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Rio de Janeiro
2021
CAMILA PONTE DO NASCIMENTO
Coordenação: Clélia Christina Mello Silva Almeida da Costa, Celso Sánchez Pereira e Inny Bello
Accioly.
Rio de Janeiro
2021.
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Sumário
1. Resumo
2. Dados do projeto
4.Evidências
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1. Resumo
Palavras chaves: GPTEs, ribeirinhos, pesadores artesanais, psicologia social e comunitária, SCFV,
APA Guandu-Açu
2. Dados do Projeto
2.2. Contexto
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habitantes, segundo informações da Associação de Moradores. (CEDAE - Relatório
de Impacto Ambiental - 2007, p. 49)
Fato é que, tal conceituação engloba cerca de 15 formas específicas de vivências, seja em
origem étnica, de relação com o meio ambiente, rural ou situacional dos cidadãos, sendo: indígenas,
quilombolas, ciganos, pertencentes às comunidades de terreiro, extrativistas, pescadores artesanais,
ribeirinhos, assentados da reforma agrária, acampados rurais, agricultores familiares, beneficiários do
programa nacional de crédito fundiário, atingidos por empreendimentos de infraestrutura, presos do
sistema carcerário, catadores de material reciclável ou pessoas em situação de rua. (MDS, 2011)
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e trabalhando com a terra causarem danos ambientais, sendo reconhecido que tais povos tradicionais
relacionam-se com a terra a partir de saberes ancestrais e populares, promovendo a proteção da área
em que residem, sendo necessário pensar a biodiversidade e sua estreita relação com a
sociobiodiversidade. (Barretto, 2006; Diegues, 2008)
A APA Guandu-Açu possui 870 hectares, sendo criada a partir do decreto nº 6.413, de 5 de
novembro de 2001:
Anteriormente denominada APA Ilha do Tarzan, possui área de 870 hectares e está
localizada na face oeste do município. Principais problemas: poluição por esgoto,
areal, desmatamento e queimada. (PMSBNI, 2013).
Em 2019 foi desenvolvido pelo Conselho Federal de Psicologia uma cartilha com Referências
Técnicas Para Atuação de Psicólogas(os) com Povos Tradicionais, ressaltando a importância de se
debater uma especificidade na práxis com GPTEs, a fim de se ampliar o campo dos compromissos
ético-políticos e teóricos-técnicos na Psicologia Brasileira, principalmente com relação a vivências
invisibilizadas pela profissão. (CFP, 2019)
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas
e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (CFP, 2005)
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Partindo de conceito ampliado de saúde, entendendo a saúde não enquanto ausência de
doença, mas como qualidade de vida e seguridade social, como preconiza a 8ª Conferência Nacional
de Saúde (CNS) de 1986:
Em pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil - Saneamento é Saúde, que ranqueia as 10
melhores cidades em abastecimento e tratamento de esgoto e as 10 piores, Nova Iguaçu encontra-se
em segundo lugar nas 10 piores gestões de esgotamento sanitário, atrás apenas do município de
Duque de Caxias (dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, SNIS, – Min.
Cidades – 2015). Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico ‐ Água e Esgoto ‐ do Município
de Nova Iguaçu (PMSBNI):
Da água que é consumida no município, 35,9% (IN015) acabam sendo coletados pelo
sistema de esgotamento sanitário. (PMSBNI, 2014, p. 218)
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Associação dos Pescadores do Rio Guandu - PESGUANDU, de economia fortemente afetada pela
poluição das águas, que causa o desaparecimento de espécies marinhas impossibilitando a pesca,
assim como expondo a comunidade a risco de saúde em contaminações. Haja vista que os
indicadores de “morbidade” e “mortalidade” por enfermidades diarreicas, entre outras doenças, está
relacionado a condições de saneamento básico precárias ou inexistentes. (TRATA BRASIL, 2015, p.
1)
“Conseguia, em média, R$ 8 mil por mês, mas hoje a realidade é outra. Pescava
tilápia, cascudo, traíra e tucunaré. Além da quantidade de peixes, nem a variedade da
espécie existe mais por causa da água poluída.” (SEMADETUR, 2021, p. 2)
“O psicólogo, que na fase anterior se confundia com o educador social, com o assistente
social e com o clínico fora do consultório, agora se tornou “militante” com o objetivo de
promover a passagem da consciência de classe em si à consciência de classe para si,
favorecendo a “tomada de consciência” (expressão fundamental da psicologia comunitária) da
exploração e da alienação e a organização da população em movimentos de resistência e de
reivindicação." (SAWAIA, 1996, p. 46),
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O CRAS tem como objetivo o desenvolvimento local, buscando potencializar
o território de modo geral. O foco da atuação do CRAS é a prevenção e promoção da
vida, por isso o trabalho do psicólogo deve priorizar as potencialidades. Nossa atuação
deve se voltar para a valorização dos aspectos saudáveis presentes nos sujeitos, nas
famílias e na comunidade. (CFP - CREPOP, 2008, p. 15)
2.4. Metodologia
Por meio de revisão bibliográfica e histórica da conceituação de Grupos Populacionais
Tradicionais e Específicos (GPTEs) na legislação brasileira vigente e referenciais técnicos para a
atuação da psicologia nesses contextos, processos históricos de formação do município de Nova
Iguaçu e interferências disso no esgotamento sanitário, planejamento urbano e saúde, relacionando-se
às vivências atuais dos grupos populacionais de ribeirinhos e pescadores artesanais no território da
APA Guandu-Açu e o compromisso ético com a solidariedade na psicologia social e comunitária
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enquanto fundamentalmente inserida no contexto de atuação do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) pela garantia de direitos e fortalecimento de vínculos sociais e comunitários na Proteção
Social Básica (PSB), percebendo um contexto de vulnerabilidade socioambiental e econômica de viés
estrutural enquanto racismo ambiental para com ribeirinhos e pescadores artesanais e a importância
de se pensar estratégias de acolhimento específicas a cada grupo pertencente aos GPTEs, pensando
nas relações grupais propostas por Martín Baró como pressuposto teórico do Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família (PAIF) pela promoção da autonomia dos sujeitos, como afirma Bader
Sawaia pela tomada de consciência, pensou-se para este projeto, duas atividades relacionadas aos
processos de grupo, sendo a intervenção junto à Associação de Pescadores do Rio Guandu
(PESGUANDU) a fim de familiarizar-se com a estrutura de funcionamento do mesmo, identificando
demandas na relação grupal que apontem para uma dificuldades na autogestão, com intuito de
promover o fortalecimento desse vínculo e sua autonomia. Assim como, rodas de conversa com
famílias dos referidos grupos populacionais, a fim de se problematizar questões referentes à saúde da
comunidade em seu conceito ampliado, a partir dos atravessamentos socioambientais do território,
reiterando a tomada de consciência e construção de autonomia enquanto movimentos fundamentais
para a emancipação dos sujeitos.
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2.6. Descrição das atividades para a realização do projeto proposto
Beneficiários
diretos:
ribeirinhos do rio
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Guandu
Beneficiários diretos:
pescadores
artesanais do rio
Guandu
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2.7. Beneficiados pelo projeto
3. Evidências
3. Resultados esperados
Espera-se que, ao decorrer dos processos grupais propostos, haja promoção de vínculos
sociais e comunitários e de pertencimento e que os beneficiados articulem de forma crítica reflexões
sobre os atravessamentos socioambientais do território e sua relação com a saúde da comunidade,
bem como desenvolvam maior autonomia com a elaboração em conjunto de estratégias que possam
fortalecer a luta pela reinvindicação e defesa de seus direitos.
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