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ENEM 2023 FILOSOFIA Questão 04.

Em sua obra "O Ser e o Nada", o filósofo


francês Jean Paul Sartre (1905 -1980) trata da
Assunto: REVISÃO condição humana, mais precisamente, da liberdade.
Para o referido filósofo, o homem, pela sua condição
de ser homem, é ser livre e, portanto, ele, o homem, é
Turma: Pré Enem fruto de sua liberdade porque, no seu dia a dia,
escolhe as ações que fará. Dessa forma, a liberdade
ALUNO(A): não é uma conquista humana, mas é uma condição da
própria existência dele, do homem. Explica o filósofo
Questão 01. Sempre que a relevância do discurso
que “Com efeito, sou um existente que aprende sua
entra em jogo, a questão torna-se política por
liberdade através de seus atos; mas sou também um
definição, pois é o discurso que faz do homem um ser
existente cuja existência individual e única
político. E tudo que os homens fazem, sabem ou
temporaliza-se como liberdade [...] Assim, minha
experimentam só tem sentido na medida em que pode
liberdade está perpetuamente em questão em meu
ser discutido. Haverá, talvez, verdades que ficam além
ser; não se trata de uma qualidade sobreposta ou uma
da linguagem e que podem ser de grande relevância
propriedade de minha natureza; é bem precisamente a
para o homem no singular, isto é, para o homem que,
textura de meu ser.” Jean-Paul Sartre. Ser e o Nada.
seja o que for, não é um ser político. Mas homens no
(Adaptado) De acordo com o referido filósofo, se
plural, isto é, os homens que vivem e se movem e
somos livres, temos sempre de escolher. Ao analisar
agem neste mundo, só podem experimentar o
essa premissa, como condição em uma sociedade
significado das coisas por poderem falar e ser
capitalista, afirma-se que “Se você fracassa, as
inteligiveis entre si e consigo mesmos. ARENDT, H. À
escolhas foram suas.” Essa afirmação mais popular
condição humana. Rio da Janeiro: Forense
decorrente da premissa de Sartre está centrada no
Universitária, 2004. No trecho, a filósofa Hannah
entendimento de que
Arendt mostra a importância da linguagem no
a) o Estado é que proporciona a capacitação para as
processo de
escolhas.
a) entendimento da cultura.
b) o capitalismo é que pode oferecer o trabalho
B) aumento da criatividade.
remunerado.
C) percepção da individualidade.
c) a formação familiar é limitante para a educação do
D) melhoria da técnica.
filho bem-sucedido.
E) construção da sociabilidade.
d) a formação escolar é determinante para as escolhas
Questão 02. Sem negar que Deus prevê todos os
de um sujeito.
acontecimentos futuros, entretanto, nós queremos
e) o próprio indivíduo é que escolhe seu percurso de
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livremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto
projeto de vida.
da presciência divina é a nossa vontade, é essa
Questão 05. Antes que a arte polisse nossas maneiras
mesma vontade assim prevista que se realizará.
e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem
Haverá, pois, um ato de vontade livre, já que Deus vê
apurada, nossos costumes eram rústicos. Não era
esse ato livre com antecedência. SANTO AGOSTINHO.
melhor, mas os homens encontravam sua segurança
O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).
na facilidade para se reconhecerem reciprocamente, e
Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de
essa vantagem, de cujo valor não temos mais a noção,
Hipona (354-430), indica que a liberdade humana
poupava-lhes muitos vícios. ROUSSEAU, J.-J. Discurso
apresenta uma
sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultural,
a) natureza condicionada.
1983 (adaptado). No presente excerto, o filósofo Jean-
B) competência absoluta.
Jacques Rousseau (1712-1778) exalta uma condição
C) aplicação subsidiária.
que teria sido vivenciada pelo homem em qual
D) utilização facultativa.
situação?
E) autonomia irrestrita.
Questão 03. Por força da industrialização da cultura, a) No sistema monástico, pela valorização da religião.
desde o começo do filme já se sabe como ele termina,
quem é recompensado e, ao escutar a música, o b) Na existência em comunidade, pela comunhão de
ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os valores.
primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento
c) No modelo de autogestão, pela emancipação do
do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como
sujeito.
previsto. ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética
do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de d) No estado de natureza, pelo exercício da liberdade.
Janeiro: Jorge Zahar, 2009. A crítica ao tipo de criação
mencionada no texto teve como alvo, no campo da e) Na vida em sociedade, pela abundância de bens.
arte, a
Questão 06. Enquanto o pensamento de Santo
a) burocratização do processo de difusão.
Agostinho representa o desenvolvimento de uma
B) valorização da representação abstrata.
filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de
C) padronização das técnicas de composição.
São Tomás reabilita a filosofia de Aristóteles – até
D) sofisticação dos equipamentos disponíveis.
então vista sob suspeita pela Igreja —, mostrando ser
E) ampliação dos campos de experimentação.
possível desenvolver uma leitura de Aristóteles
compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de
São Tomás abriu caminho para o estudo da obra da qual o texto trata, o tema fundamental da filosofia
aristotélica e para a legitimação do interesse pelas é o(a)
ciências naturais, um do principais motivos do
interesse por Aristóteles nesse período. MARCONDES, a) realidade humana, seu sentido e possibilidades.
D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, b) mundo físico, sua essência e leis reguladoras.
2005. A Igreja Católica por muito tempo impediu a
divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a abra c) lógica, suas inferências e estudos de validade.
aristotélica
d) imaginação, seus objetos e contribuições.
a) valorizar a investigação científica, contrariando
certos dogmas religiosos. e) conhecimento, sua natureza e condições.

b) declarar a inexistência de Deus, colocando em


dúvida toda a moral religiosa.

c) críticar a Igreja Católica, instigando a criação de


outras intituições religiosas.

d) evocar pensamentos de religiões orientais, minando


a expansão do cristianismo.

e) contribuir para o desenvolvimento de sentimentos


antirreligiosos, seguindo sua teoria política.

Questão 07. Na sociedade democrática, as opiniões de


cada um não são fortalezas ou castelos para que neles
nos encerremos como forma de autoafirmação
pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a
razão em nossas argumentações, como também
devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos
pelas melhores razões. A partir dessa perspectiva, a
verdade buscada é sempre um resultado, não ponto
de partida: e essa busca inclui a conversação entre
iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. SAVATER,
F. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes,
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2001 (adaptado). A ideia de democracia presente no
texto, baseada na concepção de Habermas acerca do
discurso, defende que a verdade é um(a)

a) alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como


agente racional autônomo.

B) critério acima dos homens, de acordo com o qual


podemos julgar quais opiniões são as melhores.

C) construção da atividade racional de comunicação


entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso.

D) produto da razão, que todo indivíduo traz latente


desde o nascimento, mas que só se firma no processo
educativo.

E) resultado que se encontra mais desenvolvido nos


espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer
os outros.

Questão 08. Em primeiro lugar, é preciso libertar-se do


preconceito segundo o qual a filosofia é apenas uma
disciplina particular, apenas o trabalho de um círculo
restrito de pessoas que dedicam sua atividade a
refletir e a indagar sobre certos tipos de problemas. A
filosofia é isso também, mas não só. Deve haver uma
filosofia como ato existencial, que faz do homem um
ente que pergunta, duvida, teme e age para dominar o
futuro. ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo.
São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado). De
acordo com a corrente de pensamento do século XX

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