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• SOFISTAS.
§Contexto Histórico:
Os sofistas eram um grupo de professores e filósofos na Grécia Antiga, ativos principalmente durante
o século V a.E.C. O período em que eles surgiram é conhecido como a "Idade de Ouro" de Atenas.
Nesse período, a cidade-estado estava se tornando um centro cultural e intelectual, marcado pela
democracia e pela busca pelo conhecimento. Nesse contexto, as palavras, os discursos e a persuasão
adquirem grande importância na sociedade grega. O político era requerido a ser bem instruído para
desempenhar sua função. Os sofistas desempenharam o papel crucial de educar e capacitar os
cidadãos para a prática política por meio da virtude da oratória, ou seja, a habilidade de convencer
através do discurso.
Portanto, os sofistas eram conhecidos por ensinar habilidades retóricas e argumentativas, essenciais
para o debate público e a política da época. Eles se concentravam na persuasão e no uso da
linguagem para influenciar os outros. Entretanto, também eram frequentemente criticados por ensinar
a arte da persuasão sem necessariamente se aprofundar em verdades absolutas ou na busca pela
sabedoria.
§ Humanismo e Relativismo:
O humanismo dos sofistas fica caracterizado pelo foco que seus ensinamentos dão para a vida prática
dos seres humanos, diferenciando-se dos pré-socráticos que exploravam a natureza e a ordem do
universo. Suas áreas de interesse incluem ética, política, retórica, linguagem, entre outras,
marcando uma transição da filosofia naturalista para a filosofia humanista.
O relativismo sofista é uma perspectiva filosófica que enfatiza a natureza subjetiva da verdade,
valores e conhecimento. Os sofistas acreditavam que as noções de verdade e moralidade eram
influenciadas pela cultura, pela sociedade e pelas opiniões individuais. Portanto, não havia verdades
absolutas ou padrões universais que pudessem ser aplicados a todas as situações.
Essa visão relativista levou os sofistas a se concentrarem na habilidade de persuasão e retórica. Eles
ensinavam a arte de argumentar de maneira convincente, independentemente de a posição ser
verdadeira ou não. Isso não significava necessariamente que eles não acreditavam na verdade, mas
sim que consideravam a verdade como algo subjetivo e moldado pelo contexto.
A tese “O homem é a medida de todas as coisas” é uma afirmação associada ao sofista grego
Protágoras (490 a.E.C.- 415 a.E.C.). Essa declaração sugere que a verdade, a realidade e os valores
são relativos e subjetivos, variando de pessoa para pessoa. Em outras palavras, cada indivíduo percebe
o mundo de acordo com sua própria experiência, opiniões e perspectiva única. Protágoras estava
enfatizando a importância da perspectiva individual e como as coisas são percebidas através das
lentes de nossos sentidos, experiências e cultura. Isso se encaixa na visão relativista sofista de que
não existem verdades absolutas e objetivas, pois o entendimento da realidade é moldado pela
subjetividade humana.
§ A dialética x A sofística:
A filosofia dialética, representada principalmente por Platão e Sócrates, diverge da sofística por esta
não apresentar um conteúdo compromissado com a verdade. Ambos argumentavam que a busca pela
verdade e pela sabedoria era importante e que existiam padrões objetivos pelos quais as coisas
podiam ser avaliadas. A disputa entre os relativistas sofistas e os filósofos que buscavam verdades
universais foi um elemento fundamental no desenvolvimento da filosofia grega e influenciou os
debates sobre ética, conhecimento e realidade.