Você está na página 1de 3

Apresentação

Você sabe quem são os primeiros filósofos?

Dá uma olhada neste vídeo:


Vídeo 1 - Filósofos Pré-socráticos (resumo)
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hbDr8L4M1T8&ab_channel=ConceitoIlustrado. Acesso em: 05 de outubro de 2021.

● Conhecer os filósofos pré-socráticos da Grécia Antiga e o movimento Sofista.

Conteúdo
Filósofos da natureza (pré-socráticos) e movimento Sofista
Os Filósofos Pré-Socráticos

De acordo com Aranha e Martins (2016), a filosofia grega antiga iniciou no século VI a.C. e se estendeu até o
século III d.C. Os primeiros filósofos foram chamados de pré-socráticos (anteriores a Sócrates) ou filósofos da
natureza. O que fizeram os primeiros filósofos? Através do uso da razão, a principal indagação era sobre o
movimento. Para os gregos, o conceito de movimento tem um sentido bem amplo, podendo significar
mudança de lugar, aumento e diminuição, qualquer alteração substancial quando alguma coisa é gerada ou se
deteriora. Então, alguns se perguntavam: o que faz com que, apesar de toda mudança, haja algo na realidade
que sempre permaneça o mesmo? Assim, eles buscavam investigar o princípio de todas as coisas (em grego,
arkhé) e divergiam entre si no elemento em que o identificavam. Assim, os pré-socráticos se ocupavam
fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na Natureza. Cada filósofo
encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e
de suas transformações. De acordo com o número de elementos que definiam, eram classificados como
monistas ou pluralistas. Os monistas identificavam apenas um elemento constitutivo de todas as coisas
(exemplo: para Tales de Mileto a arkhé é a água). Para os pluralistas, não existe um único elemento, são
múltiplos (exemplo: para Empédocles tudo que existe deriva de quatro elementos – terra, água, ar e fogo).
Para os filósofos pré-socráticos, há uma explicação racional da origem, ordem e transformação da natureza.
Recusam a ideia de que o mundo tenha surgido do nada. O mundo está em contínua mudança – nascer,
morrer, mudar de qualidade ou de quantidade.
O Movimento Sofista

De acordo com Aranha e Martins (2016), no período socrático ou clássico (séculos V e IV a.C.), o centro
cultural deslocou-se das colônias gregas para a cidade de Atenas. Desse período fazem parte os sofistas,
mestres da retórica. Os sofistas vinham de todas as partes do mundo grego e não se fixavam em um lugar
específico. Devido à retórica que utilizavam e o modo como deslumbravam seus alunos, foram criticados por
Sócrates, Platão e Aristóteles. Esses autores os acusavam de não se importar com a verdade, focando
apenas na persuasão, o que poderia reduzir o discurso a mera opinião. Segundo Chauí (2000), o embate e
oposição entre Sofistas e Sócrates pode ser descrito da seguinte maneira: os sofistas concluíram que não
podemos conhecer o Ser, mas só podemos ter opiniões subjetivas sobre a realidade. Por isso, para se
relacionarem com o mundo e com os outros humanos, os homens devem valer-se da linguagem para
persuadir os outros de suas próprias ideias e opiniões. Portanto, para os sofistas, a verdade é uma questão de
opinião e de persuasão, e a linguagem é mais importante do que a percepção e o pensamento. Em
contrapartida, Sócrates, opondo-se aos sofistas, afirmava que a verdade pode ser conhecida, mas primeiro
devemos afastar as ilusões dos sentidos e as das palavras ou das opiniões e alcançar a verdade apenas pelo
pensamento. Os sentidos nos dão as aparências das coisas e as palavras, meras opiniões sobre elas. Para
Sócrates, conhecer é passar da aparência à essência, da opinião ao conceito, do ponto de vista individual à
ideia universal de cada um dos seres e de cada um dos valores da vida moral e política. Os sofistas eram
também acusados de “mercenários do saber”, por terem costume de cobrar pelas aulas. No entanto,
geralmente, os sofistas pertenciam à classe média e, por não serem suficientemente ricos, não podiam se dar
ao luxo do “ócio digno”. Esse termo era utilizado na sociedade grega para designar o tempo dedicado à
atividade intelectual, costume da aristocracia liberada do trabalho de subsistência – ocupação destinada aos
escravos. A visão negativa sobre os sofistas perdurou até o séc. XIX, quando uma nova historiografia realçou
positivamente as contribuições. O historiador da filosofia, Werner Jaeger, realizou uma releitura da
contribuição dos sofistas e trouxe uma nova visão: a de que eles exerceram influência muito forte no seu
tempo, vinculando-se à tradição educativa dos poetas Homero e Hesíodo. Suas contribuições foram: a
sistematização do ensino através de um currículo de estudos – gramática, retórica e dialética; elaboraram o
ideal teórico da democracia; na tradição dos pitagóricos, desenvolveram a aritmética, a geometria, a
astronomia e a música. A exigência que os sofistas satisfazem na Grécia de seu tempo é de ordem
essencialmente prática, voltada para a vida, pois iniciavam os jovens na arte da retórica, instrumento
indispensável para que os cidadãos participassem da assembleia democrática. Entre os sofistas mais famosos
destacam-se Protágoras de Abdera, Górgias de Leontini, Hípias de Élida, Trasímaco, Pródico e Hipódamos,
entre outros. Do mesmo modo que ocorreu com os pré-socráticos, dos sofistas só nos restam fragmentos de
suas obras.

Você Sabia?
Heráclito, conhecido como “o obscuro”, foi um pensador e filósofo pré-socrático considerado o “Pai da
Dialética”. Nascido em Éfeso, na Jônia, procurou compreender a multiplicidade do real. Ao contrário de seus
contemporâneos – como Parmênides –Heráclito não rejeitava as contradições e queria apreender a realidade
na sua mudança, no seu devir. Todas as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado
momento é diferente do que foi há pouco e do que ser depois: “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo
rio”, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também as águas mudaram.

Leia mais em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/heraclito.htm.

PORFíRIO, Francisco. Heráclito; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/heraclito.htm. Acesso em: 05 de outubro de 2021.
Sintetizando
O período pré-socrático ou cosmológico diz respeito ao momento que a Filosofia se ocupa fundamentalmente
com a origem do mundo e as causas das transformações na Natureza. A partir do questionamento de que,
embora haja movimento e mudança, ainda há algo que permanece o mesmo. Nesse sentido, buscaram
investigar o princípio de todas as coisas (em grego, arkhé) e divergiam entre si no elemento em que o
identificavam. Cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que
está na origem da Natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que o princípio era a água. Leucipo
e Demócrito disseram que eram os átomos. E assim por diante. Para eles, há uma explicação racional da
origem, ordem e transformação da natureza. Recusam a ideia de que o mundo tenha surgido do nada. O
mundo está em contínua mudança – nascer, morrer, mudar de qualidade ou de quantidade.

Quanto ao movimento Sofista, eles tiveram sua importância e contribuição para a história da filosofia e
desenvolvimento da sociedade em sua época e sua influência até os dias de hoje. Receberam inúmeras
críticas na antiguidade, pois alguns sofistas deram excessiva atenção ao aspecto formal da exposição e da
defesa das ideias, também porque estavam convencidos de que a persuasão era o elemento essencial. No
entanto, muitos outros buscaram aperfeiçoar a coerência e o rigor da argumentação, de modo que
contribuíram para o ideal teórico da democracia. Ou seja, a retórica e a arte da argumentação enriqueceram o
desenvolvimento da filosofia no Ocidente.

Atividade
A partir da leitura do texto “Escolas Filosóficas Pré-Socráticas” de Francisco Porfírio, (Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/escolas-filosoficas-pre-socraticas.htm. Acesso em: 05 de outubro de
2021), construa um handout, conforme instruções abaixo:

● Após a leitura do material, escolha um filósofo pré-socrático e realize um breve resumo


esquematizando o resultado dos conhecimentos obtidos;
● O resumo deverá conter os principais assuntos do material estudado, análise dos dados vistos em sala
de aula e nos demais recursos disponíveis;
● Expor o que você aprendeu daquele assunto;
● Não esqueça das Referências Bibliográficas (quais foram os recursos utilizados).

Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 6ª ed.
São Paulo: Moderna, 2016.

PORFíRIO, Francisco. Heráclito; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/heraclito.htm. Acesso em: 05 de outubro de 2021.

Você também pode gostar