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OS SOFISTAS E A CRITICA DE SOCRATES

A "palavra “sofista”, cuja origem é sophós, significa sábio ou habilidoso. Passa a denotar aqueles
que aparentam ser sábios, entretanto não alcançam a verdade, pois, não era essa a preocupação
fundamental deste grupo.

Eram vistos como habilidosos oradores pelas pessoas, reconhecendo-se a importância das
palavras e do uso da lógica. Eles podiam ser considerados instrutores itinerantes contratados
para ensinar retórica para fins políticos.

O sofista oferecia um produto àqueles que pagavam pelo seu serviço. Já Sócrates, visava
transformar as pessoas pelo dialogo, libertando-os do domínio das sombras e conduzindo-os para
um conhecimento real e verdadeiro. Sem esse procedimento dialético, que inclui o abandono das
opiniões, qualquer discurso belo poderia convencer tanto da falsidade quanto da verdade sobre
um assunto abordado.

Neste sentido, os jovens bem-nascidos, buscavam os sofistas interessados em adquirir


conhecimentos que denotavam excelência e virtude e, no caso dos sofistas a união dos
conhecimentos gerais indispensáveis como oratória, retórica, ciência, música e filosofia, haja vista
que, na Grécia Antiga, a função política, dependia do bom uso da palavra, do argumento ara
convencer.

"Em sua maioria, esses pensadores estiveram na cidade de Atenas, em razão da organização
política dessa cidade-estado no século V a.C., mas não eram cidadãos.

Protágoras

Um dos maiores representantes do sofismo, Protágoras, nasceu em Abdera, região da Trácia, por


volta de 481 a.C.

Foi um importante filósofo, acusado de ateísmo e por isso, teve de fugir para a Sicília, donde
morreu por volta dos 70 anos de idade, cerca de 420 a.C.

Ficou conhecido pela célebre frase, que de certa maneira, aponta para o relativismo da filosofia
“O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não
são, enquanto não são.”

Górgias

Górgias, nasceu em Leontinos, na Sicília, por volta de 483 a.C. e morreu em Lárissa, cerca de
380 a.C.

Foi um filósofo grego que junto à Protágoras, formou a primeira geração de sofistas. Destacou-se
como orador e retórico, de modo que confiava na objetividade da elocução; segundo ele: “A
persuasão aliada as palavras modela a mente dos homens como quiser”.

"O aspecto negativo que atribuímos aos sofistas é baseado na crítica de Sócrates a esse grupo
de pensadores. Vemos nos diálogos platônicos, por meio de Sócrates, que os sofistas propõem
apenas verdades relativas. Na ausência de uma verdade absoluta, torna-se mais fácil a tentativa
de alcançar sucesso em qualquer debate. Uma das descrições, que alguns sofistas atribuíam a si
mesmos, era a habilidade de refutar qualquer assunto. Sua elogiável oratória favorecia a
aparência de sábios, mas o interesse pela verdade não estava presente. Daí porque Platão tece
criticas tão ferozes a este grupo, pois, a verdade deveria ser a preocupação primeira de todo
filósofo.

"Importância dos sofistas para a filosofia

Embora, ao longo dos séculos, foram duramente criticados, estudos mais recentes indicam
observar as contribuições próprias desses pensadores para uma cultura que começava a
questionar seus valores da religião da época. A valorização, o zelo e o cuidado com as palavras e
a distinção entre leis naturais e leis artificiais são as propostas mais relevantes para os períodos
subsequentes da história da filosofia. Não se pode esquecer, também, que o estudo da retórica
foi em grande parte motivado pelo uso que esses pensadores fizeram do discurso na política
ateniense.

O que não se pode negar, é que esses pensadores foram considerados habilidosos com as
palavras e os argumentos, e representaram um momento importante na história do pensamento
filosófico.

Trechos selecionado:

Sobre a verdade, atribuído a Antifonte:

"A justiça consiste, então, em não transgredir as prescrições da cidade na qual se é cidadão. Isso
dito, um homem utilizaria a justiça em seu maior proveito se, na presença de testemunhas,
respeitasse as leis, mas, uma vez só e sem testemunhas, se respeitasse as prescrições da
natureza; pois as prescrições das leis são impostas, enquanto as da natureza são necessárias; e
as da lei são o resultado de um acordo, não se produzindo naturalmente, enquanto que as da
natureza se produzem naturalmente, não sendo o resultado de um acordo." |1|

"

Veja mais sobre "Sofistas" em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/os-sofistas.htm

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