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A explicação é que ambas as palavras têm origem no mesmo radical grego, Sophos (sábio). Assim,
enquanto filosofia significa “amor pela sabedoria”, os sofistas eram esse grupo de professores que se
consideravam sábios.
Portanto, como eles acreditavam ter todo esse conhecimento, tinham o objetivo de introduzir os cidadãos
na política por meio de seus ensinamentos. Um dos principais deles era a arte da retórica, palavra latina
que significa a arte de falar bem.
Contexto histórico
O momento histórico favoreceu a atuação dos sofistas, pois a democracia ateniense estava se
desenvolvendo. Por isso, decisões sobre assuntos públicos começaram a ser debatidas em praças
públicas. Essas ocasiões em que havia uma assembleia em que todos os cidadãos debatiam eram
chamadas de Eclésia.
No entanto, eram considerados cidadãos somente homens livres maiores de 21 anos que tivessem
nascido na Grécia. Somente 10% da população cumpria essas exigências. Era a esse grupo de pessoas
que os sofistas destinavam as suas aulas, para que essa parcela privilegiada da sociedade pudesse exercer
suas atividades democráticas de forma mais hábil.
Os sofistas foram amplamente criticados desde Sócrates até meados do século XIX. Em sua maioria,
esses pensadores estiveram na cidade de Atenas, em razão da organização política dessa cidade-estado
no século V a.C., mas não eram cidadãos. Por cobrarem para ensinar, principalmente retórica e
gramática, foram chamados por Platão de enganadores hábeis, e por Henry Sidgwick, de charlatães.
Há indícios de que a palavra sofista teve conotação positiva nos escritos dos grandes poetas gregos e em
Heródoto, o pai da história. A crítica histórica aos sofistas não se iniciou com Sócrates, contudo é
inegável a influência dos escritos de Platão e Aristóteles na caracterização desses pensadores.
Principais sofistas
❖ Protágoras de Abdera
Já dá pra perceber porque Sócrates não gostava muito dos sofistas, pois esse pensamento defendia a
opinião como forma de conhecimento. Por isso, bastava falar bem para convencer os outros. Para
Protágoras, todo argumento tem dois lados e ambos podem ser válidos. Enquanto isso, para Sócrates,
havia apenas uma verdade que era válida para todos. Por esse motivo, ele sempre buscava a essência das
coisas: o que é o bem? O que é a verdade? O que é justiça? As respostas a estas perguntas são, portanto,
os conceitos válidos para todos.
❖ Górgias de Leontini
Sócrates também afirmava que a opinião é uma expressão individual, diferentemente do conceito, que é
universal (válido para todos). Nesse sentido, os sofistas ensinavam a retórica para convencer os outros
que sua opinião é a melhor. Já Sócrates ensinava a dialética, ou seja, fazia de conta que não sabia para
levar as pessoas a admitirem sua falta de conhecimento e, através da dúvida, chegar a um conhecimento
seguro.
O aspecto negativo que atribuímos aos sofistas é baseado na crítica de Sócrates a esse grupo de
pensadores. Vemos nos diálogos platônicos, por meio de Sócrates, que os sofistas propõem apenas
verdades relativas. Na ausência de uma verdade absoluta, torna-se mais fácil praticar a erística, a saber,
a tentativa de alcançar sucesso em qualquer debate. Uma das descrições, que alguns sofistas atribuíam a
si mesmos, era a habilidade de refutar qualquer assunto. Sua elogiável oratória favorecia a aparência de
sábios, mas o interesse pela verdade não estava presente.
O que o sofista oferecia, então, era um produto àqueles que pagavam pelo seu serviço. A proposta
socrática, por outro lado, visava transformar aqueles com os quais dialogava, libertando-os do domínio
das sombras (do erro e da maldade) e conduzindo-os para um conhecimento real. Sem esse procedimento
dialético – que inclui a busca da verdade pelo abandono das opiniões – qualquer discurso belo pode
convencer tanto da falsidade quanto da verdade sobre um assunto.
EXERCÍCIOS
1 ) O q ue s i g ni f i c a a f r a s e d e P i t á g or a s “ O h o me m é a me d i d a d e t o d a s a s
coisas”?
2 ) Q ua l a c r í t i ca q ue X e n ó f a ne s f e z à r e l i g i ã o ? C om o e l e e nt e nd e D e us ?
3 ) P or q ue S ó cr a t e s cr i t i ca os s of i s t a s ? P or q ue e l e s f i c a r a m s e n d o v i s t o s d e
f or ma ne g a t i v a ?
4 ) O q ue s i g ni f i ca “ r e l a t i v i s m o ” e p or q ue a l g un s s of i s t a s s ã o c ons i d e r a d os
relativistas?