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Filosofia pré-socrática

Como o nome implica, os filósofos pré-socráticos, cuja linhagem inicia em torno do século
VI a.C. Na Grécia Antiga, são aqueles que surgiram antes do desenvolvimento dos trabalhos de
Sócrates, mestre de Platão. Estes filósofos não apenas são agrupados por uma data, mas por uma
linha de desenvolvimento de seu trabalho, esta linha de pensamento, ou corrente filosófica, é
frequentemente referida como Filosofia Pré-Socrática.

De fato, alguns filósofos da corrente pré-socrática são contemporâneos e até mesmo


posteriores a Sócrates, a divisão se dá na medida em que Sócrates, pelo que nos dá a conhecer
Platão, alterou o curso da filosofia em uma direção mais voltada para a ética e a política.

Iniciando com Tales de Mileto, a quem Aristóteles considerou o primeiro filósofo, os pré-
socráticos foram os responsáveis pela primeira empreitada no sentido de afastar a explicação da
natureza da visão mítica de mundo, aquela que considerava que por traz de todos os fenômenos
naturais haviam causas sobrenaturais, oriundas dos deuses, heróis e outros elementos. O principal
objetivo destes filósofos e sua corrente era entender o universo e os fenômenos da natureza, a partir
dos elementos que a própria natureza nos dava a conhecer, eliminando assim a necessidade de
recorrer a explicações sobrenaturais.

Por esta razão, considera-se que a filosofia pré-socrática foi a responsável pelo surgimento
não apenas da filosofia como a conhecemos hoje, mas também das ciências naturais, considerando
que o trabalho do filósofo era o estudo e observação da natureza.

Com o foco no cosmos, e muitas vezes buscando explicar a origem do nosso universo, estes
filósofos entendiam a arche, ou natureza dos objetos, não apenas como um princípio, algo anterior,
mas como algo que lhes é originador. Diferentes filósofos entenderam diferentes elementos como
cumprindo este papel, Tales, por exemplo, acreditava que tudo se originava da água, enquanto
Anaximandro desenvolveu o conceito de ápeiron, o ilimitado e indefinido, como a origem de todos
os objetos no mundo. Destes, por composição ou dissolução, os objetos do mundo tomariam suas
propriedades.

Posteriormente, o foco da escola mudou do cosmos como um todo para o homem, mas ainda
com uma abordagem de observação e estudo da natureza e suas leis.

A maior parte do conhecimento que hoje temos acerca da filosofia pré-socrática é derivada
dos trabalhos de Platão, Aristóteles e alguns historiadores gregos, estes tiveram acesso tanto aos
trabalhos publicados dos filósofos desta corrente, quanto aos próprios filósofos ou seus discípulos,
apenas fragmentos dos trabalhos publicados sobreviveram até o nosso tempo.
Embora não seja uma lista exaustiva ou unânime, nesta corrente destacam-se os seguintes
filósofos e escolas:

• Tales de Mileto, Anaxímenes, Anaximandro e Heráclito, que constituem a chamada Escola


Jônica, estes filósofos, embora tenham relações de proximidade, inclusive como mestre e
discípulo, divergiam em muitos aspectos, a ponto de alguns estudiosos não os considerarem
como membros de uma mesma escola, Aristóteles no entanto os classifica como physiologoi,
ou "aqueles que discursavam sobre a natureza", já que seu principal trabalho era explicar a
natureza da matéria.
• Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo e Demócrito de Abdera, da
Escola da Pluralidade, uma escola de medicina focada nos pontos mais prováveis de cada
escola.

• Pitágoras, Filolau e Árquitas, constituem a Escola Itálica, embora sejam dos mais
importantes para o desenvolvimento da matemática grega, manifestavam ao mesmo tempo
tendências místico-religiosas e científicas.
• Arquelau e Diógenes, da Escola Eclética, que propunha a existência de várias arche, para
resolver as questões relativas ao movimento.
• Xenófanes, Parmênides de Eleia, Zenão de Eleia e Melisso de Samos, considerados parte da
Escola Eleática, cujo fundamento era unidade, imutabilidade e necessidade do Ser.

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