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01 – (Enem) TEXTO I Autores da filosofia moderna, notadamente

“Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde Descartes e Bacon, e o projeto iluminista
meus primeiros anos, recebera muitas falsas concebem a ciência como uma forma de saber que
opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que almeja libertar o homem das intempéries da
depois eu fundei em princípios tão mal natureza. Nesse contexto, a investigação científica
assegurados não podia ser senão mui duvidoso e consiste em:
incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez
em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a a) expor a essência da verdade e resolver
que até então dera crédito, e começar tudo definitivamente as disputas teóricas ainda
novamente a fim de estabelecer um saber firme e existentes.
inabalável.” (DESCARTES, R. Meditações concernentes b) oferecer a última palavra acerca das coisas que
à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973) existem e ocupar o lugar que outrora foi da
(adaptado). filosofia.
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para
TEXTO II outras áreas do saber que almejam o progresso.
“É o caráter radical do que se procura que exige a d) explicitar as leis gerais que permitem
radicalização do próprio processo de busca. Se interpretar a natureza e eliminar os discursos
todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer éticos e religiosos.
certeza que aparecer a partir daí terá sido de e) explicar a dinâmica presente entre os
alguma forma gerada pela própria dúvida, e não fenômenos naturais e impor limites aos debates
será seguramente nenhuma daquelas que foram acadêmicos.
anteriormente varridas por essa mesma dúvida.”
(SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São
Paulo: Moderna, 2001). (adaptado).
03 – Com sua operação filosófica denominada
“dúvida metódica”, René Descartes acabou
A exposição e a análise do projeto cartesiano instituindo um paradigma filosófico que foi
indicam que, para viabilizar a reconstrução radical identificado como racionalismo. Em oposição ao
do conhecimento, deve-se: racionalismo cartesiano, alguns filósofos
a) retomar o método da tradição para edificar a britânicos desenvolveram a filosofia empirista,
ciência com legitimidade. que consistia em:
b) questionar de forma ampla e profunda as
antigas ideias e concepções. a) tomar como premissa principal para o
c) investigar os conteúdos da consciência dos conhecimento a faculdade da razão, a partir da
homens menos esclarecidos. qual o mundo se torna inteligível.
d) buscar uma via para eliminar da memória b) negar a importância dos dados empíricos para o
saberes antigos e ultrapassados. processo do conhecimento.
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que c) tomar como premissa principal para o
dispensam ser questionados. conhecimento os dados da realidade sensível, isto
é, os dados empíricos, materiais.
02 – (Enem) “Os produtos e seu consumo d) não ter um método filosófico racional,
constituem a meta declarada do empreendimento convertendo-se assim ao irracionalismo, corrente
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira que depois dominaria parte da filosofia do século
vez no início da Modernidade, como expectativa XIX.
de que o homem poderia dominar a natureza. No e) defender politicamente o império inglês contra
entanto, essa expectativa, convertida em programa as investidas dos intelectuais de outros países.
anunciado por pensadores como Descartes e
Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não 04 – Leia o trecho a seguir: “[…] é quase
surgiu 'de um prazer de poder', 'de um mero impossível que nossos juízos sejam tão puros e tão
imperialismo humano', mas da aspiração de sólidos como teriam sido se tivéssemos tido
libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e inteiro uso de nossa razão desde a hora de nosso
culturalmente.” (CUPANI, A. A tecnologia como nascimento, e se tivéssemos sido conduzidos
problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São sempre por ela.” (DESCARTES, René. Discurso do
Paulo, v. 2, n. 4, 2004) (adaptado). Método. São Paulo: Martins Fontes. 1996, p. 17).

A Razão Cartesiana inaugurou, na modernidade,


uma forma de se pensar a partir de uma linguagem
racionalista, inspirada em modelos matemáticos. necessariamente que eu, que pensava, fosse
Esse modelo racional pretendia servir como guia alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu
para o conhecimento da realidade. Sobre o método penso, logo existo, era tão firme e tão certa que
cartesiano, é correto afirmar que: todas as mais extravagantes suposições não seriam
capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la,
a) tem sua formulação mais bem acabada na obra sem escrúpulo, como o primeiro princípio da
“Crítica da Razão Pura”. Filosofia que procurava. Pelo fato mesmo de eu
b) consistia em colocar o mundo, a realidade, pensar em duvidar da verdade das outras coisas
“entre parênteses”, operando assim em uma seguia-se mui evidentemente e mui certamente
“redução fenomenológica”. que eu existia. (René Descartes. Discurso do método,
c) foi duramente combatido pelos filósofos 1973. Adaptado.)
contemporâneos a Descartes, não tendo assim
exercido influência em nenhuma geração O excerto do Discurso do método de René
posterior. Descartes (1596-1650) expõe o procedimento
d) consistia em duvidar de tudo e, a partir da inicial da reflexão do filósofo, a chamada “dúvida
dúvida, reconduzir o pensamento à possibilidade metódica”. A dúvida tem a função de abrir o
da realidade, processo que se sintetiza na frase: caminho da verdade. Pela dúvida, o filósofo chega
“penso, logo existo”. à primeira certeza, que está na origem do:
e) tem seu apogeu no século XV, quando a entra a) ceticismo, porque o único conhecimento
em declínio a filosofia escolástica. possível, claro e distinto é o da existência dos
homens.
05 – (UECE) “O bom senso é a coisa do mundo b) empirismo, porque uma vez provada a
melhor partilhada […] o poder de bem julgar e existência humana, pode-se acreditar na
distinguir o verdadeiro do falso, que é capacidade de percepção de seus sentidos.
propriamente o que se denomina o bom senso ou a c) cientificismo, porque a razão pode realizar
razão, é naturalmente igual em todos os homens; experiências aproximando e comparando os
e, destarte, […] a diversidade de nossas opiniões fenômenos naturais.
não provém do fato de serem uns mais racionais d) racionalismo, porque fundado sobre a dedução
do que outros, mas somente de conduzirmos de todas as coisas a partir do pensamento.
nossos pensamentos por vias diversas e não e) materialismo, porque a filosofia cartesiana tem
considerarmos as mesmas coisas.” (DESCARTES, por finalidade provar a existência de Deus.
René. Discurso do método, I. Tradução de J. Guinsburg e
Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 07 – (UFPR) Nas primeiras linhas das Meditações
Coleção Os Pensadores). Metafísicas, Descartes declara que “recebera
muitas falsas opiniões por verdadeiras” e que
Tomando-se por base o que diz Descartes na “aquilo que fundou sobre princípios mal
citação acima, explica-se a diversidade de assegurados devia ser muito duvidoso e incerto”.
opiniões em que: (DESCARTES, R. Meditações Metafísicas, In: MARÇAL,
I. alguns são mais racionais do que os outros. J. CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (org.) Antologia de
II. usamos de modos distintos nossa razão. textos filosóficos, Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 153.)
III. as emitimos sobre coisas diferentes.
A fim de dar bom fundamento ao conhecimento
Estão corretas as complementações contidas em científico, Descartes entende que é preciso:
a) I e III apenas. a) confiar nas próprias opiniões.
b) I e II apenas. b) certificar-se de que os outros pensam como nós.
c) I, II e III. c) seguir as opiniões dos mais sábios.
d) II e III apenas. d) partir de princípios seguros e proceder com
método.
06 – (UEA) Considerando que todos os mesmos e) aceitar que o conhecimento é duvidoso e
pensamentos que temos quando despertos nos incerto.
podem também ocorrer quando dormimos, sem
que haja nenhum, nesse caso, que seja verdadeiro, 08 – (UECE) “[É] uma coisa bem notável que não
resolvi fazer de conta que todas as coisas que até haja homens […] que não sejam capazes de
então haviam entrado no meu espírito não eram arranjar em conjunto diversas palavras e de
mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. compô-las num discurso pelo qual façam entender
Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu seus pensamentos; […] os homens que, tendo
queria assim pensar que tudo era falso, cumpria nascido surdos e mudos, são desprovidos dos
órgãos que servem aos outros para falar, […] c) O espírito crítico é uma característica da
costumam inventar eles próprios alguns sinais, Filosofia e surge quando opiniões e verdades são
pelos quais se fazem entender por quem, estando coincidentes.
comumente com eles, disponha de lazer para d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o
aprender a sua língua.” (DESCARTES, R. Discurso do espírito crítico são fundamentos do pensamento
método, V). filosófico moderno.

A passagem acima informa sobre a relação entre 11 – (UNICAMP) A maneira pela qual
pensamento e linguagem no racionalismo adquirimos qualquer conhecimento constitui
moderno. Sobre essa relação, pode-se afirmar suficiente prova de que não é inato. (John Locke,
corretamente que: Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova
a) a linguagem, quer seja sonora quer seja em Cultural, 1988, p.13.)
sinais, tem a função de fazer o pensamento ser
entendido pelos outros. O empirismo, corrente filosófica da qual Locke
b) a capacidade de produzir discursos, isto é, a fazia parte,
linguagem, é o que permite aos homens ter a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua
pensamentos. aquisição deriva da experiência.
c) o entendimento entre homens se dá através da b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os
linguagem, que, todavia, é anterior ao conhecimentos possam ser obtidos.
pensamento. c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao
d) o pensamento existe independentemente do negar a existência de ideias inatas.
discurso e, como ocorre entre surdos e mudos, não d) defende que as ideias estão presentes na razão
precisa ser entendido. desde o nascimento.

09 – (IBADE) Corrente filosófica que enfatiza o 12 – O que caracteriza o empirismo de Locke?


papel da razão como fundamento do modo de Assinale todas as alternativas corretas.
conhecer a realidade. Nesta perspectiva, a razão
vai possibilitar a apreensão e a justificação do ( ) Defesa da ideia de que tudo o que está na
conhecimento sem o recurso sensorial interferindo mente passou antes pelos sentidos.
no processo do conhecimento. Tal conceito refere- ( ) Defesa da ideia de que Deus não existe,
se à(ao): porque não pode ser observado.
( ) Defesa da concepção segundo a qual ideias
a) Fenamenismo. como Deus, infinito, perfeição, embora não
b) Ceticismo. possam ser observadas diretamente, ainda assim
c) Dogmatismo. têm origem na sensação.
d) Empirismo. ( ) Toda ideia nasce de uma sensação ou da
e) Racionalismo. combinação, relação e abstração de outras ideias.
( ) Existem algumas ideias inatas na mente
10 – A dúvida é uma atitude que contribui para o humana.
surgimento do pensamento filosófico moderno.
Neste comportamento, a verdade é atingida 13 – O ponto de partida do empirismo de Locke é
através da supressão provisória de todo a ideia de que tudo que está na mente passou antes
conhecimento, que passa a ser considerado como pelos sentidos.
mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito Considerando isso, qual das alternativas abaixo
crítico próprio da Filosofia. (Adaptado de Gerd A. está INCORRETA:
Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Editora
Globo, 1970, p. 11.) a) Locke também usou a expressão latina “tábula
rasa” para se referir à sua concepção sobre o
A partir do texto, é correto afirmar que: conhecimento.
a) A Filosofia estabelece que opinião, b) Tato, paladar, olfato, audição e visão são os
conhecimento e verdade são conceitos meios pelos quais ideias sobre o mundo exterior
equivalentes. são criadas na mente humana.
b) A dúvida é necessária para o pensamento c) A ideia de infinito é uma ideia simples
filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor produzida pela visão, sem o trabalho das
metodológico. faculdades da mente.
d) Ideias como pensamento e emoção são obtidas por ser uma novidade para o sujeito, no entanto,
a partir da observação de nossas próprias este conhecimento já se encontrava presente na
operações mentais. realidade exterior.

14 – O empirismo de Locke se opõe ao Assinale a alternativa CORRETA que define a


racionalismo de Descartes. concepção de aprendizagem em questão:
Entre as divergências entre esses dois pensadores, a) Associacionismo.
é INCORRETO dizer que b) Inatismo.
c) Interacionismo.
a) Descartes acreditava que Deus era uma ideia d) Construtivismo.
inata, já Locke pensava que essa era uma ideia e) Empirismo ou ambientalismo.
oriunda da sensação.
b) Descartes acreditava que a ideia de perfeição 18 – (CEPERJ – 2011) Em sua Investigação
era uma ideia inata, já Locke acreditava que tinha acerca do entendimento humano, David Hume
origem na sensação. fala daquele que considera ser “o único princípio
c) Locke afirmava que a mente humana não possui que torna útil nossa experiência e nos faz esperar,
ideias inatas, pois é uma tábula rasa; Descartes, no futuro, uma série de eventos semelhantes
por outro lado, defendia a existência de ideias àqueles que apareceram no passado”. Segundo
inatas. Hume, esse princípio, que seria o grande guia da
d) Locke defendia que, como o conhecimento tem vida humana, é:
origem na experiência, não podemos saber da
existência de Deus; Descartes, como acreditava a) a fé
que a razão por si só é capaz de produzir b) a razão
conhecimento sobre o mundo, ela é capaz de c) a imaginação
demonstrar a existência de um ser perfeito. d) o costume
e) o entendimento
15 – Locke distingue entre ideias simples e ideias
complexas. Sobre a diferença entre essas ideias, é 19 – (UFPR) A palavra empirismo vem do grego
correto afirmar que: empeiria, que significa experiência. Os empiristas,
ao contrário dos racionalistas, enfatizam o papel
( ) Ideias simples têm origem na observação. da experiência no processo do conhecimento.
( ) Ideias complexas surgem pelo trabalho das Francis Bacon (1561-1626), influenciado pelo
faculdades da mente (composição, relação, espírito da nova ciência, procurava não um saber
abstração) sobre ideias simples. contemplativo ou desinteressado, que não tivesse
( ) Ideias simples podem ser criadas. um fim em si, mas sim um saber instrumental, que
( ) Ideias complexas podem ser criadas pela possibilitasse a dominação da natureza. Seu lema
mente. era:

16 – Locke distingue entre qualidades primárias e a) Querer é conhecer.


secundárias de objetos. b) Tem que se ver para se crer.
Assinale todas as alternativas corretas sobre esse c) Perceber é dominar.
tema: d) Saber é poder.
e) Educar é observar.
( ) A cor dos objetos é uma qualidade primária.
( ) A forma e o movimento dos objetos é uma 20 – (Fundação Dom Cintra – Adaptada) David
qualidade primária. Hume apresenta as duas seguintes classes de
( ) Qualidades primárias são objetivas. percepções mentais:
( ) Qualidades secundárias são subjetivas.
( ) Não é possível conhecer como o mundo a) As fortes que são vividas denominadas
realmente é em suas qualidades secundárias. impressões e as mais fracas dominadas pelas
ideias.
17 – (IF-SC) Nesta concepção de aprendizagem, o b) As ilimitadas devido à nossa liberdade e as
homem é considerado desde o seu nascimento limitadas pela negação da atividade do livre
como sendo uma “tábula rasa”, uma folha de pensar.
papel em branco. A aprendizagem decorre de c) As racionalizadoras das ações e as conduzidas
estímulos do mundo externo, é uma “descoberta” pelo devaneio.
d) As vividas e experienciadas e as ilusórias. c) Revelam a relação de interdependência entre os
e) As sensoriais e as extrassensoriais. dados da experiência e a reflexão filosófica.
d) Apostam, no que diz respeito às tarefas da
21 – (ENEM) Esclarecimento é a saída do homem filosofia, na primazia das ideias em relação aos
de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. objetos.
A menoridade é a incapacidade de fazer uso de e) Refutam-se mutuamente quanto à natureza do
seu entendimento sem a direção de outro nosso conhecimento e são ambas recusadas por
indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa Kant.
menoridade se a causa dela não se encontra na
falta de entendimento, mas na falta de decisão e 23 – (Uncisal) No século XVIII, o filósofo
coragem de servir-se de si mesmo sem a direção Emanuel Kant formulou as hipóteses de seu
de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu idealismo transcendental. Segundo Kant, todo
próprio entendimento, tal é o lema do conhecimento logicamente válido inicia-se pela
esclarecimento. A preguiça e a covardia são as experiência, mas é construído internamente por
causas pelas quais uma tão grande parte dos meio das formas a priori da sensibilidade (espaço
homens, depois que a natureza de há muito os e tempo) e pelas categorias lógicas do
libertou de uma condição estranha, continuem, no entendimento. Dessa maneira, para Kant, não é o
entanto, de bom grado menores durante toda a objeto que possui uma verdade a ser conhecida
vida. (KANT, I. Resposta à pergunta: o que é pelo sujeito cognoscente, mas sim o sujeito que,
esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado)). ao conhecer o objeto, nele inscreve suas próprias
coordenadas sensíveis e intelectuais.
Kant destaca no texto o conceito de
Esclarecimento, fundamental para a compreensão De acordo com a filosofia kantiana, pode-se
do contexto filosófico da Modernidade. afirmar que:
Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, a) A mente humana é como uma “tabula rasa”,
representa: uma folha em branco que recebe todos os seus
a) a reivindicação de autonomia da capacidade conteúdos da experiência.
racional como expressão da maioridade. b) Os conhecimentos são revelados por Deus para
b) o exercício da racionalidade como pressuposto os homens.
menor diante das verdades eternas. c) Todos os conhecimentos são inatos, não
c) a imposição de verdades matemáticas, com dependendo da experiência.
caráter objetivo, de forma heterônoma. d) Kant foi um filósofo da antiguidade.
d) a compreensão de verdades religiosas que e) Para Kant, o centro do processo de
libertam o homem da falta de entendimento. conhecimento é o sujeito, não o objeto.
e) a emancipação da subjetividade humana de
ideologias produzidas pela própria razão. 24 –(Enem 2017) – Uma pessoa vê-se forçada
pela necessidade a pedir dinheiro emprestado.
22 – (ENEM/2013) – Até hoje admitia-se que Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê
nosso conhecimento se devia regular pelos também que não lhe emprestarão nada se não
objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, prometer firmemente pagar em prazo
mediante conceitos, algo que ampliasse nosso determinado. Sente a tentação de fazer a
conhecimento malogravam-se com esse promessa; mas tem ainda consciência bastante
pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, para perguntar a si mesma: não é proibido e
experimentar se não se resolverão melhor as contrário ao dever livrar-se de apuros desta
tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua
deveriam regular pelo nosso conhecimento. máxima de ação seria: quando julgo estar em
(KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste- apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e
Guibenkian, 1994 [adaptado].)
prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca
sucederá. (KANT, I. Fundamentação da metafísica dos
O trecho em questão é uma referência ao que costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980).
ficou conhecido como revolução copernicana da
filosofia. Nele, confrontam-se duas posições De acordo com a moral kantiana, a “falsa
filosóficas que: promessa de pagamento” representada no texto:
a) Assumem pontos de vista opostos acerca da a) assegura que a ação seja aceita por todos a
natureza do conhecimento. partir da livre discussão participativa.
b) Defendem que o conhecimento é impossível, b) garante que os efeitos das ações não destruam a
restando-nos somente o ceticismo. possibilidade da vida futura na terra.
c) opõe-se ao princípio de que toda ação do e) Filosofia da desconstrução.
homem possa valer como norma universal.
d) materializa-se no entendimento de que os fins 27 – Sobre a questão do conhecimento na filosofia
da ação humana podem justificar os meios. kantiana, é CORRETO afirmar que
e) permite que a ação individual produza a mais
ampla felicidade para as pessoas envolvidas. a) o ato de conhecer se distingue em duas formas
básicas: conhecimento empírico e conhecimento
25 – (Enem PPL) Os ricos adquiriram uma puro.
obrigação relativamente à coisa pública, uma vez b) para conhecer, é preciso se lançar ao exercício
que devem sua existência ao ato de submissão à do pensar conceitos concretos.
sua proteção e zelo, o que necessitam para viver; o c) as formas distintas de conhecimento, descritas
Estado então fundamenta o seu direito de na obra Critica da razão pura, são denominadas,
contribuição do que é deles nessa obrigação, respectivamente, juízo universal e juízo necessário
visando a manutenção de seus concidadãos. Isso e suficiente.
pode ser realizado pela imposição de um imposto d) o registro mais contundente acerca do
sobre a propriedade ou a atividade comercial dos conhecimento se faz a partir da distinção de dois
cidadãos, ou pelo estabelecimento de fundos e de juízos, a saber: juízo analítico e juízo sintético ou
uso dos juros obtidos a partir deles, não para juízo de elucidação.
suprir as necessidades do Estado (uma vez que
este é rico), mas para suprir as necessidades do 28 – No século XVIII, o filósofo Emanuel Kant
povo. (KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: formulou as hipóteses de seu idealismo
Edipro, 2003). transcendental. Segundo Kant, todo conhecimento
logicamente válido inicia-se pela experiência, mas
Segundo esse texto de Kant, o Estado é construído internamente por meio das formas a
a) deve sustentar todas as pessoas que vivem sob priori da sensibilidade (espaço e tempo) e pelas
seu poder, a fim de que a distribuição seja categorias lógicas do entendimento. Dessa
paritária. b) está autorizado a cobrar impostos maneira, para Kant, não é o objeto que possui uma
dos cidadãos ricos para suprir as necessidades dos verdade a ser conhecida pelo sujeito cognoscente,
cidadãos pobres. mas sim o sujeito que, ao conhecer o objeto, nele
c) dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é inscreve suas próprias coordenadas sensíveis e
obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus intelectuais.
membros.
d) delega aos cidadãos o dever de suprir as De acordo com a filosofia kantiana, pode-se
necessidades do Estado, por causa do seu elevado afirmar que:
custo de manutenção. a) a mente humana é como uma “tabula rasa”,
e) tem a incumbência de proteger os ricos das uma folha em branco que recebe todos os seus
imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos conteúdos da experiência.
pagam mais tributos. b) os conhecimentos são revelados por Deus para
os homens.
26 – (Unespar) Immanuel Kant, um dos c) todos os conhecimentos são inatos, não
pensadores mais influentes do século XVIII, nos dependendo da experiência.
deixou três obras que conhecemos como as obras d) Kant foi um filósofo da antiguidade.
críticas: a Crítica da razão pura, a Crítica da razão e) para Kant, o centro do processo de
prática e a Crítica da faculdade do juízo. Com conhecimento é o sujeito, não o objeto.
essas obras ele se estabeleceu como um marco
para o pensamento moderno, pois buscou resolver 29 – Na perspectiva do conhecimento, Immanuel
um conflito entres duas vertentes sempre Kant pretende superar a dicotomia racionalismo-
constantes na história da filosofia: de um lado os empirismo.Entre as alternativas abaixo, a única
filósofos racionalistas, e de outro, os empiristas. que contém informações corretas sobre o
Para resolver o antagonismo entre esses dois criticismo kantiano é:
lados, Kant desenvolveu sua filosofia crítica,
também conhecida como: a) A razão estabelece as condições de
possibilidade do conhecimento; por isso
a) Filosofia analítica; independe da matéria do conhecimento.
b) Filosofia transcendental; b) O conhecimento é constituído de matéria e
c) Filosofia dialética; forma. Para termos conhecimento das coisas,
d) Filosofia imanente;
temos de organizá-las a partir da forma a priori do isto é, a maneira como os nossos sentidos são
espaço e do tempo. afetados por este algo desconhecido”. (Immanuel
c) O conhecimento é constituído de matéria, forma Kant)
e pensamento. Para termos conhecimento das Sobre a teoria do conhecimento kantiana,
coisas temos de pensá-las a partir do tempo conforme o texto acima, seguem as seguintes
cronológico. afirmativas:
d) A razão enquanto determinante nos I. Desde sempre, os filósofos atribuíram realidade
conhecimentos fenomênicos e noumênicos tanto aos seres sensíveis quanto aos seres
(transcendentais) atesta a capacidade do ser inteligíveis.
humano. II. Podemos conhecer, em relação às coisas em si
d) O homem conhece pela razão a realidade mesmas, apenas seu fenômeno, ou seja, a maneira
fenomênica porque Deus é quem afinal determina como elas afetam nossos sentidos.
este processo. III. Porque podemos conhecer apenas seus
fenômenos, as coisas em si mesmas não têm
30 – “Já desde os tempos mais antigos da realidade.
filosofia, os estudiosos da razão pura conceberam, IV. Os filósofos anteriores a Kant não
além dos seres sensíveis ou fenômenos, que diferenciavam fenômeno de aparência, e, assim,
constituem o mundo dos sentidos, seres consideravam que o fenômeno não era real.
inteligíveis particulares, que constituiriam um V. As intuições puras da sensibilidade e os
mundo inteligível, e, visto que confundiam (o que conceitos puros do entendimento incidem apenas
era de desculpar a uma época ainda inculta) em objetos de uma experiência possível; sem as
fenômeno e aparência, atribuíram realidade primeiras, os segundos não têm significação.
unicamente aos seres inteligíveis. De fato, se,
como convém, considerarmos os objetos dos Das afirmativas feitas acima
sentidos como simples fenômenos, admitimos a) apenas II e IV estão corretas.
assim que lhes está subjacente uma coisa em si, b) apenas II, IV e V estão corretas.
embora não saibamos como ela é constituída em si c) apenas II, III, IV e V estão corretas.
mesma, mas apenas conheçamos o seu fenômeno, d) todas as afirmativas estão corretas.

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