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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE DIREITO
Adão Avelino

POSTULADOS SOBRE A FILOSOFIA GREGA


ORIGEM E ETIMOLOGIA

Filosofia – do grego Φιλοσοφία – [(φίλος – amizade, amor fraterno e respeito entre os


iguais)] e [(σοφία – sabedoria ou simplesmente saber)], ou seja, significa literalmente,
“amor pela sabedoria” – sabedoria plena e perfeita. O termo filosofia foi cunhado
por Pitágoras (c. 570 – 495 a. C).
OBJECTO

A filosofia estuda as questões gerais e fundamentais sobre a vida, o homem,


a existência, o conhecimento, os valores, a razão, a mente, a linguagem, e de muitas
outras dimensões relacionadas com a mundividência humana.

MÉTODO

Os métodos filosóficos são: o questionamento, a discussão crítica, o argumento


racional e a apresentação sistemática.
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UNIDADE E ESPECIALIZAÇÃO

No passado, a filosofia englobava várias áreas do conhecimento: a astronomia,


a biologia, a medicina, a retórica, a ética, a estética e a física.
Com o crescimento das Universidades, o interesse pela investigação e
pesquisa modernas, no século XIX, a filosofia se tornou em ciência académica e
emancipou a profissionalização e a especialização de outras disciplinas.

DEFINIÇÕES

Para Platão, Filosofia – é o exercício de um raciocínio mental discursivo, realista, em


relação à existência de universais, de formas ideais, pautado pelo rigor lógico e pela
utilização de proposições para extrair conclusões.
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DEFINIÇÕES – (CONTINUAÇÃO)

Aristóteles define a filosofia como o caminho para acessar o conhecimento adquirido


através do pensamento lógico e estruturado.
O conhecimento é o produto de um processo de questionamento, experiências da vida
e do conhecimento empírico que procura responder a perguntas que não tenham
soluções claras ou óbvias sobre o propósito da existência humana.

DEFINIÇÕES – (CONTINUAÇÃO)

Para Tomás de Aquino, a filosofia procura demonstrar a natureza, a existência divina e


humana em plena harmonia com o uso correcto da razão – recta ratio.
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PERÍODOS DA FILOSOFIA GREGA

A Filosofia Antiga está dividida em três grandes períodos:


Período Pré-socrático (séculos VII a V a.C.) – Fase da Naturalista: corresponde ao
período dos primeiros filósofos gregos que viveram antes de Sócrates. Os temas e a
reflexão filosófica estão centrados na natureza, no cosmos, do qual se destaca o filósofo
grego Tales de Mileto.

Período Socrático (séculos V a IV a.C.) – Fase Antropológica-metafísica: é também


chamado de período clássico, nesse momento surge a democracia na Grécia Antiga. O
seu maior e exímio representante foi o filósofo grego Sócrates que começa a pensar
sobre o ser humano. São também referenciados dois grandes vultos da história do
pensamento que merecem destaque: Platão e Aristóteles.

Período Helenístico (séculos IV a.C. a II d.C.) – Fase Ética e Céptica: Aqui os temas
relacionados têm como escopo a natureza e o homem. Os Helenos orientaram os seus
estudos voltados para a realização humana, por meio das virtudes e dos princípios
morais e, consequentemente, com a preocupação da busca da felicidade.
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ESCOLAS OU CORRENTES DE PENSAMENTO PRÉ-SOCRÁTICAS

O período pré-socrático está dividido em Escolas ou Correntes de pensamento.


Escola Jónica: desenvolvida na colónia grega Jónia, na Ásia Menor (actual Turquia), os
seus principais representantes são: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto,
Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso.

Escola Pitagórica: também chamada de "Escola Itálica", foi desenvolvida no sul da Itália,
e recebe esse nome visto que seu principal representante foi Pitágoras de Samos.

Escola Eleática ou Escola Itálica: desenvolvida no sul da Itália (na cidade de Elei) e da
Sicília (nas cidades de Aeragas e Lentini), sendo os seus principais representantes:
Xenófanes de Colofão, Parménides de Eléia, Zenão de Eléia, Empédocles e Górgias.

Escola Atomista: também chamada de “Atomismo”, foi desenvolvida na região da


Trácia, sendo os seus principais representantes: Demócrito de Abdera e Leucipo de
Abdera.
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS

ENQUADRAMENTO

Os filósofos pré-socráticos fazem parte do primeiro período da filosofia grega – (século


VII ao V a.C.).
Os pré-socráticos buscavam nos elementos da “natureza” as respostas sobre a origem
do ser e do mundo – com enquadramento ontológico.

Os pré-socráticos foram os responsáveis pela transição da consciência mítica para a


consciência filosófica, ou seja, pelo processo de abstração se preocupavam em dar uma
explicação racional para a origem de todas as coisas.
A mitologia grega explicava o universo através da cosmogonia [(κόσμος – "Cosmos, o
mundo, o universo")] e [(γονία – "entrar em um novo estado de ser, génese,
nascimento")].
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

ENQUADRAMENTO
A cosmogonia é o estudo da origem, explicação sobre origem do universo e a formação
dos objectos celestes (planetas, estrelas, sistemas de estrelas etc.), do Sistema Solar e
da origem das galáxias.

Para os gregos, a cosmogonia dava sentido a tudo o que


existia. O nascimento das coisas dava-se a partir de uma
relação (sexual) entre os deuses.
A cosmogonia é a especulação sobre a origem e
formação do mundo que se encontra em muitos mitos
religiosos e na filosofia dos pré-socráticos,
principalmente, a Tales de Mileto, o primeiro a buscar a
origem de todas as coisas, acreditando encontrá-la na
água, esta considerada por ele como a substância
primordial do universo.
Crença e Mitos
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

ENQUADRAMENTO
Mais tarde e de acordo com uma análise empírica mais sustentada os pré-socráticos
abandonaram a ideia da cosmogonia e construíram a cosmologia [(κόσμος –
"cosmos"/"ordem"/"mundo")] e [(λογία – "discurso"/"estudo")], procurando explicar o
universo com base no lógos ("argumentação", "lógica", "razão").
A Cosmologia é o ramo que estuda a origem, a
estrutura e a evolução do Universo a partir da
aplicação de métodos científicos.

Inicialmente, a cosmologia surgiu como parte da


filosofia, justamente como um método preocupado
em encontrar explicações para a origem e
transformações da natureza a partir da lógica.

Argumento lógico e racional


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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

ENQUADRAMENTO

A cosmologia estuda as leis gerais do Universo e da sua constituição de conjunto, tanto


do ponto de vista positivo (cosmologia científica) quanto do ponto de vista metafísico
(cosmologia racional).
Com os primeiros filósofos, a filosofia deu origem a toda uma produção de
conhecimento e de representação da realidade. Toda essa construção epistemológica
serviu como base para o desenvolvimento da cultura ocidental e de uma visão holística
do mundo dos nossos dias.

A primeira fase da cosmologia culminou com a obra de Isaac Newton, que finalmente
estabeleceu as leis fundamentais que governam o movimento dos corpos celestes. Em
vez de confiar na magia e no misticismo, as leis dos corpos celestes eram vistas como
sujeitas a forças computáveis ​e reproduzíveis.
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

FILOSÓFOS

Escola Jónica: desenvolvida na colónia grega Jónia, na Ásia Menor (actual Turquia), os
seus principais representantes são: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto,
Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso.

Tales de Mileto (624 a.C. - 548 a.C.) é da cidade de Mileto, região da Jónia. É
considerado o fundador da "Escola Jónica", "Pai da Ciência" e da "Filosofia Ocidental".
A sua tese tem como base três princípios:
✓ Tudo que conhecemos é feito de água e o homem é mais um ente desse meio;
✓ Todas as coisas, incluindo as inanimadas, estão cheia de vida;
✓ As mudanças e a geração só podem ser alcançadas pela condensação e a
rarefacção.
“A água é o principal elemento, ou seja, é a essência de todas as coisas”.
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

FILOSÓFOS

Anaximandro (610 a.C. - 547 a.C.), nascido em Mileto, foi o primeiro na história da
geografia e astronomia a desenhar um mapa celeste e um terrestre, e conseguiu medir
a distância entre as estrelas, e chegou mesmo a afirmar que a Terra era cilíndrica e
estava no centro do universo (obliquidade da eclíptica e o quadrante solar).
Defende que o princípio de tudo estava no elemento denominado “ápeiron”, uma
espécie de matéria infinita que representava o infinito e o indeterminado.
Segundo ele, o “ápeiron” é indestrutível, é eterno, é imortal e representa a origem do
mundo, a massa geradora do cosmo e dos seres.
O “Ápeiron” era criado pela luta entre os elementos contrários, a terra, o fogo, o ar e a
água, ou ainda, como o frio e o calor, o húmido e o seco, etc.
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

FILOSÓFOS

Anaxímenes (588-524 a.C.), nascido em Mileto, na sua teoria cosmológica, defendeu


que a Terra é plana e flutua no ar, ao passo que, a lua reflectia a luz do sol e os eclipses
representavam uma obstrução planetária por outro corpo celeste.
O elemento primordial da sua tese era o ar, o princípio de todas as coisas. Para
Anaxímenes, todas as coisas existentes são resultado da condensação ou da rarefacção
do ar.

Heráclito de Éfeso (540 a.C. - 476 a.C.), nasceu na antiga colónia grega, região da Jónia
na Ásia Menor. É considerado o “Pai da Dialéctica”, e mentor da ideia do eterno Devir,
acreditava que tudo o que existe está em permanente mudança ou transformação,
sujeitas ao “logos” (razão ou lei). Para Heráclito, o princípio de todas as coisas estava
contido no elemento fogo.
O filósofo baseava as suas ideias na lei fundamental da natureza, de modo que,
segundo ele, “Tudo flui” e “Nada é permanente, excepto a mudança”.
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

FILOSÓFOS

Escola Pitagórica: também chamada de "Escola Itálica", foi desenvolvida no sul da Itália,
e recebe esse nome visto que o seu principal representante foi Pitágoras de Samos.

Pitágoras de Samos (570 a.C. - 497 a.C), nasceu na cidade de Samos e fundou a
conhecida “Escola Pitagórica”.
Para Pitágoras, os seus principais elementos de estudo e reflexão, foram os números do
qual se destaca o “Teorema de Pitágoras – representado pela fórmula (c²= a²+b²) e o
seu enunciado descrito da seguinte maneira:
“No triângulo rectângulo, composto por um ângulo interno de 90° (ângulo
recto), a soma dos quadrados dos seus catectos corresponde ao quadrado da
sua hipotenusa.”
Os números são à base da vida na terra, representam a harmonia e a ordem, ou seja,
são considerados a essência de todas as coisas.
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

FILOSÓFOS

Escola Eleática ou Escola Itálica: desenvolvida no sul da Itália (na cidade de Eléia) e da
Sicília (nas cidades de Aeragas e Lentini), sendo os seus principais representantes:
Xenófanes de Colofão, Parménides de Eléia, Zenão de Eléia, Empédocles e Górgias.

Parménides de Eleia (530 a.C. - 460 a.C.), nasceu em Eléia, seus estudos estiveram
baseados nos temas sobre a ontologia do ser, da razão e da lógica.
Focou-se nos conceitos de “aletheia” e “doxa”, onde o primeiro significa a luz da
verdade, e o segundo, é relativo à opinião.
Parménides defendia que o “caminho da opinião” (doxa) estaria baseado na aparência,
e, portanto, levaria ao engano e as incertezas.
Enquanto que, o “caminho da verdade” (alétheia) é conduzido pelo pensamento lógico
baseado na razão.
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OS FILOSÓFOS PRÉ-SOCRÁTICOS – (CONTINUAÇÃO)

FILOSÓFOS

Por outro lado, Parménides refuta as ideias de Heráclito e afirma nada muda, tudo é
uno. Ou seja, a mudança (o devir, o vir a ser) é uma ilusão dos sentidos que está
pautada no doxa (opinião). Assim, assevera que “O ser é e o não ser não é.”

Escola Atomista: também chamada de “Atomismo”, foi desenvolvida na região da


Trácia, sendo os seus principais representantes: Demócrito de Abdera e Leucipo de
Abdera.

Demócrito de Abdera (460 a.C. - 370 a.C.), nasceu na cidade de Abdera, é considerado
o “Pai da Teoria Atómica”. Para ele, o átomo é a parte indivisível e eterna, que
permanece em constante movimento, é o elemento primordial e o princípio de todas as
coisas.
Assim, defende que todo o universo está composto de dois elementos básicos: o vácuo
(o vazio ou o não-ser) e os átomos.
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