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Introdução à Filosofia

O surgimento da filosofia na Grécia


O que é filosofia?
 Philos: Amizade
 Sophia: Sabedoria
 Filosofia: “Amizade pela sabedoria”
 Pitágoras foi o primeiro a utilizar o termo.
 No Ocidente a filosofia teve como berço o território grego.
 Pré-Socráticos foram o primeiro grupo de filósofos.
 A filosofia pressupõe toda a disponibilidade de uma investigação
 Antes tudo era explicado pela mitologia, e com isso surgiu o sentimento de
talma (ideia de admiração, espanto, não estar conformado da forma que
as coisas eram justificadas, no caso, pela mitologia) que levou a investigação
por parte dos filósofos.

Antes:
 Dentro de um período, num momento da história da Grécia, chamado de
Civilização micênica (Momento em que se reúne).
 Reuniu-se todo um território, anteriormente chamado de Hélade e depois
recebeu o nome de Grécia antiga.
 Neste primeiro momento de estruturação política, histórica e etc.
 Depois tem-se o período homérico (Homero escrevia histórias mitológicas em
livros),
 As coisas eram explicadas pelo mito, pois isso fazia sentido naquela época.

Transição do mito para a razão


 O termo MITO significa “narrativa da origem;
 A verdade do mito resulta de uma intuição compreensiva para a
realidade
 O mundo simbolizado pelo mito está impregnado de relatos que
sustentam o discurso da realidade.
 Houve um momento em que não havia uma explicação racional para as
coisas, neste momento, cria-se uma história que tem um fundamento, e isso
é transmitido socialmente, enraizado dentro da cultura, logo naquele
momento e naquela sociedade os mitos faziam sentido
 Os deuses da mitologia têm relação com algum elemento ou alguma coisa
da natureza.
própria
 Por esse motivo os pré-socráticos analisavam a natureza. Com o
objetivo de buscar determinado fenômeno e explicá-lo mais
racionalmente.
 Arché significa o princípio originário de todas as coisas
 Cosmogonia discurso mitológico sobre a origem do mundo.
 Cosmologia discurso filosófico sobre a origem do mundo

Fatores sociais e econômicos

1) Redescoberta da escrita:
Por influência dos fenícios a escrita assume função mais rígida e clara, o que
estimulo o espírito crítico (Sec. IX ou XI A.C.). Por conta das viagens marítimas,
gregos fizeram um contato com territórios próximos e com isso acabam trazendo
para si alguns outros conhecimentos que auxiliam no pensamento racional.

2) Surgimento da moeda:
Deve-se o desenvolvimento do comércio marítimo, a moeda (Criada na Lídia,
atualmente Turquia), veio facilitar os negócios e impulsionar o comércio (Séc. VIII e
VI A.C.). E com isso desenvolve-se uma ideia de preço, de valor, auxiliando
pensamento racional.

3) Invenção do calendário:
Baseado nos fenômenos da natureza, demonstrava regularidade nos
acontecimentos. Dava um controle maior para o homem da época (período de
chuvas, ventanias, secas) e com isso forma-se um padrão para demonstrar que o
homem consegue entender e compreender as mudanças (Tirando o “Peso” dos
acontecimentos dos deuses mitológicos”).

Democracia direta (Polis)


1) Lei escrita:
Os legisladores Drácon, Sólon e Clístenes sinalizaram uma nova era. A justiça seria
independente da interpretação da vontade divina ou da arbitrariedade dos reis.
Graças ao desenvolvimento da escrita surgiu-se a ideia das leis e como elas
auxiliam o pensamento racional.
Dentro da criação da lei
 Toda a crena na divindade começa a ficar estremecida
 Começa a ter a negação toda a ideia de que o rei manda e desmanda

2) Democracia
Os cidadãos (restritivo) se reuniam em praça pública (Ágora) para discutir política e
tomar decisões acerca de problemas da pólis através de uma assembleia.
A democracia direta começa na Grécia
 Reforma política em Atenas (viés democrático);
 Cidadãos de Atenas era restritivo (Homens, determinada faixa etária,
determinada renda, pai e mãe atenienses, nascer em Atenas);
 Cidadãos atenienses eram vistos como iguais;
 Quantidade baixa de pessoas;
 Debates e assembleias;

Importância da filosofia

Importância da filosofia:
 Desenvolvimento da razão;
 Auxílio para as demais disciplinas;
 Análise crítica-argumentativa;
 Base para indagação e reflexão.
 Pensamento filosófico dos pré-socráticos era um pensamento cosmológico
(cosmos), pensamento crítico e sistemático sobre a origem do universo, da
natureza.
 Sócrates inicia período antropológico (Homem é o foco e o centro do
conhecimento). Sócrates foi condenado a morte (Negar os deuses, desviar a
juventude ateniense...), isso porque ele mostrava as coisas do lado racional.

SENSO COMUM X CONHECIMENTO CIENTÍFICO


SENSO COMUM

 Costuma ser definido como uma série de crenças admitido por determinado
grupo social que acredita que elas são compartilhadas por toda a
humanidade.

 O senso comum refletido o entendimento médio, comum das pessoas. São


visivelmente generalizações cuja origem ou fundamentação inicial já se
perdeu.

 Repetidas irrefletidamente no cotidiano, algumas noções de senso comum


manifestam ideias falsas, preconceituosas ou parciais da realidade. Outras,
no entanto, revelam profunda reflexão sobre a vida (Chamada de sabedoria
popular, exemplo: Tomar vitamina C quando está gripado).

Características do senso comum


 O que se verifica nas noções de senso comum é que, frequentemente, os
modos, de consciência encontram-se emaranhados formando uma
aglutinação acrítica (sem crítica) de juízos ou concepções.
 O que caracteriza basicamente as convicções pertencentes ao senso
comum, não é a sua falta de veracidade, mas sim sua falta de
fundamentação, ou seja, o fato de que as pessoas não costumam
saber o porquê dessa noção.

Senso crítico

Senso crítico
 Significa a capacidade de questionar e analisar de forma racional e vai contra
o senso comum por não aceitar nenhuma verdade sem questioná-la.
 Baseia-se na dúvida e no questionamento o que levaria à reflexão e à
contestação.
 Relacionado ao conhecimento científico.

Conhecimento científico
Conhecimento científico
 É a informação e o saber que, parte do princípio das análises e dos fatos é
cientificamente comprovados.

 Para ser um conhecimento científico, este deve ser baseado em observações


e experimentações para atestar a verdade ou falsidade de determinada
teoria.

Características do conhecimento científico

Etapas do conhecimento científico

1) Observação: Verificação de um fato ou das consequências de uma


experiência.

2) Hipótese: Utilizando dados recolhidos, há a proposição de suposições que


explicariam o fenômeno observado.

3) Lei: Descrição do fenômeno e seu funcionamento.

4) Teoria: Obtida após diversos experimentos que comprovem que a lei


proposta seja verdade

Sofistas e Sócrates

Os pré-socráticos e os sofistas
Importância da mitologia

 Foi importante, pois explicou a realidade grega durante séculos;


 O termo vem do grego “myhtós” (Narrativa);
 Eram histórias que buscavam explicar a origem de fatos, fenômenos e
acontecimentos;
 Utilizavam-se de deuses e outros personagens;
 As narrativas míticas eram transmitidas em forma de poesia, de geração à
geração.
 Fatos econômicos e territoriais possibilitaram o surgimento da filosofia.
 Cosmogonia: origem;
 Rapsodos: poetas que transmitiam as histórias de forma oral.
Observação:

Porque a mitologia não pode ser considerada uma religião


grega?
Porque os deuses da mitologia têm pai e mãe, além de não serem só grega.

Pensamento pré-socrático

Cosmologia É A BUSCA POR UA EXPLICAÇÃO


RACIONAL DO MUNDO

1_ Physis (Natureza)
Campo de observação, no qual encontrariam-se as primeiras justificativas.

2_ Arkhé (Elemento Primordial)


Princípio originário de todas as coisas. Cada filósofo tinha o seu.

3_ Logos (Pensamento racional)


Busca de todo filósofo.

PRINCIPAIS TEÓRICOS

PRINCIPAIS TEÓRICOS e suas arkhés

1_ Tales de Mileto: Água.

2_ Anaxímenes: Ar.

3_ Anaximandro: Apéiron (Ilimitado).

4_ Pitágoras: Números.
5_ Demócrito: Átomo.
 Com Sócrates, a filosofia se volta para as questões relacionadas ao homem.

Primeiro Conflito

Primeiro conflito
Ideias opostas.

Heráclito
 Para Heráclito, tudo flui, ou seja, tudo que existe está em perpétuo
movimento.
 Mobilismo;
 Fluxo Contínuo;
 “Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio.”
 Para Heráclito o fogo é a representação da mudança.

Parmênides
 Filósofo imobilista, pois acredita que a mudança é uma ilusão;
 Imobilismo;
 O “ser é” e o “não ser, não é”;
 Princípios da lógica.

Os dois são responsáveis pela Ontologia (Estudo do ser).

Os Sofistas
Sofistas

 Desenvolveram a argumentação retórica;


 Transmitiam, por determinada quantia, esse conhecimento aos jovens que
queriam ingressar na vida política;
 Professores de retórica que recebiam por seus ensinamentos;
 Eram relativistas (Não acreditavam numa verdade absoluta), ou seja,
não estavam interessados pela busca da verdade e sim na arte de vencer
debates;
 Sócrates não “gostava” deles, pois ele dizia que o homem deveria buscar
conhecimento, já os sofistas não se importavam com isso, com essa busca
pelo conhecimento;
 Principal teórico: Protágoras e Górgias.

Argumentação Retórica

Argumentação Retórica
 Era considerada uma argumentação de conhecimento;
 Visa a formulação de discursos persuasivos;
 Objetivo de persuadir o interlocutor;
 Alcançava uma conclusão válida, mas não necessariamente verdadeira.
 É comum a utilização da retórica nos debates políticos e nos tribunais.

Observação:

Para a filosofia o período medieval é dividido em patrística e escolástica


(Formação das primeiras universidades), e por uma reforma do Padre Gregório,
Reforma Gregoriana, a retórica é colocada como uma das disciplinas para se tornar
um padre.

Tipos de argumentos
O que é argumentar?
Concatenar raciocínios afim de apresentar uma
determinada ideia
Concatenar: Juntar conteúdos
Existe sentido lógico.
Todo o processo da argumentação tem muito a ver com no que concerne da
filosofia

Argumento por analogia


Fazer uma comparação entre duas coisas e tirar conclusão disso.
Exemplo: Se esse remédio funcionou para ratos vai funcionar para humanos.
Esse tipo de argumentação é sempre comparando coisas parecidas
Exemplo: O Neymar é um jogador muito respeitado e reconhecido assim como o
Ronaldo Fenômeno.
Nem sempre a comparação segue um sentido lógico, assim como, o exemplo 1.

Argumento de autoridade
Citar um especialista ou instituição renomada para justificar uma opinião.
Exemplo: Argumentação ENEM = Sua tese + pensadores que marcaram e falaram
sobre isto.

Argumento dedutivo
Parte do geral para o particular.
Exemplo: Física Aristotélica (Séc. 4 a 17) ---> Causa e acidente, ato e potência,
essência e contingência.
Revolução cientifica Galileu Galilei que muda.

argumento indutivo
Particular para o geral
Exemplo: Ciência a partir da revolução científica ----> fenômeno particulares quando
são juntos (movimento, velocidade, luz...)

Sócrates e teoria das ideias de Platão


Crítica aos sofistas
 Sofistas são um grupo de filósofos, responsáveis por criar uma argumentação
retórica com o objetivo de persuadir o interlocutor.
 Eles criam um jogo de palavras e raciocínio para que o interlocutor chegue a
uma conclusão que é válida para que eles ganhem o debate.
 Os sofistas consideram a verdade relativa, por isso, são conhecidos como
relativistas.
 Sócrates abandonou a preocupação em explicar a natureza e concentrou-se
na problemática do ser humano.
 Opôs-se ao relativismo sofista quanto à questão da moralidade e ao uso da
retórica para atingir interesses particulares.
Sócrates pensou e desenvolveu o método ou argumentação dialética onde os
homens alcancem a verdade.
Sócrates pensada por Sócrates desenvolvida por Platão e aperfeiçoada por
Sócrates.

Método Socrático
Desenvolvido através de diálogos entre seus interlocutores dois momentos
 Ironia (perguntar): Etapa em que seus interlocutores, a fim de evidenciar suas
contradições
 Maiêutica (dar à luz): Etapa de propostas de uma nova série de questões
com o objetivo de ajudar a conceber suas próprias ideias.
 Sócrates era muito apegado a ideia de verdade

Ignorância Socrática
O pensamento socrático é considerado um marco para a filosofia, na medida em
que inaugura um período que ficou conhecido como antropológico
“Conhece-te a ti mesmo (autoconhecimento)”: A ideia que o ser humano é sua
busca pela razão, que nos distingue dos demais seres.
“Só sei que nada sei”. Ignorância socrática trabalha com a ideia de que o trabalho
que você tem que fazer dentro da perspectiva da ignorância é colocar-se no papel
de que você não sabe de tudo, com o objetivo de que você sempre aprenda mais.
Sócrates foi condenado a morte pois segundo seus acusadores ele estava
corrompendo a juventude ateniense, desobedecer às leis da cidade e desrespeitar
certos valores religiosos.

PLATÃO
Alegoria da Caverna
Seu objetivo ao criar essa alegoria é auxiliar toda uma linha de raciocínio que ele
cria para a teoria das ideias, tentando mostrar essa mudança de posicionamento de
pensamento.
Os prisioneiros vivem desde a infância em uma caverna. Com as mãos amarradas
em uma parede, eles podem avistar somente as sombras que são projetadas na
parede situada à frente.
As sombras são ocasionadas por uma fogueira, em cima de um tapume, situada na
parte traseira da parede em que os homens estão presos. Homens passam ante a
fogueira, fazem gestos e passam objetos, formando sombras que, de maneira
distorcida, são todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo. Aquela
parede da caverna, aquelas sobras e os ecos dos sons que as pessoas de cima
produziam era o mundo restrito dos prisioneiros.
Repentinamente, um dos prisioneiros foi liberto. Andando pela caverna, ele percebe
que havia pessoas e uma fogueira projetando as sombras que ele julgava ser a
totalidade do mundo. Ao encontrar a saída da caverna, ele tem um susto ao
deparar-se com o mundo exterior. A luz solar ofusca a sua visão e ele sente-se
desamparado, desconfortável, deslocado.
Aos poucos, sua visão acostuma-se com a luz e ele começa a perceber a infinidade
do mundo e da natureza que existe fora da caverna. Ele percebe que aquelas
sombras, que ele julgava ser a realidade, na verdade são cópias imperfeitas de uma
pequena parcela da realidade.
O prisioneiro liberto poderia fazer duas coisas: retornar para a caverna e libertar os
seus companheiros ou viver a sua liberdade. Uma possível consequência da
primeira possibilidade seria os ataques que sofreria de seus companheiros, que o
julgariam como louco, mas poderia ser uma atitude necessária, por ser a coisa mais
justa a se fazer.
Platão está dispondo, hierarquicamente, os graus de conhecimento com essa
metáfora e falando que existe um modo de conhecer, de saber, que é o mais
adequado para se pensar em um governante capaz de fazer política com sabedoria
e justiça.
Platão afirma que o filósofo deve ser como o prisioneiro liberto da caverna. Essas
características são fundamentais para o governante: a busca pela verdade.
Conclusões
A metáfora proposta pela Alegoria da Caverna pode ser interpretada da seguinte
maneira:
 Os prisioneiros: os prisioneiros da caverna são os homens comuns, ou seja,
somos nós mesmos, que vivemos em nosso mundo limitado, presos em
nossas crenças costumeiras.
 A caverna: a caverna é o nosso corpo e os nossos sentidos, fonte de um
conhecimento que, segundo Platão, é errôneo e enganoso.
 As sombras na parede e os ecos na caverna: sombras e ecos nunca são
projetados exatamente do modo como os objetos que os ocasionam são. As
sombras são distorções das imagens e os ecos são distorções sonoras. Por
isso, esses elementos simbolizam as opiniões erradas e o conhecimento
preconceituoso do senso comum que julgamos ser verdadeiro.
 A saída da caverna: sair da caverna significa buscar o conhecimento
verdadeiro.
 A luz solar: a luz, que ofusca a visão do prisioneiro liberto e o coloca em uma
situação de desconforto, é o conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia.

Teoria das ideias


O objetivo de Platão ao criar a teoria das ideias é a de termos uma ontologia
(Estudo do ser) dualista.
Mundo sensível
 Voltado para os sentidos
 Heráclito (mudança) ---> “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no
mesmo rio”.
 Não gera conhecimento
 Dóxa (opinião)
Mundo inteligível
 Voltado para a razão
 Parmênides (Permanência) ---> “O ser é, e o não-ser não é”
 Gera conhecimento verdadeiro
 Epistheme (conhecimento)
Platão faz essa contraposição e coloca o lado inteligível acima do mundo sensível
Dentro da alegoria da caverna temos que as pessoas dentro da caverna estão do
lado sensível e a pessoa que busca conhecimento (a que sai da caverna) ela rompe
com o lado sensível e chega ao mundo inteligível.

Introdução à Lógica
Introdução à lógica
 Lógica surgiu na filosofia antiga com Aristóteles
 A noção de identidade, indispensável à lógica surgiu com Parmênides e
Heráclito.
 A lógica filosófica contou com a contribuição também dos sofistas.
 A lógica visa assegurar a estrutura do argumento, de modo que, ele possa
fazer sentido.
 A verdade está acompanhada da realidade
 O argumento válido não necessariamente será verdadeiro

Princípios da lógica
Princípios
1. Identidade: Aquilo que faz com que uma coisa seja o que ela é
2. Não-contradição: O que é, não pode ser outra coisa. Muito ligado ao princípio
da identidade.
3. Terceiro excluído: Nada pode ser e não ser ao mesmo tempo.
4. As coisas são identificadas tão como são e não há o contrário (não-
contradição)

Tipos de Juízos
Os juízos estão ligados à estrutura da lógica
1. Universais (afirmam ou negam um grupo)
2. Particulares (restringem a atribuição de predicado)
3. Singulares (identificam um único sujeito a um atributo)
4. Indefinidos (quando não se determina a quantidade)

Tipos de raciocínios lógicos


 Dedução: É um tipo de raciocínio que vai do geral para o particular.
 Indução: É um tipo de raciocínio que vai do particular para o geral.
 Analogia: Analisar por semelhanças.

Silogismo
Estrutura aperfeiçoada da dedução. É composto de uma premissa maior, uma
premissa menor e uma conclusão.
1. Possuem três termos.
2. Termos não mais extensos que as premissas.
3. Conclusão não existe sem a ideia do termo médio.
4. Termo médio deve ser universal ou geral.
5. Duas premissas negativas não geram uma conclusão.
6. Duas premissas particulares não geram conclusão.

Política Platônica
Cidade ideal ( Calípolis)
A cidade ideal tem um caráter utópico, uma estrutura pensada (tipo de política, uma
divisão social, propostas). E com isso alcançaria uma cidade bem-governada, justa.

Justiça
É compreendida como uma harmonia e ordem das partes em função de objetivos
comuns que são condição para felicidade da comunidade e de seus membros.
Os governantes também tem que trazer condições para que esta comunidade seja
usta, é um caminho trilhado por todos os membros de fato.
Felicidade alcançada visando o bem comum, felicidade em conjunto por conta de
uma atitude que é justa.

Divisão social
Educação é essencial para o indivíduo, portanto, dever do Estado, e dentro da
proposta da educação cada um mostraria uma aptidão (para servir e seguir).
Economia (almas de bronze): Garante a sobrevivência material (exemplo: artsãos,
comerciantes e etc.).
Guerreiros (almas de prata): Responsáveis pela defesa
Política (almas de ouro): Garante o governo sob leis (filósofos)

Sofocracia
Sofos = sábio
Cracia= poder
Sofocracia = Governo dos sábios.
A partir dos 30 para frente, os homens estudariam para desenvolver outras ideias de
propostas e ensinamentos para exercerem a política, tornando-o mais apto o uso da
razão, do saber, do conhecimento (conceitos de virtude, verdade, justiça).
Sengo gerada assim as almas de ouro, para governaram e legislarem a comunidade
melhor dentro desta “cidade ideal” chegando ao corpo de político extremamente
sábios.

Formas de governo
Caráter que se preocupa com a formação educativa da cidade ideal.
Propões cidade voltada para educação, divisão de acordo com a aptidão de cada
um.

Política Aristotélica
Justiça
No período da antiguidade tem-se a reforma da Grécia (Formação das Pólis e
autonomia política para cada uma (democracia direta), os considerados cidadãos
definiam politicamente)
A justiça é o que garante o princípio da igualdade.
Aristóteles não se refere a igualde simples, mas à distributiva, segundo a qual a
distribuição justa é a que leva em conta o mérito das pessoas.

Animal político
Afirmava que o ser humano por natureza um ser social, pois não pode viver isolado.
A organização social adequada à natureza humana é a pólis. Por isso, o ser
humano é um animal político (zoon políticon), envolvido na vida da pólis.
A ética é entendida como uma parte da política. A ética dirige-se ao bem individual,
enquanto a política volta-se para o bem comum.

Ética
Para Aristóteles, a virtude consiste no meio termo ou justa medida (mediania) do
equilíbrio entre o excesso e a falta de um atributo.
Assim, para alcançar a felicidade (eudaimonia), o ser humano deveria viver de
acordo com sua racionalidade, consciência reflexiva

Formas de governo
Analisa conforme os critérios de quantidade e de valores
Boas: Monarquia, Aristocracia, Politeia (Governo desenhado por Aristóteles, se
assemelha a democracia constitucional)
Corrompidas: Tirania; Oligarquia; Democracia (Democracia direta. Naquela época
para ser considerado grego existia um conjunto de critérios definidos. O próprio
Aristóteles não era considerado cidadão ateniense, portanto, não conseguiu exercer
a democracia, até estudar ele viver sob monarquia, um governo bom).
Rousseau (teórico contratualista) dentro da teoria contratualista ele mostra a
implementação da sociedade civil, formação do Estado, e a sociedade civil começa
e defende que o Estado deve prover a consonância da vontade geral (da maioria)
retomando a politeia aristotélica, falando que essa forma de governo é a que mais
se aproxima disto.

Contraposição com Platão


Aristóteles sai de sua terra natal para estudar na academia platônica (Atenas),
depois que Platão morreu ele não pode assumir o papel dele, pois era considerado
estrangeiro, e porque tinham propostas de pensamentos diferentes.
Platão coloca governo sendo exercido na mão de um grupo especifico (filosófos no
caso, sofocracia, governo dos sábios)
Aristóteles achava esquisito isto, para ele se todo homem é um animal político ele é
dotado de razão e todos podem exercer política.

Período Helenista
Contexto Histórico
Ocorreu durante a expansão do Império de Alexandre. (A formação militar dos
gregos era imbatível. Expansão da cultura grega. Urgência de um império devido a
expansão)
Principal pilar da matéria ética.
Importância do discurso filosófico: justifica a escolha de vida e desenvolve toda as
suas implicações. (dentro das escolas, cada uma busca um modo de vida,
mostrando diferenças de pensamentos e porque defendemos esse ponto de vista)
Todas as escolas prezam por um discurso que justifica o modo de viver.

Escola Cínica
 Conhecida como a mais caricata das escolas.
 Foi fundada por Antístenes (Aluno de Sócrates) e seu modo de vida é
fundamentado na imagem do cão, na vida animal.
 A felicidade consiste no total desapego a tudo
 O cínico vive daquilo que a natureza dá
 Razão era algo fundamental
 Temos como personagem também Diógenes, O Cínico
 Pessoas francas (falam o que pensam)

Escola Estóica
 Fundada por Zenão no séc. IV a.C
 Preza pela submissão ao destino como condição à imperturbabilidade do
espírito (aceitação do destino)
 O imperativo délfico era “Torna-te o que és” --> Está escrito no templo de
Delfos (Apolo)
 As virtudes educam as paixões que tendem sempre ao maior prazer e fazem
o homem escravo da própria vontade.
 Homem: A paixão o torna escravo de sua própria vontade
 Ataraxia: Tranquilidade da alma
 Apartheia: Ausência de perturbações.

Escola Epicurista
 Foi fundada por Epicuro no século III a.C.
 Costuma ser mal interpretada ao ser chamada de hedonista
 Preza por uma ética dos prazeres enquanto medida, de modo que alguns
podem causar dor
 Evitar medo da dor, da morte, dos “deuses”, de não ser feliz
Os prazeres:
 1_ Naturais e necessários (devemos buscá-los, exemplo: Comer quando tem
fome)
 2_Naturais e não necessários (moderá-los, exemplo: Comer doce)
 3_ Não naturais e nem necessários

Escola Cética
 Fundada por Pirro (IV a.C.)
 Questionamento de :Fatos, crenças e opiniões.
 Ataraxia (tranquilidade da alma): Suspensão do juízo (abandono de
convicções)
 Tudo é duvidoso e questionável
 Felicidade humana: Relatividade das crenças e suspensão da convicção
 Ceticismo Filosófico se dedicou a examinar criticamente o conhecimento e a
percepção sobre a verdade. Gerando assim, impossibilidade de alcançar o
total conhecimento e adotaram métodos empíricos para afirmar seus
conhecimentos
 Ceticismo Científico corrente contemporânea, as pessoas que se identificam
como céticas são aquelas que apresentam uma posição crítica geralmente
baseando-se no pensamento crítico e nos métodos científicos para constatar
a validade das coisas. Assim, ganha muita importância a evidência empírica,
o que não quer dizer que os céticos façam seu uso constantemente.

Período Medieval: O início


 Queda do Império Romano do Ocidente (476) até a queda da Constantinopla.
 Dividida em dois períodos: Alta Idade Média (Séc. V ao XI) e da Baixa Idade
Média (Séc XII ao XV).
 Forte dominação da Igreja no Período Medieval
 Filosofia: Patrística (padres pensadores –Santo Agostinho) e Escolástica
(São Thomas de Aquino)

Escolástica
Contexto histórico
 No século VIII, Carlos Magno, coroado imperador pelo Papa Leão III,
organizou o ensino e fundou escolas ligadas às instituições católicas.
 Adotou-se nessas escolas a educação romana como modelo. Começaram a
ser ensinadas matérias como Trivium (gramática, retórica e dialética) e o
Quadrivium (geometria, aritmética, astronomia e música). Todas submetidas
à teologia.

Influência de Aristóteles
 Com o ambiente cultural das escolas e o surgimento das universidades (XI),
desenvolveu-se uma produção filosófica denominada escolástica.
 A partir do século (XIII), o aristotelismo penetrou de forma profunda nesse
pensamento.

São Tomás de Aquino (1226 – 1274)


 O tomismo também teve objeto claro de não contrariar a fé, empenhando-se
em organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as
relações do cristianismo.
 Tomás de Aquino reviveu em grande parte o pensamento aristotélico em
busca de argumentos que explicassem os principais aspectos da fé cristã.
 As quatro causas aristotélicas, o princípio de não contradição, as noções de
substância, ato e potência foram fundamentais para a fundamentação da
prova racional da existência de Deus.
 Algumas “correções” são feitas por Tomás de Aquino ao cristianizar o
pensamento aristotélico. Por exemplo, o vir a ser, passagem do Ato para a
Potência, mesmo em seres da natureza, não é autodeterminado, pois quem
define essa mudança é Deus. Tomás também cria uma distinção entre a
coisa e a essência (antes profundamente associadas, já que sem sua
essência, uma coisa não existe).
 Deus é o único ser que existe em plenitude, ou seja, que sua existência
coincide com sua essência. Para um ser humano, existir é o ato de ser sua
essência, mas o ser humano está exposto a possibilidade de deixar de existir,
deixando de participar de sua essência. Como Deus é o ser pleno, Ele existe
sempre e permite que outras essências se realizem em seres existentes.

Teoria das cinco vias


A fim de provar racional a existência de Deus, em sua obra, Suma Teológica,
Tomás expõe os argumentos que ficaram conhecidos como cinco vias.
 Motor imóvel - Tudo que se move precisa ser movido por alguém, mas quem
moveu esse alguém? Isso iria ao infinito se não houvesse um motor imóvel,
ou seja, algo que dê origem a todo movimento, mas que não se move. Tomás
de Aquino diz que esse motor é Deus.
 Causa primeira - Tudo que existe precisa ter sido criado, não é possível que
tudo tenha em si mesmo sua origem, mas se uma coisa dá origem à outra é
preciso que haja uma causa que tenha causado a sucessão dos efeitos, essa
primeira causa é Deus.
 Necessário e contingente - Tudo que existe um dia não existiu e pode se
extinguir, mas se tudo é contingente nada poderia existir. Já vimos que para
que algo exista é preciso que alguma coisa anterior dê origem, logo, há um
ser que sempre existiu sem ter sido gerado por nada, um ser necessário, que
é gerador de todos os seres.
 Graus de perfeição - todas as coisas são melhores ou piores quando
relacionadas a outras, precisa haver um paradigma de comparação. Se uma
coisa é mais ou menos quando comparada com outras, é preciso admitir que
há um ser que contém em si todas as perfeições em seu máximo grau, esse
ser é Deus.
 Finalidade do ser - Todas as coisas na natureza obedecem a uma ordem e
se orientam a um fim, como a flecha orientada pelo arqueiro. Assim existe um
ser que ordena todas as coisas e faz com que tudo chegue a seu fim, esse
ser é Deus.
Transição histórica
O momento que São Tomás de Aquino trouxe esses pensamentos, estava meio
estremecido, pois pouco tempo depois, tem-se à reforma protestante.
Aos poucos tem-se uma transição histórica, uma vez que o cristianismo estava
sendo difundidos em pensamentos diferentes, novas perspectivas aconteciam.
Período medieval (teocentrismo, geocentrismo) e o modernismo (antropocentrismo,
heliocentrismo por Copérnico).
Tem-se maior liberdade e diversidade de outros teóricos.

Descartes e o Racionalismo
Introdução ao pensamento cartesiano
 Descartes é um racionalista.
 Racionalismo: É a corrente da teoria do conhecimento que acredita que o
conhecimento tem origem na razão.
 Descartes é autor da frase “penso, logo existo”.
 Descartes é autor do plano cartesiano.
 Descartes pertenceu a um período histórico de tensões religiosas.

Método cartesiano
 O método (inspirado no rigor matemático e na razão).
 Visa encontrar algo de firme e inabalável nas ciências.
 A dúvida metódica é essencial, e esta consiste em me duvidar de todas as
coisas até encontrar alguma verdadeira indubitável.
 1- Evidência: não admitir nenhuma coisa como verdadeira se não a
reconheço evidentemente como tal.
 2- Análise: dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quanto
possíveis.
 3 - Síntese: Concluir por ordem meus pensamentos
 4- Desdobramentos complexos: merecem uma atenção especial
 O método cartesiano consiste em através da dúvida encontrar uma verdade
indubitável

Etapas do método
 Raciocínio científico, fazendo uma análise da parte metafísica.
 Dúvida metódica (todas as verdades sob o crivo da dúvida).
 1ª dúvida (argumento dos sentidos): Já fui mais de uma vez enganado por
minha sensibilidade. Ora, se os sentidos já me enganaram uma vez, que
garantia tenho eu de que não me enganarão novamente? O que sobrevive:
as impressões sensíveis mais fortes (de minha própria existência, por
exemplo)
 A dúvida do sonho foi a segunda etapa do método. Essa dúvida consiste no
questionamento da realidade.
 O gênio maligno é a terceira ideia do método. Essa dúvida consiste na
possibilidade de haver um ser todo poderoso que nos engana.
 Descartes questiona a realidade em seus fundamentos.

Metafísica
 Algo que está além do plano físico
 “Penso, logo existo” --> O cogito, foi à primeira verdade encontrada por
Descartes.
 Descartes refuta o argumento do gênio maligno com a definição de Deus
como suprema bondade.
 Deus = toda bondade (A evidência que me conduz Deus e Deus me garante
a evidência).
 Para Descartes a bondade de Deus não nos deixaria sob o julgo deum gênio
maligno, por tanto Deus existe.
 Ideia de Deus existente nele
 Para Descartes a ideia de Deus é inata e por esse motivo Deus existe, pois
um ser inferior não pode dar origem a um ser superior.

Empirismo inglês: John Locke


Contexto histórico
 Após a transição do período medieval para o médio (antropologia,
humanismo...)
 Revolução científica: retomada da ciência;
 Comprovação empírica (através da experiência);
 Empirismo: Corrente de pensamento que busca compreender tudo através da
experiência.

Tábula rasa
 Descartes defendia o inatismo: são ideias que existem no espírito (local
onde homem armazena o conhecimento) humano, são anteriores ao
nascimento e coordenam o modo que o homem conhece;
 Para Locke (tábula rasa): A mente é algo desprovido de conteúdo, em que os
dados da sensibilidade vão imprimindo as ideias que se pode conhecer;
 Tábula rasa pode ser associada a uma folha em branco

Sensação x Reflexão
Os racionalistas os sentidos são altamente falíveis, já os empiristas como eram
outro lado, afirmavam que os sentidos são capazes de gerar o entendimento.
 Sensação: Entendimento voltado para os sentidos
 Reflexão: Entendimento voltado para à análise racional.
A experiência externa deriva as ideias simples da sensação
Exemplo: Conceito de cor, movimento, etc.
A experiência interna deriva as ideias simples da reflexão
Exemplo: Dor

Qualidades
Locke chama de qualidade o poder que as coisas tem de produzir as ideias e
distingue-as em:
1) Primárias: São as qualidades reais dos corpos das quais as ideias
correspondentes são cópias exatas. (Exemplo: Ver uma árvore caindo, gera uma
ideia exata do que acontece)
2) Secundárias: São as possíveis combinações de ideias, sendo em parte subjetiva,
de modo que as ideias delas não correspondem exatamente aos objetos. (Exemplo:
Ideia sobre copo, mas nem todos os copos são iguais, logo é pessoal).

Tipos de ideia
Locke defende que a mente tem o poder de operar combinações entre ideias
simples formando ideias complexas. As ideias complexas podem ser:
1. Ideias de modo (ideias simples voltadas para substância)
2. Ideias de substância (costume de supor algo em que subsistem ideias)
3. Ideias de relações (surgem do confronto de ideias no intelecto)

David Hume e a retomada do empirismo


O empirismo lógico
David Hume nasceu na Escócia em 1711. Ele foi o maior expoente do iluminismo
escocês e um dos principais filósofos britânicos do empirismo. Além de um empirista
radical, Hume também foi reconhecido por seu ceticismo filosófico. Seu ceticismo é
crítico aos outros pensadores empiristas que acreditavam na possibilidade de um
conhecimento verdadeiro, mas sua crítica se direciona principalmente a Descartes e
seu pensamento teológico-metafísico.
David Hume foi a base da filosofia Kantiana (Immanuel Kant).
Empirismo lógico
 Reavaliação da base empírica de Francis Bacon (método empírico-indutivo)
 Surge uma nova visão de ciência (mais humana)
 David Hume escreve no século XVII suas ideias.

A crítica à teoria dos ídolos


 Questiona o mito da objetividade absoluta na ciência, relacionando a
subjetividade humana na relação.
 Todas as Ciências são do homem para o homem.

As impressões pessoais
Para Hume, toda experiência leva as ideias, só que no meio delas temos as
impressões pessoais (subjetividade).
Ou seja, cada pessoa tem uma certa impressão sobre um mesmo assunto.
As ideias podem ser primárias (que derivam das impressões pessoais) ou ideias
secundárias que derivam as ideias) logo é necessária uma relação pautada pela
lógica.

A relação entre ideias e as questões de fato


Ideias: O pensamento humano depende da lógica para existir
Exemplo: Todo triângulo tem 3 ângulos
Questões de fato: No mundo material as relações não precisam ser completamente
lógicas.
Exemplo: Nem toda rosa é rosa (rosa vermelha)

A questão da validade do conhecimento


David Hume é um pensador cético, ou seja, ele duvida que possa haver qualquer
conhecimento indubitável. Assim, o entendimento humano possui limites
bastante estreitos, afinal de contas estamos submetidos aos sentidos e aos
hábitos, o que nos leva a produzir conhecimentos que, na melhor das hipóteses,
são apenas prováveis, mas nunca certezas absolutas. Hume questiona o
princípio de causalidade, bem como a metafísica existente na sua época.
O ceticismo é uma corrente de pensamento existente desde os antigos e é
retomada pelo pensamento moderno, notadamente no campo da teoria do
conhecimento. Em linhas gerais, ceticismo é justamente a dúvida ou suspeita sobre
todo e qualquer tipo de conhecimento. O cético, portanto, é aquele que duvida da
possibilidade do conhecimento verdadeiro, restando-nos apenas, como dissemos
acima, conhecimentos prováveis. O ceticismo humeano nasce na medida em que
ele defende que todo conhecimento humano provém das experiências que
temos através de nossos sentidos. Não há, seguindo esse ponto de vista, uma
razão pura capaz de encontrar uma base sólida para um conhecimento
inquestionável ou indubitável. Se, portanto, o conhecimento provém da
experiência (tese empirista), e a experiência sensível é variável, logo nenhum
conhecimento pode ter uma pretensão universal de validade.

A questão da origem do conhecimento


O conhecimento, segundo Hume, deriva sempre de percepções individuais, que
podem ser impressões ou ideias. A diferença entre impressões e ideias é apenas o
grau de vivacidade com o qual afetam nossa mente. De um lado, as impressões são
percepções originárias e que, por isso mesmo, são mais vivas, como por exemplo,
ver, ouvir, sentir dor, etc. De outro lado, as ideias são percepções mais fracas por
serem derivadas, por serem “pálidas cópias” das impressões. Desse esquema
conceitual podemos concluir que, segundo David Hume, não há ideias inatas em
nossa mente, isto é, ideias que teriam nascido conosco e que seriam, portanto,
independentes da experiência. Toda ideia que existe em nossa mente é derivada
das nossas impressões.
Há, no entanto, ideias complexas, que nascem da associação entre ideias
através da nossa imaginação. Assim, se combinamos em nossa mente a ideia de
lobo, por exemplo, com a ideia de homem, podemos formar a ideia de “lobisomem”.
Essas associações se sucedem na vida psíquica do ser humano, combinando-se
por semelhança, contiguidade ou causalidade
A associação por semelhança ocorre quando uma impressão se liga à uma ideia
anterior já contida na mente, como uma rememoração. Hume exemplifica que uma
pintura sobre um lugar ou uma pessoa nos remeteria a pensar sobre o lugar ou
pessoa em si. Já a contiguidade no tempo e no espaço é uma associação
relacionada à conexão possível entre os objetos que geram as percepções e ideias.
Pensar num cômodo de uma casa pode levar a pensar no restante dos cômodos,
assim como pensar em um lápis pode levar a pensar em uma borracha. E a
associação por causalidade ocorre quando se observa uma relação entre causa e
efeito, percebendo as impressões geradas por essa relação ou remetendo às ideias
já consolidadas sobre o evento. Hume exemplifica a ferida como exemplo de
causalidade, pois pensar numa ferida invariavelmente leva a pensar sobre a dor
conseguinte.

Tipos de raciocínio e o problema da causalidade


Hume afirma que existem dois tipos de raciocínio, o demonstrativo e o provável. O
raciocínio demonstrativo é o do tipo autoevidente, como proposições
matemáticas. Não é necessário comprovação empírica de sua validade e negar
esse raciocínio envolve uma contradição lógica. Esse tipo de raciocínio é o típico da
dedução, que traz, antes de qualquer experiência ou “testagem” sua carga de
validade (falso ou verdadeiro).
Já o raciocínio provável está baseado na experimentação. Ele não é
autoevidente e necessita de verificação ou confirmação para que se tenha certeza
absoluta da sua validade. Esse tipo de raciocínio é formado por qualquer proposição
que não seja de base puramente lógica, por exemplo “o banheiro é a segunda porta
à direita”, é preciso ir até a segunda porta à direita para se ter certeza de que o
banheiro é ali, sua validade depende de comprovação. Dessa forma, caso não seja
“testado”, um raciocínio provável nunca poderá ser afirmado como absoluto.
A crítica à noção de causalidade nasce da confusão que Hume afirma ser comum
entre esses dois tipos de raciocínio. Para que a associação de causalidade
(conexão necessária entre dois fenômenos) pudesse ser considerada como válida
seria preciso haver uma impressão anterior que lhe desse origem. No entanto, para
Hume, não há nenhuma impressão correspondente à noção de causalidade.
Isso significa, então, que as relações de causalidade entre fenômenos se referem
ao nosso hábito de pensarmos esses fenômenos como ligados um ao outro,
mas não a uma relação real entre objetos externos a nós. O exemplo mais
famoso que Hume utiliza para explicar essa teoria é o seguinte: Por mais que
sempre tenhamos associado ao nascer de um novo dia ao nascimento do sol, por
mais que isso sempre tenha ocorrido até o dia de hoje, isso não significa que essa
conjunção de fenômenos seja necessária. Nada garante a necessidade do
surgimento do sol no dia de amanhã.
Assim, o máximo que podemos alcançar, do ponto de vista do conhecimento, é
uma grande probabilidade de que um evento ocorrerá ou não ocorrerá, mas nunca
podemos extrair uma certeza, dado que não existe nenhum conhecimento a priori,
isto é, independente de nossa experiência sensível. Hume afirma que nós temos
uma tendência a interpretar nossas inferências como leis da natureza (é assim que
o método indutivo funciona).
Nossos hábitos e crenças nos fazem formular supostas leis e supostas conexões
necessárias entre eventos que, em última análise, são apenas sucessões de fatos e
sequência de eventos sem nenhum nexo causal. Por termos habitualmente
observado esses fenômenos se sucederem acreditamos que eles ocorrerão
novamente, o que não é garantido segundo o filósofo escocês. Associações por
causalidade se configuram então como raciocínios do tipo provável, mas em
situação de demonstrativos (indubitáveis). Essa é a crítica ao método indutivo
dirigida por Hume, pois, experimentar um fenômeno muitas vezes não torna
indubitável o que é provável. No final, somos guiados por nossos hábitos.

Síntese Kantiana: Juízo de fato, juízo de valor e os juízos


kantianos
O que é um juízo?
 Juízo é atribuir predicado a um sujeito, tem um aspecto de julgar.
 Todo juízo é um julgamento.
 Kant buscou resolver o problema do conhecimento e fala de um tipo de juízo
bem especifico.

Juízo de fato e juízo de valor


Juízo de fato: Trata da avaliação criada a partir de uma realidade vivida; refere-se
às coisas de modo objetivo.
Juízo de valor: Está voltado para percepções individuais pode ter uma avalição
pejorativa e ter por base fatores culturais, sentimentos, ideologias...

Síntese kantiana entre racionalismo e empirismo


Período moderno
O pensamento/conhecimento divide-se em
 Racionalismo: conhecimento gerado pela razão. Descartes.
 Empirismo: conhecimento gerado pela experiência. Locke, Bacon e Hume

Tipos de juízo segundo Kant


Faz a distinção entre sujeito (detentor do conhecimento) e predicado (vem através
disto)
 Juízos analíticos: Juízos em que o predicado pode estar ou não contido no
sujeito, sendo uma análise pura, não acrescenta conteúdo ao sujeito
 Juízos sintéticos a posteriori: São aqueles em que o predicado vai se
relacionar ao sujeito por uma síntese; é sempre empírica
 Juízos sintéticos a priori: São juízos em que o predicado não é extraído do
sujeito, mas pela experiência como algo novo.

Moralidade em Kant
Metafísica dos costumes
Kant busca no problema da moralidade princípios racionais e científicos, sendo ao
mesmo tempo universalmente válidos, mas também adaptados ao cotidiano dos
questionamentos morais.
A fundamentação racional dos costumes só pode residir na razão.

Boa vontade
Kant analisa a “boa vontade” como aquela que parte dos princípios corretos
Toda ação guiada pela boa vontade possui princípios
1) Agir conforme o dever: quando o foco está nas consequências
2) Agir por dever: é não ter como base das ações as consequências e as
inclinações pessoais e se guiar apenas pelo dever

Os imperativos
Imperativo: Uma lei que sirva de princípio geral, como uma ordem, pois assim
combina com o caráter do dever, mas deve ser uma ordem direta de caráter
universal
1) Hipotéticos: São aqueles cujas obrigações se fazem para atingir um objetivo,
atrelados aos objetivos particulares.
2) Categóricos: São aqueles cuja tomada de decisão é mobilizada por se encontrar
com um princípio geral de dever.

Autonomia do esclarecimento
A autonomia é a questão principal para o esclarecimento humano.
Esclarecimento: “Saída do homem de sua menoridade pela qual ele próprio é
responsável”
Kant aponta como menores aqueles que tomam suas ações por meio da tutela de
outro grupo ou pessoa.
O que impede o homem de ter esclarecimento e ter autonomia e sair da sua
menoridade dentro do pensamento racional segundo Kant: Preguiça e comodidade.

Dever e liberdade
Somente o home livre pode usar plenamente a razão.
Kant entende que o despertar da razão não deve ser confundido com o
questionamento sem lógica e o que é aplicado.
O homem esclarecido é aquele que consegue reconhecer qual dever é justo e qual
dever não é justo.

As ideias de Maquiavel
Contexto histórico
Maquiavel era chanceler de Florença (Itália ainda não tinha se unido)
Período em que Florença passava por uma transição política muito grande, vivia-se
o renascimento.
Principal filósofo renascentista, Nicolau Maquiavel (1469-1527) ficou famoso,
sobretudo, por seus escritos a respeito da política. Vivendo no contexto de formação
dos Estados nacionais modernos e de desintegração das sociedades políticas
medievais, o pensador que viveu em Florença refletiu a respeito de seu tempo e
propôs uma série de ideias revolucionárias. Exatamente por isso, Maquiavel é
conhecido como o fundador do pensamento político moderno.
Nesse período vive-se a ideia da monarquia, esperando extrema fidelidade ao
monarca, Maquiavel foi fiel ao pensamento dele.
Dentro de todo contexto, família A é deposta e entra família B, família B sai e a
Família A volta e Maquiavel continuava lá.
Maquiavel foi preso por isso (uma vez que alegaram que ele não era fiel a seu
monarca)
Maquiavel foi mandado para exílio, onde escreveu o livro “O príncipe”

O Príncipe (1532)
Maquiavel escreveu durante seu exílio.
Escreveu em algumas semanas.
O livro só é lançado 5 anos após sua morte, pois era um livro voltado para
concepções pessoais, fez um livro baseado em um outro príncipe, um exemplo a ser
seguido, e para “alfinetar” a família que ele servia, algumas pessoas não
enxergaram no ponto de vista dele, e deram uma segurada na publicação do livro.
Mostra o quanto a figura do monarca, era vista como absoluta.

Virtú e Fortú
A virtú seria o conjunto de atributos e qualidades que o príncipe deveria ter.
A fortú seria a sorte, o destino a que está determinado.
Cabe ao príncipe ter essa ideia da sorte (fortú) unida com a virtú (suas virtudes)
para conseguir deliberar e solucionar tudo aquilo que for necessário dentro do reino.
O soberano tem que estar pronto para qualquer situação. O rei deve ter um
posicionamento preciso, que deve saber o que fazer.

Moralidade do príncipe
Livro: O príncipe
Escrito: 1513
Lançado: 1532
A moralidade do príncipe não deve ser questionada.
Para alcançar determinada coisa, ele pode fazer o que quiser (os fins justificam os
meios)
Monarca poderia fazer o que quiser.

Fins e meios
“Os fins justificam os meios” ATRIBUÍDA a Maquiavel (mas ele nunca disse)
Se o objetivo foi alcançado, a maneira (o que você fez) não importa.
O príncipe deve ser rígido até determinado ponto.
“É bem mais seguro ser temido do que amado” Maquiavel, “o príncipe”.
Os homens são altamente corruptíveis, está ao fato de buscarem o que é melhor
para si.
O príncipe deve equilibrar amor e temor, do contrário se tiver que escolher, deve-se
escolher o temor.
Este temor não pode ser muito rígido, assim o povo não se voltaria contra ele.

O Contratualismo - Thomas Hobbes


Quem foi Thomas Hobbes?
Thomas Hobbes, filósofo inglês nascido em 1588;
Hobbes é o autor do livro “O Leviatã”;
O Leviatã é um termo bíblico;
O Leviatã é um monstro marinho de grande poder;
Hobbes é um pensador mecanicista (gostava muito das ideias de Galileu);
A filosofia de Hobbes, principalmente a teoria do conhecimento, se baseia no modo;
mecânico que o cérebro humano funciona;
Hobbes, Locke, Rousseau e Montesquieu são os pensadores políticos mais;
importantes da modernidade;
Hobbes defende a formação do Estado;
França e Inglaterra foram pioneiras na formação do Estado nacional.

Estado de natureza
Segundo Hobbes, o homem antes do surgimento do Estado, vivia em estado de
natureza, ou seja, com toda sua violência e animalidade.
Para Aristóteles o homem é naturalmente sociável, mas ele não acredita no estado
de natureza anterior à política, como Hobbes
Em uma sociedade sem regras o homem é livre para fazer qualquer coisa, até
mesmo prejudicar seus semelhantes, podendo agir do modo que quiser.
Para Hobbes o homem é livre e é justamente essa liberdade que favorece o
surgimento do Estado.
O Estado surge como um conciliador de liberdades.

Porque precisamos de um Estado?


O homem é livre e deseja permanecer assim.
A liberdade sem regras faz com que os homens se tornem perigosos uns para os
outros
“O homem é o lobo do homem” Hobbes
O estado de natureza é marcado pelo caos e pela desordem social
A necessidade de criar o Estado é a preservação da própria vida em detrimento da
liberdade.
O Estado com suas leis obriga o homem agir mais pela razão e menos pelas
paixões.

Contratualismo
Na teoria contratualista existe um contrato imaginário que todo nós assinamos
cedendo nossa liberdade ao Estado.
Nós abrimos mão de parte de nossa liberdade para que ele possa, com suas leis,
por ordem à sociedade.
O Estado é uma instância que regulamenta a vida social.
O contrato social é para todos.
Para Hobbes o Estado é fruto de um processo.
Para Hobbes o contrato social não pode ser desfeito por um homem.

Absolutismo
Hobbes defendia o regime monárquico.
O rei teria o direito de intervir em qualquer situação para garantir a ordem social.
O rei só interviria em situações que trouxessem desordem social.
Quando o homem desrespeita o poder do rei ele desrespeita a si, uma vez que ele
mesmo escolhe trocar sua liberdade pela ordem do Estado
O Estado é uma instituição política que organiza a sociedade.
Hobbes não acredita na ordem social anterior ao surgimento do Estado.
Teoria contratualista – John Locke
Dois tratados sobre o governo
Em um período marcado fortes mudanças políticas, especialmente pela formação
dos Estados nacionais e pelos conflitos religiosos surgidos após a Reforma
Protestante, alguns importantes filósofos, conhecidos como contratualistas,
tomaram a peito a tarefa de encontrar uma nova resposta para o mais tradicional
problema da filosofia política.
Primeiro livro: Vai contra, de uma forma inicial, a providência divina e relação ao
monarca.
“O rei era escolhido por Deus” (ele achava autoritário)
Segundo livro: Vai começar a desenvolver melhor, seu pensamento político,
defendendo a parte contratualista
Hobbes, Locke e Rousseau (CONTRATUALISTAS)
São considerados contratualistas, pois fazem uma análise da sociedade antes e
depois de uma lei estabelecida, de normas e padrões.

Estado de natureza
Locke é considerado o pai do liberalismo político, uma concepção que vê na
garantia da liberdade o papel central do governo.
Com efeito, segundo Locke, o estado de natureza é um estado sem lei política, mas
não é um estado absolutamente sem lei: vigora nele a lei moral racional, chamada
por ele de lei da natureza, a qual nos indica o que é certo e errado
independentemente da lei estabelecida pelo Estado. Com efeito, já no estado de
natureza, os homens são capazes de perceber pela razão que são iguais e que,
portanto, devem tratar-se de modo igualitário: é a igualdade essencial de todos os
homens que exige um respeito igual de uns para com os outros.

Contrato social
Por sua vez, também segundo Locke, da lei natural se derivam direitos naturais, isto
é, certos bens básicos que todo ser humano merece ter reconhecidos. Tais direitos
(embrião da ideia futura de direitos humanos), segundo Locke, são três: o direito à
vida, à liberdade e à propriedade privada.
Sua decorrência da lei natural seria nítida: se todos os homens são iguais, um não
tem direito a tomar a vida do outro; se todos os homens são iguais, um não tem
direito a se impor sobre a liberdade do outro; se todos os homens são iguais,
ninguém tem direito a tomar para si aquilo que o outro adquiriu com seu trabalho.
Vê-se assim que o trabalho seria o fundamento do direito à propriedade privada e
que todos os três direitos se reduzem à defesa da liberdade do indivíduo frente aos
demais.
A sociedade civil, o contrato, o governo e o Estado vêm ao lado do indivíduo,
protegendo-o.
Por sua vez, uma vez que a função do contrato social lockeano não é garantir a paz,
mas sim garantir uma mais eficiente aplicação da justiça da lei da natureza e um
mais seguro uso dos direitos naturais, tal contrato não implica, segundo o filósofo, a
renúncia completa da liberdade

Sociedade civil
Sociedade civil, vem com uma ordem estipulada, leis específicas.
o. A lei civil deve apenas exprimir e garantir a perfeita execução da lei natural e dos
direitos básicos. Inclusive, para Locke, caso o governo não cumpra com seu papel e
viole a lei moral e os direitos naturais, o povo tem o direito e mesmo o deve de se
rebelar, afinal, um contrato quebrado não tem mais qualquer valor

Diferença entre monarquias


Monarquia absolutista: O soberano possui TODO o poder (defendida por Hobbes),
ninguém pode questionar poder e decisões do rei.
Monarquia Constitucional: O Estado (política e governabilidade) vem na sociedade
civil com o objetivo de auxiliar o indivíduo (defendida por Locke). O homem pode
tem o direito de ir atrás do que ele merece, possibilidade de punição para com o
monarca. Parlamento vem auxiliar politicamente.

Teoria Contratualista – J.J. Rousseau


Os antecedentes
Absolutismo ---> Teoria Hobbesiana “Pacto Social” --> “O homem é o lobo do
homem”

O estado de natureza
Jean-Jacques Rousseau foi o mais importante filósofo iluminista a se dedicar à
filosofia política. Seus textos sobre a origem e os limites do poder do Estado
obtiveram enorme repercussão não apenas nos debates filosóficos, mas em toda a
sociedade europeia do século XVIII, tendo grande influência, por exemplo, na
Revolução Francesa. Tal como Locke e Hobbes, Rousseau era um contratualista.
Chegou ele, porém, a conclusões totalmente diferentes dos dois pensadores
ingleses. Ao analisar qual seria a condição do homem no estado de natureza, sem
qualquer tipo de laço político, totalmente livre e independente, Rousseau não
concluiu que esse estado seria de guerra de todos contra todos como pensava
Hobbes, tampouco que seria guiado por uma lei natural da razão, de acordo com o
que imaginava Locke. Rousseau, na verdade, pensava que o estado de natureza
seria um estado de absoluta paz e tranquilidade, mesmo sem qualquer lei, política
ou racional, que o regulasse. É que, para o filósofo iluminista, o homem é
naturalmente bom; a sociedade é que o corrompe. Segundo Rousseau, sem a
intervenção das normas sociais, o homem se comportaria como um animal,
guiando-se não pela sua razão, mas sim por instintos (é a chamada “teoria do bom
selvagem”).
Não existe propriedade privada, tudo é coletivo.

Emílio ou educação
Como, para o filósofo, os instintos mais básicos do homem são o amor de si
(interesse pelo próprio bem-estar e conservação) e a piedade (repugnância natural
pela morte ou sofrimento de qualquer ser sensível, em especial os semelhantes),
então o estado de natureza seria, a princípio, totalmente pacífico, pois os homens
jamais se atacariam gratuitamente. Por que, então, surgiu o Estado político? Bem,
os problemas no estado de natureza se iniciaram quando surgiu a propriedade
privada.

O contrato social
“O homem nasce livre, mas por todas as partes encontra-se acorrentado”
Rousseau.
Os indivíduos não vão dar a liberdade deles para o Estado, eles vão exercer a
liberdade através da escolha desse líder, de uma constituição.
As Constituições liberais vão ser partes das Repúblicas Representativa.
A princípio somente um modo de cada um manter sua sobrevivência, a propriedade
acabou por introduzir a desigualdade social, opondo ricos e pobres e gerando uma
série de conflitos e lutas por poder. Foi quando surgiu a necessidade de um poder
comum para regular a vida das pessoas e as regras de justiça e moralidade ditadas
pela razão se tornaram mais importantes que os instintos e sentimentos naturais:
surgiu a política. Perceba, porém, que o Estado não surge aí como um bem, mas
sim apenas para impedir um mal maior. Ideal mesmo seria que tudo permanecesse
tal como antes da propriedade privada. Como, porém, isso não é possível, como o
homem já se encontrava irremediavelmente corrompido pela vida em sociedade,
então que haja a política. É necessário lembrar, porém, diz Rousseau, que o
contrato social não é um acordo entre senhores e escravos, mas sim um pacto
político entre iguais para instaurar uma vontade geral que deverá sobrepor-se a
todas as vontades particulares. Assim, é necessário diferenciar governo e
soberania. Se o governo pode ser exercido por um único indivíduo ou um grupo
limitado, a soberania, por sua vez, é e permanece sempre sendo do povo como um
todo. Na medida em que o governo não cumpra a vontade geral, o povo tem todo o
direito de substituir aquele que não está exercendo corretamente sua função. Não à
toa, Rousseau era um crítico do absolutismo considerava a democracia uma forma
superior de governo.

As influências do iluminismo (Rousseau, Montesquieu...)


Revoluções burguesas: Independência dos EUA, Revolução Francesa (1789)
Democracia: Constituição (Direitos e Deveres)

Montesquieu: a divisão dos três poderes


O espírito das leis
Nome real: Charles-Louis de Sécondat
O livro coloca as leis que regulam as sociedades humanas como tema central
Para o autor, todos são governados por algum tipo de lei (divina, natural,
governamental ...)
A lei nunca é algo individual, pode ser pensada a partir de uma relação entre seres
coisas ou pessoas
Montesquieu diz que toda sociedade é regulada por algum tipo de lei.

Leis positivas
São leis humanas que são ciadas e se adequam as diversas sociedades.
1) Relações entre governados: questões de ordem social
2) Relações entre governantes e governados: questões de poder
3) Relações entre estados: política externa
As leis positivas possuem teor particular (pois existe um multiculturalismo) e singular

Formas de governo
Apresenta três formas de governo possíveis: um governo monárquico, um governo
despótico ou um governo republicano
Montesquieu apresenta claras indicações de aproximação com o governo
monárquico
Contrapoderes: devem ser focados nas diferentes funções estatais, diversificando o
poder e evitando que ele se concentre nas mãos do monarca

Modelo ideal
Monarquia: Escolhida como o tipo de governo ideal
“Contrapoderes”: instâncias focadas em diferentes funções

Separação dos poderes


A divisão das funções busca fundamentalmente não concentrar na mão de uma só
pessoa ou de um só grupo o poder.
Executivo: Administrar as leis
Legislativo: Criar as leis e regulamentos
Judiciário: Julgar o cumprimento das leis
É necessário que cada poder tenha independência de atuação.
Poder de veto: evitar que leis absurdas sejam geradas

Adam Smith e a economia


Conceito de economia
A palavra economia é formada pelos termos oikos, que significa “casa” e nomos,
que significa “norma/costume”.
Inicialmente, verifica-se o termo relacionado à administração do lar, mas ao longo
da história seu significado passa a ser entendido como a organização de uma
determinada região.

Os sentimentos e a moral
Livro: A riqueza das nações.
Teoria dos sentimentos morais.
Adam Smith analisa a influência dos sentimentos na ação economia.
Adam Smith, estabelece que os indivíduos são dotados de um conjunto de
sentimentos. Porém, os comportamentos não residem neles, mas também nos
somatórios dos sentimentos e o resultado da experiência.
O amor próprio é a relação do indivíduo consigo (sua visão de mundo, conquistas e
etc), esse amor próprio pode ser mostrado e você adquire um sentimento de
“simpatia” (capacidade de auto projeção nos sentimentos dos outros).
Ele fala que a simpatia, apesar de ser algo positivo, está diretamente ligada ao
egoísmo, e fala que as coisas são ligadas, portanto, deve-se observar o
comportamento do indivíduo dentro da sociedade.

Simpatia x Egoísmo
Simpatia x Egoísmo
Apesar de serem sentimentos opostos, são complementares. Os efeitos da
solidariedade são retirados da simpatia.
Egoísmo: agir sem ter o outro como critério.
Análise moral de Adam Smith lançam as bases de sua economia.

A riqueza das nações


Trabalho como única fonte de riqueza de uma sociedade. Até essa obra, os autores
consideravam que a riqueza vinha do comércio externo.
O trabalho cooperado gera mais riqueza
O tempo de trabalho deve ser otimizado para acelerar a produção e o lucro.

A "mão invisível"
A pobreza extrema não pode ser admitida, pois isto gera carência no mercado
consumidor.
A pobreza impede o consumo e necessariamente o lucro
A “mão invisível” é a ideia de que não caberia ao estado regular as relações em
geral, já que o interesse individual acaba sendo responsável pela coesão social.
A mão invisível está muito voltada para o interesse pessoal.

O excedente e o silêncio
Trabalhadores produtivos são aqueles que geram excedentes.
Marx, tinha o conceito de mais valia (é a exploração que o burguês impõe ao
proletariado)
Maior divisão = maior excedente, maior capital.
Salário: convenções e regras, barganha, acúmulo de capital e quantitativo
populacional
Convenções e regras: valor que o empregador deve pagar ao empregado.
Salário: meritocracia.

Hegel e a dialética
Introdução ao Pensamento Hegeriano
Pontos básicos
 Espírito para Hegel não é uma realidade transcendente
 Entendimento da realidade do Espírito (Para Hegel, o espírito é a própria
realidade ou história).
 Movimento da realidade
 Espírito é a substância da realidade.
Principais obras
 Fenomenologia do Espírito
 Princípio da filosofia do direito
 Lições sobre a história da filosofia

Dialética
 A realidade não é estática, mas dinâmica.
 Entendimento por meio da superação de contradições.
 A realidade se altera em um processo de contradição.
 Não é um método de pensar a realidade, mas o movimento real da realidade.
 A dialética é a própria realidade.

Estrutura Dialética
A realidade é um movimento de afirmação e negação, gerando assim uma
conclusão.
1) Tese: a tese (ou afirmação), quando uma determinada ideia ou perspectiva se
põe na história
2) Antítese: a antítese (ou negação), momento em que a tese original é substituída
por uma que lhe é inteiramente contrária
3) Síntese: Em que surge uma terceira perspectiva, a qual soluciona o problema em
questão de um ponto de vista mais alto, integrando aspectos tanto da tese quanto
da antítese.
Para ficar mais claro, usemos um exemplo do próprio Hegel. Segundo o autor
alemão, o processo dialético é facilmente perceptível na história das religiões. De
fato, o primeiro modelo religioso a se manifestar na história, ainda nas sociedades
primitivas, foi o politeísmo - ele é, portanto, a tese ou afirmação. Posteriormente, ao
longo do desenvolvimento histórico da humanidade, tal modelo foi questionado por
um outro que é o seu exato oposto: o monoteísmo - que é, portanto, antítese ou
negação. Por fim, com o surgimento do cristianismo, surgiu a síntese ou superação,
que é o dogma da Santíssima Trindade. Com efeito, ao crer em um único Deus,
dotado de uma única essência, mas composto de três pessoas (Pai, Filho e Espírito
Santo), o cristianismo supera a contradição entre monoteísmo e politeísmo, pois
integra elementos de ambos numa síntese maior. Esta síntese revela, pois, que
aquela contradição entre politeístas e monoteístas não era uma oposição real, mas
apenas uma preparação para um maior aperfeiçoamento da humanidade.
Outros exemplos dados por Hegel dizem respeito à história da filosofia. Por
exemplo, entre os pré-socráticos, o primeiro filósofo, Tales de Mileto, propôs que a
arché, o princípio de tudo, era a água, algo material (tese); por sua vez, o segundo
filósofo, Anaximandro, negou isto e afirmou que a arché era algo imaterial: o
ápeiron, o infinito, o ilimitado (antítese). Por fim, Anaxímenes, o terceiro filósofo,
operou a síntese ao escolher como arché o ar, que é um elemento material, mas,
dos materiais, o menos material de todos, uma vez que é volátil e não pode ser
visto, nem tocado, nem apreciado pelo paladar - e ouvido apenas quando está em
movimento. No mesmo sentido, diz Hegel, pode-se dizer que o racionalismo de
Descartes é tese, o empirismo de Hume é antítese e o criticismo de Kant síntese.
Perceba-se em todos esses exemplos que há um progresso, uma melhora, um
aperfeiçoamento histórico, mas que este não se dá de modo linear e contínuo, mas
sim dialeticamente, isto é, por meio de contradições. É necessário, aliás, salientar,
que tal processo é infinito, uma vez que, tão logo se estabelece, a síntese
transforma-se em uma tese, que será negada por uma nova antítese e assim por
diante. Não à toa, o dogma da Trindade encontrou seus críticos, bem como o as
teses de Anaxímenes e de Kant. A história, assim, progride de maneira espiralada,
num ciclo sem fim, que se encaminha sempre para o aperfeiçoamento do homem e
a maximização de sua liberdade.

A Realidade no Pensamento Hegeriano


 Tese: Afirmação ou situação dada
 Antítese: É uma oposição à tese
 Síntese: Desse conflito (tese x antítese) surge a nova situação.
 Marx foi influenciado pelo pensamento de Hegel
 A história se refaz o tempo todo, logo, é um ciclo que não se fecha

O utilitarismo de Bentham
Objeto de estudo
O ponto de partida foi seus estudos sobre ciência do direito, concentrado no
jusnaturalismo
Sua teoria dizia que o pacto entre os membros de uma sociedade deveria ser feito
um contrato anterior
Para Bentham, o cidadão deveria obedecer ao Estado na medida em que a
felicidade geral viria como sua contribuição (obediência)

Essência do utilitarismo
A felicidade geral ou interesse da comunidade e geral, seria uma soma dos prazeres
e das dores dos indivíduos
A teoria do direito natural é substituída pela teoria da utilidade.

Influência de Stuart Mill


A diferença para Bentham é a definição do termo felicidade.
Para Mill, o prazer não se restringe ao mensurável pela duração e intensidade
A base da teoria utilitarista não é a felicidade individual mas a multiplicação da
felicidade na maior amplitude possível

Moral x Moralidade
A moral seria a designação de um conjunto de princípios, normas, imperativos ou
ideais de uma época ou de uma sociedade.
A moralidade se refere ao conjunto de relações afetivas ou atos concretos que
adquirem um significado moral com a “moral” vigente
Justiça social
Diante do conceito do bem ou mal, é necessário um juízo de valor que possa
efetivamente abranger as condutas individuais, classificando-as e definindo a
graduação perante o conjunto

Schopenhauer
Vida do autor
 Foi um importante autor do século XVIII
 Responsável por grandes feitos na área acadêmica
 Utiliza a arte como parte de suas teorias
 Teve reconhecimento somente após sua morte
 Base de sua teoria está baseada no pensamento de Kant

A representação
 A base do seu posicionamento sobre representação está em Kant.
 Kant defende a impossibilidade de o sujeito perceber algo além do fenômeno,
ou seja, a percepção do objeto nunca visto é relacional, o objeto fora de
qualquer relação.
 Os fenômenos aparecem como representação em sua variedade , e partir de
suas inúmeras causas particulares

A vontade
 O mundo é vontade, que seria um direcionamento para a vida
 O que dá unidade à realidade e aos atos, é a vontade que direciona o homem
para todo o horizonte de realizações

O paradoxo da vontade
 A vontade se revela através do corpo, percebido nas questões de dor e
prazer.
 Toda vontade gera uma percepção objetificada, ou seja, a vontade se
direciona de uma infinidade de desejos particulares

O pessimismo
Para escapar da entediante repetição dos desejos a duas opções
Para escapar da entediante repetição dos desejos a duas opções

1) Negar tudo aquilo a que a vontade o direciona (longo prazo)

2) Contemplação estética (curto prazo)

Nietzsche: niilismo
Morte de Deus
 A morte de Deus é apenas uma constatação do momento histórico no qual o
autor se encontrava.
 Falava do avanço progressivo de um sentimento de falência dos valores
clássicos
 Anunciar a morte de Deus significa a desistência de estabelecer valores que
se sustentem em categorias metafísicas

Niilismo
 É a experiência radical de redução do mundo a nada, em seus valores.
 Onde nada se justifica, se preocupar com justificação parece absurdo e
assim, o niilismo se estrutura.

Além do homem
 O homem que incorpora o niilismo como princípio
 É aquele que entende à vontade como principal vetor das ações humanas e
não nega mais sua vontade
 É aquele que superou a si mesmo por se entender como parte da
transformação

Genealogia da Moral
 Reconhece que recebemos do passado uma herança moral e esta herança
não pode ser desconsiderada.
 Esta moral criou pessoas que acham que criticar a negação de vontades, é,
ao mesmo tempo, ser um defensor da desordem
 Nietsche propõe que fomos, aos poucos, deixando de lado uma moral que já
dava a vontade sua vazão e estruturação, por uma moral escrava da
negação das vontades
Freud e o Ego
Introdução à psicanálise freudiana
Psicanálise: Área do conhecimento que tenta compreender os procedimentos
psíquicos e o funcionamento mental como um todo
Temas: Subjetividade / infância / traumas / relacionamentos.
Aplicou o método investigativo, através do qual seria possível interpretar aquilo que
dizemos, assim como nossos sonhos, imaginações, pensamentos vagos, no sentido
de tornar conscientes aquelas ideias e desejos que habitam o nosso inconsciente e
que, exatamente por isso, temos o hábito de recalcar. Essas novas ideias deram
origem a novas formas de tratamento psíquico: Torna-se possível, através da
psicanálise, o tratamento de enfermidades, como a neurose, através da fala e da
interpretação daquilo que é dito pelo paciente
O nosso inconsciente é habitado por aquelas coisas que nos causam uma dor tão
profunda e que, por isso mesmo, reprimimos e delas não tomamos consciência. No
entanto, esse recalcamento reaparece na forma de sintomas, os quais serão
analisados pelo psicanalista. A estrutura do aparelho psíquico é formada por três
sistemas: O inconsciente, o pré-consciente e o consciente.
O inconsciente é onde se encontram os conteúdos mentais que nós reprimimos, lá
estão todos os nossos desejos censurados, nossas pulsões e instintos.
O consciente é uma pequena parte de nossa mente que inclui tudo aquilo de que
estamos cientes, num dado momento do tempo.
Nossa consciência sempre foi a parte mais explorada pelos filósofos ao longo de
toda a história do pensamento filosófico, até o surgimento da psicanálise. A partir do
surgimento desta, passa-se a dar maior atenção às duas outras partes de nossa
mente que haviam sido pouco exploradas até então: O inconsciente e o pré-
consciente.
O pré-consciente é uma parte do inconsciente que pode ser facilmente acessada
pela consciência através da memória: São as nossas lembranças do dia anterior, a
lembrança de todas as ruas que rodeiam a nossa casa, e de tudo aquilo que não
temos dificuldade para recordar, caso essa seja a nossa vontade.
Essa primeira teoria sobre o aparelho psíquico é, na sequência da obra de Freud,
enriquecida por uma segunda teoria do aparelho psíquico, no qual constam as
noções fundamentais de Id, ego e superego. Temos aqui uma teoria da
personalidade, na qual o Id, o ego e o superego são instâncias diferentes que
formam a psique humana.

A teoria do aparelho psíquico


SUPEREGO (Repressão / Valores): o Superego refere-se à representação de ideais
e de valores morais por parte dos indivíduos, fazendo com que o Ego perceba
aquilo que é ou não, por exemplo, moralmente aceito dentro daquela sociedade da
qual o indivíduo faz parte
EGO (Eu) : o Ego é a instância psíquica responsável pela adequação do Id à
realidade, ou seja, que regula os nossos instintos básicos, buscando certo equilíbrio.
Assim, desde os nossos primeiros anos de idade, vamos formando o nosso Ego, o
que nos ajuda a tentar satisfazer os nossos impulsos de maneira menos imediatista
e a nos equilibrar psicologicamente dentro do mundo no qual vivemos
ID (Desejos / Impulsos): O Id consiste nos nossos desejos e instintos primitivos, é
aquilo que, portanto, nasce conosco, a parte psíquica responsável pelas nossas
pulsões. É a partir do Id que surgem os outros dois aspectos de nossa psique
Segundo Freud, é a partir dos 5 anos de idade que começamos a desenvolver o
nosso Superego, justamente por causa do contato da criança com a sociedade. O
Superego funciona como uma alerta para o Ego, recalcando para o inconsciente
aquelas pulsões que não podem ser expressas no âmbito daquela cultura
Pessoas neuróticas: Que se culpam por tudo
Psicopatas: Não se culpam por nada

Os arquétipos freudianos
Arquétipo: O modelo que se utiliza para definir um padrão recorrente.
Carl Gustav Jung: Discípulo de Freud “são conjuntos de imagens primordiais,
repetidas por gerações”
Exemplos:
 Herói
 Mago
 Fora da lei
 Criador
 Prestativo
 Governante
O desenvolvimento da sexualidade humana
Infância: Oral (leite materno, incentivando o bebê a sugar o leite da mãe), Anal (2,3
anos, controlam musculo do esfíncter e defecam quando desejam) e Fálica (5-7
anos, criança começa a perceber seus órgãos sexuais)
Fálica ---> Complexo de Édipo
Latência (Assexual)
Adolescência: Definição a sexualidade

Relações entre Freud e Nietzsche


Nietzsche: Divisão da mente em
Apolo (Superego, ordem e harmonia)
Dionísio (Pulsões, criar suas vontades, caos)
Freud:
Superego (corpo da repressão, reprimindo as vontades)
ID (Emoções e pulsões)
Pensamentos parecidos

Sartre e o Existencialismo
Introdução ao Existencialismo
Um dos mais influentes filósofos contemporâneos, o francês Jean-Paul Sartre é
famoso especialmente por ser o maior representante da corrente filosófica
conhecido como existencialismo.
Analisa o ser humano em sua relação com o mundo (década de 1960).
Influência de Kierkegaard e Schopenhauer.
Como seu próprio nome indica, o existencialismo é aquela concepção filosófica que
tem como meta central buscar compreender a existência humana. Naturalmente,
esta pode parecer uma definição bastante vaga, no entanto, para os existencialistas,
ela tem um significado bastante preciso. Com efeito, segundo Sartre, o grande mal
da filosofia ao longo da história foi a sua excessiva preocupação com temas
abstratos e distantes de nossa experiência imediata, como a existência de Deus, a
imortalidade da alma, o fundamento das normas morais, as bases do conhecimento
seguro, etc. Indo, por sua vez, numa direção inteiramente oposta, o existencialismo
entende a busca por compreender a existência humana como uma busca por
entender o homem na sua concretude, na sua experiência real e diária.
Em termos teóricos, afirma Sartre, o ponto de partida do existencialismo é a
admissão de uma verdade básica: no homem, a existência precede a essência. Ora,
o que isto significa? Significa basicamente que, para os existencialistas, não existe
uma natureza humana uma essência eterna e inalterável, comum a todos os
homens, um modelo prévio ao qual o homem deve se adequar e que lhe cabe
realizar. Ao contrário, segundo Sarte, o homem, por si mesmo, naturalmente, é
apenas um grande vazio, uma grande possibilidade em aberto. Será a sua história,
a sua trajetória de vida, será aquilo que o homem fizer por si mesmo que definirá
sua identidade, sua essência.
Diz Sartre a respeito: “O que significa, aqui, dizer que a existência precede a
essência? Significa que, em primeira instância, o homem existe, encontra a si
mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define. O homem, tal como o
existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não
é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si
mesmo. Assim, não existe natureza humana, já que não existe um Deus para
concebê-la.

O conceito de liberdade em Sartre


O homem é tão-somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele
se quer; como ele se concebe após a existência, como ele se quer após esse
impulso para a existência.”
Percebe-se aqui facilmente a grande ênfase existencialista no tema da liberdade.
De fato, para Sartre, é justamente porque o homem não tem uma natureza pré-
determinada que ele é livre. Os animais, os objetos inanimados e as plantas, por
exemplo, têm essências fixas e estabelecidas previamente, por isso não são livres,
não decidem por si mesmos o que serão. O homem, ao contrário, justamente
porque é pura possibilidade, justamente porque não tem uma natureza própria, é
inteiramente livre para construir a si mesmo, para fazer a si mesmo, para construir
sua própria identidade. Escrevendo tecnicamente, o filósofo existencialista dizia que
o homem é para-si, enquanto que os demais seres são apenas em-si. A cada ação
que tomamos, a cada decisão que fazemos, nós estamos constituindo nossa própria
essência. Tal processo só se encerra com a morte, onde, de acordo com Sartre,
nossa essência torna-se destino, isto é, uma realidade efetivamente inalterável e
permanente.
Em sua filosofia, Sartre foi um incansável defensor da liberdade. Crítico de todas as
espécies de determinismo, o filósofo existencialista francês negava que houvesse
qualquer elemento, seja social, psicológico ou histórico que limite nossa liberdade.
De fato, para ele, ainda que nós não possamos escolher os fatores que atuam sobre
nós, podemos sempre escolher o que fazemos com os fatores que atuam sobre nós.
Assim, uma mulher não escolhe quando de seu nascimento viver numa sociedade
que lhe exige tais e quais comportamentos, mas ela pode escolher o que fazer com
essas exigências, se irá cumpri-las ou não.
Nota-se neste ponto o vínculo imediato que há, para o existencialismo, entre
liberdade e responsabilidade. Em verdade, como é inteiramente livre e senhor de si
mesmo, o homem é também inteiramente responsável por aquilo que ele faz. A
responsabilidade não é oposta à liberdade, mas sim sua consequência inevitável.
Vê-se assim que, para Sartre, a liberdade, ao mesmo tempo que é um dom, um
poder, é também um fardo, um peso, uma vez que o homem é sempre responsável
por aquilo que ele faz. Este conflito entre o poder de autoconstrução permanente
que o homem possui e as consequências drásticas de seu exercício (“estamos
condenados a ser livres”, diz Sartre) é a origem da angústia, isto é, do desespero
diante das inúmeras possibilidades de escolha e da dificuldade de se decidir qual
sentido dar à própria vida.
Mais: para os existencialistas, a responsabilidade do ser humano não é puramente
individual. Com efeito, ao tomar uma decisão qualquer o homem elege,
explicitamente ou implicitamente, valores que julga corretos e que devem servir
como critério de conduta. Assim, ao ser responsável por suas ações, o homem é
também responsável por toda a humanidade, uma vez que promove um modelo de
conduta com pretensões universais. Vê-se, pois, que, ao contrário de um
individualismo banal, a liberdade existencialista sempre se constrói na relação
(muitas vezes conflituosa) com o outro.

Conceitos existencialistas
Diz Sartre sobre o tema: “Porém, se realmente a existência precede a essência, o
homem é responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo
é o de pôr todo homem na posse do que ele é de submetê-lo à responsabilidade
total de sua existência. Assim, quando dizemos que o homem é responsável por si
mesmo, não queremos dizer que o homem é apenas responsável pela sua estrita
individualidade, mas que ele é responsável por todos os homens. (...) Ao afirmarmos
que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se
escolhe, mas queremos dizer também que, escolhendo-se, ele escolhe todos os
homens. De fato, não há um único de nossos atos que, criando o homem que
queremos ser, não esteja criando, simultaneamente, uma imagem do homem tal
como julgamos que ele deva ser. Escolher ser isto ou aquilo é afirmar,
concomitantemente, o valor do que estamos escolhendo, pois não podemos nunca
escolher o mal; o que escolhemos é sempre o bem e nada pode ser bom para nós
sem o ser para todos. Se, por outro lado, a existência precede a essência, e se nós
queremos existir ao mesmo tempo que moldamos nossa imagem, essa imagem é
válida para todos e para toda a nossa época. Portanto, a nossa responsabilidade é
muito maior do que poderíamos supor, pois ela engaja a humanidade inteira. Se eu
sou um operário e se escolho aderir a um sindicato cristão em vez de ser comunista,
e se, por essa adesão, quero significar que a resignação é, no fundo, a solução
mais adequada ao homem, que o reino do homem não é sobre a terra, não estou
apenas engajando a mim mesmo: quero resignar-me por todos e, portanto, a minha
decisão engaja toda a humanidade. Numa dimensão mais individual, se quero
casar-me, ter filhos, ainda que esse casamento dependa exclusivamente de minha
situação, ou de minha paixão, ou de meu desejo, escolhendo o casamento estou
engajando não apenas a mim mesmo, mas a toda a humanidade, na trilha da
monogamia. Sou, desse modo, responsável por mim mesmo e por todos e crio
determinada imagem do homem por mim mesmo escolhido; por outras palavras:
escolhendo-me, escolho o homem.”
Chegamos aqui ao conceito de engajamento, central na obra de Sarte. Ora, uma
vez que não há uma essência universal do homem ou natureza humana, não há um
padrão pré-estabelecido a respeito de como homem deve se comportar e, portanto,
não faz sentido perguntar-se qual é o tipo de conduta correto ou adequado para o
ser humano, como fizeram tantos filósofos morais, como Kant e Aristóteles. Na
verdade, dado que esse padrão moral universal não existe, o único critério que resta
para a avaliação do comportamento dos indivíduos é o engajamento, isto é, o grau
de comprometimento do sujeito com sua própria vida, o nível de responsabilidade
que ele assume por ela, em suma, o grau de intensidade com que o homem exerce
sua liberdade. Em suma, como não há um sentido pré-estabelecido para a vida
humana, cabe ao homem criar o seu sentido - cada um criará o seu - e ser vivê-lo
com intensidade. Como diz Sartre, o homem é sempre um projeto que se vive
subjetivamente, ou seja, é sempre aquilo que projetar para si mesmo. Neste sentido,
o filósofo existencialista distingue dois tipos de comportamento: o autêntico e o
inautêntico.
Para Sartre, por um lado, há aqueles indivíduos que tomam conscientemente suas
decisões, exercem sua liberdade com franqueza e assumem a responsabilidade por
seus atos. Estes são os indivíduos autênticos. Independentemente do que
concretamente fizeram, do conteúdo de suas ações, sua conduta tem um mérito: ela
possui engajamento e, portanto, é honesta, assume sua própria natureza,
reconhece que a existência precede a essência, que o homem é o único
responsável por seu ser.
Por outro lado, há os indivíduos inautênticos, aqueles que padecem do que Sartre
chamava de má-fé, isto é, aquela tendência de terceirizar responsabilidades, de
tentar justificar as próprias ações não pelo puro e simples exercício da própria
liberdade, mas por motivos outros, sejam mandamentos religiosos normais morais,
convenções sociais, etc. Os indivíduos que agem assim não suportam a angústia e
por isso fogem dela, negando sua própria responsabilidade por aquilo que fazem.

Hannah Arendt (1906-1975)


Contexto histórico
Viveu as duas Grandes Guerra
Guerra fria.
Em 1933, ela passa por uma perseguição muito grande entro do território alemão,
pois ela era judia.
Ela consegue ir embora para os EUA, tempos depois ela consegue o
reconhecimento de pátria, desenvolveu muitas funções e foi escrevendo várias
obras que foram importantes para construção de seu pensamento filosófico.
Ela tem uma teoria bem importante, fala sobre uma concepção sobre o “mal” e
dentro dessa concepção ganha alguns inimigos, pois vai participar de um momento
especifico de uma entrevista com uma pessoa responsável dentro da 2ª Guerra
Mundial, escreve um livro sobre as suas perseguições.
Ela fala que o mal não está intrínseco em uma pessoa, que as circunstâncias fazem
com que ela seja má.
Ela se coloca fora do que viveu, para desenvolver sua teoria.
Filosofia política
Desenvolveu uma filosofia política centrada em problema, como a violência
Entre suas obras destacam-se aquelas que fazem referência aos processos que
levam as pessoas a cometerem atos atrozes sob regimes totalitários
Afirmou que muitas pessoas que torturavam, mataram e maltrataram eram pessoas
normais que, sob certas circunstâncias, haviam realizado atos imperdoáveis.

Três condições humanas


Vida: Produzir é a atividade que se corresponde com os processos biológico do
corpo, São atividades necessárias para viver, mas que não perduram
Mundanidade: Voltada para o trabalho. É a atividade que produz obras e resultados.
Refere-se às atividades como a fabricação de instrumentos
Pluralidade: com a ação, os indivíduos constroem o que são e assim se diferenciam
dos outros.

Proposta kantiana
Hannah tem uma influência em Kant
Kant percebeu que o mal pode ter origem não nos instintos ou na natureza
pecaminosa do homem.
O mal é uma espécie de rejeição consciente ao bem e está atrelado ao uso dos
homens como instrumentos e não um fim em si

Sobre o mal
Radical: Associa o surgimento e a prática da violência extremada e sistemática
contra setores da população por parte de uma nova forma de governo
Banal: Relacionado à prática dos agentes encarregados de executar as ordens
governamentais

Foucault e a microfísica do poder


Visão verticalizada
O autor, critica a visão de “cima para baixo” das relações de poder.
Foucault analisa o poder como um feixe de relação. São as micro relações na vida
de cada indivíduo que impactam e sustentam a relação geral.

Poder soberano
A teoria política moderna baseou-se na ideia do contrato social.
O contratualismo só serve para justificar o próprio poder do Estado.
O poder que constituía toda e qualquer soberania estava atrelado à capacidade das
instituições sociais de ameaçar a vida.

Poder disciplinar
Foucault defende que o desenvolvimento econômico, acabou servindo de base para
a criação de ideais liberais do iluminismo
A tortura e escárnio público passam a ser vistos como desumanos
O poder passa a ter base na disciplina (transgressor passa a ser visto como um
anormal que precisa de isolamento)

Instituição e disciplina
Estratégia do panóptico (Bentham) -->
O modelo prisional disciplinar passou a ser percebido como excelente forma de
controle
Educação = docilização do corpo

Biopoder
Primeiro passo: Desenvolver nas disciplinas acadêmicas o parâmetro de
normalização.
Segundo passo: Propor a ciência como portadora da verdade
Terceiro passo: A disciplina torna-se um lugar comum

Bauman
Sociedade sólida
Momento histórico em que há fixidez nos parâmetros adotados pela sociedade
O papel de ordenação do mundo social era mais rígido

Modernidade líquida
Trata da fluidez do mundo contemporâneo
Refere-se ao conjunto de relações e dinâmicas que se apresentam e se
estabeleceram e forma volátil.
A Modernidade Líquida, como dito, se manifesta nos mais diversos aspectos da vida
social. No campo do trabalho, por exemplo, ela se mostra na presença cada vez
mais intensa da tecnologia nas empresas e na consequente desvalorização dos
elementos humanos, que passam a ser submetidos mais frequentemente a relações
trabalhistas impessoais e puramente mercadológicas. Também no campo
econômico, o consumismo é um exemplo da liquidez das relações humanas:
produtos que até o ano passado eram considerados de última geração hoje são
vistos como obsoletos e o hábito do consumo desenfreado é visto como uma
necessidade vital.
No campo das relações amorosas, a liquidez se manifesta, por exemplo, na raridade
cada vez mais de vínculos matrimoniais de vida inteira, no número crescente de
divórcios e recasamentos, nas modalidades de união que não envolvem
compromisso fixo (sexo livre, relacionamento aberto, poliamor, etc.). Igualmente, no
campo dos valores morais e da vivência religiosa, a fluidez é nítida. Mostra-se, por
exemplo, no enfraquecimento das concepções tradicionais, que não conseguem
mais se obter socialmente, e no surgimento de vivências espirituais poucos
institucionais ou mesmo não-institucionais (pessoas que acreditam em Deus, mas
não têm religião; pessoas que têm uma religião, mas não se sentem na obrigação
de aderir a todos os dogmas e valores da sua tradição espiritual; proliferação de
grupos religiosos novos e sem vínculos com instituições tradicionais; religiosidade
sentimental e carismática; etc.)

Relações sociais
Livro em que Bauman mostra como uma sociedade que era sólida, passa para uma
sociedade líquida.
Mostra como as relações sociais são estabelecidas, se sua fluidez, facilidade.

Redes sociais
As redes sociais, mostram como tudo é muito rápido.
Evidenciam claramente a liquidez e fluidez das relações.
Elas auxiliam o individualismo, excesso do eu, afastamento do nós

John Rawls e a Justiça


função da justiça
Rawls tem um oco no contexto de razão pública
O conceito de justiça representa uma necessidade social.
A justiça estabelece qual o campo possível de atuação das diversas instituições na
distribuição dos direitos e deveres em toda sociedade
Teoria da justiça e equidade
Rawls pretende propor uma teoria da justiça que considere o horizonte da
diversidade, tanto social quanto cultural e por meio do horizonte do debate público
equacione esses interesses.
Rawls defende que sua compreensão de justiça está atrelada ao conceito de
equidade

Princípio da diferença
Este princípio estabelece que na medida que um grupo não tem garantido os bens
primários, não se pode esperar dos mesmos cooperações
Conjunto igualitário de oportunidade

Véu da ignorância
Para uma boa funcionalidade do debate público, os homens inseridos na esfera
pública, deveriam desconsiderar totalmente suas condições particulares.

Razão pública
É a clareza racional da necessidade da manutenção os direitos básicos e dos
fundamentos democráticos

Habermas e o direito
Origem do pensamento de Habermas
Foi um dos principais pensadores políticos
Herda a crítica com o pensamento positivista e a hipervalorização dos valores
sociais do Iluminismo
Habermas em contanto com Adorno - responsável pela ideia de indústria cultural
Conviveu com mudanças políticas e com o início do mundo globalizada
Preocupa-se com o agir comunicativo, ou seja, a possibilidade de comunicar seus
pensamentos frente a diferentes pensamentos

Teoria do Agir Comunicativo


Discussão sobre a possibilidade de algo que gerasse a compreensão entre diversos
discursos
Teoria voltada para a sociedade (diferenças entre sistema político formal e a
sociedade em que se vive)
Análise teórica da racionalidade --> nova filosofia política

Razão Comunicativa
Análise do discurso:
 Perlocucionárias (intenção do agente)
 Ilocucionárias (significado do enunciado)
A situação de cada discurso se faz necessária em qual momento?
Os sistemas políticos deem ser discutidos sem desprezar a pluralidade
Razão comunicativa: seria algo fraco, pois seria algo em busca de aprovação

Nova visão - Conclusão


A modernidade causa uma visão centrada no eu, o que permitia uma linguagem
única e um saber único.
A nova visão proposta seria de uma razão que some as diferentes visões para se
chegar a um consenso

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