Você está na página 1de 67

CAPÍTULO 1

A Ecogastronomia no Contexto
Socioeconômico da Cidade de Jundiaí

Grace Kelly dos SANTOS


Faculdade de Tecnologia de Jundiaí

Prof. Dr. Demerval Rogério MASOTTI (orientador)


Faculdade de Tecnologia de Jundiaí

RESUMO
O presente trabalho tem como principal objetivo avaliar se os eventos de
cunho ecogastronômico influenciam no desenvolvimento econômico e
social na cidade de Jundiaí. O crescimento ascendente do setor turístico
é cada vez mais relevante para a economia local, particularmente alavan-
cando segmentos de gastronomia e eventos. Ao reconhecer os concei-
tos ecogastronômicos na comunidade local possibilita-se ampliar o diá-
logo sobre alimentação do campo à mesa, e assim identificar as lacunas
no desenvolvimento da gastronomia local. Busca-se uma compreensão
da dinâmica de formação de uma rede de relacionamento em prol da
sustentabilidade na gastronomia da cidade. O presente trabalho procu-
ra avaliar a percepção dos participantes de eventos em relação ao co-
nhecimento sobre tema ecogastronomia e o movimento Slow Food, mas
também verificar a percepção dos produtores locais em relação aos be-
nefícios dos eventos para o desenvolvimento econômico do setor e suas
potencialidades. O método de pesquisa é de natureza exploratória, por
meio de levantamento bibliográfico, visitas técnicas a locais e eventos
relacionados ao tema com pessoas que têm experiências práticas com
as questões abordadas, e, finalmente, uma abordagem quantitativa com
aplicação de questionários a participantes de eventos para uma melhor
compreensão da temática proposta. Em resumo, inicia-se aqui um des-
pertar de atenção de questões tão presentes no cotidiano da sociedade,
este estudo vem a divulgar, tornar consciente a produção boa, limpa e
justa, trazer empoderamento aos envolvidos, permitindo futuramente
ampliar discussão sobre a ecogastronomia local.

Palavras-chave: Ecogastronomia. Gastronomia. Slow Food. Turismo.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 9


ABSTRACT
The present work has as its main objective to evaluate whether the
events of a ecogastronomy influence in economic and social development
in the city of Jundiaí. The upward growth of the tourism sector is becom-
ing increasingly important to the local economy, particularly leveraging
segments of gastronomy and events in the city. To recognize the ecogas-
tronomy concepts in the local community we enlarge the dialog about
food from farm to fork across the Community, and thus identify the gaps
in the development of local cuisine for understanding the dynamics to
build a network of relationships in favour of sustainability delicatessen
in town. As specific objectives: to assess the perception of participants of
events in relation to knowledge about topic ecogastronomy and the Slow
Food movement, also check the perception of local producers in relation
to the benefits of events for the economic development of the sector and
its potential. The method of research is exploratory nature through litera-
ture review, technical visits to places and events related to the topic with
people who have practical experience with the issues addressed, and
quantitative approach with application of questionnaires to participants
of events for a better understanding of the proposed theme. In summary,
we have a service of attention to issues as present in everyday society,
this study comes to disclose, make aware the production good, clean and
fair, bringing empowerment to those involved, allowing future expand
discussion on local ecogastronomy.

Keywords: Ecogastronomy. Gastronomy. Slow Food. Tourism.

1 INTRODUÇÃO

A gastronomia, sendo a forma mais evoluída do ser humano rela-


cionar-se com o seu alimento, tem o papel de aproximar a sociedade
global e possui um importante papel no desenvolvimento econômico e
social, possibilitando promover sustentabilidade por meio da produção
de alimentos locais, da biodiversidade, transmitindo conhecimentos e
preservando a cultura (SCARPATO, 2002 apud BAHLS; KRAUSE, 2013). No
mesmo sentido, pode-se observar que a gastronomia é uma alternativa
imprescindível para o desenvolvimento sustentável de uma localidade,
que permite assegurar a conservação dos recursos naturais e a diversi-
dade biológica, a autenticidade sociocultural das comunidades locais e a
viabilidade das atividades econômicas (LIMA, 2012).
Para Poubel (2006) a gastronomia tem papel fundamental no turis-
mo, sendo um elemento principal ou secundário, mas sempre presente

10 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


no contexto dessa importante atividade econômica. Tem essa capacida-
de de inserção por se tratar de patrimônio cultural, que em princípio va-
loriza a identidade do destino escolhido e a experiência turística. Alimen-
tar-se é uma necessidade básica humana – natural e vital – e a comida
assume posição central no aprendizado social, além das funções bioló-
gicas (MINTZ, 2001). Marca diferenças etnográficas representadas em
valores, tradições e hábitos. O comportamento diante da alimentação
revela a cultura local, tornando a gastronomia um elemento essencial na
experiência turística. A cultura alimentar também se delineia como meio
universal de hospitalidade e sociabilidade (CASTRO; SANTOS, 2012).
De acordo com Pollan (2014) é necessário pensar um sistema ali-
mentar alternativo ao que hoje se impõe no mundo todo, dominado por
grandes empresas e indústrias do alimento processado. Restabelecer as
conexões sociais a partir de um convívio saudável e equilibrado com a
natureza, é possível transformar o convívio pela alimentação consciente
em vários em vários aspectos na sociedade. Assim, com base no autor
observa-se que a sustentabilidade na alimentação envolve muitas ques-
tões globais e mudanças de paradigmas, em todos os aspectos impactam
a relação com o alimento e toda a cadeia de produção alimentar, são as
implicações políticas e sistêmicas do ato de comer.
A busca pela ampliação dos diálogos com a comunidade local para
divulgar os princípios da Ecogastronomia e os conhecimentos sobre o as-
sunto para incentivar a sustentabilidade, possibilita identificar os eventos
ecogastronômicos como fundamental articulador de rede, pois são con-
siderados como a principal ferramenta de comunicação – cultural e social
– e contam com a colaboração dos consumidores, clientes e produtores
da alimentação local orgânica. As pessoas buscam novos conhecimentos,
querem experimentar novos sabores e vivenciar outras culturas, o turis-
mo gastronômico passa a ser um diferencial e abre um grande leque de
possibilidades para a o desenvolvimento da economia local. O que não
se restringe somente às dimensões econômicas, pois tem em perspec-
tiva o desenvolvimento social que visa à satisfação de um conjunto de
requisitos de bem-estar e qualidade de vida (PETRINI, 2009).
A Ecogastronomia, representa a união entre a ética e o prazer da
alimentação (RUBIM, 2013). Restitui ao alimento sua dignidade cultural,
favorece a sensibilidade do gosto e luta pela preservação e uso susten-
tável da biodiversidade (SLOW FOOD, 2007). Essa significação de Carlo
Petrini1 integra o binômio comida e cultura, nos mais diversos locais do
mundo e justifica ações que visam incentivar a cultura local através da
gastronomia.
1 Carlo Petrini é jornalista italiano, fundador do movimento internacional Slow
Food. Ressalta a necessidade dos consumidores serem agentes sociais, agindo
como co-produtores.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 11


Com ingredientes antropológicos e sociológicos, objetiva-se valo-
rizar o trabalho regional coletivo (justo) e reconhecer a cultura respei-
tando tradições e a história local. Por possuir aspectos sociais, compor-
tamentais, artísticos e até de saúde; a gastronomia possui um peso sig-
nificativo dentro da atividade turística, tanto cultural quanto econômico
(YURTSEVEN, 2011).
De acordo com Bahls e Krause,
Os aspectos culturais podem incentivar a sustentabilidade por
meio da manutenção do patrimônio cultural e ambiental de
alguns ingredientes e técnicas culinárias. Atualmente, a gas-
tronomia toma outras proporções, possuindo aspectos sociais,
lúdicos, artísticos e de saúde (BAHLS e KRAUSE, 2013).

De acordo com o estudo da demanda internacional de 2011 apre-


sentado pelo Ministério do Turismo, a gastronomia revelou‑se como o
segundo melhor serviço turístico ofertado na experiência com os desti-
nos brasileiros (96% de aprovação) (Brasil, 2011). A demanda nacional
também destacou em 2012 que a experiência com a gastronomia dos
destinos brasileiros foi muito positiva, revelando um índice de 87,9% de
aprovação (BRASIL, 2012).
No Brasil, segundo World Travel & Tourism Council (WTTC, 2013),
estima-se que em 2020, a atividade turística seja responsável por
7.790.000 empregos no, impulsionado pelos grandes eventos esporti-
vos de 2014 e 2016. A riqueza e diversidade de recursos naturais e cul-
turais no meio rural brasileiro proporcionam a estruturação de inúmeros
e diversificados produtos turísticos no meio rural. O Turismo Rural vem
se destacando mundialmente, e o Brasil oferece muitos atrativos, essa
demanda crescente viabiliza a expansão desse setor em todos os seus
segmentos. Com destaque para os produtos artesanais, comida típicas,
vivências e experiências no meio rural (RODRIGUES; RODRIGUES; SAKAY,
2015).
Segundo Pollan (2008), promover o intercâmbio de experiências e
conhecimentos para a disseminação de filosofias e ações sustentáveis re-
lacionadas ao convívio social, produção, consumo de alimentos e outras
questões relacionadas, são elementos fundamentais para o desenvolvi-
mento sustentável na sociedade atual, demonstrando a necessidade de
intervenções sociais regionais de impacto socioeconômico.
Segundo Mariani (2008), o que comemos não determina somente
nossa saúde. Comer é um ato pessoal, particular - íntimo até, tudo que
ingerimos é o que vai constituir nosso corpo ao mesmo tempo, esse ato
tão pessoal tem um grande impacto coletivo. No que diz respeito à gas-
tronomia sustentável, ela tem como proposta contribuir com o desenvol-

12 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


vimento local evitando ao máximo danos ao meio ambiente. Contempla
a utilização de produtos orgânicos, ingredientes regionais e espécies não
ameaçadas. Prega evitar o desperdício de alimentos e reduzir a produ-
ção de resíduos orgânicos (LERRER, 2013). Atuando mundialmente nas
questões alimentares o movimento Slow Food é rico em sua organização,
propondo modos originais de agrupar pessoas, saberes e fazeres em tor-
no do que talvez pudéssemos chamar de uma ecologia da alimentação
(CARVALHO, 2008).
Tanta comida flui e em tal volume e velocidade, que a unidade de
produção e consumo muitas vezes se perde ou se oculta. Identificar re-
cursos disponíveis para formação da rede ecogastronomica da comuni-
dade possibilita ampliar a compreensão da dinâmica local e a visão de
seus atores sociais sobre o tema.
O presente trabalho tem como o objetivo principal avaliar se os
eventos de cunho ecogastronômicos influenciam no desenvolvimento
econômico e social na cidade de Jundiaí. Como objetivos específicos: A)
avaliar a percepção dos participantes de eventos em relação ao conhe-
cimento sobre tema ecogastronomia e o movimento Slow Food; B) ve-
rificar a percepção dos produtores locais em relação aos benefícios dos
eventos para o desenvolvimento econômico do setor e suas potenciali-
dades. Assim possibilitando apontar as lacunas no desenvolvimento da
ecogastronomia local e secundariamente relacionar tais lacunas com as
ferramentas do movimento Slow Food, utilizadas como uma das solu-
ções viáveis aos problemas apontados nas pesquisas e visitas técnicas.
Para um maior entendimento da questão proposta no presente tra-
balho, utilizamos a leitura de publicações, artigos científicos e teses de
mestrado sobre os temas ligados à sustentabilidade na gastronomia, tu-
rismo e desenvolvimento, e movimentos culturais com enfoque na gas-
tronomia e alimentação. De acordo com MARCONI e LAKATOS (2005), a
utilização da pesquisa bibliográfica ocorre no momento em que o pes-
quisador tem a percepção da necessidade de levantamento de dados so-
bre assuntos específicos.
A partir de uma análise do cenário gastronômico, realizou-se uma
pesquisa quantitativa, com caráter exploratório, buscando identificar os
projetos e movimentos culturais com ações voltados para o setor na ci-
dade de Jundiaí, suas atividades e necessidades. Para GIL (1999), um tra-
balho é de natureza exploratória quando envolve levantamento biblio-
gráfico, entrevistas com pessoas que tiveram ou tem experiências práti-
cas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a
compreensão. Possui ainda a finalidade básica de desenvolver, esclarecer
e modificar conceitos e ideias para a formulação de abordagens poste-
riores, ampliando o estudo sobre o tema.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 13


A coleta de dados foi realizada através da realização de visitas de
campo, contato com produtores locais em visitas a Feira Orgânica, em
vistorias técnicas a propriedades de agricultores pela Organização de
controle Social (OCS) Jundiaí Orgânicos, também participando de reu-
niões na prefeitura junto a secretária municipal de Turismo, Agricultura
e Abastecimento e eventos ligados ao turismo e agricultura na cidade,
e aplicação de questionários fechados a participantes dos eventos reali-
zados pelo “Projeto AlimentAção # Saber”. Objetiva-se saber qual o co-
nhecimento e interesse desse público sobre os conceitos de ecogastro-
nomia e seus impactos socioeconômicos. Segundo FREITAS et al. (2000).
O método de pesquisa “survey” é quantitativo e sua escolha deve estar
associada aos objetivos da pesquisa. Assim relacionando os dados de in-
teresse estabelecer um panorama da influência socioeconômica da eco-
gastronomia na cidade de Jundiaí.

2 ECOGASTRONOMIA E O MOVIMENTO SLOW FOOD

2.1 Ecogastronomia

A Ecogastronomia é a representação da união entre a ética e o pra-


zer da alimentação, assim definida pelo movimento Slow Food. Propõe
um novo senso de responsabilidade na busca do prazer alimentício. De-
manda que todos têm o direito de aproveitá-lo. Restitui ao alimento sua
dignidade cultural, favorece a sensibilidade do gosto e luta pela preser-
vação e uso sustentável da biodiversidade (SLOW FOOD, 2007). Rubim,
2011 resume o conceito da Ecogastronomia: comer bem, com prazer,
mas procurando informar-se e certificar-se de que os produtos são bons,
os alimentos, saborosos, limpos e cultivados sem prejudicar nossa saú-
de, o meio ambiente ou os animais. E também justos, com os produtores
que devem receber o que é devido pelo seu trabalho a partir do conheci-
mento do ciclo completo do alimento, do campo à mesa.
Dentro do princípio da Ecogastronomia, o apoio a um novo modelo
de agricultura, que é menos intensivo e mais saudável e sustentável tem
como base o conhecimento das comunidades locais. Este é o único tipo
de agricultura capaz de oferecer formas de desenvolvimento para as re-
giões mais pobres do nosso planeta. É uma atitude capaz de combinar o
respeito e interesse na cultura enogastronômica com apoio para aque-
les que lutam para defender os alimentos e a biodiversidade agrícola no
mundo todo. (SLOW FOOD, 2007).
Uma visão mais ampla do conceito de ecogastronomia, mostra ou-
tros fatores relevantes para sua aplicação, isso pode ser observado com

14 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


base na afirmação de Mariani (2008), conforme exposto a seguir:
A eco gastronomia não deve ser encarada apenas como um
conceito, uma definição teórica. É assunto sério que envolve
políticas públicas, consumidores, produtores e profissionais do
setor a fim de aplicar medidas eficientes para tornar a comida
- traço mais marcante da identidade de um povo – símbolo na-
cional e motor do desenvolvimento de um país.

Assim, se mostra uma ferramenta capaz de auxiliar profissionais da


gastronomia e áreas associadas na tomada de decisões de cunho ecogas-
tronômico, tornando-se igualmente fundamental no processo, formando
uma união nunca antes vista, para o desenvolvimento sustentável, a pre-
servação ambiental e a conscientização dos consumidores na busca de
um futuro ecologicamente correto, princípios defendidos pelo Slow Food
desde sua criação em 1986, na Itália (OLIVEIRA, 2006).

2.2 Ecogastronomia no Brasil

No Brasil conhecida e representada pela gastronomia sustentável,


também como gastronomia verde, a Ecogastronomia é aquela que se
preocupa com as fontes das matérias-primas utilizadas no preparo dos
pratos, a fim de diminuir ao máximo os danos ao meio ambiente, contri-
buindo com o desenvolvimento regional. A gastronomia verde está cres-
cendo a cada dia e ganhando adeptos importantes, contando com mui-
tos chefs brasileiros preocupados com a conservação da biodiversidade e
a inovação culinária (PENSAMENTO VERDE, 2013).
O Movimento Gastronomia Responsável une culinária e meio am-
biente por meio de quatro princípios: utilização de ingredientes orgâni-
cos, utilização de produtos regionais, não utilização de espécies ameaça-
das de extinção e aproveitamento integral de alimentos. Idealizado pela
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, o movimento iniciou em
2010, na cidade de Curitiba, convidando vários chefs de cozinha para de-
senvolverem pratos exclusivos, fazendo uso dos princípios da gastrono-
mia sustentável em pratos de alto nível conceitual alavancando manifes-
tações positivas em todo o país (GASTRONOMIA RESPONSÁVEL, 2010)
A Carta de São Paulo foi um manifesto em prol de uma cozinha
consciente, apresentada durante o congresso internacional Semana
Mesa São Paulo, realizado em outubro de 2010. O evento organizado
pelo SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e pela revis-
ta Prazeres da Mesa teve como tema “Sustentabilidade – O Que A Gas-
tronomia Pode Fazer Pelo Planeta? ”. Duzentos e noventa e um chefs e

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 15


estudantes de gastronomia assinaram a Carta de São Paulo, comprome-
tendo-se a realizar uma gastronomia mais sustentável nos locais onde
trabalham, materializando um marco na gastronomia nacional (AGUIAR,
2010).
Estão listados na Carta sete princípios por uma gastronomia susten-
tável, como “conhecer o alimento que adquirimos, processamos e come-
mos”, “conservar os meios e as condições que dão origem aos alimen-
tos” e “utilizar todo o alimento que adquirimos” (AGUIAR, 2010). A carta
na integra está disponível no ANEXO C.
A maioria das ações nesse sentido e muitas filosofias aplicadas são
fruto do Movimento Slow Food, ao qual praticamente todos os chefs são
associados. Além de organizar eventos, o movimento oferece ferramen-
tas educacionais para as ações, sendo referência para os atuantes e idea-
lizadores dos projetos.
A criação do Slow Food no Brasil foi oficializada no evento “Mesa
Tendência”, realizado em 2013, na cidade de São Paulo/SP, e que teve
a participação do Presidente, do Vice-Presidente e do Secretário Geral
do Slow Food. O evento se encerrou com a enfática alusão ao momento
histórico de formação, no Brasil, da Associação Nacional, que poderá se
tornar exemplo para outros países, bem como uma forma de auxiliar na
construção de um planeta melhor. (PRAZERES DA MESA, 2013).
Em 2015, numa visita ao Brasil o fundador do Slow Food, Carlo Pe-
trini, assinou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA). Este acordo reafirma o interesse do
Slow Food em estar junto ao Ministério promovendo a agricultura fami-
liar brasileira. (SLOW FOOD BRASIL, 2016). Em decorrência deste ACT,
ocorreu em abril de 2016 em Brasília/DF, o Seminário Nacional de Im-
plantação do projeto “Alimentos bons, limpos e justos: ampliação e qua-
lificação da participação da agricultura familiar brasileira no movimento
Slow Food”. O projeto terá duração de 2 anos, é financiado pelo MDA e
tem coordenação compartilhada entre Slow Food e a Universidade Fede-
ral de Santa Catarina (UFSC), visa fortalecer promover e qualificar a agri-
cultura familiar através dos mecanismos e filosofias do movimento Slow
Food. Assim, viabilizar o acesso a mercados estabelecendo o escoamen-
to da produção e capacitar jovens rurais em ecogastronomia, o evento
reuniu a equipe Slow Food Brasil/Internacional, o grupo gestor da UFSC,
representantes do MDA e professores de outras Universidades e Institu-
tos Federais convidados a conhecer e integrar o projeto em seus territó-
rios de atuação. Toda essa articulação promovida pelo evento tem como
viés a aproximação das universidades com o movimento campesino e a
importância do resgate de práticas tradicionais que conservem a agro-
biodiversidade e permitam seu desenvolvimento. Com esse apoio será

16 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


possível a ampliação da atuação do Slow Food no Brasil e a promoção
do desenvolvimento local, sob a perspectiva da gastronomia sustentável,
que significa efetividade de políticas públicas de redução das desigualda-
des sociais, que integrem dimensões econômicas, sociais, culturais e am-
bientais, nos níveis da produção, distribuição e consumo. (SLOW FOOD
BRASIL, 2016).

2.3 Movimento Slow Food

A rapidez nas transformações sociais, decorrentes de tantos fatores


e a escassez de tempo que resultaram no imediatismo, deu origem à co-
mida rápida, conhecida como Fast Food, surgiu para suprir a essa nova
e volumosa demanda. Alimentos preparados e servidos quase imediata-
mente à exigência do consumidor. O Slow Food seria a resposta ao Fast
Food. A contraposição ao estilo de vida estressante, do consumo veloz
de alimentos sem nutrientes. O Slow Food opõe-se à tendência de pa-
dronização do alimento no mundo e defende a necessidade de que os
consumidores estejam bem informados, tornando-os coprodutores (IR-
VING; CERIANI, 2013).
O movimento configura-se dentro de um conjunto de ações sociais
que questionam a lógica do sistema agroalimentar capitalista, buscando
um espaço diferenciado e um conjunto de práticas visando ao resgate
de produtos alimentares “bons”, provenientes de processos “justos” e
“limpos” (OLIVEIRA, 2014). É um movimento de origem italiana, forma-
do em 1986, após os protestos contra a abertura de um restaurante do
McDonald’s na famosa Piazza di Spagna, em Roma. Concebido inicial-
mente como uma oposição ao Fast Food e ao modo de vida represen-
tado por este, o Slow Food propõe a desaceleração da vida, o retorno à
as relações de convívio e ao direito do prazer de saborear um bom prato
(RUBIM, 2010). Mais tarde, esta iniciativa foi ampliada para abranger a
qualidade de vida e, como consequência lógica, a própria sobrevivência
do planeta em que vivemos.
O movimento internacional Slow Food começou oficialmente quan-
do representantes de 15 países se reuniram em Paris, (na Opéra Comi-
que) e endossaram um manifesto, escrito por um dos fundadores, Folco
Portinari, em 09 de novembro de 1989. Conforme Anexo A - Manifes-
to Slow Food (SLOW FOOD, 2007). Foi o primeiro capítulo de um pen-
samento compartilhado nos quatro cantos do planeta. Sua originalidade
continua atual e inspirou a história do Slow Food (PETRINI et al., 2016).
Formalmente, o Slow Food é uma organização internacional sem
fins lucrativos, mantida por seus associados e que segue o conceito da

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 17


Ecogastronomia. Informalmente, o Slow Food é o “facilitador” de uma
rede mundial empenhada em mudar a forma pela qual os alimentos são
produzidos e distribuídos atualmente (SLOW FOOD, 2007). A missão des-
sa organização é mesclar o prazer à mesa com consciência e responsabi-
lidade, defendendo, por meio dos estudos gastronômicos, a biodiversi-
dade na cadeia alimentar e a aproximação entre produtores e consumi-
dores (WEINER, 2005).
Além de movimento e associação internacional, o Slow Food é um
ideal, um estilo de vida, que propõe uma filosofia que valoriza o ato de
nutrição, ensina os prazeres dos sabores e variedades de alimentos, re-
conhecendo as origens e os produtores responsáveis pelos alimentos,
respeitando o ritmo das estações e os grupos sociais humanos (PETRINI,
2001).
O Slow Food segue o conceito da Ecogastronomia, que restitui ao
alimento sua dignidade cultural, favorecendo a sensibilidade do gosto e
luta pela preservação e uso sustentável da biodiversidade, reconhecen-
do as fortes conexões entre o prato e o planeta (SLOW FOOD, 2006). A
partir desse ideal o Slow Food cresceu e se tornou uma associação in-
ternacional que conta com mais de 100 mil associados em 160 países,
transformando-se em um movimento global, atuando principalmente na
construção de redes, promovendo pequenos produtores, defendendo a
biodiversidade e preservando as culturas e saberes locais, por meio de
ações de educação e de encontros regionais e internacionais (WEINER,
2005). As atividades promovidas visam divulgar a educação do gosto e
unir os consumidores interessados (os coprodutores) àqueles que produ-
zem os alimentos de excelência, defendendo a biodiversidade (RUBIM,
2013).
O Slow Food dá grande ênfase no compartilhamento e na sociabi-
lidade como “sementes” de ações políticas. Resgatar, conservar e socia-
lizar o conhecimento é fundamental para o Slow Food, assim como sua
difusão ao máximo de pessoas possíveis (NASCIMENTO, 2014).
Sabores locais constroem as relações sociais, sem contextos espe-
cíficos, necessariamente, a partir de reinterpretações das propostas do
movimento: valores éticos, locais e gastronômicos. Respeitando o meio
ambiente literalmente, em parceria com a natureza, sem autoritarismo,
o ser humano não deve considerar-se como dominador dos recursos na-
turais. “É em escala local que se inicia a mudança, na prática” (PETRINI,
2012). Identificar as pessoas credoras de princípios semelhantes, conec-
tar interessados, formar a rede para difundir conceitos e assim divulgar
o movimento, seus instrumentos e ferramentas para o fomento da Eco-
gastronomia em todo processo que envolve a alimentação do campo à
mesa.

18 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


A alimentação com requinte e sabor se deve principalmente às es-
pécies de alimentos e receitas tradicionais (produtos sazonais, em seu
tempo, em sua terra). Qualidade ou propriedade do que é sustentável,
do que é necessário à conservação da vida.
Favorecer e implementar práticas em escala local é a coisa
mais lógica que se possa fazer. Atuar em escala local signifi-
ca, acima de tudo, fazer uma economia local: cuidar da própria
casa, da própria região, iniciando processos virtuosos ou enri-
quecendo os processos já existentes. Isto é possível no âmbi-
to da produção de alimentos, da distribuição ou das escolhas
quando fazemos ao comprar. Na dimensão local é mais fácil
ser coprodutor (PETRINI et al., 2016).

A economia regional possibilita o exercício das formas mais dire-


tas de democracia participativa, que é uma forma de exercício do poder,
baseada na participação dos cidadãos nas tomadas de decisão política,
(MEDEIROS, 2011). Permitindo o direito a uma comunidade em atuar
por si mesma e atuando na preservação de suas tradições e manifes-
tações culturais.” Comer é um ato político” (PETRINI, 2009). A escolha
do que comemos garante a nossa soberania alimentar. É preciso ter co-
nhecimento e educação para exercer as escolhas corretas (PRAZERES DA
MESA, 2016).

2.4 Atuação Slow Food - Principais Projetos

A maioria das ações do Slow Food poderia ser considerada


educativa, vide a catalogação e resgate das culturas alimenta-
res, o aprendizado de novas formas organizativas, a formação
de redes identitárias em torno do alimento, ou ainda a tradu-
ção do alimento em cultura, ecologia e transformação social
(CARVALHO, 2008).

O Slow Food tem o convívio como personagem principal em seus


projetos (SLOWFOOD, 2013). Antigamente utilizava-se a palavra convívio
(Etm. do latim: convivium.ii), como banquete (refeição para muitos con-
vidados) evidenciando a convivência diária na alimentação. A máxima
expressão de convívio se manifesta numa relação responsável de con-
sumidores com produtores (PETRINI et al., 2012). A convivência forma
e muda opiniões, esculpe ideais, difunde informações. É nesse encontro
que as pessoas se motivam a fazer além do falar, incentivar o envolvi-
mento à prática engajada.
O movimento utiliza um núcleo local do Slow Food formado por

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 19


pessoas que se identificam com a filosofia e organizam atividades como
degustações, aulas, oficinas, visitas a produtores, hortas em escolas, re-
feições e feiras. Esse núcleo local é denominado convivium. As atividades
realizadas pelos conviviam (integrantes do convivium) buscam promover
e difundir a filosofia da associação, recrutando novos membros que par-
tilham os princípios do Slow Food (FERREIRA, 2009).
A flexibilidade organizativa do Slow Food capta os esboços de pla-
nos gerados pelo convívio, a aproveitar as boas ideias para projetos do
movimento. Relaciona conjunto de objetivos a satisfação dos interesses
coletivos. Conecta a área geográfica local à produção artesanal sustentá-
vel, tudo de maneira democrática, a pregar abertura aos inúmeros signi-
ficados da sua filosofia, ressaltando sua estrutura institucional flexível,
(PETRINI et al., 2016). A estrutura do Slow Food poderia ser descrita sob
várias perspectivas. Optou-se por descrever seus três principais núcleos
de atuação, o Terra Madre - construindo redes, A Fundação Slow Food
para a Biodiversidade - protegendo a biodiversidade e a Educação do
Gosto - educando consumidores (IRVING; CERIANI, 2013).
O projeto Terra Madre, lançado pelo Slow Food em 2004, com intui-
to de dar voz e visibilidade àqueles cuja forma de produção de alimentos
protege o meio ambiente e as comunidades no mundo todo. Ao mesmo
tempo, consiste em um projeto que apoia ativamente pequenas econo-
mias locais sustentáveis (SLOW FOOD BRASIL, 2010).
Formou-se uma rede de milhares de produtores (agricultores, co-
zinheiros, pescadores) de alimentos reunidos em 2.000 comunidades,
1.000 cozinheiros, 450 acadêmicos e 1.000 jovens de 160 países, resul-
tando também em um evento mundial de comunidades produtoras que
se reúne a cada dois anos em um grande encontro mundial. Também são
organizados regularmente encontros nacionais e regionais em todo o
mundo ao longo do ano. Esta iniciativa reúne comunidades do alimento
que trabalham pela sustentabilidade de seus produtos alimentares, pela
qualidade que confere sabor excepcional e pelo respeito ao ambiente e
ao povo (IRVING; CERIANI, 2013).
A Fundação Slow Food para a Biodiversidade, criada em 2003 em-
bora parte do Slow Food, possui autonomia estatutária, econômica e
administrativa, financia projetos como a Arca do Gosto, as Fortalezas e
os Mercados da Terra. Atua principalmente defendendo a biodiversidade
alimentar, coordenando projetos que defendem tradições alimentares
locais, protegem comunidades do alimento e promovem produtos arte-
sanais de qualidade, com o foco cada vez maior no hemisfério sul do pla-
neta (IRVING; CERIANI, 2013).
Através de outro projeto, o Educação do Gosto, pretende-se educar
os jovens para desenvolver suas habilidades sensoriais, tendo o alimento

20 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


como a ferramenta ideal para experimentar, promover uma educação ar-
ticulada, complexa e criativa, dando-se o devido valor ao meio ambiente
e aos bens comuns, elementos vitais da filosofia do Slow Food. Com o
objetivo de conter a difusão da alimentação fútil, apressada e padroniza-
da, resgatando as culinárias locais, os produtos tradicionais, as espécies
vegetais e as espécies animais em risco de extinção (IRVING; CERIANI,
2013).
Busca-se o re-treinamento dos sentidos e da percepção. O projeto
busca atingir especialmente os jovens, que correm sérios riscos de per-
der a noção do que significa comer, assim como sua ligação com a região
e o relacionamento com a sazonalidade. Os jovens devem ser ajudados a
entender a importância do alimento como uma parte integral da cultu-
ra da sociedade, despertando e treinando nossos sentidos, despertando
a redescoberta do prazer de saborear um alimento e na compreensão
da importância de conhecer sua origem, quem o produz e como é feito
(SLOWFOOD, 2007).
Os princípios e valores da educação no âmbito alimentar do movi-
mento são exibidos no Manifesto Slow Food pela Educação, apresentado
no VII Congresso Nacional, Abano Terme, 16 de maio de 2010, o qual
pode ser visualizado no ANEXO B.
Ações educacionais para todos, ou seja, o movimento Slow Food
se dedica à educação, em vários níveis, diversos contextos, dirigindo-se
a todos (crianças, idosos, agricultores, engenheiros) associados e não
-associados, programas em todos os cantos do mundo (PETRINI et al.,
2016).
A educação é responsabilidade individual e coletiva, comum e
próxima, a ser realizada nas escolas e através da política, em
associações, cooperativas, centros culturais, famílias e demais
ambientes. É importante resgatar o papel da comunidade,
como responsável pela transmissão de todos os saberes liga-
dos às culturas materiais e sociais. Entre elas a cultura da ali-
mentação. Acreditamos que o alimento é a ferramenta ideal
para experimentar e promover uma educação articulada, com-
plexa e criativa, dando valor à interdependência e aos bens co-
muns (IRVING; CERIANI, 2013).

As atividades dos convívios são uma parte fundamental do Slow


Food, pois permitem aos associados encontrar-se para partilhar interes-
ses em comum. Tratam-se de muitas as atividades que permitem aplicar
a filosofia Slow Food à realidade local, que incorporam a filosofia da as-
sociação no nível local. Por isso, os eventos e atividades são conduzidos
de forma inclusiva e aberta a todos interessados, familiarizando, na prá-
tica, cada vez mais pessoas à sua filosofia. Cada convívio é único de acor-

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 21


do com as pessoas, cultura e tradições alimentares da região na qual se
insere, tendo em comum o desejo de levar o Slow Food para suas comu-
nidades, envolvendo produtores locais em projetos, eventos e parcerias;
implementando hortas escolares e programas educativos, organizando
oficinas, seminários, conferências e aulas; ou juntando pessoas para ce-
lebrar as alegrias e prazeres que os alimentos nos proporcionam.
Os integrantes do movimento Slow Food acreditam que a gastrono-
mia está indissoluvelmente associada à política, à agricultura e ao meio
ambiente, entre outras coisas. É por isso que a associação participa ati-
vamente das questões ligadas à agricultura e à ecologia mundial (IRVING;
CERIANI, 2013).

3 PANORAMA SOCIOECONÔMICO E CULTURAL DE JUNDIAÍ

A cidade de Jundiaí é favorecida por sua geografia (hidrografia, al-


titude, fauna, relevo) Jundiaí ofereceu ambiente para habitação, desde
seu originário povoamento indígena à população atual. Sua denomina-
ção originou-se da língua Tupi ao referir-se ao Rio Jundiaí, “rio dos jun-
diás”, ou bagres-sapo. A região de Jundiaí, até início do século XVII, era
habitada exclusivamente por povos indígenas, de origem tupi-guarani,
que se dedicavam à produção de milho e mandioca (IBGE, 2015). Pros-
perou por ser rota estratégica de expedições, ao longo do tempo, foi se
tornando município com forte vocação e cultura agrícola. Os imigran-
tes europeus incorporaram a fruticultura e até hoje Jundiaí é conhecida
como a Terra da Uva e do morango, berço da Uva Niágara Rosada, varie-
dade que surgiu na cidade motivo do reconhecimento como Terra da Uva
(PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ, 2015).
Atualmente a cidade conta com um centro urbano bastante desen-
volvido, localizada a pouco mais que 50 km da capital paulista, Jundiaí é
considerada atualmente, a 8ª economia do estado de São Paulo e uma
das principais do país além de ser reconhecida como a cidade que pos-
sui um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano de São Paulo.
Com 401.896 habitantes (IBGE, 2015) Jundiaí é o 15° município mais po-
puloso de São Paulo. As atividades econômicas são diversificadamente
distribuídas entre Indústria, Comércio, Serviços, Construção Civil e Agro-
pecuária. O perfil da produção de Jundiaí, Valor Adicionado por setores
em 2009 é o seguinte: a indústria concorre com 36,77%, o setor de ser-
viços com 62,98% e a Agropecuária com 0,25% (PREFEITURA JUNDIAÍ,
2015).

22 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


3.1 Turismo em Jundiaí

Em ascendente crescimento na cidade, o turismo segue com grande


representatividade na economia local possibilitando vários roteiros, os
segmentos turísticos da cidade são: Cultural Festas, Turismo Rural, Serra
do Japi, Gastronomia, Museus e Vinho. A cidade conta com infraestrutu-
ra turística, conjunto hoteleiro em crescimento, equipamentos culturais
como museus, teatro, espaços culturais, patrimônios histórico-arquitetô-
nico e parques por toda a cidade, atrativos turísticos na área rural, que
incluem a Reserva Biológica da Serra do Japi, restaurantes rurais, hotéis
fazenda, fazenda-hotéis, espaços de eventos entre outros cada vez mais
importante no universo econômico da cidade. Jundiaí conta, com um flu-
xo já consolidado de turistas de acordo com dados levantados pela Dire-
toria de Turismo da Prefeitura de Jundiaí, o número de turistas de lazer
em 2014 alcançou 339 mil visitantes, enquanto os turistas de negócios
chegaram a 120.830 visitantes. Esses dados, com um total de 459.830
visitas, representam um crescimento de 19% dos números de 387.314
visitas referentes a 2013 (OLIVEIRA, 2015). Os empregos diretos e indi-
retos do setor já somam 32 mil postos, 8% da população total. A previ-
são é de que o setor hoteleiro possa dobrar de tamanho entre 2017 e
2018 com novos empreendimentos na cidade (PREFEITURA MUNICIPAL
DE JUNDIAÍ, 2015).
As ações do poder público por meio da secretaria responsável pela
Agricultura, Abastecimento e Turismo do município, tem como uma de
suas metas de trabalho promover o fomento ao setor da agricultura na
cidade, por meio da promoção de assistência técnica e projetos de apoio
ao segmento. Uma de suas tarefas é transformar Jundiaí em um polo re-
conhecido de turismo, o processo que passou por fortalecimento organi-
zacional e reestruturação, com a valorização da cultura local, artesanato,
paisagem rural e da comunidade como um todo, também é responsá-
vel pela organização dos tradicionais eventos da cidade, como a Festa da
Uva e coordena o Festival Gastronômico Sabores de Jundiaí (PREFEITURA
MUNICIPAL DE JUNDIAÍ, 2015). O Conselho Municipal de Turismo de Jun-
diaí, é ativo – com realização de reuniões mensais, formado em quase
70% por representantes da iniciativa privada dos diversos segmentos do
turismo, colaborando para dinamizar as propostas e ações para o seg-
mento no município.
A cidade é integrante do projeto Circuito Turístico das Frutas, um
Consórcio Intermunicipal para Desenvolvimento do Polo Turístico que
reúne os dez municípios (Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jun-
diaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo). O projeto teve início em
2008 com a proposta de fortalecer o potencial turístico, formando um
roteiro gastronômico e cultural bem dinâmico na região, que é importan-

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 23


te produtora de produtos agrícolas, especialmente frutas, destinadas ao
comércio no Estado e para a exportação. Destacam-se a cultura da uva,
morango, pêssego, goiaba, ameixa, caqui, acerola e figo (SEBRAE, 2014).
O Circuito das Frutas configura-se como uma política estadual, têm
como meta aprimorar a gestão dos negócios para que ofereçam uma
melhor experiência aos turistas que visitam o circuito, com o objetivo
de contribuir com o desenvolvimento socioeconômico da região de for-
ma sustentável, inserindo-a no mercado estadual e nacional de turismo,
cultura e artesanato, busca-se consolidar produtos e roteiros turísticos
locais e regionais, aumentando o fluxo de turistas, melhorando a qua-
lidade de vida do território, promovendo a cultura empreendedora e a
integração dos municípios (SEBRAE-SP, 2012).
Com projetos direcionados ao incentivo à produção artesanal lo-
cal, desenvolvimento de novos produtos turísticos, em especial vincula-
dos ao turismo rural e a estruturação de cinco rotas turísticas no muni-
cípio. O Turismo Rural que já consolidado e expressivo na região segue
em crescimento com muitos empresários e produtores rurais envolvidos,
com a possibilidade de realização de diversas experiências, que pode ser
vivenciado em diversos roteiros, que integram cultura, história e contato
com o ambiente rural (PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ, 2015).

3.1.1 Projeto Rotas Turísticas

Os dados e informações apresentados a seguir são com base no In-


ventário do Turismo de Jundiaí – 2015. O documento em questão, oi cria-
do pela Diretoria Municipal de Turismo de Jundiaí em parceria com as
instituições educacionais na cidade, o qual apresenta um panorama geral
sobre o setor na cidade (PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ, 2015).
O desenvolvimento de novos produtos turísticos, em especial vincu-
lados ao turismo rural e a estruturação de cinco rotas turísticas no muni-
cípio, está ampliando e dando visibilidade aos empreendimentos ligados
ao setor na região. As Rotas Turísticas são um tipo de produto coletivo,
organizado pela Prefeitura Municipal de Jundiaí com o objetivo de criar
autonomia posterior para seus próprios integrantes, envolvendo em tor-
no de 50 empreendimentos familiares no município. O projeto envolve
a organização local em associações locais e o envolvimento da comuni-
dade em cultura, educação e gestão, reunindo diversos lugares em eixos
territoriais ao norte (na zona rural), e ao sul (na borda da serra), repletos
de histórias, sabores, surpresas e simpatia por parte dos estabelecimen-
tos. São a Rota da Uva, a Rota da Terra Nova, Rota do Castanho, Cultura
Italiana na região do Traviú, Serra do Japi e Centro Histórico. O projeto é

24 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


realizado de forma colaborativa, a construção de autonomia das novas
rotas turísticas é um importante passo para a comunidade local.
Em um trabalho integrando as secretárias de Turismo e de Cultu-
ra do município, os empreendedores ligados às rotas participam de ofi-
cina cultural de estruturação, com uma vivência de história e memória
usando objetos do acervo que já foram de uso cotidiano, como parte da
implementação do projeto Rotas Turísticas de Jundiaí. O objetivo é que
sejam utilizados, história e memória, pelos empreendimentos e comuni-
dades das rotas turísticas, com a meta de qualificar diferenciais que po-
tencializem a importância desses aspectos para visitantes e comunidade.
São palestras com temas abordando patrimônio imaterial, patrimônio
material e como a história pode agregar valor aos produtos oferecidos,
à propriedade rural e culturas existentes na região, aliados às habilida-
des e vocações do produtor rural e sua família. Os temas abordados nas
oficinas são os conhecimentos sobre potencialidade e oportunidade de
negócios turísticos no meio rural; sustentabilidade, oportunidade e de-
senvolvimento de produtos e negócios turísticos; prevenção de aciden-
tes no ambiente rural; condução de turismo; hospedagem em áreas ru-
rais e atendimento ao cliente; meios de alimentação e comercialização
de produtos e negócios turísticos no meio rural.
O fomento ao turismo nas propriedades rurais incentiva a perma-
nência no campo, preservação das áreas e desenvolvimento econômico
para todo o turismo da cidade. Segundo o pesquisador Ivan André Alvez
da Embrapa, “A tendência é trabalhar com métodos participativos nas
novas tecnologias, entendendo que o setor também é floresta, clima,
água, vida e parte da nossa história”. O termo agricultura familiar não
é mais visto como associada à subsistência, mas a um formato essencial
de produção moderna e multifuncional que se mostra importante para o
desenvolvimento do turismo.

3.1.2 Festa da Uva

O evento com maior representatividade para a cidade, a Festa da


Uva, foi idealizada com objetivo de escoar a produção local de uva e vi-
nho e é a mais antiga do interior de São Paulo. Realizada desde o ano de
1934, recebendo mais de 100 mil visitantes em sua primeira edição, A
Festa da Uva promoveu a imagem do município por muitas décadas. A
segunda maior festa de Uva do país, com 82 anos de história na cidade
está associada aos serviços, pessoas, produtos e atividades culturais que
ocorrem durante o evento, sendo um canal importante para a divulgação
da cidade, uma vez que atrai grande público e desenvolve economica-
mente a área urbana.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 25


A Festa da Uva, passou por um processo de revitalização nos últi-
mos anos buscando resgatar as tradições do evento, a sua essência de
fomentar a agricultura e cultura local. A Expo Vinho evento integrante
da programação do evento, surge em 2013 com o propósito de resgate
do caráter original da Festa da Uva como evento “vitivinícola” em 1934.
Atualmente apresenta as 14 adegas sediadas em pequenas proprieda-
des reunidas na Cooperativa Agrícola dos Produtores de Vinho de Jundiaí
(AVA). Diferentes tipos de vinho, alguns produzidos há mais de 100 anos,
a estimativa de produção de vinhos da agricultura familiar em Jundiaí foi
de 150 mil litros, a prática local é produzir o vinho durante a colheita da
uva, entre dezembro e fevereiro, e deixá-lo maturando por seis meses
para fermentação e repouso, podendo ser engarrafado no segundo se-
mestre. Uma das atrações do evento é a Pisa da Uva, que homenageia
tradições ancestrais de amassar as uvas com os pés para a produção do
vinho.
Na 33ª Festa da Uva e 4ª Expo Vinho em janeiro de 2016 o evento,
recebeu 167 mil pessoas durante os dez dias de festival, sendo vendidas
63 toneladas de frutas.

3.2 Cultura

Para viabilizar as ações de fortalecimento e promoção social prin-


cipalmente ligadas ao turismo, Jundiaí foi dividida em sete regiões: cen-
tral, leste, oeste, norte, sul, vetor noroeste e vetor oeste. Organizada em
bairros, proporciona organização e facilita as contrapartidas para melhor
desenvolvimento da cidade, que vem utilizando instrumentos jurídicos
e políticos de política urbana disponíveis pela legislação, como o Plano
Diretor, a Lei Orgânica e o Código de Obras. Os instrumentos legais são
de grande importância para apoio e criação de políticas públicas para
promoção das atividades de fomento a cultura, ferramentas que quando
apropriados pela sociedade e utilizadas para fazer cumprir seus propósi-
tos.
O crescimento populacional da cidade a partir da década de 90 se
intensificou significativamente, a quantidade de novos empreendimen-
tos residências, gerou muitas transformações nos últimos anos, princi-
palmente na relação da sociedade com a cultura local, gerando a organi-
zação coletiva de ações de promoção a cultura local.
O fenômeno contribuiu diretamente com a ressignificação
das relações entre as pessoas e a cidade. Através de esforços
autônomos e coletivos de diferentes esferas, novas identida-
des vêm sendo construídas e já refletem reações positivas da
população. No contexto cultural, as transformações se deram

26 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


na forma de leis, ações coletivas e programas de fomento à
produção local. Durante o último trimestre de 2015 foram
aprovadas as leis nº 8.507, que criou a Contribuição Volun-
tária da Cultura, e a nº 11.877, garantindo a livre expressão
artística em locais públicos, além da realização da primeira
Virada Coletiva, uma ação proposta e operacionalizada pelos
coletivos culturais e apoiada pela gestão pública. Paralela-
mente, as discussões acerca do novo Plano Diretor, que es-
pera aprovação na Câmara Municipal, trazem a cultura e as
economias criativas entre os principais eixos de desenvolvi-
mento da cidade. OCUPAÇÃO COLABORATIVA (2016), https://
www.facebook.com/notes/ocupa-colaborativa/manifesto-n%-
C2%BA-22016/1003862306370318)

Uma iniciativa que viabilizou um mapeamento dos pontos de re-


levância sociocultural da cidade foi a Oficina “Circuito Cultura Jundiaí”,
realizada em agosto de 2015, como parte do projeto Urbanismo Cami-
nhável2, realizou o mapeamento da Economia Criativa do centro de Jun-
diaí, destacando o potencial da região. Foram pontuados locais que man-
tém atividades culturais, como: ateliers, grupos artísticos, restaurantes,
grupos de mídia, designers, arquitetos, galerias, além de locais com in-
teresse histórico, artístico e arquitetônico. A oficina contou com a parti-
cipação da população durante todo o processo de projeto e firmando os
participantes como agentes principais de construção da cidade, com o
intuito de criar um novo olhar para a cidade, estimular o convívio social
nas ruas e espaços de lazer. (URBANISMO CAMINHÁVEL, 2015).
A cidade foi contemplada em abril 2015, com a inauguração do Sesc
(Serviço Social do Comércio), um marco para o fomento da cultura na
cidade, que possibilita o alcance da população a produção cultural con-
temporânea de alta qualidade e diversidade, o equipamento cultural que
está colaborando visivelmente para o desenvolvimento da produção cul-
tural da cidade.
Entre as iniciativas culturais da cidade um de destaque, as de orga-
nização popular que está fomentando manifestações artísticas reunindo
a população principalmente por meio de coletivos culturais atuantes na
política e mobilização social. Dentre os coletivos mais atuantes na cidade
o Coletivo Casa Colaborativa, foi um espaço que foi criado em setembro
de 2013 com a ideia de articular atividades como saraus, apresentações
teatrais e musicais. Eram 15 colaboradores que trabalhavam de forma
voluntária discutindo políticas públicas na área da cultura e a descentra-
2 Urbanismo Caminhável: uma proposta de estudo da cidade que reúne novos
conceitos de urbanismo, metodologias de diagnóstico e implantação de projetos,
baseada no conceito de Walkable Urbanism (Urbanismo Caminhável) que, em
linhas gerais, defende a cidade pensada para o pedestre e não para o automóvel.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 27


lização e a distribuição das ações culturais em Jundiaí; um grupo forma-
do por artistas, estudantes, multiplicadores, agentes culturais e interes-
sados em criar, propor alternativas e fazer a diferença. Atualmente, o co-
letivo Casa Colaborativa não existe mais, nem seu espaço físico, que era
alugado e se tornou para o grupo algo insustentável, porém as atuações
em prol da diversidade cultural continuaram. (KOCH; GRILLO ,2016).
Uma importante manifestação política cultural aconteceu na cidade
no ano de 2016, promovida pelos coletivos de Jundiaí com a Casa Cola-
borativa a frente, a “Ocupação Colaborativa” está revolucionando a rela-
ção da comunidade local a arte e reunindo manifestações culturais das
mais diversas tribos e causas sociais, linguagens, sendo palco do convívio
dos amantes de arte contemporânea em Jundiaí. A Ocupação levou vida
para um prédio que há quase duas décadas foi abandonado, com a pro-
posta de um espaço livre e autogestionado de criação artística, produ-
ção cultural e educação social, promovendo assim o compartilhamento
de conhecimentos e ferramentas e a viabilização do empreendedorismo
cultural e criativo em nossa cidade (CERIONI, 2016). A democratização
ao acesso à cultura, acessibilidade e visibilidade aos artistas e produto-
res culturais da cidade, possibilitando observar a Ocupação Colaborati-
va como palco da desconstrução da relação antiquada de se relacionar e
consumir arte, promovendo a reconstrução dessa relação de forma cola-
borativa, democrática e respeitando os anseios e necessidades da comu-
nidade local.
O Conselho Municipal de Cultura teve renovação de colaboradores
em 2016, elegeram-se integrantes de vários segmentos culturais, tendo
representes de toda a comunidade envolvida no movimento cultural da
cidade, os representantes já se mostram ativos atualmente realizando o
mapeamento dos produtores culturais locais. O processo de renovação e
revitalização cultural da cidade é parte de um novo olhar da comunidade
para os espaços públicos e iniciativas locais que vem acontecendo a al-
guns anos e ampliando o alcance das ações culturais na cidade.

4 RESULTADOS

Buscando por uma melhor compreensão do cenário ecogastronô-


mico de Jundiaí e suas potencialidades socioeconômicas, foi realizada
uma avaliação junto à comunidade local, a partir de questionários apli-
cados a participantes de eventos com temática relacionada à Ecogasto-
nomia na cidade para obter dados sobre interesse e envolvimento com
tema pela comunidade, o formulário está disponível no Apêndice B. Com
o objetivos de verificar a percepção dos agricultores orgânicos e feiran-

28 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


tes sobre conhecimento sobre o tema Ecogastronomia, Movimento Slow
Food, e também sobre os eventos e seus benefícios socioeconômicos
para o setor produtivo, aplicou-se questionário disponível no Apêndice
A.
As avaliações pós evento na Ocupação Colaborativa, no evento “Ali-
mentAção#Saber- Dia do Agricultor“- Bate papo com Agricultor Orgânico
Carlos Duran; no Ateliê Lelê da Cuca, sede da ONG Jardim Comestível,
no evento Feira de Troca de Mudas - Bate Papo AlimentAção Conscien-
te e junto aos Produtores e Feirantes da Feira Orgânica. O levantamento
de dados junto ao público foi fundamental para identificar déficits e re-
cursos disponíveis para formação da rede ecogastronomica na cidade de
Jundiaí.

4.1 Pesquisa Avaliação - Evento Feira Orgânica

Questionário aplicado durante o evento semanal Feira Orgânica,


com abordagem direta ao Feirantes e Produtores Orgânicos da OCS Jun-
diaí Orgânicos no local do evento, foram entrevistados feirantes partici-
pantes do evento. Local: Feira de Orgânicos - Evento Semanal Praça: Pra-
ça Monsenhor Arthur Ricci, Avenida 9 de Julho - Ponte Campinas. Para
uma melhor avaliação do evento foi realizada também por meio visitas
técnicas para verificação em campo dos pontos avaliados junto aos fei-
rantes no questionário, o relatório de avaliação do evento abordado na
pesquisa está disponível no Apêndice C.
Tabela 1 - Feirantes Feira Orgânica
Nome Idade Cidade Profissão / Área de atuação
Participante 1 58 Jundiaí Agricultora e Feirante
Participante 2 56 Jarinu Agricultor/Gestor Ambiental e Feirante
Participante 3 40 Jundiaí Agricultora e Feirante
Participante 4 47 Jundiaí Distribuidor orgânicos e Feirante
Participante 5 57 Itupeva Veterinário/Agricultor e Feirante
Participante 6 58 Jundiaí Agricultor e Feirante
Fonte: Elaborado pelo autor

Pode-se observar na tabela acima informações sobre os feirantes


e suas atividades econômicas paralelas à venda e produção agrícola or-
gânica. Todos os produtores são integrantes da Organização de Controle
Social (OCS) Jundiaí Orgânicos que habilita junto ao poder público a cer-
tificação orgânica para venda direta ao consumidor, por meio de vistorias
técnicas participativas entre os produtores com apoio de técnicos e con-
sumidores cadastrados na organização.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 29


Gráfico1 - Conhece a Ecogastronomia ?

Fonte: Elaborado pelo autor

Os dados apontam que maioria dos entrevistados, sabe da existên-


cia dessa vertente gastronômica, mas não têm conhecimento sobre os
princípios fundamentais da ecogastronomia, apesar de ser parte funda-
mental dos processos ecogastronômicos, percebeu-se que o produtor lo-
cal, ainda não está integrado ao conceito na prática da comunidade local.
Gráfico 2 - Conhece o Movimento Slow Food?

Fonte: Elaborado pelo autor

Entre os agricultores entrevistados, apenas um declarou conheci-


mento do Movimento Slow Food e algumas de suas ações. As ferramen-
tas propostas pelo movimento que visam o desenvolvimento das rela-

30 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


ções sociais do alimento local e incentivo à produção orgânica e ações
junto aos consumidores como o convívio local não era de conhecimento
dos entrevistados.
Gráfico 3 - Interesse em participar de eventos

Fonte: Elaborado pelo autor

Todos os entrevistados mostraram interesse em participar em even-


tos de sobre alimentação, sabendo da importância em se aproximar e
informar os consumidores sobre a produção de orgânicos
Gráfico 4 - Quais os tipos de evento que têm interesse em participar?
Escolher duas opções.

Fonte: Elaborado pelo autor

A preferência para a participação como convidado em eventos no


formato encontros, foi ressaltada, pela versatilidade do evento e possibi-
lidade de integração entre os participantes.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 31


Gráfico 5 - Qual a frequência da clientela já formada na Feira Orgânica?

Fonte: Elaborado pelo autor

Em relação ao público consumidor foi observado que a maioria dos


clientes não frequenta regularmente o evento, a instabilidade de públi-
co, que acaba dificultando o planejamento para as vendas por parte dos
feirantes.
Gráfico 6 - Quais os pontos de escoamento da sua produção?

Fonte: Elaborado pelo autor

A feira é o principal ponto de escoamento de produção para os agri-


cultores orgânicos da cidade, observação importante é que nenhum for-
nece regularmente a restaurantes da cidade.

32 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 7 - A Localização do evento é um ponto positivo, negativo ou de
atenção?

Fonte: Elaborado pelo autor

A localização estratégica do evento foi apontada como ponto positi-


vo, em uma área de grande circulação de veículos, considerada nobre na
cidade.
Gráfico 8 - Expositores: ponto positivo, negativo ou de atenção?

Fonte: Elaborado pelo autor

Em relação aos expositores, verifica-se uma visão positiva aos jun-


to outros expositores, sendo o coletivo dos expositores uma das grandes
forças do evento.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 33


Gráfico 9 - A comunicação do evento é um ponto positivo, negativo ou
de atenção?

Fonte: Elaborado pelo autor

A comunicação do evento foi avaliada como ponto negativo pelos


83,3% dos feirantes entrevistados, apontando a necessidade de planeja-
mento e organização de ações para o evento.
Gráfico 10 - A clientela consolidada do evento é um ponto positivo,
negativo ou de atenção?

Fonte: Elaborado pelo autor

Observado entre 83,3% dos participantes, indicam a clientela con-


solidada como ponto de atenção para o evento, possibilitando ser per-
cebida a necessidade de ações para cativar a parcela de consumidores
regulares de orgânicos, que não compra frequência diretamente dos pro-
dutores locais.

34 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 11 - Informações aos consumidores sobre o evento Feira
Orgânica é um ponto positivo, negativo ou de atenção?

Fonte: Elaborado pelo autor

Foi recorrente entre os participantes, ressaltar que a população ain-


da não têm informações sobre os produtos orgânicos e sua importância
para sustentabilidade local, também sobre os malefícios sobre os agrotó-
xicos dos produtos convencionais vendidos por grandes distribuidores de
alimentos.
Gráfico 12 - Infraestrutura do evento é um ponto positivo, negativo ou
de atenção?

Fonte: Elaborado pelo autor

O evento está localizado em um local de grande circulação de pes-


soas e veículos. Com estacionamento público. Aos sábados no Jardim
Botânico, conta com bebedouro e sanitários. Aos domingos na Avenida
Nove de Julho, no local do evento não há arborização, cobertura de sol
ou chuva. Sem água potável ou banheiros, existe apenas um ponto de
energia elétrica à disposição dos feirantes, não havendo ainda uma divul-

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 35


gação fixa no local sobre o evento semanal.
Gráfico 13 - Apoio do poder público ao evento é um ponto positivo,
negativo ou de atenção?

Fonte: Elaborado pelo autor

Dos feirantes e produtores, 83,3% não estão satisfeitos com o apoio


oferecido por parte do poder público, com várias demandas a serem
atendidas e discutidas sempre em um processo lento de resoluções e de-
cisões efetivas.
Gráfico 14 - Intervenções culturais podem melhorar o ambiente e atrair
clientes, você concorda?

Fonte: Elaborado pelo autor

Todos concordam que intervenções culturais podem contribuir em


muitos aspectos para a comunicação em geral atrair clientes para o even-
to.

36 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 15 - Considera importante a realização de eventos, criar
um ambiente mais agradável, um espaço de troca de informações
e interação vai ajudar no interesse por produtos orgânicos e pode
promover o evento na comunidade, você concorda?

Fonte: Elaborado pelo autor

Eventos e intervenções culturais são bem vistos pelos feirantes que


aprovam essa ferramenta de comunicação para impulsionar e fomentar
princípios Slow Food e possibilitam atrair clientes criando um cenário
mais agradável e confortável para a socialização, permitindo aproximar
consumidores e produtores, estabelecer laços com a comunidade e as-
sim ampliar o conhecimento coletivo sobre orgânicos e sua importância
para a saúde do corpo e do planeta.

4.2 Pesquisa Avaliação - Bate papo com Agricultor Orgânico

Vide as considerações da introdução do tópico 3.


Questionário aplicado a participantes do Evento: AlimentAção #Sa-
ber - Dia do Agricultor Bate Papo com Agricultor Orgânico Carlos Duran.
Formulário utilizado disponível no Apêndice B. Realizado no dia 28 de
julho de 2016, na Ocupação Colaborativa em comemoração ao Dia do
Agricultor. O evento criado para dar início das movimentações em prol
da criação do convívio Slow food Jundiaí, contou com um público muito
interessado em conhecer mais sobre a produção de orgânicos na cidade
e sobre alimentação consciente do campo a mesa.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 37


Tabela 2 - Dados dos Participantes
Profissão / Área de
Nome Idade Profissão / Área de atuação
atuação
01 Participante masculino 37 Advogado Administração publica
02 Participante masculino 22 Orientador Orientador
03 Participante masculino 37 Empresário Eventos
04 Participante feminino 40 Advogada Trabalhista e Cível
05 Participante feminino 29 Masseira Cozinha
06 Participante feminino 28 Empresaria Eco brindes
07 Participante feminino 56 Tec. Radiologia Hospital
08 Participante feminino 21 Estudante Agroecologia
Professora de
09 Participante feminino 50 Ensino rede pública
Português
10 Participante feminino 35 Produção cultural Eventos
11 Participante feminino 31 Consultora Bem-estar animal
12 Participante masculino 34 Analista adm. Vendas
13 Participante masculino 32 Bancário Finanças
14 Participante feminino 29 Professora de Yoga Professora de Yoga
15 Participante feminino 35 Nutricionista Saúde Pública
16 Participante masculino 53 Analista sistema Profissional liberal
17 Participante masculino 37 Fotógrafo Fotógrafo
Fonte: Elaborado pelo autor

Gráfico 16 - Como tomou conhecimento do evento?

Fonte: Elaborado pelo autor

O evento teve como principal forma de divulgação a rede social


Facebook, mas a maioria dos participantes tomaram conhecimento por
amigos, sugerindo que a indicação pessoal é muito forte para a propaga-
ção das informações sobre o tema.

38 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 17 - Já havia participado de outros eventos na Ocupa
Colaborativa?

Fonte: Elaborado pelo autor

O evento conseguiu atingir não apenas frequentadores do espaço


cultural, a maioria dos pesquisados (52,9%) foram ao local pela primeira
vez para o evento.
Gráfico 18 - Já conhecia o movimento Slow Food antes do evento?

Fonte: Elaborado pelo autor

Foi observado entre os participantes do evento que 70,6%, traziam


conhecimento sobre o movimento Slow Food, foi percebido que o esse
fato dinamizou o evento e permitiu maior interação com os palestrantes
responsáveis pelo bate papo.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 39


Gráfico 19 - Quanto apresentação e desenrolar do bate papo, atendeu as
suas expectativas?

Fonte: Elaborado pelo autor

Os participantes aprovaram a aborbagem ao tema e se surpreende-


ram positivamente com o evento.
Gráfico 20 - Qual seu interesse sobre o tema?

Fonte: Elaborado pelo autor

Os interesses pessoais ao tema ligados à saúde e bem-estar são


apontados por todos os pesquisados como principal motivo para a par-
ticipação. A questão de sustentabilidade em questões políticas e sociais
seguem como segundo motivo de maior interesse.

40 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 21 - Conhece o termo Ecogastronomia?

Fonte: Elaborado pelo autor

Foi possível observar que quantidade de pessoas com conhecimen-


to sobre a Ecogastronomia apresentou um índice significativo, os dados
apontam que 58,8% dos entrevistados conhecem o conceito, e 35,3 %
não possuem nenhum conhecimento sobre o tema.
Gráfico 22 - O evento contribuiu para ampliar sua visão sobre
alimentação e sua relação com a sustentabilidade local?

Fonte: Elaborado pelo autor

Evidenciada contribuição por parte do evento em divulgar concei-


tos sustentáveis e promover a aproximação ao diálogo sobre alimenta-
ção da cidade, com todos os participantes satisfeitos e evidênciando a
experiência de contato e degustação realzada no evento.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 41


Gráfico 23 - Participaria de outros eventos com essa temática?

Fonte: Elaborado pelo autor

Pode ser observado o interesse grande interesse por parte dos par-
ticipantes em futuros eventos com a temática abordada.
Gráfico 24 - Acha importante a realização de eventos que promovam o
encontro de produtores e consumidores de alimentos?

Fonte: Elaborado pelo autor

Todos os participantes apontam a importância de eventos que per-


mitam a aproximação de produtores a consumidores para o desenvolvi-
mento das relações sociais da alimentação.

42 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 25 - O evento como um todo foi satisfatório?

Fonte: Elaborado pelo autor

O evento proporcionou uma experiência muito significativa para os


participantes, atingindo seus objetivos de despertar um novo olhar para
a questão da alimentação e valorização dos produtores locais e reunir
pessoas interessadas em ampliar esse diálogo e promover ações

4.3 Pesquisa Avaliação - Bate papo - Alimentação Consciente do


Campo a Mesa

Vide as considerações da introdução do tópico 3.


Questionário aplicado a participantes do evento AlimentAção #Sa-
ber - Bate Papo Alimentação Consciente do Campa Mesa, realizado du-
rante Feira de Trocas de Mudas - ONG Jardim Comestível 24/09/2016.
Formulário disponível no Apêndice B. O evento contou com exposições
das atividades da ONG, feirinha com produtos orgânicos direto do produ-
tor da OCS Jundiaí Orgânicos, grande variedade comidas saudáveis, doa-
ção de probióticos, troca de sementes pelo projeto Multiplica, cultivo de
abelhas sem ferrão, venda de produtos artesanais de saúde bem-estar,
horticultura entre outros produtos naturais.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 43


Tabela 3 - Dados dos Participantes
Nome Idade Residência (cidade / bairro) Profissão / Área de atuação
Participante 1 33 Jundiaí - Anhangabaú Enfermeira - Terapeuta Holística
Participante 2 31 São Paulo -jardim leonor Coordenadora de projetos e Atriz
Participante 3 33 Jundiaí -vila rio branco Chef Ecogastronomia
Participante 4 46 São Paulo - Jardim Taboão Artesã da vida - Saúde
São Paulo -Cidade Meio Ambiente e Agricultura
Participante 5 33
Tiradentes Urbana
Participante 6 26 São Paulo - V Gomes Cardim Analista de Sistemas
Participante 7 31 Jundiaí - Bonfiglioli Psicóloga/ Rh
Participante 8 46 Jundiaí - Novo horizonte Faxineira
Participante 9 31 Jundiaí - Eloy Chaves Cenografa
Participante 10 35 Jundiaí - Jd do Lago Marketing PDV
Participante 11 35 Jundiaí -Vila Marlene Empresário
Participante 12 15 Jundiaí -Jd do lago Estudante
Participante 13 19 Jundiaí -Jd do lago Auxiliar de creche
Participante 14 39 Jundiaí -Centro Gerente Comercial
Participante 15 30 Jundiaí -Retiro Técnico Eletrecista
Fonte: Elaborado pelo autor

Gráfico 26 - Como tomou conhecimento do evento?

Fonte: Elaborado pelo autor

O evento teve como divulgação redes sociais e cartazes informati-


vos distribuídos em alguns pontos da cidade e também foi divulgado por
meio de publicações na rede social Facebook, podemos observar que a
maioria dos participantes tomou conhecimento pelo convite de outras
pessoas, o que já demonstra envolvimento em prol do tema.

44 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 27 - Já havia participado de outros eventos na ONG Jardim
Comestível?

Fonte: Elaborado pelo autor

O índice dos participantes da pesquisa que não eram frequentado-


res ou integrantes da ONG foi de 86,7%, o que possibilitou divulgar o tra-
balho e ações realizadas no espaço a um novo público.
Gráfico 28 - Já conhecia o Movimento Slow Food antes do evento?

Fonte: Elaborado pelo autor

Foi observado entre 46,7%, participantes não conheciam o Movi-


mento Slow Food e suas ações no mundo anteriormente ao evento.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 45


Gráfico 29 - Quanto apresentação e desenrolar do bate papo, atendeu as
suas expectativas?

Fonte: Elaborado pelo autor

O evento obteve aprovação integral com 100% dos participantes


quanto a abordagem ao tema e desenvolvimento do diálogo, atendendo
e surpreendendo as expectativas dos participantes.
Gráfico 30 - Qual seu interesse sobre o tema?

Fonte: Elaborado pelo autor

O maior interesse por parte dos entrevistados em relação ao tema


é pessoal, ligado a saúde e bem-estar seguido da questão político social
envolvida.

46 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 31 - Conhece a Ecogastronomia?

Fonte: Elaborado pelo autor

Foi observado que 46,7% entrevistados não conhecia a ecogastro-


nomia, seguindo de 6,7% de pessoas que com pouco conhecimento e
46,7% conheciam a vertente gastronômica.
Gráfico 32 - O evento contribuiu para ampliar sua visão sobre
alimentação e sua relação com a sustentabilidade local?

Fonte: Elaborado pelo autor

A ampliação da visão e relação dos participantes com a sustentabi-


lidade foi alcançada integralmente, demostrando ter atingido o principal
objetivo do evento.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 47


Gráfico 33 - Participaria de outros eventos com essa temática?

Fonte: Elaborado pelo autor

Pode-se perceber o interesse por 100% dos participantes da pes-


quisa em participar de eventos futuros com os principais temas aborda-
dos na ocasião avaliada, alimentação e convívio social e suas relações.
Gráfico 34 - Acha importante a realização de eventos que promovam o
encontro de produtores e consumidores de alimentos?

Fonte: Elaborado pelo autor

A importância de eventos com o intuito de aproximação de produ-


tores e consumidores é reconhecida por todos os participantes.

48 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Gráfico 35 - O evento como um todo foi satisfatório?

Fonte: Elaborado pelo autor

Todos os participantes aprovaram o evento, sendo satisfatório em


aspectos gerais para todo o público pesquisado

5 DISCUSSÃO

Na medida em que o presente trabalho procura avaliar se os even-


tos de cunho ecogastronômicos influenciam no desenvolvimento econô-
mico e social desse setor da economia na cidade de Jundiaí, para tanto
foram consideradas as ferramentas e todo o cabedal de experiências do
movimento Slow Food. Foram reunidos dados a partir da avaliação de
participantes de eventos ligados ao tema e visitas para observação em
campo das questões abordadas no trabalho. O Movimento Slow Food
(2007), aponta como alicerce da ecogastronomia a valorização da agri-
cultura familiar limpa, sabendo que valorizar o produtor rural é uma for-
ma de beneficiar toda a sociedade.
Dessa forma, no capítulo anterior foram apresentados os resulta-
dos, onde buscou-se verificar a percepção dos integrantes e produtores
da Organização de Controle Social (OCS) Jundiaí Orgânicos em relação à
ecogastronomia e ao Slow Food, bem como a percepção por parte dos
participantes de eventos desenvolvido com intuito de promover e esti-
mular a adesão ao movimento Slow Food quais sejam “AlimentAção“ e
“Feira Orgânica”. Assim deste ponto em diante será exibida a discussão
desses os resultados.
Entre os seis feirantes entrevistados, apenas um declarou conheci-

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 49


mento do Movimento Slow Food e algumas de suas ações. As ferramen-
tas propostas pelo movimento que visam o desenvolvimento das rela-
ções sociais do alimento local e incentivo à produção orgânica e ações
junto aos consumidores como o convívio local não era de conhecimen-
to dos entrevistados. Sobre a ecogastronomia, os dados apontam que a
maioria dos entrevistados sabe da existência dessa vertente gastronômi-
ca, mas não têm conhecimento sobre os princípios da ecogastronomia.
Os integrantes do movimento Slow Food acreditam que a gastronomia
está indissoluvelmente associada à política, à agricultura e ao meio am-
biente, entre outras coisas, por isso que a associação participa ativamen-
te das questões ligadas à agricultura e à ecologia mundial (IRVING; CE-
RIANI, 2013), podendo ser observado nesse contexto que apesar de ser
parte fundamental o produtor local, ainda não está integrado ao concei-
to na prática da comunidade local.
A Feira Orgânica é apontada pelos produtores como a principal for-
ma de escoamento da produção, mostrando sua importância econômica
para a agricultura orgânica familiar da cidade. O fato de não ter entre os
clientes restaurantes locais aponta uma distância entre os gastrônomos e
os produtores orgânicos da cidade. Na contramão da tendência nacional,
que está crescendo a cada dia e ganhando adeptos importantes, con-
tando com muitos chefs brasileiros preocupados com a conservação da
biodiversidade e a inovação culinária (PENSAMENTO VERDE, 2013). Foi
percebido durante as visitas que o evento conecta produtores orgânicos
da região ao cidadão jundiaiense, inclusive sendo o ponto de encontro
dos participantes da Organização Social Jundiaí Orgânicos e interessados
na alimentação sustentável, aproximando produtores de consumidores
e tornando acessível o alimento bom, limpo e justo à toda comunidade
local.
A avaliação dos pontos positivos e negativos do evento permitiu
identificar pontos a serem melhorados. Assim, os dados levantados de-
monstram que a localização e a forma de exposição são os pontos posi-
tivos. A comunicação e infraestrutura do evento foram apontados como
ponto negativo e ponto de atenção, havendo problemas na indicação das
informações aos consumidores e clientela. Essa percepção por parte dos
participantes permitiu observar a necessidade de desenvolver novas for-
mas de comunicar a feira à comunidade e de informar sobre produtos e
conceitos sustentáveis. O evento Feira Orgânica é pouco divulgado, seus
canais de comunicação são restritos e carentes de informações específi-
cas, assim o alcance a novos públicos torna-se deficiente.
Eventos e intervenções culturais são bem vistos pelos feirantes,
que têm interesse em participar de ações, aprovando essa ferramenta
de comunicação para impulsionar e atrair clientes. Criando um cenário

50 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


mais agradável e confortável para a socialização, buscando fomentar
princípios Slow Food, possibilitamos, é possível aproximar consumidores
e produtores, permitindo estabelecer laços com a comunidade e assim
ampliando o conhecimento coletivo sobre orgânicos e sua importância
para a saúde do corpo e do planeta. Nesse sentido, aplica-se a ideia de
CASTRO e SANTOS (2012), de que cultura alimentar também se delineia
como meio universal de hospitalidade e sociabilidade.
Percebeu-se que promover a aproximação da comunidade aos
produtores permite colaborar com reestruturação ideológica e realizar
ações em parceria com consumidores para a melhoria e manutenção do
evento com intervenções culturais e eventos focados no convívio – visi-
tas presenciais às hortas orgânicas, divulgação de materiais sobre relação
agricultura e meio ambiente, conceituação do Movimento Slow Food, in-
serção artística em formas variadas (documentários, palestras, teatros).
Dessa forma será possível difundir a importância dos agricultores colo-
cando os a luz da sociedade.
Segundo Pollan (2008), o sistema agroalimentar atual está causan-
do um desequilíbrio na sociedade humana. É preciso repensar, modificar,
transformar os processos, como parte da ressignificação da relação com
a alimentação e coloca elementos essenciais para essa revolução: Mudar
o tom da conversa sobre alimentos; enxergar comida como cultura, culti-
var agricultores. Após apresentados esses princípios, sugerindo um novo
olhar para o alimento e seu universo em vários aspectos, foi percebido
um maior interesse e envolvimento com o tema.
É preciso trazer esses elementos para o contexto socioeconômico
de Jundiaí, que apresenta crescente desenvolvimento no setor de turis-
mo e gastronomia na cidade, e que passa por um momento de amplia-
ção dos atrativos turísticos com a criação das rotas de visitação e estí-
mulos a manutenção das características das propriedades rurais na cria-
ção de novos produtos para o turismo gastronômico em especial o rural.
POUBEL (2006), diz que gastronomia tem papel fundamental no turismo,
elemento principal ou secundário, mas sempre presente no contexto
dessa importante atividade econômica.
Estimular a ecogastronomia junto à experiência turística na cida-
de pode viabilizar e agregar sustentabilidade junto ao desenvolvimento.
Políticas públicas para agir nesse sentido ainda caminham lentamente
na cidade, a secretária de turismo já desenvolve alguns princípios jun-
to aos projetos de turismo rural e gastronomia, na avaliação feita junto
a equipe da secretária de agricultura, percebeu-se pouco envolvimento
com o tema nas visitas iniciais, o que se modificou com a participação
mais ativa de consumidores, que após os eventos se afiliaram a OCS e
iniciaram uma movimentação no sentido de divulgar a organização, o in-

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 51


teresse dos consumidores está estimulando os integrantes da secretária
a apoiar mais ativamente causa orgânica e desenvolver novos projetos li-
gados a agroecologia na cidade. Assim, o engajamento de consumidores
já demonstrou resultados, concordando com Mariani, (2008) que afirma
que a ecogastronomia não deve ser encarada apenas como um conceito,
uma definição teórica é um assunto sério que envolve políticas públicas,
consumidores, produtores e profissionais do setor, a fim de aplicar medi-
das eficientes para tornar a comida - traço mais marcante da identidade
de um povo.
A pesquisa aplicada aos participantes dos eventos AlimentAção
# Saber sobre o tema mostra que todos têm interesse em se engajar a
eventos com a temática e ressaltam a importância na aproximação entre
consumidores e produtores de alimentos, e também ampliando a visão
dos impactos sociais e econômicos das escolhas pessoais relacionadas
à alimentação. A importância de eventos que promovam a aproximação
de produtores e consumidores foi confirmada por 100% dos entrevista-
dos nas pesquisas entre participantes dos eventos, os quais contribuíram
para ampliar o diálogo sobre alimentação e sua relação com a sustenta-
bilidade local. Concordando com Pollan (2008), que ao promover o inter-
câmbio de experiências e conhecimentos são elementos fundamentais
para o desenvolvimento sustentável na sociedade atual, o que demons-
tra a necessidade de intervenções sociais regionais de impacto socioeco-
nômico.
Foi detectado no presente estudo junto aos participantes do evento
na Ocupação Colaborativa, 70% dos pesquisados apontam ter conheci-
mento sobre Slow Food. No evento realizado na ONG Jardim Comestí-
vel, 53.3% apontam ter conhecimento sobre o tema, entre os produtores
apenas um entrevistado conhece o movimento e suas ações e 66,7% já
escutaram a respeito, mas não possuem informações sobre o assunto.
Os dados sugerem que o produtor local ainda está distante das movi-
mentações culturais em torno do Slow Food. Também é percebido que
não existe uma rede em prol da gastronomia sustentável na cidade. Para
modificar esse cenário, o movimento ressalta a importância em resga-
tar o papel da comunidade, como responsável pela transmissão de to-
dos os saberes ligados às culturas materiais e sociais, acreditando que o
alimento é a ferramenta ideal para experimentar e promover uma edu-
cação articulada, complexa e criativa, dando valor à interdependência e
aos bens comuns (IRVING; CERIANI, 2013). Assim a possibilidade de inte-
gração dos princípios ecogastronômicos baseadas nas ferramentas ofere-
cidas pelo Movimento Slow Food, para formação da rede local, utilizan-
do eventos como ferramenta comunicação sociocultural pode acelerar a
dinâmica dessa formação, e assim contribuir para a formação convívio
Slow Food Jundiaí.

52 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Comer é um ato político” (PETRINI, 2009). Foi possível perceber


que a ausência desse conhecimento é a causa de muitos problemas da
sociedade. São os frutos de escolhas equivocadas, no passado recente
da humanidade, que refletem nos problemas de produção, logísticos, são
causadoras da fome, da má nutrição, da obesidade infantil, do êxodo do
campo, da devastação das florestas e comprometimento dos biomas bra-
sileiros. A escolha do que comemos garante a nossa soberania alimentar
(PRAZERES DA MESA, 2016).
O comportamento humano referente à alimentação reflete a iden-
tidade social de um povo. A produção de alimentos é extremamente in-
fluenciada pelas políticas nacionais e internacionais, além das conquistas
sociais regionais. Na identificação de quais ações podem contribuir para
o fomento da Ecogastronomia em Jundiaí, foi essencial eleger alguns dos
atores sociais da alimentação boa limpa e justa, em uma abordagem ho-
lística e compreensiva das necessidades de todos os envolvidos. As infor-
mações necessárias para uma avaliação nos pontos de interesse locais
onde já acontecem iniciativas e eventos, as pessoas interessadas ligadas
ao assunto, para o fim de identificar uma classe de possíveis apoiadores
a rede ecogastronômica local.
Desde os primórdios da civilização, das primeiras Revoluções Agrí-
colas até as duas Revoluções Agrícolas dos tempos modernos, ao longo
de 10 mil anos, a agricultura sempre foi uma importante forma de rela-
ção do ser humano com a natureza, tendo o como indispensável elo a
alimentação, apresentando no tempo e no espaço diferentes intensida-
des de impacto no meio ambiente.
A consciência que se cria em torno da alimentação saudável carrega
conceitos de sustentabilidade e preocupação com produtos bons e jus-
tos, a incentivar geração de produtos orgânicos, consolidar alternativas
confiáveis a revigorar a cultura de produção simples através de uma Fei-
ra Orgânica. Ao incentivar a agricultura familiar orgânica, consequente-
mente cresce a produção limpa, boa e justa, incorporando naturalmente
princípios ecogastronômicos e desenvolvendo estrutura para o cresci-
mento do turismo.
O orgânico é o convencional, mesmo que visto por muitos grupos
como incomum. A feira livre é a mais antiga forma de comercialização
agrícola, com fundamental papel cultural, econômico e social. A socie-
dade nasceu orgânica, com terras livres de produtos químicos e com a
agricultura como fonte de sobrevivência.
As feiras orgânicas devem se renovar, faltam informações e recursos

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 53


para que os agricultores sejam revelados em sua importância econômica
e social na região, a melhor estruturação ao evento pode colaborar para
o desenvolvimento da ecogastronomia local. A Feira Orgânica de Jundiaí
reúne o alimento bom, limpo e justo e estabelece a relação direta entre
produtor e consumidor. O local ideal para fomento de iniciativas em prol
da criação do Convivium Sow Food Jundiaí, que é um caminho já consoli-
dado em outros locais para reunir todos os interessados em desenvolver
eventos para disseminação dos princípios ecogastronômicos.
Verifica-se a necessidade de eventos com propósito de promover o
intercâmbio de experiências e conhecimentos e ações sustentáveis rela-
cionadas ao convívio social, produção e consumo de alimentos. Relacio-
nando as áreas e grupos sociais com perfil em comum, vê-se o Convivium
do Slow Food como uma das maneiras mais eficazes de promover a devi-
da aproximação de consumidores e produtores.
Fazer política não é só votar na escolha dos representantes do po-
der público. Todos dias temos a oportunidade de “votar”, podemos ado-
tar políticas e práticas de incentivo a uma vida saudável, com consciência
dos impactos socioambientais causados. Segundo Sidney W. Mintz, “o
comportamento relativo à comida liga-se diretamente ao sentido de nós
mesmos e à nossa identidade social, e isso parece valer para todos os
seres humanos”.
Os indivíduos reagem aos hábitos alimentares diferentemente, pois
crescem em lugares específicos com pessoas de crenças particulares.
Tornando claro que esses hábitos alimentares estão imersos em mate-
riais culturais historicamente derivados de cada sociedade/grupo. É fun-
damental entender que “[…] comer cristaliza estados emocionais e iden-
tidades sociais. ” (Roberto da Matta,1987, p.22).
Os eventos AlimentAção # Saber, foram idealizados com a finali-
dade de iniciar a mobilização da comunidade para a formação da rede
ecogastronomica local, quando foi percebido a necessidade de informar,
realizar o chamado, despertar um novo olhar para o alimento do cam-
po à mesa. No dia do agricultor o evento proporcionou uma experiência
ecogastronomica baseada nos moldes do convívio Slow Food. Conectar
produtores, consumidores interessados e envolvidos ao meio ecogastrô-
mico da região. Com o objetivo de apresentar a Organização de Controle
Social Orgânicos de Jundiaí, também informações sobre o alimento bom,
justo e saudável e a importância dos agricultores como protagonista da
economia local da região. Após o bate papo, em uma mesa grande e far-
ta uma degustação de produtos orgânicos, PANCS (Plantas alimentícias
não convencionais), xepa da feira, ervas do jardim, chás e probiótiocos,
pães orgânicos, geleias de frutas do pomar da vizinha, tudo produzido
com produtos locais e muito carinho. Foi possível confirmar que existem

54 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


muitas pessoas interessadas e que também acreditam que a alimentação
consciente do campo à mesa pode ser a ferramenta ideal para transfor-
mar a sociedade, reestabelecer laços com a natureza e colaborar coma
saúde do planeta.
Regionalmente se salvam as biodiversidades. É no local que se for-
ma a identidade. A transformação da sociedade pode vir pela “Revolução
Cultural na Alimentação”. A melhor maneira de fazer política é nas esco-
lhas diárias dos produtos que consumimos, saber como são produzidos e
como podem promover a saúde física e social da comunidade.
Em resumo, iniciamos aqui um despertar de atenção de questões
tão presentes no cotidiano da sociedade, permitindo futuramente am-
pliar discussão sobre a ecogastronomia local. Este estudo vem a divulgar,
tornar consciente a produção limpa, boa e justa, trazer empoderamen-
to aos envolvidos para a resolução dos impactos causados na sociedade
com a chance de transformar o orgânico como retribuição das ações do
homem. Assim, para saber se o que foi detectado aqui se reflete para ou-
tras cidades da região, o restante do estado, bem como para o Brasil, tor-
na-se necessário a realização de outras pesquisas com variados métodos,
diferentes populações. Deste modo novos estudos são bem-vindos para
ampliar o conhecimento sobre o tema que demonstrou ser de grande re-
levância para auxiliar empreendedores desse ramo e consequentemente
contribuir com o desenvolvimento socioeconômico dos locais onde fo-
rem disseminados os conceitos de Slow Food e Ecogastronomia. Finalizo
com o a brilhante frase de Patrick Geddes, “Pense global e aja local “.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e
documentação - Referências - Elaboração. Rio de Janeiro. 2002.
AGUIAR, Lívia. Planeta Sustentável. Chefs de cozinha assinam carta por
uma gastronomia sustentável. Disponível em: <http://planetasustentavel.
abril.com.br/noticia/cultura/chefs-cozinha-assinam-carta-gastronomia-
sustentavel-607226.shtml>. Acesso em: 20 out. 2015.
BARBOSA, Lívia. Feijão com arroz e com feijão: o Brasil no prato dos brasileiros.
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 13, n. 28, 2007.
CARVALHO, Isabel Cristina Moura. Slowfood e a educação do gosto: um
movimento social sem pressa. Revista Prâksis - Educação e Meio Ambiente,
Ano 5, Volume I, 2008.
CERIONE, Eduardo. 2016. Por dentro do Ocupa Colaborativa. Disponível em:
<http://www.jundiaqui.com.br/?p=82898>. Acesso em: 15 out. 2016.
DA MATTA, R. Sobre o simbolismo da comida no Brasil. Em: O Correio,

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 55


Rio de Janeiro, v.15, n.7, jul.1987. Em: http://www.projetosapoti.com.
br/?p=434#sthash.bNKw55uF.dpuf. Acesso em: 19 ago. 2016.
FERRO, Rafael C. Gastronomia e Turismo Cultural: reflexões sobre a cultura no
processo do desenvolvimento local. Contextos da Alimentação - Artigo, Vol. 2,
Nº 2,2013.
FIRMINO, Mario. Ecogastronomia: Devagar, para acelerar a saúde. Disponível
em: <https://campinasentresabores.wordpress.com/teste1/>. Acesso em: 19
out. 2016.
FREITAS, Henrique et al. O método de pesquisa survey. Revista de
Administração, São Paulo, v. 35, n. 3, p.105-112, jul. 2000. Trimestral.
Disponível em: <http://www.unisc.br/portal/upload/com_arquivo/o_metodo_
de_pesquisa_survey.pdf>. Acesso em: 29 out. 2015.
GASTRONOMIA RESPONSÁVEL. Movimento Gastronomia Responsável.
Disponível em: <http://www.gastronomiaresponsavel.com.br/dicas.php>.
2010. Acesso em: 19 out. 2015.
GIL, A. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://
cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=352590>. Acesso em:
19 ago. 2016.
Normas Editoriais e de Formatação de Trabalhos. Disponível em: <http://www.
ibge.gov.br/confest_e_confege/normas.htm>. Acesso em: 06 set. 2013.
IRVIN, John; CERIANI, Silvia. Manual do Slow Food. 2013
KRAUSE, Rodolfo W.; BAHLS, Álvaro A. D. S. M. Orientações gerais para uma
gastronomia. Revista Turismo Visão e Ação – Eletrônica, Vol. 15 - nº 3 - p.
434–450 / set-dez 2013.
KOCH, Gustavo. Ocupação Colaborativa. Manifesto 2. 2016 https://
www.facebook.com/notes/ocupa-colaborativa/manifesto-n%C2%
BA-22016/1003862306370318/>. Acesso em: 25 out. 2016.
KOCH, Gustavo; GRILLO, Willian Sanches. Coletivos de Cultura: a experiência
da casa colaborativa em Jundiaí-SP. RETC - Revista Eletrônica de Tecnologia e
Cultura, edição 19ª, out. 2016.
LERRER, 2013 PENSAMENTO VERDE. Gastronomia Sustentável. 08/05/2013.
Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/
gastronomia-sustentavel/>. Acesso em: 20 out. 2015
LIMA. Rafael Chagas. A Sustentabilidade em Unidades de Alimentação: Estudo
sobre um Restaurante de Cozinha Brasileira. 2012.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 3 ed. São Paulo: Atlas,
2005.
MARIANI, Matheus. Ferramenta Ecogastronomia. Disponível em: <http://
alimentecorpoealma.blogspot.com.br/>. Acesso em: 25 mar. 2016.

56 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


MEDEIROS, Alexsandro Melo. Democracia Participativa. 2011. Disponível em:
<http://www.portalconscienciapolitica.com.br/ciber-democracia/democracia-
participativa/>. Acesso em: 25 out. 2016.
MILANO, Serena; PONZIO, Raffaella; SARDO, Piero. A Biodiversidade.
Disponível em: <http://www.slowfoodbrasil.com/publicacoes/703-livreto-a-
biodiversidade>. Acesso em: 25 maio 2016.
MINTZ, Sidney W. Comida e antropologia: uma breve revisão. In: Revista
Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo: ANPOCS, vol. 16, n. 47, out.
2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0102-69092001000300002>. Acesso em: 03 set. 2016.
NILSSON, J. H. et al. Cittaslow eco-gastronomic heritage as a tool for destination
development. Current Issues in Tourism, v. 14, n. 4, 2011.
OLIVEIRA, Arnaldo. Circuito das Frutas discute fortalecimento do segmento
turístico. Disponível em: <http://www.jundiai.sp.gov.br/noticias/2015/09/14/
circuito-das-frutas-discute-fortalecimento-do-segmento-turistico/>. Acesso
em:10 out. 2015.
OLIVEIRA, Arnaldo. Jundiaí se transforma em capital do turismo paulista.
2015. Disponível em: <http://www.jundiai.sp.gov.br/noticias/2015/06/30/
jundiai-se-transforma-em-capital-do-turismo-paulista/>. Acesso em: 10 out.
2015.
OLIVEIRA, Daniel Coelho. Comida, carisma e prazer: um estudo sobre a
constituição do SlowFoodno Brasil. 2013.
PETRINI, Carlo. SlowFood: princípios da nova gastronomia. São Paulo: SENAC,
2009.
PETRINI, Carlo; BOGLIOTTI, Carlo; RAVA, Rinaldo; SCAFFIDI, Cizia. A
centralidade do alimento Documento do congresso 2012-2016. Disponível em:
<http://slowfood.com/filemanager/official_docs/SFCONGRESS2012__A%20
centralidade_do_alimento.pdf>. Acesso em: 25 out. 2015.
PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ. Inventário do turismo em Jundiaí
2015. Disponível em: <http://turismo.jundiai.sp.gov.br/wp-content/
uploads/2016/06/Invent%C3%A1rio-de-Jundia%C3%AD-2015-1.pdf>. Acesso
em: 20 set. 2015.
POLLAN, Michael. Em defesa da comida. Tradução Adalgisa Campos da Silva.
Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008.
PORTINARI, Folco. Manifesto Slow Food. 1989. Disponível em: <http://www.
slowfoodbrasil.com/slowfood/manifesto>. Acesso em: 20 out. 2015.
POUBEL, R. O. Hábitos alimentares, nutrição e sustentabilidade. Dissertação
de Mestrado em Desenvolvimento Sustentável. Universidade de Brasília,
Brasília, 2006.
PRAZERES DA MESA. Bom e correto. Disponível em: <:http://prazeresdamesa.
uol.com.br/>. Acesso em: 25 out. 2015.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 57


PRAZERES DA MESA. Manifesto dirigido aos políticos e candidatos das eleições
municipais de São Paulo. 2016. Disponível em: http://prazeresdamesa.uol.com.
br/manifesto-dirigido-aos-politicos-e-candidatos-das-eleicoes-municipais-de-
sao-paulo/. Acesso em: 25 out. 2015.
RODRIGUES, Carlos Alberto; RODRIGUES, Maria Aparecida Franzini de
Almenida; SAKAY,Sergio Tochiaki. Turismo – Comercialização. SENAR, São Paulo.
2015
RUBIM, Rebeca Elster. A Ecogastronomia nos Cursos Superiores de
Gastronomia do Estado de São Paulo: Conceitos, Aplicações e o Cenário
Observado, Revista Rosa dos Ventos, 5(2), p. 280-292, abril-jun, 2013.
SAVARIN, Brillat. A fisiologia do Gosto. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SCARPATO, R. New Global Cuisine: the perspective of Postmodern Gastronomy
Studies. Rmit University, Melbourne, 2003.
SLOW FOOD, SlowFood Brasil. Ecogastronomia. 2007. Disponível em: <http://
www.slowfoodbrasil.com//slowfood/ecogastronomia>. Acesso em: 05 set.
2015.
SLOW FOOD, Terra Madre. Kit Imprensa. 2010. Disponível em: <http://www.
slowfoodbrasil.com/terra-madre>. Acesso em: 05 set. 2016
Slow Food; Terra Madre; Fundação Slow Food para a Biodiversidade (Serena
Milano e outros), “A biodiversidade: O que é, o que tem a ver com o que
comemos diariamente, o que podemos fazer para preservá-la ”. Biblioteca -
Portal do Consumo Responsável, 2016. http://biblioteca.consumoresponsavel.
org.br/items/show/74. Acesso em: 14 set. 2016
TURISMO BRASIL. Estudo da demanda do turismo Internacional no Brasil.
Disponível em: http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/
Noticias_download/Estudo_da_Demanda_do_Turismo_Internacional_no_
Brasil.pdf. Acesso em: 02 mar. 2016.
WEINER, Sarah. O Manual Slow Food. Tradução de Loreta Sardo. 2º ed. Bra:
Slow Food, 2005.
YURTSEVEN, H. R. Sustainable Gastronomic Tourism in Gokceada, local and
authentic perspectives. International Journal of Humanities and Social
Science, v. 1, n. 18, 2011.

58 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Apêndice A - Questionário Avaliação - Evento
Feira Orgânica
Aplicado aos Feirantes e Produtores Orgânicos OCS participantes do
Local: Feira de Orgânicos - Evento Semanal

Questionário
Dados do participante
• Nome
• Idade
• Residência (cidade / bairro)
• Profissão / Área de atuação

1. Conhece a Ecogastronomia?
( ) Sim ( ) Não ( ) Já escutei a respeito, mas não tenho informações
2. Conhece o Movimento Slow Food?
( ) Sim ( ) Não ( ) Já escutei a respeito, mas não tenho informações
3. Têm interesse em participar de eventos sobre permacultura, alimentação e gas-
tronomia ?
( ) Sim ( ) Não
4. Quais os tipos evento têm mais interesse em participar?
Escolha duas opções:( ) palestras ( ) workshops ( ) encontros ( ) degustações
5. Sobre seus clientes: Qual frequencia da clientela formada no evento (Feira Orgâ-
nica)?
( ) Alta - semanal ( ) Baixa ( ) Esporádica
6. Quais os locais que vende ou fornece produtos orgânicos”
( ) Feira Orgânicos domingos ( ) Feira Orgânicos sábado
( )Feira Convencional ( ) Loja especializada ( ) Venda Ambulante
7. Sobre o evento feira Orgânica: Ponto de atenção, positivo ou negativo do evento:
( ) Localização ( ) Expositores ( ) Comuinicação ( ) Clientela
( ) Informações aos consumidores ( ) Infraestrutura ( ) Apoio Prefeitura
8. Intervenções culturais podem melhorar o ambiente e atrair clientes, você con-
corda?”
( ) Sim ( ) Não
9. Acha importante a realização de eventos Criar um ambiente mais agradável, um
espaço de troca de informações e interação vai ajudar no interesse por produtos
orgânicos e pode promover o evento na comunidade, você concorda?
( ) Sim ( ) Não

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 59


Apêndice B – Questionário de Avaliação do evento
Aplicado a participantes dos eventos AlimentAção #Saber: Bate papo Alimentação
Consciente do campo a Mesa
Evento1: Dia do Agricultor na Ocupação Colaborativa 28/07/2016
Evento2: Primavera Feira de Trocas de Mudas - ONG Jardim Comestível 24/09/2016

Questionário
Dados do participante
• Nome
• Idade
• Residência (cidade / bairro)
• Profissão / Área de atuação

1. Como tomou conhecimento do evento?


2. Já havia participado de outros eventos na ONG Jardim Comestível?
( ) Sim ( ) Não
3. Já conhecia o movimento Slow Food antes do evento?
( ) Sim ( ) Não
4. Quanto apresentação e desenrolar do bate papo, atendeu as suas expectativas?
( ) Sim ( ) Não ( ) surpreendeu positivamente ( ) indiferente
5. Qual seu interesse sobre o tema
( )Pessoal (saúde/ bem estar)
( )Político / Social
( )Profissional
( ) Negócios
6. Conhece a Ecogastronomia?
( ) Sim ( ) Não
7. O evento contribuiu para ampliar sua visão sobre alimentação e sua relação com
a sustentabilidade local? *
( ) Sim ( ) Não ( )
8. Participaria de outros eventos com essa temática?
( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez
9. Acha importante a realização de eventos que promovam o encontro de produto-
res e consumidores de alimentos?
( ) Sim ( ) Não
10. O evento como um todo foi satisfatório?
( ) Sim ( ) Não

60 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


APÊNDICE C - Avaliação Feira Orgânica
Data da visita:
07/05/2016 horário 9:00 ás 10 horas
15/05/ 2016 horário 9:10 as 12 horas
22/05/2016 horário 10:20 as 12 horas

Dados do evento: Feira de Orgânicos Jundiaí


Local: Jardim Botânico Municipal aos sábados das 7 ás 12 horas
Praça Monsenhor Doutor Arthur Ricci, na Avenida 9 de Julho 7 ás 12 horas

Classificação: Tipo: Feira livre; Frequência: semanal; Categoria e função estraté-


gica: Público, social; Dimensão : Pequeno porte

A Feira Orgânica de Jundiaí foi iniciativa da Secretaria de Agricultura, Abastecimen-


to e Turismo do município, criada em 2013 em paralelo com a criação de um grupo
específico de uma organização de controle social chamada Jundiaí Orgânicos, que
está ligada com a conservação ambiental, com a saúde e com o consumo conscien-
te direto de produtores com valorização da diversidade de cultivos, que também
incentiva este tipo de agricultura entre os produtores. Com foco no público de
consumidores interessados em melhorar a saúde. No evento são comercializadas
hortícolas, hortaliças, legumes e frutas e produtos industrializados (bebidas, grãos,
molhos,laticínios, temperos, conservas entre os produtos) .
Expositores: Integrantes da OCS Jundiaí Orgânico
Produtores associados Carlos Duran, Ivan Salies Junior, José Roberto de Paula, Marli
Ceccatto e Roberto Mangieri e Paulo Alves. Também participa do evento Marce-
lo Zambolim representante de produtos orgânicos mantém uma parceria com di-
versos sítios e feiras certificados do estado oferecendo uma grande diversidade de
produtos.
Os expositores sempre estão identificados com uniformes da OCS, muito atencio-
sos e cuidadoso na exposição dos produtos.

Público alvo: População de Jundiaí, os consumidores interessados em melhorar a


saúde (Site Prefeitura)

Comunicação e marketing do evento


De responsabilidade da secretária Comunicação prefeitura, segundo os engenhei-
ros da diretoria de agricultura. A assessoria de imprensa realizada sob demanda da
equipe da secretaria de Turismo, Agricultura Abastecimento.
Os canais de comunicação são limitados, não possui site próprio, não existe fan
page em redes sociais do evento, poucas informações disponíveis limitadas ao site
da prefeitura e algumas reportagens da imprensa local.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 61


Poucas peças divulgação, apenas uma faixa para divulgação fixa no Jardim botânico,
aos domingos uma pequena placa colocada na avenida e a faixa da OCS Jundiaí or-
gânico são responsáveis pela comunicação do evento no local

Infraestrutura
• Barracas próprias, montadas em piso de concreto próximo a grama
• Ponto de energia disponível para uso
• Estacionamento
• Área acessível a deficientes (rampas / sinalização no chão)
• Localização privilegiada
• Acesso por transporte público
Programação
• Preparação
• Montagem
• Recepção e atendimento vendas e entrega de encomendas
• Desmontagem
• Transporte

Avaliação e Potencialidades
Local do evento: Praça Monsenhor Doutor Arthur Ricci, Avenida 9 de julho
Domingos das 7 ás 12 horas
• Possui localização estratégica, fácil visualização e grande transito de veí-
culos sendo o cruzamento e interligações de avenidas;
• Possui clientela regular
• Ironicamente está ao lado Oposto ao resturante fast food MacDonald’s

Naturalmente um “Ponto de encontro orgânico”, reuni os principais ingredientes


ecogastronomicos, as pessoas consumidores, produtores e interessados possibilita
troca de informações.
Não é um local confortável e aconchegante, que estimule trocas de informações e
aproximação, pouca variedade de frutas poucas crianças
Necessidades estruturais
99 Toldo/cobertura sola chuva
99 Ponto de água (existe limpeza após)
99 Banheiros
Local do evento: Jardim Botânico Avenida Antônio Frederico Ozanan, 6400. Sába-
dos das 8 ás 12 horas,
Inaugurado em 29 de dezembro de 2004, O projeto do Jardim Botânico tem atual-
mente como alvo a conservação de espécies nativas da região de Jundiaí, princi-
palmente da Serra do Japi, um dos últimos e mais importantes resquícios de Mata
Atlântica do interior paulista.
Dentre as atividades realizadas no espaço o programa de educação ambiental, a
coleta de sementes, a produção de mudas, identificação botânica, manutenção das

62 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


coleções botânicas vivas, além de pesquisas realizadas em conservação de plantas
e ecologia vegetal, no ano de 2011foi inaugurada uma pista para Caminhada e uma
Ciclovia com oito quilômetros de extensão que corta o jardim e interliga o Jardim
Botânico ao Parque da Cidade, proporcionando uma experiência de exercício ao ar
livre o que atrai muitos visitantes aos finais de semana.
• Área acessível a deficientes (rampas / sinalização no chão)
• Estacionamento
• Bicicletário
• Acesso por transporte público
• Difícil visualização da parte externa do parque
• Apesar de uma localização privilegiada por intensa circulação e transito
de veículos, apenas uma faixa pequena fixada no alambrado com frete
para avenida Frederico Ozanan divulga o evento no local
• Segundo os feirantes a feira ainda não faz muito sucesso entre os visitan-
tes

O local pelas suas funcionalidades é um espaço que oferece a infra-estrutura ade-


quada e atua como fomentador das práticas socioambientais relevantes para a co-
munidade, mas suas potencialidades não são exploradas, o que prejudica os fei-
rantes, com propostas de eventos e intervenções o evento pode ser reformulado e
atrair muitos interessados.

Análise geral e Propostas


O evento Feira Orgânica de Jundiaí foi iniciativa da Secretaria de Agricultura, Abas-
tecimento e Turismo do município, criada em 2013 em paralelo com a criação de
um grupo específico de uma Organização de Controle Social - Jundiaí Orgânicos.
Com duas edições semanais a Feira Orgânica de Jundiaí foi criada como um espaço
de distribuição de alimentos e ponto de valorização do meio ambiente e da cultura
rural, oferecendo um canal direto do produto com certificação para o consumidor
regularmente, está ligada com a conservação ambiental, com a saúde e com o con-
sumo consciente direto de produtores com valorização da diversidade de cultivos
Que também incentiva este tipo de agricultura entre os produtores.
Com foco no público de consumidores interessados em melhorar a saúde. No even-
to são comercializadas hortícolas, hortaliças, legumes e frutas e produtos industria-
lizados (bebidas, grãos, molhos, laticínios, temperos, conservas entre os produtos
orgânicos). Mesmo com tantos diferenciais e atributos competitivos, o crescimento
e desenvolvimento das feiras livres ainda é cerceado pela falta de conhecimento,
informação e recursos dos feirantes que, por não possuírem condições de promo-
ver suas vendas e atrair clientes, perdem espaço para grandes canais de comercia-
lização.
O sistema de certificação usado em Jundiaí pela organização de controle social, é
composta por três categorias de participantes que são os agricultores, os consu-
midores e os técnicos (de engenheiros agrônomos e florestais a técnicos agrícolas,
biólogos ou médicos veterinários). As reuniões são mensais e viabilizam visitas aos
produtores que fazem parte do grupo. Possibilita a qualquer interessado participar
da associação, possibilitando a aproximação entre produtores e consumidores.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 63


A Feira como evento de networking do mundo orgânicos
A receita para ações consistentes está em ingredientes como o público de interesse
e inclui ações estratégicas de networking como ferramenta de articulação em rede.
A Definição dos públicos e locais de interesse possibilitando compreender a impor-
tância dos stakeholders3, com uma visão mais ampla de todos os envolvidos e saber
de que maneira eles podem contribuir e ou influenciar a otimização das propostas.
Os Stakeholders da Ecogastronomia em Jundiaí:
• Produtor /Agricultore familiar
• Associados OCS Jundiaí Orgânicos
• Clientes e consumidores de orgânicos;
• Chefes de cozinha
• Profissionais dosetores de hospitalidade e saúde
• Gestores e alunos de instituições educacionais
• SENAR, SENAC, SENAI, ETEC, FATEC
• Formadores de opinião (Jornalistas, apresentadores e blogueiros)
• Funcionários de órgãos públicos ligados ao setor
• Empreendedores do turismo Rural
• Integrantes do projeto Jundiaí Feito a Mão,
• Integrantes do projeto Empório Jundiaí
• Integrantes das Rotas Turísticas da cidade
• Integrantes dos Festival Gastronômico Sabores de Jundiaí
• Integrantes locais do Festival Sabores de São Paulo
• Comerciantes de insumos orgânicos

A seleção de locais de Interesse para promover o networking da alimentação cons-
ciente e movimento Slow Food
• Eventos
• Instituições de ensino
• Parques municipais
• Espaços públicos
• Espaços culturais
• Espaços de eventos de saúde e bem-estar

A partir da identificação dos stakeholders e locais de interesse é possível elaborar


ações realistas, estabelecer um calendário de eventos usando datas comemorati-
vas, a criar projetos de eventos desenvolvidos estrategicamente para o fomento
dos princípios ecogastronômicos.
Necessidades de planejamento de programação integrando itens fundamentais:
99 Área de convívio
99 Oferecer a experiência da alimentação orgânica com barracas de alimen-
3 Público estratégico, Stakeholder, se refere as partes interessadas (pessoa ou grupo)
importantes para um planejamento estratégico ou plano de negócio que estejam rela-
cionadas com uma determinada ação ou projeto.

64 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


tação para estimulo a permanência no local
99 Informações sobre produtos
99 Intervenções culturais
99 Eventos comemorativos
99 Criar plano de comunicação integrada

Junto as ações de marketing e comunicação, mais interessados poderão se envolver


com a associação, mais agricultores poderão buscar o certificado e maior a fluência
de informação sobre a importância do alimento bom, limpo e saudável.

APÊNDICE D - Relatórios de Visitas


Relatório de visita 1 - Participante Feira de Orgânicos OCS JUNDIAÍ

Evento: Feira de Orgânicos OCS JUNDIAÍ


Data da visita 1: 11 de maio 2016 horário 15:30 horas
Data da visita 2: 11 de maio 2016 horário 9:30 horas

Nome produtor: Marli Aparecida Kholer Ceccatto


Local/ Residência: Sítio bairro do Caxambu Jundiaí
Pessoas envolvidas: a produção coordenada pelo filho Marcelo, Marli e dois aju-
dantes da comunidade local contratados sob demanda.
Distribuição dos produtos: Feira de orgânicos, venda de cestas no local e entrega
sob encomenda
Visita a horta monitorada pela proprietária, que atenciosamente conduziu umqa
caminhada pela horta, fez questão de mostrar a fonte de água e todas as áreas
frutíferas da propriedade. A agricultora já participou de vários eventos e encontros
organizados pelo governo federal para mulheres agricultoras.
A família Cecatto é uma das mais tradicionais na agricultura orgânica na cidade
segundo a produtora 32 anos agricultura natural em Jundiaí passa de pai para filho.
A horta que já chegaram a produzir 4 toneladas de alimentos por mês, em suas
plantações.
Percepção
• Demonstrou interesse em receber grupos
• Já recebeu muitos pesquisadores em sua propriedade
• Manejo e proteção no solo nos canteiros
• Usa adubo ensacado

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 65


Relatório de visita 2 - Participante Feira de Orgânicos OCS JUNDIAÍ
Data da visita: 17 de maio 2016 horário 14:30 horas duração: 2:30
Local do contato: Sitio Família Saliés
Nome produtor: Ivan Sálies e Carlo Duran
Distribuição dos produtos: Entrega semanal (clientes antigos), Feira de Organicos,
Vendas no local sob encomenda, clientes antigos.
Local /Residência: Travessa dos Patos, 170, bairro do Castanho -Jundiaí
Pessoas envolvidas: Ivan, Carlos e Colaborador da região
Descrição:
No local inicialmente criado para produção de laticínios artesanais início na pro-
dução convencional. A cerca de 10 anos por motivos de saúde buscou agricultura
orgânica para não sair do campo.
Ivan está entre os mais respeitados agricultores orgânicos da cidade, integrante da
OCS como técnico e produtor, frequentemente convidado para participar de even-
tos e ações junto ao Sesc Jundiaí. Engajados em oferecer alimentos produzido res-
peitando o meio ambiente, militantes da agricultura orgânica, técnicas de biodinâ-
mica baseadas na antroposofia para manejo da plantação, a técnica impacta muito
positivamente no desenvolvimento das plantações possibilitando alimentos com
alto valor nutritivo e extremamente saborosos, segundo o gestor ambiental Carlos
Duran.
O sítio também é a moradia do Ateliê do Campo, projeto desenvolvido pelas espo-
sas de Ivan e Carlos, produzem pães e bolos feitos com produtos orgânicos que são
vendidos sob encomenda e nas feiras orgânicas aos finais de semana.
A Visita a propriedade foi monitorada pelo gestor ambiental Carlos Duran que co-
labora com a produção do sítio, é feirante e grande fomentador da culinária saudá-
vel.
Principais pontos da visita:
• “O orgânico começa no coração, aí você exterioriza...”- Carlos Duran
• Informações sobre agricultura biodinâmica,
• Compostagem e Preparado biodinâmico
• Importância do respeito a natureza e produção biodinâmica
• Dificuldades para crescimento da produção falta de incentivo financeiro
• Ateliê do Campo Pães e Bolos Orgânicos, os produtos de altíssima quali-
dade produzidos duas vezes por semana e sob encomenda no sítio
Percepção:
• Comprometimento com a saúde e meio ambiente;
• Militância pela produção orgânica de qualidade
• Vasto conhecimento sobre produção de aliementos
• Interesse no turismo rural; rotas gastronômicas
• Preocupação com educação e consciência alimentar;
• Interesse na criação de políticas públicas para o setor

66 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Relatório de Visita 3: Feirantes Produtores Orgânicos OCS Jundiaí

Data contato: 22 de maio 2016 horário 10:45 horas


Local da coleta de informações: Feira de Orgânicos - Avenida 9 de Julho

Nome produtor: José Roberto de Paula e Rosemeire Fontebasso de Paula


Local / residência: Sítio São Bento, bairro da Roseira, Avenida João Batista Spiando-
relo, número 4032
Distribuição dos produtos: Feiras Orgânicas Jundiaí, venda de cestas no local e en-
trega sob encomenda, clientes antigos e eventuais
Pessoas envolvidas: 2
Descrição:
• História produz a 15 anos para consumo, 3 anos para comercialização.
A família é tradicional na agricultura na cidade, a cerca de 30 anos tra-
balhavam com frutas na agricultura no “método convencional” vendidas
no Ceasa Sp, partiram para produção de hortaliças leguminosas ainda no
método convencional, mas sempre com o sonho de produzir limpo, “sem
veneno”, mas pouco estimulados por outros agricultores da comunidade.
Muitas vezes Roberto deixou a propriedade para trabalhar na cidade ou
para outras pessoas, nunca desistiu da ideia de produzir orgânicos, pro-
curou a prefeitura para análise do solo de seu terreno e falou do seu in-
teresse perguntou sobre incentivos, coincidentemente na época em que
estava sendo criada a OCS Jundiaí
• Saúde, oferecer qualidade de vida a sua família, consumidores é a princi-
pal a motivação, orgulho em produzir limpo sem agredir o meio ambien-
te.
• Interesse em receber em sua propriedade
• Atualmente participam de 2 cursos oferecidos pelo SENAR em Jarinu- SP
• Acha a importante a troca de conhecimentos com os ouros agricultores,
influencia no desenvolvimento de técnicas de produção

Percepção
• Sustentabilidade nata, preocupação em de deixar o mundo melhor para
sua filha, colaborar com a natureza e ensinar as tradições da terra.
• Resistência ao êxodo rural, acreditou no sonho e está se capacitando
para conseguir progredir como agricultor.

Relatório de Visita 4: Feirantes Produtores Orgânicos OCS Jundiaí

Data da visita: 14 de maio 2016 horário 9:30 horas


Local da coleta de informações: Feira de Orgânicos -, Avenida 9 de Julho
Nome produtor: Roberto Manigieri Junior (Agricultor, Veterinário Homeopata, Far-
macêutico)

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 67


Local / residência: Itupeva, Sítio Tangará
Distribuição dos produtos: Feira Orgânica, venda de cestas no local e entrega sob
encomenda, clientes fixos e eventuais, loja de produtos orgânicos
Pessoas envolvidas na produção: 2 colaboradores, mais a esposa na logística e Ro-
berto nas vendas na feira
Descrição:
• Produz a mais de 15 anos para consumo, 3 anos para comercialização
• Saúde, oferecer qualidade de vida a seu clientes e amigos
• “ Agente vende a nossa história”
• Utiliza Técnicas de Biodinâmica, fitoterapia e compostagem.
• Visão holística sobre alimentação
• Têm interesse em receber interessados em sua propriedade

Percepção
• Roberto colabora com os outros agricultores dando dicas de cultivo, divi-
dindo seus conhecimentos;
• Demonstrou grande preocupação com os métodos de produção, informa-
ção e fiscalização dos produtores para a garantia de produtos certificados
• Ressaltou que a população em geral ainda possui pouca informação so-
bre as diferenças do produto orgânico

Relatório Visita 5 - Prefeitura - Secretária Turismo, Agricultura e


Abastecimento

Engenheiros da Diretoria de Agricultura

Data da visita: 16 de maio 2016 horário 14 horas duração 2:20 horas


Dados do evento: Reunião OCS - Engenheiros da Diretoria de Agricultura
Local: Prefeitura Municipal, Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo
Assunto: Informações sobre Feira de Orgânicos e OCS JUNDIAÍ
Atendimento: Engenheiros responsáveis pelo projeto Diretoria de Agricultura Sér-
gio Pompeirmaier, Lourival Fagundes, Felipe Maghro , Diretoria de abastecimento
Edilson Crispin

Informações e questões abordadas:


99 Agricultor orgânico e incentivos da secretária
99 Vínculos e parcerias com outras secretarias
99 Feira Orgânica
99 OCS Jundiaí Orgânica - funcionamento

• Segundo os engenheiros responsáveis pelo projeto OCS, ainda não existe


uma regularidade nas ações, engajamento dos integrantes. Falta empo-

68 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


deramento por parte dos agricultores da OCS como ferramenta de desen-
volvimento profissional e novos públicos
• Existe espaço/oportunidade para incluir produtores nos eventos realiza-
dos pela secretária
• A secretária não organiza eventos para o incentivo da Agricultura orgâni-
ca familiar regularmente
• A ação do Movimento Slow Food não é de conhecimento da secretária já
ouviram falar, mas não têm informações relevantes ao respeito do movi-
mento.

Comunicação
• Não o existe um planejamento ações para promoção do evento feira or-
gânica
• A comunicação é feita pela secretaria de comunicação da prefeitura sob
demanda, informações enviadas pelos engenheiros do setor
• Nova opções de eventos horários, já entraram em discussão, mas não
existe nenhuma ação nessa direção.

Programas vinculados a agricultura orgânica


• A Feira Orgânica
• O Projeto Vale Verde é fruto da parceria do Município com o Governo do
Estado, por meio da Prefeitura do Município de Jundiaí/Secretaria Muni-
cipal de Educação, Cultura e Esportes e do Centro Tecnológico Paula Sou-
za e pretende estabelecer uma relação da cultura do homem do campo
com a nossa criança urbanizada, além disto proporciona o abastecimento
da área de alimentação escolar, por meio de hortaliças sem uso de agro-
tóxicos. Projetos de Alimentação e Nutrição é certificado por auditoria
pelo IBD não participando nem tendo vínculos com a OCS

A certificação e fiscalização municipal de Agricultor Familiar orgânico


• Certificado e selo - O certificado de produtor orgânico conquistado pela
OCS Jundiaí Orgânicos OCS iniciou trabalhos em abril de 2013, permite ao
agricultor apenas a venda direta ao consumidor. Já o caso do selo de pro-
duto orgânico permite que os agricultores também comercializem seus
produtos em canais de venda.
• Informações Integração a OCS como consumidora. Cadastro para recebi-
mento de informações e
• O responsável pela diretoria de abastecimento informou sobre, cadastro
para novos integrantes do evento e a preocupação em mante as caracte-
rísticas e objetivos do evento.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 69


APÊNDICE E - Briefing AlimentAção #saber
Eventos Fomento Slow Food

Proposta de Evento 1: Diálogos AlimentAção Consistente


Sabor, Sentir, Saber.

Descrição: Encontro/Bate Papo sobre Agricultura Orgânica


Roda de conversa com produtores OCS Jundiaí
Degustação de produtos ôrganicos
Local: Ocupação Colaborativa - Jundiaí
Data: 28 de julho 2016 -quinta-feira - Dia do Agricultor
Horário: 19:00
Número de convidados: expectativa de público 30 pessoas
(Total de convidados recebidos 52 pessoas)
Objetivo: No dia do agricultor proporcionar experiência ecogasronomica baseada
nos moldes do convívio Slow Food. Conectar produtores, consumidores interessa-
dos e envolvidos ao meio ecogastrômico da região.
Tema: Convívio entre a OCS Orgânicos Jundiaí com produtores, consumidores e in-
teressados (fomentadores/incentivadores) nos conceitos ecogastronômicos da re-
gião e apresentação do movimento Slow Food
Finalidade:  Apresentar a Organização de Controle Social Orgânicos de Jundiaí; as
atuações dos poderes públicos da cidade; informações sobre o alimento bom, justo
e saudável; e a importância dos agricultores como protagonista da econômia local
da região.
Importância do Evento no Contexto em que se insere
• Estabelecer laços entre produtores e setores. 
• Propor nova entonação para dialogar sobre alimentos.
• Evidenciar os agricultores e sua influência sócioeconômica na região.
Público-alvo
• Associados OCS, produtores, consumidores,
• Profissionais da área da saúde
• Formadores de opinião
• Poderes Públicos (Secretários, etc).
• Alunos do curso de evento e gestão ambiental da Fatec Jundiaí
• Todos residentes da cidade de Jundiaí (nascidos ou não) focados na
produção e consumo de itens orgânicos, independente de gênero e
idade.
Ações: Palestra Informativa. Divulgação da ecogastronomia e conceitos sustentá-
veis. Manifestação dos interessados. Formatação de canal de relacionamento entre
produtores, setores e consumidores. Transmissão de valores e princípios dos seto-
res envolvidos.

70 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Proposta de Evento 2: Diálogos AlimentAção Consistente
Sabor, Sentir, Saber.
Descrição: Bate Papo - AlimentAção Consciente do Campo à Mesa
A Revolução pela AlimentAção
Local: Jardim Comestível Ateliê Lelê da Cuca - Jundiaí
Data: 24 de setembro 2016 - Sábado
Horário: 14:00
Número de convidados: expectativa de público 20 pessoas
(Total de convidados recebidos 44 pessoas)

Objetivo: Ampliar a visão sobre a alimentação e propor uma reflexão sobre o siste-
ma agroalimentar e a contribuição individual para a manutenção do sitema atual.
Tema: A relação da comunidade com o alimento. Comer consciente dos vários as-
pectos que impactam nas escolhas feitas
Finalidade: Difusão dos princípios do movimento Slow Food; Apresentar a Organi-
zação de Controle Social Orgânicos de Jundiaí;; informações sobre o alimento bom,
justo e saudável; e a importância dos agricultores como protagonista da economia
local da região.
Importância do Evento no Contexto em que se insere
• Estabelecer laços entre produtores e setores. 
• Propor nova entonação para dialogar sobre alimentos.
• Evidenciar os agricultores e sua influência sócioeconômica na região.
Público-alvo
• Associados OCS, produtores, consumidores,
• Profissionais da área da saúde
• Formadores de opinião
• Poderes Públicos (Secretários, etc).
• Alunos do curso de evento e gestão ambiental da Fatec Jundiaí
• Todos residentes da cidade de Jundiaí (nascidos ou não) focados na pro-
dução e consumo de itens orgânicos, independente de gênero e idade.
Ações: Palestra Informativa. Divulgação da ecogastronomia e conceitos sustentá-
veis. Manifestação dos interessados. Formatação de canal de relacionamento entre
produtores, setores e consumidores. Transmissão de valores e princípios dos seto-
res envolvidos.

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 71


Proposta de Evento 3: AlimentAção do Bem - Slow Food Jundiaí
Descrição: Bate Papo sobre CSA em um encontro, Ecogastronomia, Permacultura e
Orgânicos. Pic nic de confraternização entre clientes da feira apoiadores.
Local: Feira de Orgânicos Data: 17 de Dezembro - domingo
Horário: 10:30
Número de convidados: expectativa de público 50 pessoas

Objetivo: Apresentação do Movimento Slow Food e suas ações; networking; fo-


mento a criação de um Convivium em Jundiaí
Tema: Conexão entre profissionais atuantes em diferentes áreas ligadas a ecogas-
tronômia e produtores orgânicos locais, a estabelecer um canal de relacionamento
e apresentar a importância de cada um na região (e como parte global) e sua depe-
dência economica, social e cultural.
Finalidade: Formatação do canal (networking) inserindo porfissionais e interessa-
dos na área, a apresentar o convivio Slow Food e seus princípios de relacionamento
entre economia local, alimentação e meio ambiente: alimento limpo, bom e justo.
Importância do Evento no Contexto em que se insere: Evidenciar o relacionamen-
to entre agricultores e fornecedores como participantes fundamentais para a eco-
nomia local, a sociedade e a cultura.
• Identificar e mapear o envolvimento da ecogastronomia na cidade com
os participantes.
• Promover a comida como cultura
Público-alvo: Produtores. Associados da OCS. Profissionais da área de saúde. Botâ-
nicos. Cozinheiros. Educadores. Gastrônomos. Grupos de redes Sociais do tema da
cidade.

72 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Anexo A – Manifesto Slow food
Manifesto Slow Food

O nosso século, que se iniciou e tem se desenvolvido sob a insígnia da civilização


industrial, primeiro inventou a máquina e depois fez dela o seu modelo de vida.
Somos escravizados pela rapidez e sucumbimos todos ao mesmo vírus insidioso: a
Fast Life, que destrói os nossos hábitos, penetra na privacidade dos nossos lares e
nos obriga a comer Fast food.
O Homo sapiens, para ser digno desse nome, deveria libertar-se da velocidade an-
tes que ela o reduza a uma espécie em vias de extinção.
Um firme empenho na defesa da tranquilidade é a única forma de se opor à loucu-
ra universal da Fast Life.
Que nos sejam garantidas doses apropriadas de prazer sensual e que o prazer lento
e duradouro nos proteja do ritmo da multidão que confunde frenesi com eficiência.
Nossa defesa deveria começar à mesa com o Slow Food. Redescubramos os sabo-
res e aromas da cozinha regional e eliminemos os efeitos degradantes do Fast Food.
Em nome da produtividade, a Fast Life mudou nossa forma de ser e ameaça nosso
meio ambiente. Portanto, o Slow Food é, neste momento, a única alternativa ver-
dadeiramente progressiva.
A verdadeira cultura está em desenvolver o gosto em vez de atrofiá-lo. Que forma
melhor para fazê-lo do que através de um intercâmbio internacional de experiên-
cias, conhecimentos e projetos?
Slow Food garante um futuro melhor.
Slow Food é uma ideia que precisa de inúmeros parceiros qualificados que possam
contribuir para tornar esse (lento) movimento, em um movimento internacional,
tendo o pequeno caracol como seu símbolo.
(PORTINARI, 1989)

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 73


Anexo B – Manifesto Educação Slow food
Manifesto educação Slow Food

“ A Educação no Slow Food


• é um prazer, um momento lúdico e de convívio, de sentir-se à vontade e
leve;
• ensina o valor da lentidão, o respeito dos próprios ritmos e os dos outros;
• é aprender fazendo, pois a experiência direta alimenta e fortalece a
aprendizagem;
• valoriza a diversidade das culturas, dos saberes, das capacidades e dos
pontos de vista;
• reconhece as necessidades e estimula os interesses e as motivações de
cada um;
• enfrenta os temas em sua complexidade, considerando as relações entre
disciplinas e áreas diversas;
• é dar-se tempo para compreender, interiorizar e elaborar uma visão pró-
pria;
• estimula a participação, facilitando o diálogo, a livre expressão, a coope-
ração, a escuta e a aceitação mútua;
• é um caminho íntimo, que envolve a dimensão cognitiva, experiencial,
afetiva e emocional;
• alimenta-se do contexto no qual se encontra, valorizando memória, sabe-
res e culturas locais;
• facilita a ligação de redes locais fortalecendo o sentimento de comunida-
de;
• desenvolve a consciência de si mesmo, do próprio papel e das próprias
ações;
• desperta a curiosidade, favorece a intuição e o senso crítico; e
• promove mudanças, gerando pensamentos e comportamentos novos e
mais responsáveis.

Este documento foi redigido com a supervisão de Cristina Bertazzoni e con il contri-
buto di: Angela Berlingò, Giada Borra, Valeria Cometti, Annalisa D’Onorio, Stefania
Durante, Chiara Fornari, Davide Ghirardi, Simona Luparia, Mariagiulia Mariani, Mi-
chèle Mesmain, Simone Saccardi, Carmen Wallace.”

Fonte: Slow Food Brasil (http://www.slowfoodbrasil.com/campanhas-e-manifes-


tos/711-manifesto-slow-food-pela-educacao)

74 | Faculdade de Tecnologia de Jundiaí Versão RASCUNHO


Anexo C – a carta São paulo
Gastronomia e Sustentabilidade

No momento em que as forças econômicas e políticas não conseguem dar o segui-


mento adequado às demandas da sociedade por ações que orientem o desenvolvi-
mento agrícola, industrial, do consumo e de serviços em prol da:
• diminuição dos gases que provocam a mudança climática global;
• diminuição e tratamento dos resíduos;
• manutenção e manejo dos recursos hídricos;
• recuperação e manejo sustentável de recursos florestais;
• preservação e valorização da diversidade, incluindo a cultura gastronômi-
ca, das comunidades locais;
• proteção e uso da biodiversidade em todos os biomas e
• capacitação e financiamento da produção familiar, assim como sua inser-
ção em cadeias adequadas.
Inspirados e motivados por iniciativas locais e mundiais com a intenção de garantir
a civilização humana em um planeta que a possa hospedar e sustentar, os cidadãos
abaixo assinados que têm na gastronomia interesses profissionais, educacionais,
culturais, sociais e hedonistas se reúnem para construir e divulgar para toda a so-
ciedade em âmbito mundial o compromisso de intenções de responsabilidade indi-
vidual e alcance coletivo baseado nos seguintes Princípios.
1. Conhecer o alimento que adquirimos, processamos e comemos.
2. Conservar os meios e as condições que dão origem ao alimento.
3. Preservar, valorizar e promover as qualidades naturais do alimento, as-
sim como seu uso saudável.
4. Utilizar todo o alimento que adquirimos.
5. Remunerar adequadamente os produtores do alimento, inclusive pelos
serviços ambientais providenciados para a sociedade.
6. Aplicar conhecimento e tecnologia inovadora para valorizar a diversida-
de e qualidade do ingrediente, assim como de seus usos.
7. Honrar e respeitar diariamente o ato de comer e de preparar a comida.
As definições e aditamentos aos Princípios acima, bem como o desenvolvimento de
Critérios que venham a orientar o cumprimento de cada princípio serão sugeridos
e discutidos pelos signatários e agregados a este documento progressivamente, nos
foros em que será dada continuidade a este diálogo, ampliado a novos atores.
São Paulo, 28 de outubro de 2010”

Fonte: REVISTA PRAZERES DA MESA, 2010, http://prazeresdamesa.uol.com.br/car-


ta-de-sao-paulo-por-uma-cozinha-sustentavel-2/)

“O conteúdo expresso neste capítulo é de inteira responsabilidade dos


autores”

Versão RASCUNHO Publicação Acadêmica do Curso de Eventos - Volume 3 | 75

Você também pode gostar