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Questão 01.

Na sociedade democrática, as opiniões de b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem


cada um não são fortalezas ou castelos para que neles dos seres e das coisas.
nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal.
Não só temos de ser capazes de exercer a razão em c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa
nossas argumentações, como também devemos primeira das coisas existentes.
desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas d) A ambição de expor, de maneira metódica, as
melhores razões. A partir dessa perspectiva, a verdade diferenças entre as coisas.
buscada é sempre um resultado, não ponto de partida:
e essa busca inclui a conversação entre iguais, a e) A tentativa de justificar, a partir de elementos
polêmica, o debate, a controvérsia. SAVATER, F. As empíricos, o que existe no real.
perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001
(adaptado). A ideia de democracia presente no texto, Questão 04. Esclarecimento é a saída do homem de
baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A
defende que a verdade é um(a) menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu
a) alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como entendimento sem a direção de outro indivíduo. O
agente racional autônomo. homem é o próprio culpado dessa menoridade se a
b) critério acima dos homens, de acordo com o qual causa dela não se encontra na falta de entendimento,
podemos julgar quais opiniões são as melhores. mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si
c) construção da atividade racional de comunicação mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de
entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso. fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do
d) produto da razão, que todo indivíduo traz latente esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas
desde o nascimento, mas que só se firma no processo pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois
educativo. que a natureza de há muito os libertou de uma condição
e) resultado que se encontra mais desenvolvido nos estranha, continuem, no entanto, de bom grado
espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à
os outros. pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes,
Questão 02. Ao falar de caráter de um homem não 1985 (adaptado). Kant destaca no texto o conceito de
dizemos que ele é sábio ou que possui entendimento, Esclarecimento, fundamental para a compreensão do
mas que é calmo ou temperante. No entanto, louvamos contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no
também o sábio, referindo-se ao hábitos dignos de sentido empregado por Kant, representa
louvor chamamos virtude. ARISTÓTELES. Ética a a) a reivindicação de autonomia da capacidade racional
Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1973 Em como expressão da maioridade.
Aristóteles, o conceito de virtude ética expressa a
b) o exercício da racionalidade como pressuposto menor
a) excelência de atividades praticadas em consonância diante das verdades eternas.
com o bem comum.
c) a imposição de verdades matemáticas, com caráter
b) concretização utilitária de ações que revelam a objetivo, de forma heterônoma.
manifestação de propósitos privados.
d) a compreensão de verdades religiosas que libertam o
c) concordância das ações humanas aos preceitos homem da falta de entendimento.
emanados da divindade.
e) a emancipação da subjetividade humana de
d) realização de ações que permitem a configuração da ideologias produzidas pela própria razão.
paz interior.
Questão 05. A filosofia é como uma árvore, cujas raízes
e) manifestação de ações estéticas, coroadas de adorno são a metafísica: o tronco, a física, e os ramos que
e beleza. saem do tronco são todas as outras ciências, que se
Questão 03. A filosofia grega parece começar com uma reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a
ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário perfeita porque pressupõe um saber integral das outras
deter-nos nela e levâ-la a sério? Sim, e por três razões: ciências, e é o último grau da sabedoria. DESCARTES. R
em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo Principios da Alosofis Luboa Edições TO. 1997
sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o (adaptado) Essa construção alegórica de Descartes,
faz sem imagem e favulação; e enfim, em terceiro lugar, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem
porque nela, embora apenas em estado de crisálida, como objetivo
está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE, F. a) sustentar a unidade essencial do conhecimento.
Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova
Cultural, 1999. O que, de acordo com Nietzsche, b) refutar o elemento fundamental das crenças.
caracteriza o surgimento de filosofia entre os gregos?
c) impulsionar o pensamento especulativo.
a) O impulso para transformar, mediante justificativas
os elementos sensíveis em verdades racionais. d) recepcionar o método experimental.

e) incentivar a suspensão dos juízos.

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Questão 06. Na Grécia, o conceito de povo abrange tão
somente aqueles indivíduos considerados cidadãos.
Assim é possível perceber que o conceito de povo era
muito restritivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma
democrática vivenciada e experimentada pelos gregos
atenienses nos séculos IV e V a.C. pode ser
caracterizada, fundamentalmente, como direta.
MANDUCO, A Ciência política São Paulo Saraiva. 2011.
Naquele contexto, a emergência do sistema de governo
mencionado no excerto promoveu o(a)

a) competição para a escolha de representantes.

b) campanha pela revitalização das oligarquias.

c) estabelecimento de mandatos temporários.

d) declínio da sociedade civil organizada.

e) participação no exercício do poder.

Questão 07. Sentimos que toda satisfação de nossos


desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que
mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã
a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à
fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas
as preocupações. SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a
sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005. O
trecho destaca uma ideia remanescente de uma
tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade
se mostra indissociavelmente ligada à

a) consagração de relacionamentos afetivos.

B) administração da independência interior.

C) fugacidade do conhecimento empírico.

D) liberdade de expressão religiosa.

E) busca de prazeres efêmeros.

Questão 08. De fato, não é porque o homem pode usar


a vontade livre para pecar que se deve supor que Deus
a concedeu para isso. Há, portanto, uma razão pela qual
Deus deu ao homem esta característica, pois sem ela
não poderia viver e agir corretamente. Pode-se
compreender, então, que ela foi concedida ao homem
para esse fim, considerando-se que se um homem a
usar para pecar, recairão sobre ele as punições divinas.
Ora, isso seria injusto se a vontade livre tivesse sido
dada ao homem não apenas para agir corretamente,
mas também para pecar. Na verdade, por que deveria
ser punido aquele que usasse da sua vontade para o fim
para o qual ela lhe foi dada? AGOSTINHO. O livre-
arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de ética.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. Nesse texto, o
filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a
punição divina tem como fundamento o(a)

a) desvio da postura celibatária.

b) insuficiência da autonomia moral.

c) afastamento das ações de desapego.

d) distanciamento das práticas de sacrifício.

e) violação dos preceitos do Velho Testamento.

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