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1.

Quais as convergências e divergências entre a mitologia e


cosmologia de Tales?
A mitologia deve ser entendida como as narrativas e tradições
pertencentes a uma nação. Estas, são apresentadas através de elementos
simbólicos, que são responsáveis por explicar a realidade e trazer propósito
para a vida dos indivíduos. Durante muito tempo o mito foi suficiente para
cessar a vontade do ser humano de entender o mundo e suas inúmeras
manifestações.
Os mitos costumam lidar com questões existenciais, trazendo por meio
de explicações a compreensão do mundo. Suas características se baseiam na
oralidade e na informalidade. A mitologia não está aberta ao questionamento,
embora não possua embasamento e fundamentação científica. Os mitos são
capazes de ser passados de geração a geração, logo, suas histórias podem
variar, existindo diferentes versões de um mesmo mito.
A passagem da mitologia para a cosmologia se deu em meados do
século VII a. c.. Sua ruptura ocorreu quando os primeiros filósofos gregos
passaram a focar suas investigações para o mundo físico, sendo a construção
da cosmologia baseada em uma explicação acerca da origem, a formação e as
características dos cosmos.
Tales de Mileto foi o primeiro filósofo pré-socrático, este dedicou as suas
pesquisas à busca da arché, conceito esse definido como substrato
fundamental que deu origem a tudo que compõe o universo. Em seus estudos,
Tales definiu que a água se configura como o princípio, ou seja, ela existe em
todos os seres humanos, sendo a matéria prima de onde todas as coisas são
feitas.
A contraposição do saber mítico e da cosmologia de Tales está voltada
para os conceitos da irracionalidade e racionalidade. Nesse sentido, o mito ao
fazer o uso da subjetividade busca sensibilizar o indivíduo. Tal qual dá
significado aos acontecimentos por meio de fenômenos e da moralidade
humana. Em contrapartida, Tales dá enfoque nos seus estudos à razão,
trazendo à tona pela primeira vez a verdade. Diferentemente da mitologia, o
logos busca por meio da argumentação convencer o indivíduo conforme a
lógica.
Ademais, os conceitos abordados concordam entre si quando é
colocado em pauta o seu objetivo, posto que, ambos tentam entender através
de perspectivas diferentes o surgimento e as muitas manifestações existentes.
Sendo assim, saber mitológico e a cosmologia são capazes de esclarecer
questionamentos presentes na humanidade.
2. Defina Bios e Zoé e relacione essas noções mitológicas
com teses biológicas contemporâneas
O conceito de vida dentro da filosofia não se absteve a um único termo, o
sentido dessa definição está voltado para os estudos do filósofo Aristóteles,
que divide a vida entre bios e zoé. Nesse sentido, para Aristóteles os termos
bios e zoé compreendem dois tipos de vida que se diferem entre si, posto que
zoé é a vida comum a todos os seres vivos e bios é a maneira própria que um
indivíduo vive.
A noção de zoé pode ser interpretada como a vida natural, ela é
caracterizada por ser aquela que é manifestada por meio do simples ato de
viver. Logo, a zoé é a nossa condição natural de existência, sendo
condicionada pelos instintos naturais presentes em sua própria natureza. Em
contrapartida, a concepção de bios está voltada para a vida qualificada, ou
seja, uma forma de vida única própria de um indivíduo ou grupo, sendo ela
mortal e medida.
A biologia contemporânea é ampla, ela gira em torno do entendimento da
vida e como ela se organiza nas suas mais diferentes formas. À vista disso,
existem teses biológicas que são capazes de se relacionar com os conceitos
de vida abordados anteriormente. Dentro do estudo da vida, os seres vivos são
agrupados em reinos, sendo está o maior nível de classificação biológica.
Dessa forma, os reinos podem ser entendidos como zoé, visto que embora
abrigue seres com semelhanças estruturais e genéticas, eles se diferem entre
si na maneira de viver. Além disso, a noção de bios pode-se associar ao
conceito de espécie, posto que estes são a unidade básica da taxonomia
moderna, possuindo assim como o bios uma maneira única de existir.
3. Enumere e explique as características definidoras da
filosofia
A filosofia teve sua primeira aparição na Grécia, após a ruptura da mitologia
e a passagem para a cosmologia. Desde então o seu sentido esteve atrelado
ao conhecimento, já que a construção da cosmologia está baseada em
explicações do mundo físico por meio da lógica. Logo, as características da
filosofia fundamentam-se na busca pelo saber, na pluralidade, na crítica e na
racionalidade.
Nesse sentido, a filosofia pode ser definida a partir do seu próprio nome,
que significa “amor pela sabedoria”. Ou seja, é o desejo desenfreado pela
aprendizagem. Diante do histórico do saber filosófico é possível entender que
esse conceito acompanha os filósofos desde a antiguidade, visto que eles
sempre possuíram como objetivo o entendimento do mundo e a busca pelo
saber.
O conhecimento filosófico é pautado através da pluralidade da
compreensão, ou seja, o entendimento total e universal dos aspectos presentes
na vida. Sua universalidade está voltada para o estudo de diferentes ramos do
conhecimento humano.
Além disso, cabe a filosofia desenvolver o pensamento, e por ventura, o
saber crítico. O pensamento crítico se baseia no uso da argumentação ao seu
favor, ele deve ser desenvolvido por meio da lógica. Esse pensamento surgiu
em meados da antiguidade clássica, filósofos como Sócrates e Platão foram
responsáveis pelo seu desenvolvimento. A filosofia possui um caráter crítico de
julgamento, pois não aceita indagações sem demonstrações. Ademais, as
verdades não são consideradas absolutas, podendo ser alvo de discussões.
É nítido que, dentro da filosofia o conhecimento soberano é aquele advindo
por meio da lógica. Nesse sentido, apenas a razão é capaz de trazer
explicações sobre o mundo. Os dilemas presentes na vida devem ser alvo de
análises, críticas, discussões e demonstrações, para que assim seja possível o
surgimento de respostas plausíveis.
4. Qual é a relação entre o contexto político de Atenas do
século V e a atuação dos sofistas?
A Grécia Antiga abrigou um grande polo político, econômico e militar, a
cidade de Atenas. Durante o século V Atenas foi alvo de grandes mudanças,
esse momento é denominado como período clássico. Houve uma drástica
mudança temática, onde o interesse dos filósofos gregos acerca da natureza
diminuiu, tornando-se os seres humanos o alvo dos seus estudos.
Nesse sentido, o contexto histórico desse período engloba o apogeu
político, econômico e cultural das cidades gregas. Atenas foi alvo de uma
grande transição, visto que anteriormente vivia sob o regime monárquico, e
diante de diversas reformas foi criada uma nova forma de se governar. Seu
governo teve como principal característica o conceito da isonomia, este se
baseia no princípio de que todos os cidadãos possuem os mesmos direitos
perante a lei.
Além disso, as reformas dentro de Atenas tiveram grande influência no
campo artístico, sendo essa cidade responsável por abrigar nomes de
destaque de artistas e intelectuais da época.
A democracia ateniense desenvolveu-se de maneira direta, cada
cidadão tinha direito ao voto e à palavra. As discussões eram realizadas na
praça pública da cidade, local denominado de ágora. Esse sistema favoreceu a
participação dos indivíduos nas decisões. Ademais, incentivou o
desenvolvimento das habilidades argumentativas e dialéticas, e é nesse
momento que surgem os sofistas.
Partindo do significado da palavra, os sofistas podem ser considerados
“grande mestres ou sábios”, eles eram professores viajantes que promoviam
seus ensinamentos utilizando monólogos como método de ensino. Seu
principal objetivo é de fato desenvolver a argumentação, por meio de jogo de
palavras e raciocínios capazes de vencer teses adversárias e convencer as
pessoas.
Perante ao exposto, o contexto político vivenciado em Atenas foi
responsável por favorecer o surgimento dessas atividades, posto que muitos
cidadãos passaram a sentir necessidade de expandir suas habilidades
oratórias para serem capazes de persuadir os demais em assembleias.
5. De que forma os atomistas da antiguidade, sobretudo
Demócrito, tentam resolver a briga entre Heráclito e
Parmênides
A filosofia de Heráclito foi capaz de observar que a realidade é dinâmica,
seus estudos frisavam a ideia de que tudo está em constante transformação.
Heráclito indagou que tudo flui, ou seja, nada persiste ou permanece o mesmo.
Suas reflexões estiveram voltadas para o que muda. Além disso, Heráclito
também afirmou que a luta é o princípio de todas as coisas, posto que é por
meio das forças opostas, como o mal e o bem, que o mundo é capaz de mudar.
Por isso, ele considerou que se existisse um elemento primordial este seria o
fogo, visto que ele se acende com medida e se apaga com medida. Seu
pensamento foi denominado como mobilista, sendo Heráclito o primeiro grande
representante do pensamento dialético.
Em contrapartida, o filósofo Parmênides interpreta como equívoco dos
pensadores impor grande importância sob as questões que envolvem os
sentidos. Parmênides achou contraditório a busca da arché em coisas que não
são essenciais. Logo, ele tentou seguir a razão, percebendo a existência do ser
e que não concebível a sua não existência. Para Parmênides o ser é a sua
arché, este é imutável e imóvel, sendo o único que existe.
O conflito entre Heráclito e Parmênides está diretamente relacionado com a
mobilidade e mutabilidade das coisas, este pode ser considerado o primeiro
choque entre ideias dentro da filosofia. Parmênides considerou que existem
dois caminhos para a compreensão da realidade, o da verdade, ou seja, da
essência e o da opinião, que teria aparência enganosa, sendo o caminho
tomado por Heráclito.
Diante do exposto, Demócrito tentou resolver o conflito entre os filósofos,
ele foi responsável por incorporar fundamentos da filosofia de Parmênides
dentro da ideia de ser proposta por Heráclito. Buscando encontrar a arché
Demócrito desenvolveu uma doutrina denominada como atomismo. O filósofo
concordava com a necessidade de unidade do ser, assim como Parmênides,
entretanto, não concordava que o movimento não fosse real. Ele acreditava
que o movimento era capaz de provar a existência de um não ser. Sua doutrina
afirmava que tudo é constituído por partículas indivisíveis, ou seja, pelo átomo.
1° questão - Quais as convergências e divergências entre a mitologia e
cosmologia de Tales?
A mitologia surge na Grécia antiga, a partir da necessidade do ser humano
de compreender o mundo. Isso porque, ela é responsável por explicar através
de elementos simbólicos o mundo e suas inúmeras manifestações. Suas
características se baseiam na oralidade e informalidade, logo, os mitos podem
ser passados de gerações a gerações.
A passagem da mitologia para a cosmologia acontece no momento em que
os filósofos gregos passam a focar suas investigações no mundo físico. Por
meio da lógica eles são responsáveis por investigar questões existências.
Nesse sentido, Tales, o primeiro filósofo pré-socrático, foi responsável por
iniciar tais pesquisas. Seus estudos estiveram voltados para a busca da arché
do universo, ou seja, o princípio fundamental, que forma o universo.
As convergências entre a mitologia e a cosmologia existem porque ambas
possuem propósitos parecidos, que consiste em esclarecer questionamentos
da humanidade. Já as suas divergências

2° questão- Defina Bios e Zoé e relacione essas noções mitológicas com


teses biológicas contemporâneas.
3° questão- Enumere e explique as características definidoras da Filosofia.
4° questão- Qual é a relaçao entre o contexto politico de atenas do século V
e a atuação dos sofistas?
5° questão - De que forma os atomistas da antiguidade, sobretudo
Demócrito, tentam resolver a briga entre Heráclito e Parmenides
6° questão - explique o método socrático considerando que se divide em
duas etapas

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO


DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ALEX RODRIGUES DOS SANTOS VALENÇA

ATIVIDADE DE FILOSOFIA
Recife,
2023

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