toma-se como objeto de reflexão as mulheres presbiterianas no Brasil que eram correspondentes
na imprensa missionária dos EUA entre o final do século XIX e o começo do século XX. A
partir deste objeto de estudo poder-se-á discorrer sobre a inserção feminina no circuito de
comunicações, noção elaborada por Robert Darnton e retomada por Marialva Barbosa, da
imprensa missionária presbiteriana estadunidense, trazendo à lume discussões sobre a
participação das mulheres na esfera pública, as possibilidades da escrita feminina, a visão sobre
a mulher no protestantismo, o movimento missionário presbiteriano e as redes transnacionais
entre o Brasil e os EUA. Em suma, a abordagem sobre as mulheres correspondentes permite
reflexões muito ricas ao privilegiar um aspecto ainda invisibilizado nos estudos históricos sobre
a imprensa que é a atividade como correspondente.

Palavras-chave: mulheres correspondentes; imprensa missionária estadunidense; relações


entre Brasil e EUA; presbiterianismo.

1
Graduação em História (Bacharelado e Licenciatura) pela UERJ e Mestrado em História pela UERJ. Doutoranda
em História no PPGH/UERJ, marianadelima.historia@gmail.com, bolsista CAPES.
LOURDES BARRETO: A PERSEGUIÇÃO ÀS PROSTITUTAS DURANTE A
DITADURA MILITAR NO BRASIL

Mariana Palhares Foloni1

Resumo: o presente trabalho, parte de uma pesquisa em fase inicial, busca analisar a
perseguição às mulheres prostitutas durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), dando
enfoque na biografia de Lourdes Barreto, no estado de Belém do Pará, onde se encontra o
“Quadrilátero do Amor”, um dos meretrícios fechados durante a ditadura pelos militares
(LIMA, 2019). Considero que a Ditadura Militar, que em 2023 completou 59 anos do golpe que
a instaurou, deixou marcas profundas na sociedade, carregadas de estigmas sobre essas
mulheres. Apesar de nas últimas décadas terem surgido muitas pesquisas e debates, trazendo
personagens e temas até então pouco discutidos, como povos indígenas e movimento negro,
também observamos o avanço na discussão da história das mulheres. Porém, ainda há um
silenciamento da profissional do sexo, muitas vezes não sendo contemplada dentro do próprio
movimento feminista e na luta por reparação política, uma vez que também foi duramente
perseguida durante a Ditadura Militar (HELD, 2018). Dessa forma, esta pesquisa apresenta
Lourdes Barreto, prostituta e militante, que fundou o Grupo das Prostitutas do Pará e que
batalhou pela reabertura do meretrício fechado na década de 1970 (TELES, 2015). Barreto foi
presa e perseguida inúmeras vezes, dentre os motivos se destaca a violação à moral e ir contra
a política conservadora, uma vez que para a repressão representava uma ameaça à família e à
sociedade. Mas, além da militância em movimentos sociais, ela tem uma vida marcada por lutas
pela libertação sexual, pelo direito à liberdade do corpo, por suas companheiras de profissão e
por melhores condições de trabalho (BARRETO, 2022). A partirdo exposto, afirmo que até hoje
essas mulheres lidam com políticas higienistas e com a moralidade e bons costumes,
características que seguem enraizadas na sociedade e que herdadas da ditadura e suas delegacias
moldam a identidade social (SILVA, 2021).

Palavras-chave: prostituta; ditadura; repressão; trajetória; moralidade.

1
Graduanda em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) E-mail: marianapalharesf@gmail.com
INTERMEDIAÇÕES ARTÍSTICO-LITERÁRIAS NA ESCRITA DE ABÍLIO LEITE
DE BARROS

Milleide Alves de Jesus1

Resumo: buscamos compreender as problemáticas concernentes à intelectualidade de Abílio


Leite de Barros, autor da nossa fonte de pesquisa Gente Pantaneira: Crônicas da sua História
(1998), entendemos que as crônicas expressam a relação do autor com a sociedade e os
agrupamentos com os quais interage, e, isso amplia o rol de questões vindos de sua obra. O
autor tem uma trajetória rastreável, sobre a qual, ele mesmo se empenhou em deixar pistas,
gotejando vestígios em suas produções escritas, tendo como base para as narrativas, a sua
vivência no Pantanal sul-mato-grossense e a sua visão de mundo. Em nossa inferência, Barros
faz parte de um clã literário, constituído pelas ramificações de sua família, abrindo em nossas
investigações outras produções, que nos ajudam a compreender as questões colocadas em nossa
fonte e também a entender a linha narrativa que o autor segue. No entanto, a influência literária
que impulsionou a escrita Barros, não se limita somente aos seus familiares, percebemos outros
escritores e obras que permitem identificar temporalidades e espacialidade diversas, emergindo
em suas narrativas, como a característica e vinculação ao modelo já consagrado do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Assim, a literatura enquanto fonte, aqui é vista como
mediação, vinculando-se ao campo teórico denominado Materialismo Cultural, formulado por
Raymond Williams (1979), para o melhor entendimento das relações entre as muitas esferas
que fazem parte da vida social do autor, buscaremos ler os significados e valores, com a
metodologia interpretativa formulada por Antônio Cândido (1985), no sentido de compreender
os aspectos sociopolíticos da produção literária do escritor.

Palavras-chave: História; literatura; pantanal; clã literário; intermediações.

1
Graduada em Licenciatura em História, pela Universidade do Estado de Mato Grosso, aluna e bolsista CAPES
no Programa de Pós-Graduação em História, na Universidade Federal de Mato Grosso. E-mail:
milleide.alves@unemat.br.
LIVROS E LEITURAS N’O OLINDENSE: O PERIÓDICO ACADÊMICO DOS
ESTUDANTES DE DIREITO EM PERNAMBUCO (1831-1832)

Noemia Dayana de Oliveira1

Resumo: nosso objetivo neste estudo é analisar as práticas de leitura no primeiro periódico
acadêmico do Curso Jurídico de Olinda, O Olindense, que circulou em Pernambuco nos anos
de 1831-1832. As atividades do periodismo e das associações literárias movimentaram a cidade
de Olinda nas primeiras décadas do século XIX, cujos espaços mobilizaram, sobretudo,
estudantes e professores interessados em discutir temas caros interna e externamente aos
primeiros cursos jurídicos – os métodos de aula adotados pelos professores; apropriação de
compêndios de Direito do curso de Coimbra; a prática do escárnio com os novatos; entre outros.
Para tanto, os irmãos Sérgio e Álvaro Teixeira de Macedo criaram o jornal O Olindense, que
circulou semanalmente por dois anos como órgão de divulgação das ações oficiais do curso,
como também da dinâmica política e social do Pernambuco, haja vistao período das regências
e das revoltas populares naquela província. Devido o espaço/tempo desse estudo, resolvemos
concentrar as nossas análises no conteúdo da coluna intitulada Curso Jurídico, tendo em vista
não só o seu conteúdo em termos de apropriação e criação dos estudantes em torno da atividade
de leitura e de escrita, como também os desafios técnicos e financeiros que envolveram esse
periódico.

Palavras-chave: curso jurídico; escrita; estudantes; irmãos Teixeira de Macedo; Olinda.

1
Doutora em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); professora substituta no
Departamento de História da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB); membro do Núcleo de História e
Linguagens Contemporâneas (NUHLC). E-mail: noemia.hist@gmail.com
ENTRE LEIRAS E RUAS: EXPERIÊNCIAS DE TRABALHADORES EM
JABOTICABAL-SP

Olavo Henrique Vieira Veiga1

Resumo: a presente comunicação parte de um trabalho maior que busca dialogar sobre as
experiências de trabalhadores ligado ao rural, em Jaboticabal – SP entre as décadas de 1970 a
1990. Nesta apresentação, busco relacionar a experiências desses sujeitos com os processos
dinâmicos ocorridos no interior de São Paulo no momento em questão. Por essa razão, se torna
indissociável da experiência vivida por esses sujeitos (como esses sujeitos percebem e
reorganizam seus modos de vida) as reorganizações produtivas no interior de São Paulo e os
processos que decorrem delas: o êxodo rural; a acumulação de terras; e o estabelecimento do
Estatuto do Trabalhador Rural com as disposições acerca das leis trabalhistas (ou a inexistência
delas) para os trabalhadores rurais. Para tanto, foram realizadas entrevistas com cinco
trabalhadores, entrevistados esses, que de maneiras mais ou menos expressivas, estabeleceram
relações diretas para com o trabalho nos canaviais. Dessa forma, a partir das trajetórias de vida,
das experiências perpassadas no passado e revisitadas no presente, foi possível entender e
dialogar como o processo dinâmico, que acabou por redesenhar os modos de vida desses
sujeitos (de como e onde morar, de como e onde conseguir e aferir renda), foi sentido e refletido
por esses sujeitos no hoje.

Palavras-chave: boia-fria; narrativas orais; Jaboticabal.

1
Mestrando no PPGH da UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. Bolsista CAPES. Possui
graduação em História pela Unespar, campus de Campo Mourão. E-mail: olv.veiga@gmail.com
ENTRE O AMARGOR DO TRABALHAR E AS DOÇURAS DO LAR: NARRATIVA(S)
FAMILIARES NA CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Olavo H. V. Veiga1
Vanderson W. Ribeiro2

Resumo: a presente comunicação nasce da intersecção de duas pesquisas maiores, um acerca


dos trabalhadores da cana no interior paulista e outra acerca dos trabalhadores ligados ao rural
do oeste paranaense - ambas com recortes temporais que permeiam as décadas de 1970 até os
dias atuais. Ao tomar ciência da vida cotidiana desses sujeitos, um espaço de disputa (no qual
se constrói valores e significados, e se desenvolve os modos de vida dos trabalhadores),
buscamos compreender como as pressões de classes e os processos vividos, dentro das relações
familiares, acabam por influir em como as experiências são percebidas pelos sujeitos no hoje.
Foram-se utilizadas duas narrativas orais, uma proveniente de uma trabalhadora de Jaboticabal-
SP, que em momentos oportunos de sua vida se dirigiu aos canaviais, e outra de um trabalhador
que construiu variadas experiências em culturas agrícolas em Guaíra-PR. Pretendemos assim,
analisar como os horizontes de possibilidade criados (ou ceifados) frente a criação dos filhos e
a inserção dos mesmos em postos de serviço, dos mais variados tipos, acabam por traçar
relações para com a constituição desses sujeitos enquanto trabalhadores, nas diversas
experiências e pressões permeadas no rural.

Palavras-chave: experiências; trabalhadores; trajetórias; relações familiares

1
Mestrando no PPGH da UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon-PR. Bolsista CAPES. Possui
graduação em História pela Unespar, campus de Campo Mourão. E-mail: olv.veiga@gmail.com
2
Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste) – Campus Marechal Cândido Rondon-PR. Bolsista (Capes). Contato:
Vanderson.ribeiro.2010@gmail.com
FAZER-SE TRABALHADOR EM GUARANIAÇU-PR

Patricia Vieira Morais1

Resumo: a comunicação discute o processo de fazer-se trabalhador, problemática em


desenvolvimento para a tese de doutorado. Privilégio na investigação, sujeitos que trabalham
desde tenra idade na cidade de Guaraniaçu-PR, a partir dos anos 1990 e utilizo enquanto fontes
para a pesquisa entrevistas orais, documentações da Assistência Social do município e dados
estatísticos. Ao refletir sobre o envolvimento desses sujeitos em atividades laborais (que em
muitas ocasiões eram evidenciadas como sendo realizadas desde a infância e adolescência),
foram grandes as dificuldades em determinar a idade que iniciaram essas práticas e separá-las
dos outros aspectos dos modos de vida construídos por esses sujeitos. Esse recorte inicial levou-
me a questionar quando, como, por que e em quais condições essas atividades ocorrem e, por
conseguinte, os mais diversos modos de organizar e significar essas relações. As narrativas dos
trabalhadores, mais do que indicando o que qualificavam como trabalho, empregavam
importâncias para situações vivenciadas e falavam sobre construírem-se trabalhadores –
dinâmica constantemente refeita em desigual condição e estabelecida antes mesmo do
“primeiro emprego”.

Palavras-chave: experiência social; ser trabalhador; Guaraniaçu-PR.

1
Graduada, Mestre e doutoranda em História pela UNIOESTE. Integrante da linha de pesquisa Trabalho e
Movimentos Sociais. Bolsista financiada pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - CAPES. E-mail: patricia.morais2@unioeste.br. Orientadora: Sheille Soares de Freitas.
O MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, O ENCONTRO DE PIONEIROS E
PIONEIRAS E A MANUTENÇÃO DE MEMÓRIAS DA COLONIZAÇÃO DO
MUNICÍPIO DE TOLEDO (PR)

Rafael Dione Trombeta1

Resumo: esta pesquisa tem financiamento promovido pela Fundação Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O município de Toledo tem o ano de
1946 como a data de sua fundação, baseando-se no início das atividades econômicas e de
ocupação territorial empreendidas pela Madeireira e Colonizadora Rio Paraná (Maripá). Nos
anos posteriores, diversas ações são tomadas para a formação de memórias deste processo. Em
1976, data que se comemorou o aniversário de 30 anos de fundação, cria-se por meio do
decreto-lei 834/76 o Museu Histórico Willy Barth, e apenas no ano de 1984 a instituição inicia
suas atividades. O Museu é criado sob a prerrogativa da defesa contra o esquecimento de um
passado pioneiro, e atribuiu-se aos seus funcionários o papel de definição do que seria
considerado documento histórico passível de lembrança e resguardo. Uma das atividades
desenvolvidas pela instituição é a organização do Encontro de Pioneiros e Pioneiras do
município, realizado anualmente desde 1987 e considerada central em sua agenda. Ao formar-
se um acervo, bem como a invenção de um evento tradicional, tal espaço museológico tornou-
se central para a concretização de uma cultura de memória promovida pelas gestões públicas
de Toledo. Pensando nesses aspectos gerais, foram realizadas entrevistas orais com
funcionários e ex-funcionários do Museu a fim de produzir uma análise sobre as ações
promovidas desde sua criação e que culminam na realização do Encontro. Deste modo,
analisaremos os discursos de manutenção das memórias de colonização do município, bem
como os seus papéis políticos e sociais.

Palavras-chave: Toledo (PR); museu; memória; colonização; fontes orais.

1
Mestrando em História, PPGH Unioeste, Câmpus Marechal Cândido Rondon, bolsista CAPES. E-mail:
rafaeldt04@gmail.com
A SEPARAÇÃO DE DALVA DE OLIVEIRA E HERIVELTO MARTINS, ATRAVÉS
DAS PÁGINAS DA REVISTA DO RÁDIO

Raimundo Cézar Vaz Neto1

Resumo: o objetivo deste estudo é analisar a repercussão do desquite entre a cantora Dalva de
Oliveira e o compositor Herivelto Martins, através das notas, desdobramentos e reportagens da
Revista do Rádio, entre os anos 1949 e 1951, consultada na Hemeroteca Digital Brasileira. O
periódico foi um importante veículo nacional e pioneiro, dirigido por Anselmo Domingos, a
tratar, insinuar e informar sobre as diversas vertentes sobre os artistas e a separação do casal
teve muitas notas atribuindo frase à Herivelto, como: “O desquite fui eu que pedi”, ou para falar
de Dalva, declarando: “Os filhos ficaram com Dalva”. A Revista do Rádio aproveitava para
vender, aquilo que estava em destaque e no interesse das leitoras. Sendo um periódico da classe
C (Calabre, 2002), e mesmo Dalva sendo associada como mulher madura e mãe (Lenharo,
1995), refletia a ideia da época de que as artistas eram vistas como propensas ao casamento e à
vida doméstica. Sendo assim, entre a briga na imprensa e seus desdobramentos, os filhos do
casal também eram expostos nas ruas, entre os colegas e pais de colégio interno no Rio de
Janeiro (Ribeiro e Duarte, 2009). A Revista do Rádio e a imprensa como um todo, falam de
uma prática social, de um lugar social e de um determinado tempo (Cruz e Peixoto, 2007).

Palavras-chave: imprensa; Revista do Rádio; Dalva de Oliveira; Herivelto Martins.

1
Doutorando em História, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). E-mail:
rcvazneto@hotmail.com
O SINDICATO DOS TRABALHADORES DE FIAÇÃO E TECELAGEM DE
FORTALEZA: UMA PERSPECTIVA DE LUTA A PARTIR DO FEMININO (1990-
1992)

Rita Geiziele Pinheiro Sousa1

Resumo: a presente iniciativa de pesquisa é resultado do trabalho que estamos desenvolvendo


em mestrado acadêmico. Nossa proposta de estudo consiste em analisar o início da década de
90 como uma época de resistência, em meio aos diversos prejuízos vividos pela classe
trabalhadora no Brasil, como a perda de direitos trabalhistas, a confiscação das poupanças, etc.,
encontramos a resistência dos operários e operárias de Fortaleza a partir da conscientização e
de sua organização, que teve como ápice a intervenção do Sindicato dos trabalhadores da
indústria têxtil de Fortaleza. O sindicato teve papel fundamental na construção de lutas em torno
de direitos trabalhistas, greves, processos de trabalho. Entre as principais destacamos a inclusão
das mulheres, que se deu em um momento de necessidade de falar das pautas femininas e
problematizá-las. Assim queremos destacar a participação das mulheres de forma mais efetiva,
a exemplo trazemos o processo trabalhista 1460/90 que conta com a participação de 15
mulheres contra a empresa Master Tecidos S/A, destacamos o papel de mulheres nesse processo
sobretudo porque [...] entrar com um processo trabalhista na Justiça significa um risco para o
empregado. E este risco manifesta-se em perseguições dentro da empresa e até mesmo a perda
do emprego [...]. E as demissões por causas injustas, [...] (BARBOSA, p. 134, 2011). A
percepção de que as mulheres eram pessoas que precisavam participar estava sendo maturada
nas próprias relações cotidianas, assim é criada em 1991 uma secretária de mulheres no
sindicato dos trabalhadores têxteis, nossa investigação gira em torno de um estudo
problematizado desse departamento que foi desde sua criação gerida por mulheres.

Palavras-chave: mulheres; operárias; organização.

11
Formada em História pela Universidade Estadual do Ceará-UECE, geiziellepinheiro@gmail.com, Bolsista de
mestrado FUNCAP.
A CIA NA FRONTEIRA: ESTUDO SOCIOLÓGICO E ECONÔMICO DE PONTA
PORÃ EM 1954

Roberto Rigaud Navega-Costa1

Resumo: a Central Intelligence Agency (CIA) produziu, em 1954, um memorando que fazia
uma breve descrição da realidade sociológica e econômicas da fronteira entre Brasil e Paraguai,
e usou um estudo de caso para exemplificar o todo mais complexo, uma abordagem comum
que utiliza uma sinédoque como figura de linguagem, o que foi feito neste artigo, pois um
memorando serviu como exemplo de outros de mesma natureza. Desta forma, este trabalho
forneceu ao leitor informações de como a CIA produzia seus documentos, como os avaliava,
como via nossas fronteiras, além de uma tradução do memorando, que foi avaliado à luz de
alguns conceitos chave. Pata tal, procedeu-se à tradução citada, análise do texto e seu contraste
com bibliografia que tratava do tema fronteira, do tema poder e do tema fricção. Ao final,
obteve-se um estudo de caso acerca de um assunto ainda pouco estudado, dado sua importância
potencial para os estudos fronteiriços, de um lado, e históricos de Brasil e Paraguai, de outro.
O olhar do estrangeiro, mesmo um olhar em segredo, pode nos revelar bastante sobre nós
mesmos e sobre quem nos olha.

Palavras-chave: espionagem; Brasil e Paraguai; geografia do poder.

1
Mestre e Doutorando no PPG Em Sociedade, Cultura e Fronteiras – Foz do Iguaçu.
Roberto.navega.costa@gmail.com. Bolsista Capes.
ENTRE TRAMAS E DRAMAS DO ESCOLARIZAR-SE: PENSANDO A URDIDURA
DE TENSÕES E CONFLITOS NAS RELAÇÕES FAMILIARES DE
TRABALHADORES EM NOVA HARTZ-RS

Tanice Fuhr1

Resumo: a presente proposta busca analisar certas relações e adversidades (materiais e


emocionais) experimentadas por trabalhadores em seu processo de escolarização na cidade de
Nova Hartz – RS. Tal intuito, que toma como partido experiências de jovens trabalhadores no
século XXI, tem como norte a consideração do universo social desses sujeitos no
reconhecimento de urgências e dramas com que se deparam e que compõe as tomadas de
decisão sobre o escolarizar-se ou não. Destaco para este momento as análises entorno da
urdidura de tensões e conflitos de relações estabelecidas familiarmente, denotando embates
entre ausências e urgências latentes a esses sujeitos. Para isso, parto das documentações de
acompanhamento familiar do Conselho Tutelar, bem como das Fichas de Comunicação de
Alunos Infrequentes (FICAI), articulando as evidenciações dessas relações a importância do
pensar a integralidade do modo de vida e de constituição desses sujeitos. Tudo isso, intentando
compreender a presença, ou ausência, desses jovens na escola a partir de quem são, como vivem
e como esperam viver nesta sociedade, na turbulência do fazer-se trabalhador.

Palavras-chave: escolarização; jovens trabalhadores; modos de vida; tensões; conflitos.

1
Mestranda no Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Bolsista
CNPq Capes. E-mail: tanifuhr@outlook.com
“O BOIA-FRIA SÓ TEM O DIA E A NOITE E DEUS QUE OLHA DE VEZ
EMQUANDO PRA ELE”: TRABALHO DESDE A INFÂNCIA, RELAÇÕES
FAMILIARES E SIGNIFICADOS DA EXPLORAÇÃO (GUAÍRA-PR, 1961-2001)

Vanderson Wiliam Ribeiro Silva1

Resumo: a presente comunicação permeia uma pesquisa mais ampla sobre a constituição
de vivências nas relações de trabalho no campo, na região de Guaíra (oeste do Paraná). Aqui,
busco analisar o cotidiano de trabalhadores que moravam com a família, laborando nessas
relações desde a infância, conciliando esses trabalhos em variados momentos em sítios e
fazendas. Esses sujeitos chegaram em Guaíra nos primórdios da década de 1960,
adquirindo posses e propriedades de terras nessa região, realizando trajetórias que
perpassaram por um processo mais amplo de (re)ocupação do Oeste do Paraná. Assim,
entendendo que essas relações permeiam interesses, pressões e dinâmicas construídas no
campo, centrarei a discussão em quatro narrativas orais de trabalhadores. Ao realizar essa
pesquisa, busco pensar as experiências construídas nos variados âmbitos do trabalho em
culturas agrícolas, como o algodão e a hortelã e ao mesmo tempo observar a constituição de
memórias, noções de sobrevivência e “existência” no trabalho em conjunto com a família
no período delimitado, bem como nas percepções construídas no “hoje” desses
trabalhadores.

Palavras-chave: experiências de trabalho; relações familiares; narrativas orais; Guaíra- PR

1
Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste) – Campus Marechal Cândido Rondon-PR. Bolsista (Capes). Contato:
Vanderson.ribeiro.2010@gmail.com
ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO SUS EM TERRA ROXA – PR

Vitor Gabriel Verediano Nabão1

Resumo: este trabalho tem por finalidade analisar o processo histórico de implantação do
Sistema Único de Saúde – SUS no Município de Terra Roxa – Paraná, no período compreendido
entre o final da década de 1980 e início da década de 1990. Assim, refere-se ao processo de
inserção, organização e assistência do setor de saúde no Município de Terra Roxa,
anteriormente a implantação do SUS e nos anos iniciais após a sua constitucionalização. Isso,
com o intuito não só de capturar a história da efetivação, mas de identificar os impasses e
desafios enfrentados, pensando quais eram as perspectivas dos membros dos poderes executivo,
legislativo, funcionários da secretaria de saúde e usuários, bem como a participação social na
política de saúde por meio do conselho municipal de saúde. Para compreensão do objeto de
estudo na realidade empírica, foram realizadas duas entrevistas com questões semiestruturadas
que nortearam a coleta de dados, o que provocou outras indagações que colaboraram na
elaboração do trabalho com base na metodologia da história oral. Os relatos aqui registados
estão na memória dos cidadãos como um forte elo com o passado que exprime as lembranças
da saúde pública antes, durante e após a implantação do SUS.

Palavras-chave: Municipalização; Políticas Públicas; SUS; Memória.

1
É Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História, Poder e Práticas Sociais da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná pela Linha de Pesquisa em Trabalho e Movimentos Sociais. Licenciado em História (2021) e
Geografia (2022) e Bacharel em Serviço Social (2023) pela Universidade Cesumar - Unicesumar, Licenciado em
Letras - Português e Inglês pelo UNAR (2022). Possui Especialização em Metodologia do Ensino Religioso e em
Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa pela Faculdade Unina, Especialização em Atendimento Educacional
Especializado - Educação Especial e Inclusiva pela Unicesumar e Especialização em Garantia dos Direitos e
Política de Cuidados à Criança e ao Adolescente pela Universidade de Brasília - UnB. Presentemente atua como
Professor da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná.

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