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Você já parou para pensar em como a articulação correta das palavras, transformadas

em discursos, pode fazer a diferença nos âmbitos social e político? Você sabia que grandes
e importantes períodos da nossa história foram marcados por grandes discursos, cujos
autores se consagraram também por conta deles? Por que a retórica (a arte de falar bem)
foi, historicamente, tão importante para o fortalecimento do ideal democrático? Do que é
formado um discurso e qual a sua importância?
Neste material de apoio, estudaremos os sofistas, figuras fascinantes, e os motivos
que fizeram com que eles fossem protagonistas no processo de consolidação da democracia
grega e dois dos principais filósofos da Antiguidade: Sócrates e Platão.

1.SÓCRATES

Sócrates foi um importante pensador, talvez em sua época o mais impactante.


Considerado por muitos o primeiro a discutir as questões humanas somadas às questões da
natureza e do ser, Sócrates representa uma fronteira entre dois momentos do pensamento.
Como muitos de sua época, Sócrates não deixou nada escrito. Diversos pensadores,
discípulos seus, escreveram relatos sobre seus diálogos, colocando em suas palavras uma
genialidade e um método bastante particular. Quando falamos em Sócrates, na maioria das
vezes, estamos falando com base em relatos de seu maior discípulo, Platão. Apresentamos
Sócrates como crítico severo dos sofistas e o método por ele utilizado para combatê-los

- O método socrático
Sócrates tinha como pressuposto “Só sei que nada sei”-que consiste na sabedoria de
reconhecer a sua própria ignorância- e esse é imprescindível ao entendimento do método
socrático. Esse método que se caracteriza como dialético, caracterizado pela contraposição
de ideias e ser via de mão dupla- um diálogo.

O método socrático é composto por dois passos: ironia e maiêutica A ironia, enquanto a
resposta ao falso sábio, e a Maiêutica, como a crença na verdade universal. Ironia é a arte
de perguntar e interrogar o interlocutor acerca dos conceitos que ele expressa. De certa
maneira o que Sócrates fazia em um primeiro momento no diálogo era propor um tema, e

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após isso a cada resposta do seu interlocutor sobre o tema, ele lançava questões centrais,
acerca do próprio conceito. Ao interlocutor restavam dois caminhos, admitir como Sócrates
que ignorava algum saber, e construí-lo, ou fugir do debate, provando-se um falso sábio. Por
Maiêutica denominamos o procedimento usado por Sócrates para junto a seus interlocutores
chegar a uma verdade que concordassem, não por submissão, mas como próprio resultado
do diálogo. Este método demonstra que a posição de Sócrates não é a do sábio que busca
impor a sua verdade, mas a de um auxiliar na construção do saber. Maiêutica significa
literalmente a arte de ajudar no parto, sendo Sócrates então, um parteiro de ideias.

2.OS SOFISTAS

Como medir o valor de um conhecimento? Em um discurso, uma aula ou uma simples


conversa, o conhecimento transmitido ganha credibilidade a partir do momento em que sua
construção retórica se mostra coerente e racionalmente argumentada. Ou seja, é possível
convencer muito mais pelos valores retóricos daquilo que se diz do que por seu valor
empírico, cientificamente comprovado. Assim. cabe uma pergunta: sábio é aquele que prova
ou aquele que convence? E na política? Na democracia, o que seria deles sem os discursos?
E as pessoas? Valem pelo que realmente são ou por aquilo que fazem os outros pensarem
delas?

Na Antiguidade, vindos de toda a parte do mundo grego, surgiram os sofistas (mestres


de sabedoria), os quais se dedicaram a fazer conferências e a dar aulas nas várias cidades-
Estado, sem se fixarem em nenhuma. Atenas foi a cidade onde mais atuaram e na qual, no
século V a.C. (também conhecido como Século de Péricles), adquiriram um enorme
prestígio. Aproveitavam as ocasiões em que existiam grandes aglomerações de cidadãos
para exibirem os seus dotes retóricos e saberes, ensinando nomeadamente a arte da
retórica. O seu ensino era, portanto, itinerante, mas também remunerado; algo que, para
alguns de seus contemporâneos, era escandaloso. Foi também devido a essa última
característica que os sofistas eram chamados por Sócrates de prostitutas. Para ele, todo
aquele que vendia o conhecimento deveria assim ser adjetivado.
Sofistas é um termo que já carrega em si uma crítica, na medida em que aponta para
todos aqueles que acreditavam “possuir sabedoria”. Classifica-se como sofistas aqueles que
praticavam em ampla escala as técnicas de aprimoramento da retórica e da oratória, não só

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as suas, mas as de seus concidadãos e até de estrangeiros, na maioria das vezes mediante
pagamento. A retórica é arte de persuadir o outro a partir do uso instrumental da linguagem.
Sendo construída de modo independente em relação às provas ou a convicção racional do
orador.

Na República, livro que narra o debate de Sócrates com uma série de pensadores,
dentre eles o sofista Trasímaco, vemos a caracterização deste pensamento dentro da
democracia ateniense. A posição dos sofistas, por não se pautar em uma verdade universal,
acabava sempre sendo resultado de uma compreensão de que justiça e ética dependem de
um horizonte de convenções sociais e acordos, e não de algo absolutamente comprovado e
indubitável.

Sua falta de ‘’compromisso com a verdade’’ foi apresentada por Sócrates como um risco
para a cidade, dando um ‘’ar’’ exclusivamente negativo as suas teses. Contudo, em releituras
mais recentes é possível enxergar em alguns deles importantes leituras políticas e filosóficas.

Dentre os mais conhecidos sofistas estão: Protágoras, Górgias, Híppias e Trasímaco.

Os sofistas, como visto anteriormente, eram os grandes especialistas na arte da retórica,


desempenhavam o papel de formadores de oradores especialistas na arte de falar
eloquentemente (de forma persuasiva e convincente) e ensinavam as técnicas discursivas
que permitiam a quem tinha ambições políticas alcançar o poder por meio do voto, utilizando
o extraordinário poder da palavra para obter a adesão dos seus concidadãos às suas ideias.
Tudo isso tornava os sofistas, na democracia emergente, atores fundamentais na cena
política.

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Os oradores se manifestavam na pólis, onde encontravam um proveitoso espaço para
discussão.
No tribunal, na assembleia ou no espaço público onde o voto de cada cidadão livre é
essencial na disputa política, a arte de argumentar tornava-se fundamental e decisiva na
conquista do poder: aqueles que tinham ambições políticas procuravam os sofistas para
serem os seus professores de retórica. Estes, mediante uma remuneração pelas lições que
ministravam, ensinavam os oradores a obter, por intermédio da palavra, o poder ascendente
que lhes permitia a adesão dos cidadãos às suas propostas.

3.PLATÃO

- Parmênides x Heráclito
É necessário lembrar que existia um conflito entre os pré-socráticos, entre o mobilismo
(Heráclito) e o imobilismo(Parmênides). Enquanto a primeira focava na ideia de que a
realidade é marcada pelo movimento e pelo conflito entre as forças naturais, sendo a única
coisa constante na realidade a transformação da mesma, a segunda acreditava que só era
possível pensar como real o que fosse acessível ao pensamento, ou seja, parte do
pressuposto que só é possível apontar como ''ser'‘ aquilo que se consegue estabelecer a
partir de uma fixidez. A questão continua, e o pensamento socrático platônico é o primeiro a
dar uma solução.

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- Teoria das Ideias
Para solucionar a dicotomia acima citada, era necessária uma tese que assumisse ambas
as propostas, sem fragilizar a outra. Surge aqui o que chamaremos de teoria das ideias.
Platão procura fundamentalmente aquilo que existe de universal e contínuo frente a
apreensão múltipla das coisas. A isto que há de essencial e contínuo nas coisas damos o
nome de ideia. É por meio das ideias que nomeamos, identificamos e categorizamos as
coisas, sendo elas as bases do conhecimento verdadeiro. Por outro lado, ele não nega a
existência de uma realidade mutável e em fluxo, assimilando o mobilismo ao afirmar que
tomamos 5 conhecimento através dos sentidos, das mudanças da realidade e de tudo que
se transforma. Contudo, nosso conhecimento não pode se estruturar sobre a inconstância,
portanto o mundo sensível é sempre uma derivação do mundo inteligível, ou das ideias.
Estas ideias já estariam, desde o nascimento presentes em nossa alma e nossa razão,
sendo, portanto, inatas, contudo, a sensibilidade e a materialidade obscurecem as mesmas,
tornando o gesto filosófico da dialética extremamente necessário.
Já que as ideias já estão conosco desde o nascimento, porém foram obscurecidas
quando conhecemos essas na verdade estamos relembrando, essa teoria é denominada
teoria da reminiscência.
O mundo sensível nos leva a uma opinião/crença (doxa) que como é elaborada
justamente do sensível, da cópia do mundo das ideias, não exprime a verdade.
Em suma, existem dois mundos: o mundo sensível/material que é mutável e uma
espécie de cópia do mundo das ideias e o mundo ideal que é perfeito e imutável. É
importante frisar que a dualidade é levada também ao ser humano dividindo-o em corpo e
mente.
- Alegoria da caverna
A alegoria narra à história de um conjunto de prisioneiros que estão presos em uma
caverna desde sua infância. Acorrentados. A sua vista tem somente a parede da caverna,
onde se formam sombras, a partir dos efeitos da luz que penetra na caverna através de uma
fogueira. Estas sombras indicam apenas parte das formas, mas nunca uma pessoa ou figura
completa. Daí então um destes prisioneiros se solta. Começa lentamente a caminhar para
sair da caverna. Dado o costume de seu corpo e a subida íngreme, a libertação exigirá
esforço. Ao sair da caverna sentirá dor nos olhos, graças a luz forte do Sol, mas aos poucos

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se adaptará a luz forte e abrirá os olhos. Ao descobrir a verdade resolve voltar a caverna e
libertar seus antigos companheiros de prisão. Neste momento Platão aponta que
possivelmente será assassinado ou considerado como louco, sendo assim excluído por seus
companheiros. O lado de fora da caverna representa o mundo das ideias, a caverna
representa a prisão da sensibilidade, o prisioneiro liberto representa o filósofo, e aqueles que
lá ficaram representam os que não aceitam o novo conhecimento.
Pode-se relacionar essa alegoria ao destino e a trajetória de Sócrates.

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DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS
1. (Enem 2017) Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de
Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma
direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele
todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que
os leva a se censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta
imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na

a) contemplação da tradição mítica.


b) sustentação do método dialético.
c) relativização do saber verdadeiro.
d) valorização da argumentação retórica.
e) investigação dos fundamentos da natureza.

2. (Pucpr 2015) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates.

I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante
das acusações dos atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto.
II. Sócrates dispensa a ironia como método para refutar as acusações e calúnias sofridas no
processo de seu julgamento.
III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a de “corromper a juventude”.
IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses
e a tornar mais forte a razão mais débil.
V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e resolutos e, em grande número,
falam de forma persuasiva e persistente contra ele.

Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS.


a) II, IV e V.
b) I, III e IV.
c) I, III e V.
d) II, III e V.
e) I, II e III.

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3. (Uncisal 2011) Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os
transeuntes e fazer perguntas aos que se achavam conhecedores de determinado assunto.
Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o interlocutor em situação delicada, levando-o a
reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua atuação, Sócrates acabou sendo
condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude, desobedecer às leis da cidade
e desrespeitar certos valores religiosos. Considerando essas informações sobre a vida de
Sócrates, assim como a forma pela qual seu pensamento foi transmitido, pode-se afirmar
que sua filosofia

a) transmitia conhecimentos de natureza científica.


b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população
ateniense.
d) ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.

4. (Uem 2013) Uma das obras de Platão (428-347 a.C.) mais conhecidas é A República, na
qual se encontra o mito da caverna “Platão imagina uma caverna onde pessoas estão
acorrentadas desde a infância, de tal forma que, não podendo ver a entrada dela, apenas
enxergam o seu fundo, no qual são projetadas as sombras das coisas que passam às suas
costas, onde há uma fogueira. Se um desses indivíduos conseguisse se soltar das correntes
para contemplar, à luz do dia, os verdadeiros objetos, ao regressar, relatando o que viu aos
seus antigos companheiros, esses o tomariam por louco e não acreditariam em suas
palavras.”
(ARANHA, M.L.A. e MARTINS, M.H. Filosofando: introdução à filosofia. 3.ª ed. revista. São Paulo: Moderna,
2003, p.121).

Sobre a citação acima e o alcance epistemológico do mito da caverna, assinale o que for
correto.

01) As imagens produzidas na caverna são sombras que podem ser confundidas com a
realidade.
02) A todo aquele que sai da caverna é vetada a possibilidade de retorno.

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04) A imagem da fogueira se contrapõe, fora da caverna, à presença do sol, responsável
pela verdadeira luz.
08) Tal qual o mito da Esfinge, decifrado por Édipo, Platão descreve três estados da
humanidade: infância, juventude e maturidade.
16) Tal qual o mundo sensível, ilusório e efêmero, as imagens da caverna possuem um grau
ontológico deficitário ou duvidoso.

5. (Uenp 2011) Sobre os períodos da filosofia grega antiga, relacione as colunas e assinale
a alternativa que contém a combinação correta:

Período Problema
I. Período pré-socrático (séc. VII – V a.C.) A. Problemas morais
II. Período socrático (séc. IV a.C.) B. Problemas cosmológicos
III. Período pós-socrático (séc. IV a.C. – VI C. Problemas
d.C.)
antropológicos

a) I – A; II – B e III – C.
b) I – B; II – A e III – C.
c) I – C; II – B e III – A.
d) I – A; II – C e III – B.
e) I – B; II – C e III – A.

6. (Unimontes 2011) Lembremos a figura de Sócrates. Dizem que era um homem feio, mas,
quando falava, exercia estranho fascínio. Podemos atribuir a Sócrates duas maneiras de se
chegar ao conhecimento. Essas duas maneiras são denominadas de

a) doxa e ironia.
b) ironia e maiêutica.
c) maiêutica e doxa.
d) maiêutica e episteme.

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7. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre poesia e o Ser, no Livro X de A
República, Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam a unidade na pluralidade,
operada pelo pensamento. Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte, cria uma
mesa, tendo presente a ideia de mesa, como modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa
e não a sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um mundo de mera aparência.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de Platão, é correto
afirmar:

a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, enquanto co-participante da criação divina,


alcança a verdadeira causa das coisas a partir do reflexo da ideia ou do simulacro que
produz.
b) A participação das coisas às ideias permite admitir as realidades sensíveis como as
causas verdadeiras acessíveis à razão.
c) Os poetas são imitadores de simulacros e por intermédio da imitação não alcançam o
conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a figura, e na
materialidade deles encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
e) A alma humana possui a mesma natureza das coisas sensíveis, razão pela qual se torna
capaz de conhecê-las como tais na percepção de sua aparência.

8. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C.,
encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia
de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos
homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que
ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância.
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois

a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir
conhecimentos.
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b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a
função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece
verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos.
d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos,
preocupando-se apenas com causas abstratas.

9. (Ufu 1999) O método argumentativo de Sócrates (469-399 a.C.) consistia em dois


momentos distintos: a ironia e a maiêutica. Sobre a ironia socrática, pode-se afirmar que

I. tornava o interlocutor um mestre na argumentação sofística.


II. levava o interlocutor à consciência de que seu saber era baseado em reflexões, cujo
conteúdo era repleto de conceitos vagos e imprecisos.
III. tinha um caráter purificador, à medida que levava o interlocutor a confessar suas próprias
contradições e ignorâncias.
IV. tinha um sentido depreciativo e sarcástico da posição do interlocutor.

Assinale
a) se apenas a afirmação III é correta.
b) se as afirmações I e IV são corretas.
c) se apenas a afirmação IV é correta.
d) se as afirmações II e III são corretas.

10. (Ufu 2005) O trecho abaixo faz uma referência ao procedimento investigativo adotado
por Sócrates.

“O fato é que nunca ensinei pessoa alguma. Se alguém deseja ouvir-me quando falo ou me
encontro no desempenho de minha missão, quer se trate de moço ou velho (...) me disponho
a responder a todos por igual, assim os ricos como os pobres, ou se o preferirem, a formular-
lhes perguntas, ouvindo eles o que lhes falo.”
PLATÃO. Apologia de Sócrates. Belém: EDUFPA, 2001. (33 a-b)

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Marque a alternativa que melhor representa o “método” socrático.

a) Sócrates nada ensina porque apenas transmite aquilo que ouve de seu daímon. Seu
procedimento consiste em discursar, igualmente para qualquer ouvinte, com longos
discursos demonstrativos retirados da tradição poética ou com perguntas que levem o
interlocutor a fazer o mesmo. A ironia é o expediente utilizado contra os adversários, cujo
objetivo é somente a disputa verbal.

b) A profissão de ignorância e a ironia de Sócrates fazem parte de seu procedimento geral


de refutação por meio de perguntas e respostas breves (o élenkhos), e constituem um meio
de reverter os argumentos do interlocutor para fazê-lo cair em contradição. A refutação
socrática revela a presunção de saber do adversário, pela insuficiência de suas definições e
pela aporia.

c) Sócrates nunca ensina pessoa alguma, porque a profissão de ignorância caracteriza o


modo pelo qual encoraja seus discípulos a adquirirem sabedoria diretamente do deus do
Oráculo de Delfos. A ironia socrática é uma dissimulação que, pela zombaria, revela as
verdadeiras disposições do pequeno número dos que se encontram aptos para a
Filosofia.

d) Sócrates nunca ensina pessoa alguma sem antes testar sua aptidão filosófica por meio
de perguntas e respostas. Seu procedimento consiste em destruir as definições do
adversário por meio da ironia. A ignorância socrática encoraja o adversário a revelar suas
opiniões verdadeiras que, pela refutação, dão a medida da aptidão para a vida filosófica.

11. (Uncisal 2011) Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os
transeuntes e fazer perguntas aos que se achavam conhecedores de determinado assunto.
Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o interlocutor em situação delicada, levando-o a
reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua atuação, Sócrates acabou sendo
condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude, desobedecer às leis da cidade
e desrespeitar certos valores religiosos. Considerando essas informações sobre a vida de

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Sócrates, assim como a forma pela qual seu pensamento foi transmitido, pode-se afirmar
que sua filosofia

a) transmitia conhecimentos de natureza científica.


b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população
ateniense.
d) ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.

12. (Uea 2014) O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro
e outros personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que
método ele gostaria de recorrer para definir o que é um sofista.

Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar,
numa longa exposição ou empregar o método interrogativo? Estrangeiro: – Com um parceiro
assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor.
Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)

É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico,


adotar
a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos.
b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores.
c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos.
d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus.
e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano.

13. (Ufu 2013) O diálogo socrático de Platão é obra baseada em um sucesso histórico: no
fato de Sócrates ministrar os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e respostas.
Sócrates considerava o diálogo como a forma por excelência do exercício filosófico e o único
caminho para chegarmos a alguma verdade legítima.

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De acordo com a doutrina socrática,

a) a busca pela essência do bem está vinculada a uma visão antropocêntrica da filosofia.
b) é a natureza, o cosmos, a base firme da especulação filosófica.
c) o exame antropológico deriva da impossibilidade do autoconhecimento e é, portanto, de
natureza sofística.
d) a impossibilidade de responder (aporia) aos dilemas humanos é sanada pelo
homem, medida de todas as coisas.

14. (Ufu 2012) Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e
traz algumas das concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre.

Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque
é supor que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será
para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos
males. A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não se sabe?
Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola,
1999, p. 61.

Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da
filosofia, a verdade, para além da mera aparência do saber.
b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das
contradições que traz consigo.
c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar
a ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente
examinada.
d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria ignorância,
admite que nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o sábio, segundo
a concepção socrática.

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15. (Ufu 2011) No pórtico da Academia de Platão, havia a seguinte frase: “não entre quem
não souber geometria”. Essa frase reflete sua concepção de conhecimento: quanto menos
dependemos da realidade empírica, mais puro e verdadeiro é o conhecimento tal como
vemos descrito em sua Alegoria da Caverna.

“A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a toda a realização imperfeita do círculo na


areia ou na tábula recoberta de cera. Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha
mão é a do círculo perfeito. Isso não impede que essa ideia também esteja presente no
círculo imperfeito que eu tracei. É assim que aparece a ideia ou a forma.”

JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p.

Com base nas informações acima, assinale a alternativa que interpreta corretamente o
pensamento de Platão.

a) A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento não deriva


do “mundo inteligível”, mas do “mundo sensível”.
b) Todo conhecimento verdadeiro começa pela percepção, pois somente pelos sentidos
podemos conhecer as coisas tais quais são.
c) Quando traçamos um círculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do “mundo
inteligível” não são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”.
d) As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o “mundo
inteligível” é onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros.

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GABARITO COMENTADO

Resposta da questão 1
O método socrático é também conhecido como método dialético. Fazendo perguntas a seu
interlocutor, Sócrates tinha a intenção que de que este chegasse a um estado de aporia,
para depois poder gerar às suas próprias ideias das coisas.

Gabarito: b

Resposta da questão 2

No escrito Apologia de Sócrates, realizado por seus discípulos, pois este filósofo não deixou
escritos próprios, encontramos um relato detalhado das acusações sofridas por ele, bem
como os argumentos utilizados em sua defesa. Neste relato, o principal acusador de
Sócrates é Meleto que o acusa de “corromper a juventude” e “desrespeitar os deuses”
dizendo que estes em nada contribuem para a melhora da sociedade. Destaca-se no relato
o método socrático que se fundamenta na: ”Ironia” que representa a capacidade de fingir-se
de ignorante perante seu adversário a fim de por meio de perguntas e respostas fazer com
que este se reconheça ignorante acerca do assunto que julga saber; e a “Maiêutica”, que
busca conduzir de forma gradativa o indivíduo a encontrar respostas mais coerentes que o
levam a descobrir a verdade. Os principais inimigos de Sócrates era os sofistas. Estes
representam para os filósofos os “falsos mestres do saber”, pois não se preocupam com a
busca pela verdade, (por considerarem isto impossível) e assim se dedicam principalmente
para a arte da oratória. Portanto, vendem seu saber em toca de poder, benefícios e honrarias.
Os itens II e V não condizem com o pensamento de Sócrates ou o modo como transcorreu
a defesa empreendida contra aqueles que o acusavam.

Gabarito: b

Resposta da questão 3
O método socrático de interpelar seus interlocutores cria um diálogo que os conduzirá ao
“parto das ideias” (maiêutica). Sendo assim, somente a alternativa [D] está correta.
Gabarito: d

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Resposta da questão 4

Primeiramente, a realidade não é confundida com as sombras na caverna, pois, segundo a


alegoria (alegoria e não mito) elaborada por Platão, aqueles que estão dentro da caverna
nunca tiveram experiência do real e, portanto, nunca poderiam confundir as imagens com a
realidade. O correto é que as pessoas dentro da caverna tomam simplesmente a imagem
como real, ou seja, elas são totalmente passivas nesse processo.
Segundamente, Platão na “Alegoria da Caverna” aponta para a saída da cidade, isto é, para
o movimento que o filósofo faz ao questionar as opiniões irrefletidas mantidas pelos cidadãos
e em geral pela cidade. Esse movimento do filósofo leva-o para um lugar que não é uma
caverna, e sim um cosmopolitismo. De modo que a educação filosófica é uma educação para
o mundo, e não para as opiniões circunscritas a um antro. A educação, portanto, deve afastar
a alma do cidadão das controversas opiniões baseadas em imitações distorcidas da
realidade.

Gabarito: 01 + 04 + 16 = 21.

Resposta da questão 5

Conforme a professora Marilena Chauí, pode-se dizer que os três períodos da questão são:
I. O “período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a.C.,
quando a Filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das
transformações da Natureza.”
II. O “período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a.C., quando
a Filosofia investiga as questões humanas [...].”
III. O período pós-socrático (séc. IV a.C. – VI d.C.). “Nesse longo período, que já alcança
Roma e o pensamento dos primeiros Padres da Igreja, a Filosofia se ocupa sobretudo com
as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza
e de ambos com Deus.”
(FONTE: Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 9ª ed.
1997, p. 34.)
Gabarito: e

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Resposta da questão 6

O método socrático em busca da verdade constituía-se de duas fases. Em um primeiro


momento (ironia), Sócrates questionava seu interlocutor a fim de fazê-lo cair em contradição
e fazê-lo perceber a limitação de seus pré-conceitos. No segundo momento (maiêutica),
Sócrates procurava induzir o interlocutor ao conhecimento mediante o parto de novos
conceitos, que seriam estes sim verdadeiros.
Gabarito: b

Resposta da questão 7
Para Platão, a arte não revela, mas esconde o verdadeiro, deste modo, não constitui uma
forma de conhecimento nem melhora o homem, mas o corrompe, porque é mentirosa; ela
não educa o homem, mas deseduca, porque se volta para as faculdades irracionais da alma
que constitui as partes inferiores de nós mesmos. Já nos seus primeiros escritos Platão
assumia uma atitude negativa perante a poesia, considerando-a inferior à filosofia. O poeta
somente é poeta através da intuição irracional, não por virtude derivada do conhecimento.
Gabarito: c

Resposta da questão 8
Primeiramente, o ponto de partida da filosofia socrática não é a afirmação “sei que nada sei”,
mas sim a palavra do oráculo de Delfos (dedicado a Apolo) que afirmou para Sócrates ser
ele o homem mais sábio de todos. Sócrates não duvidou da palavra do Deus e partiu em
busca da compreensão das palavras divinas. Interrogando outras pessoas, Sócrates
percebeu que apesar de ele não possuir conhecimento sobre as coisas, possuía
conhecimento sobre sua própria ignorância, algo que todos os outros homens não possuíam.
A ignorância sobre o que significava a palavra divina o fez ir atrás do conhecimento sobre si
mesmo. Gabarito: a

Resposta da questão 9
Ironia significa, em grego, dissimulação. A ironia não é algo bom naturalmente, pois ela pode
servir à enganação. Portanto, se formos irônicos devemos ser de tal maneira que não
sejamos enganosos, porém elucidantes. A dissimulação deve esclarecer que o outro com
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quem se dialoga mantém uma posição, se dogmática, então errônea. Logo, se “sei que nada
sei”, ou seja, se sei que não sou sábio, então quando vejo alguém tomar uma posição de
sábio, sabendo que não sou, assumo o acerto daquela posição até que ela se demonstre
apenas um fingimento. Em outras palavras, a ironia socrática é uma adequação ao discurso
do interlocutor para que se investigue a partir de seus próprios pressupostos até que ponto
ele está correto. A ironia serve para esclarecer ao interlocutor que ele deve conhecer a si
mesmo.
Gabarito: d

Resposta da questão 10
A alternativa explica, de maneira correta, no que consiste o método socrático.
Sócrates afirmava que nada ensinava porque cabia ao interlocutor chegar, por si mesmo, às
verdades do conhecimento através da maiêutica.

Gabarito: b

Resposta da questão 11
O método socrático de interpelar seus interlocutores cria um diálogo que os conduzirá ao
“parto das ideias” (maiêutica). Sendo assim, somente a alternativa [D] está correta.

Gabarito: d

Resposta da questão 12
Platão, influenciado fortemente por Sócrates, apresenta em seus diálogos a metodologia
de seu mestre para empreender a busca da verdade. O método socrático constrói-se a
partir de perguntas e respostas (dialética) que levam o interlocutor, que não possua
conhecimento e coerência sobre o que está falando, a contradizer-se e acabar por revelar
sua ignorância. A partir deste momento inicia-se outra construção que conduz o
interlocutor a descobrir a verdade de forma gradativa e coerente. Este método que busca
a construção da verdade por meio da contraposição de argumentos é conhecido como
maiêutica.
Gabarito: a

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Resposta da questão 13
É um tanto complicado dizer que Sócrates ministrava aulas com a finalidade de transmissão
dos seus conhecimentos, pois como é sabido o filósofo se gabava de ser um parteiro de
ideias (cf. Teeteto). Isso nos leva necessariamente à consideração de que o conhecimento
era do interlocutor e o seu trabalho consistia em fazer isto ser concebido.
Esta afirmação: “a busca pela essência do bem está vinculada a uma visão
antropocêntrica da filosofia”, necessita de referência precisa, pois há uma mistura de
termos antigos e modernos que cria um anacronismo inaceitável. Todavia, até onde
conseguimos percebemos, a intenção da alternativa é ressaltar que os pré-socráticos
mantinham pesquisas preocupadas com o conhecimento da natureza, enquanto Sócrates
possuía como grande tema o conhecimento de si. Essa noção é parcialmente verdadeira,
pois nem os présocráticos eram simplesmente preocupados com o “mundo objetivo”, nem
Sócrates era simplesmente preocupado com o “mundo subjetivo”. A natureza, o cosmos,
possui enorme importância para a filosofia desenvolvida por Platão; podemos observar
isso na leitura da República (Livro VI, por exemplo).
Gabarito: a

Resposta da questão 14

O lema da filosofia socrática é: conheça-te a ti mesmo; e como o próprio Sócrates diz na sua
Apologia: “a vida sem inspeção não vale a pena ser vivida pelo homem”. Seguindo esse lema
e essas palavras, podemos dizer que o pensamento de Sócrates se desenvolve como uma
investigação metódica cuja única finalidade é esclarecer através deste exame minucioso a
ignorância daquele que diz saber sem, todavia, saber realmente. O segredo dessa
investigação metódica (a dialética) de Sócrates está no conceito de ironia que garante para
cada interlocutor um discurso particular a respeito das suas suposições sobre seu próprio
conhecimento. Por esse discurso, o filósofo esclarece seu interlocutor sobre sua ignorância
e o faz assumir, ou pelo menos considerar a possibilidade de uma postura distinta da inicial,
mais elevada, mais sábia e, portanto, capaz de se reconhecer a si mesmo.

Gabarito: c

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Resposta da questão 15
Platão introduziu na filosofia a ideia de que existem diferentes maneiras de conhecer ou
graus de conhecimento e que esses graus se distinguem pela ausência ou presença do falso,
assim, o filósofo distingue quatro formas ou graus de conhecimento. A crença e a opinião
estão entre os graus que devem se afastar da filosofia, porque são conhecimentos ilusórios
ou das aparências, como os prisioneiros da caverna que só conhecem o mundo da
percepção o que imediatamente dão como errada as alternativas A e B. O raciocínio e a
intuição intelectual são os únicos que devem ser considerados válidos. O raciocínio treina
e exercita nosso pensamento, preparando-o para uma purificação intelectual que por sua
vez permitirá alcançar a intuição intelectual, ou das ideias, ou ainda das essências que
formam a realidade do Ser.
A frase erguida nos pórticos da Academia de Platão “não entre quem não souber geometria”
está para o filósofo na ordem do conhecimento intelectual e perfeito, porque a geometria,
cujas ideias nada devem aos órgãos do sentido, não se reduz a meras opiniões subjetivas.
O conhecimento geométrico seria a melhor preparação do pensamento para chegar à
intuição intelectual das ideias verdadeiras, que constituem, assim, a verdadeira realidade
precisamente por ser capaz de alcançar a essência das coisas, por isso, aqui somos capazes
de obter os conhecimentos verdadeiros.

Gabarito: d

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