Você está na página 1de 27

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

1° Bimestre – Filosofia
1° Série – Aula 011
DATA: 10/04/2024

Tema da Aula

Sofistas

Professor(a): Gustavo Henrique José Barbosa


Objetivos Principais dos Sofistas

Os principais objetivos dos sofistas estavam


ligados à educação e ao sucesso pessoal. Eles
visavam formar cidadãos para a Política ao
fornecer uma educação que preparava os jovens
atenienses para a vida pública, ensinando-lhes
habilidades de argumentação e retórica, com o
intuito de desenvolver habilidades de forjar
argumentos convincentes, independentemente
de serem verdadeiros ou falsos.

Fonte:
https://www.canva.com/design/DAF0D-HB0Lw/jBqsmTd-tnQX8DWb8QmdhQ/
h?utm_content=DAF0D-HB0Lw&utm_campaign=designshare&utm_medium=li
O importante para os sofistas era alcançar o objetivo
almejado no cenário político e público, fomentando
o sucesso individual.

Os sofistas foram criticados por muitos, incluindo


Platão, que os via como desonestos e cínicos,
vendendo habilidades de argumentação sem se
preocupar com a verdade ou a moralidade. A crítica
de Platão a eles é em grande parte a razão pela qual
a palavra "sofista" adquiriu uma conotação negativa
na filosofia subsequente.
Quais eram os nomes dos sofistas e as suas ideias filosóficas?

Protágoras de Abdera (c. 490–420 a.C.): É


talvez o mais famoso sofista, conhecido
pela sua máxima "O homem é a medida de
todas as coisas", indicando que a verdade e
a moral são relativas à percepção individual.
Ele também sustentava que todos os
argumentos têm dois lados, e era possível
fazer um argumento tão convincente
quanto o seu oposto.
Principais Ideias de Protágoras:

∙ Relativismo: Protágoras argumentava que a percepção é inerentemente


subjetiva e que não há uma verdade ou realidade objetiva que possamos
compreender plenamente. Cada pessoa é, portanto, o juiz da sua própria
experiência de realidade.
∙ Agnosticismo: No que diz respeito aos deuses, Protágoras é
conhecido por ter dito: "Quanto aos deuses, não tenho meios de
saber se existem ou não, nem de que forma seriam em sua
aparência ou figura; pois existem muitas coisas que impedem o
saber, a obscuridade do assunto e a brevidade da vida humana".
Esta afirmação reflete não só um ceticismo religioso, mas também
um reconhecimento da limitação humana.
∙ Educação e Virtude: Protágoras acreditava que a virtude poderia ser
ensinada e que era sua função como educador ensinar as pessoas a
viverem bem. Em contraste com Sócrates, que questionava se a virtude
poderia ser ensinada, Protágoras afirmava que a educação era a chave
para aperfeiçoar o indivíduo.

∙ Importância da Argumentação: Protágoras também é conhecido por seu


método de argumentação que afirmava que, para cada argumento, existe
um argumento oposto igualmente válido. Este método era uma
ferramenta que ele ensinava para que as pessoas pudessem defender
suas posições em qualquer debate público.
Górgias de Leontinos (c. 485–380 a.C.): Ele é
conhecido por sua obra "Sobre o Não-Ser ou Sobre
a Natureza", onde argumenta que nada existe;
mesmo se existisse, não poderia ser conhecido; e
mesmo se pudesse ser conhecido, não poderia ser
comunicado, trazendo à tona uma ideia filosófica
de Nihilismo ou Niilismo (é uma corrente filosófica
que problematiza a falta de sentido da existência
humana). Górgias é frequentemente associado ao
niilismo e ao ceticismo radical.
Górgias é reconhecido como um dos
mais talentosos retóricos de seu tempo.
Ele acreditava que a retórica era uma
forma de poder, capaz de persuadir e
conquistar o assentimento em questões
políticas e legais. Para ele, a retórica
não estava subordinada à verdade; em
vez disso, era uma ferramenta para
moldar a percepção da verdade.
Ele também é associado ao
relativismo, defendendo que as
impressões sensoriais são subjetivas
e, portanto, a verdade é relativa ao
indivíduo que a percebe. Isso se
alinha com o pensamento sofista de
que a verdade pode ser manipulada e
que diferentes pessoas podem ter
visões diferentes da realidade.
Hípias de Élis: foi um filósofo sofista grego e
contemporâneo de Sócrates cuja vida se
estendeu aproximadamente entre os anos
470 a.C. e 400 a.C. — as datas exatas de seu
nascimento e morte não são conhecidas com
precisão; ficou conhecido por sua vasta
erudição e por se vangloriar de poder falar
sobre qualquer assunto, um reflexo do ideal
sofista da areté (excelência ou virtude)
entendida como um saber universal que
poderia ser aplicado em qualquer contexto.
Este sofista ensinava uma ampla
gama de assuntos, da matemática
à poesia, e afirmava poder
ensinar qualquer coisa. Ele se
orgulhava de sua habilidade de
fazer tudo por si mesmo, desde
suas roupas até os conhecimentos
que possuía.
As principais ideias de Hípias são:

∙ Polimatia: Hípias era reconhecido por sua polimatia, o conhecimento de


muitas coisas. Ele reivindicava ter um vasto conhecimento em gramática,
história, política e uma série de outras disciplinas, incluindo até mesmo
conhecimentos técnicos como geometria e astronomia.
∙ Relativismo Cultural: Um dos seus contributos mais significativos para o
pensamento filosófico foi a sua discussão sobre a relatividade das
normas sociais e leis. Ele argumentava que as leis e costumes são
convenções humanas, não realidades baseadas na natureza.
∙ Cosmopolitismo: Hípias promoveu a ideia de um cosmopolitismo
primitivo, opondo-se à noção de lealdades restritas a uma polis
(cidade-estado) particular. Ele defendia que os homens sábios
eram cidadãos do mundo (kosmopolitês), não de um único lugar.

∙ Contribuições à Matemática: Também foi creditado com a


descoberta da curva matemática conhecida como quadratriz, que
foi usada para resolver problemas de quadratura do círculo, uma
tarefa que se mostrou impossível com ferramentas geométricas
clássicas.
Pródico de Ceos (465 a.C. e 395 a.C.): Era
conhecido por suas reflexões sobre semântica e
etimologia e pela ideia de que cada palavra tem
seu significado adequado. Ele também discutia
a natureza das deidades como personificações
de fenômenos e conceitos úteis à humanidade,
como no seu famoso trabalho "Horas", onde
analisava o culto aos deuses como uma
celebração das forças da natureza e como
outros sofistas, enfatizava a importância da
areté (virtude ou excelência), que ele
considerava alcançável através da educação e
do conhecimento.
Suas principais ideias são:

Teoria dos Valores: Uma das ideias mais conhecidas de Pródico é sua
teoria dos valores, que ele explica na obra "Horas" (que sobrevive
apenas em fragmentos). Ele distinguia entre "prazeres necessários"
(como comida e abrigo, que são necessários para a vida) e "prazeres
artificiais" (que são desnecessários e podem levar ao vício).

Origem dos Deuses: Pródico também especulou sobre a origem dos


deuses, argumentando que os primeiros deuses eram personificações de
fenômenos naturais e recursos úteis para a humanidade. Por exemplo, o
sol e a lua eram adorados como deuses porque eram essenciais para a
vida.
Estudo da Linguagem: Ele é
frequentemente lembrado por sua
análise dos significados das palavras e
pelo cuidado com o uso preciso da
linguagem, sendo um precursor da
semântica. Pródico estava interessado
na maneira como as palavras
refletiam nuances de significado e
como essas nuances podiam ser
usadas para persuadir e ensinar.
Ele explorava a ideia de que
palavras semelhantes tinham
distinções de significado que eram
importantes para a comunicação
clara e eficaz. Para ele a escolha
das palavras corretas poderia não
apenas aprimorar a expressão do
pensamento, mas também moldar
o pensamento em si.
Seu foco em semântica era parte
de uma tendência mais ampla
entre os sofistas de enfatizar o
poder da linguagem e da retórica,
e de como essas habilidades
poderiam ser usadas para
influenciar e persuadir em
contextos sociais e políticos.
Antifonte de Atenas (480 a.C – 411
a.C): Ele é considerado um
precursor do relativismo ético e do
individualismo. Sua ênfase estava na
natureza interior do indivíduo em
vez das normas externas impostas
pela sociedade. Ele argumentava
que as leis da cidade (nomos)
muitas vezes entravam em conflito
com as leis da natureza (physis).
Como sofista, Antifonte foi um educador que
ensinava a arte da retórica e do argumento,
habilidades valiosas em uma sociedade
democrática onde a capacidade de persuadir
em assembleias públicas e tribunais era
essencial. Embora a maioria de seus escritos
tenha se perdido, sabemos através de
fragmentos e referências que ele escreveu
trabalhos sobre a verdade, interpretação dos
sonhos, e a natureza humana.
O trabalho intitulado "Sobre a Verdade" é
especialmente notável pela sua
argumentação filosófica avançada. Além de
sua filosofia, Antifonte teve um papel ativo
na política de Atenas, embora tenha sido
um crítico da democracia ateniense e
pareça ter favorecido uma forma mais
oligárquica de governo. Ele foi um membro
proeminente do regime dos Quatrocentos,
uma breve oligarquia que governou Atenas
em 411 a.C.
∙ Relativismo e Natureza versus Convenção:
Antifonte é conhecido por ter introduzido uma
forma de relativismo e por ter feito uma distinção
clara entre o que é "por natureza" (physei) e o que é
"por convenção" (nomoi). Para ele, as leis da
natureza eram universais e imutáveis, enquanto as
convenções sociais eram humanas e muitas vezes
arbitrárias. Essa visão estabelece um contraste
fundamental entre o que é naturalmente justo e o
que é legalmente justo.
∙ Psicologia e Medicina da Alma: Ele
também é considerado um dos
primeiros a escrever sobre a
"medicina da alma", usando uma
abordagem que seria mais tarde
associada com a psicoterapia. Ele
acreditava que a palavra poderia ser
usada para curar a alma assim como
a medicina é usada para curar o
corpo.
∙ Igualdade Humana: Antifonte
enfatizou a igualdade fundamental
de todos os seres humanos, baseada
em nossa natureza comum, um
ponto de vista que seria radical na
Atenas de seu tempo, que mantinha
rígidas divisões sociais e políticas.
Os sofistas partilhavam algumas características
comuns em suas filosofias:
∙ Relativismo: A ideia de que a verdade e a moralidade
são relativas ao indivíduo.
∙ Ceticismo: Uma abordagem questionadora da
possibilidade de conhecimento absoluto e da
existência objetiva.
∙ Utilitarismo: Uma ênfase no que é prático, útil e
benéfico para o indivíduo.
∙ Educação: Uma crença na importância da educação
retórica e argumentativa para o sucesso pessoal na
pólis.
As repercussões sociais e políticas de suas ideias
foram amplas, influenciando tanto o
desenvolvimento da democracia ateniense
quanto o pensamento filosófico subsequente.
Eles desafiaram as concepções tradicionais e
estimularam o pensamento crítico, embora nem
sempre fossem vistos positivamente, em parte
devido às críticas severas de Platão e de outros
filósofos que os viam como mercenários da
sabedoria, interessados mais no dinheiro do que
na busca pela verdade.
Atividade

Página 313.
1.Vamos fazer uma
dramatização!

Você também pode gostar