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Os filósofos pré-socráticos

Os filósofos pré-socráticos foram os primeiros a explicarem o mundo sem recorrer ao


sobrenatural, sem recorrer ao místico. Anteriormente a eles, o mundo era explicado através
da mitologia. A mitologia, no seu tempo, era o que estabelecia as regras sociais e
estabeleciam a unidade do povo grego. Os pré-socráticos eram estudiosos da physis (a
natureza), aquilo que é natural, que ia em contraposição ao sobrenaturalismo vigente.
Os primeiros filósofos foram chamados de pré-socráticos por se situarem,
cronologicamente, antes de Sócrates, o qual modificou os rumos da Filosofia grega. O
período Pré-Socrático também é chamado de Cosmológico, pois os filósofos estavam
buscando uma origem racional para o Universo, que, no vocabulário grego antigo, pode ser
traduzido pela palavra cosmos.
A filosofia nascida com esses primeiros filósofos deu origem a toda uma produção de
conhecimento e de representação da realidade. Toda essa construção serviu como base
para o desenvolvimento da cultura ocidental.

Filósofos pré-socráticos: principais ideias

1. Tales de Mileto

Nascido na cidade de Mileto, região da Jônia, Tales de Mileto (624 a.C. - 548 a.C.)
acreditava que a água era o principal elemento, ou seja, era a essência de todas as coisas.

2. Anaximandro de Mileto

Possível mapa do mundo proposto por Anaximandro


Discípulo de Tales nascido em Mileto, para Anaximandro (610 a.C. - 547 a.C.), o princípio
de tudo estava no elemento denominado “ápeiron”, uma espécie de matéria infinita.

3. Anaxímenes de Mileto

Discípulo de Anaximandro nascido em Mileto, para Anaxímenes (588 a.C. - 524 a.C.), o
princípio de todas as coisas estava no elemento ar.

4. Heráclito de Éfeso

Considerado o “Pai da Dialética”, Heráclito (540 a.C. - 476 a.C.) nasceu em Éfeso e
explorou a ideia do devir (fluidez das coisas). Para ele, o princípio de todas as coisas estava
contido no elemento fogo.

5. Pitágoras de Samos

Filósofo e matemático nascido na cidade de Samos. Pitágoras (570 a.C. - 497 a.C.) afirma
que os números foram seus principais elementos de estudo e reflexão, do qual se destaca o
“Teorema de Pitágoras”.

Ele também foi responsável por chamar de "amantes do conhecimento" aqueles que
buscavam explicações racionais para a realidade, dando origem ao termo filosofia ("amor ao
conhecimento").
6. Xenófanes de Cólofon

Nascido em Cólofon, Xenófanes (570 a.C. - 475 a.C.) foi um dos fundadores da Escola
Eleática, se opondo contra o misticismo na filosofia e o antropomorfismo.

7. Parmênides de Eléia

Discípulo de Xenófanes, Parmênides (530 a.C. - 460 a.C.) nasceu em Eléia. Focou nos
conceitos de “aletheia” e “doxa”, onde o primeiro significa a luz da verdade, e o segundo, é
relativo à opinião.

8. Zenão de Eléia

Discípulo de Parmênides, Zenão (490 a.C. - 430 a.C.) nasceu em Eléia. Foi grande
defensor das ideias de seu mestre filosofando, sobretudo, acerca dos conceitos de
“Dialética” e “Paradoxo”.

9. Demócrito de Abdera

Nascido na cidade de Abdera, Demócrito (460 a.C. - 370 a.C.) foi discípulo de Leucipo. Para
ele, o átomo (o indivisível) era o princípio de todas as coisas, desenvolvendo assim, a
“Teoria Atômica”.

Correntes ou Escolas Pré-Socráticas


Segundo o foco e o local de desenvolvimento da filosofia, o período pré-socrático está
dividido em Escolas ou Correntes de pensamento, a saber:

Escola Jônica: desenvolvida na colônia grega Jônia, na Ásia Menor (atual Turquia), seus
principais representantes são: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de
Mileto e Heráclito de Éfeso.

Escola Pitagórica: também chamada de "Escola Itálica", foi desenvolvida no sul da Itália, e
recebe esse nome visto que seu principal representante foi Pitágoras de Samos.

Escola Eleática: desenvolvida no sul da Itália, sendo seus principais representantes:


Xenófanes de Colofão, Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia.

Escola Atomista: também chamada de “Atomismo”, foi desenvolvida na região da Trácia,


sendo seus principais representantes: Demócrito de Abdera e Leucipo de Abdera.

Fim da Filosofia Pré-Socrática


A filosofia pré-socrática tem seu fim com a mudança do pensamento que tinha como foco a
natureza. Com a intensificação da vida pública, as atenções dos filósofos passaram a se
relacionar com a vida pública e a atividade humana.
Esse novo período tem o filósofo Sócrates como marco da mudança e é chamado também
de período antropológico da filosofia.

Sócrates (470 a.C-399 a.C.) foi um importante filósofo grego que inaugurou o segundo
período da filosofia grega, o período antropológico. Nasceu em Atenas e é considerado um
dos fundadores da filosofia ocidental.

A filosofia de Sócrates, baseada no diálogo, era chamada de filosofia socrática. Era


marcada pela expressão “conhece-te a ti mesmo”, em virtude da busca da verdade através
do autoconhecimento.

Ademais, da filosofia do “diálogo” de Sócrates, destaca-se a “maiêutica”, que significa


literalmente “trazer a luz”. Esta faz relação com a iluminação da verdade que, para ele, está
contida no próprio ser.

Períodos da Filosofia Grega

Para melhor entender a filosofia grega, vale lembrar como ela está dividida:

Período Pré-Socrático: fase naturalista.


Período Clássico ou Socrático: fase antropológica-metafísica.
Período Helenístico: fase ética e cética.

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