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R∴ E∴ A∴ A∴

Reinaldo de Freitas Lopes – CIM 331.299

Trabalho Diversos.

“A Retórica”

Trabalho dissertativo autoral


apresentado em 14 de julho do ano de
2023 EV
“Eu tenho em mim uma verdade de que muitas coisas que eu sei, os irmãos possam não
saber, como aqui escrevo, eu sei que existem coisas que os irmãos sabem e que eu
ainda, não sei”.
Suplício/Ashla

INTRODUÇÃO

Discorrerei para os irmãos sobre uma antiga profusão de uma ideia e o convencimento,
sem obstante deixar de que saibam os irmãos que esta ferramenta, está abastando os
seus mais de 2500 anos, neste atravessar das areias do tempo, constrói-se também
castelos de sabedorias e monumentos clássicos do saber.
No que iremos retratar neste trabalho, encontrei a definição que me satisfaz em
Wikipédia – Enciclopédia livre, sim, e desejo afirmar que o pesquisador não deve, não
poderia vilipendiar conteúdos, mas sim estar pronto a refutar, e a mesmo e tal modo
tenho operando ao consultar este mesmo site que em muitas questões e apontamentos
me apraz.
A retórica nasceu no século V a.C., na Sicília, e foi introduzida em Atenas pelo sofista
Górgias, desenvolvendo-se nos círculos políticos e judiciais da Grécia antiga.
Originalmente visava persuadir uma audiência dos mais diversos assuntos, mas acabou
por tornar-se sinónimo da arte de bem falar, o que opôs os sofistas ao filósofo Sócrates e
seus discípulos. Aristóteles, na obra Retórica, lançou as bases para sistematizar o seu
estudo, identificando-a como um dos elementos chave da filosofia, junto com a lógica e
a dialética. A retórica foi uma das três artes liberais ensinadas nas universidades da
Idade Média, constituindo o trivium, junto com a lógica e a gramática. Até o século XIX
foi uma parte central da educação ocidental, preenchendo a necessidade de treinar
oradores e escritores para convencer “audiências mediante argumentos”.

A retórica apela à audiência em três frentes:

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- Ethos

- Pathos

- Logos

A elaboração do discurso e sua exposição exigem atenção a cinco dimensões que se


complementam (os cinco cânones ou momentos da retórica:

- Inventio ou invenção, a escolha dos conteúdos do discurso

- Dispositio ou disposição, organização dos conteúdos num todo estruturado

- Elocutio ou elocução, a expressão adequada dos conteúdos, memoria, a memorização


do discurso.

- Pronuntiatio ou ação, sobre a declamação do discurso, onde a modulação da voz e


gestos devem estar em consonância com o conteúdo (este 5º momento nem sempre é
considerado).

A retórica é uma ciência (no sentido de um estudo estruturado) e uma arte (no sentido
de uma prática assente numa experiência, com uma técnica). É, igualmente, um
conhecimento que envolve aprendizagem. Ela possui os seus próprios ensinamentos
podendo ser transmitida de geração em geração e ensinada entre um especialista – o
Retor – e os seus alunos.

No início, a retórica ocupava-se do discurso político falado, a oratória, antes de se


alargar a textos escritos e, em especial, aos literários, disciplina hoje chamada
"estilística".

A oratória é um dos meios pelos quais se manifesta a retórica, mas não o único. Pois,
certamente, pode-se afirmar que há retórica na música

"Para não dizer que não falei das Flores" - Geraldo Vandré retórica musical

Na pintura (O quadro "Guernica" - Picasso: retórica contra o fascismo e a guerra

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E, obviamente, na publicidade. Logo, a retórica, enquanto método de persuasão, pode se
manifestar por todo e qualquer meio de comunicação. É por isso que:

“Quem deseja ter razão decerto a terá com o mero fato de possuir língua”.

SEQUÊNCIA

Meu segundo narrador (Aristóteles), permite que eu fale dele, pois está escrito sobre
suas operações:

Aristóteles (384 à 322 a.C.) desenvolveu um tratado alargado sobre a retórica, que
ainda é alvo de estudo cuidadoso. Na frase de abertura de “A Arte da Retórica”, afirma
que "a retórica é a contraparte (literalmente, antístrofe) da dialética". Assim, enquanto
os métodos dialéticos são necessários para encontrar a verdade em questões teóricas,
métodos retóricos são necessários em assuntos práticos, tais como a defesa da culpa ou
inocência de alguém, quando acusado perante a lei ou para decidir um curso de ação
prudente a ser tomado por uma assembleia deliberativa.

MEIOS DE PERSUASÃO

Segundo Aristóteles, a PERSUASÃO "é uma espécie de DEMONSTRAÇÃO, pois


certamente ficamos completamente persuadidos quando consideramos que algo nos foi
demonstrado". Aristóteles identificou três classes de meios de persuasão (apelos à
audiência) que nomeou como - ETHOS, PATHOS e LOGOS.

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Primeiro, a persuasão é conseguida através do próprio orador que, pelo seu carácter e
forma como discursa, nos consegue fazer pensar que é credível.

Segundo, a persuasão pode vir de dentro dos próprios ouvintes, quando o discurso
desperta as suas emoções.

Terceiro, a persuasão é feita através do próprio discurso, quando prova uma verdade por
meio dos argumentos adequados. Cada DISCURSO combina os três apelos,
equilibrando ou enfatizando o ETHOS, o PATHOS ou o LOGOS.

- Ethos: é a forma como o orador convence o público de que está qualificado para falar
sobre o assunto, como o seu caráter ou autoridade podem influenciar a audiência. Pode
ser feito de várias maneiras: por ser uma figura notável no domínio em causa ou por ser
relacionado com o tema em questão. Por exemplo, quando uma revista afirma que um
professor do Instituto de tecnologia de Massachussets (MIT) prevê que a era robótica
chegará em 2050, o uso do nome "MIT" (uma universidade americana de renome
mundial para a investigação avançada em matemática, ciência e tecnologia) estabelece
uma credibilidade "forte".

- Pathos: o uso de apelo emocionais para alterar o julgamento do público. Pode ser feito
através de metáforas e outras figuras de retórica, da amplificação, ao contar uma história
ou apresentar o tema de uma forma que evoca fortes emoções na plateia.

- Logos: o uso da razão e do raciocínio, quer indutivo ou dedutivo, para a construção de


um argumento. Os apelos ao logos incluem recorrer à objetividade, estatística,
matemática, lógica (por exemplo, quando um anúncio afirma que o seu produto é 37%
mais eficaz do que a concorrência, está fazendo um apelo lógico), o raciocínio
indutivo utiliza exemplos…. (Históricos, míticos ou hipotéticos) para tirar conclusões, o

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raciocínio dedutivo usa geralmente proposições aceites para extrair conclusões
específicas. Argumentos logicamente inconsistentes ou enganadores chamam-
se falácias.

A RETÓRICA NA MAÇONARIA

A postos que estamos aqui a definição de retórica, não temos a necessidade de


adentrarmos nos estudos sobre o quadrívium, e assim posso expor através das palavras
de Stephen Dafoe sobre o que pretendemos aprender mais aqui.

TRIVÍUM: Retórica, Lógica, Gramática

Todo o Maçom aprende sobre a importância das artes e ciências liberais, nas quais ele é
instruído que são sete, nomeadamente, Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética,
Geometria, Música e Astronomia. Infelizmente, poucos maçons hoje assumem esta
instrução com seriedade e não fazem grandes esforços para examinar a natureza dessas
artes. Tal como grande parte da Maçonaria, as artes liberais e as ciências vêm até nós a
partir do período medieval, quando se acreditava que eram a soma total de todo o
conhecimento que valesse a pena para uma educação completa. Elas eram conhecidas
como “artes liberais” do latim “Liber” significando Livre. Nesse sentido, elas eram os
temas disponíveis para os homens livres e eram um contraste com as “artes iliberais”,
que eram ensinadas por razões puramente econômicas para que um homem pudesse
ganhar a vida. Estas artes eram as artes operativas dos trabalhadores e eram
consideradas atividades educacionais menos desejáveis. Embora tenhamos adotado as
sete artes e ciências liberais da era medieval, elas eram conhecidas nas eras Pitagórica e
Platónica.

As sete artes liberais e ciências foram divididas em dois grupos. Um sobre a linguagem
e outro sobre matemática.

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O primeiro era o “Trivium” ou caminho de três caminhos e incluía gramática, retórica e
lógica. Gramática é aquela parte da linguagem que nos permite afinar o nosso discurso
tornando-o polido e remover todas as expressões bárbaras. A retórica é a arte que nos
permite persuadir e influenciar o ouvinte. A última e talvez mais importante arte
do Trivium é a lógica, que nos permite o dom do raciocínio. Num sentido puramente
maçônico, permite-nos entender os nossos deveres para com Deus e uns para com os
outros.

Interessante ponto aborda o ir Aildo Virginio carolino, pois o mesmo em sua pratica
nota no portal do Gob no boletim, 394 para o dia 30 de abril de 2013.

Ele escreveu:

“Trata-se, portanto, de uma técnica argumentativa, a qual não se baseia na lógica, nem
mesmo no conhecimento, mas tão somente na habilidade e eloquência do Orador em
empregar seu verbo para impressionar, favoravelmente, o público alvo”.

Os sofistas gregos foram os sistematizadores da Retórica. Por sua vez, a Ordem


Maçônica classifica a Retórica como uma das sete ciências, cujo conhecimento poderá
produzir bons resultados. Todavia, sem entrar no mérito, essa questão nos remete a
alguns Irmãos que, não raro, priorizam a Retórica em detrimento do conteúdo. Muitas
vezes, o Irmão, de forma bastante eloquente, faz uso da palavra em uma Sessão
Maçônica apenas para reproduzir o que já foi dito anteriormente por outro Irmão. Para
“não perder a viagem”, ele diz que faz suas, as palavras do seu antecessor, não se
importando se a Sessão já possui duas, três ou mais horas de duração. O bom senso está
muito longe dali.

Hodiernamente, o conhecimento maçônico precisa preceder à Retórica, mormente em se


tratando de Orador de Loja Maçônica. Finalmente, não nos esqueçamos de que o uso do
conhecimento com simplicidade é, em Maçonaria, o melhor instrumento para o
aprendizado dos Irmãos e o sucesso da Loja.

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CONCLUSÃO

Neste Trabalho, meus iguais, lido e operar-se –há a dúvida e a vontade de manifestar-
nos em assembleia com a preocupação de falar certo, em momentos pausados, a
lembrança de escritos dos grandes expoentes do assunto em questão, em nosso caso a
Arte Real e os nossos augustos mistérios, não havendo muita coisa a ser acrescentado,
pois neste excerto as razoáveis explicações nos colocam a par de que precisamos estar
sempre atentos e no caminho da progressão, nunca estatizados.

BIBLIOGRAFIAS

Textos, adaptações, correções na leitura da enciclopédia livre e também instruções do


Ritual e Ritualística. Busquei leituras por sites na internet e o que estava concomitante
com o que aprendi eu coloquei aqui neste trabalho.

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Quem aqui aprende convosco sois….

Reinaldo de Freitas Lopes

M.’.M.’.

Obreiro da Maçonaria Universal e especulativa, zelador de meus direitos e Senhor de


minhas ideias, e se reconhecido ou não, por algum irmão, ainda assim, não sou ele, sou
eu, e a ele estou sempre:

Em Pé e a Ordem!!!

Recebam todos, o meu Tríplice e Fraterno Abraço!

Oriente de Guarulhos - SP

Para hoje, dia 14 de julho do ano de 2023 (EV)

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