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TÉCNICAS DE ORATÓRIA

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Sumário

INTRODUÇÃO .............................................................................. 2

1. O que é oratória ...................................................................... 3

1.1 Origem da oratória .................................................................. 4


1.2 Para que serve a oratória ........................................................ 5
1.3 Importância da oratória ........................................................... 7
1.4 Tipos de oratória ..................................................................... 8
2. A comunicação: sua forma e conteúdo ................................. 11

2.1 Linguagem corporal............................................................... 17


2.2 Técnicas Comunicação corporal ........................................... 20
2.3 Dicção, postura e ênfase ....................................................... 22
2.4 Nervosismo ao falar em público ............................................ 23
2.5 Como organizar uma apresentação ...................................... 25
3. Formas de apresentação ...................................................... 27

3.1 Recursos audiovisuais .......................................................... 29


CONCLUSÃO ............................................................................. 36

REFERÊNCIA ............................................................................. 37

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INTRODUÇÃO

Falar em público é um dos grandes desafios que podemos enfrentar. Algumas


situações podem nos levar até a desistir de projetos e tarefas pelo temor de falar em
público.
Há, contudo, no ato de apresentar-se para uma plateia mais do que
dificuldades, pois é também uma oportunidade de se ter mais visibilidade em
todos os aspectos, sejam profissionais ou pessoais. Em uma apresentação, várias
pessoas analisam o nosso perfil e comportamento e formam uma imagem
sobre nós baseadas no modo como expressamos nossas ideias. Para que
tenhamos êxito, podemos nos apoiar em diversas técnicas de apresentação
que serão de grande ajuda para obter o sucesso desejado
Oratória: trata-se de método de DISCURSO. Arte de como falar em público.
Conjunto de regras e técnicas que permitem apurar as qualidades pessoais de quem
se destina a falar em público. Na GRÉCIA ANTIGA, e mesmo em ROMA, a oratória
era estudada como componente da RETÓRICA (ou seja, composição e
apresentação de discursos), e era considerada uma importante habilidade na vida
pública e privada.
A oratória é composta por técnicas que envolvem a qualidade da fala, a
dicção e a postura corporal. Já a retórica está mais ligada à capacidade mental do
orador. Ela se preocupa essencialmente com o conteúdo e tem como função
persuadir o interlocutor.
Essencialmente, o bom orador conhece o assunto sobre o qual está falando e
tem um ritmo de fala adequado. Portanto, para desenvolver o conhecimento sobre o
tema a ser tratado, ele deve estudá-lo e organizá-lo.

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1. O que é oratória

De acordo com o dicionário Michaelis, oratória é a arte e prática de falar em


público; retórica.
Classificar a oratória como arte pode deixar a impressão de que se trata de
um dom, uma habilidade inata que não pode ser aprendida.
No entanto, vale recordar que existem várias definições para o conceito de
arte, incluindo estudos do famoso filósofo Platão, que descreve a arte como forma
de conhecimento ou atividade humana racional e utilitária.
Nesse sentido, a arte está sujeita a regras, se opõe ao acaso ou ao natural –
o que engloba a ciência e filosofia e se aproxima do significado da palavra “técnica”.
Podemos, então, dizer que a oratória corresponde a um conjunto de
técnicas que auxiliam a composição e declamação de discursos envolventes.
A oratória também é um dos segmentos de expressão da retórica, campo que
emprega a linguagem para persuadir ou transmitir uma mensagem de forma
convincente.

Assim como muitas outras coisas, a oratória tem seu desenvolvimento na


Grécia Antiga

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1.1 Origem da oratória

Há diferentes teorias sobre a origem do estudo sobre os discursos.


Algumas linhas de pensamento afirmam que a oratória nasceu no Antigo
Egito, junto ao poder de persuasão dos faraós.
Porém, os primeiros registros sobre técnicas para falar em público vêm
da Grécia Antiga, o que sugere que a prática da oratória se iniciou integrada à
retórica.
Para explicar melhor, a retórica não se restringe ao discurso falado. Ela
também se aplica à literatura, publicidade e formatos de arte, como a pintura e a
música.
Assim, a oratória se refere à aplicação da retórica em apresentações,
palestras e falas para transmitir mensagens, argumentar ou simplesmente distrair o
público.
Tudo começou no século V antes de Cristo, quando a retórica ganhou
atenção entre os gregos de Atenas e da Sicília.
Na época, cidadãos interessados em melhorar sua argumentação
contratavam sofistas, que eram como professores que ensinavam a influenciar
ouvintes em audiências públicas.
Até então, o estudo da oratória (componente da retórica) tinha somente o
objetivo de convencer o público a concordar com as ideias daquele que discursava.
Essa perspectiva passou por transformações a partir das teorias
de Sócrates e Aristóteles, que consideravam a retórica uma importante ferramenta
da filosofia.
Nos séculos seguintes, a oratória recebeu um sentido mais amplo, sendo
referenciada como a prática de falar em público e servindo a diversos propósitos.

Falar em público e conseguir cativar as pessoas são fins da oratória

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1.2 Para que serve a oratória

De forma resumida, a oratória dá suporte para quem deseja falar bem em


público.
Segundo o filósofo e educador escocês George Campbell, a retórica
(incluindo a oratória) serve a quatro objetivos principais:
o Instigar a imaginação

o Favorecer a compreensão

o Despertar paixão

o Influenciar a determinação.

Vamos tomar como exemplo um aluno que tem dificuldades para entender e
aplicar conceitos de Física.
Se ele tiver um professor que se prende apenas às fórmulas, dificilmente
vai conseguir aprender essa matéria.
Por outro lado, se o professor explicar de onde as fórmulas vêm e porque
devem ser aplicadas a certo contexto, pode atrair a atenção e despertar a
curiosidade do aluno, dando suporte para que ele supere as dificuldades.
Dominar os fundamentos da oratória ajuda nesse processo, pois dá base para
que o educador formule apresentações claras, simples e interessantes para suas
aulas.
A arte de falar em público também contribui para a conquista de
patrocínios, vagas de trabalho, melhoria do relacionamento interpessoal e integração
de equipes, através da propagação de ideais políticos, religiosos e sociais.
Ao longa da história, grandes oradores mostraram como o discurso pode ser
empregado para mobilizar o público em prol de diferentes objetivos, desde os mais
nobres até os mais obscuros.
O ativista e pastor Martin Luther King Jr. é um exemplo de liderança que
usou a oratória para disseminar uma mensagem de igualdade de direitos nos
Estados Unidos.
Ele ganhou fama mundial por apresentações como o discurso “I Have a
Dream”, sendo premiado com o Nobel da Paz em, 1964 por sua larga contribuição
no combate ao racismo sem recorrer à violência.
Já o ditador nazista Adolf Hitler é conhecido por cativar sua audiência com
ideias preconceituosas a respeito de judeus, negros e homossexuais, também por
meio de discursos.

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Suas apresentações e atitudes resultaram em atrocidades e na morte de
milhões de soldados e civis durante o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial.

É inegável a importância da oratória no desenvolvimento de uma carreira


profissional

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1.3 Importância da oratória

Embora não esteja presente na grade curricular da maioria das escolas e


faculdades brasileiras, a oratória é reconhecida por entidades internacionais, como a
Universidade de Cambridge.
Referência mundial em diversas áreas do saber, a instituição inglesa oferta
cursos rápidos para ajudar pesquisadores a estruturar suas apresentações em
público e realizar discursos interessantes.
Afinal, sem uma divulgação eficiente, mesmo grandes pesquisas podem ser
deixadas de lado ou até interrompidas por falta de investimento.
Além disso, pesquisadores capazes de se expressar bem abrem as portas
para oportunidades promissoras de trabalho.
O mesmo raciocínio vale para profissionais de outros setores, que, uma hora,
vão precisar falar em público para engajar suas equipes, conquistar novas parcerias,
anunciar mudanças em um departamento ou simplesmente defender sua opinião em
uma entrevista de emprego. Daí a importância da oratória.
Sem esse recurso, conteúdos relevantes podem se tornar monótonos,
funcionários e parceiros podem se sentir desestimulados e excelentes profissionais
podem perder uma vaga para colegas que se comunicam melhor.
Observe que dominar a arte da oratória agrega benefícios para profissionais
de todos os setores e em todos os momentos da carreira.

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1.4 Tipos de oratória

Aristóteles foi um dos filósofos que se dedicou ao estudo da retórica e da


oratória. Para ele, existem três gêneros do discurso ou tipos de oratória:
o Judiciária – realizada no tribunal, tem como meta defender ou acusar um
suspeito de crime

o Deliberativa – originada na Assembleia ou Senado, aconselha o público a


escolher o que se considera a atitude mais conveniente

o Epidíctica – se vale da censura ou elogio de exemplos (pessoas ou situações)


para que o público reflita e tire lições para tomar decisões assertivas no
presente.

Contudo, essa classificação foi questionada por pensadores


como Cícero e Quintiliano, especialmente porque a maioria dos discursos não se
encaixa em apenas um gênero.
Mas o estudo de Aristóteles inspirou classificações modernas, que
consideram a finalidade e público-alvo.
Confira, abaixo, os quatro principais tipos de oratória estudados em cursos
atuais:
Oratória pedagógica

Tem como premissa o compartilhamento de conhecimentos através de


apresentações simples e didáticas.
Por isso, é a modalidade mais utilizada em salas de aula, apresentações
interativas, workshops, seminários e palestras.
Oratória religiosa

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Empregado principalmente na difusão de valores morais e conselhos sobre
conduta, esse tipo de oratória costuma adotar um tom brando e discurso reflexivo.

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Oratória política

Gênero popular entre estadistas, vendedores e lideranças, a oratória política


combina vivacidade, persuasão e entusiasmo, a fim de convencer os ouvintes sobre
os benefícios de determinada atitude.
Oratória forense

Semelhante à oratória judiciária de Aristóteles, se vale de raciocínio lógico,


provas, argumentação e demonstrações para defender um ponto de vista.

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2. A comunicação: sua forma e conteúdo

Comunicação corporal
É importante saber controlar o corpo para que este reforce as palavras e não
distraia ou incomode nossos espectadores.

O bom comunicador apresenta uma forma eficaz e um conteúdo amadurecido


ao se expressar em público. Em relação à forma e conteúdo, podem ocorrer as
seguintes situações. Primeira: a pessoa que fala bem, mas possui um conteúdo
fraco, pode ser bem avaliada no final da apresentação caso o público não tenha um
bom nível intelectual para julgar esse mesmo conteúdo. Segunda: a pessoa que
sabe muito de um assunto, tendo assim um excelente conteúdo, porém não se
expressa bem, pode ser tachada como um comunicador chato e não empolgar a
plateia com suas ideias. O fator (P)* – ‘Público’ – é essencial na avaliação da nossa
performance como comunicador, então devemos falar pensando e analisando essa
importante variável da comunicação.

PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
A oratória possui três princípios que o bom comunicador
deve se submeter se quiser que sua mensagem seja captada com clareza pelo
ouvinte:
I - Na oratória, os detalhes fazem a diferença;
II - De vez em quando, tudo pode. Desde que não seja um erro grosseiro;
III - Tudo que se repete incomoda e/ou distrai o ouvinte.

AS QUATRO GRANDES TÉCNICAS DE ORATÓRIA

1a técnica: Variação de voz e fala

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O ideal para um comunicador é ter uma voz forte e alta para falar em público.
Apesar disso, o volume da voz deve ser adaptado ao tamanho da sala em que
estamos falando. Em alguns casos devemos utilizar o microfone, pois ele amplifica
nossa voz proporcionando ao ouvinte um conforto para receber nossa mensagem.
Variar a voz, ou seja, falar alto e baixo no decorrer da apresentação, torna a
transmissão da mensagem menos monótona e mais vibrante, passando ao ouvinte a
sensação de segurança do comunicador ao abordar o tema e agregando, assim,
credibilidade a nossa comunicação
O que caracteriza a comunicação na atualidade é a velocidade com que a
informação é transmitida. Sendo assim, prefira na maior parte do tempo falar numa
velocidade mais rápida, porém, logicamente, de forma que todos possam entender
as palavras pronunciadas. Apesar disso, existem momentos em que se podem fazer
pausas na nossa fala – existem silêncios que dão ao público a oportunidade de
refletir sobre o que falamos, e isso tem um valor na nossa comunicação. Produza
sua fala com precisão, ou seja, realizando movimentos precisos dos lábios e língua
ao emitir as palavras, isto significará uma boa dicção e facilitará ao interlocutor a
captação da informação que se quer transmitir.

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2 ª técnica: Contato visual

O contato visual é muito importante porque prende a atenção do espectador.


Procure ter as seguintes atitudes em relação a essa técnica:

 Enquanto estiver falando, distribua o olhar pelo público;


 Segure o olhar por dois segundos em cada região da sala;
 Fique atento às extremidades da sala;
 Evite o olhar rápido, de forma a ter o olho perdido;
 Aos ouvintes mais próximos, olhe no olho; aos mais distantes, olhe em qualquer
ponto do rosto, assim todos em volta também se sentirão olhados;
 Não fixe o olhar em apenas um ouvinte ou região da sala, principalmente quando
estiver emitindo um julgamento;
 Quando alguém da plateia fizer uma pergunta, inicie a resposta olhando para ele,
depois distribua o olhar um pouco e finalize a resposta em quem perguntou;
 O ouvinte ideal é aquele que olha para quem fala, dando feedback verbal e/ou com
a cabeça;
 Esteja preparado para ‘ver de tudo’ e continuar falando.

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3ª técnica: Gesticulação

Outra técnica da oratória é a gesticulação, que consiste em expressar-se por


meio de gestos representativos, ou seja, gestos que combinem com o conteúdo da
fala. Sendo assim, fique atento os seguintes aspectos:

 Forme um ângulo de 90 graus entre o braço e o antebraço;


• De vez em quando relaxe, quebrando os 90 graus;
• Realize gestos representativos, que combinem com o conteúdo da fala;
• Inicie a fala com os braços relaxados e aos poucos os levante;
• Apoie as mãos no centro do corpo, na altura da barriga;
• Apoie discretamente as mãos (evite rodar anel, mexer no relógio, estalar ou
apertar dedos, esfregar as mãos);
• O apoio ideal é abraçar uma mão na outra e variar esse abraço das mãos ou
simplesmente encostar uma na outra;
• Tenha cuidado com a caneta; • Abaixe o polegar, vulgo “dedão”;
• Cuide para não quebrar a munheca quando gesticular;
• Deixe as mãos à disposição dos gestos, livres;
• Não prenda as mãos, nem os braços;
• Não coloque as mãos no bolso;
• Movimente as duas mãos. Isso confere simetria aos gestos;
 Tenha cuidado com gestos obscenos;

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• Imagine-se dentro de um tubo enorme de PVC, gesticule no espaço livre dentro
do tubo, ou seja, realize gestos próximos do corpo;
• Tenha em mente que a maior parte dos nossos gestos representativos não é
planejada.

4ª técnica: Movimento/Postura

O corpo fala! Dessa forma, cuidado com sua postura ao falar, mantenha a
elegância e fique atento também às seguintes orientações:

 Fale parado e às vezes saia do lugar enquanto fala;


• Movimentar-se muito incomoda o ouvinte;
• Os movimentos podem ser para frente, para trás, laterais e/ou diagonais;
• Evite falar do fundo da sala;
• Não se apoie em uma perna só, nem balance/dance enquanto fala.

CUIDE DA GRAMÁTICA: Um erro gramatical, dependendo de sua gravidade,


poderá atrapalhar a sua fala em seu conteúdo e destruir a imagem que deseja
demonstrar. Toda gramática precisa ser correta, mas principalmente, faça uma
revisão de concordância e conjugação de verbos. Lembre-se de que a leitura é uma
excelente fonte de aprendizado.

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TENHA INÍCIO, MEIO E FIM: Toda fala precisa ter início, meio e fim. No
início, procure conquistar o ouvinte desarmando suas resistências e conquistando
seu interesse e atenção com cortesia. No meio, prepare o que vai ser abordado. No
final, faça uma breve recapitulação em apenas uma ou duas frases, faça o resumo e
verifique se foi entendido. O tamanho e a intensidade dos gestos devem atender ao
tipo de auditório que você enfrenta.
REGRA GERAL: Quanto maior o auditório ou mais inculto, maiores e mais
largos deverão ser os gestos; quanto menor o auditório ou mais bem preparado,
menores e mais moderados deverão ser os gestos. Os gestos devem ser indicados,
representados em parte, quase nunca completados.
A CABEÇA: O semblante é a parte mais expressiva de todo o corpo.
Funciona como uma tela onde as imagens do nosso interior são apresentadas em
todas as dimensões. Trabalha também como identificador de coerência e de
sinceridade das palavras. Deve demonstrar exatamente aquilo que se está dizendo.
A BOCA: A boca comunica tanto quando fala, quanto quando cala. É ela que
determina a simpatia do semblante.
A IMPORTÂNCIA DO SORRISO: O sorriso poderá quebrar barreiras
aparentemente intransponíveis. Ele desarma adversários, conquistam inimigos,
muda opiniões, abre vontades e corações. É um elemento especial na comunicação
e deve ser largamente utilizado.
A COMUNICAÇÃO VISUAL: De todo o semblante, os olhos possuem
importância mais evidenciada para o sucesso da expressão verbal.

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2.1 Linguagem corporal

A linguagem corporal corresponde a todos os movimentos gestuais e de


postura que fazem com que a comunicação seja mais efetiva. A gesticulação foi a
primeira forma de comunicação. Com o aparecimento da palavra falada os gestos
foram tornando-se secundários, contudo eles constituem o complemento da
expressão, devendo ser coerentes com o conteúdo da mensagem.
A expressão corporal é fortemente ligada ao psicológico, traços
comportamentais são secundários e auxiliares. Geralmente é utilizada para auxiliar na
comunicação verbal, porém, deve-se tomar cuidado, pois muitas vezes a boca diz uma
coisa, mas o corpo fala outra completamente diferente.
A linguagem corporal não é única e numerável, ou seja, ela sofre influências
culturais, estaduais, sociais e ambientais. O nível cultural influência em três fatores
predominantes, postura física, movimento físico, senso de espaço onde o nível cultural
torna mais suave ou não influenciado pelo nível cultural Físico (local) ou pelo nível
cultural comportamental e psicológico (pessoal ou influenciado por uma segunda ou
terceira pessoa).
A classe social influência em quatro fatores predominantes: Valores financeiros;
Exibicionismo; Vaidade pessoal; Autoconfiança. Ela limita ou acentua fatores chaves.
Por exemplo: pode inibir um indivíduo, intimidando-o pela sua classe social.

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A cultura local ou nacional influência uma pessoa em sua linguagem corporal,
principalmente em movimentos típicos de uma região em especial. Por exemplo,
orientais em geral possuem uma tendência em levar a mão á boca em diversas
ocasiões em uma comunicação. Dominar fatores culturais, sociais, comportamentais
e psicológicos criam uma sólida base para a leitura corporal.
Contrariando o raciocínio lógico, a leitura corporal é uma ferramenta de
comunicação poderosa equivalente ao poder da palavra, onde cria uma ligação com
as informações ocultas psicologicamente. Desta forma, devemos levar em
consideração o estado emocional do indivíduo, ele preserva as informações
verdadeiras em um sincronismo com a linguagem corporal.
Para entender a leitura corporal de forma ampla, muitas pessoas que dominam
a técnica recomendam aos estudiosos um convívio social-visual variado, evitando
tornar-se homogêneo ao ambiente e suas tendências sociais, buscando observar e
não participar de forma efetiva e clara. A leitura corporal é mais acentuada no sexo
feminino por possuir um nível de vaidade mais elevado do que o masculino.
O sexo masculino busca ser o receptor da linguagem corporal e o sexo feminino
busca ser o emissor da linguagem corporal, este comportamento é mais intenso na
vida social e inibido na vida profissional, onde o ambiente traça regras
comportamentais e psicológicas limitando a linguagem corporal involuntária. A leitura
corporal é umas das opções mais eficaz em entrevistas, pré-entrevistas e avaliação
pessoal, ligada diretamente a dois pontos predominantes, a conquista e a avaliação,
buscando traçar objetivos comportamentais e psicológicos para executar uma boa
escolha entre candidatos.
Porém, devemos ter como relevância o fator julgamento, onde o prejulgamento
é descartado como forma de decisão final e o julgamento é substituído pela leitura
corporal onde oferece resultados satisfatórios em um primeiro contato. A leitura
corporal é usada em situações criticas ou arriscadas, onde as decisões sofrem fortes
influências da falta de informação.
Muitos especialistas definem a leitura corporal como a linguagem esquecida
que busca uma comunicação com alguém que não conhecemos, mas nos avalia, nos
conquista, que sempre resulta em duas frases; “eu te amo” ou “você está contratado”.
Mantenha uma adequada postura corporal, pois facilita a projeção vocal e a
articulação precisa, transparecendo naturalidade e uma boa estética.

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2.2 Técnicas Comunicação corporal

A linguagem corporal está relacionada à comunicação não-verbal. Ela aparece


na nossa postura, nos gestos, no quão próximo estamos de outra pessoa ao conversar
com ela, nas expressões faciais e até no movimento que nossos olhos fazem.
É através da linguagem corporal, muitas vezes, que podemos identificar o real
significado de uma mensagem ou transmiti-la da maneira que não gostaríamos.
E não é difícil de entender como esse processo acontece.
Quando estamos diante de uma pessoa, não temos acesso apenas ao que ela fala,
mas também àquilo que o seu corpo mostra.
Tudo isso nos ajuda a entender o que o interlocutor quer dizer com as palavras
que saem da sua boa.

Técnicas de comunicação corporal na oratória:

1- Manter ângulo de 90° entre a ponta do queixo e o pescoço;


2- Os pés devem estar apoiados de forma que o peso do corpo seja distribuído
a toda a base dos pés.
3- Ao sentar, pés inteiramente apoiados ao chão, costas inteiramente apoiadas
no encosto da cadeira e joelhos fazendo ângulo de 90°;
4- Em pé, os joelhos nunca devem estar totalmente travados. Deve-se
posicioná-los de forma levemente flexionada evitando alterações
musculares na região lombar e cervical;

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5- Devemos alinhar o ombro e os quadris durante a movimentação. Ombros
sempre relaxados favorecendo o correto posicionamento dos braços, o
relaxamento dos músculos respiratórios, evitando má postura e tensão da
região superior do corpo;
6- Nuca alongada para facilitar o posicionamento reto da cabeça com olhar na
horizontal;
7- Cabeça sempre reta. Cabeça inclinada para os lados ou para baixo pode
induzir a afirmação ou negação de determinadas mensagens, além de
demonstrar insegurança;
8- Olhar sempre para onde desejamos induzir a voz. Desta maneira refletimos
segurança e persuasão;
9- Ao se apresentar, aproxime-se do interlocutor inclinando o corpo levemente
em sua direção, assim sinalizando abertura e disposição para a
comunicação.

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2.3 Dicção, postura e ênfase

Falar pausadamente, foi dito, ajuda a controlar o nervoso. Mas é preciso


também falar em voz alta com pronúncia articulada. O mais belo discurso, se não for
audível, não existe; se algumas de suas palavras, mesmo que sejam poucas, não
forem entendidas, perde a beleza.
A postura é também algo a observar. A expressão corporal ajuda a
expressão verbal. Um orador estático, rígido, mecânico, não comunica. É preciso
ilustrar o que se diz com uma dose razoável de movimentos corporais. Dependendo
do tipo de comunicação, pode ser recomendável fazer gestos, erguer a mão com
polegar estendido, balançar negativamente a cabeça.
Uma falha bastante comum em oradores inexperientes é a ausência de
ênfase, produzindo um discurso sem ritmo, no mesmo tom de uma corda só — blá,
blá, blá, blá. Há que dar cor ao discurso, elevar e abaixar o tom da fala, mudar a
velocidade e tom. Procure ouvir um programa de rádio e observar a habilidade com
que os locutores profi ssionais, falando para uma platéia que não vêm, utilizam esse
recurso.
A dicção tem, sempre, que ser correta e é fácil de avaliar. É uma questão de
pronunciar correta e completamente as palavras. Já defi nir quais sejam a postura e
ênfase ideais varia em cada caso. Só as circunstâncias, a sensibilidade e o bom
senso são capazes de chegar à dose certa, evitando exageros.

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2.4 Nervosismo ao falar em público

 Muitos se queixam, com razão, do nervosismo, como sendo um fator


dificultador para o controle da performance ao falar em público. Porém,
percebemos que é possível de se controlar a maior parte das causas
que gera o nervosismo, ou seja, podemos conter o nervosismo e não
deixar que ele nos domine a ponto de impedir que expressemos nossas
ideias em público.
 Uma ou mais das seguintes causas podem gerar o nervosismo que
acomete o orador:
• Falta do domínio do assunto – a sensatez diz que só devemos aceitar
falar sobre assuntos que dominamos. Ser convocado para falar de
improviso sobre temas que não dominamos certamente nos deixará em
apuros e o nervosismo pode ser tanto a ponto de não conseguirmos
sequer pronunciar uma frase;
 Impacto do olhar alheio – quando estamos falando em público somos o
‘centro das atenções’ e devemos estar preparados para receber o olhar
de muitos ouvintes ao mesmo tempo e saber que nem todos
apresentarão um comportamento de ‘ouvinte ideal’, ou seja, olhando
para nós com uma fisionomia amistosa e concordando com o que
estamos falando;
• Público/Local – falar em locais pomposos, chiques e para pessoas com
bom nível socioeducacional, ou com cargos hierárquicos maiores que o

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nosso nos deixa mais nervosos e preocupados. Apesar disso, devemos
valorizar o preparo que fizemos para desenvolver o assunto e seguir
adiante na nossa tarefa de comunicador;
• Problemas com a autoimagem – culturalmente existe um padrão de
beleza. O fato da nossa imagem corporal não se enquadrar nesse
padrão pode atrapalhar nossa exposição em público. Então devemos
sim nos preocupar em melhorar nossa imagem. O que não der para
melhorar, devemos aceitar e mesmo assim conseguir ser o ‘centro das
atenções’;
• Experiência prévia de falar em público – quem já esteve em frente ao
público falando em trabalhos voluntários ou no mundo corporativo,
mesmo sem ter um curso de oratória no currículo, acaba tendo mais
facilidade de lidar com o nervosismo;
• Falta de domínio da infraestrutura – é fundamental chegarmos antes ao
local da apresentação para testarmos todo o equipamento que vamos
utilizar. Se pudermos fazer uso do nosso microfone, o nosso
computador, enfim, os nossos equipamentos, teremos mais controle do
seu uso;
• Desconhecimento das técnicas de oratória – saber o que fazer com o
corpo e estar treinado para falar em público certamente diminui o grau
de nervosismo;
• Falta de domínio do tempo da apresentação – não treinar o tempo de
desenvolvimento da fala e ser surpreendido pelo pouco ou muito tempo
que falta para terminar a exposição pode desconcertar o comunicador e
alterar o grau de nervosismo que o envolve;
• Herança familiar/estudantil/cultural – existem pessoas que foram criadas
em famílias problemáticas no que se refere ao trato com a comunicação
ou que viveram experiências traumáticas no âmbito educacional, sendo
vítimas de chacota em público. Tudo isso gera um bloqueio emocional
que demandará muito treino de oratória e reflexão para ser superado.

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2.5 Como organizar uma apresentação

Pré-fala

Existe um momento inicial, denominado ‘pré-fala’, ao qual se deve estar


atento. O comunicador transmite uma impressão para o público antes mesmo de
começar a falar, por isso, além de testar os equipamentos e preparar tudo para a
apresentação, ele deve ficar atento ao próprio comportamento e à linguagem
corporal, transmitindo uma impressão segura a quem o observa.
Antes de iniciar a montagem dos slides que vão acompanhar a apresentação,
deve-se pensar no que quer falar. Fazer um mapa mental, enumerar os argumentos
que serão expostos e organizar a ordem de aparecimento deles é fundamental para
o palestrante chegue com tudo organizado e execute o que já está planejado.

Introdução – Preparação – Assunto Central – Conclusão

A introdução da fala ocorre com um cumprimento adequado ao ambiente e ao


público. Logo após agradecer ao organizador do evento a oportunidade de falar,
devemos traduzir implicitamente em nossas palavras as vantagens que obterão os
ouvintes com nossa apresentação. Em seguida, expor os argumentos que justificam
o tema da apresentação, gerenciar as perguntas que podem ou não aparecer
durante a apresentação, desenvolver os argumentos planejados e concluir com uma
reflexão interessante. Também é necessário saber se comportar quando ocorrerem
aplausos.
Essa sequência treinada, ensaiada, vista e revista por nós mesmos e por
outras pessoas que podem nos ajudar com sua opinião, fará com que nossa fala

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seja mais assertiva e permitirá um bom entendimento pelo público que irá nos ouvir.
Além disso, certamente esse preparo refletirá o nosso domínio no uso da palavra e
exercerá uma influência positiva nos nossos ouvintes.

Pós-fala
Depois de concluir sua fala, prepare-se para os aplausos. Receba-os com um
sorriso no rosto e distribua o olhar pelo público.
O tempo de aplauso pode ser rápido ou demorado, tudo depende da
performance do comunicador. Aproveite o tempo após sua apresentação para
continuar interagindo com o público. Algumas perguntas também podem ser
respondidas neste momento. Reserve um horário para o "pós-fala".

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3. Formas de apresentação

Há várias formas de se estabelecer uma comunicação em público. Nesta


seção trataremos da fala espontânea planejada, da fala memorizada e da fala
improvisada.

Fala espontânea planejada

Entender bem do assunto sobre o qual se quer falar e explicá-lo ao público


com um ordenamento didático coerente: isso caracteriza a fala espontânea
planejada, que é a melhor forma de apresentação e a que mais respeita o estilo
próprio de cada comunicador. Pode- -se, em alguns casos, escrever os tópicos que
se quer falar e levar esse papel, que é uma espécie de "cola" para nos acompanhar
na apresentação. Mas falar sem a "cola" transmite mais credibilidade ao
comunicador. Então, se for utilizar o papel no desenvolvimento da fala espontânea
planejada, faça de forma rápida e com moderação.

Fala memorizada

Esse tipo de fala exige de nós, além de uma memória bastante confiável, uma
interpretação que faça o público ter a impressão de que estamos fazendo uma fala
espontânea planejada. Se isso não ocorrer, nossa fala memorizada ficará muito
visível e poderemos parecer um robô falando, prejudicando assim nossa interação
com o público. Outro problema para quem fala de forma memorizada são os
imprevistos, que exigem uma interrupção do que estamos falando. Nesse caso, o
comunicador pode ter dificuldade para retomar, do ponto em que parou, o
desenvolvimento da fala memorizada e assim ter toda a sua apresentação
comprometida.
Algumas vezes, de tanto falarmos de forma espontânea sobre um mesmo
assunto, acabamos por memorizar alguns trechos da nossa apresentação e utilizar a

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fala memorizada. Se isso ocorrer, pode valer a pena memorizar alguns trechos que
tenham um bom impacto no desenvolvimento do nosso raciocínio para falarmos na
hora certa e provocar nos ouvintes um bom efeito.

Fala improvisada

A fala improvisada é uma forma de apresentação muito requisitada no


ambiente profissional e pessoal. Em algumas situações, pode acontecer de alguém
nos cutucar dizendo “vai lá na frente e fala!” e, não tendo como negar, encaramos o
público sem um preparo prévio. Nesse caso, ao começar a falar, cumprimente o
público, fale o que todos esperam ouvir, agradeça e se despeça.
Durante a apresentação podem acontecer imprevistos que exigem de nós
uma fala improvisada. Neste momento demonstre muita calma, não apele com o
imprevisto, seja bem humorado e resolva o problema com um comportamento que
não assuste a plateia. Apesar de todo o preparo e testes realizados antes da
apresentação, existem problemas que podem ocorrer durante nossa fala. O público
sabe disso e, muitas vezes, entende nossa situação e até colabora conosco na
solução do problema.
Se em uma atividade social você tem uma colocação profissional de
liderança, representa um órgão de classe ou uma instituição, ou se em um evento
sua presença merece destaque, como, por exemplo, no casamento de um familiar
querido, prepare-se para falar, mesmo que sua fala não tenha sido encomendada
com antecipação. Transforme assim o que seria uma fala improvisada em uma fala
espontânea planejada ou em uma fala memorizada.

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3.1 Recursos audiovisuais

Hoje em dia, com o avanço tecnológico, o comunicador tem como parceiro


equipamentos cada vez mais sofisticados, além de outros mais tradicionais, como o
flip chart e o quadro branco. É importante saber que o recurso audiovisual não deve
atrapalhar, nem anular, a presença humana do comunicador. Daí a necessidade de
aprender a utilizá-los como colaboradores e não como protagonistas das
apresentações.

Datashow

Um dos recursos mais utilizado atualmente, o datashow projeta o que está no


nosso computador e não apenas arquivos do Power Point®;
 Permite realizar links com filmes e inserir fotos: isso exigirá atenção do
comunicador para gerenciar a iluminação do auditório ou sala onde
estiver falando. Prefira sempre apagar o mínimo de luzes possível;
 Local do equipamento na sala: se não estiver fixo no teto, verifique a
melhor posição do projetor para que ele não atrapalhe a movimentação
de quem fala e ao mesmo tempo seja visível para todos os ouvintes;
 O que é projetado funciona como um roteiro para o desenvolvimento da
fala espontânea planejada. Sendo assim, o comunicador deve projetar
tópicos e imagens para nortear seu raciocínio;

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 Slide com excesso de texto faz com que o comunicador prenda o seu
contato visual na projeção; assim ele acabará lendo o slide em vez de
explicá-lo;
 Treine o sincronismo entre sua fala e o que está projetado. Um slide com
poucas informações visuais colaborará didaticamente com sua
apresentação: os ouvintes prestarão atenção exclusivamente no que
você diz e não terão que ler e ouvir ao mesmo tempo;
 Projetou, tem que falar! O que está projetado é para ser comentado pelo
comunicador e visto pelos ouvintes. Portanto, fique atento ao tamanho e
formato das letras e também ao contraste de cores utilizado;
 Determinados tamanhos e cor de letra facilmente visíveis ao criador da
apresentação em sua tela de computador não causam o mesmo impacto
quando projetados em grandes ambientes. Faça um teste prévio no local
da apresentação;
 Tenha e aprenda a utilizar um controle remoto para passar os slides
durante a apresentação. Quando for passá-los, não é necessário
apontar o controle para a tela, como se estivesse dando um tiro na
projeção. Mantenha os braços na altura da cintura, passe o slide e vá
em frente na sua apresentação;
 Quando for utilizar a luz do laser para apontar alguma informação
projetada, faça isso movimentando o ponto luminoso, pois dessa forma
você não deixará evidente tremores que podem denunciar o seu possível
nervosismo. A utilização do laser serve para evitar que fiquemos na
frente da luz do projetor. Seja preciso na pontaria, rodando o ponto
luminoso do laser apenas sobre a informação que se quer destacar,
evitando assim que essa luz fique perdida e descontrolada sobre o slide
e o auditório;
 Uma dica final: uma opção para apresentar os tópicos de um slide é
utilizar a “técnica da revelação”, ou seja, revele e comente os tópicos de
forma que eles apareçam um por vez.

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Quadro branco

• É um bom e prático recurso visual, porém limitado a pequenos


auditórios;
• Evite ficar muito tempo escrevendo no quadro, para não prejudicar sua
interação com o público;
• Capriche no tamanho e forma da letra para que possam ser visíveis e
de fácil entendimento. Alguns quadros são quadriculados, o que
favorece a escrita de forma mais retilínea;
• Teste os pincéis e o apagador antes de usar, pois em alguns a tinta
costuma secar quando não são muito utilizados.

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Flip Chart

 Também é um bom e prático recurso visual, porém limitado a


auditórios ainda menores;
 Evite ficar muito tempo escrevendo na folha do flip chart, para não
prejudicar sua interação com o público;
 Capriche no tamanho e forma da letra para que possam ser visíveis
e de fácil entendimento;
 Se ocorrerem erros na escrita, possivelmente o comunicador terá
que passar a folha e escrever novamente, pois apagar o que se
escreveu errado não é viável;
 Teste os pincéis antes de usar, pois em alguns a tinta costuma secar
quando não são muito utilizados.

32
Microfone

• Se possível, tente utilizar os microfones de lapela ou aqueles que ficam


acoplados em um arco na cabeça. Eles liberam as mãos e o
comunicador não precisa ficar regulando a altura do microfone em
relação à boca para a captação da voz;
• Se for utilizar o microfone sem fio de mão, posicione-o em frente ao
queixo, sem encostar. Isso permitirá que o público tenha condições de
confirmar o que ouve através dos movimentos dos lábios de quem fala;
• Utilize pilhas e baterias novas ou bem carregadas no microfone, isso
faz toda a diferença e evita problemas técnicos durante sua
apresentação;
• Se o microfone estiver em um pedestal, aprenda a movimentá-lo, pois
antes de começar a falar, você deve regulá-lo para a sua altura;
• Os microfones fixos em tribunas devem ser regulados para ficarem na
altura do queixo do comunicador; •
• Não gesticule com a mão que segura o microfone;
• Atenção para não tossir ou espirrar com o microfone próximo da boca,
pois certamente você assustará seus ouvintes;
• Cuidado com os comentários inoportunos quando o microfone estiver
ligado, todos ouvirão!;
• E, por fim, faça como os cantores e artistas profissionais: chegue antes
ao local da apresentação e ‘‘passe o som’’.

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3.2 Apresentação pessoal

Somos uma sociedade visual, as pessoas começam a fazer julgamentos


baseadas em sua linguagem corporal no momento em que o veem. Dificilmente a
lógica do seu discurso poderá desfazer uma primeira má impressão quanto à sua
apresentação ou gestos desleixados; ao passo que boa apresentação, gestos
seguros e um estilo confiante já o deixa com metade da batalha ganha.
Oradores sabem que devem não apenas dominar sua apresentação verbal,
mas também fazer com que a comunicação não verbal trabalhe para eles de uma
forma positiva. A comunicação não verbal envolve nossa expressão facial,
expressão corporal, movimentos, gestos e roupas.
Ser um modelo de apresentação pessoal, não quer dizer “estar na moda”,
nem mesmo atrativamente vestido ou “despido”. O orador trata com todo tipo de
pessoa e, assim, deve compreender que como existe o gosto pelo livre, moderno,
atrativo, existe também, o gosto pelo tradicional e conservador. Considerando que
em uma plateia temos vários tipos de pessoas a atender, com gostos muito
variados, é recomendável para a adequada apresentação pessoal do orador:

VESTIMENTA: Corretamente ajustada ao corpo (nem muito colada, nem


larga demais); Corretamente ajustada ao tamanho (nem muito curta, nem comprida
demais); A mais sóbria possível, a roupa não deve chamar mais a atenção do que a
pessoa; Evitar alças, decotes e excesso de transparência.
SAPATOS: De preferência baixos, para um conforto maior; Limpos e em
perfeito estado de conservação, o que inclui graxa e solado em boas condições.
CABELOS Bem cortados; De preferência presos; Limpos.
BARBA: Bem aparada.

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UNHAS: Devidamente tratadas, limpas; Não se admite esmalte danificado;
Dê preferência a cores rosadas
MAQUILAGEM / PERFUME: Sóbria; Florais, coloniais; Desodorante seco.
POSTURA E GESTICULAÇÃO: O orador deve através dos gestos e
movimentos demonstrar entusiasmo e vivacidade, embora com moderação.
Gesticulação e movimentos bem naturais dão grande variedade e vitalidade a
conversação; não os empregando, o orador poderá parecer constrangido e se, ao
contrário, empregá-los em excesso ou de maneira forçada chamará a atenção para
eles e não para o assunto.
MANEIRISMO: Evitar os maneirismos, dentre os quais o mais comum é
brincar com qualquer objeto que esteja por perto. Portanto, o orador deve agir com a
maior naturalidade, levando em consideração a comunicação de ideias que é mais
importante que muitos detalhes.

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CONCLUSÃO

A oratória trata-se de uma prática que consiste na aplicação de discursos de


maneira mais clara e objetiva, facilitando a compreensão do público. Embora seja
muito confundida com tentativas de enrolar as pessoas, a oratória está focada na
consequência mais eficaz do emprego da comunicação: o convencimento.
Manter a postura adequada é uma das táticas fundamentais da oratória.
Quando falamos nessa característica, queremos dizer que ela envolve aspectos do
comportamento de um bom orador. Durante uma palestra, por exemplo, é comum
que o palestrante caminhe enquanto fala, gesticule e olhe para a plateia como um
todo, sem fixar em um único ponto do público. Dessa forma, além de combater o
nervosismo, você ainda demonstra que está seguro do que diz e não se sente
intimidado com a grande quantidade de pessoas olhando-o.
Por mais que seja recomendado aprender a ler e a escrever bem para ganhar
mais confiança durante a apresentação, pega muito mal quando um palestrante
deixa de olhar para o público e fica lendo os slides. Tal costume transmite às
pessoas uma sensação de despreparo por parte do orador, e uma boa alternativa
para resolver o problema é utilizar somente tópicos. Dessa maneira, é possível
tornar a apresentação mais dinâmica e interativa, evitar que até o próprio público leia
muito e atrair toda a atenção para o orador,
O domínio das técnicas de oratória exige um grande esforço. Para se tornar
um verdadeiro mestre, é fundamental acumular referências de sucesso de grandes
oradores históricos e, ainda, seguir dicas práticas. Com o passar do tempo, o orador
começará a utilizar tais recursos naturalmente.

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REFERÊNCIA

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