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D transmissão de conclusões racionais.

E consideração de percepções sensíveis.


MATERIAL 05
ENEM 2023-CALOURO 2024 QUESTÃO 03
FILOSOFIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA […] enquanto me limitei a considerar os costumes
QUESTÃO 01 dos outros homens, quase nada encontrei que me
Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, desse segurança, e notava quase tanta diversidade
um papel em branco, desprovida de todos os quanto antes observava entre as opiniões dos
caracteres, sem ideia alguma; como ela será suprida? filósofos. De forma que o maior proveito que disso
De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e tirava era que […] aprendia a não crer com muita
que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com firmeza em nada do que só me fora persuadido pelo
uma variedade quase infinita? De onde apreende exemplo e pelo costume; e assim desvencilhava-me
todos os materiais da razão e do conhecimento? A pouco a pouco de muitos erros, que podem ofuscar
isso respondo com uma palavra: da experiência. nossa luz natural e nos tornar menos capazes de ouvir
a razão.
LOCKE, J. Ensaio sobre o entendimento humano. Livro II,
cap. 1, p. 57. São Paulo: Nova Cultural, 2005. (Coleção Os DESCARTES, R. Discurso do método. 2. ed. São Paulo:
Pensadores). Martins Fontes, 1996. p. 14. (adaptado)
A citação de Locke representa a teoria empirista,
afirmando que a mente Qual característica do método cartesiano é
A. independe dos sentidos para conhecer. evidenciada no texto?
B. permanece repleta de ideias inatas.  Abandono de objetos de estudo considerados
C. é incapaz de conhecer a verdade. simples.
D. está destituída de ideias a priori.  Subordinação da consciência aos costumes
E. possui ideias puras a priori. extrínsecos.
C Segmentação dos dados para estudos científicos
QUESTÃO 02 sensíveis.
D Questionamento de conceitos preestabelecidos
TEXTO I socialmente.
Se não começarmos da experiência ou se não  Variedade de possibilidades para se chegar à razão
procedermos segundo leis de interconexão empírica filosófica.
dos fenômenos, nos vangloriamos em vão de querer
adivinhar ou procurar a existência de qualquer coisa. QUESTÃO 04
Em A morte de Ivan IIitch, Tolstoi descreve com
KANT, I. Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, detalhes repulsivos o terror de encarar a morte
1987, p. 273. (Coleção Os pensadores, v. 1).
iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno
acidente e logo compreende que se encaminha para
TEXTO II
o fim de modo impossível de parar. “Nas
Embora devamos nos esforçar para tornar todos os
profundezas de seu coração, ele sabia estar
nossos princípios tão universais quanto possível,
morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia,
rastreando ao máximo nossos experimentos, de
simplesmente não o fazia e não conseguia
maneira a explicar todos os efeitos pelas causas mais
compreendê-la”.
simples e em menor número, ainda assim é certo que
não podemos ir além da experiência. E qualquer KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio
hipótese que pretenda revelar as qualidades originais de Janeiro: Tinta Negra, 2004.
e últimas da natureza humana deve imediatamente
ser rejeitada como presunçosa e quimérica. O texto descreve a experiência do personagem de
Tolstoi diante de um aspecto incontornável de nossas
HUME, David. Tratado da natureza humana. 2. ed. São Paulo: vidas. Esse aspecto foi um tema central na tradição
Editora Unesp, 2009.
filosófica
Os textos concordam que o caminho para se alcançar
A marxista, no contexto do materialismo histórico.
o conhecimento inclui o(a)
B logicista, no propósito de entendimento dos fatos.
 potencial de criatividade humano.
C utilitarista, no sentido da racionalidade das ações.
 absorção de conceitos divergentes. D pós-modernista, na discussão da fluidez das
C hierarquização dos hábitos culturais. relações.
E existencialista, na questão do reconhecimento de sociais e econômicos.
si. E regulamentação jurídica para a permissão de
investimentos nos clubes.
QUESTÃO 05
Uma norma só deve pretender validez quando todos QUESTÃO 07
os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou
possam chegar), enquanto participantes de um Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de
discurso prático, a um acordo quanto à validade forma a ter de desejar reviver – é o dever –, pois, em
dessa norma. todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de
tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça!
HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e
de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989. não recue diante de nenhum meio! É a eternidade
que está em jogo!”.
Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser
estabelecida pelo(a) NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia
A liberdade humana, que consagra a vontade. para os novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010
B razão comunicativa, que requer um consenso. (adaptado).
C conhecimento filosófico, que expressa a verdade.
D técnica científica, que aumenta o poder do homem. O trecho contém uma formulação da doutrina
E poder político, que se concentra no sistema nietzscheana do eterno retorno, que apresenta
partidário. critérios radicais de avaliação da
A qualidade de nossa existência pessoal e coletiva.
QUESTÃO 06 B conveniência do cuidado da saúde física e
TEXTO I espiritual.
O futebol feminino poderá ser praticado nos Estados, C legitimidade da doutrina pagã da transmigração da
nos Municípios, no Distrito Federal e nos Territórios, alma.
sob a direção das Federações e Ligas do desporto D veracidade do postulado cosmológico da
comunitário, cabendo à Confederação Brasileira de perenidade do mundo.
Futebol a direção no âmbito nacional. Deliberação E validade de padrões habituais de ação humana ao
do Conselho Nacional de Desportos nº 01/83. longo da história.

TEXTO II QUESTÃO 08
O duelo entre paulistas e gaúchas, inicialmente,
aconteceria na Arena Barueri, em Barueri [...]. A Examinaremos agora brevemente algumas das ideias
escolha de um estádio secundário para a realização básicas que constituem a justiça como equidade para
da semifinal escancara a falta de atenção e mostrar que essas ideias pertencem a uma concepção
investimento que ainda está presente no futebol política da justiça. Como indiquei, a ideia global
feminino no Brasil. fundamental intuitiva, no interior da qual outras
ideias básicas intuitivas são sistematicamente
Disponível em: www.uol.com.br/esporte/ultimas- conectadas, é a ideia da sociedade como um sistema
noticias/enm/2022/09/10/ zagueira-corinthiana-andressa-rosa- equitativo de cooperação entre pessoas livres e
destaca-importancia-de-grandesestadios-para-o-futebol- iguais. A justiça como equidade parte dessa ideia
feminino.htm. Acesso em: 27 set. 2022.
como uma das ideias intuitivas básicas que
consideramos implícitas na cultura pública de uma
Após décadas proibido, o futebol feminino foi
sociedade democrática. No seu pensamento político,
regulamentado em 1983. No entanto, para a
e no contexto de uma discussão pública de questões
eficiência prática dessa lei, o respaldo legislativo
políticas, os cidadãos não veem a ordem social como
necessita de
uma ordem natural fixa, ou como uma hierarquia
A criação de mais campeonatos nacionais para maior
institucional justificada por valores religiosos ou
visibilidade.
aristocráticos.
B aval da classe médica para impedir danos à saúde
das jogadoras. RAWLS, J. Justiça como equidade: uma concepção política,
C construção de estádios voltados principalmente não metafísica. Lua Nova (25). Abr. 1992. Disponível em:
para a modalidade. www.doi.org. Acesso em: 22 set. 2022.
D políticas públicas para obtenção de resultados
A teoria da justiça como equidade do filósofo liberal BOFF, L. Responsabilidade coletiva. Disponível em:
John Rawls visa fundamentar a noção de justiça http://leonardoboff.wordpress.com.
Acesso em: 14 maio 2013.
baseando-se
A na igualdade como unidade cultural.
A ética da responsabilidade protagonizada pelo
B na cooperação controlada pelo Estado.
filósofo alemão Hans Jonas e reivindicada no texto é
C no respeito a hierarquias institucionais.
expressa pela máxima:
D nos princípios de liberdade e igualdade.
A “A tua ação possa valer como norma para todos os
E nas noções morais culturais e religiosas.
homens.”
B “A norma aceita por todos advenha da ação
QUESTÃO 09
comunicativa e do discurso.”
C “A tua ação possa produzir a máxima felicidade
Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir
para a maioria das pessoas.”
dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não
D “O teu agir almeje alcançar determinados fins que
poderá pagar, mas vê também que não lhe
possam justificar os meios.”
emprestarão nada se não prometer firmemente pagar
E “O efeito de tuas ações não destrua a possibilidade
em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a
futura da vida das novas gerações.”
promessa; mas tem ainda consciência bastante para
perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao
dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo
QUESTÃO 11
que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria:
Sempre que a relevância do discurso entra em jogo,
quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-
a questão torna-se política por definição, pois é o
lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que
discurso que faz do homem um ser político. E tudo
tal nunca sucederá.
que os homens fazem, sabem ou experimentam só
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São
tem sentido na medida em que pode ser discutido.
Paulo: Abril Cultural, 1980. Haverá, talvez, verdades que ficam além da
linguagem e que podem ser de grande relevância
para o homem no singular, isto é, para o homem que,
De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa seja o que for, não é um ser político. Mas homens no
de pagamento” representada no texto plural, isto é, os homens que vivem e se movem e
A assegura que a ação seja aceita por todos a partir agem neste mundo, só podem experimentar o
da livre discussão participativa. significado das coisas por poderem falar e ser
B garante que os efeitos das ações não destruam a inteligíveis entre si e consigo mesmos.
possibilidade da vida futura na terra.
C opõe-se ao princípio de que toda ação do homem ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2004.
possa valer como norma universal.
D materializa-se no entendimento de que os fins da
No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a
ação humana podem justificar os meios.
importância da linguagem no processo de
E permite que a ação individual produza a mais
A entendimento da cultura.
ampla felicidade para as pessoas envolvidas.
B aumento da criatividade.
C percepção da individualidade.
QUESTÃO 10
D melhoria da técnica.
Fundamos, como afirmam alguns cientistas, o
E construção da sociabilidade
antropoceno: uma nova era geológica com altíssimo
poder de destruição, fruto dos últimos séculos que
QUESTÃO 12
significaram um transtorno perverso do equilíbrio do
O leproso é visto dentro de uma prática de rejeição,
sistema-Terra. Como enfrentar esta nova situação
ao exílio-cerca; deixa-se que se perca lá dentro como
nunca ocorrida antes de forma globalizada e
numa massa que não têm muita importância
profunda? Temos pessoalmente trabalhado os
diferenciar; os pestilentos são considerados num
paradigmas da sustentabilidade e do cuidado como
policiamento tático meticuloso onde as
relação amigável e cooperativa para com a natureza.
diferenciações individuais são os efeitos limitantes
Queremos, agora, agregar a ética da
de um poder que se multiplica, se articula e se
responsabilidade.
subdivide. O grande fechamento por um lado; o bom
treinamento por outro. A lepra e a sua divisão; a
peste e seus recortes. Uma é marcada; a outra,
analisada e repartida. O exílio do leproso e a prisão
da peste não trazem consigo o mesmo sonho político.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão.


Petrópolis: Vozes, 1987.

Os modelos autoritários descritos no texto apontam


para um sistema de controle que se baseia no(a):
A Formação de sociedade disciplinar.
B Flexibilização do regramento social.
C Banimento da autoridade repressora.
D Condenação da degradação humana.
E Hierarquização da burocracia estatal.

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