Você está na página 1de 429

V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL e IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE

ANAIS
V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA
4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE

Tema central
A IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO E DA PESQUISA NA FORMAÇÃO ACADÊMICA E
PROFISSIONAL

Data
16 a 20 de maio de 2016

Promoção
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC
Núcleo de Extensão e Pesquisa Acadêmica – NEPA
Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis
Coordenadora do Curso de Bacharelado em Serviço Social

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no link:
http://www.fescfafic.edu.br/revista/
V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL e IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE

MANTENEDORA
FESC – FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAJAZEIRAS/PB

MANTIDA
FAFIC – FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE CAJAZEIRAS/PB.

Diretor Geral da FAFIC


Pe. Agripino Ferreira de Assis

Vice-Diretor Acadêmico da FAFIC


Pe. Janilson Rolim Veríssimo

Coordenadora Pedagógica

Profa. Joelma Pereira Bezerra Dias

Coordenador do Núcleo de Extensão e Pesquisa Acadêmica - NEPA

Prof. Flávio Franklin Ferreira de Almeida

Secretária Geral da FAFIC

Profa. Celda Rejane Ferreira

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no link:
http://www.fescfafic.edu.br/revista/
V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL e IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE

Supervisora Pedagógica

Profa. Izolda Alves Gualberto de Andrade

Secretária do NEPA

Joanselma das Neves Medeiros

Coordenador do Curso de Direito

Prof. Antônio Braz Rolim Filho

Coordenador do Curso de Licenciatura em Filosofia


Pe. Janilson Rolim Veríssimo

Coordenadora do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis


Profa. Simone César de Farias Guimarães

Coordenador do Curso de Bacharelado em Ciência da Computação


Prof. Laudson Silva de Souza

Coordenadora do Curso de Bacharelado em Educação Física


Profa. Profª Maria Irisdene Batista Barreto

Coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Marketing


Profa. Charlene Barbosa de Figueiredo

Coordenadora do Curso de Bacharelado em Serviço Social


Profa. Maria Lúcia Linhares de Azevedo

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no link:
http://www.fescfafic.edu.br/revista/
V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL e IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE

COMISSÃO GERAL DO EVENTO

Prof. Flávio Franklin Ferreira de Almeida


Joanselma das Neves Medeiros
Prof.ª Simone César de Farias
Prof.ª Maria Lúcia Linhares de Azevedo

COMISSÃO CIENTÍFICA

Professores do Curso de Direito


Professores do Curso de Ciências Contábeis
Professores do Curso de Filosofia
Professores do Curso de Serviço Social
Professores do Curso de Computação
Professores do Curso de Marketing
Professores do Curso de Educação Física

COMISSÃO ORGANIZADORA

Prof. Flávio Franklin Ferreira de Almeida


Coordenador do Núcleo de Extensão e Pesquisa Acadêmica – NEPA

Prof.ª Simone César de Farias


Coordenadora do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis

Prof.ª Maria Lúcia Linhares de Azevedo


Coordenadora do Curso de Bacharelado em Serviço Social

COMISSÃO DE APOIO

Alunos da FAFIC

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no link:
http://www.fescfafic.edu.br/revista/
V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL e IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE

Anais

Os resumos e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores e não
expressam necessariamente, a opinião deste Conselho Editorial.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no link:
http://www.fescfafic.edu.br/revista/
V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL e IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE

Ciências Contábeis

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no link:
http://www.fescfafic.edu.br/revista/
TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL: ICMS ecológico como instrumento de preservação e
proteção ao meio ambiente no estado da Paraíba

Jamilton Costa Pereira1


Flavio César de Lima Maciel2
Alynne Alves Crispim3
Verônica Maria Pereira4
Mayara Sonally de Lima Moreira5

RESUMO: Pretende discorrer nesse estudo sobre a utilização dos instrumentos econômicos,
mais especificamente dos tributos, entendidos como as taxas, impostos e contribuições de
melhoria, assim como os incentivos fiscais, compreendida em seu conjunto, como tributação
ambiental. Esta pesquisa tem como eixo a problematização dos tributos como ferramentas
econômicas de gestão ambiental, desejando trazer subsídios ao debate em torno de problemas
ambientais. Sendo assim, o objetivo geral é analisar, e discutir sobre a implantação do ICMS
ecológico no estado da Paraíba como instrumento de preservação e proteção ambiental de
forma sustentável. Essa pesquisa classifica-se quanto ao método de abordagem dedutivo, além
de pesquisas de cunho bibliográficas, legislativas, artigos científicos, que permitiram tomar
conhecimento do material estudado. Ademais, é importante ressaltar que devido à nossa carga
tributária ser elevada em demasia seria importante à adequação do sistema de tributos
vigentes à preservação do meio ambiente e não criar novos tributos, uma vez que a CF nos
permite essa realização.

Palavras Chaves: Tributação ambiental. ICMS ecológico. Desenvolvimento sustentável.

ABSTRACT: We intend to discuss in this study on the use of economic instruments,


specifically taxes, defined as the fees, taxes and improvement contributions, as well as tax
incentives, understood as a whole, such as environmental taxation. This research has as axis
the questioning of taxes as economic tools of environmental management, wishing to bring
subsidies debate around environmental issues. Thus, the general objective is to analyze and
discuss the implementation of the ecological ICMS in the state of Paraiba as a tool for
conservation and environmental protection in a sustainable manner. This research is classified
as the deductive method of approach, and research bibliographic nature, legislative, scientific
articles, which allowed aware of the studied material. Moreover, it is important to note that
due to our tax burden is raised too much would be important to the adequacy of the tax system
applicable to the preservation of the environment and not create new taxes, since the CF
allows us to that realization.

Keywords: Environmental Taxation. Green VAT. Sustainable development

1
Pós-graduando em Gestão Ambiental (UFCG). Pós-Graduando em Gestão da Educação Municipal (UFPB).
Graduando em Letras com habilitação em Língua Portuguesa (IFPB). Graduado em Ciências Contábeis(FAFIC). E-
mail: jcp_jamiltoncosta@hotmail.com
2
Graduando em Ciências Contábeis (FAFIC). E-mail: flaviocesarmaciel@gmail.com
3
Graduada em Serviço Social (FAFIC). E-mail: alynne_l04@hotmail.com .
4
Graduada em Serviço Social (FAFIC).E-mail: veronicabt_@hotmail.com.
5
Graduada em Ciências Contábeis (FAFIC). E-mail: mayara_sonally@hotmail.com..
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
1 INTRODUÇÃO

A inquietação com as questões ambientais vêm crescendo a cada dia, devido à


crescente conscientização, ainda que lenta da sociedade, que vem buscando melhores
alternativas e expectativas de melhoria da qualidade do meio ambiente, por conseguinte,
melhoria das condições de vida como um todo. Perante tal fato, tem-se intensificado estudos
no que concerne ao entrelaçamento do regime tributário com o amparo ambiental. Porém,
surgem algumas dúvidas quanto à possibilidade dos tributos serem instituídos ou aproveitados
com viés de tributação ambiental, ou seja, instituição de tributos que busquem de alguma
maneira proteger o meio ambiente.
A compatibilização do uso de ferramentas de comando e domínio, juntamente com o
uso de uma política mais abrangente de instrumentos econômicos aceitaria uma atuação não
apenas reparadora no que tange a perdas ambientais, visando uma atuação de maneira
preventiva e indutora de usos compatíveis com a preservação, podendo também gerar receitas
para a prática de atividades sustentáveis.
Pretende discorrer nesse estudo sobre a utilização dos instrumentos econômicos,
mais especificamente dos tributos, entendidos como as taxas, impostos e contribuições de
melhoria, assim como os incentivos fiscais, compreendida em seu conjunto, como tributação
ambiental. Diante disso tem-se a seguinte problemática: como vem ocorrendo o processo de
implantação do ICMS ecológico no estado da Paraíba quanto à preservação e proteção ao
meio ambiente de forma sustentável?
Esta pesquisa tem como eixo a problematização dos tributos como ferramentas
econômicas de gestão ambiental, desejando trazer subsídios ao debate em torno de problemas
ambientais. Sendo assim, o objetivo geral desse trabalho é analisar, e discutir sobre a
implantação do ICMS ecológico no estado da Paraíba como instrumento de preservação e
proteção ambiental de forma sustentável.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Regime Tributário e Sistema de Proteção Ambiental
Por causa do grande conflito na atualidade de que o crescimento econômico
significa desenvolvimento, ou seja, não considerando os aspectos socioambientais apenas os

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ganhos econômicos nos encontraram em uma situação na qual necessita-se urgente da
adoção da maior gama de ferramentas para amenizar tamanha destruição ambiental causada
pelo sistema vigente. Sendo assim observa-se na tributação a possibilidade de ser um
subsídio para o estado cumprir seu papel constitucional de amparo ao meio ambiente que
está contida no art. 225, da Constituição Federa (CF) de 1988 que nos remete que “Todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
De acordo com as palavras de Bessa (2004), a característica própria do atual modelo
de desenvolvimento, de se preocupar exclusivamente com o lucro e ter os recursos naturais
como inumeráveis, e isso gerou “uma crise de legitimidade do sistema econômico predador e
degradador, que começou a surtir efeitos dentro do próprio sistema, onde já se podem
verificar empresas, empresários e governos com preocupações ecológicas.” A procura
incessante de uma forma de equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o meio
ambiente, gerou a teoria da valorização monetária dos bens e serviços ambientais, com a
internalização das externalidades, que conjeturam na economia de mercado, através da
majoração do custo final dos produtos.

3.1.1 Implementação do ICMS Ecológico no estado da Paraíba

O Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) está previsto na (CF) e


vem a ser o imposto mais importante no que tange a arrecadação estadual, ou seja, ele é
responsável pela parcela majoritária da formação da receita dos estados para arcar com as
suas despesas. No nosso País, é muito corriqueiro o emprego da função extrafiscal do ICMS
na preservação ambiental. A CF dispõe que 75% da arrecadação do ICMS seja destinado aos
estados para a sua manutenção e seus investimentos, e 25% sejam distribuídos aos
municípios (art. 158, IV). De acordo com a legislação estadual própria, muitos estados do
Brasil vêm destinando essa parcela aos municípios que manifestam preocupações com os
problemas ambientais.
O ICMS ecológico seria uma maior destinação de parcela do que foi arrecadado, aos
municípios que estejam melhores adequados aos níveis de preservação ambiental e de

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
melhoria de condição de vida, observando os limites constitucionais de distribuição de
receitas tributárias e os critérios técnicos definidos em lei. O surgimento dessa figura deu-se
no estado do Paraná no ano de 1990, em sua Constituição Estadual, artigo 132, sendo
conhecida posteriormente, como “Lei do ICMS Ecológico”. Nessa lei, era dito que 5% do
total destinado aos municípios deveriam ser repassados àqueles com unidades de
conservação e com mananciais de abastecimento. O estado de Minas Gerais fez também
através da Lei Estadual nº 12.040/95, assim como o estado do Mato Grosso do Sul, que já
dispunha de previsão em sua Constituição Estadual que a regulamentou com a Lei
Complementar nº 57/91 (ZEOLA, 2003,p.187).
O princípio do protetor-recebedor informa que aquele agente público ou privado que
resguarda um bem natural em benefício da comunidade, deve receber uma compensação
financeira como incentivo pelo serviço prestado na proteção ambiental. Para Lobato e
Almeida (2005, p. 637):

[...] o ICMS ecológico introduz um novo critério na redistribuição da receita


tributária, trata-se do critério ambiental. Dessa forma, a constituição federal de
1988 estabelece, no seu art. 158, IV, que 25% do ICMS devam ser repassados aos
Municípios; 75% dos 25% constituem a parcela determinada através de rígida
aferição decorrente da participação dos próprios Municípios na arrecadação do
ICMS. O percentual restante e correspondente a 25% poderá ser distribuído de
acordo com o que dispuser a lei estadual. Nesse percentual, situa-se a possibilidade
do emprego do critério ambiental desde que devidamente estabelecido na lei.

O ICMS ecológico serve como um instrumento econômico por indução extrafiscal,


com o objetivo constitucional de preservação para com o meio ambiente, promovendo
justiça fiscal de maneira que venha a influenciar na ação voluntária dos Municípios que
visam ao aumento de receita na busca de melhor qualidade de vida para suas populações.
Lobato e Almeida (2005; pg. 638) enfatizam que o ICMS ecológico surgiu com o
objetivo de compensação, isto é, pretendia ser um instrumento de recompensa para os
municípios que possuíam no seu território áreas protegidas, constituídas através de unidades
de conservação ou mananciais de abastecimento de água, que não podiam ser utilizadas e
eram analisadas como um bloqueio ao desenvolvimento econômico. O ICMS Ecológico
pode ser visto como um instrumento fiscal de função bilateral senão vejamos:

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Função Compensatória, que beneficia os municípios que sofrem limitações
quanto ao gerenciamento de seus territórios, em função da existência de Unidades
de Conservação ou áreas com restrições de uso. Função Incentivadora, pois atua
como incentivo aos municípios, despertando o interesse em criar ou ampliar áreas
de conservação ou outros critérios relevantes para o ICMS Ecológico, inclusive
quanto aos aspectos qualitativos. (BENSUSAN, 2002).

De acordo com Scaff e Tupiassu (2005, p. 736), “[...] cada um dos estados que se
utilizam do sistema estabelece diferentes montantes a serem repartidos segundo a apreciação
de diferentes aspectos ecológicos sociais [...]”. O que é relevante nessa adoção de política
pública de tributação ambiental é que não há elevação da carga tributária que já é enorme,
pois não se cria tributo novo, não aumenta o ônus financeiro para o Estado, de vez que se
trata da adoção de parâmetros ambientalmente relevantes para a repartição das receitas
arrecadadas, confirmam os dois autores.
O Decreto nº 4.339 de 23.08.02 que instituiu princípios e diretrizes para a
implementação da Política Nacional da Biodiversidade, também faz referência ao aludido
instituto como uma forma de ajudar no que tange à conservação da biodiversidade:

11.5.8. Aprimorar os instrumentos legais existentes de estímulo à conservação da


biodiversidade por meio do imposto sobre a circulação de mercadorias (ICMS
Ecológico) e incentivar sua adoção em todos os estados da federação, incentivando
a aplicação dos recursos na gestão da biodiversidade. (BRASIL, 2002).

A política de implementação do ICMS Ecológico representa uma clara influência


positiva do Estado, sendo um fator de regulação não coercitiva, pelo meio da emprego de
uma maneira auxíliar, tal como um apoio fiscal intergovernamental. Tal apoio representa
uma ferramenta econômica extrafiscal com vistas à consecução de fim constitucional de
preservação, gerando justiça fiscal, e influenciando na ação espontânea dos municípios que
buscam um aumento de receita, e uma qualidade de vida melhor para suas populações.
(TUPIASSU e SCAFF 2004). Os mesmos autores concluem que “a política obteve muito
sucesso porque redimensiona e valoriza todos os aspectos fundamentais para um meio
ambiente saudável, incentivando os municípios a investirem na qualidade de vida de sua
população.”
Observamos então que a adoção do ICMS ecológico pode se transformar em um
incentivo para os municípios adotarem medidas que objetivem a preservação ambiental e um

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
desenvolvimento sustentável, proporcionando a criação de unidades de conservação, o
tratamento adequado dos mananciais de água e a formação de um saneamento básico
adequado, dentre outras positivações.

4 METODOLOGIA

A presente pesquisa classifica-se quanto à utilização do método de abordagem


dedutivo, ao passo que procurou expor sobre a problemática indagada ao processo de gestão
ambiental tributável, onde se pretende com essa pesquisa analisar e tentar identificar suas
variáveis, relatando e fazendo comparações, como formulações de hipóteses.
Além disso, utilizou-se o método descritivo, e as técnicas de pesquisa foram da
pesquisa explicativa e pesquisas de cunho bibliográficas a partir de estudos teóricos que
permitiram tomar conhecimento do material a ser estudado, tomando-se por base o que já foi
publicado em relação ao assunto, de modo que se pudesse delinear uma nova abordagem
sobre o mesmo. É evidente que esta pesquisa, a qual é definida por Silva e Menezes (2001)
como sendo aquela em que sua base se faz através de dados já elaborados anteriormente
como, por exemplo, livros, enciclopédias, periódicos, revistas e jornais, além de publicações
como artigos científicos, resenhas e ensaios críticos.
Em seguida procurou-se analisar o Sistema Tributário Nacional (impostos, taxas,
contribuições de melhoria e incentivos fiscais) com o intuito de verificar e discutir formas de
sua implementação como instrumento de política pública para a proteção ao meio ambiente
através da análise bibliográfica, legal e documental. Dessa forma a pesquisa foi fundamentada
através de informações fornecidas através de livros consultados em biblioteca, artigos
científicos, dissertações, revistas, jornais, e sites.
Para o desenvolvimento do estudo, adotou-se o uso da pesquisa bibliográfica,
documental e legal. Efetuou-se uma revisão bibliográfica pertinente ao tema. A pesquisa
bibliográfica desenvolve-se através de uma sequencia de etapas (GIL, 2002). Seu número,
assim como sua série, depende de muitos fatores, tais como a natureza do problema, o nível
de conhecimentos que o pesquisador dispõe sobre o assunto, o grau de precisão que se
pretende conferir à pesquisa etc.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Ademais efetuou-se a investigação dos casos e experiências, mesmo que incipientes,
já adotadas no contexto nacional dando ênfase à experiência do ICMS Ecológico
implementado por alguns estados. No que se refere ao estudo do ICMS ecológico optou-se em
fizer um levantamento das respectivas legislações para verificar a eficácia e os
desdobramentos do mesmo no estado da Paraíba.
Foi utilizada nesse estudo para interpretar os dados a análise de conteúdo. Sendo que
a análise de conteúdo é entendida com um conjunto de técnicas de análise das comunicações
visando obter, através de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo
das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam inferir conhecimentos
relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.
BARDIN apud RICHARDSON (2007, p. 223).
A necessidade para a realização da pesquisa deu-se a partir de uma ampla revisão de
legislação, a fim destacar a importância da implantação do ICMS ecológico no estado da
Paraíba como instrumento de preservação e proteção ambiental de forma sustentável.

4.1 Caracterização do Estado da Paraíba

A Paraíba é um estado que registra uma população de 3.972.202 habitantes, de


acordo com a estimativa do IBGE, 2015, correspondente a 2% da população nacional, dos
quais quase 80% residindo nos centros urbanos, distribuída num território de 56.469,744 km²,
correspondente a 4% da área da Região Nordeste, com uma densidade demográfica (hab/km²)
é de 66,70 possuindo 223 municípios, ou seja, é um dos menores estados do Brasil, conforme
figura 01 e 02 abaixo.
O estado da Paraíba está situado no extremo leste da região Nordeste do Brasil. Tem
98% de seu território inserido no Polígono da Seca. Limitando-se ao Norte com o estado do
Rio Grande do Norte; ao Sul com o estado de Pernambuco; ao Leste com o Oceano Atlântico
e ao Oeste com o estado do Ceará de acordo com as figuras 1 e 2 abaixo.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FIGURA 1: Mesorregiões da Paraíba
FONTE: Google Imagens (2015)

FIGURA 2: Divisão dos Estados por Regiões


FONTE: Google Imagens (2015)

5 RESULTADOS E DISCURSÕES

Observou-se que no Brasil, diversos estados já implantaram o ICMS ecológico cada


um deles de acordo com critérios diferenciados. Os estados da federação estão todos em fase
de debate, em maior ou menor grau. Constatou-se que em 21 de dezembro de 2011 foi
publicada a lei nº 9.600 que instituiu o ICMS Ecológico no estado da Paraíba.
Observando as análises feitas sobre a implantação do ICMS ecológico nos estados
já em efetivação, convém mencionar que sua implantação no estado da Paraíba foi de suma
importância, pois como visto anteriormente em exemplos citados, proporciona um
incremento na arrecadação dos municípios incipientes em seu desenvolvimento além de
incentivar a competição ambiental benéfica.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Vale assinalar que a região nordeste possui um dos biomas de expressiva
necessidade de implementação de políticas que assegurem a proteção dos mesmos, os quais
poderiam ser beneficiados com o ICMS Ecológico, através da criação de unidades de
conservação. A caatinga bioma endêmico da região nordeste que vem sofrendo com a
desertificação, não permitindo mais o cultivo nem mesmo da subsistência da população do
sertão nordestino. Esvai-se também pelo uso indiscriminado da lenha como forma principal
de utilização para produção do fogo e uso pelas centenas de mineradoras que estão
espalhadas pelo interior dos estados.
Segundo dados técnicos obtidos na SUDEMA-PB, observa-se que dos 223
municípios do estado, 121 possuem susceptibilidade à desertificação, o que representa
68,01% da área territorial do estado, atingindo uma população de 1.395.290 habitantes, ou
seja, 41,60% da população paraibana, conforme pode-se observar no quadro 01 abaixo.

QUADRO 1. Situação do estado da Paraíba quanto ao grau de ocorrência de


desertificação
GRAU DE OCORRÊNCIA ÁREA ATINGIDA PERCENTUAL
(KM²) DO ESTADO (%)
Muito Grave 32.109 57,06

Grave 8.320 14,76

TOTAL 40.429 71,82

FONTE: SCHENKELL e MATALLO Júnior (1999)

Segundo dados apresentados pelo relatório "Mudanças de clima, mudanças de


vida", da Organização Não-Governamental Internacional Greenpeace, a Paraíba é o estado
brasileiro com maior nível de desertificação, necessitando de medidas urgentes para não se
tornar um grande deserto.
Desta forma, observa-se que a implantação do ICMS ecológico no estado da Paraíba
pôde funcionar como um mecanismo de fomento à criação de novas unidades de
conservação no interior do estado, para a proteção do Bioma Caatinga assim como no litoral
para a proteção da Mata Atlântica que estão ameaçados seriamente. Ademais vem

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
proporcionando também ações de combate à desertificação assim como fornecendo subsídios
para a construção de novos açudes principalmente no sertão Paraibano.
Quanto a outro critério importante para o estado da Paraíba seria considerar a
questão dos resíduos sólidos advindos da sociedade consumista atual. Segundo dados da
SUDEMA- PB, a maioria dos municípios paraibanos dispõe seus resíduos sólidos sem
nenhum processamento ou controle, o que conduz a uma prática de graves consequências
ambientais, sociais e econômicas, acarretando sérios impactos sobre a saúde pública em todo
o estado da Paraíba assim como aos ecossistemas.
Devido a experiências, já relatadas, a instituição do ICMS Ecológico pode vir a ser
um instrumento de fomento à criação de áreas adequadas nos municípios paraibanos para
dispensar seus resíduos. No entanto, ressalta-se a importância da interação de todos os
estados do nordeste no que tange à implantação do ICMS ecológico, uma vez que os biomas
não obedecem à lógica da distribuição institucional, necessitando de uma visão sistêmica de
aplicação de instrumentos econômicos para a preservação ambiental que assegure um
desenvolvimento mais sustentável.
Na discussão para implantação do ICMS ecológico, deve-se considerar que é
necessária uma discussão anterior entre o Estado e os municípios acerca do formato do
mecanismo, assim como entre os representantes sociais no intuito de difundir os ganhos
advindos do mesmo. O estado da Paraíba valeu da experiência dos outros estados na
implantação do instituto, absorvendo as facilidades e dificuldades encontradas nos mesmos,
tendo a oportunidade de implantar um sistema mais aperfeiçoado de ICMS ecológico.
Existe uma dificuldade muito grande em se discutir os problemas ambientais, pois
os mesmos ainda são vistos como um obstáculo à falsa visão de desenvolvimento. As
prioridades de políticas de governo vão na contramão das questões ambientais. Muitos
estados inclusive a Paraíba tiveram dificuldade de aprovar o ICMS Ecológico por causa da
resistência de municípios que não seriam favorecidos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Sistema Tributário Constitucional é perfeitamente adequável à gestão ambiental,


desde que suas previsões sejam aplicadas com a finalidade extrafiscal, ou seja, visando à
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
mudança de comportamento do agente poluidor. E assim, consiste num importante
instrumento de gestão econômica do meio ambiente com capacidade de coibir atitudes
poluidoras, incentivar atividades de produção ecologicamente corretas com investimentos em
novas tecnologias de produção não poluentes como também incentivar atitudes, opções e
métodos gerenciais com viés ecológico.
Ademais, se faz importante ressaltar que devido à nossa carga tributária ser elevada
em demasia seria importante a adequação do sistema de tributos vigentes à preservação do
meio ambiente e não criar novos tributos, uma vez que nossa Constituição nos permite essa
realização.
Diante da nítida vantagem que se obtém ao preservar o meio ambiente, em
detrimento de tentar reparar danos já ocorridos (muitas vezes irreparáveis), conclui-se que
medidas de estímulo à referida preservação são muito mais eficazes do que aquelas de caráter
sancionatório como as medidas de comando e controle. Sendo assim, a tributação pode ser um
estímulo importante não só porque previne, mas também porque mexe com recursos
financeiros, que na sociedade atual é um valor respeitado por todos.
Conclui-se que o tributo ambiental é um importante instrumento de gestão. Por meio
dele, a autoridade pública é capaz de obter resultados eficientes economicamente e eficazes
ambientalmente, pela cobrança do custo social da externalidade causada pelo
poluidor/degradador. Desde que esta cobrança seja calculada adequadamente, caso contrário,
não incentivará medidas de controle da poluição/degradação. O ICMS ecológico é um
exemplo significativo e o mesmo necessita ser implementado não só na Paraíba como também
em todos os estados da região nordeste e do Brasil.

REFRÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010.

BENSUSAN, N. Seria melhor mandar ladrilhar? Biodiversidade: como, para que, por
que. Editora UNB. 2002

BRASIL. Lei Federal. Constituição da República Federativa de 1988. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 21 set 2015.

______. Decreto Federa nº 4.339, de 22 de agosto de 2002. Institui princípios e diretrizes


para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Disponível em:
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4339.htm>. Acesso em: 15 de out de
2015

COSTA, R.H. Apontamentos sobre tributação ambiental. In TORRES, Heleno Taveira


(Coord). Direito Tributário Ambiental. São Paulo, Malheiros, 2005. Dano ambiental:
Prevenção, reparação e repressão. São Paulo: Ed. RT, 1993.

FERRAZ, R. Tributação Ambientalmente Orientada e as Espécies Tributárias no Brasil,


in TORRES, Heleno T.. Direito Tributário Ambiental. SP, Malheiros, 2005.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2002.

NUNES, C. S. Direito Tributário e Meio Ambiente. São Paulo: Dialética, 2005, p.133.

MODÉ, F. M. Tributação Ambiental – A função do tributo na Proteção ao Meio


Ambiente. 1 ed. Curitiba: Juruá, 2004. p. 63

NORMAN K. Dezin, YVONNA S. Lincoln. Manual de Pesquisa Qualitativa. Ed. Sage,


Publicacions, 1994.

OLIVEIRA, J. M. Direito Tributário e Meio Ambiente. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Renovar,
1999.

RIBEIRO, M. de F. Reflexões sobre a Tributação Ambiental como Instrumento de


Políticas Públicas para o Desenvolvimento Econômico Sustentável. In TORRES, Heleno
T.(coord.) Direito Tributário Ambiental. Editora Malheiros, São Paulo, 2005.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: Métodos e técnicas 3ª ed. São Paulo. Ed.
Altas, 2007.

SCAFF, F. F.; TUPIASSU, L. V.C. Tributação e Políticas Públicas: O ICMS Ecológico.


In: TORRES, Heleno Taveira. (Org.) Direito Tributário Ambiental. São Paulo: Malheiros,
2005.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Água mineral: um estudo de caso sobre o beneficiamento da água mineral na
cidade de Sousa-PB.
Autor 6Mayara Sonally de Lima Moreira
²Érika Joana Fernandes Soares
³ Jamilton Costa Pereira

RESUMO: No Brasil e no mundo nos últimos anos observou-se um desenvolvimento


sucessivo na produção de águas minerais, em decorrência da grande preocupação com a
saúde e do incentivo ao consumo de produtos naturais. As águas minerais são aquelas que
por sua composição química ou características físico-químicas beneficiam à saúde, elas
possuem propriedades medicinais. A água mineral deixou de ser um regalia para se tornar
um produto de massa. O consumidor consciente, associa Água Mineral à saúde e
reconhecem os benefícios considerados intrínsecos ao produto. Portanto, deve-se ter uma
preocupação com a captação destas águas, pois uma captação incorreta, pode influenciar nas
suas características químicas, físico-químicas e microbiológica, alterando sua qualidade,
principalmente no que diz respeito a segurança, paladar e à aceitabilidade pelo consumidor.
Sendo assim, é de extrema relevância abordar um tema que abranja a importância das águas
minerais, suas propriedades químicas e terapêuticas, e a sua correta industrialização. As
informações contidas neste trabalho mostram um estudo sobre o beneficiamento da agua
mineral na cidade de Sousa – PB.
Palavras-chave: Águas Minerais, produção, beneficiamento.
ABSTRACT: In Brazil and in the world in recent years there has been a subsequent
development in the production of mineral water, due to the great concern for the health and
encouraging the consumption of natural products. Mineral waters are those that by their
chemical composition and physical-chemical characteristics benefit to health, they have
medicinal properties. The mineral water is no longer a privilege to become a mass product.
The conscious consumers associate bottled water to health and recognize the benefits
considered intrinsic to the product. Therefore, one must have a concern with the capture of
that water as an incorrect capture, can influence their chemical, physical-chemical and
microbiological characteristics, altering its quality, especially with regard to safety, taste and
acceptability by the consumer . Therefore, it is extremely important to address a topic that
covers the importance of mineral waters, their chemical and therapeutic properties, and its
correct industrialization. The information contained in this work shows a study on the cost of
production and processing of mineral water in the city of Sousa - PB.

Keywords: Mineral water, production, beneficiation.

6
Bacharel em Ciências Contábeis (FAFIC); Pós-graduanda em Auditoria, perícia e análise ambiental (UCAM).
mayara_sonally@hotmail.com
²Bachareal em Direito (UFCG)
³ Bacharel em Ciências Contábeis (FAFIC); Pós-graduando em Gestão ambiental (UFCG); Pós-graduando em
Gestão da educação ambiental(UFPB). jcp_jamiltoncosta@htmail.com.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
1 INTRODUÇÃO

No decorrer dos últimos tempos, com a tendência mundial de redução de consumo de


bebidas alcoólicas e as rápidas mudanças no estilo de vida, onde se prioriza produtos
saudáveis e naturais e se cultua o corpo e a mente. Tendo a agua como fonte de vida.

A água mineral deixou de ser um regalia para se tornar um produto de massa. O


consumidor consciente, associa Água Mineral à saúde e reconhecem os benefícios
considerados intrínsecos ao produto. Ela é natural, de paladar leve e agradável, evita doenças
e faz um bem incontável ao organismo. Sendo assim, o mercado brasileiro de águas minerais
naturais tem se mantido em crescimento contínuo nos últimos cinco anos.

Águas Minerais são aquelas provenientes de fontes naturais ou de fontes


artificialmente captadas que possuam composições químicas ou propriedades físicas ou físico-
químicas distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação
medicamentosa. Elas são classificadas conforme características permanentes (constituição
química) e de acordo com as características das fontes (gases e temperatura). Deste modo, são
feitas duas classificações: uma da fonte e outra da água. (LIMA, 2003)

As fontes naturais em sua maioria das captações estão no domínio do sistema aqüífero
poroso, em sedimentos arenosos terciários, pouco consolidados a inconsolidados, e arenitos
cretácicos. A parcela restante de captações ocorre associada ao sistema aqüífero fissural, no
contexto de rochas cristalinas granito-gnáissicas proterozóicas. Já as fontes articiais são
aquelas preparadas a partir de qualquer captação, tratamento e tendo adição de sais de uso
permitido, podendo ser gaseificada com dióxido de carbono de padrão alimentício

A industrialização da água mineral é um processo simples, porém é importante que se


faça uma correta captação, através de poços artesianos ou menos comum, de urgências
naturais (nascentes). Após a captação a água mineral é armazenada em reservatórios e dos
reservatórios a água mineral é enviada para as linhas de envasamento.

Desde criança se aprende que o consumo de água é vital para o corpo humano.
Líquido precioso, a água cumpre um papel importante no organismo. Além de regular muitas
funções, como a temperatura corporal e o bom funcionamento do sistema circulatório, a água
também contribui para o transporte de nutrientes e é essencial em todos os processos
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
fisiológicos e bioquímicos do nosso corpo. Com a busca crescente por bem-estar e qualidade
de vida, a chamada onda saudável, o consumidor brasileiro está cada vez mais consciente de
que, dentro da categoria água, a mineral natural é especialmente benéfica para a saúde. O
aumento do consumo do produto atesta essa tendência. Segundo dados da ABINAM
(Associação Brasileira de Indústrias de Águas Minerais), o mercado apresenta patamares de
crescimento próximos a 20% ao ano. O Brasil é hoje 8º maior produtor mundial de água
mineral envasada, com 7% de participação no mercado global. (ABINAM, 2015)

A captação das águas minerais e potáveis de mesa se dá por meio de fonte (ou
surgência natural) e poço. As águas potáveis de mesas são as águas de composição normal,
provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que preencham tão
somente as condições de potabilidade para a região. Ambas as formas, legalmente autorizadas
pelo DNPM para explotação de água subterrânea, seja condicionada à finalidade alimentícia
(água mineral, água potável de mesa, água oligomineral), seja destinada à atividade de
balneoterapia. Foram cadastrados no Brasil um total de 732 pontos d‟água, dos quais 319 são
constituídos de poços e 413 de fontes. (QUEIROZ, 2014)

A água mineral sempre foi vista como um excelente remédio e item de primeira
necessidade para quem deseja uma vida saudável. Os benefícios para a saúde são inúmeros.
Além de regular algumas funções do organismo, como a temperatura corporal e o sistema
circulatório, esse líquido também contribui para o transporte de nutrientes e é essencial em
todos os processos fisiológicos e bioquímicos do nosso corpo. "A água garante a hidratação
do corpo, repondo as perdas pelo suor, urina e fezes. Auxilia na formação do bolo fecal e
eliminação das fezes, hidratando as moléculas das fibras alimentares e proporcionando
esvaziamento intestinal satisfatório”. (SAKAI,2013)

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Tabela 1

TIPOS DE AGUA MINERAL


Sulforosa - Indicada para problemas articulares, do aparelho digestivo e problemas da pele. É
conhecida também por suas ações cicatrizantes.
Ferruginosa - Ajuda a combater a anemia e estimula o apetite.
Carbogasosa - Indicada para combater a hipertensão arterial. É diurética e ajuda a repor as
energias.
Radioativa - Favorece a digestão, ajuda a combater cólicas intestinais e também a dissolver
cálculos renais. É indicada ainda como calmante.
Magnesiana - Atua como laxante, contribuindo para o bom funcionamento do estômago e
intestino.
Carbônica - Reduz o apetite e ajuda na hidratação da pele.

A expectativa é que o mercado de água mineral continue em ascensão e que as


indústrias do setor invistam cada vez mais em melhorias, inovações e na qualidade dos
produtos. "Atualmente, a competitividade estimula a velocidade de inovações e soluções ao
consumidor reforçando a ideia que água não é mais uma commodity. O mercado contará cada
vez mais com inovações em embalagens e tende a caminhar para produtos funcionais e com
sabor". A sustentabilidade é uma tendência que acompanha esse crescimento do mercado de
água mineral. Como as embalagens são, em sua maioria, do tipo pet, há uma grande
preocupação com a preservação ambiental. A Crystal é uma das empresas que já adotou
medidas nesse sentido. "Nesse contexto, foi lançada a Crystal Eco: nossa garrafa de Pet500ml
sem gás, com 20% menos plástico, e até 30% de matéria vegetal (Plant Bottle). Dessa forma,
reduzimos a pegada de carbono. Além disso, a garrafa pode ser torcida após o consumo,
ocupando menos espaço no descarte".(LIMA,2003)

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
1 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DA AGUA MINERAL

CAPTA
ÇÃO
BOM
RESER BA
VATÓRIOS
FILTRA
ÇÃO
GASEIFI
CAÇÃO
ENVASA
MENTO
ROTULAG
EM
ESTOCAG
EM

1.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS


CAPTAÇÃO: A captação é um conjunto de instalações, construções e operações necessárias à
exploração da água mineral ou potável de mesa de um aquífero, sem alterar as propriedades
naturais e a pureza da água mineral ou potável de mesa.

RESERVATÓRIOS: Os reservatórios devem ser construídos em alvenaria ou aço inoxidável,


devendo ter uma capacidade de armazenamento tal, que o tempo de permanência da água da
captação não exceda três dias. E periodicamente devem ser feitas a limpeza e desinfecção dos
reservatórios, com produtos que não interfiram nas qualidades naturais da água.

FILTRAÇÃO: é uma operação de retenção de partículas sólidas por meio de material filtrante
que não altera as características químicas e físico-químicas da água.

GASEIFICAÇÃO: A gaseificação é a adição artificial de dióxido de carbono durante o


processo de envasamento. A carbonização é útil para reduzir a quantidade de microrganismos
e prevenir seu posterior crescimento, porém não se deve considerar como um meio para
desinfectar a água vinda de uma fonte microbiológica insegura.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ENVASAMENTO: O envasamento e o fechamento das embalagens devem ser efetuados por
máquinas automáticas, sendo proibido o processo manual. As máquinas devem estar dispostas
de modo que haja um processamento contínuo, desde a lavagem até o fechamento.

ROTULAGEM: A rotulagem é a identificação de cada vasilhame de produto, permitindo que


este seja rastreado da fábrica até o consumidor. Após a rotulagem o produto final passa por
uma verificação visual, isto é feito para detectar perigos físicos, ou seja, sujidades mais
grossas, partículas suspensas, plásticos e outros.

ESTOCAGEM: Os produtos envasados devem ficar estocados em locais afastados das


instalações industriais.

2 MATERIAIS E METODOS

Revisão bibliográfica foi realizada, visando identificar as variáveis que influenciam


nas condições de beneficiamento e custo de produção na distribuição da agua mineral no
município de Sousa – PB.
A referida pesquisa tem caráter qualitativo, abordando assim elementos objetivos e
subjetivos procurando generalizações, quantidade e particularidades, qualidade. A pesquisa
apresenta coleta de dados por meio qualiquantitativo através dos meios estatísticos de
amostragem, bem como, correlaciona e interpretam situações, fato e opiniões

Esse estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, pois busca o levantamento de


dados bibliográficos sobre o tema, com o objetivo de identificar informações e subsídios para
uma melhor compreensão da temática abordada.

O município de Sousa, está inserido na unidade agroambiental da Depressão Sertaneja, que


representa a paisagem típica do semi-árido nordestino, caracterizada por uma superfície de
pediplanação bastante monótona, relevo predominantemente suave-ondulado, cortada por vales
estreitos, com vertentes dissecadas. Elevações residuais, cristas e/ou outeiros pontuam a linha do
horizonte. Esses relevos isolados testemunham os ciclos intensos de erosão que atingiram grande parte
do sertão nordestino. A vegetação é basicamente composta por Caatinga. O clima é do tipo Tropical
Semi-Árido, com chuvas de verão. O período chuvoso se inicia em novembro com término em abril. A
precipitação média anual é de 431,8mm. Com respeitos aos solos, nos Patamares Compridos e Baixas
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Vertentes do relevo suave ondulado ocorrem os Planossolos, mal drenados, fertilidade natural média e
problemas de sais; Topos e Altas Vertentes, os solos Brunos não Cálcicos, rasos e fertilidade natural
alta; Topos e Altas Vertentes do relevo ondulado ocorrem a fertilidade natural média e as Elevações
Residuais com os solos Litólicos, rasos, pedregosos e fertilidade natural média.(IBGE,2015)

3 RESULTADOS

A preocupação com saúde faz com que a água ganhe mercado de refrigerantes e
cervejas, o que permitiu fazer uma previsão de que os brasileiros consumiram perto de três
bilhões de litros de água mineral em 2000, o que corresponde a um crescimento de 20% (vinte
por cento) em relação ao recorde de 1999 de 2,5 bilhões. Estima-se que, em 8 anos, o
consumo passe dos atuais 15,8 litros per capita para 50 litros per capita.

Segundo a ABINAM (Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral), o


crescimento de 20% de 1999, em relação ao ano anterior, despertou interesse para
investimentos na área. Segundo o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) há
cerca de 3500 pedidos de concessão de minas de água em andamento . No Brasil a produção
de água mineral, está assim distribuída: Região Sudeste, responsável pela produção de
aproximadamente 55%, onde São Paulo contribui com 39%, Minas Gerais com 8,8% e Rio de
Janeiro com 5%; Região Nordeste com 24%, sendo que, Pernambuco contribui com 10% e
Ceará com 4,9%; Região Sul contribui com 11%, o Estado do Paraná contribui com 4,7%,
Rio Grande do Sul com 4%, são os maiores produtores; Região Centro-Oeste com 5,5%,
sendo o Mato Grosso com 2,4% e Goiás com 1,8%; Região Norte contribui com 4,5% sendo
que, o Pará contribui 2,4% e Rondônia com 1,2% (5). Na tabela abaixo observa, o ranking dos
maiores produtores de água mineral do mundo e o consumo per capita, em litros por ano,
mostrando que o Brasil está em 5 º lugar e portanto com enorme potencial de
mercado.(MACEDO,2001)

Tabela 2

PAISES PRODUÇÃO (em milhões CONSUMO (em


de litros) litros/ano)
ESTADOS UNIDOS 11.095 42,10
ITALIA 7.833 108,60
ALEMANHA 7.608 91,00
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FRANÇA 6.114 105,30
BRASIL 1997: 2.114 13,20
1998: 2.437 14,68
ESPANHA 1.820 46,50
MÉXICO 1.426 15,00
BÉLGICA 1.065 104,20
Fonte: MACEDO (2001)

Sousa é banhada pelos rios Piranhas e Rio do Peixe que próximo a Barragem de Acauã
deságua no Piranhas. O rio Piranhas tem sua águas represadas nos açudes de Eng. Ávido –
Boqueirão (255.000.000 m3) e São Gonçalo (44.600.000 m3). Os principais reservatórios do
Rio do Peixe são o açude de Pilões (13.000.000 m3) e a Barragem da Lagoa do Arroz
(80.220.000 m3).

Segundo o IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA),


o município de Sousa encontra-se inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio
Piranhas, entre a região do Alto Piranhas e a sub-bacia do Rio do Peixe. Seus principais
tributários são: os rios do Peixe, Piranhas Velho e Piranhas, além dos riachos: Araras, da
Serra, Santa Rosa, das Areias, do Cupim, Cipó, Seco, do Boi Morto, Riachão dos Anísios, da
Mutuca, da Picada, Logradouro, dos Gatos, Lamarão e Califórnia.. Os principais corpos de
acumulação são os açudes: São Gonçalo (44.600.000m3 ), Velho, Juá e dos Patos, e as lagoas:
da Vereda, da Estrada e de Forno. Todos os cursos d‟ água têm regime de escoamento
Intermitente e o padrão de drenagem é o dendrítico.(IBGE,2015)

4 CONCLUSÃO

O estudo realizado mostrou a relevância da água mineral na cidade de Sousa -PB,


devido às suas propriedades químicas, físico-químicas, e principalmente medicinais, sendo
estas totalmente distintas das águas comuns. Porém, para garantir que todas essas
propriedades sejam mantidas, é necessário assegurar que a fonte produza uma água potável
com qualidade microbiológicas e físico-químicas aceitáveis. É também imprescindível fazer
uma correta captação, não permitindo que instalações e construções contaminem a água, além
do controle que se estende nas operações de envase e distribuição. É fundamental também

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
para preservar a qualidade da água mineral realizar frequentemente análises laboratoriais,
exames visuais e sensoriais das mesmas.

Contudo, a implantação de sistemas de controle como, Boas Práticas de Fabricação


(BPF‟s) e Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) podem garantir que as
propriedades da água mineral sejam mantidas, pois estes sistemas estabelecem pontos de
monitoramento em toda a produção. Sendo assim é na implantação de sistemas de garantia de
qualidade dos profissionais na área, que podem atuar na Indústria envasadora de água mineral.

REFERENCIAS
AGUA MINERAL: uma fonte de benefícios para a saúde. Disponivel em
www.abinam.com.br acessado dia 15/02/2016.

Águas Minerais Disponível em: <http:


www.meioambiente.pro.br/agua/guia/aguamineral.html>Acesso em: 29 de janeiro 2016

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE.


Geografia do Brasil. Região Nordeste. Rio de Janeiro: SERGRAF, 1977. Disponível em
www.ibge.gov.br acessado dia 10/02/2017

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE.


Mapas Base dos municípios do Estado da Paraíba. Escalas variadas. www.ibge.gov.br
acessado dia 10/02/2016
MACÊDO,J.A.B. Água & Águas.1.ed. São Paulo: Livraria Varela, 2001, 503 p.
REINOLD,M.R. A estabilização microbiológica da água mineral. Revista Engarrafador
Moderno, São Paulo, n°60, p.46-49, out.1998.

SAKAI, Suzana.AGUA MINERAL: Fonte de saúde e de bons negócios. São Paulo, 2013.
Disponível em www.bioleve.com.br/arquivos/agua_mineral.pdf acessado dia 17/02/2016.

QUEIROZ, Emanuel Teixeira de Águas Minerais do Brasil: Distribuição, Classificação e


Importância Econômica/Emanuel Teixeira de Queiroz. Colaboração de, João da Goméa
Fidélis da Silva e Alencar Moreira Barreto. Brasília: Departamento Nacional de Produção
Mineral, Diretoria de Desenvolvimento e Economia Mineral, 2004

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
BITCOIN COMO UMA ALTERNATIVA À MOEDA FIDUCIÁRIA.

SOUSA, Jefferson Raphael Pinheiro de (FAFIC)


MESSIAS, Jonas Guylherme Moreira (FAFIC)
ALMEIDA, Flávio Franklin Ferreira (ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO

Bitcoin é uma moeda digital baseada em criptografia e que utiliza uma arquitetura
peer-to peer. É uma ideia inovadora e muito promissora, que tende a aumentar com o avanço
tecnológico. Com o passar do tempo os estados conseguiram obter o monopólio sobre a
emissão de moedas, podendo assim controlar com mais facilidade a quantidade de dinheiro
circulante, e algumas vezes acabam por abusar de seus poderes. Tal atitude pode gerar efeitos
negativos, prejudicando assim uma grande parte da população que utiliza a moeda em seu dia
a dia. Graças ao avanço tecnológico, em 2008 um programador, sob o pseudônimo de Satoshi
Nakamoto divulga um paper sobre o que viria a se tornar a moeda mais valiosa dos dias
atuais: A Bitcoin.

PROBLEMÁTICA

Com o surgimento do papel-moeda fiduciário, a moeda passou a ser controlada com


mais facilidade por bancos centrais, estes por sua vez, vinculados a governos, podendo assim
emitir dinheiro com mais facilidade, gerando o efeito de inflação, que nada mais é do que um
aumento no volume de moeda disponível em determinada região, causando uma série de
problemas, dentre eles desemprego, aumento de preços, queda no poder de compra,
desvalorização da moeda e assim por diante. Pode até mesmo gerar uma hiperinflação, que
seria uma inflação mais acentuada e fora de controle, sendo assim, mais prejudicial e
destrutiva do que uma inflação. Poderia a Bitcoin ser uma possível alternativa ou solução para
os problemas de nosso sistema financeiro?

OBJETIVO

Analisar e buscar soluções para diversos problemas advindos do nosso sistema


financeiro atual, utilizando a Bitcoin e suas propriedades intrínsecas como objeto de estudo e
até mesmo como uma alternativa à nossa moeda utilizada nos dias de hoje. Torna-se
interessante então, ampliar o conhecimento sobre este assunto, visando uma melhora em
nosso sistema financeiro, uma maior disseminação do conceito de criptomoedas e uma maior
conscientização das pessoas que utilizam a moeda fiduciária.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, será utilizada uma metodologia baseada em pesquisa
bibliográfica e documental, pelas interpretações teóricas sobre criptomoedas, especificamente
a Bitcoin, políticas monetárias, tipos de moeda e inflações.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A moeda passou por diversas mudanças até chegar ao formato que conhecemos hoje.
Desde o escambo, que é caracterizado pela permuta de objetos, passando por moedas de metal
até nosso sistema atual, o papel-moeda de curso forçado ou moeda fiduciária, que consiste em
uma moeda sem lastro, ou seja, uma moeda que não é atrelada ao ouro ou algum outro tipo de
ativo e seu uso é obrigatório por força da lei.
Passamos então a viver com mais instabilidade financeira, já que estamos a mercê de
uma moeda de curso forçado, sem lastro e sem nenhuma garantia de que ela não venha a ser
utilizada de maneira abusiva.
Foi então que em 2008 um programador desconhecido utilizando o pseudônimo de Satoshi
Nakamoto, postou um paper em um fórum para apresentar seu projeto. Esta inovação não
chamou muita atenção num primeiro momento e foi recebida com muita descrença. Aos
poucos o sistema foi ganhando tração e cada vez mais usuários passaram a utilizá-la, tornando
a Bitcoin a moeda mais valiosa dos dias atuais e provavelmente a maior rede de computação
distribuída do planeta.
Bitcoin é uma moeda 100% digital, descentralizada, ou seja, que não precisa de uma
autoridade central para que suas transações sejam realizadas, já que a mesma utiliza uma
arquitetura peer-to-peer (ponto a ponto), descartando assim o uso de um mediador, como
bancos, por exemplo. Não há como ser falsificada, não há como ser inflacionada, é rápida e
segura, além de poder ser utilizada de maneira anônima, sendo praticamente impossível de se
rastrear, protegendo assim a privacidade de seus usuários.
Ao imprimir dinheiro demasiadamente, gera-se uma série de problemas que num
primeiro momento não parecem ser prejudiciais, mas quando somados apresentam-se bastante
danosos para os indivíduos, portanto, a Bitcoin é uma moeda ideal, pois possui inúmeras
qualidades que são evidenciadas ao observar suas propriedades intrínsecas, seu valor de
mercado e a quantidade de usuários que a utilizam, podendo servir como uma alternativa ou
como um meio de melhorar a nossa moeda atual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebeu-se então que com a evolução da moeda e principalmente quando os estados


conseguiram obter o monopólio da impressão de dinheiro, alguns problemas surgiram, e a
solução pode estar nas criptomoedas, sendo a mais notável delas a Bitcoin, pois suas
características se diferem muito da moeda que utilizamos, podendo então vir a sanar uma série
de problemas e privações que sofremos atualmente. O dinheiro não deve ser entendido como
riqueza, e sim um meio para facilitar as trocas entre bens e serviços. Imprimir dinheiro sem
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
que o número de bens e serviços disponíveis em uma sociedade aumente gera problemas para
os indivíduos que se utilizam dessa determinada moeda como meio de troca.

PALAVRAS-CHAVE: Bitcoin. Criptomoeda. Inflação. Moeda.

REFERÊNCIAS

ULRICH, Fernando. Bitcoin: a moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises
Brasil, 2014.
HAYEK, Friedrich A. Desestatização do dinheiro. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises
Brasil, 2011
MISES, Ludwig von. Intervencionismo, uma análise econômica. São Paulo: Instituto
Ludwig von Mises Brasil, 2010.
ROTHBARD, Murray N. O que o governo fez com nosso dinheiro?. São Paulo: Instituto
Ludwig von Mises Brasil, 2013.
Mundo dos Bancos, Inflação: Entenda o que é e como nos afeta. Disponível em:
<http://www.mundodosbancos.com/inflacao/>. Acesso em: 9 de Maio de 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
BREVE ANALISE DA INFLAÇÃO NO BRASIL

SOUSA, Caio Francisco de (FAFIC)


ALMEIDA, Mateus Ferreira de (FAFIC)
ALMEIDA, Flávio Franklin Ferreira(ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO
A inflação é um tema muito pertinente para economia brasileira, pois ela sempre fez
parte da história da nossa economia, a qual requer uma fundamentação teórica, ela divide a
teoria que existe sobre ela como inflação de demanda, inflação de custos, inflação estrutural
e inflação comercial e suas características que são: caráter monetário, abrangência, dinâmica
e persistência. O mesmo aborda a economia que interfere muito na sociedade, por ser um
aumento persistente e generalizado no valor dos preços.

PROBLEMÁTICA
Quais são os impactos da inflação para as pessoas e empresas no Brasil?

OBJETIVO
Verificar os índices de inflação no Brasil nos últimos anos.
Fazer uma retrospectiva histórica da inflação no Brasil.
Verificar os tipos de inflação.

METODOLOGIA
O referido trabalho vai analisar a literatura a cerca da inflação onde serão estudados os
textos que tratam do tema para utilizar depois uma comparação e analisar resultados. Falará
também dos tipos de inflação no nosso país.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Inflação é o aumento persistente dos preços, crescimento anormal e contínuo dos
meios de pagamento (moeda e crédito) em relação às necessidades de circulação dos bens de
consumo que envolve o conjunto da economia e do qual resulta uma contínua perda do poder

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
aquisitivo da moeda, media por seus índices.
Características: caráter monetário: essencialmente um fenômeno de natureza
monetário caracterizado depreciação da moeda; abrangência: atinge todos os ativos da
economia sendo que pode variar de intensidade entre este ou aquele; dinâmica: a inflação é
um processo dinâmico de preços em alta, não uma situação estática de preços altos;
Persistência: a inflação é um processo de alta persistente e continuado. A corrosão do valor
da moeda vai aumentando gradativamente com o passar do tempo.
A inflação é a alta continua e generalizada no incide de preços, causando depreciação
no valor da moeda. Trata-se de um fenômeno universal, comum a praticamente a todos os
países, variando apenas de intensidade e de época para época. (SANDRONI, 1999).
A inflação de demanda é elevação de preços resultante de defasagem entre quantidade
ofertada (oferta agregada) e a quantidade demandada (demanda agregada) sendo que está
última se apresenta bem maior do que a primeira acarretando pressão nos preços em função
de certo patamar de demanda reprimida. Inflação de custo é um tipo de inflação que ocorre
quando há uma majoração exacerbada nos custo dos fatores de produção de bens e serviços.
Inflação estrutural é um tipo de inflação, que está estreitamente relacionado com a
ineficiência de serviços fornecidos pela infraestrutura de uma determinada economia.
Inflação inercial é aquela inflação causada pelo reajuste de preços a pós período de
congelamento

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao elaborar este artigo, nota-se que a inflação afeta a distribuição de renda da
população, os investimentos e a percepção das pessoas sobre a economia. A sensação fica
clara quando vamos ao supermercado, os preços dos produtos estão mais caros, com os
preços avançando, nós perdemos o poder de compra. Com a inflação a perda no poder de
compra de produtos e serviços subiu, causando aumento nos custos e causando a
desvalorização da moeda brasileira.

PALAVRAS-CHAVE:
Inflação, renda e sociedade.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS
http://www.webartigos.com/artigos/a-historia-da-inflacao-e-dos-juros-no-brasil/64195/
https://periodicos.ufsc.br/index.php/economia/article/viewFile/7415/6915
SANDRONI,1999

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
BREVE ANÁLISE HISTORICA DA CONTABILIDADE

ALMEIDA, Flávio Franklin Ferreira (Orientador)


OLIVEIRA, Johnny Candido
LIRA, Sancley Dias
FERNANDES, Jacqueline Alves Lacerda
INTRODUÇÃO

A origem da contabilidade, surgiu com a necessidade de registros de comércio, as


primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção ao patrimônio e da
interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para
alcançar os fins propostos, estão relacionadas a atividade de troca e venda dos comerciantes
que visava um acompanhamento nas variações ocorridas em seus bens. A partir, do momento
em que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, procurava-lhes saber
quanto poderiam render e quais as formas mais simples de lhe gerar lucros, proporcionando
eficácia, segurança, controle, na realização dos registros.

PROBLEMÁTICA

Com o passar dos tempos, houve melhoria dos métodos contábeis aplicados até os
dias de hoje em todos os seus aspectos históricos evolutivos?

OBJETIVO

Estudar a evolução da Contabilidade em todos os seus aspectos históricos e como


ramo do conhecimento Científico Social, compreendendo a importância da escrita, dos
primeiros registros contábeis, do desenvolvimento das civilizações, das influências
doutrinárias italianas e americanas procurando compreender a autonomia da Contabilidade
como ciência.

METODOLOGIA

O procedimento metodológico utilizado neste resumo expandido constitui uma


pesquisa de natureza bibliográfica que busca informações e conceitos outorgados de autores
especializados no assunto, a fim de tornar possível o maior entendimento acerca do processo
histórico da contabilidade. Ou seja, trata-se de uma pesquisa teórica, fundamentada em
bibliografias já existentes, realizada com base em sites.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A evolução da ciência contábil está associada aos períodos antigos, medievais,


moderno e cientifico. A contabilidade do mundo antigo se inicia com as primeiras
civilizações, datadas no término da Pedra polida até a Era cristã, quando os homens
registrava seus desenhos e gravações em pedras, o método utilizado era o controle dos bens,
que eram classificados como (rebanhos, metais, escravos, etc.), os sumérios e babilônicos,
assim como os assírios, faziam registros em peças de argilas, mais conhecidas como “tábuas
de uruk”, gravava-se a cara do animal e o número correspondente às cabeças existentes.
Foram encontrados registros há mais 5000 anos a.C, onde o homem já apurava os seus
custos, na cidade de Ur, onde viveu Abraão, foram encontrados alguns documentos contábeis
como: tabela de escrita cuneiforme, onde eram registradas contas referentes à mão-de-obra e
matérias.
Os registros se tornaram diários, registrados em papiros ou em tábuas, cujo final de
cada períodos sofria uma nova sintetização. A escrita egípcia era realizada pelo Fisco Real,
que tinha como objetivo a contagem de bens e imóveis. Os gregos, baseavam-se em modelos
egípcios, escrituravam as contas de custos e receitas, procedendo em cada ano a apuração do
saldo. O período medieval vai de 1202 até 1494, foi publicado o livro “Liber Abaci” de
Pisano, estudavam-se na época, técnicas matemáticas que tornava o homem cada vez mais
evoluído em seus conhecimentos comerciais e financeiros, o aperfeiçoamento e o
crescimento da contabilidade foram consequências do capitalismo. No final do século XIII,
apareceu pela primeira vez o conceito de “Capital”, representando o valor dos recursos
injetados nas companhias pela família proprietária, marcado também pelo método das
Partidas Dobradas, os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem
transferidos ao exercício industrial.
O Período Moderno se estende de 1404 até 1840, foram marcados devido grandes
acontecimentos que marcaram a fase da pré-ciência, caracterizada pelos Turcos tomarem
Constantinopla, a descoberta da América e a reforma religiosa, que tornaram a contabilidade
uma necessidade de estabelecimento de controle de riquezas. A obra de Frei Luca Pacioli,
marcou este período, tratava-se dos métodos das Partidas Dobradas, teoria pela qual
enfatizava a ideia de que todo crédito corresponde a um crédito de mesmo ou igual valor. O
Período Cientifico se inicia em meados do ano de 1840 até os dias de hoje, neste período se
destaca dois grandes autores: Francesco Villa e Fábio Béta, que iniciaram toda a fase
cientifica da contabilidade, proporcionando conceitos e novas descobertas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, fica claro que com o surgimento de grandes empresas, como as
multinacionais ou transnacionais, requer a necessidade de práticas contábeis, que
permitissem corretamente a interpretação das informações. O profissional contábil irá
fornecer os dados necessários para que o usuário, seja qual for seu objetivo, tome a melhor
decisão possível avaliando a situação econômica e financeira da entidade as avaliações,
todavia, as demonstrações contábeis constituirão elemento necessário.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PALAVRAS-CHAVE: Civilizações. Contabilidade. Demonstrações contábeis. Partidas
Dobradas.

REFERÊNCIAS

HISTÓRIA da contabilidade. S ão Paulo: Socontabilidade, 2011. Disponível


em:<http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/historia_contabilidade.php>
Acesso em: 30 abr. 2016
ZANLUCA, J. C; ZANLUCA, J. S. A história da contabilidade. São Paulo, [s.d].
Disponível em:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm> Acesso em: 30
abr. 2016

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONTABILIDADE E EMPREENDEDORISMO: A contabilidade como
instrumento de decisão

ALMEIDA, José Élder Holanda de (FAFIC)


VENCESLAU, Raabe Saraiva (FAFIC)
ALMEIDA, Flávio Franklin Ferreira (ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO
O vocábulo empreendedorismo, cada vez mais em evidência, surge no início
do século XX como sinônimo de criatividade e inovação. Saber tomar decisões
assertivas e no momento oportuno, explorar ao máximo as oportunidades e trazer
soluções práticas para os problemas do dia-a-dia são características fundamentais
do empreendedor.
Apesar de apresentarem conceitos distintos, a contabilidade esta cada vez
mais relacionada ao empreendedorismo. Numa sociedade marcada por oscilações
econômicas e por um modelo fundamentado no capitalismo de mercado, ideias
empreendedoras possibilitam novas oportunidades e facilitam a permanência das
empresas em um mercado econômico cada vez mais acirrado e inovador.
Como a contabilidade se preocupa em registrar os fatos contábeis, ela
proporciona maior veracidade nas transações e mapeia quais reflexos podem ser
provocados na situação financeira das empresas.

PROBLEMÁTICA
Qual a importância da contabilidade ao oferecer subsídios necessários para
salvar empresas de crises financeiras e possibilitar orientações acerca dos planos
futuros das organizações?

OBJETIVO GERAL
Analisar o papel norteador que a contabilidade possui e a importância dos
relatórios contábeis para a tomada de decisões nas empresas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Estudar as relações entre a contabilidade e o empreendedorismo
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Verificar a importância do planejamento financeiro através dos relatórios
contábeis

METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório e será apoiada mediante
revisão bibliográfica especializada. O trabalho buscará refletir acerca da importância
da contabilidade nas empresas empreendedoras.

REFERENCIAL TEÓRICO
No mercado financeiro cada vez mais competitivo e acirrado, torna-se
fundamental possuir meios de contornar crises e propor soluções viáveis para os
problemas das empresas. Para Dornelas (2008), ―o empreendedor é aquele que faz
as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da
organização.‖
Observando dados atuais de mercado, O SEBRAE (2013) diz que ―quase
metade das empresas fecham suas portas em até dois anos, e o principal motivo é a
falta de capital de giro, seguida da falta de clientes e problemas financeiros‖. Foi a
partir desses problemas, que o empreendedor passou a pensar em novas formas de
coibir essas adversidades tão corriqueiras no âmbito corporativo.
Partindo desse pressuposto e relacionando com a contabilidade como
ferramenta de gestão, é dela que tiramos os meios necessários para futuras
decisões. Conforme Iudícibus (2005), a contabilidade permite que ―se conheça o
passado e o presente da situação econômica da entidade, além de possibilitar a
orientação dos planos futuros da organização.‖
O profissional da contabilidade pode desenvolver um papel extremamente
relevante quanto à organização da empresa, à estruturação contábil e de todo o
planejamento financeiro através dos relatórios contábeis.
Os relatórios contábeis constituem uma fonte indispensável de informações
acerca do patrimônio da empresa e para que esta cresça de forma segura. Afinal, os
registros contábeis fornecem informações sobre custos, despesas, encargos e
tributos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Sendo assim, é recomendável que todo administrador e\ou empreendedor
busque auxílio nas ferramentas da contabilidade para melhor gerir a empresa e
projetar resultados a partir de metas pré-estabelecidas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão bibliográfica possibilitou confirmar a importância da contabilidade no
âmbito empresarial e enxergar, de fato, como uma visão empreendedora aliada a
ferramentas contábeis podem auxiliar no desempenho de empresas e solucionar
problemas futuros oriundos da má administração.
Em suma, a pesquisa revelou que a contabilidade se apresenta como um
importante mecanismo para o acompanhamento gerencial e financeiro de um
negócio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando ideias em

negócios / José Carlos Assis Dornelas -3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

IUDÍCIBUS, Sergio. Teoria da Contabilidade. 4ed. São Paulo: Atlas, 1995.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –

Sobrevivência das empresas no Brasil. Brasília, 2013. Site disponível em

http://www.sebrae.com.br. Acesso em: maio/2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
IMPORTÂNCIA DA COBRANÇA DA ÁGUA BRUTA EM BACIAS
HIDROGRÁFICAS

SOUSA, Francisca Rozângela Lopes (UFCG)


PESSOA, Mariana Ferreira (UFCG)
OLIVEIRA, Mayara Muniz (FAFIC)

INTRODUÇÃO

A escassez hídrica atinge inúmeros usuários tais como abastecimento urbano,


industrial, agricultura, aquicultura, navegação, dentre tantos outros, podendo inclusive
prejudicar diversos seres, e até mesmo comprometer o desenvolvimento nacional. A crise
hídrica não está restrita unicamente a ausência de água, está atrelada também a fatores como a
falta de conscientização e a negligência por parte dos usuários que poluem as fontes e cursos
d‟água, o que compromete significativamente a disponibilidade e qualidade de água. (ROSA;
RIBEIRO, 2014).
No ano de 1997, mais precisamente em 8 de janeiro, foi criada a Lei nº 9.433,
estabelecendo a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), e o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), promovendo o verdadeiro valor e
importância da água, além de propor sua proteção, haja vista que a água é um bem de domínio
público e limitado, dotado de valor econômico, imprescindível tanto a atual, quanto às
gerações futuras.
Rodrigues e Aquino (2014) mencionam que existem bacias hidrográficas onde o
crescimento econômico desordenado e a ocupação inadequada do solo, assim como o mau uso
dos recursos hídricos, por parte dos usuários, têm colaborado para tornar a disponibilidade
hídrica incompatível com a demanda, contribuindo para a escassez desse bem natural, o que
pode ocasionar conflitos de interesse pelos usos das águas nas bacias hidrográficas. Assim, a
gestão eficiente é a forma mais segura de garantir os vários usos, por meio da adoção de
instrumentos, tais como a outorga e a cobrança pela água.

PROBLEMÁTICA

Reconhecer a importância da Cobrança da água bruta, como incentivo ao uso racional


e arrecadar recursos financeiros para financiar programas e intervenções contempladas nos
planos de recursos hídricos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
OBJETIVO

O objetivo desta pesquisa é propor uma compreensão sobre a importância da Cobrança


pelo uso da água bruta em bacias hidrográficas brasileiras.

METODOLOGIA

A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica e documental. É exploratória, descritiva


quando expõe a dialética referente ao assunto estudado.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A lei 9.433/97 enumera os instrumentos fundamentais da PNRH, de extrema


importância para a gestão e ao gerenciamento, dentre eles: os Planos de Recursos Hídricos; o
enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; a
Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; a Cobrança pelo uso de recursos hídricos e;
o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
A referida Lei em sua Seção III, artigo 11 menciona que: “O regime de outorga de
direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e
qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água”.
A Outorga é um ato administrativo emitido pelo poder público responsável, que atribui
ao outorgado a concessão pelo direito de uso da água de determinado corpo d‟água específico,
por um determinado período, nos termos e nas condições expressas no documento de outorga,
e de acordo com as legislações específicas em vigor. (RODRIGUES; AQUINO, 2014).
A Cobrança é um dos instrumentos cruciais para garantir o desenvolvimento
sustentável, pois o uso racional da água e, promove atividades econômicas e o
desenvolvimento social, na medida em que contribui para a preservação e conservação do
recurso. A cobrança promove ainda a implantação de estudos, projetos e ações voltadas para a
preservação ambiental. Vale ressaltar ainda que a Outorga é imprescindível para a Cobrança.
(ROSA; RIBEIRO, 2014).
Conforme a Lei 9.433/97, os valores adotados pelo uso dos recursos hídricos, em
determinada bacia hidrográfica, devem ser observados: nas derivações, captações e extrações
de água, o volume retirado e seu regime de variação; e nos lançamentos de esgotos e demais
resíduos, o volume lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas,
biológicas e de toxidade do afluente.
Para Silva et al., (2015) o planejamento de sistemas hídricos para usos múltiplos, o
aproveitamento racional e otimizado dos recursos hídricos depende principalmente de uma
gestão integrada da água. Nesse sentido, dos instrumentos de gestão das águas, no Brasil, a
cobrança é um dos mais estudados haja vista sua eficácia considerando as variáveis:
econômica com o objetivo de reconhecer a água como um bem de valor econômico e outra
financeira com a finalidade de angariar recursos financeiros para apoiar estudos, programas,
projetos e o gerenciamento dos recursos hídricos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Frente ao exposto, concluímos que a cobrança promove o incentivo de boas práticas,


promove a aquisição de recursos financeiros para financiar programas e intervenções
propostas nos Planos de Recursos Hídricos. A Lei prevê que esses recursos sejam aplicados
prioritariamente na bacia hidrográfica em que forem gerados (artigo 22, caput, da Lei nº
9.433/97).

PALAVRAS-CHAVE: Escassez. Instrumentos de Gestão. Recursos Hídricos.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Águas: Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Brasília – DF, 1997.

ROSA. Bruna Pereira; RIBEIRO. José Cláudio Junqueira. A cobrança pelo uso da água
como mecanismo de sustentabilidade. Revista do Mestrado em Direito da Universidade
Católica de Brasília: Escola de Direito. Brasília – DF, v. 9, nº 2, p. 59-90, jul./ Dez, 2014.

RODRIGUES. Marcus Vinícius Sousa; AQUINO. Marisete Dantas de; Análise comparativa
entre a cobrança pelo uso da água bruta do estado do Ceará com a cobrança aplicada no
estado de São Paulo. REGA - Revista de Gestão de Água da América Latina. V. 11, nº 2, p.
37 – 51, jul./dez. 2014.

SILVA, S. M. O.; SOUZA FILHO, F. A.; AQUINO, S. H. S. Alocação de custos e cobrança


pelo uso da água no estado do Ceará. REGA, Porto Alegre – v. 12, n. 2, p. 47-59, jul./dez.
2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
IMPOSTO DE RENDA: mudanças para o ano 2016

SOUZA, Caio Cesar Lima (FAFIC)


SILVA, Daniele Henrique (FAFIC)
ROLIM, Júlio Igor de Freitas (FAFIC)
ALMEIDA, Flávio Franklin Ferreira (ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO
Esse resumo expandido tem por finalidade mostrar as mudanças, direitos e
obrigações que a pessoa física deve conhecer sobre imposto de renda. Analisando suas
vantagens e melhorias.

PROBLEMÁTICA

O Imposto de renda 2016 é o valor anual descontado do rendimento do trabalhador


ou da empresa com destino ao governo federal, sendo que a porcentagem de desconto é
fixada pelo governo de cada país onde é aplicado tal imposto Além de cumprir suas
obrigações, a pessoa física estará contribuindo o seu país saúde, educação, programas sociais,
etc. Sendo assim, tem-se o seguinte problema: O que é imposto de renda e qual a
importância?

OBJETIVO
Analisar e extrair informações das novidades do imposto de renda, compartilhando
de forma simplificada seus principais objetivos e existência.

METODOLOGIA
Pesquisa por sites informativos de contabilidade, leitura de artigos e resumos,
entrevista a pessoas que utilizaram imposto de renda.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O imposto sobre a renda é um tributo existente em vários países, em que
cada contribuinte, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, é obrigado a pagar uma certa
porcentagem de sua renda para o governo nacional.O cálculo do tributo tem por base uma

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
nova riqueza produzida pelo contribuinte, seja por fruto de trabalho, capital, sobre a qual se
aplica uma porcentagem,obedecendo tabela produzida pela receita federal do Pais Agora há
obrigatoriedade de informar o CPF dos dependentes e alimentados com 14 anos ou mais antes
era de 16 essas, mudança no Imposto de Renda tem por objetivo refrear fraudes relacionadas à
inclusão de dependentes fictícios na declaração e à inserção de um mesmo dependente em
declarações diferentes. Os profissionais das áreas de saúde, odontologia e advocacia deverão
informar à Receita Federal o CPF dos clientes pessoa física para os quais prestaram serviços –
antes o valor era apenas informado de forma global.
O carnê-leão deverá ser usado como base para registro dos rendimentos, sendo que
agora é preciso informar o CPF e os valores recebidos de cada cliente ou paciente; Casados
não precisarão mais informar os rendimentos tributáveis e o imposto pago do cônjuge, basta
informar o CPF; No programa da Receita, a criação do botão “entrega da declaração” fará ao
mesmo tempo as funções de verificar as pendências, fazer a gravação e transmiti-la,
agilizando o processo de entrega da declaração; Os valores das deduções permitidas pela
Receita são os seguintes: R$ 3.561,50 para despesas com educação por contribuinte ou
dependente e R$ 2.275,08 por dependente. Não há limite de deduções para as despesas com
saúde, com pensão alimentícia judicial e para o total de contribuições feitas ao INSS. Já as
com a previdência privada estão limitadas a 12% da renda bruta anual tributável. A dedução
para quem tem empregado doméstico será de, no máximo, R$ 1.182,20.Dentre as mudanças
que houveram esse ano,o resumo da declaração um meio de simplificar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com isso finaliza o resumo, sempre lembrando que o imposto de renda é importante
para o país, e sabendo que sem essa contribuição não teria recurso suficiente para educação,
saúde e segurança. Procure o contador que fará seu imposto de renda de forma correta,
atualizando seus bens e receitas.

PALAVRAS-CHAVE: Contribuinte, Declaração, Imposto, Governo

REFERÊNCIAS
Mudança no imposto de renda 2016: Fique por dentro: Disponível em:

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
<http://www.parmais.com.br/blog/mudanca-no-imposto-de-renda-2016-fique-por-dentro/>
Acesso em: 08 de maio de 2016 ás 15h31m.
Imposto de renda 2016 regras- O que mudou, dúvidas: Disponível em:
<http://impostoderenda2016.net/imposto-de-renda-2016-regras-o-que-mudou-
duvidas.htm> Acesso em: 08 de maio de 2016 ás 14:00.

O que mudou no imposto de renda em 2016: Disponível em:


<http://www.jornalcontabil.com.br/?p=7175> Acesso em 08 de maio de 2016 ás 18h20m.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ISO 14001: BENEFÍCIOS E DIFICULDADES PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO

PESSOA, Mariana Ferreira (UFCG)


MUNIZ, Mayara Oliveira (FAFIC)
SOUSA, Francisca Rozângela Lopes (UFCG)

INTRODUÇÃO

Está cada vez mais evidente a importância e a necessidade de empresas adotarem


medidas sustentáveis dentro do seu ambiente de trabalho, garantindo que suas atividades
sejam realizadas levando em consideração o fator ambiental, e que todos os funcionários e
administradores entendam o valor do desenvolvimento sustentável para a melhoria não só da
organização, mas também como forma de garantir um meio ambiente sustentável para as
futuras gerações.
Conforme Carvalho (2011), a necessidade de propor mudanças para atender aos
requisitos do desenvolvimento sustentável está sendo verificadas no cotidiano das empresas,
de modo que, ligadas à criação e desenvolvimento de políticas econômicas, promovam ações
sustentáveis. Nessa perspectiva, a Gestão Ambiental é também uma estratégia competitiva da
empresa na tentativa de atender os pressupostos políticos e sociais.
Neste contexto, a Norma ISO 14001 enumera parâmetros para que empresas possam
adequar-se às exigências de competitividade e adequabilidade de gestão, formulando uma
política e objetivos que considerem também a legislação pertinente (ABNT, 2004). De modo
que prevenir os problemas ambientais se trata de uma questão moral, já que além de afetar a
qualidade de vida, proporciona ameaças à sobrevivência, sendo assim, é imprescindível que as
organizações busquem alternativas que possam tratar os resíduos e/ou minimizar sua
produção.

PROBLEMÁTICA

Compreender o motivo pelo qual a maioria das empresas ainda não adquiriu a
certificação da Norma ISO 14001, visto que sua implementação possibilita diversos
benefícios.

OBJETIVO
O objetivo desta pesquisa é analisar os principais benefícios e dificuldades que as
empresas enfrentam para implementar a norma ISO 14001.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

A pesquisa foi baseada em artigos na área estudada, caracterizando assim, pesquisa


como bibliográfica.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Por volta da década de 70, começaram a surgir legislações, leis e normas ambientais
com o intuito de diminuir os impactos causados de forma negativa ao meio ambiente. Com
isso, a nova preocupação dos empresários, era em obter três objetivos: cumprir as legislações,
atingir o consumidor consciente e reduzir o consumo dos recursos naturais. Para atingir tais
objetivos, muitas empresas implementaram a norma ISO 14001, que permite a organização
conseguir seus objetivos diminuindo os gastos com recursos naturais (GOIS et al., 2015).
Segundo Diniz (2009), a NBR ISO 14001 busca uma relação de equilíbrio entre o
meio ambiente e o processo produtivo, entre a natureza e a sociedade. A norma não é capaz de
solucionar todos os impactos ambientais advindos do capitalismo, mas é tida como uma
estratégia de enfrentamento e conscientização. O que permite ao consumidor, às organizações
e ao governo, compreender que é necessário utilizar os recursos naturais da melhor forma
possível, para que as consequências negativas que atingem o meio ambiente sejam
minimizadas.
A norma NBR ISO 14001 nada mais é que um conjunto de requisitos necessários
para que um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) possibilite o desenvolvimento de políticas e
objetivos de acordo com os aspectos legais e ambientais mais significativos, podendo ser apli-
cada a todos os tipos de empresas, de todos os portes e de qualquer região. Os requisitos do
SGA de acordo com a ISO 14001 podem ser utilizados para a certificação ambiental com o
objetivo de transmitir confiabilidade às partes interessadas (NBR ISO 14001, 2004).
Possibilitando, assim, às organizações uma maior interação entres os seus stakeholders e o
meio ambiente, de forma que sejam atingidos os interesses de ambos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Gestão Ambiental é uma alternativa inovadora, que cada vez mais está sendo
utilizada por empresas de todo mundo, para melhorar e controlar suas atividades de forma a
causar menos impactos negativos ao meio ambiente, gerando uma melhor economia e maior
competitividade, em função da modernização de projetos e processos e da redução do
desperdício dos recursos naturais, do gerenciamento adequado de resíduos sólidos e do
número de ocorrência e multas provenientes dos órgãos de fiscalização.
A norma NBR ISO 14001 tem sido o instrumento mais utilizado para desenvolver a
Gestão Ambiental em empresas industriais. No Brasil, sua adoção vem aumentando
gradativamente nos últimos anos, indicando amadurecimento das questões ambientais
empresariais na direção de uma gestão sustentável.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PALAVRAS-CHAVE: ISO 14001. Sistema de Gestão Ambiental. Meio Ambiente.

REFERÊNCIAS

ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:


Sistemas de Gestão Ambiental – Especificações. 2 ed. Rio de Janeiro, 2004.
CARVALHO, A. Gestão sustentável de cadeias de suprimento: análise da indução e
implementação de práticas socioambientais por uma empresa brasileira do setor de
cosméticos. São Paulo. 2011.
DINIZ, R. V. W. Contribuição da ISO 14.001 para a construção de um novo paradigma
nas empresas: estudo de caso em uma empresa certificada da Paraíba. João Pessoa: UFPB,
2009.
GOIS, de E. H. B. et al. Panorama mundial e nacional da norma ISO 14001.Revista
Brasileira de Iniciação Científica - ISSN 2359-232xVol. 2, nº 02, 2015.
NBR ISO 14001 – Sistemas da gestão ambiental: requisitos com orientação para uso. Rio de
Janeiro: ABNT, 2004.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O GERENCIAMENTO DOS CUSTOS AMBIENTAIS

MACIEL, Flávio César de Lima7


PEREIRA, Jamilton Costa8
FARIAS, Simone César9 (ORIENTADORA)

INTRODUÇÃO

Tendo em vista a ampla utilização dos recursos naturais pelos diversos setores
industriais, é perceptível que é preciso se estabelecer dentro das empresas uma gestão
direcionada no sentido de contabilizar os custos ambientais, de forma que haja a execução do
processo de determinação do desempenho e até mesmo da própria rentabilidade da entidade,
no sentido de gerar uma resposta positiva para a mesma, através da utilização no processo de
tomada de decisões, das informações que forem obtidas.

PROBLEMÁTICA

Desta forma, quando visualizamos a importância e as particularidades que perpassam


a dicotomia existente entre a utilização e a preservação dos recursos provenientes da
natureza, vê-se o quão se torna imprescindível a busca pela resposta do seguinte
questionamento: Quais os reais benefícios existentes na prática do gerenciamento dos custos
ambientais?

OBJETIVO

O objetivo deste estudo é pontuar alguns benefícios que podem ser obtidos através do
gerenciamento dos custos referentes a questões ambientais.

7
Graduando do 8º período do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC), e-mail: flaviocesarmaciel@gmail.com.
8
Pós-graduando em Gestão Ambiental (UFCG). Pós-graduando em Gestão da Educação Municipal (UFPB).
Graduado em Ciências Contábeis (FAFIC), e-mail: jcp_jamiltoncosta@hotmail.com.
9
Especialista em Gestão Pública Municipal (UFPB). Coordenadora do Curso de Bacharelado em Ciências
Contábeis da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e Cajazeiras (FAFIC).
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

Para tanto, este trabalho é derivado da realização de uma pesquisa exploratória, por
meio de uma revisão documental e bibliográfica, a luz do método dialético.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os recursos naturais sempre foram amplamente utilizados nos mais diversos tipos e
modalidades de produção, de forma que esse processo de degradação excessiva e de depleção
exacerbada acabou culminando no surgimento de diversos problemas ambientais, como por
exemplo a poluição, a destruição da biodiversidade, a degradação da camada de ozônio, o
agudizamento do efeito estufa, dentre outros impactos que passam a afetar diretamente o
ecossistema.
Neste sentido, evidencia-se que essas questões estão diretamente ligadas a
contabilidade, de forma que em uma de suas especializações, na Contabilidade Ambiental, há
o direcionamento do estudo para as questões voltadas ao registro de determinado patrimônio
ambiental (de qualquer entidade), como forma de mensurar suas obrigações, bens e até
mesmo diretos ambientais.
Com isso, o direcionamento das ações a partir da concretização deste tipo de
contabilidade, irá servir para que seja feita uma avaliação e uma identificação dos eventos
econômicos e financeiros neste âmbito que possam vir a intervir no estado patrimonial e
também no resultado das entidades contábeis.
Face a isso, verifica-se que a atuação dos contadores nessa área se faz de suma
importância, tendo em vista que o investimento em mecanismos que venham a reduzir os
danos ambientais, podem gerar um déficit orçamentário para as empresas, sendo necessário
que haja uma intervenção no sentido de assegurar a rentabilidade do negócio, por meio do
controle dos fluxos de caixa.
Neste contexto, ao considerarmos os benefícios e até mesmo os riscos que são
particulares e intrínsecos de cada tipo de atividade econômica, evidencia-se que a utilização
das demonstrações contábeis irá auxiliar aos diversos tipos de usuários no conhecimento e
entendimento da conduta operacional e administrativa da organização. Assim, tanto a

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
sociedade quanto a própria empresa, como todos os setores que tiverem interesse, estarão
informados do empenho da mesma em conseguir conciliar o seu desenvolvimento econômico
de forma paralela a garantia de melhores condições ambientais.
Mediante o exposto, é necessário também, traçar considerações que estejam
direcionadas a Contabilidade de Custos Ambientais, tendo em vista a consolidação de maiores
benefícios para as empresas que se proponham a por em prática suas ações tendo como
pressuposto as estratégias apontadas por estas.
Portanto, as informações fornecidas irão servir para auxiliar na determinação do
desempenho e até mesmo da rentabilidade das atividades da entidade, de forma que também
iram interferir de forma positiva no processo de gerência, planejamento, controle,
desenvolvimento e administração das operações, ao passo que fornece informações essenciais
para a tomada de decisões.
Os custos ambientais constituem-se enquanto um subconjunto de um universo mais
abrangente de outros custos, de forma que não há uma distinção entre eles, mas sim uma
complementariedade já que fazem parte de um sistema integrado de fluxos materiais e
monetários pertencentes à empresa (TINOCO; KRAEMER, 2008).
Com isso, percebe-se que o dispêndio de recursos ligados a questões ambientais é
intrínseco a todas as etapas do processo de produção, tendo em vista que eles podem estar
presentes de forma enviesada, não sendo tão perceptíveis dependendo da setor que se está
levando em conta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi discutido fica evidente a importância da execução do


Gerenciamento dos Custos Ambientais, tendo em vista que este acaba se constituindo
enquanto sendo um importante mecanismo que pode ser utilizado no processo de gerência,
planejamento, controle, administração e desenvolvimento das operações das entidades, para
que estas possam vir a executar atividades mais rentáveis, sustentáveis e ecologicamente
corretas.

PALAVRAS-CHAVE: Gerenciamento de Custos. Questões Ambientais. Recursos Naturais.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS

LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade de custos. 4 ed. –


São Paulo: Atlas, 2010.

MATINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10 ed. – São Paulo: Atlas, 2010.

PAIVA, Paulo Roberto. Contabilidade Ambiental: evidenciação dos gastos


ambientais com transparência e focada na prevenção. 1 ed. – 3 reimpr. – São
Paulo: Atlas, 2009.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Método e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.

TINOCO, João Eduardo Prudência; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e


Gestão Ambiental. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO: Dre

COSTA, Jonatan -FAFIC


MELO Matheus de Oliveira
MORAIS, Luiz Carlos Lunguinho
INTRODUÇÃO
O Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) é uma ferramenta onde são
informadas as operações realizadas na empresa confrontando entre Receita X Despesas em
um determinado período. Com isso o administrador terá uma base de como anda sua empresa,
como está a “saúde” dela e poderá tomar medidas para aumento de lucros.

PROBLEMÁTICA
A dificuldade das empresas identificarem os gastos às receitas no período do
exercício.
Qual a necessidade da elaboração da DRE ?

OBJETIVO
Mediante a elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício, melhorar a
administração da empresa.

METODOLOGIA
Através de pesquisas realizadas em livros contábeis e sites, realizamos o resumo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A demonstração do resultado do exercício (DRE) tem principal objetivo, apresentar de
forma resumida, o resultado apurado de operações realizadas do período do exercício (dois
meses). A determinação do resultado de exercício evidenciará a formação de vários níveis de
resultado mediante confronto entre as receitas, custos e despesas. A receita bruta de vendas
demonstra os valores das receitas decorrentes das atividades normais das empresas embasadas
nas notas fiscais de vendas de mercadorias, produtos ou serviços. As deduções de vendas são
representadas pelas contas de devolução de vendas, abatimentos, descontos e tributos que
incidem sobre as receitas de venda de mercadorias, serviços e produtos.
A receita líquida de vendas é a diferença entre receita bruta de vendas e as deduções de
vendas, representadas então a receita liquida de impostos diretos. O custo das mercadorias
Vendidas (CMV) é o gasto que a empresa tem apara colocar o produto a disposição do cliente.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O Lucro Bruto é a diferença entre a receita liquida de vendas e o custo das mercadorias
vendidas, representando o lucro obtido pela entidade é o saldo que permanece para a
cobertura das despesas operacionais da empresa. Despesas operacionais são aquelas pagas ou
incorridas para venda de produtos e administração da empresa. Despesas com vendas,
Despesas administrativas, Despesas financeiras, Receitas financeiras, outras receitas ou
despesas operacionais. Lucro ou prejuízo operacional: é a diferença entre lucro bruto e as
receitas operacionais, que representam o resultado obtido pela empresa. Outras receitas: São
resultados que se classificam proveniente de atividades acessórias da empresa, que decorrem
de participações em outras sociedades, semelhantes a resultados de equivalência patrimonial,
dividendos recebidos de investimentos e avaliados pelos métodos de custos, despesas com
amortização de ágio ou receita com amortização de deságio de investimentos. Lucro ou
prejuízo operacional é a diferença entre o lucro bruto e as despesas e receitas operacionais,
que representam o resultado obtido pela instituição na consecução de suas atividades normais.
Outras receitas: São classificados os ganhos de capital, decorrentes da alienação e de
bens dos ativos permanentes de valores maiores a seu valor líquido contábil, ou seja,
rendimentos obtidos de atividades que não fazem parte do objeto da entidade, os ganhos
oriundos das vendas de bens do artigo não circulante. Outras despesas: são classificadas as
perdas de capital, apuradas nas vendas de bens ativo permanente por valores menores ao seu
valor líquido contábil, ou seja, as perdas decorrentes da atividade que não fazem parte do
objeto da empresa, basicamente decorridas das perdas de bens do ativo não circulante.
Resultado antes da contribuição social e imposto de renda: é a diferença entre o resultado
operacional e outras receitas e as outras despesas, que representam o total obtido pela empresa
antes do pagamento do imposto de renda, contribuição social e participações. Contribuição
social: É o registro das despesas com contribuição social sobre o lucro, tributos devido a
união. Provisão para o imposto de renda: É o lançamento das despesas e imposto de renda,
registrado no próprio exercício, originada pelo imposto apurado sobre a renda das empresas,
com base no lucro real presumido ou arbitrado. Participações: São as distribuições de parcelas
de lucro para determinados favorecidos, nos termos estabelecidos pelo estatuto de cada
companhia. Lucro ou prejuízo Liquido do Exercício é a diferença apurada entre o resultado
antes das participações, representados o lucro ou prejuízo líquido do período.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto as demonstrações do resultado do exercício (DRE) são de extrema
importância para as empresas, investidores, aos bancos financiadores, ao governo e aos
administradores, para que possam acompanhar a situação das empresas e torna possível uma
administração mais eficiente e quando necessário modificá-la. Sendo assim uma ferramenta
necessária para qualquer tipo de empresas ou instituições.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PALAVRAS-CHAVE: Demonstrações, Empresa, Lucro, Prejuízo, Saldo.

REFERÊNCIAS:
Demonstrações do resultado de Exercício. Disponível em: <
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm>. Acesso em 9
de maio de 2016.

Conceitos de DRE- Demonstrativo de Resultado do Exercício. Disponível em: <


http://conhecimento.alterdata.com.br/ar/kblive.php?action=showEntry&data=5799>. Acesso
em 9 de maio de 2016.

SANTOS. J.L, SCHMIDT. PAULO. Contabilidade Societária, 3° edição atualizada pela lei n°
11.638/07, MP n° 449/08, Deliberação CVM n° 565/08, editora, atlas.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
UMA ABORDAGEM SOBRE O MERCADO FUTURO E A PERSPECTIVA DO PAPEL
DE CADA NEGOCIANTE NA DINÂMICA DO PROCESSO

FONTES, Descartes Almeida (FAFIC)

INTRODUÇÃO

A dinâmica sobre o entendimento do uso dos mercados futuros avança na década de


70, principalmente em diversas áreas da economia, polarizando a administração de riscos,
assim as bolsas atraem especuladores, administradores de fundos de investimentos e de
pensão, sobre a perspectiva de reais ganhos neste processo. Os produtores rurais,
cooperativas, agroindústrias, indústrias de insumos, são condicionados a buscarem
atualizações sobre o sistema produtivo agrícola entre o plantio, colheita e comercialização.
Vários fatores sobre o clima colocam riscos elevados em culturas e/ou criações,
condicionando as incertezas diante dos preços praticados nos recebimentos. Em observância
da referida pesquisa, os mercados futuros de commodities agropecuárias dinamizam os
agentes aos quais configuram-se em compradores, vendedores os especuladores,
os corretores e os operadores. Conforme Schouchana (1995) pode-se definir Mercado Futuro
como o mercado onde são realizadas operações envolvendo lotes padronizados de
commodities ou ativos financeiros, onde os participantes apostam em cotações futuras para se
proteger ou especular.

PROBLEMÁTICA

A realidade na qual os investidores se comprometem a comprar e vender certa


quantidade de ativo, sendo estes negociados com intensa variação. A flexibilização reflete um
alto grau de importância neste processo de negociação, desta forma é possível lucrar tanto
com a alta ou a baixa do preço dos ativos, assim a pesquisa busca responder a seguinte
questão: o mercado futuro pode ser utilizado para minimizar riscos ou para potencializar
retornos?

OBJETIVO
Aprimorar uma abordagem acera do mercado futuro sobre a perspectiva de cada
negociante dentro do processo.

METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida com orientações bibliográficas, a qual foi fundamentada


com base nas principais obras do segmento de mercados de capitais e contabilidade das
instituições financeiras, complementada através da exploração de artigos científicos,
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
dissertações de mestrado, teses de doutorado, através de revistas especializadas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A referente pesquisa observou que as proprietárias rurais e cooperativas, são eles
vendedores aos quais buscam proteção “seguro”, este na tentativa de garantir supostas quedas
nos preços em uma data pré-determinada no futuro, ou seja, possível data sobre a
comercialização agrícola, chamados assim de hedgers, são estes que vendem no mercado
contratos futuros, estes contratos tornam-se uma modalidade de derivativos em que o
investidor tem o compromisso diante da compra e venda sobre uma mercadoria para datas
futuras. Ainda no tocante a disposição do tema, a pesquisa aponta a necessidade que de quem
deseja adquirir estas mercadorias chamados de compradores (os exportadores, as
agroindústrias e as cooperativas agro-processadoras), estes em busca de um “seguro”, tão
quanto diferente dos vendedores, protegem-se contra uma futura alta de nos preços em uma
data pré-determinada no futuro (data de vencimento dos contratos de entrega e/ou
exportação), chamados assim de hedgers, estes ficam no mercado comprando contratos
futuros referentes a uma quantidade de produtos agropecuários, isto é, mantêm uma posição
de mercado chamada de long (posição comprada). A regulamentação da operacionalização no
mercado futuro de commodities agropecuárias, seja o vendedor (Hedger com posição Short),
como aquele comprador (Hedger com posição Long), justificam suas intenções por meio de
uma corretora de mercadorias que seja membro da BM&F.
Ilustração: Para comprar 100 ações da Vale por R$ 30,00 é necessário ter em conta R$
3.000 para efetuar a compra. Já no mercado futuro não funciona assim. Com os mesmos R$
3.000 você consegue comprar, por exemplo, até R$ 85.000 em contratos de Boi Gordo.
Neste caso, se o preço do Boi Gordo subir 3%, você ganha os 3% sobre o R$ 85.000, o
que representaria um ganho de R$ 2.550 e um resultado de +85% sobre o capital inicial de R$
3.000. Da mesma forma, se houver uma queda de 3%, o resultado representa uma perda de
85% sobre o valor da margem.
Essa é a natureza do mercado futuro: você não paga nem recebe pelo ativo, mas
apenas pelas oscilações de preço, o que permite um grande poder de alavancagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da contribuição da pesquisa, percebemos que de certa forma alguns usuários


de contratos futuros, visam reduzir sua exposição junto à oscilação de preços sobre uma
commodity, demonstrando o não interesse da não entrega das mercadorias ou instrumentos
financeiros do objeto hora contratado.
A pesquisa propôs aprimorar uma abordagem do mercado futuro, entendendo que o
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
mesmo permite o encerramento das posições, o que ocorre quando uma operação de venda
elimine suas condições por completo as obrigações de uma operação de compra anterior e
vice-versa. A abordagem dos processos condiciona ainda que os agentes compradores de
contratos futuros, sejam eles para um determinado vencimento, este devem vender os
mesmos números contratos futuros daquele vencimento para liquidar sua posição. Já na
questão das vendas de contratos futuros, os agentes compram em igualdade a quantidade de
contratos para o mesmo vencimento, encerrando sua posição.
A pertinência deste assunto diante desta pesquisa condiciona uma nova percepção
quanto a questão da troca de produto não é obrigatória para quem negocia em mercados
futuros. Essa característica é distinta das operações à termo, nas quais a negociação só é
concluída quando o comprador recebe o produto e o vendedor o pagamento.

PALAVRAS-CHAVE: Commodity. Contratos Futuros. Hedger.

REFERÊNCIAS
PAZ, Leandro, F. Mercados Futuros: Como Vencer Operando Futuros. Rio de Janeiro, 1ª ed.
2012.
SCHOUCHANA, F. Mercados Futuros e de Opções Agropecuárias: Teoria e Prática. São
Paulo, 2ª ed. 1995.
www.bmfbovespa.com.br
www.cvm.gov.br
www.portaldoinvestidor.gov.br

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PROGRAMA BEM MAIS SIMPLES BRASIL: UMA MEDIDA PARA
DIMINUIR A BUROCRACIA NA ABERTURA E FECHAMENTO DE EMPRESAS
NO BRASIL

LIMA, Amanda da Costa (UNESA)


ANTUNES, Naíla Ferreira (UNINTER)

INTRODUÇÃO
Os empresários por variadas razões se arriscam em abrir o seu próprio
negócio, e outros entram em falência devido a erros gerenciais, fatores econômicos,
por insolvência, despesas, falta de experiência no mercado e outras situações. Diante
disso, as empresas precisam passar pelo processo de abertura ou fechamento, o
qual é consideravelmente demorado. Assim, o tema referencia com base no decreto
84.14/2015 para à discussão de uma forma menos burocrática para os interessados
nessa ação, com apresentação e aderência do Programa Bem Mais Simples Brasil
do governo federal.

PROBLEMÁTICA
A grande quantidade de papéis que antes era usado será substituída pelo
acesso simplificado como os serviços públicos pela internet com a finalidade de
redução de tempo e dinheiro das pessoas. Desta forma, questiona-se o impasse da
burocratização que perpetua, mesmo tendo os empresários brasileiros acesso ao
mencionado programa.

OBJETIVO O tema deste trabalho tem a finalidade de informar e auxiliar


aos empreendedores sobre a utilização do decreto 84.14/2015 e do
Programa Bem Mais Simples Brasil do governo federal para abertura ou fechamento
de uma empresa.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA
O tipo de pesquisa é classificado como exploratória e documental com a
leitura amparada pelo decreto 84.14/15 para que se tenha uma melhor compreensão
do estudo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As dificuldades de abrir e fechar uma empresa no Brasil é um dos grandes


motivos de dor de cabeça para empresários devido a grande burocracia existente e
elevado custo. O tempo para abrir uma empresa no país é prolongado e exige (12)
documentos em (9) órgãos diferentes.
A ideia é que o processo se reduza à cinco dias, a um único documento,
balcão, virtualmente ou na junta comercial. Por isso, no ano de 2015, o governo
federal anunciou o programa Bem Mais Simples Brasil que tem por finalidade, agilizar
os processos para a abrir ou dar baixa às pequenas e médias organizações no Brasil.
Todavia, o decreto n° 84.14/2015 instituiu o Programa Bem Mais Simples Brasil,
criou o conselho deliberativo e o comitê gestor do programa, assinado pela presidente
Dilma Rousseff no respectivo ano, a qual este programa objetiva simplificar a
prestação dos serviços públicos, de melhorar o ambiente de negócios e a eficiência
da gestão publica. (art. 1° Decreto 84.14, 2015).
O decreto prevê mediante a esse conselho deliberativo, uma unificação de livros
empresarias e dispensa de autenticação contábil por juntas comerciais, que quando
enviados por meio eletrônico à receita federal permitirá uma grande economia por
ano, ao eliminar custos com impostos e impressão de papéis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, apresentou-se ao discorrer do texto, um direcionamento menos


burocrático para os gestores, com a apresentação e apontamento acerca da

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
relevância ao utilizar o Programa Bem Mais Simples Brasil do governo federal,
lançado em fevereiro de 2015. Dentre as vantagens desse programa para as
empresas, há a melhoria na economia de taxas, registros e de impressões de livros
contábeis, com melhorias para o negócio e a gestão pública. Para melhor atender
aos interessados, o governo necessita fazer um melhor planejamento de divulgação
para informar a grande população que se encontra leiga ao assunto.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PALAVRAS-CHAVE: 84.14/2015. Programa Bem Mais Simples. Burocracia.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Decreto 84.14/2015, de 23 de dezembro de 2015. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_At o20152018/2015/Decreto/D8414.htm
Acesso em: 02 de mai. 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Direito

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A EFICÁCIA DAS LEIS NO TEMPO: princípio da irretroatividade

GERMANO, Luma Leonária dos Santos (FAFIC)


AQUINO, Amanda Holanda Rocha de (FAFIC)
FIGUEIREDO, Andressa Abrantes de(FAFIC)

LOPES, Francisco Francinaldo Bezerra (ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO

A lei é o ponto de partida do direito, é a principal fonte do Direito brasileiro, emana


do legislador, tem caráter de obrigatoriedade, é um preceito jurídico escrito e é dela que
decorrem diversos princípios e direitos, como por exemplo, o artigo 5º, inciso II da CF/88
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”:
princípio da legalidade. E quando a lei é omissa existem as chamadas fontes integradoras do
Direito que é de tamanha importância para o ordenamento jurídico, que regulamentou as
hipóteses de eficácia da lei no tempo e no espaço. É preciso saber então quais os efeitos
desta lei no tempo em relação ao ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada.

PROBLEMÁTICA

A Lei antes de entrar em vigor passa por um procedimento especifico, que depois de
bem elaborada, publicada e promulgada, espera por um tempo ate que passe a produzir
efeitos o que é conhecido no meio jurídico como vacatio legis, quanto mais complexa for a
lei, maior é o tempo que levará para entrar em vigor, havendo exceções, há aquelas leis que
entram em vigor e rapidamente produzem efeitos, são aquelas leis que produzem pouco
impacto na sociedade. Esse tempo de espera é muito importante para que as pessoas se
acostumem com a nova lei. Mas a leis como já sabemos são as principais ferramentas do
direito brasileiro. Há possibilidade de a lei retroagir com a finalidade de alcançar um ato
jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada?

OBJETIVO
O presente trabalho tem por objetivo compreender os princípios que impedem que a
lei retroaja para prejudicar ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada, por meio
de uma análise dos princípios que regem a eficácia da lei no tempo, com ênfase a
irretroatividade.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

Para que o objetivo do presente estudo fosse atingido foi feito a analise dos princípios
previstos na CF/88 e na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB) e
buscado subsídios teóricos na doutrina e em sites de pesquisas que contribuíssem no estudo
da eficácia na lei no tempo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Fundamentado na doutrina de Maria Helena Diniz, em Cristiano Chaves Farias e na


Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB) e CF/88, fornecendo ao leitor
subsídios para que ele possa compreender a eficácia que a lei possui no tempo. E com base
nos artigos da LINDB, artigo 3º que se refere aos princípios que regem a eficácia da lei no
tempo, que é o principio da obrigatoriedade, que diz respeito ao fato de que ninguém
descumprir a norma, ela possui caráter obrigatório, e no artigo 2º caput, principio da
continuidade diz que a norma não perderá sua vigência no decorrer do tempo, a não ser se
outra norma com o mesmo texto ou superior hierarquicamente vier a modifica-la ou revoga-
la e por fim temos o principio da irretroatividade que estabelece a segurança jurídica da
norma, protegendo o ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, conclui-se que o ordenamento jurídico brasileiro em regra adota o principio


, ou seja, “a norma não poderá retroagir e não serão aplicadas as situações constituídas sobre
a vigência da lei revogada ou modificada”, a ultratividade “permanece em vigor para aquele
que praticou o ato mesmo que a lei nova entre em vigor e seja pior para o réu”, ou seja, que a
lei mesmo sendo revogada continuará tutelando sobre os fatos que aconteceram no seu
tempo, à lei nova não surtirá efeito sobre esse fato, a menos que a lei nova traga beneficio
para o réu, mas se for para prejudicar a lei não retroagirá. Portanto a eficácia da lei o tempo é
o prazo em que a lei está vigorando e é um dos sistemas mais importantes para o
ordenamento jurídico. Por fim, a regra constitucional protege o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada contra os efeitos das leis cuja vigência é posterior à consolidação
dos fenômenos jurídicos retro citados, conforme art. 5º, XXXVI da CF/88, com o qual se
harmoniza o art. , da LINDB.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos. Eficácia. Princípios.


ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS

A Eficácia da lei no tempo disponível em


http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/57364/a-eficacia-da-lei-no-tempo#!2
acessado em 16 de março de 2016 ás 13hrs e 32min.
DINIZ, Maria Helena. Conflito de leis. 3. Ed. rev. – São Paulo: Saraiva, 1998,
pag.36.
Direito Civil: Eficácia da lei no tempo e no espaço (TJPB2015) disponível em
http://www.diariojurista.com/2015/08/direito-civil-eficacia-da-lei-no-tempo-e-no-espaco.html
acessado em 16 de março de 2016 ás 12hrs e 50 min.
FARIAS, Cristiano Chave. ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: parte geral e
LINDB. Bahia: Juspodivm, 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A MULTIPARENTALIDADE NO BRASIL E O IMPORTANTE PAPEL DA
JURISPRUDÊNCIA NA ATUALIDADE

MELO, Kelly Cristina de Oliveira (FAFIC).


JUNIOR, Francisco Paulino da Silva (ORIENTADOR).

INTRODUÇÃO

O Direito como ciência social deve estar em constante evolução buscando adaptar-se
as exigências da sociedade. O Direito foi criado pelo homem e para ele, possuindo a função
precípua de regulador das relações sociais, contudo, o texto é estático e a sociedade dinâmica,
a exegese dos princípios é fundamental para o alcance de novos significados que melhor se
adequem às necessidades da sociedade moderna, ficando a cargo da jurisprudência a
importante missão de atualizar as leis, possibilitando assim a regularização dos fatos que o
legislador não foi capaz de prever.

PROBLEMÁTICA

Existe, a luz do ordenamento jurídico pátrio, possibilidade de inserção de sistema


binário de filiação, na Certidão de Nascimento?

OBJETIVO

O objetivo principal desse trabalho é abordar as questões da multiparentalidade, bem


como o papel que a jurisprudência exerce nesse processo, valendo-se do princípio do Melhor
Interesse da Criança e do Adolescente, para defender a inserção do sistema binário de
filiação, o qual embora ainda não positivado no ordenamento jurídico brasileiro vem sendo
reconhecido pela jurisprudência atual.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA
O presente trabalho utilizou-se do método de abordagem dedutivo e das técnicas
alusivas à pesquisa bibliográfica e documental.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A multiparentalidade aqui será entendida como a possibilidade de relativização do


sistema binário de filiação, para incluir outro indivíduo no exercício da paternidade ou
maternidade, passando o registro da filiação a conter mais de dois responsáveis pelo
exercício dessa função. Serão considerados nesse processo os elementos socioafetivos, que
surgem na afetividade entre as pessoas, os quais independem de fatores biológicos, bem
como o principio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente, que possui status de
direito fundamental, devendo por tanto ser observado pela sociedade como um todo. O
Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente está previsto na Constituição
Federal de 1988, em seu artigo 227, caput, no Estatuto da Criança e do Adolescente em seus
artigos 4º, caput, e 5º e no texto da Convenção Internacional das Nações Unidas sobre os
Direitos da Criança e do Adolescente. A definição de família alude o dever dos pais em zelar
pelo bem estar de seus filhos, imputando a estes não somente os cuidados de alimentação e
moradia, como também à educação e assistência moral.
A socioafetividade é um dos alicerces para o estabelecimento dos vínculos de filiação,
o afeto, muitas vezes, mostra-se mais eficaz do que a consanguinidade, podemos confirmar,
citando, não raros exemplos, de pais biológicos que abandonam seus filhos, enquanto outros
embora sem vínculo sanguíneo, são capazes de lutar judicialmente em favor de um filho que
embora não seja seu por fatores biológicos o são pelo afeto. Os parentes afins assim
definidos em nossa legislação lutam para obter o reconhecimento à paternidade ou
maternidade, valendo-se dos vínculos criados pela convivência familiar, haja vista ser a
família o lócus do desenvolvimento da personalidade e da construção da felicidade de seus
membros.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O princípio do Melhor Interesse da Criança e Adolescente, cujo ponto de partida é a
proteção da criança, figura como viga mestra, tornando-se um referencial orientador, tanto
para a elaboração das normas, como para a interpretação e aplicação das mesmas. É
indiscutível que do convívio, da criação e da educação de uma criança, brotam uma relação
afetiva, pautada no carinho, afeto, amor e respeito mútuos, podendo, contudo, não perder o
vínculo de filiação com a família biológica. Não se defende aqui, prevalência da concepção
socioafetiva sobre a biológica ou vice-versa, os laços consanguíneos não perderam a
característica de origem do elo familiar, todavia eles não representam mais com
exclusividade esta condição, partindo desta premissa, é possível afirmar que o afeto
igualmente pode ser invocado como base sólida para a construção familiar. A adoção
poliafetiva, na qual mantem-se o vínculo jurídico do parentesco com os pais de origem e
acrescendo-se o socioafetivo, atende ao principio da dignidade da pessoa humana
respeitando à personalidade dos indivíduos, buscando evitar os constantes constrangimentos
psicológicos que a falta desse reconhecimento produz. O papel da jurisprudência é evitar que
essas questões permaneçam abertas, sem soluções, diminuindo assim os litígios e reduzindo
os inconvenientes da incerteza do Direito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, no atual estágio de nossa sociedade, compete à jurisprudência, ao tratar da


filiação, valorizar o interesse do menor, observando o que realmente é o melhor para a
criança, visando favorecer sua realização pessoal, independentemente da relação biológica
que tenha com seus pais, considerando que a viga mestra do direito familiar atual é a
afetividade e não o caráter biológico.

PALAVRAS-CHAVE: Elementos Socioafetivos, Fatores Biológicos, Jurisprudência,


Multiparentalidade.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil do
Brasil. São Paulo: Saraiva 2010.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
BRASIL. Decreto nº 99.710, de 21 de novembro de 1990. Promulga a Convenção sobre os
Direitos da Criança. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-
1994/D99710.htm. Acesso em 02/05/2016.

BRASIL. Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente e dá outras providencias. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069Compilado.htm. Acesso em: 03/05/2016.

SOBRAL, Mariana Andrade. Princípios constitucionais e as relações jurídicas familiares.


Disponível em:
http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8400. Acesso em:
04/05/2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ABORTO EM CASOS DE MICROCEFALIA

FIGUEIREDO, Evilly Moura. (FAFIC)


QUARESMA, Anny Karen. (FAFIC)
JUNIOR, Francisco Paulino. (ORIENTADOR)
INTRODUÇÃO

A saúde nacional hoje está em crise e o responsável por isso é o mosquito Aedes
Aegypti, transmissor de várias doenças, entre elas, o Zika Vírus. Essa doença passou a ser de
grande preocupação, pois há grandes evidências que ela seja causadora dos crescentes casos
de bebês com microcefalia. No Brasil, as estatísticas são assustadoras, o Ministério da Saúde
registrou em janeiro 3174 casos de microcefalia no país inteiro. Diante dessa realidade,
mulheres estão recorrendo ao aborto, comprometendo sua própria vida. Um grupo de ativistas
feministas preparam ação no Supremo Tribunal Federal para pleitear o direito ao aborto nos
casos em que for diagnosticado que o feto possui um perímetro cefálico menor que 32
centímetros. O que de fato esse grupo pretende é que a gestante possa ter o direito de decidir
se pretende ou não levar a gestação adiante, visto que defendem que o Estado foi falho na
erradicação do mosquito Aedes Aegypti e as mulheres não devem arcar com as consequências.
Criticam fielmente as políticas públicas ofertadas pelo Estado que, muitas vezes, se tornam
ineficazes diante do problema.

PROBLEMÁTICA

Os casos de mulheres que entram no Sistema Único de Saúde necessitando de


assistência médica urgente e tem como causas o aborto se acentuaram nos últimos meses e
estão relacionados à microcefalia. A relação dos crescentes casos de microcefalia com a
descriminalização do aborto nos faz pensar: o aborto é a solução mais viável e sensata para os
casos de microcefalia crescentes em nosso país?

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
OBJETIVO

O tema do aborto ainda é persistente em nosso país e, pelos princípios religiosos e pelo
preconceito, é um assunto ainda muito difícil de ser abordado com facilidade na sociedade.
Embora seja uma prática reprovável, não aceita pela maioria, como mostra uma pesquisa feita
pelo Datafolha, realizada em fevereiro de 2016 com quase 3 mil pessoas, mais de 50% são
contra o aborto em caso de microcefalia, é uma prática comum. Em razão disso, o objetivo da
pesquisa é buscar entender melhor o tema em questão e analisá-lo, sobretudo, a partir de uma
visão jurídica.

METODOLOGIA

Trata-se de um trabalho com abordagens quantitativas e que foi desenvolvido com


estudos com base em fontes teóricas já existentes sobre o assunto, como livros da área jurídica
e social, bem como sites e periódicos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O aborto é um tema que fomenta inúmeras discussões, no qual há duas vertentes de


ideias antônimas sobre esse assunto. Uma vertente defende a ideia de que o feto é apenas uma
parte do corpo da mãe, estando sujeito à sua vontade e sendo direito da mãe decidir se quer
ficar com ele ou não. A outra defende que o feto é detentor do direito à sua própria vida a
partir de sua fecundação, sendo a partir desta, qualquer método para destruí-la um assassinato,
como aduz Maria Helena Diniz em seu livro “O atual estado do Biodireito”. Essa segunda
vertente é a adotada pelo ordenamento brasileiro, segundo o art. 2º do Código Civil de 2002 e
o art. 124 do Código Penal Brasileiro. Essa discussão se intensificou na atualidade com a
discussão do aborto no caso de microcefalia, no qual as mães defendem o direito de abortar
para evitar uma vida de privações para a criança doente. Mas com esse pensamento, as

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
pessoas que são a favor do aborto não estão levando em consideração que seria uma “solução”
momentânea, visto que a doença continuaria se proliferando. O deputado federal Anderson
Ferreira é defensor da ideia de que o aborto não é solução para esse problema, por isso lançou
o Projeto de Lei 4.396/2016 no qual prevê um aumento na pena de um terço até a metade
quando o aborto for cometido por causa da microcefalia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de um crescente grupo defender o direito da gestante abortar sem sofrer


nenhum estigma e ter o devido atendimento por parte do Estado para evitar o risco de vida,
pela maioria da sociedade torna-se inviável essa legalização, visto que o diagnóstico
geralmente é feito entre o sexto e o oitavo mês de gestação, quando a criança já é formada;
tratando-se de uma violação à vida. A legalização do aborto não vai diminuir os casos de
microcefalia, pelo contrário, só vai fazer com que não tomem as devidas precauções com o
mosquito e a doença em si, ou seja, em vez de quererem matar os mosquitos, estão querendo
matar as crianças. Por fim, o mais viável seria uma maior efetividade por parte do Estado na
aplicação de políticas públicas para conter o surto da proliferação do mosquito, bem como
desenvolver melhores políticas sociais, como uma ampliação no Benefício de Prestação
Continuada, a fim de fornecer um maior apoio às necessidades das crianças e também a
inclusão social das mesmas.

PALAVRAS-CHAVE: Aborto. Estado. Microcefalia. Mulher.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Código civil, 2002. Código civil. 53.ed. São Paulo: Saraiva; 2002.
COLLUCCI, Cláudia. Estudos confirmam relação de zika com casos de microcefalia.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/02/1738583-estudo-americano-
confirma-relacao-de-zika-com-casos-de-microcefalia.shtml. Acesso em: 01 de maio de 2016
DINIZ, Maria Helena. O Atual Estado do Biodireito. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FILHO, José dos Santos Carvalho. Aborto de fetos com microcefalia não é tema para o
STF. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2016-fev-29/observatorio-constitucional-
aborto-fetos-microcefalia-nao-tema-stf. Acesso em: 01 de maio de 2016.
VERDÉLIO, Andreia. Projeto de lei prevê aumento de pena para o aborto em caso de
microcefalia. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-03/nao-e-
com-aborto-que-se-resolve-os-problemas-da-sociedade-diz-deputado. Acesso em: 28 de abril
de 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ADMINSTRAÇÃO TRIBUTARIA

MAMEDIO, Francisco Flavio Leite


MEDEIROS, Carolina de Meneses Ponte

INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca de forma suscita mostrar como se dar o processo
administrativo tributário, também conhecido como uma ação fiscal ou simplesmente como
processo administrativo fiscal. Demonstrando, conforme o sistema tributário brasileiro, o
papel da autoridade administrativa nos atos e ações de fiscalização, dívida ativa e no
fornecimento de certidões negativas aos contribuintes, sejam eles, físicos ou jurídicos.

PROBLEMÁTICA
A temática exposta no referido estudo objetiva mostrar que a Fazenda Fiscal é
imperativa no sentindo de que todo contribuinte deve fornecer dados para que a autoridade
administrativa tenha condições de desempenhar suas funções em cima de dados e
informações precisas a fim laborar um serviço tributário com total eficiência e segurança.
O tema em si enraizou-se num questionamento de que se nosso sistema tributário
brasileiro tem como fator importante o principio da informação haja vista tal principio ser de
fundamental importância para ação de fiscalização da autoridade administrativa no campo
fiscal, por que se baseando na aplicabilidade do principio da informação a Fazenda Fiscal
não estabelece uma reciprocidade de dados entre Estado e contribuinte? Quais motivos leva
a Fazenda Fiscal não estabelecer uma politica voltada ao conhecimento dos brasileiros quem
de fato e de direito se situa como contribuintes tributários?

OBJETIVO
O estudo sobre a temática objetiva esclarecer a forma procedimental do sistema
tributário na aplicabilidade do principio da informação e sua ineficiência em relação ao
contribuinte.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA
A metodologia para alcançar os objetivos se desenvolveu em cunho qualitativo para
tanto se estabeleceu num método de leitura textuais realizadas através do livro didático da
obra do Código Tributário Brasileiro, autoria de Láudio Carmago Frabetti e de observações
extraídas sobre questionamentos sobre a referida temática no que se refere ao conhecimento
do povo brasileiro quem de fato se enquadra no polo passivo de contribuinte tributário.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A administração tributária É constituída por elencados atos e ações, integradas e acima
de tudo buscando uma complementação entre si, objetivando uma garantia a toda a legislação
tributária, podemos, portanto, conceituar a administração tributária como sendo um negócio
jurídico público que busca obtenção de rendas aos cofres públicos através do arrecadamento
dos tributos, fato que leva ao contribuinte fornecer todas as informações necessárias e
integralizadas.
No nosso sistema brasileiro tributário através das normas legislativas tributárias exige que
todos os contribuintes declarem a Fazenda Fiscal todas suas atividades financeiras,
destacando os bens adquiridos e pessoas dependentes, para tanto, cabe ao Estado proceder
suas atividades como poder fiscalizador.
I - FISCALIZAÇÃO
A temática está elencada nos artigos 194 até 208 do Código Tesouro Nacional, estabelecendo
normas legislativas tributárias voltadas na administração tributária a qual aborda as atividades
admirativas de fiscalização, dívida ativa e certidão negativa.
Podemos destacar que os atos administrativos são de forma vinculados ou discricionários,
estes são os atos que a lei deixa ao administrador publico margem da decisão por motivos de
conveniência e oportunidade já aqueles são atos que se submetem aos estritos limites da lei .
Destacando-se que todo poder exercido pelo administrador público, ressaltando que conforme
art. 37, inciso XXII, CF/88, que o administrador tem ser servidor publico e concursado, na
atividade de fiscalizador se dar de forma vinculada, fato que se submete ao estritos limites da
lei em razão disso a competência e os poderes das autoridades administrativas no tocando sua
fiscalização está definida na legislação tributária, sendo aplicada a todos os contribuintes,

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
sejam elas naturais ou jurídicas, até mesmo aquelas que gozam de imunidade tributária ou
isenção de caráter pessoal.
No procedimento do ato fiscalizador do administrado publico cabe ao mesmo
examinar todos e quaisquer documentos ou mercadorias que estejam sujeitos ao ato para a
fiscalização e as pessoas contribuintes tem a obrigação de fornecer todas as informações
precisas e probatórias.
As autoridades administrativas possuem total autonomia de examinar quaisquer
informação, mercadoria, livros, arquivos, papéis e feitos comerciais ou fiscais, dos
comerciantes, industriais ou produtores, como também estabelece a responsabilidades
daqueles que estão sob a ação da fiscalização tributaria de exibir quaisquer dados solicitados
pelo a referida autoridade administrativa, devendo de forma obrigatória registrar todos os atos
e dados a serem cumpridos na ação fiscalizadora, inclusive, lavrando-se o termo e entregando
ao contribuinte, consequentemente todos os documentos deve conservados até que ocorra a
decadência ou a prescrição dos créditos tributários.
O CTN elenca um rol de pessoas ou entidades, que mediante intimação escrita são
obrigados a prestar todas as informações de seu conhecimento, em virtude do exercício de sua
função sobre os bens, negócios ou até atividades de terceiros, conforme art.197, CNT.
Em respeito aos direitos fundamentais, fica vedado a Fazenda ou seus servidores de fornecer
informações sobre a situação do contribuinte seja ela econômica ou financeira.
II – DIVIDA ATIVA
Conforme art. 201, CNT constitui divida ativa os créditos que contribuinte deva pagar ao
Estado e cabe ao Estado cobrar a sua executividade e que a sua inscrição na divida ativa, com
elementos exigidos nos incisos I a V do art. 202, CTN, se fará por termo do qual será
expedida uma certidão.
III – CERTIDÕES NEGATIVAS
Diante da inscrição na divida ativa, somente a lei poderá exigir certidão negativa de débito
fiscal para que o contribuinte possa provar a sua quitação com o Estado, devendo a certidão
negativa ser fornecida no prazo de dez dias, caso ocorra dolo ou fraude que contenha erro
contra a Fazenda Publica, será responsabilizado pessoalmente o funcionário publico que a
expediu, pelo crédito, juros e mora acrescidos. .

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a temática destaca-se que o Sistema tributário brasileiro leva em
conta os postulados do direito administrativo e os princípios constitucionais, entre eles:
legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade e, acima de tudo, objetiva a sua eficácia
no campo tributário, mas também se verifica que o Estado apenas com seu poder imperativo
estabelecer a obrigação do contribuinte fornecer todos os dados necessários para que a
Fazenda Fiscal possa proceder suas atividades de forma eficiente e eficaz, consequentemente,
fica o contribuinte sem está coeso sobre informações do sistema Nacional Tributário.

Destarte, que todos os contribuintes ou até mesmo terceiros tem a


responsabilidade de prestar informações ao fisco sob todas as suas atividades econômicas e
financeiras, especificando os bens móveis ou imóveis adquiridos e tudo que venha a
identificar o contribuinte como sujeito passivo de obrigação tributária, fato que nos leva ao
questionamento de como Estado deva fazer chegar a informação ao contribuinte para que o
mesmo saiba com precisão todos os seus direitos e deveres no campo tributário, fato que
muitos em virtude da falta de informações ficam a mercê de profissionais na área de
contabilidade a qual muitos não sabem nem que tipo de documento se faz necessário para
informar ao Estado sob sua situação econômico-financeira e a lei tributaria estabelece que o
contribuinte ou terceiros tem a obrigação de prestar informações à Fazenda Fiscal e o Estado
não estabelecer uma politica educacional voltada para o contribuinte obter e ter acesso as
informações do sistema tributário brasileiro, onde muitos não sabem nem o que é ser
contribuinte ou quem de fato tem a obrigatoriedade de ser contribuinte, pois a própria
Constituição Federal no seu artigo 5º, ínscios XIV e XXXIII, da CF/88, garante o direito ao
acesso a informação.

Verificamos que o contribuinte estando bem informado sob seus direitos e deveres
seria mais vantajoso a Fazenda Fiscal haja vista o contribuinte saber que dados teria que
repassar a Fazenda Fiscal e também de sua situação como contribuinte tributário, para tanto,
podemos destacar que uma solução para a presente questão seria a implantações de politicas
educacionais nas redes de ensino de base, estabelecendo uma disciplina que buscasse informar
ao cidadão brasileiro sob sua a responsabilidade tributaria, estabelecendo as obrigações e
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
quem de fato seria contribuinte no sistema tributário brasileiro. Em suma, deve a
administração tributaria desempenhar suas atividades fiscais, arrecadar e cobrar pautadas nos
princípios, especialmente da legalidade, respeitando os direitos do contribuinte e aos direitos
fundamentais.

PALAVRAS-CHAVE: Administração Tributaria. Certidão Negativa. Dívida Ativa.


Fiscalização.

REFERÊNCIAS
FABRETTI, Láudio Camargo. Código Tributário Nacional: Comentado. Editora Atlas. 8ª
Edição. 2009.
BORBA, Claudio. Direito Tributário: Teoria e Questões. Editora Elsevier. Edição 23ª..2009.
MACHADO. Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. Editora Malheiros. Edição 33°. São
Paulo.2012.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: dificuldades sociais e políticas

PEREIRA, Herozildo.
Carolina de Meneses Pontes (ORIENTADORA).

INTRODUÇÃO

A Contribuição de Melhoria constitui-se como modalidade de tributo prevista no


Art.145, III, da Constituição de 1988 – CF/88 e no Art. 81 e seguintes do Código Tributário
Nacional – CTN. Por definição, esta espécie tributária tem por fato gerador, uma situação
diretamente relacionada a uma atividade estatal específica, ao invés da grande maioria dos
tributos que é o contribuinte aquele que executa o fato tipificado como gerador. Temos ainda
que observar dois requisitos; 1) a realização de uma obra pública; 2) a valorização
imobiliária em decorrência da obra pública. Desta feita, será o sujeito tributante aquele que
executar a referida atividade estatal que visa atender a toda uma coletividade.

PROBLEMÁTICA
A problemática deste resumo fez um recorte na esfera municipal e encontra-se na
operacionalização da tributação da contribuição de melhoria diante de fatores sociais e
governamentais. Por muitas vezes, apesar da competência tributária prevista na CF/88,
aquele município que decide fazer a cobrança é alvo de críticas por parte da sociedade.

OBJETIVO
Demonstrar a falta de conhecimento das regras tributárias, de forma específica,
quanto à espécie tributária contribuição de melhoria e as consequências decorrentes desta
realidade.

METODOLOGIA
A presente pesquisa deu-se através de um estudo bibliográfico e documental voltado

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
para a modalidade de tributo, contribuição de melhoria.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A CF/88 prevê que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem
instituir contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Esta espécie tributária
decorre da atuação estatal através da realização de uma obra pública, a qual ocasionou uma
valorização imobiliária de imóveis situados na zona beneficiada, conforme a delimitação do
memorial descritivo.
O fato é que apesar da previsão legal já ter décadas, até os dias atuais não é muito
comum termos esta tributação, ainda menos em decorrência de obras públicas municipais.
Sendo pesquisas feitas junto às administrações públicas, temos alguns fatores. O primeiro
seria o receio dos governantes de evitarem conflitos políticos, ou seja, descontentamento dos
contribuintes eleitores. Consequentemente, o segundo está na falta de informações sobre a
legislação tributária por parte da população e até dos representantes políticos. Outra razão
está na falha do planejamento tributário, o qual poderia ser um instrumento muito eficaz para
a gestão municipal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, de forma clara, podemos chegar à conclusão que a tributação da
contribuição de melhoria, apesar de constitucional e da sua importância para os cofres
públicos, não é operacionalizada por um conjunto de fatores, os quais poderiam ser evitados
se houvesse uma política de educação fiscal. Mas, também seria preciso termos uma
administração pública sem desvios do dinheiro público, sem obras superfaturadas e
inacabadas.

PALAVRAS-CHAVE: Administração Pública. Contribuição de Melhoria. Educação Fiscal.


Municípios.
REFERÊNCIAS
DUARTE. Francisco Leite. Direito Tributário: teoria e prática. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2015.
FABRETTI, Láudio Camargo. Código tributário nacional comentado. São Paulo: Atlas, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PROTEÇÃO À PESSOA IDOSA NO BRASIL

FREITAS, Maria Mayslla Lopes (FAFIC)


MARTINS, Marilisa Taynáh Ferreira (FAFIC)
SILVA, Rafaela de Oliveira (FAFIC)
SILVA JÚNIOR, Francisco Paulino (ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO
Todo ser humano, desde o nascimento, é dotado de garantias, as quais são asseguradas
pelas leis que defendem os direitos humanos e que fundamentam a Constituição do Estado em
prol de proteger seus cidadãos, sejam eles crianças, adultos ou idosos. Os idosos
constantemente sofrem grande desrespeito e, consequentemente, sua dignidade é violada
ferindo os objetivos trazidos na Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), a qual pretende
assegurar um dos princípios basilares da CF/88, o princípio da dignidade da pessoa humana. A
idade senil é uma fase vulnerável que requer atenção, e a família, a comunidade, a sociedade e
o Poder Público têm obrigação de garantir ao idoso todos os seus direitos fundamentais e
sociais. No entanto, há ainda uma porcentagem significativa de abandono dos idosos em
asilos. Há um determinismo biológico que rege todos os seres vivos, desta maneira, conforme
o indivíduo envelhece, ele passa por processos que fazem com que ocorra uma diminuição
gradativa da possibilidade de sobrevivência. Idosos possuem uma maior facilidade em
adquirir doenças e surgem alterações na aparência, no comportamento, na experiência e nos
papéis sociais, sendo comum o idoso não executar funções que antes eram exercidas e
precisarem de cuidados e ajuda de outras pessoas para prosseguir sua vida.

PROBLEMÁTICA
Diante do quadro de fatores que deixam os idosos em um perfil de fragilidade, é cada
vez mais crescente o número de indivíduos com idade senil que são abandonados tanto
materialmente quanto afetivamente, mostrando que os direitos existentes a eles assegurados
tanto pela Carta Magna quanto pelo Estatuto do Idoso, não são totalmente efetivados.
Portanto, cria-se as indagações: existe efetividade das leis protetivas ao idoso no Brasil? De
que maneira se dá o abandono da população idosa no Brasil?

OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo apresentar as causas e os possíveis danos causados
pelo abandono de idosos, e ainda, mostrar que a lei 10.741, de 1° de outubro de 2003, que
garante a proteção destes tem o intuito de reduzir o índice de abandono. O principal foco a ser
abordado é a relação familiar e a proteção desses idosos abandonados, implicando ressaltar os
agravamentos à vida dos idosos, como também, os danos causados a estes e o dever de quem
os abandona.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA
Utilizou-se métodos dedutivos partindo de uma análise geral da situação da população
idosa no Brasil, até uma abordagem particular da efetividade do Estatuto do Idoso. Também
foram utilizadas pesquisas bibliográficas por meio de livro, artigos acadêmicos, e sites
especializados no assunto tratado a fim de que se tenha um melhor discernimento sobre o
tema em questão, visto sua notória importância.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Estatuto do Idoso propicia por meio de leis, garantir a liberdade e a dignidade à
vida, preservando a saúde física e mental do idoso, pois, ao longo de sua existência, estes
indivíduos vão se cansando e perdendo suas forças, não se vendo mais a habilidade que um
dia tiveram. Tal lei oferece oportunidades e facilidades para o usufruto desses direitos.
Segundo Moragas (2005), é necessário deixar que o idoso faça as atividades que ele ainda
consegue fazer, tendo paciência com o mesmo, mantendo uma relação harmônica para que o
indivíduo não se sinta deprimido e isolado, sendo possível envelhecer com qualidade de vida
se existirem fatores biológicos, psíquicos e sociais que atuem e fundamentem suas condutas.
Nos estudos feitos por Karam (2011), percebeu-se que o índice de abandono ainda não foi
cessado, existindo um número significativo diário. Com a finalidade de assegurar os direitos
dos idosos, tem-se a tentativa de coibir tratamentos desumanos com estes através,
principalmente, dos princípios relevantes trazidos pela CF/88, seja o da dignidade da pessoa
humana, seja o da solidariedade, os quais fazem gerar todos os direitos e garantias
fundamentais necessários, direito à vida, à saúde, ao lazer, à alimentação, à cidadania, ao
trabalho, entre outros. Como discorreu Toaldo; Machado (2009), com o decorrer do tempo e
em decorrência do envelhecimento, os papéis sociais são perdidos, uma vez que geralmente
os recursos financeiros adquiridos não são suficientes para suprir as necessidades dos idosos,
diminuindo assim as relações interpessoais e acarretando o isolamento do idoso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todavia, diante deste cenário, vê-se que há uma segregação com relação aos
indivíduos que possuem idade mais avançada e um não reconhecimento de sua importância
por parte da população mais jovem, acarretando assim uma desvalorização dos idosos e uma
não efetivação de seus direitos. Há um tabu para com a terceira idade referindo-se à
invalidez destes, fomentando uma visão por parte do resto da população de falta de
produtividade, chegando a provocar por vezes incômodo e exclusão da população idosa.
Muitas vezes, os familiares não se adaptam às dificuldades dos idosos, e por consequência
não sabem administrar a sua permanência em casa.

PALAVRAS-CHAVE: Abandono. Idosos. Lei 10.741/2003.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS
BRASIL. Estatuto do Idoso. Lei Federal n°10741 de 1° de outubro de 2003. Disponível
em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm >Acesso em 02 de maio de
2016
KARAM, Adriane Leitão. O abandono afetivo de idosos por seus filhos e a indenização
por danos morais. Disponível em <
http://www.faculdadescearenses.edu.br/revista2/edicoes/vol7-1-2014/artigo1.pdf> Acesso em
05 de maio de 2016
MORAGAS, Ricardo Moragas. Gerontologia social: envelhecimento e qualidade de vida.
São Paulo: Paulinas; 1997
TOALDO, Adriane Medianeira; MACHADO, Hilza Reis. Abandono afetivo do idoso pelos
familiares: indenização por danos morais. Disponível em < http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11310> Acesso em 05 de
maio de 2016

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA EM SEUS ASPECTOS MATERIAIS
E PROCESSUAIS

MARQUES, Louise Hermania de Oliveira (7º Período. Direito-FAFIC)


MOURA, Brenda de Souza (7ºPeríodo. Direito-FAFIC)
LACERDA, Edmundo Vieira de (Orientador-FAFIC)

INTRODUÇÃO

A lei confere determinados poderes ao administrador para que este possa atingir a
satisfação do interesse público e exige que a utilização destes seja norteada poder-dever de
agir, eficiência, prestar contas e de probidade.
A improbidade administrativa está ligada a atos de desonestidade, ausência de boa-fé e
imoralidade por parte do agente público, servidor ou não, contra a administração, que conduz
ao enriquecimento ilícito, violação dos princípios da administração pública, prejuízos ao
erário, resultando em processo judicial promovido pela pessoa jurídica lesada ou pelo
Ministério Publico.

PROBLEMÁTICA

O administrador deve atender ao interesse público, utilizando-se de poderes e regido


por suas limitações. O tema busca mostrar que ao descumprir com suas obrigações, sendo
levado por uma conduta que venha a trazer prejuízos ao erário e violação dos princípios da
administração pública, o administrador publico fica sujeito às sanções que decorrem de um
processo judicial.

OBJETIVO

Ao trabalharmos a improbidade administrativa em seus aspectos materiais e


processuais observaremos os desdobramentos encontrados pelo Estado diante da necessidade
de satisfação do interesse público, tendo como alvo levar a conscientização da população
sobre a temática e a reflexão diante dos impactos causados.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

A metodologia utilizada para realização desta pesquisa foi expressamente de cunho


bibliográfico, método dedutivo, necessários ao ser abordado a improbidade administrativa,
diante dos seus aspectos materiais e processuais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A natureza jurídica dos atos de improbidade administrativa é civil, por mais que esta
possa ter consequências nas esferas criminal e administrativa, as penas que derivam dela são
sem prejuízo de ação penal como afirma a Constituição Federal de 1988.
Ao analisarmos a Lei de Improbidade Administrativa observamos que o sujeito passivo
mediato será sempre o Estado, já os imediatos estão elencados no art.1º da Lei 8.429/92. A
esfera do sujeito ativo pode ser classificada de acordo com ato de improbidade próprio
quando é o agente publico e ato de improbidade impróprio ou por equiparação quando o
sujeito ativo é o particular beneficiado pelo ato.
Dos atos de improbidade administrativa temos o enriquecimento ilícito ao auferir
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício da atividade; lesão ao
erário por ação ou omissão de forma dolosa ou culposa que e a violação aos princípios da
administração pública configurada por qualquer ação ou omissão que os ponha em risco,
violando deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade.
Há a existência de dolo ou culpa por parte do sujeito ativo para a aplicação da LIA,
suas sanções, contém medidas que visam a suspensão de direitos políticos, perda de função
pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário.
Quanto aos aspectos processuais da improbidade administrativa temos no
procedimento que o rito é ordinário, com notificação do requerido, antes do recebimento da
inicial para oferecer sua resposta no prazo de 15 dias; a autoridade administrativa não pode
deixar de investigar tais atos, pois a legitimidade é da pessoa jurídica interessada ou do
Ministério Público, quando não é parte será obrigatoriamente fiscal da lei.
Cabível cautelar a exibição de documentos, afastamento do agente público,
investigação, exame e bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras e o
afastamento deste, tanto pode ser administrativo como judicial.
É de natureza jurídica civil a ação de improbidade administrativa como prevê o artigo
37,§4º, da CF/88, que estabelece a responsabilização por atos de improbidade sem prejuízo da
ação penal.
A causa de pedir remota é a da conduta em si e a causa de pedir próxima é a
qualificação daquele ato determinado como ato de improbidade que terá duplo aspecto: qual
seja: reparatório e punitivo.
A prerrogativa de foro não foi alcançada pelas hipóteses previstas na CF/88,
especialmente, quanto ao foro especial, o que gera grande discussão acerca desta matéria.
A rejeição da ação se dá após o recebimento da manifestação, o juiz poderá rejeitar a ação,
julgando ou não o seu mérito.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O administrador público deve seguir sua conduta dentro da ética, da moral, dando
transparência aos seus atos, não ultrapassando ou ferindo seus limites estabelecidos para
afastar eventuais abusos. A ação de improbidade administrativa é o mecanismos legal de
proteção do interesse público, ao estabelecer a punição dos maus agentes que agiram com
desrespeito e desonestidade no exercício de suas funções.

PALAVRAS-CHAVE: Administração. Estado. Sanção.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Flávia Cristina Moura. Direito Administrativo. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010.

CAPEZ, Fernando. Limites Constitucionais à Lei De Improbidade. São Paulo: Saraiva,


2009.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2010.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
EFETIVAÇÃO E VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: uma reflexão acerca
desta temática

NUNES, Anna Letícia Pereira (FAFIC)


FIGUEIREDO, Sara Pinheiro de, (FAFIC)
SILVA, Edineide Nunes da Silva (Orientadora, Mestre em Ciências da Saúde, docente da
UFCG e FSM)

INTRODUÇÃO

Em 1948 foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos pela


Organização das Nações Unidas, efetivando um avanço para a humanidade. Trata-se de um
documento judicioso e objetivo, onde há a tomada de consciência dos direitos essenciais e
universais, do valor primordial da pessoa humana, dentre eles a dignidade, saúde, educação,
segurança. No Brasil esses direitos estão descritos no Artigo 5º da Constituição Federal de
1988, contudo, apesar da existência da declaração, ainda persistem resistências à sua efetiva
aplicação. Entretanto, o fato deste documento existir serve de apoio significativo frente às
lutas travadas por meios pacíficos, para denúncias e reivindicações, buscando a
concretização de mudanças nas Constituições, na organização das sociedades e nas práticas
da convivência humana, visando à eliminação das discriminações e a implantação da justiça
social.

PROBLEMÁTICA

Embora a declaração afirme que todos os homens nascem e permanecem livres e


iguais em direitos, ao mesmo tempo, admite distinções sociais, instaurando-se de certo
modo, uma sociedade discriminatória com uma pequena classe de privilegiados em
detrimento de uma enorme massa de pessoas menos favorecida. Esta distinção favorece
injustiças incessantemente acumuladas e de certo modo impostas pela lei. Deste modo,
questiona-se, há de fato a efetivação ou a violação dos direitos humanos?

OBJETIVO

O objetivo deste estudo é refletir sobre a efetivação ou não dos direitos humanos com
base na declaração universal dos direitos humanos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliografia realizada em bases de dados,


revistas e artigos relacionados a temática, a busca dos dados ocorreu no mês de abril do
corrente ano, por intermédio dos descritores: direitos humanos, direitos civis e violação dos
direitos humanos. Os artigos encontrados estão relacionados aos direitos humanos no mundo
e o não comprimento destes, no intuito de melhor compreender esta realidade. A Declaração
Universal dos Direitos Humanos foi o principal foco de análise.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em 10 de dezembro de 1948, foi criada a Declaração Universal dos Direitos Humanos,


com um ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com objetivo de
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade estejam cientes de seus direitos e deveres. A
humanidade está caminhando no sentido da criação de uma nova sociedade, na qual cada
pessoa, cada grupo social, cada povo verá seus direitos humanos fundamentais reconhecidos,
e respeitados. O que reforça essa crença é a constatação de que vem aumentando
incessantemente o número dos que já tomaram consciência de que, para superar as
resistências, cada um de nós deverá ser um defensor ativo de seus próprios direitos humanos.
Contudo, há pessoas que procuram a preservação ou a conquista de privilégios, os que
buscam vantagens materiais e posições de superioridade política e social, sem qualquer
consideração de ordem ética, os que pretendem que seus interesses tenham prioridade sobre a
dignidade da pessoa humana, esses resistem à implantação das normas inspiradas nos
princípios da Declaração Universal. Este contexto favorece às injustiças e discriminações,
exclui da participação política os não-proprietários e as mulheres, fortalece o uso dos órgãos
do Estado para sustentação dos privilégios dos mais ricos e de seus serviçais, acarretando
mais sofrimento, miséria e violências.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A correlação entre o objetivo de implementação e solidificação dos Direitos Humanos


no âmbito social nos parece previsível e promissora se cada indivíduo buscar a garantia de
seus direitos sem temer. Observa-se que os direitos humanos são por vezes desrespeitados,
para minimizar esta situação, existe um grande número de organizações governamentais e não
governamentais engajados na luta para diminuir a violência, analfabetismo, déficit de moradia
e a desigualdade social. É preciso sensibilizar e orientar a população para se atentarem a um
maior rigor nas leis dos direitos humanos, compreendendo que há possibilidade de maiores
sanções jurídicas em caso de sua violação.

PALAVRAS-CHAVE: direitos humanos, direitos civis e violação dos direitos humanos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS:

DALLARI, Dalmo de Abreu, Direitos humanos: sessenta anos de conquistas. Revista direitos
humanos: edição comemorativa, 60 anos da declaração de direitos humanos. Vol 01, Dez,
2008. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/dados/revistas/a_pdf/revista_sedh_dh_01.pdf

FABRES, Lara Vargues, Violação dos direitos humanos no mundo. Disponível em:
http://www.arcos.org.br/artigos/violacao-dos-direitos-humanos-no-mundo/#topo

BARREIRO, Guilherme Scodeler de Souza, FARIA, Guilherme Nacif de, SANTOS, Raíssa
Naiady Vasconcelos. Educação em direitos humanos: uma tarefa possível e necessária.
Educação em Perspectiva, Viçosa, v. 2, n. 1, p. 58-77, jan./jun. 2011

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
. GLOBALIZAÇÃO E DIREITO: Implicação nos processos de exclusão social

ROSENO, Maria Simone Oliveira (FAFIC)10


FAUSTINO, Francisca Yara Pereira Bernardo (FAFIC)11
JUNIOR, Francisco Paulino da Silva (ORIENTADOR)12
INTRODUÇÃO

O presente estudo visa demonstrar o que é globalização e como esta tem contribuído
para o processo de exclusão social, com ênfase nos países periféricos e/ou em
desenvolvimento e quais as problemáticas que serão apontadas diante da atual conjuntura
social. Destacando ainda, a parceria entre Neoliberalismo e Globalização, discutindo como
estes se articulam e qual a importância de analisar tais fenômenos nos aspectos políticos,
econômicos e sociais e como se aplica o Direito diante dessa problemática.

PROBLEMÁTICA

A globalização é o uso recorrente das artimanhas do capital para expandir-se


internacionalmente, neste sentido, como cada país possui suas peculiaridades no tocante ao
desenvolvimento econômico e social, percebe-se que a iniciativa de “transformar os diversos
países em um só mundo”, não tem favorecido os povos de menor expressão econômica e
com isso, têm intensificado a pobreza, o desemprego e consequentemente a exclusão social,
tendo rebatimento direto na judicilialização dos conflitos sociais.

OBJETIVO
Apresentar o conceito de globalização e discutir quais as consequências para os países
periféricos e em desenvolvimento com relação ao processo de exclusão social e a
importância do Direito nessa conflitante conjectura.

METODOLOGIA

Foi realizado um estudo com base em artigos de autores que discutem a temática
apontada, em periódicos da internet, fazendo uma análise argumentativa com um teor crítico
sobre as discussões apresentadas.

10
Discente do I período do Curso de Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC; E-mail: simonecno2011@hotmail.com
11
Discente do I período do Curso de Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC; E-mail: yaraapereiraa@outlook.com
12
Professor Mestre do Curso de Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC. E-mail: fpsjunior@gmail.com
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Carvalho (2009) a globalização é o processo de internacionalização das


práticas capitalistas em que visa interligar mercados nacionais e internacionais, com
diminuição de barreiras alfandegárias e liberdade expressiva para o fluxo de capital no
mundo. Neste sentido, percebe-se que num primeiro momento o objetivo principal da
globalização é expandir seu capital internacionalmente, buscando assim, altas taxas de lucro
e consequentemente adentrando países que se encontra com a economia em desenvolvimento
e que não possui estrutura para acompanhar os demais países desenvolvidos, que são os
principais autores do projeto de expansão do grande capital. Como as grandes multinacionais
são as financiadoras dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, orientam estes a
agirem de acordo com as regras e acordos estabelecidos para o desenvolvimento do cenário
econômico mundial.
Contudo, esse processo internacionalizado do poder econômico vai adentrar os países
periféricos ocasionando efeitos negativos, como a diminuição da oferta de empregos,
concentração de renda e retirada das garantias trabalhistas. Estes problemas vão atingir a
parcela da sociedade mais excluída, como o contingente de desempregados, sub-empregados
e a família, gerando a intensificação de conflitos sociais, como a violência, prostituição,
trabalho infantil e muitas outras consequências que atentam contra a dignidade da pessoa
humana. Como o projeto globalizante é atrelado ao projeto do capital, incentivando as
pessoas a consumirem cada vez mais, nessa perspectiva, há uma exclusão social das pessoas
que não podem e nem tem poder de consumo, extinguindo-as dos vários espaços de
socialização da vida comum.
Diante dessa realidade conflitante é que o Direito vai atuar, na tentativa de solucionar
esses problemas, através da busca da efetivação e garantia dos direitos sociais, sendo esta
uma prerrogativa do Estado Democrático de Direito. É na conjuntura de desafios posta pela
globalização que o Direito deve garantir a prevalência dos direitos fundamentais em
detrimento do poder econômico. Sendo que, o Neoliberalismo prega a mínima intervenção
estatal no intuito de deixar o mercado se auto regular, favorecendo a alta na exploração do
homem pelo homem, distanciando o Estado da sociedade, acarretando no fosso entre ricos e
pobres, o que acaba por criar um clima propício para as políticas ineficazes, flexibilizadas e
precarizadas, comprometendo a gama de direitos sociais conquistados historicamente,
inferindo que o cidadão para ter esses direitos garantidos e respeitados deva acionar o Poder
Judiciário para pressionar os representantes políticos nas esferas do Poder Executivo e
Legislativo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreende-se que a globalização teve pontos positivos como à expansão da


tecnologia a nível mundial, favorecendo a conexão entre nações do mundo inteiro, porém os
seus efeitos negativos são bem mais expressivos, nos países periféricos, por ter intensificado
a pobreza, acirrado a “luta de classes”, criar estratégias de minimização do papel estatal e
com isso, têm-se uma transferência do papel do Poder Executivo para o Poder Judiciário via
judicialização dos conflitos sociais, que vai empilhar de processos os espaços jurisdicional,
acarretando uma morosidade na resolutividade das problemáticas relacionadas aos vários

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
tipos de lide, dos mais simples aos mais complexos, dificultando a atuação da justiça no seu
papel de defensor e garantidor de direitos e suas ramificações.

PALAVRAS-CHAVE: Direito. Exclusão Social. Globalização.

REFERÊNCIAS
LIMA, Vanessa Batista. Dos desafios impostos pela globalização econômica no
Estado Democrático de Direito: exclusão social versus concretização dos
direitos sociais. São Paulo, 2009. Disponível em:
<http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/sao_paulo/242
8.pdf> Acesso em: 27 de abril de 2016.

KNOER, Viviane coleho de Sélios; STELZER, Joana; FERREIRA, Keila Pacheco


(Coors.). Direito, globalização e responsabilidade nas relações de consumo.
Florianopólis: CONPEDI, 2015. Disponível em:
<http://www.conpedi.org.br/publicacoes/c178h0tg/i9jl1a02/5Xw2z49X1iu1q5cn.p
df> Acesso em: 27 de abril de 2016.

CARVALHO, Nathalie de Paula. A questão da exclusão social no mundo globalizado. São


Paulo, 2009. Disponível em
<http://publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/Anais/sao_paulo/1860.pdf> Acesso
em: 27 de abril de 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
IMPEACHMENT Lei 1079/50 UM CRIME DE RESPONSABILIDADE? OU APENAS
UMA INFRAÇÃO POLITICA ADMINISTRATIVA

SILVA, Margarida Maria da Cruz.(Autora)


FIGUEREDO,Gilliard Gill Leite.(Coautor)
MEDEIROS, Carolina M.Pontes(orientadora)

INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata sobre a temática, mas enfocada do momento o qual


denominamos de impeachment. Segundo a lei em sua contextualização podemos denominar
Impeachment como o termo empregado para nomear o processo instaurado com base em
denúncia de crime de responsabilidade contra autoridades do Poder Executivo, Prefeitos,
Governadores e Presidente da República, que atentem contra a Constituição Federal e seus
entes.

O impeachment trata-se de uma ocorrência muito grave, na qual a autoridade comete


crime que são definidos em lei especial, onde as normas e os métodos determinará punições
severas podendo perde o cargo e sofre sérias implicações na sua administração politica e
social, sendo inabilitado legalmente para o exercício da função pública por determinado
lapso temporal.
É importante esclarecer que o impeachisment tem previsão legal fundamentada na
Lei 1079/1950, e no artigo 52 incisos I e II da Constituição Federal, onde as autoridades
podem ser alvo do referido processo, desde que cometam atos inflacionários. O crime de
responsabilidade incube uma infração político-administrativa, sendo relevante enfocar que
os representantes do povo brasileiro, através de Assembleia Nacional Constituinte designar
um Estado Democrático de Direito, comprometido em assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, tais como a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e justiça social como valores supremos de uma sociedade justa, fundada na
harmonia social e na ordem, diante desses fatores promulga a Constituição da República

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Federativa do Brasil como sendo o fundamento de uma sociedade democrática de direito.

PROBLEMÁTICA

Avaliar a eficácia e funcionalidade do impeachment enquanto crimes de


responsabilidade, e dos atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição
Federal e, especialmente, contra a existência da União; assim também do livre exercício do
Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos demais poderes
constitucionais das unidades da Federação. Buscamos compreender a temporalidade da
publicação da Lei 1079/50, através da falta de interesse dos nossos legisladores em garantir
uma politica administrativa de direitos social defasada pela própria essência da existência da
lei e da insegurança do pais.

OBJETIVO

Conceituar conforme a legislação da Lei 1079/50 o que é o impeachment, enquanto


livre exercício de responsabilidade criminal dos atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal, a União e os poderes Legislativos, Poder Judiciário, e o
Ministério Público.

METODOLOGIA

Para a realização do trabalho utilizou-se procedimento de pesquisa e levantamentos


bibliográficos com abordagem descritiva da literatura em destaque, fundamentando-se nos
textos constitucionais e na Lei 1079/50 através artigos cientificas, livros, vídeos e
documentários. Buscando subsídios nas legislações e nas leis para auxiliar os anseios da
sociedade através da temática em destaque. É perceptível que esse sistema encontra-se
ultrapassado tendo em vista a falta de atualização das normas legislativas, o esquecimento
das autoridades competentes para tal realização.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

E importante enfatizar que, quando uma conduta é ilegal sendo praticada por um
funcionário público, no pleno exercício de suas funções ao mesmo tempo, torna-se ilícito o
ato administrativo daquele individuo, como também penal, que concomitante poderá
independentemente, das instâncias a administrativa, ser instaurado o inquérito contra o
servidor, levando à pena máxima, ou seja, a perda do cargo advinda dessa demissão, e a
penal, posteriormente, por à condenação a uma pena privativa de liberdade, tendo em vista a
dimensão do problema.

Não há dúvidas de que a Constituição Federal nos possibilita certa liberdade, em poder
exercer o direito de cidadania, como o caso dos cidadãos brasileiros poder fazer qualquer que
seja a acusação contra o Presidente da República segundo o artigo 14 da Lei 1079/50, que
afirma em seu dispositivo legal: “É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da
República ou Ministro de Estado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos
Deputados. Porem essa da realidade demanda de um juízo de admissibilidade pela Câmara
dos Deputados, que precisará autorizar o início do processo por 2/3 dos seus membros.
Após, ocorre o julgamento pelo Senado Federal, presidido pelo Presidente do Supremo
Tribunal Federal. Para que o Presidente seja condenado sendo necessária uma votação por
2/3 dos Senadores, conforme o artigo 86 da Constituição Federal.
Impendente de destacar que o art. 85 da Constituição de 1988 apresenta um rol
exemplificativo de crimes de responsabilidade, visto que a Lei não define o que são crimes de
responsabilidade, contudo enuncia-se que todos os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal de 1988 são crimes de responsabilidade.
E apesar de não ser conceituado efetivamente o que seriam os crimes de responsabilidade, o
legislador elenca quais são os principais institutos que uma vez feridos se caracterizam como
o crime mencionado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema apresentado foi baseado na leitura de textos pesquisados, artigos, legislação


vigente e Leis. É perceptível que ha incompreensão quanto a classificação do que seja os
crimes de responsabilidades. A prática de como visualizamos essa realidade de formalismo do

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
impeachment, palavra trazida à Língua Portuguesa através de um fenômeno linguístico
chamado estrangeirismo, e que significa “impugnação”, iniciou-se na Inglaterra, como um
processo de natureza penal. O impeachment foi vislumbrado com natureza política, hoje é
visto por alguns doutrinadores com natureza mista, ou seja, política-criminal. Onde se trata da
cassação, ou perca de mandato dos chefes do Poder Executivo e de pessoas que ocupem altos
cargos políticos na sociedade, como também dos atos administrativos.
No entanto, é preciso observar vários aspectos enfocado no procedimento do
processo, bem como a punição à má gestão dos negócios públicos tornando as ações do
estado fragilizadas diante do Estado que se representantes dos nossos direitos.

PALAVRAS-CHAVE: Democracia, Direito, Estado, Impeachment, Leis.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado, 1988.
BRASIL. Lei n.º 1.079, de 10 de abril de 1950. Define os crimes de responsabilidade e regula
o respectivo processo de julgamento. Disponível
em:www.planalto.gov.br.ccivil_03leis/L1079.htm> Acesso em:09/09/2015
LENZA, PEDRO. Direito constitucional esquematizado. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional.
9 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
<www.camara.leg.br/a-camara/conheca-quanto-sao-e-de-quem-forma-e-defenindo-o-numero-
de-deputados> Disponível em: www.camara.leg.br/ Acesso em: 07/09/2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Natureza Jurídica dos contratos de compra e venda

Anne Beatriz Duarte de Andrade


Itala Nobrega de Araújo
MEDEIROS, Carolina de Meneses Pontes(FESC-FAFIC)

INTRODUÇÃO
Tento em vista as obrigações contratuais e as relações de contratos onerosos e como
tais acordos são feitos mediante as normas e as regras do Código Civil 2002. Entretanto há
dificuldades em alguns casos das relações de contratos e como a crise contratual se instalo na
sociedade e a dificuldade de se cumprir uma obrigação considerada perfeita sendo que as
partes devem ter reciprocidade.

PROBLEMÁTICA
Os contratos de compra e venda são baseados na reciprocidade predominante
existente, que se encontra sobre ameaça quando a obrigação do pagamento da dívida que foi
estabelecida não é cumprida. A ausência de experiência de uma das partes leva o indivíduo a
ter seu negócio jurídico a uma situação de riscos ?

OBJETIVO
Reconhece qual a real função do contrato de compra e venda tento como princípio
bilateral onde as partes se responsabilizam em cumprir o acordo feito e sendo com a
celebração do contrato.

METODOLOGIA
Neste trabalho, fizemos uso da metodologia bibliográfica, usando primordialmente a
Constituição Federal ou carta magna para obter os principais dispositivos legais que estão
regulamento o Código Civil de 2002, usando também entendimentos de doutrinadores.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Obrigações contratuais, é acordo sinalagmático, que gera obrigações recíprocas para
ambas as partes.” O contrato de compra e venda é um acordo de vontades entre comprador e
vendedor pelo qual, mediante pagamento de certo preço, transfere-se o domínio de
determinada coisa, objeto do contrato.” (Renata Cambraia). Partindo destes prismas de
pensamento e seguindo a regra do artigo 481 Código Civil. “Pelo contrato de compra e
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e outro, a pagar-
lhe certo preço em dinheiro”. O alienante se obriga a transferir a coisa certa e o adquirente
de pagar o preço certo em dinheiro essa relação pode ser chamada de onerosa onde ambos os
contratantes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício, para um, pagamento do
preço e recebimento da coisa; para outro, entrega do bem e recebimento do pagamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O consensualimo são contratos bilaterais ou seja existe o desejo de duas partes em
realizar o negocio jurídico, existe vários tipo de contratos e para cada um deles regras e
normas diferenciadas tudo seguindo os regimentos da Constituição Federal de 1988 e o
Código Civil de 2002 sendo que grande parte do código de 1916 ainda existe nos dias atuais
porque algumas normas não mudaram desde o império romano. Por tanto os contratos são
fontes essências para nossa sociedade, manter uma ordem e organização para que todas as
regras possam se compridas sem perda ou prejuízo a outrem, sendo que os princípios civis
nasceram com a um acordo entre o Estado e o Povo.

PALAVRAS-CHAVE: Contratos. Obrigações. Contratos de compra e venda. Código Civil.

REFERÊNCIAS
FARIAS, Cristiano Chave. ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: parte
geral e LINDB. Bahia: Juspodivm, 2016.
GLAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito
civil 1: parte geral. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O surgimento e implantação da Lei de Recuperação Judicial e Falências – Lei 11.101/05
em substituição à antiga – Lei 7.661/45, Lei de Falência e Concordatas

OLIVEIRA, Thales Bastos Cavalcante de (AUTOR)


MEDEIROS, Carolina Meneses Pontes de (ORIENTADORA)

INTRODUÇÃO

A lei de recuperação judicial e falência de empresas, (Lei 11.101/05 de 09 de


Fevereiro de 2005), surgiu como uma luz para os Administradores, pois a antiga
regulamentação, (Decreto Lei Nº. 7.661 de 21 de Junho de 1945), que abordava o tema em
nada se preocupava em analisar os reais problemas da empresa, suas dificuldades, as causas
que levaram-na a se encontrar em tal situação, uma vez que a única solução apresentada era a
concordata, era dado um prazo à empresa devedora para que esta quitasse suas dívidas, não se
importando portanto, como e com que recursos esses débitos seriam honrados. Agora, o plano
de recuperação da empresa, previsto na legislação e que tem sido plenamente aplicado no
direito pátrio, privilegia a continuidade da empresa, por meio de uma nova estratégia proposta
pelos seus administradores a fim de recuperá-la e ganhar credibilidade perante os credores,
reergue-la, para então saldar o passivo daquela sociedade empresária.

PROBLEMÁTICA

A legislação prevê um plano de recuperação que deve ser apresentado pela empresa
devedora que quer recuperar-se diante de seus credores?
Trata-se de um documento, e também uma ação, típico de administração de empresas,
inserido no direito falimentar pela Lei nº 11.101/05.Anteriormente havia Lei de Falências e
Concordatas. As inovações começaram aqui, uma vez que a nova lei possui como ementa
“Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade
empresária.” Assim, menciona-se, primeiramente, a recuperação da empresa, para depois falar
da Falência, que se torna uma possibilidade secundária, ou seja, uma consequência para

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
àquelas empresas, que apesar dos esforços, não apresentem viabilidade econômica, uma vez
que a falência vem a se tornar uma saída para estas.

OBJETIVO

Analisar a Lei de Recuperação Judicial e Falências – Lei 11.101/05 em substituição à


antiga – Lei 7.661/45, Lei de Falência e Concordatas

METODOLOGIA

Neste resumo foi utilizado o método indutivo, examinei cada caso separadamente e
tentei construir um quadro teórico geral por meio de doutrina tratando sobre o tema proposto.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Essa foi a intenção, era preciso que as empresas acreditassem que é possível se
recuperar, e que a lei possuía mecanismos facilitadores de sua recuperação no mercado, na lei
antiga, havia o instituto da concordata, mas ela estava longe de atingir seus objetivos, porque
não se importava em diagnosticar os problemas da empresa, concedendo apenas tempo para
que ela pagasse as dívidas, como se isso fosse a coisa necessária.
Com o tempo, observou-se que era preciso redefinir novos objetivos, traçar novas
estratégias, enfim, elaborar um novo planejamento estratégico para as empresas em crise, já
que a administração do momento não está sendo eficiente e já se mostrou incapaz de caminhar
com as próprias pernas, precisando portanto, de intervenção.
A concordata era um benefício oferecido, por meio do qual se concediam até dois anos
para o pagamento das dívidas. No entanto, nesse período, as empresas concordatárias, cujos
credores são, em sua maioria, fornecedores, não conseguiam créditos na praça, por parte dos
fornecedores-credores, e por parte de outros fornecedores, que sabendo de sua situação,
evidentemente, não lhe vendiam à prazo. Assim, acontecia que, a empresa devedora acabava,
nesses período, se tornando inoperante, pois suas operações eram inviabilizadas pela falta de

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
crédito na praça, estes, imprescindíveis para a sobrevivência de qualquer empresa ou
sociedade empresária, independentemente do seu tamanho.
Pode-se verificar, que o maior avanço, de fato, com o surgimento desta lei foi a
criação dos institutos de recuperação judicial e extrajudicial, eliminando as figuras das
concordatas e gerando alternativas, aumentando a eficiência dos processos, ao deixar claro o
seu objetivo era recuperar a sociedade empresária.
Ao criar a Assembleia Geral de Credores, a legislação estabeleceu incentivos para que
houvesse participação formal dos credores, determinando assim que os processos de falências
ou de recuperação devem ser acompanhados e respaldados pelas decisões tomadas por esta
Assembleia, obrigando ao juízo somente a homologação dos projetos assinados de comum
acordo entre os devedores e credores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A nova lei de recuperação de empresas e falência foi aprovada em 09 de fevereiro de


2005, e entrou em vigor no dia 09 de junho do mesmo ano, após o período de 120 dias de
“vacatio legis”, determinado por ela própria, em seu artigo 201 da LF, teve a pretensão de dar
nova chance ao administrador que, apesar da viabilidade econômica, sendo este, um do
requisito para a implantação do plano de recuperação da empresa, encontra-se em situação de
crise carecendo de nova estratégia.
Dentre as alterações introduzidas pela nova lei, está o direito de fracionamento da
empresa, podendo ser vendida, cindida, transformada ou incorporada sem seus débitos
tributários, se aceitos pela assembleia de credores, isso denota um grande avanço, pois pode-
se imaginar uma empresa como partes produtivas, algumas destas são mais eficientes e
produtivas do que outras, propiciando assim que a arrecadação no caso da venda dos ativos
gere valores significativos no mercado.

PALAVRAS-CHAVE: Recuperação Judicial, Falência, Empresário, Credores.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS:

COELHO, Fábio Ulhôa, Curso de Direito Comercial, volume 3, 13ª. ed. – São Paulo: Saraiva,
2012; MARTINS, Fran, Curso de Direito Comercial: eEd. Ver. E atual. – Rio de Janeiro,
Forense, 2009; Curso de falência e recuperação de empresa / Amador Paes de Almeida. - 26.
ed – São Paulo : Saraiva, 2012.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
SISTEMA CACERÁRIO BRASILEIRO E RESSOCIALIZAÇÃO: A RELEVANCIA
DE AÇÕES DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL NO ÂMBITO DOS PRESIDIOS
BRASILEIROS.

TAVARES, Janser Alves¹

MENDONÇA, Tarcísia Keliane de Assis²

INTRODUÇÃO
O número elevado de reincidência criminal tem mostrado a incapacidade das prisões
brasileiras de cumprir seu papel de ressocialização. Prisões estas muito mal estruturadas,
funcionando acima de sua capacidade prisional, sem planos para a reintegração do preso na
sociedade e, por esta ultima condição, acaba se tornando apenas um poço de esquecimento no
qual o recluso só será lembrando quando voltar a praticar outros crimes. Isto não é algo raro,
já que segundo apontamentos do Conselho Nacional de Justiça os números referentes à
reincidência chegam a setenta por cento no Brasil.

PROBLEMÁTICA

A discussão acerca da ressocialização se faz, portanto, extremamente necessária, haja


visto que no Brasil tal medida não se efetiva, mesmo sendo uma medida demasiadamente
relevante?

OBJETIVO
Analisar o sistema carcerário brasileiro e a ressocialização

METODOLOGIA

Entende-se que o caminho mais adequado para realização do presente estudo se dá


através da perspectiva crítica-dialética, sendo essa utilizada em todo o percurso desse

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
trabalho, por fornecer uma apreensão total da realidade concreta em suas múltiplas
dimensões, assim como também a consulta a artigos e autores que abordam essa temática.

FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na atual conjuntura, os presos são culpados por todas as mazelas da sociedade, sendo
que, em grande número, eles são apenas reflexos de uma exclusão histórica em que grande
parte da população é marginalizada para que outra pequena parte ascenda e de uma atual má
atuação do Estado dentro da mesma. Existe um perfil bem definido das pessoas que lá estão, o
que nos mostra que quem vai para a prisão são pessoas de baixa renda que não tiveram acesso
à educação, à saúde, a uma moradia digna e outras coisas que seriam o mínimo para viver
com dignidade. Outro grande problema, já adentrando a realidade prisional, é o problema
estrutural.
Cadeias superlotadas, com alimentação de péssima qualidade, higienização precária,
sem separação de presos provisórios dos condenados ou dos de alta periculosidade dos presos
comuns, o que dificulta ainda mais uma possível ressocialização e, ainda mais, cria-se um
local de aprendizagem para que os detentos continuem na prática do crime. Fica clara a
necessidade de que as cadeias deixem de ser objetos de mera punição e isolamento, e passem
a educar e ressocializar os detentos, para que quando saírem possam de fato se reintegrar a
sociedade, do contrário, se saem sem nenhuma expectativa de vida, sem nenhum aprendizado
não terão outra escolha a não ser a de voltarem para o crime, onde alguns são obrigados a
adentrar para conseguir sua subsistência. Acentua ainda que sem o devido cuidado por parte
do Estado a prisão acaba se tornando um local onde criminosos ensinam e aprendem novos
métodos com os demais, fazendo que o número de reincidência seja sempre alto.
O que tem se mostrado antagônico a realidade dos diversos presídios brasileiros, que
possuem caráter meramente punitivo e exclusivo, que além de privarem totalmente os seres
humanos de sua liberdade, contribuem para o aumento severo da marginalização por meio de
suas medidas punitivas. Indo em direção contrária ao objetivo inicial do regime carcerário que
seria a reintegração dos condenados e dos internados à sociedade, buscando assim não só
castigar ou não só prevenir, mas buscar a humanização. Reforçando assim a emergência de
ações humanitárias e ressocializantes dentro dos presídios brasileiros, com o intuito de

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
cumprir o seu real objetivo de garantir a segurança da população e a reintegração social dos
detentos. Em virtude do contexto vivenciado e diante dos fatos que se materializam na
realidade através das reincidências criminais, se torna incontestável a inefetividade do sistema
carcerário brasileiro dado a praticamente inexistente ressocialização dentro desse âmbito, fato
que demonstra a necessidade de ações que integrem os detentos e os preparem para o retorno
a vida social e todas as esferas que a envolvam.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não adianta punir o preso com o esquecimento durante todos aqueles anos que lhe
foram confinados, é necessário que haja uma reeducação, uma ressocialização para que ele
possa sair de lá com condições reais de se reintegrar a sociedade. Excluí-lo totalmente do
meio social não é o ideal. Faz-se, portanto, necessário que o detento receba uma educação
ressocializante e que o prepare para o mercado de trabalho; para que, como consequência, o
mesmo seja reincluído na vivência comunitária e no âmbito das relações sociais.

Palavras-chave: Reintegração; Presídios; Sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

MACHADO, Vitor Gonçalves. A reintegração social do preso. Uma análise sobre os


principais discursos contrários e favoráveis à finalidade ressocializadora da pena. Jus
Navigandi, Teresina, ano 15, n. 2733, 25 dez. 2010. Disponível
em: <http://jus.com.br/artigos/18118>. Acesso em: 15 dez. 2014.

SILVEIRA, Valdir. Prisões são as senzalas de hoje, diz ativista da Pastoral Carcerária.
Carta Capital, 5 de MAIO de 2014. Entrevista concedida a Marsílea Gombata.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL

LEITE, Francisca Naiara de Almeida


SILVA, Ana Heloisa Cavalcanti da
SOUSA, Maria Uyamara Sobral
FORMIGA, Josenildo Alves (Orientador)

INTRODUÇÃO
Com a edição do código de 2002 o Direito Civil sofreu inúmeras mudanças, entre elas
o fim de uma visão patrimonialista e individualista acerca dos contratos, redimensionando o
núcleo do Direito Civil para proteção as pessoas em relação as coisas, impulsionado pelos
princípios da Eticidade, Sociabilidade, da função social disposto no seu Art. 421 que traz a
prevalência do bem comum sobre o individual e ao princípio da boa-fé objetiva consagrado
pelo Superior Tribunal de Justiça. Com base nesses princípios contratos firmados entre
particulares não deverá apenas atender os frios ditames das cláusulas contatuais, mas a
finalidade social buscada pelas partes no momento da celebração da avença, assim a
hermenêutica contratual não deve ser pautada apenas o conteúdo material contido no
instrumento, mas na real vontade das partes. Desta feita, princípio da pacta sunt servanda é
mitigado em face da Função Social. Nesse contexto toma força dentro da jurisprudência a
teoria do adimplemento substancial, que tem como origem o direito consuetudinário inglês,
onde se veda o fim do contrato nos casos em que, mesmo a obrigação não sendo cumprida em
sua totalidade restando um valor ínfimo a ser adimplido pelo devedor, levando em
consideração a quantia total do contrato. Esta teoria não se encontra positivada pelo
ordenamento jurídico brasileiro, mas como já mencionado ganha força na jurisprudência.
Neste lume, para que esta teoria seja aplicada ao caso concreto e produza efeitos faz-se
necessário que o devedor tenha agido de acordo com a boa-fé e acometido por uma perda
financeira superveniente e por fim, que a soma das parcelas pagas já correspondam a
praticamente toda a obrigação. Assim, a título de exemplo um contratos de financiamento de
um veículo com cláusula de alienação fiuciára, com pagamento divido em sessenta parcelas,
o inadimplemento de duas após a integralização do pagamento de cinquenta e oito, não
autoriza o credor a reincidir o contrato com a tomada do bem, o que seria desproporcional,
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
cabendo ao credor buscar outras formas menos invasivas para receber seu crédito, como por
exemplo ação de cobrança. Pode-se perceber que é de essencial importância a análise
minuciosa do caso concreto para que a aplicação dessa teoria produza um efeito justo.

PROBLEMÁTICA
Um ponto bastante complicado perante esta teoria é a situação desfavorável do credor,
fazendo-se necessária uma análise acerca dos interesses deste, afinal o contrato não foi em sua
totalidade cumprida por conta do devedor estar sem capacidade financeira de cumprir suas
obrigações, e muita das vezes não receberá seu crédito por outros meios.

OBJETIVO

O objetivo principal deste presente resumo é levar é instigar a discussão sobre as novas
nuances do Direito Civil com o fito de gerar uma justiça efetiva sem disparidade entre credor
e devedor, o que antes jamais foi imaginado no Código Civil de 1916 devido seu cunho
puramente patrimonialista, atualmente há uma sensação de segurança social, onde a resolução
de contratos sempre irá variar de uma situação fática para outra.

METODOLOGIA
Foi utilizado o método dedutivo, baseando o referido resumo em pesquisas
bibliográficas, sendo estas basicamente a leitura de artigos acadêmicos online, doutrinas e
jurisprudência.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Por não existir embasamento legal a teoria do adimplemento substancial busca sua
fundamentação em doutrinas, como bem explica o escritor Flávio Tartuce: “[...] determina a
nulidade de cláusulas contratuais que estabeleçam a perda total das prestações pagas pelo
devedor em benefício do credor, diante da função social dos contratos, a teoria do
adimplemento substancial, aplica-se á compra e venda.” (p. 690, 2014). Alguns julgados
também consagram esta teoria como mostra a do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
publicada em 09 de junho de 2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça posiona-se de acordo com esta teoria,
como demonstra o enunciado 361 CJF/STJ da IV Jornada de Direito Civil “O adimplemento
substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função
social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475.” O artigo
475 do Código Civil, citado anteriormente trata acerca do inadimplemento culposo do
contrato, o mesmo preceitua que o credor pode exigir o cumprimento contratual
obrigatoriamente ou resolver em perdas e danos, exatamente o que a teoria do adimplemento
substancial proíbe expressamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A vida em sociedade sempre está em constantes mudanças e a estagnação do direito e
suas leis poderiam surtir efeitos negativos sobre a vida cotidiana da população, é nítido a
evolução humanitária ocorrida na seara civilista a partir da edição do diploma vigente, e pela
disseminação da Teoria do Adimplemento Substancial dos negócios jurídicos de execução
diferida, que não poderiam ser desfeitos em virtude do inadimplemento ínfimo, caso o
objetivo primordial fosse alcançado, afinal a justiça não seria alcançada se em virtude de uma
parcela mínima o contrato extinguindo sem a observância dos princípios da boa-fé e da
função social.

PALAVRAS-CHAVES
Adimplemento Substancial. Boa-fé. Contrato. Princípios.

REFERÊNCIAS
Brasil. Código civil, 2002. Código civil. 53.ed. São Paulo: Saraiva; 2002.
CLARINDO, Aniêgela Sampaio. Princípios da teoria do adimplemento substancial.
Disponível em:
<http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Teoria+do+adimplemento+substancial>
. Acesso em: 20 abril 2016.
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único 4.Ed. São Paulo:
Método,2014.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
UNIÃO POLIAFETIVA: uma breve ponderação.

SOUSA, Anastácia Riammy Ferreira Borges (FAFIC)


GERMANO, Luma Leonária dos Santos (FAFIC)
LOPES, Francisco Francinaldo Bezerra (ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO

O termo família acredita-se que tenha surgido na Roma antiga e derivado do latim
“Famulus” que significaria “escravo doméstico”, foi utilizado para designar os novos grupos
sociais que estavam se formando nas tribos latinas. Mas conforme a evolução da sociedade
esse termo sofreu alterações significativas, tornando difícil de conceitua-la ante o Direito um
conceito que fosse claro e objetivo do que seria família. O legislador constituinte originário
deixou implícito na Constituição Federal de 1934 no art. 144 “A família, constituída pelo
casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado”, ou seja, que família seria
composta pelo casamento entre homem e mulher unidos pelo afeto e com a finalidade de
construir um patrimônio, gerar e criar os filhos. Ao longo do tempo outros tipos de relações
afetivas foram surgindo, a família tradicional deu espaço para que novas famílias fossem se
formando, dentre elas a união poliafetiva que embora seja um tema recente para a sociedade,
hoje é uma realidade social. Resumidamente a ideia de família para o ordenamento brasileiro
era que homem e mulher unidos pelo casamento ora civil ora religioso que estaria
regulamentado pelo Estado. Com o passar do tempo e o laicização do Estado relativizou-se
este conceito e a Constituição de 1988 inovou o ordenamento brasileiro trazendo a tona uma
alteração e ampliação do conceito de família, mas precisamente no Art.226 parágrafos 3º e
4º.

PROBLEMÁTICA

No presente trabalho falaremos sobre a união poliafetiva que é formada por uma
mulher e dois homens ou por um homem e duas mulheres que convivem sob o mesmo teto e
que se esforçam para construir uma família e analisaremos como o Estado aplicará o direito
sucessório e o patrimonial nessas famílias poliafetivas?

OBJETIVO

O presente trabalho procura analisar o conceito de família e suas alterações conforme


alguns doutrinadores e juristas, analisar como pode ser reconhecida essa união não
tradicional, especificadamente a poliafetica e suas consequências jurídicas.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

Analisou-se o conceito histórico de família perante o direito e a sociedade, buscando


subsídios na doutrina e em sites de direito que continham teor teórico do assunto tratado pelo
presente estudo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Foi fundamentado na doutrina em sites de pesquisas de direito e na jurisprudência,


fornecendo ao leitor uma convicção própria sobre a tutela destas famílias, que com o avanço
social e as transformações dos costumes, muitos tipos de família estão sendo reconhecidas
pelo ordenamento brasileiro, além das consideradas tradicionais. Foi utilizada como aporte a
Constituição Federal onde foram observados os direitos básicos de uma família e como o
Estado protege essas relações. E como bem leciona a resolução N.40 de 14/08/07 do CNJ,
art.4º essas uniões podem ser formalizadas por meio de um contrato, de forma simples e não
exigem tanta formalidade, devendo ser registrados em cartório, fornecendo dados concretos
e seguros com a finalidade de preservar o patrimônio das partes e para que ocorra uma
partilha do patrimônio justa e equilibrada, como não há um ordenamento especifico, o
judiciário aplicará analogia para resguardar direitos advindos desta união poliafetiva, no
âmbito familiar/patrimonial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi exposto, conclui-se que há uma grande necessidade para o direito
de acompanhar os avanços da sociedade, embora o direito de família seja um dos mais
antigos de nossa civilização, pouco evoluiu no tocante ao patrimônio. Porém com o advento
da Constituição Federal de 1988 que consolidou o principio da dignidade da pessoa humana
como norteador das relações jurídicas, fazendo com que a sociedade passasse a aceitar e
respeitar esses novos tipos de união. O que se busca ao defender o reconhecimento dessa
relação poliafetiva é a proteção, o reconhecimento das escolhas que aquelas pessoas dotados
de autonomia, liberdade, dignidade e capacidade escolheram para elas. Não há, portanto,
proibição expressa no ordenamento jurídico pátrio, que, mesmo sem cogitar a sua existência,
não impede que o fato seja possível e gere efeitos jurídicos.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos. Família. União poliafetiva.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado, 1988.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CARNEIRO, Rafael Gomes da Silva. MAGALHÃES, Vanessa de Padua Rios. O direito de
liberdade e a possibilidade de reconhecimento da união poliafetiva disponível em
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12810
acessado em 02 de maio de 2016 ás 18hrs e 39min.

FARIAS, Cristiano Chave. ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil:


Famílias. 8 ed. Rio de Janeiro: Juspodivm, 2016.
Resolução Nº40, DE 14 de Agosto de 2007 disponível em
http://www.cnj.jus.br/files/atos_administrativos/resoluo-n40-14-08-2007-presidncia.pdf
acessado em 03 de maio de 2016 ás 18 hrs.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER: CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS

ANACLETO, Maria Layany – FAFIC


ANACLETO, Layza Vieira - FAFIC
JUNIOR, Francisco Paulino da Silva - ORIENTADOR

INTRODUÇÃO
A violência contra a mulher é um problema de ordem sociocultural que se permeia ao
longo do processo de evolução histórica e ainda persiste nos dias atuais em virtude de uma
série de fatores que contribuem para a ocorrência dessa violação de direito. Percebe-se que
muitos são os avanços conquistados pela mulher no cenário da sociedade atual, contudo, a
cultura machista tem favorecido para a ocorrência de significativos índices de violência no
âmbito doméstico contra a mulher. Nesse contexto, torna-se indispensável uma análise
acerca dos principais fatores que favorecem a continuidade dessa problemática e sobretudo,
os principais mecanismos que podem ser utilizados como ferramenta de prevenção e
combate da violência contra a mulher, em especial no âmbito doméstico.

PROBLEMÁTICA
Diante de significativos avanços no campo dos direitos humanos, como compreender
ainda a ocorrência com tanta expressividade da violência doméstica contra a mulher?
Percebe-se que tal problemática é norteada por uma série de fatores dos quais a sociedade
precisa sensibilizar-se para superá-los e promover de fato a igualdade entre homens e
mulheres.

OBJETIVO
O presente trabalho propõe-se a realizar uma análise acerca dos principais fatores que
conduzem o crescente índice de violência doméstica contra a mulher, considerando o
contexto social em que estas estão inseridas e discutir acerca da organização e
funcionamento das políticas públicas voltadas a esta parcela da sociedade.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido a partir do método dedutivo-hipotético, partindo
da premissa de que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, razão pela quais
aquelas devem ser tratadas com respeito, evitando quaisquer formas de violência que
consiste em violação de direitos, em especial a violência no âmbito doméstico, praticada em
sua grande maioria, pelos companheiros/companheiras.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Constituição da República de 1988 assegura a igualdade entre homens e mulheres,


igualdade esta que perpassa pelos direitos e deveres desses sujeitos um para com o outro. No
entanto, cerifica-se ainda um desrespeito a esta norma positivada, e uma constante afronta
aos direitos humanos destas, que a cada dia são vítimas das mais diversas formas de
violações de direitos, em especial, dentro do ambiente doméstico, ambiente este que em tese
deverei representar um espaço de segurança e paz. Não obstante, a mulher tem sido
submetida a diversas formas de violência no ambiente doméstico, violência esta que é
manifestada em seu aspecto moral, psicológico, patrimonial, além também da violência
física. A violência doméstica tem um caráter influenciado pela influência da cultura machista
de considerar a mulher como aquela pessoa que deve dedicar-se exclusivamente as
atividades do lar, sem, sobretudo buscar a sua autonomia e ascensão na sociedade.
Impossibilitada de refugiar-se da situação supracitada a mulher acaba submetendo-se a essa
realidade, por muitas vezes depender economicamente do seu companheiro, por tentar
manter as relações familiares a convivência dos filhos com o genitor, e principalmente, por
insegurança em procurar ajuda nos órgãos competentes, por conhecer das fragilidades que
este sistema oferece. Esses fatores são evidenciados pela ineficácia das medidas protetivas,
quando aplicadas para proteger a vítima do seu agressor, pela ausência de espaços que
oportunizem a segurança e o desenvolvimento de sua rotina diária sem comprometimento,
enfim, por termos ainda, uma estatística negativa no que diz respeito a violência contra a
mulher no seu ambiente familiar. Como estratégia para minimizar essa problemática, editou-
se a Lei Maria da Penha, que apesar de sua proposta de combater a violência contra a
mulher, ainda carece de efetividade, razão pela qual precisamos passar por um processo de

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
sensibilização social de enfrentamento dessa crescente violação de direito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, observa-se que a violência doméstica contra a mulher tem suas
nuances atreladas em sua grande maioria, a cultura machista que ainda predomina em nossa
sociedade, como também ao caráter de dependência econômica de uma parcela significativa
de mulheres em relação aos seus companheiros. Igualmente, verifica-se ainda a fragilidade
nas políticas de atendimento a mulher, que consequentemente abre margem para um caráter
continuado da ocorrência da violência doméstica. Nesse sentido, é importante destacar ainda
que a fragilidade nas políticas de atendimento à mulher não só se referem a precariedade na
prestação dos serviços, como também a insegurança que estas podem gerar por não
funcionarem com eficácia e eficiência em face dessa problemática supracitada. É necessário,
pois, uma sensibilização da sociedade quanto ao combate a violência doméstica contra a
mulher, como também em outros âmbitos em que ela possa ocorrer e mais ainda, é preciso
uma mudança de paradigma de ações governamentais voltadas a promover, proteger e
garantir efetivamente os direitos das mulheres, oportunizando dessa forma, a sua autonomia
enquanto sujeito capaz de desenvolver as mais diversas atividades nos diferentes espaços
sociais, políticos e econômicos no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Mulher. Políticas públicas. Violência doméstica.

REFERÊNCIAS

DIAS, Maria Berenice. A impunidade dos delitos domésticos. Palestra proferida


no IX
Congresso Nacional da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica.
Alagoas.

Disponível em: <www.mariaberenice.com.br>. Acesso em: 10 maio. 2006.


GOMES, Orlando. Direito de família. Rio de Janeiro: Forense, 1981.

BRASIL. Vade Mecum Saraiva. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça: A efetividade da Lei 11.340/2006 de
combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2007.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
EUTANÁSIA E O DIREITO A VIDA

FERNANDES, Miriã da Silva (FAFIC)¹


FERNANDES, Midiã da Silva (FAFIC)²
SOARES, José Ricardo Pereira (FAFIC)³
SILVA, Junior Francisco Paulino (FAFIC)

INTRODUÇÃO
O presente resumo tem por objetivo apresentar a prática da eutanásia no Brasil e em
outros países a partir do ordenamento jurídico, uma vez que a eutanásia é conceituada como
uma morte sem sofrimento causada por meios de medicamentos em pessoas que sofrem com
doenças incuráveis e estão passando por sofrimentos meramente dolorosos, levando o
paciente à decisão da eutanásia a fim de acabar com o sofrimento, vale frisar que a prática da
eutanásia não é legalizada constitucionalmente.

PROBLEMÁTICA
Com relação à eutanásia é possível à luz do Direito Brasileiro existir a possibilidade de
uma flexibilização ao direito à vida em favor das pessoas que estão em situação vegetativa
que buscam a morte como um meio de alívio?

METODOLOGIA
Método teórico embasado em pesquisa bibliográfica, método multidisciplinar porque
parte do estudo de dois ramos da ciência que são do Direito Constitucional e da Bioética para
respaldar acerca do tema e o método de abordagem dedutivo que é aquele que parte de uma
análise geral, no caso do direito a vida, para chegar numa análise particular que é a
possibilidade de uma flexibilização desse direito frente à eutanásia.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Todo ser humano independentemente da cor, raça, religião ou língua possui direitos
iguais que regem a sua conduta numa sociedade, estando assegurados na Constituição Federal

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
(1988) que afirma o seguinte:
“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes...”

Então desta forma a Constituição Federal assegura o direito à vida, sendo que o estado
deve se responsabilizar por garantir esses direitos sendo que um desses direitos é permanecer
vivo e o segundo é de possuir uma vida digna com relação à subsistência.
No que tange a questão do direito à vida discorre-se acerca da Eutanásia, que
Rodrigues (1993, p.51), afirma: “A eutanásia, no vocábulo científico, significa a morte do paciente
que sofre de moléstia incurável e aflitiva, através da aplicação ou interrupção de medicamentos.”

De maneira geral temos na citação acima uma definição da situação de Eutanásia, que
se trata de um método com o intuito de favorecer uma morte doce, que seja tranquila, e que a
eutanásia não estar voltada apenas para o sentido de minimizar o sofrimento do paciente, mas
também as formas utilizadas para tal e é importante frisar que a eutanásia é um método antigo.
O termo Eutanásia segundo Campos (2011, p. 07) foi usado por Francis Bacon pela
primeira vez no mundo moderno, sendo essa prática desde a antiguidade em civilizações
como a Grécia e Roma, a evolução histórica da Eutanásia teve um marco importante em 1906
quando o estado americano rejeitou uma possível proposta de regularização da eutanásia, o
que incitou uma polêmica sobre o assunto. Dando continuidade em 1934, o Uruguai surge
como o primeiro país a despertar uma oportunidade para à eutanásia no Código Penal.
No Brasil essa prática não é legalizada e na ordenação jurídica brasileira não há
nenhuma lei que trate sobre a Eutanásia, frisando que responde por crime qualquer que
praticar esse ato, de acordo com o Código Penal que diz: “Art. 121 Matar alguém: Pena:
Reclusão de 06 (seis) a 20 (vinte) anos”.
Ziemann & Alves (2014, p. 214), enfatiza a questão de que na Constituição em seu art.
5º fala sobre a inviolabilidade do direito a vida, sendo assim a pessoa não tem o direito de
escolher com relação a sua própria vida, e nesse caso o médico fazendo essa prática mesmo
sendo a pedido do paciente, ele estaria indo contra a Constituição violando assim o direito a
vida, pois não podemos tirar ou abreviar a vida de ninguém mesmo no caso em que os
pacientes não respondam mais aos cuidados paliativos, buscando sempre outros meios sem
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
precisar chegar à prática da Eutanásia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente no Brasil de acordo com a legislação vigente, a prática da eutanásia é


considerada um ato criminoso seja qual for a sua modalidade, que vai desde ativa até a
passiva, cabendo ao praticante ser condenado por homicídio, observamos que a Constituição
assegura o direito a vida e que é obrigação do estado garantir o respeito à vida.
Corroborando com alguns autores não é lícito que os médicos pratiquem a eutanásia,
pois foi frisado que estariam indo contra a Constituição e que existem maneiras que ajudam
pacientes que estão sem esperanças de cura e que desejam morrer, maneiras estas como
introduzir tratamentos para alívio de dor e sofrimento do paciente, afinal ninguém tem o
direito de abreviar a vida de alguém, uma vez também que seria uma falta de ética por parte
dos profissionais, além de ser crime.

PALAVRA-CHAVE: Bioética, Constituição Brasileira, Direito à vida, Eutanásia.

REFERÊNCIAS

CAMPOS, Patricia Barbosa. A Eutanásia e o Principio Constitucional da Dignidade da


Pessoa Humana. Revista eletrônica, V. 02, nº 01, 2011.
RODRIGUES, Paulo Daher. Eutanásia. Belo Horizonte: Del Rey, 1993.
VIEIRA, Tereza Rodrigues. Bioética e Direito. 2ª ed. São Paulo: Jurídica Brasileira, 2003.
ZIEMANN, Aneline dos Santos; ALVES, Felipe Dalenogare. A Jurisdição Constitucional e
os Direitos Fundamentais nas Relações Privadas: Questões Contemporâneas. São Paulo:
Perse, 2014.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Análise do Princípio da Presunção de Inocência nos Casos de Exclusão de Candidato em
Concurso Público.

Priscila Tércia da Costa Tavares*13


José Willams Cartaxo de Sá*14

Resumo: Este artigo faz uma análise do princípio da presunção de inocência nas situações
onde o candidato a certame público é excluído por estar figurando no polo passivo de uma
ação penal ou mesmo de um inquérito policial. Tem como principais objetivos analisar como
o princípio pode ser violado em um procedimento administrativo como o concurso público
bem como saber o entendimento dos tribunais a respeito de tal situação, tendo em vista tratar-
se de princípio basilar. Como questionamento: É possível excluir de um certame público o
candidato que responda à um inquérito policial ou uma ação penal sem que ainda haja o
trânsito em julgado da sentença? A metodologia do trabalho consiste na utilização dos
métodos dedutivo, qualitativo, sistemático e hipotético-dedutivo. As conclusões chegadas
através deste trabalho foram a de que o princípio impede a exclusão do candidato a concurso
público unicamente pelo fato de estar sendo objeto de um inquérito policial ou ação penal sem
que haja sentença condenatória transitada em julgado. Espera-se pela contribuição na
compreensão do princípio na conjuntura do ordenamento jurídico em contraposição a
obrigatoriedade do concurso público para ingresso em cargos públicos neste país.
Palavras-Chave: Presunção de Inocência. Concurso. Inquérito policial. Violação.
ABSTRACT: This article is an analysis of the principle of presumption of innocence in
situations where the public event the candidate is excluded to be figuring defendant in a
criminal action or a police investigation. Its main objective to analyze how the principle can
be violated in an administrative procedure as tender as well as knowing the understanding of
the courts regarding such a situation, with a view that this is basic principle. As question: You
can delete a public event the candidate to respond to a police inquiry or criminal proceedings
without that there is still the final and unappealable sentence? The work methodology is the
use of deductive qualitative, systematic and hypothetical-deductive methods. The conclusions
reached by this study were that the principle prevents the candidate's exclusion to tender only
by the fact of being the subject of a police investigation or prosecution without damning final
judgment. It is hoped the contribution to the understanding of the principle in the context of
the legal system as opposed to mandatory public tender for admission to public office in this
country
Keywords: Presumption of Innocence. Contest. Police investigation. Violation.

13
Tavares, Priscila Tércia da Costa. Advogada. Bacharela em Direito pela Universidade Federal de Campina
Grande e Pós Graduada em Direito administrativo e Gestão pública pela Faculdade Integrada de Patos,
priscilatct@gmail.com.
14
Sá, José Willams Cartaxo de. Estudante regularmente matriculado no curso de Direito na Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras. cartaxoadv@gmail.com
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Delimitação do tema

O presente trabalho trata do princípio da presunção de inocência nas


situações onde o candidato de um concurso público é excluído do certame por estar sendo
objeto de um inquérito policial ou mesmo estar figurando no polo passivo de uma ação penal.
O objetivo deste trabalho consiste em estabelecer uma relação entre o
princípio da presunção de inocência no decorrer das fases de um concurso público, quando
um dos seus candidatos estiver sendo objeto de um inquérito policial ou estiver integrando o
polo passivo de uma ação penal.
A metodologia do trabalho consiste na utilização dos métodos: dedutivo,
qualitativo, sistemático, e hipotético-dedutivo em que estão embasados nas fontes do Direito
O método dedutivo é aquele onde se parte de uma premissa maior para se chegar a uma
premissa menor.
O método qualitativo é o que utilizado nas pesquisas bibliográficas como a
que se verifica neste trabalho. O método sistemático é aquele que analisa o problema jurídico
como um sistema único e completo em que a busca da resolução deste e está pautado no
princípio da presunção de inocência. O método hipotético-dedutivo é aquele que analisa um
problema.
O estudo está voltado à efetividade do princípio da presunção de inocência
com vistas a não prejudicar o direito de participação de candidato a concurso público que
esteja sendo objeto de um inquérito policial ou mesmo de estar figurando no polo passivo de
uma ação penal de cunho condenatório.
Os questionamentos levantados pelo trabalho são basicamente os seguintes:
até quando a pessoa goza do status de inocente? É possível que uma pessoa possa ser excluída
de um certame público simplesmente por estar figurando no polo passivo de uma ação penal
ou por estar sendo alvo de investigação em um inquérito policial?
Justifica-se o tema por ser de cunho relevante e de repercussão nacional,
tendo em vista tratar-se de dois temas relevantes, quais sejam o concurso público e o princípio
da presunção de inocência.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Dessa forma, é interessante propor ao leitor uma visão sistematizada da
efetividade do princípio da presunção de inocência no decorrer das fases de um concurso
público.

1. Concurso Público na Constituição Federal


Dispõem o art. 37, II, da CRFB/88:
II- a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

O legislador originário ai fixou as hipóteses de ingresso no serviço público,


pretendendo assim, dentre outras finalidades, dar o tratamento igualitário a todo e qualquer
candidato, que pretenda servir na prestação do serviço público.

2. Analise do princípio da presunção de inocência

Tal princípio possui assento constitucional no art. 5, LVII, da CRFB/88,


onde dispõe que “ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”.
O princípio da presunção da inocência está expresso no dispositivo acima
citado e de acordo com ele, a Constituição Cidadão de 1988 determina que somente após
sentença condenatória irrecorrível é que sujeito é passa a ostentar o status de culpado.
Segundo Bahia (2013, p. 199):
Esse princípio, também denominado como o da não culpabilidade, consagra uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados definitivamente por sentença do Poder Judiciário.

Tal garantia processual penal tem por fim tutelar/proteger a liberdade do


indíviduo, que é presumido inocente, cabendo ao Estado comprovar durante o processo a sua
culpabilidade.
Desta garantia também decorre o princípio da interpretação das leis penais
comumente conhecidos como in dubio pro reo, segundo este em caso de dúvida na
interpretação da lei adotar-se-á aquela que for mais favorável ao réu.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A inocência é presumida, cabendo ao Ministério Público ou à parte
acusadora, nas hipóteses de ação penal privadas, provar a culpa. Caso não o faça, a ação penal
deverá ser julgada improcedente.
Deste modo, enquanto não definitivamente condenado, presume-se o réu
inocente não podendo sofrer antecipadamente os efeitos de uma condenação penal, como por
exemplo, ter o nome lançado no rol dos culpados ou ter seus direitos políticos suspensos.
Este princípio antes de tudo trata de um direito fundamental multifacetário
de todo e qualquer cidadão, que se manifesta como uma regra de julgamento, regra de
processo e regra de tratamento.
Direito não somente à liberdade mais também de não sofrer
antecipadamente os efeitos de uma condenação penal. Tal princípio foi encarado como
sinônimo de presunção de não-culpabilidade.
Dispõe Távora e Alencar (2011, p. 55):
Não é outro o entendimento do STF, que por sua composição plenária, firmou o
entendimento de que o status de inocência prevalece até o trânsito em julgado da
sentença final, ainda que pendente recurso especial e/ou extraordinário. (grifo
nosso)

Desta feita, enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória, a


culpa não se estabelece. A seguir será estudada a persecutio criminis dividida em duas partes,
qual seja a fase do inquérito policial presidida pelo Delegado de policia e a segunda a ação
penal, promovida em regra pelo Ministério Público.

3. Inquérito Policial

Materializado o dever de punir do Estado com a ocorrência de um suposto


fato delituoso, cabe ao Estado, dar inicio a persecutio criminis para apurar, processar e enfim
fazer valer o direito de punir, aplicando as leis ao caso concreto.
Leciona Marques (2003, p.192) que:
“A persecutio criminis apresenta dois momentos distintos: o da investigação e o da
ação penal. Esta consiste no pedido de julgamento da pretensão punitiva, enquanto a
primeira é atividade preparatória da ação penal, de caráter preliminar e informativo”.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Neste tópico será estudada a primeira fase ou etapa da persecutio criminis
denominada de inquérito policial que nada mais é que um procedimento de índole
administrativa, de caráter informativo, e preparatório da ação penal.
Filho (2003, p. 192), define o inquérito como sendo:

“O conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma


infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em
juízo”.

Com a ocorrência da infração, se faz necessário que se dê início as


investigações como fim de buscar elementos que demonstrem a autoria e a materialidade do
delito, a partir dai tem-se início a ação penal promovida pelo Ministério Público, salvo se
tratar-se de um crime de ação penal privada, que neste caso deverá ser promovido pelo
próprio ofendido.
O inquérito policial vem a ser um procedimento administrativo, presidido
pelo Delegado de Polícia, que tem o intuito de identificar o autor do delito bem como dos
elementos que atestem a sua existência.
Contribui para a formação da opinião delitiva do titular da ação penal, ou
seja, fornecendo elementos que convençam o titular da ação penal, que segundo o art. 129, I,
da CRFB/88 é o Ministério Público (salvo os casos de ação penal privada), se o processo deve
ou não ser deflagrado.
O inquérito como um procedimento administrativo é regido por
características que o diferenciam substancialmente do processo comum e estas características
serão a seguir estudadas para melhor compreensão do tema.
Tal procedimento está inserido no Código de Processo Penal Brasileiro
entre os artigos sétimo e vigésimo terceiro.
A discricionariedade está presente no inquérito policial, uma vez que o
delegado de polícia conduz as investigações da forma que melhor lhe aprouver, havendo
assim por parte daquele um juízo de conveniência e oportunidade.
O inquérito, por imposição do art. 9 do Código de Processo Penal, deverá
ser obrigatoriamente escrito, afinal de contas trata-se de um procedimento administrativo que
se destina a fornecer elementos ao titular da ação penal, que em regra geral é o Ministério
Público.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A sigilosidade é uma das características marcantes do inquérito, pois ao
contrário do que ocorre com o processo comum judicial o inquérito não comporta
publicidade, na forma do art. 20 do CPP.
Importante destacar que este sigilo acima mencionado é o sigilo externo das
investigações que é aquele imposto para evitar a divulgação de informações essências ao
deslinde do feito, todavia tal sigilo não se estende ao advogado do indiciado.
Lopes Jr (2001, p. 312) observa que:

“Não existe sigilo para o advogado no inquérito policial e não lhe pode ser negado o
acesso às suas peças nem ser negado o direito à extração de cópias ou fazer
apontamentos”.

O sigilo do inquérito se faz necessário ao êxito das investigações bem como


a preservação da pessoa do indiciado que é presumivelmente inocente, evitando-se assim as
condenações sumárias feitas opinião pública muitas vezes incitada pela mídia.
A dispensabilidade do inquérito também se mostra como uma das
características singulares deste procedimento, uma vez que não é imprescindível para a
propositura da ação penal.
É possível que os elementos que venham a lastrear a peça inicial acusatória
sejam colhidos de outra forma que não a do inquérito, neste caso o procedimento é
dispensável.
Apesar da dispensabilidade acima comentada, se o inquérito policial for a
base para a propositura da petição inicial acusatória este vai acompanhar a referida peça, na
forma do art. 12 do CPP.
Interessante registrar que os vícios porventura ocorridos durante o
procedimento não atingem a ação penal, é o entendimento doutrinário e jurisprudencial dos
tribunais brasileiros.
A indisponibilidade do inquérito se mostra patente, uma vez que sendo a
persecução criminal uma atividade de ordem pública, uma vez instaurado, o delegado de
policia não pode dele dispor.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Assim na forma do art. 17 do CPP, uma vez iniciado o procedimento de
cunho investigativo a autoridade policial deve leva-lo até o final, não podendo por vontade
sua arquivá-lo.
Ainda dentro das características do inquérito policial é imprescindível falar
tal procedimento é inquisitivo, sendo todas as atividades investigativas concentradas nas mãos
de uma única autoridade.
Neste tipo de procedimento não há oportunidade para se exercer o
contraditório nem a ampla defesa, permitindo assim que haja uma maior rapidez nas
investigações.
Nesta fase ainda pré-processual não existem as figuras conhecidas como
“partes”, apenas uma autoridade e um suposto autor do fato que encontra-se
na condição de indiciado.
Na visão de Távora e Alencar (2011, p.99):

“O inquérito deve funcionar como procedimento de filtro, viabilizando a deflagração


do processo quanto exista justa causa, mas também contribuindo para que pessoas
nitidamente inocentes não sejam condenadas”.

É digno de nota registrar que, uma vez não existindo o contraditório nem a
ampla defesa no inquérito policial, não é possível o magistrado, já na fase processual, valer-se
apenas do inquérito para condenar o réu, sob pena de nulidade absoluta.
Por fim, o inquérito policial é encerrado com a produção de um relatório
minucioso informando tudo quanto fora apurado nas investigações. Logo que findado o
mesmo é remetido ao Judiciário15, para que sejam acessados pelo representante do Ministério
Público, titular da ação penal.
Os tribunais superiores, em especial o STF, entendem assim que, salvo as
condenações já definitivas, quaisquer outras informações relativas a inquéritos em curso só
serão certificadas, caso sejam requisitadas por um magistrado, um membro do Ministério
Público ou um agente do Estado, em pedido que seja devidamente motivado.

15
Em alguns Estados da Federação, os autos são remetidos às centrais de inquérito, que são vinculadas ao
Ministério Público para que a distribuição seja realizada diretamente ao promotor com atribuição para atuar no
caso.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
4. Ação Penal

Como já fora visto, o inquérito e a ação penal são duas fases distintas da
chamada persecutio criminis. Enquanto o primeiro, trata-se um procedimento administrativo,
a ação penal nada mais é senão o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação
do direito penal objetivo ao caso concreto.
A principal classificação das ações penais tem por referência a titularidade
do direito de ação, são divididas em ações penais públicas e ações penais privadas.
As ações penais públicas, que compõem a grande maioria, por sua vez são
subdivididas em incondicionadas e condicionadas, estas têm por titular o Ministério Público,
na forma do art. 129, I, da CRFB/88.
As ações penais privadas, titularizadas pelo ofendido ou por seu
representante legal, são subdivididas em exclusivas e subsidiárias, havendo ainda as chamadas
ações privadas personalíssimas.
Ao longo deste trabalho serão analisadas de forma breve essas
classificações para uma melhor compreensão do tema.
A ação penal pública incondicionada é aquela que tem como titular, o
Ministério Público, na forma do art. 129, I, da Constituição Federal de 1988 e é a regra no
ordenamento jurídico brasileiro.
Na lição de Távora e Alencar (2011, p. 154):
A Constituição tem no Ministério Público o órgão acusador oficial do Estado e, na
esmagadora maioria das infrações, atuará o promotor incondicionalmente, ex officio,
sem a necessidade de autorização ou manifestação de vontade de quem quer que
seja.

A ação penal pública condicionada também é titularizada pelo Ministério


Público, tratando-se também de uma forma de exercício de ação. Todavia, tendo em vista
haver ofensa à vítima em sua intimidade, para seu exercício válido, o legislador achou por
bem condicioná-la a um permissivo denominado de representação16 que deve ser externado
pela vítima ou por seu representante legal.

16
Trata-se de uma condição de procedibilidade para que possa instaurar-se a persecução penal. É um pedido
autorizador feito pela vítima ou por seu representante legal. Sem ela a persecução penal não se inicia.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A representação, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é
uma peça sem rigor formal e que pode ser apresentada tanto na delegacia, no Ministério
Público ou mesmo perante o próprio magistrado, o mais importante é que a vítima revele o
seu interesse claro e inequívoco de processar o autor.
Nesta ação, a representação se faz de tal maneira importante que, sem ela
não é possível a instauração sequer do inquérito policial, não podendo assim haver a
propositura da ação, sob pena de nulidade.
Tendo em vista as características que norteiam esta ação, o legislador
sabiamente conferiu à vítima a faculdade de autorizar ou não o início do procedimento, um
exemplo clássico de crime de ação penal pública condicionada é o de estupro.
A representação pode ser ofertada pela vítima, por seu representante legal
ou ainda por um procurador com poderes especiais, podendo ser destinada à autoridade
policial, ao Ministério Público, titular da ação, ou mesmo ao próprio juiz, nestas últimas duas
situações a representação será remetida a autoridade policial para que se dê início ao
inquérito.
Diferentemente, ocorre na ação penal privada, onde a persecução criminal é
transferida para a própria vítima ou seu representante legal, devendo a ação ser formalizada
no corpo de uma queixa-crime subscrita por advogado regularmente habilitado com poderes
específicos, por tais condições compõem reduzido número se comparado as outras formas de
exercício de direito de ação.

5. O trânsito em julgado da decisão condenatória

Com o transito em julgado de uma sentença de natureza condenatória se


descortina o véu da não- culpabilidade. Antes deste momento o Estado, através de seus
agentes ou autoridades, não pode desrespeitar o postulado da presunção de inocência.
A exigência da coisa julgada, da forma como estabelecida na Constituição
Federal de 1988, representa, antes de tudo, um valor de grande importância na preservação
dos direitos dos cidadãos em especial o da dignidade da pessoa humana.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Sendo assim, a coisa julgada, ao dar fim às duvidas existentes, viabiliza a
superação dos conflitos, representando um marco divisor na vida do cidadão comum que
postula concorrer a cargo público neste país.

6. Decisões dos Tribunais

Necessária se faz a análise acerca do posicionamento dos tribunais


superiores sobre o tema, tendo em vista que o assunto trata de uns dos princípios mais
reluzentes do ordenamento pátrio, o princípio da presunção de inocência.
Na análise da conduta social, não poderia ter sido considerado como desfavorável o
fato de responder o paciente a uma ação penal sem trânsito em julgado (RHC
99.293, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 31-08-2010, Primeira Turma, DJE
de 7-2-2011.)

Sem dúvida, pode-se dizer que o princípio em tela anda de mãos dadas com
a dignidade da pessoa humana, consagrada no manto do art. 5, da CRFB:

Viola o princípio constitucional da presunção de inocência, previsto no art. 5, LVII,


da CF, a exclusão de candidato de concurso público que responde a inquérito ou
ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória (RE 559.135-AgR,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 20-05-2008, Primeira Turma, DJE
de 13-06-2008.)

A preservação do Estado de Inocência exige tal conduta, tendo em vista os


efeitos estigmatizantes causados pela certidão de antecedentes levam a uma publicidade
negativa da imagem do indiciado.
O simples fato de uma pessoa figurar no polo passivo de uma ação penal
ainda que em andamento, ou mesmo estar sendo alvo de investigação em inquérito policial
não é motivo idôneo para autorizar a formulação de maus antecedentes a que se impeça o
direito à participação em concursos públicos.
Interessante mencionar que a condenação criminal ainda pendente de
recurso, aquela que não se encontra amparada pelo trânsito em julgado não é suficiente para
se excluir o candidato a um concurso público.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
7. Considerações Finais

Não compete ao réu, como aquele que integra o polo passivo da ação penal,
ter que comprovar a sua inocência, uma vez que tal incumbência é de responsabilidade do
Ministério Público, como titular da ação penal, na forma do art. 129, I, da CRFB/88, nas
ações penais de iniciativa pública, de demonstrar, de formar inequívoca, a culpabilidade do
acusado.
Chegando-se a conclusão de que o simples fato do candidato a concurso público
figurar no polo passivo de inquéritos policiais ou de ações penais públicas ou privadas não
induz à conclusão de que este possui maus antecedentes, tais situações jurídico-processuais
não podem repercutir contra o investigado/acusado, caso seja este candidato a certame público
neste país.

8. Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso
em: 02 ago. 2014.
______. Decreto-Lei nº. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm>.
Acesso em: 7 ago. 2014.

ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado.


19. Ed. São Paulo: Editora Método, 2011.

FILHO, Fernando da Costa Tourinho. Processo Penal. 32 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

TÁVORA, Nestor e Alencar, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 6 ed.
Salvador: Jus Podivm, 2011.

MARTINS, Flávia Bahia. Direito Constitucional. 3ed. Niterói: Impetus, 2013.

ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado. 7


ed. São Paulo: Editora Método, 2011.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
MARQUES, Frederico. Elementos do direito processual penal. 2 ed. São Paulo: Malheiros,
2003.

LOPES JR, Aury. Sistemas de Investigação preliminar no processo penal. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2001.

______. Supremo Tribunal Federal. RHC 99.293/DF, 1ª Turma, Rel. Ministra Cármen Lúcia,
Data do Julgamento: 31/08/2010. Data da Publicação: 07/02/2011. Disponível em: <http://
http://www.jusbrasil.com.br >. Acesso em: 10 mai. 2016.
______. Supremo Tribunal Federal. RE 559.135-AgR. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª
Turma, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, Data do Julgamento: 04/11/2008. Data da
Publicação: 13/06/2008. Disponível em: <http:// http://www.jusbrasil.com.br >. Acesso em:
10 mai. 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE: Consonância das normas
infraconstitucionais para com os tratados internacionais sobre Direitos Humanos.

CEZÁRIO, Anabelly Ramalho(FAFIC)


JUNIOR, Euridan Nunes (FAFIC)
SILVA, José Erbeson Lemos(FAFIC)
MORAES, Éverton(ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO

Nascido com o Pacto de São José da Costa Rica, o Controle de


Convencionalidade tem o objetivo de adequar e submeter às leis
infraconstitucionais ao crivo da consonância com os acordos internacionais. Busca
uma harmonia entre as leis nacionais e os tratados.

PROBLEMÁTICA
Analisar de forma crítica e verificar a adequação das normas
infraconstitucionais com as normas dos tratados internacionais aprovados com
força de emenda constitucionais.

OBJETIVO
O presente trabalho tem como escopo analisar as formas de adequação das
normas perante o ordenamento jurídico pátrio. Sabemos que há o famigerado
controle de constitucionalidade, toda via, poucos sabem da submissão das leis as
convenções internacionais ratificadas no nosso ordenamento, o chamado controle
de Convencionalidade. Nosso objetivo é mostrar no que consiste tal instituto e sua
adequação a conjuntura jurídica nacional.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

O presente resumo usa-se do método dialético empregado em uma pesquisa


qualitativa, no qual, considera que os fatos não podem ser considerados fora de um
contexto social; as contradições se multiplicam dando origem a novas contradições
que requerem soluções que serão dadas no decorrer do resumo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Quando a força vinculante das Constituições era inexistente nos vários


ordenamentos jurídicos do mundo a fora, o que podíamos perceber era um grande
desrespeito à dignidade da pessoa humana, princípio já existente, porém,
embrionário. Devido a resquícios dos extintos Estados Totalitários, onde o que se viu
foram barbáries que marcaram a história do mundo, como no caso da Segunda
Guerra Mundial. Com o caráter protetivo, surge então, no período pós-guerra, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, tratado internacional criado pela ONU
em 1949 que se tornou marco histórico para a consolidação dos Direitos Humanos
na América. De lá para cá, muito foi feito em prol dos direitos fundamentais e de
suas garantias, nessa leva, muitos foram os tratados internacionais, que uniram
vários estados e que se coobrigaram entre si na tentativa de efetivar os Direitos
Fundamentais. Nessa linha surgiu nos ano de 1969 o Pacto de São José da Costa
Rica, também conhecido como Convenção Interamericana de Direitos Humanos. O
Brasil tornou-se signatário de tal tratado no ano de 1992 por meio do Decreto 678,
de 06 de Novembro daquele ano e a partir daí o ordenamento pátrio passou a ter
dois vieses de adequação das leis aos tratados internacionais sobre Direitos
Humanos, sendo eles o controle de constitucionalidade e o controle de
convencionalidade, que, conceitualmente se assemelham, mas diferem no ponto
que se refere ao seu âmbito de atuação. Assim podemos dizer que este último é a
compatibilidade das leis infraconstitucionais para com a Constituição Federal e com
os Tratados Internacionais ratificados e em vigor no país. Com efeito, a submissão
do ordenamento interno a tal controle, revogou, por exemplo, a prisão do depositário

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
infiel, isso por que tal norma não era condizente com os preceitos humanistas da
convenção. Isso ocorre, por que a Emenda Constitucional nº 45 deu aos Tratados
Internacionais sobre Direitos Humanos aprovados no rito preceituado no § 3º do
artigo 5º da CF caráter de norma constitucional, (hierarquia constitucional) tendo
força de Emenda Constitucional (hierarquia material). E aqueles tratados que não
obedecessem ao referido rito, ainda assim, seriam detentores de um caráter
supralegal – estando, do ponto de vista hierárquico, acima das leis e abaixo da
Constituição. Neste bojo, só será possível acionar a Corte Interamericana quando
exauridas as vias internas. Assim foi quando Maria da Penha Maia Fernandes,
vítima de um marido abusivo, procurou punição para seu marido abusivo, que a
tinha deixado paraplégica, mas não encontrou na justiça brasileira. Sendo
necessário, a Corte Interamericana emitir a punição. A submissão do ordenamento
pátrio fica evidente quando observamos a supremacia do julgamento alienígena
vigorando no ordenamento interno e ainda, e servindo como base para a criação da
Lei 11.340/2006, provando, assim, que o ordenamento brasileiro está submisso aos
julgados da corte interamericana.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, quando houver conflito entre norma infraconstitucional e tratados,


valerá o tratados, sem importar se tal lei é anterior ou posterior, toda via os tratados
que versam sobre direitos humanos não revogam, mas apenas paralisam o efeito
prático da lei. Quando tal conflito for entre tratados de direitos humanos e a
Constituição, em regra, a Constituição prevalecerá, já que se trata da Carta Magna,
mas, ainda assim, esta poderá ser excepcionada caso os tratados sobre direitos
humanos seja mais favorável. Isso se dá porque no bojo dos Direitos Humanos, a
hierarquia não é absoluta. Assim, não haverá o que se falar em ilegalidade, já que é
uma praxe da própria Constituição a defesa dos direitos inerentes à pessoa humana.

PALAVRAS-CHAVE: Adequação, Conformidade, Tratados.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS:

GOMES, Luiz Flávio et al. Controle de Convencionalidade: Valerio Mazzuoli


"versus" STF. 2009. Disponível em:
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI87878,91041-
Controle+de+Convencionalidade+Valerio+Mazzuoli+versus+STF. Acesso em:
01/03/2016
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Teoria geral do controle de convencionalidade
no direito brasileiro. Brasília : Revista de Informação Legislativa, 2009. Disponível
em:
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/194897/000861730.pdf?sequenc
e=3. Acesso em: 29/02/2016
SARLET, Ingo Wolfgang. Controle de convencionalidade dos tratados
internacionais. 2015. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2015-abr-10/direitos-
fundamentais-controle-convencionalidade-tratados-internacionais. Acesso em:
02/03/2016

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Análise do Princípio da Presunção de Inocência nos Casos de Exclusão de Candidato em
Concurso Público.
Priscila Tércia da Costa Tavares*17
José Willams Cartaxo de Sá*18

Resumo: Este artigo faz uma análise do princípio da presunção de inocência nas situações
onde o candidato a certame público é excluído por estar figurando no polo passivo de uma
ação penal ou mesmo de um inquérito policial. Tem como principais objetivos analisar como
o princípio pode ser violado em um procedimento administrativo como o concurso público
bem como saber o entendimento dos tribunais a respeito de tal situação, tendo em vista tratar-
se de princípio basilar. Como questionamento: É possível excluir de um certame público o
candidato que responda à um inquérito policial ou uma ação penal sem que ainda haja o
trânsito em julgado da sentença? A metodologia do trabalho consiste na utilização dos
métodos dedutivo, qualitativo, sistemático e hipotético-dedutivo. As conclusões chegadas
através deste trabalho foram a de que o princípio impede a exclusão do candidato a concurso
público unicamente pelo fato de estar sendo objeto de um inquérito policial ou ação penal sem
que haja sentença condenatória transitada em julgado. Espera-se pela contribuição na
compreensão do princípio na conjuntura do ordenamento jurídico em contraposição a
obrigatoriedade do concurso público para ingresso em cargos públicos neste país.
Palavras-Chave: Presunção de Inocência. Concurso. Inquérito policial. Violação.
ABSTRACT: This article is an analysis of the principle of presumption of innocence in
situations where the public event the candidate is excluded to be figuring defendant in a
criminal action or a police investigation. Its main objective to analyze how the principle can
be violated in an administrative procedure as tender as well as knowing the understanding of
the courts regarding such a situation, with a view that this is basic principle. As question: You
can delete a public event the candidate to respond to a police inquiry or criminal proceedings
without that there is still the final and unappealable sentence? The work methodology is the
use of deductive qualitative, systematic and hypothetical-deductive methods. The conclusions
reached by this study were that the principle prevents the candidate's exclusion to tender only
by the fact of being the subject of a police investigation or prosecution without damning final
judgment. It is hoped the contribution to the understanding of the principle in the context of
the legal system as opposed to mandatory public tender for admission to public office in this
country
Keywords: Presumption of Innocence. Contest. Police investigation. Violation.

17
Tavares, Priscila Tércia da Costa. Advogada. Bacharela em Direito pela Universidade Federal de Campina
Grande e Pós Graduada em Direito administrativo e Gestão pública pela Faculdade Integrada de Patos,
priscilatct@gmail.com.
18
Sá, José Willams Cartaxo de. Estudante regularmente matriculado no curso de Direito na Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras. cartaxoadv@gmail.com
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Delimitação do tema

O presente trabalho trata do princípio da presunção de inocência nas


situações onde o candidato de um concurso público é excluído do certame por estar sendo
objeto de um inquérito policial ou mesmo estar figurando no polo passivo de uma ação penal.
O objetivo deste trabalho consiste em estabelecer uma relação entre o
princípio da presunção de inocência no decorrer das fases de um concurso público, quando
um dos seus candidatos estiver sendo objeto de um inquérito policial ou estiver integrando o
polo passivo de uma ação penal.
A metodologia do trabalho consiste na utilização dos métodos: dedutivo,
qualitativo, sistemático, e hipotético-dedutivo em que estão embasados nas fontes do Direito
O método dedutivo é aquele onde se parte de uma premissa maior para se chegar a uma
premissa menor.
O método qualitativo é o que utilizado nas pesquisas bibliográficas como a
que se verifica neste trabalho. O método sistemático é aquele que analisa o problema jurídico
como um sistema único e completo em que a busca da resolução deste e está pautado no
princípio da presunção de inocência. O método hipotético-dedutivo é aquele que analisa um
problema.
O estudo está voltado à efetividade do princípio da presunção de inocência
com vistas a não prejudicar o direito de participação de candidato a concurso público que
esteja sendo objeto de um inquérito policial ou mesmo de estar figurando no polo passivo de
uma ação penal de cunho condenatório.
Os questionamentos levantados pelo trabalho são basicamente os seguintes:
até quando a pessoa goza do status de inocente? É possível que uma pessoa possa ser excluída
de um certame público simplesmente por estar figurando no polo passivo de uma ação penal
ou por estar sendo alvo de investigação em um inquérito policial?
Justifica-se o tema por ser de cunho relevante e de repercussão nacional,
tendo em vista tratar-se de dois temas relevantes, quais sejam o concurso público e o princípio
da presunção de inocência.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Dessa forma, é interessante propor ao leitor uma visão sistematizada da
efetividade do princípio da presunção de inocência no decorrer das fases de um concurso
público.

3. Concurso Público na Constituição Federal


Dispõem o art. 37, II, da CRFB/88:
II- a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

O legislador originário ai fixou as hipóteses de ingresso no serviço público,


pretendendo assim, dentre outras finalidades, dar o tratamento igualitário a todo e qualquer
candidato, que pretenda servir na prestação do serviço público.

4. Analise do princípio da presunção de inocência

Tal princípio possui assento constitucional no art. 5, LVII, da CRFB/88,


onde dispõe que “ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”.
O princípio da presunção da inocência está expresso no dispositivo acima
citado e de acordo com ele, a Constituição Cidadão de 1988 determina que somente após
sentença condenatória irrecorrível é que sujeito é passa a ostentar o status de culpado.
Segundo Bahia (2013, p. 199):
Esse princípio, também denominado como o da não culpabilidade, consagra uma
regra de tratamento que impede o Poder Público de agir e de se comportar, em
relação ao suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao réu, como se estes já
houvessem sido condenados definitivamente por sentença do Poder Judiciário.

Tal garantia processual penal tem por fim tutelar/proteger a liberdade do


indíviduo, que é presumido inocente, cabendo ao Estado comprovar durante o processo a sua
culpabilidade.
Desta garantia também decorre o princípio da interpretação das leis penais
comumente conhecidos como in dubio pro reo, segundo este em caso de dúvida na
interpretação da lei adotar-se-á aquela que for mais favorável ao réu.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A inocência é presumida, cabendo ao Ministério Público ou à parte
acusadora, nas hipóteses de ação penal privadas, provar a culpa. Caso não o faça, a ação penal
deverá ser julgada improcedente.
Deste modo, enquanto não definitivamente condenado, presume-se o réu
inocente não podendo sofrer antecipadamente os efeitos de uma condenação penal, como por
exemplo, ter o nome lançado no rol dos culpados ou ter seus direitos políticos suspensos.
Este princípio antes de tudo trata de um direito fundamental multifacetário
de todo e qualquer cidadão, que se manifesta como uma regra de julgamento, regra de
processo e regra de tratamento.
Direito não somente à liberdade mais também de não sofrer
antecipadamente os efeitos de uma condenação penal. Tal princípio foi encarado como
sinônimo de presunção de não-culpabilidade.
Dispõe Távora e Alencar (2011, p. 55):
Não é outro o entendimento do STF, que por sua composição plenária, firmou o
entendimento de que o status de inocência prevalece até o trânsito em julgado da
sentença final, ainda que pendente recurso especial e/ou extraordinário. (grifo
nosso)

Desta feita, enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória, a


culpa não se estabelece. A seguir será estudada a persecutio criminis dividida em duas partes,
qual seja a fase do inquérito policial presidida pelo Delegado de policia e a segunda a ação
penal, promovida em regra pelo Ministério Público.

9. Inquérito Policial

Materializado o dever de punir do Estado com a ocorrência de um suposto


fato delituoso, cabe ao Estado, dar inicio a persecutio criminis para apurar, processar e enfim
fazer valer o direito de punir, aplicando as leis ao caso concreto.
Leciona Marques (2003, p.192) que:
“A persecutio criminis apresenta dois momentos distintos: o da investigação e o da
ação penal. Esta consiste no pedido de julgamento da pretensão punitiva, enquanto a
primeira é atividade preparatória da ação penal, de caráter preliminar e informativo”.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Neste tópico será estudada a primeira fase ou etapa da persecutio criminis
denominada de inquérito policial que nada mais é que um procedimento de índole
administrativa, de caráter informativo, e preparatório da ação penal.
Filho (2003, p. 192), define o inquérito como sendo:
“O conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma
infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em
juízo”.

Com a ocorrência da infração, se faz necessário que se dê início as


investigações como fim de buscar elementos que demonstrem a autoria e a materialidade do
delito, a partir dai tem-se início a ação penal promovida pelo Ministério Público, salvo se
tratar-se de um crime de ação penal privada, que neste caso deverá ser promovido pelo
próprio ofendido.
O inquérito policial vem a ser um procedimento administrativo, presidido
pelo Delegado de Polícia, que tem o intuito de identificar o autor do delito bem como dos
elementos que atestem a sua existência.
Contribui para a formação da opinião delitiva do titular da ação penal, ou
seja, fornecendo elementos que convençam o titular da ação penal, que segundo o art. 129, I,
da CRFB/88 é o Ministério Público (salvo os casos de ação penal privada), se o processo deve
ou não ser deflagrado.
O inquérito como um procedimento administrativo é regido por
características que o diferenciam substancialmente do processo comum e estas características
serão a seguir estudadas para melhor compreensão do tema.
Tal procedimento está inserido no Código de Processo Penal Brasileiro
entre os artigos sétimo e vigésimo terceiro.
A discricionariedade está presente no inquérito policial, uma vez que o
delegado de polícia conduz as investigações da forma que melhor lhe aprouver, havendo
assim por parte daquele um juízo de conveniência e oportunidade.
O inquérito, por imposição do art. 9 do Código de Processo Penal, deverá
ser obrigatoriamente escrito, afinal de contas trata-se de um procedimento administrativo que
se destina a fornecer elementos ao titular da ação penal, que em regra geral é o Ministério
Público.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A sigilosidade é uma das características marcantes do inquérito, pois ao
contrário do que ocorre com o processo comum judicial o inquérito não comporta
publicidade, na forma do art. 20 do CPP.
Importante destacar que este sigilo acima mencionado é o sigilo externo das
investigações que é aquele imposto para evitar a divulgação de informações essências ao
deslinde do feito, todavia tal sigilo não se estende ao advogado do indiciado.
Lopes Jr (2001, p. 312) observa que:
“Não existe sigilo para o advogado no inquérito policial e não lhe pode ser negado o
acesso às suas peças nem ser negado o direito à extração de cópias ou fazer
apontamentos”.

O sigilo do inquérito se faz necessário ao êxito das investigações bem como


a preservação da pessoa do indiciado que é presumivelmente inocente, evitando-se assim as
condenações sumárias feitas opinião pública muitas vezes incitada pela mídia.
A dispensabilidade do inquérito também se mostra como uma das
características singulares deste procedimento, uma vez que não é imprescindível para a
propositura da ação penal.
É possível que os elementos que venham a lastrear a peça inicial acusatória
sejam colhidos de outra forma que não a do inquérito, neste caso o procedimento é
dispensável.
Apesar da dispensabilidade acima comentada, se o inquérito policial for a
base para a propositura da petição inicial acusatória este vai acompanhar a referida peça, na
forma do art. 12 do CPP.
Interessante registrar que os vícios porventura ocorridos durante o
procedimento não atingem a ação penal, é o entendimento doutrinário e jurisprudencial dos
tribunais brasileiros.
A indisponibilidade do inquérito se mostra patente, uma vez que sendo a
persecução criminal uma atividade de ordem pública, uma vez instaurado, o delegado de
policia não pode dele dispor.
Assim na forma do art. 17 do CPP, uma vez iniciado o procedimento de
cunho investigativo a autoridade policial deve leva-lo até o final, não podendo por vontade
sua arquivá-lo.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Ainda dentro das características do inquérito policial é imprescindível falar
tal procedimento é inquisitivo, sendo todas as atividades investigativas concentradas nas mãos
de uma única autoridade.
Neste tipo de procedimento não há oportunidade para se exercer o
contraditório nem a ampla defesa, permitindo assim que haja uma maior rapidez nas
investigações.
Nesta fase ainda pré-processual não existem as figuras conhecidas como
“partes”, apenas uma autoridade e um suposto autor do fato que encontra-se
na condição de indiciado.
Na visão de Távora e Alencar (2011, p.99):
“O inquérito deve funcionar como procedimento de filtro, viabilizando a deflagração
do processo quanto exista justa causa, mas também contribuindo para que pessoas
nitidamente inocentes não sejam condenadas”.

É digno de nota registrar que, uma vez não existindo o contraditório nem a
ampla defesa no inquérito policial, não é possível o magistrado, já na fase processual, valer-se
apenas do inquérito para condenar o réu, sob pena de nulidade absoluta.
Por fim, o inquérito policial é encerrado com a produção de um relatório
minucioso informando tudo quanto fora apurado nas investigações. Logo que findado o
mesmo é remetido ao Judiciário19, para que sejam acessados pelo representante do Ministério
Público, titular da ação penal.
Os tribunais superiores, em especial o STF, entendem assim que, salvo as
condenações já definitivas, quaisquer outras informações relativas a inquéritos em curso só
serão certificadas, caso sejam requisitadas por um magistrado, um membro do Ministério
Público ou um agente do Estado, em pedido que seja devidamente motivado.

10. Ação Penal

Como já fora visto, o inquérito e a ação penal são duas fases distintas da
chamada persecutio criminis. Enquanto o primeiro, trata-se um procedimento administrativo,
19
Em alguns Estados da Federação, os autos são remetidos às centrais de inquérito, que são vinculadas ao
Ministério Público para que a distribuição seja realizada diretamente ao promotor com atribuição para atuar no
caso.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
a ação penal nada mais é senão o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação
do direito penal objetivo ao caso concreto.
A principal classificação das ações penais tem por referência a titularidade
do direito de ação, são divididas em ações penais públicas e ações penais privadas.
As ações penais públicas, que compõem a grande maioria, por sua vez são
subdivididas em incondicionadas e condicionadas, estas têm por titular o Ministério Público,
na forma do art. 129, I, da CRFB/88.
As ações penais privadas, titularizadas pelo ofendido ou por seu
representante legal, são subdivididas em exclusivas e subsidiárias, havendo ainda as chamadas
ações privadas personalíssimas.
Ao longo deste trabalho serão analisadas de forma breve essas
classificações para uma melhor compreensão do tema.
A ação penal pública incondicionada é aquela que tem como titular, o
Ministério Público, na forma do art. 129, I, da Constituição Federal de 1988 e é a regra no
ordenamento jurídico brasileiro.
Na lição de Távora e Alencar (2011, p. 154):
A Constituição tem no Ministério Público o órgão acusador oficial do Estado e, na
esmagadora maioria das infrações, atuará o promotor incondicionalmente, ex officio,
sem a necessidade de autorização ou manifestação de vontade de quem quer que
seja.

A ação penal pública condicionada também é titularizada pelo Ministério


Público, tratando-se também de uma forma de exercício de ação. Todavia, tendo em vista
haver ofensa à vítima em sua intimidade, para seu exercício válido, o legislador achou por
bem condicioná-la a um permissivo denominado de representação20 que deve ser externado
pela vítima ou por seu representante legal.
A representação, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é
uma peça sem rigor formal e que pode ser apresentada tanto na delegacia, no Ministério
Público ou mesmo perante o próprio magistrado, o mais importante é que a vítima revele o
seu interesse claro e inequívoco de processar o autor.

20
Trata-se de uma condição de procedibilidade para que possa instaurar-se a persecução penal. É um pedido
autorizador feito pela vítima ou por seu representante legal. Sem ela a persecução penal não se inicia.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Nesta ação, a representação se faz de tal maneira importante que, sem ela
não é possível a instauração sequer do inquérito policial, não podendo assim haver a
propositura da ação, sob pena de nulidade.
Tendo em vista as características que norteiam esta ação, o legislador
sabiamente conferiu à vítima a faculdade de autorizar ou não o início do procedimento, um
exemplo clássico de crime de ação penal pública condicionada é o de estupro.
A representação pode ser ofertada pela vítima, por seu representante legal
ou ainda por um procurador com poderes especiais, podendo ser destinada à autoridade
policial, ao Ministério Público, titular da ação, ou mesmo ao próprio juiz, nestas últimas duas
situações a representação será remetida a autoridade policial para que se dê início ao
inquérito.
Diferentemente, ocorre na ação penal privada, onde a persecução criminal é
transferida para a própria vítima ou seu representante legal, devendo a ação ser formalizada
no corpo de uma queixa-crime subscrita por advogado regularmente habilitado com poderes
específicos, por tais condições compõem reduzido número se comparado as outras formas de
exercício de direito de ação.

11. O trânsito em julgado da decisão condenatória

Com o transito em julgado de uma sentença de natureza condenatória se


descortina o véu da não- culpabilidade. Antes deste momento o Estado, através de seus
agentes ou autoridades, não pode desrespeitar o postulado da presunção de inocência.
A exigência da coisa julgada, da forma como estabelecida na Constituição
Federal de 1988, representa, antes de tudo, um valor de grande importância na preservação
dos direitos dos cidadãos em especial o da dignidade da pessoa humana.
Sendo assim, a coisa julgada, ao dar fim às duvidas existentes, viabiliza a
superação dos conflitos, representando um marco divisor na vida do cidadão comum que
postula concorrer a cargo público neste país.

12. Decisões dos Tribunais

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Necessária se faz a análise acerca do posicionamento dos tribunais
superiores sobre o tema, tendo em vista que o assunto trata de uns dos princípios mais
reluzentes do ordenamento pátrio, o princípio da presunção de inocência.
Na análise da conduta social, não poderia ter sido considerado como desfavorável o
fato de responder o paciente a uma ação penal sem trânsito em julgado (RHC
99.293, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 31-08-2010, Primeira Turma, DJE
de 7-2-2011.)

Sem dúvida, pode-se dizer que o princípio em tela anda de mãos dadas com
a dignidade da pessoa humana, consagrada no manto do art. 5, da CRFB:

Viola o princípio constitucional da presunção de inocência, previsto no art. 5, LVII,


da CF, a exclusão de candidato de concurso público que responde a inquérito ou
ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória (RE 559.135-AgR,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 20-05-2008, Primeira Turma, DJE
de 13-06-2008.)

A preservação do Estado de Inocência exige tal conduta, tendo em vista os


efeitos estigmatizantes causados pela certidão de antecedentes levam a uma publicidade
negativa da imagem do indiciado.
O simples fato de uma pessoa figurar no polo passivo de uma ação penal
ainda que em andamento, ou mesmo estar sendo alvo de investigação em inquérito policial
não é motivo idôneo para autorizar a formulação de maus antecedentes a que se impeça o
direito à participação em concursos públicos.
Interessante mencionar que a condenação criminal ainda pendente de
recurso, aquela que não se encontra amparada pelo trânsito em julgado não é suficiente para
se excluir o candidato a um concurso público.

13. Considerações Finais


Não compete ao réu, como aquele que integra o polo passivo da ação penal,
ter que comprovar a sua inocência, uma vez que tal incumbência é de responsabilidade do
Ministério Público, como titular da ação penal, na forma do art. 129, I, da CRFB/88, nas
ações penais de iniciativa pública, de demonstrar, de formar inequívoca, a culpabilidade do
acusado.
Chegando-se a conclusão de que o simples fato do candidato a concurso
público figurar no polo passivo de inquéritos policiais ou de ações penais públicas ou privadas

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
não induz à conclusão de que este possui maus antecedentes, tais situações jurídico-
processuais não podem repercutir contra o investigado/acusado, caso seja este candidato a
certame público neste país.

14. Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso
em: 02 ago. 2014.
______. Decreto-Lei nº. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm>.
Acesso em: 7 ago. 2014.

ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado.


19. Ed. São Paulo: Editora Método, 2011.

FILHO, Fernando da Costa Tourinho. Processo Penal. 32 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

TÁVORA, Nestor e Alencar, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 6 ed.
Salvador: Jus Podivm, 2011.

MARTINS, Flávia Bahia. Direito Constitucional. 3ed. Niterói: Impetus, 2013.

ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado. 7


ed. São Paulo: Editora Método, 2011.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

MARQUES, Frederico. Elementos do direito processual penal. 2 ed. São Paulo: Malheiros,
2003.

LOPES JR, Aury. Sistemas de Investigação preliminar no processo penal. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2001.

______. Supremo Tribunal Federal. RHC 99.293/DF, 1ª Turma, Rel. Ministra Cármen Lúcia,
Data do Julgamento: 31/08/2010. Data da Publicação: 07/02/2011. Disponível em: <http://
http://www.jusbrasil.com.br >. Acesso em: 10 mai. 2016.
______. Supremo Tribunal Federal. RE 559.135-AgR. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª
Turma, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, Data do Julgamento: 04/11/2008. Data da
Publicação: 13/06/2008. Disponível em: <http:// http://www.jusbrasil.com.br >. Acesso em:
10 mai. 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: dificuldades sociais e políticas

PEREIRA, Herozildo.
Carolina de Meneses Pontes (ORIENTADORA).

INTRODUÇÃO

A Contribuição de Melhoria constitui-se como modalidade de tributo prevista no


Art.145, III, da Constituição de 1988 – CF/88 e no Art. 81 e seguintes do Código Tributário
Nacional – CTN. Por definição, esta espécie tributária tem por fato gerador, uma situação
diretamente relacionada a uma atividade estatal específica, ao invés da grande maioria dos
tributos que é o contribuinte aquele que executa o fato tipificado como gerador. Temos ainda
que observar dois requisitos; 1) a realização de uma obra pública; 2) a valorização
imobiliária em decorrência da obra pública. Desta feita, será o sujeito tributante aquele que
executar a referida atividade estatal que visa atender a toda uma coletividade.

PROBLEMÁTICA
A problemática deste resumo fez um recorte na esfera municipal e encontra-se na
operacionalização da tributação da contribuição de melhoria diante de fatores sociais e
governamentais. Por muitas vezes, apesar da competência tributária prevista na CF/88,
aquele município que decide fazer a cobrança é alvo de críticas por parte da sociedade.

OBJETIVO
Demonstrar a falta de conhecimento das regras tributárias, de forma específica,
quanto à espécie tributária contribuição de melhoria e as consequências decorrentes desta
realidade.

METODOLOGIA
A presente pesquisa deu-se através de um estudo bibliográfico e documental voltado
para a modalidade de tributo, contribuição de melhoria.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A CF/88 prevê que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem
instituir contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Esta espécie tributária
decorre da atuação estatal através da realização de uma obra pública, a qual ocasionou uma
valorização imobiliária de imóveis situados na zona beneficiada, conforme a delimitação do
memorial descritivo.
O fato é que apesar da previsão legal já ter décadas, até os dias atuais não é muito
comum termos esta tributação, ainda menos em decorrência de obras públicas municipais.
Sendo pesquisas feitas junto às administrações públicas, temos alguns fatores. O primeiro
seria o receio dos governantes de evitarem conflitos políticos, ou seja, descontentamento dos
contribuintes eleitores. Consequentemente, o segundo está na falta de informações sobre a
legislação tributária por parte da população e até dos representantes políticos. Outra razão
está na falha do planejamento tributário, o qual poderia ser um instrumento muito eficaz para
a gestão municipal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, de forma clara, podemos chegar à conclusão que a tributação da
contribuição de melhoria, apesar de constitucional e da sua importância para os cofres
públicos, não é operacionalizada por um conjunto de fatores, os quais poderiam ser evitados
se houvesse uma política de educação fiscal. Mas, também seria preciso termos uma
administração pública sem desvios do dinheiro público, sem obras superfaturadas e
inacabadas.

PALAVRAS-CHAVE: Administração Pública. Contribuição de Melhoria. Educação Fiscal.


Municípios.
REFERÊNCIAS
DUARTE. Francisco Leite. Direito Tributário: teoria e prática. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2015.
FABRETTI, Láudio Camargo. Código tributário nacional comentado. São Paulo: Atlas, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE: Consonância das normas
infraconstitucionais para com os tratados internacionais sobre Direitos Humanos.

CEZÁRIO, Anabelly Ramalho(FAFIC)


JUNIOR, Euridan Nunes (FAFIC)
SILVA, José Erbeson Lemos(FAFIC)
MORAES, Éverton(ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO

Nascido com o Pacto de São José da Costa Rica, o Controle de


Convencionalidade tem o objetivo de adequar e submeter às leis
infraconstitucionais ao crivo da consonância com os acordos internacionais. Busca
uma harmonia entre as leis nacionais e os tratados.

PROBLEMÁTICA
Analisar de forma crítica e verificar a adequação das normas
infraconstitucionais com as normas dos tratados internacionais aprovados com
força de emenda constitucionais.

OBJETIVO
O presente trabalho tem como escopo analisar as formas de adequação das
normas perante o ordenamento jurídico pátrio. Sabemos que há o famigerado
controle de constitucionalidade, toda via, poucos sabem da submissão das leis as
convenções internacionais ratificadas no nosso ordenamento, o chamado controle
de Convencionalidade. Nosso objetivo é mostrar no que consiste tal instituto e sua
adequação a conjuntura jurídica nacional.

METODOLOGIA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O presente resumo usa-se do método dialético empregado em uma pesquisa
qualitativa, no qual, considera que os fatos não podem ser considerados fora de um
contexto social; as contradições se multiplicam dando origem a novas contradições
que requerem soluções que serão dadas no decorrer do resumo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Quando a força vinculante das Constituições era inexistente nos vários


ordenamentos jurídicos do mundo a fora, o que podíamos perceber era um grande
desrespeito à dignidade da pessoa humana, princípio já existente, porém,
embrionário. Devido a resquícios dos extintos Estados Totalitários, onde o que se viu
foram barbáries que marcaram a história do mundo, como no caso da Segunda
Guerra Mundial. Com o caráter protetivo, surge então, no período pós-guerra, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, tratado internacional criado pela ONU
em 1949 que se tornou marco histórico para a consolidação dos Direitos Humanos
na América. De lá para cá, muito foi feito em prol dos direitos fundamentais e de
suas garantias, nessa leva, muitos foram os tratados internacionais, que uniram
vários estados e que se coobrigaram entre si na tentativa de efetivar os Direitos
Fundamentais. Nessa linha surgiu nos ano de 1969 o Pacto de São José da Costa
Rica, também conhecido como Convenção Interamericana de Direitos Humanos. O
Brasil tornou-se signatário de tal tratado no ano de 1992 por meio do Decreto 678,
de 06 de Novembro daquele ano e a partir daí o ordenamento pátrio passou a ter
dois vieses de adequação das leis aos tratados internacionais sobre Direitos
Humanos, sendo eles o controle de constitucionalidade e o controle de
convencionalidade, que, conceitualmente se assemelham, mas diferem no ponto
que se refere ao seu âmbito de atuação. Assim podemos dizer que este último é a
compatibilidade das leis infraconstitucionais para com a Constituição Federal e com
os Tratados Internacionais ratificados e em vigor no país. Com efeito, a submissão
do ordenamento interno a tal controle, revogou, por exemplo, a prisão do depositário
infiel, isso por que tal norma não era condizente com os preceitos humanistas da

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
convenção. Isso ocorre, por que a Emenda Constitucional nº 45 deu aos Tratados
Internacionais sobre Direitos Humanos aprovados no rito preceituado no § 3º do
artigo 5º da CF caráter de norma constitucional, (hierarquia constitucional) tendo
força de Emenda Constitucional (hierarquia material). E aqueles tratados que não
obedecessem ao referido rito, ainda assim, seriam detentores de um caráter
supralegal – estando, do ponto de vista hierárquico, acima das leis e abaixo da
Constituição. Neste bojo, só será possível acionar a Corte Interamericana quando
exauridas as vias internas. Assim foi quando Maria da Penha Maia Fernandes,
vítima de um marido abusivo, procurou punição para seu marido abusivo, que a
tinha deixado paraplégica, mas não encontrou na justiça brasileira. Sendo
necessário, a Corte Interamericana emitir a punição. A submissão do ordenamento
pátrio fica evidente quando observamos a supremacia do julgamento alienígena
vigorando no ordenamento interno e ainda, e servindo como base para a criação da
Lei 11.340/2006, provando, assim, que o ordenamento brasileiro está submisso aos
julgados da corte interamericana.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, quando houver conflito entre norma infraconstitucional e tratados,
valerá o tratados, sem importar se tal lei é anterior ou posterior, toda via os tratados
que versam sobre direitos humanos não revogam, mas apenas paralisam o efeito
prático da lei. Quando tal conflito for entre tratados de direitos humanos e a
Constituição, em regra, a Constituição prevalecerá, já que se trata da Carta Magna,
mas, ainda assim, esta poderá ser excepcionada caso os tratados sobre direitos
humanos seja mais favorável. Isso se dá porque no bojo dos Direitos Humanos, a
hierarquia não é absoluta. Assim, não haverá o que se falar em ilegalidade, já que é
uma praxe da própria Constituição a defesa dos direitos inerentes à pessoa humana.

PALAVRAS-CHAVE: Adequação, Conformidade, Tratados.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS:

GOMES, Luiz Flávio et al. Controle de Convencionalidade: Valerio Mazzuoli


"versus" STF. 2009. Disponível em:
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI87878,91041-
Controle+de+Convencionalidade+Valerio+Mazzuoli+versus+STF. Acesso em:
01/03/2016

MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Teoria geral do controle de convencionalidade


no direito brasileiro. Brasília : Revista de Informação Legislativa, 2009. Disponível
em:
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/194897/000861730.pdf?sequenc
e=3. Acesso em: 29/02/2016
SARLET, Ingo Wolfgang. Controle de convencionalidade dos tratados internacionais.
2015. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2015-abr-10/direitos-fundamentais-
controle-convencionalidade-tratados-internacionais. Acesso em: 02/03/2016

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Educação Física

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NOS ESPORTES DE ALTO RENDIMENTO

DE SOUZA JÚNIOR, Moisés Firmino21


FIGUEIREDO, Leonardo Oliveira.22
SILVA, Cássio Afonso.23
SILVA, Evilasio dos Santos (Orientador).24

INTRODUÇÃO

O esporte, desde os tempos mais remotos, sempre foi marcado pela forte presença
masculina. Historicamente apresentava funções diferenciadas das de hoje. Embora sua
importância social e cultural seja inquestionável, ainda existem barreiras que devem ser
perpassadas, tal como, a participação das mulheres nos esportes de alto rendimento. Não se
pode negar que, nos dias atuais, a presença feminina seja mais perceptível do que em décadas
passadas, entretanto, carece de uma busca por maior reconhecimento, pois, é forte o
preconceito contra as mulheres nas práticas esportivas que exigem alto rendimento.

PROBLEMÁTICA
O esporte sempre teve o intuito de aproximar as pessoas. Na idade media, quando ainda
era praticado de forma rudimentar, e posteriormente com a criação das olimpíadas, já se via as
primeiras participações das mulheres. Embora se tenha alcançado alguns avanços percebe-se
que, nos dias atuais, quando comparado com a participação dos homens, a presença das
mulheres em esportes de alto rendimento é bem menor. Diante desta realidade é preciso se
perguntar: Por quais motivos essas barreiras existem ainda hoje? Seriam elas decorrentes da
visão da feminilidade como sinônima de fragilidade? É necessário entender os aspectos que
cooperam para uma realidade desfavorável à inclusão das mulheres nos esportes de alto
rendimento.
OBJETIVOS

21
Aluno do primeiro período do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Cajazeiras
22
Aluno do primeiro período do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Cajazeiras
23
Aluno do primeiro período do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Cajazeiras
24
Formado em Letras pela Universidade Estadual da Paraíba; Especialização em Língua Portuguesa pela
Universidade Federal da Paraíba; Especialização em EAD pela Rede SENAC – PB; Mestre em Ciências da
Linguagem pela Universidade Católica do Pernambuco (UNICAP); Professor da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Cajazeiras, do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) e da Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
GERAL:

Analisar a participação das mulheres nos esportes de alto rendimento.

ESPECÍFICOS:

Compreender como historicamente as mulheres se inseriram na prática de esportes


voltados predominantemente aos homens.

Perceber as principais barreiras enfrentadas pelo sexo feminino nos esportes de alto
rendimento.

METODOLOGIA

O trabalho realizado trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Seu aporte teórico está
embasado em referências publicadas, tais como, livros, revistas e artigos científicos. De
acordo com Gil (2010, p.29-31) “a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já
publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso como
livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”. A partir de
referências publicadas foi possível analisar a participação das mulheres nos esportes de alto
rendimento.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ainda que o esporte seja um fenômeno cuja dimensão social abrange valores culturais de
diferentes grupos, a mulher, nessa realidade, têm enfrentado uma luta constante para encontrar
um espaço de busca de igualdade de direitos e ascensão social. Como preconiza Goellner
(2005), A inserção das mulheres no mundo do esporte ocorre, por assim dizer, de forma tardia.
No Brasil data do século XIX, entretanto, é a partir do século XX que a participação se amplia
adquirindo maior visibilidade.
Embora essa situação tenha passado por algumas mudanças no cenário esportivo ao longo
das ultimas décadas, a mulher ainda é vista como uma usurpadora ou profanadora de um
espaço consagrado ao usufruto masculino. Isto se dá pela visão historicamente construída de
que a mulher é frágil e por isso não está apta para praticar esportes, e ainda por cima os que
exigem alto rendimento e esforço físico.
Pode-se dizer que: “no Brasil, até meados do século XIX, a estrutura extremamente
conservadora da sociedade não permitia às mulheres grande participação em alguns ambientes
sociais, dentre eles o esportivo, uma vez que eram criadas para serem esposas e mães”
(GOELLNER, 2005, p. 01)

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Esse cenário aos poucos vem mudando e a luta pela afirmação de condições iguais, no que
se refere à participação das mulheres nos esportes, vem conquistando espaços, seja no esporte
de rendimento, no lazer, ou na educação física escolar. “As mulheres que escolhem o esporte
de alto rendimento como estilo de vida tem o grande papel de inspirar outras pessoas a
incluírem a prática esportiva na sua rotina diária. Receber uma edição dos jogos olímpicos em
2016 também contribuirá na conscientização da prática esportiva e da saúde” (BRASIL).
Para que estes valores sejam incentivados e respeitados eles devem ser instigados pelos
agentes formadores: pais, professores e autoridades. Uma sólida reflexão irá questionar e
responder o papel da atividade esportiva na formação da cidadania.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa realizada foi possível concluir que o esporte pode e deve influenciar
na vida de seus praticantes. Ele desempenha as mais diferentes funções, dentre elas a de
promover a igualdade e o direito livre de participação, independente de gêneros. O esporte é
uma atividade universal, e se ele pertence a todos, sendo parte da criação humana, deve ser
praticado por homens e mulheres, para que a sociedade se desenvolva de forma igualitária e
plena. Essa nova visão fará com que se modifique a concepção de que as mulheres que
praticam esportes de alto rendimento sejam vistas como indecentes e grotescas, e até mesmo
os pressupostos médicos que preconizavam que a atividade física poderia comprometer
funções maternas poderão ser revistas.

REFERÊNCIAS

BICKEL, Éderson Alexandro; MARQUES, Márcio Geller; DOS SANTOS, Geraldine Alves.
Esporte e sociedade: a construção de valores na prática esportiva em projetos sociais.
Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd171/esporte-e-sociedade-a-construcao-de-
valores.htm. Acesso em: 28 de abr. de 2016.

BRASIL. Ministério do Esporte. Participação feminina do alto rendimento inspira


aprática esportiva entre mulheres. Disponível em: <
http://esporte.gov.br/index.php/noticias/24-lista-noticias/35519-participacao-feminina-no-
alto-rendimento-inspira-a-pratica-esportiva-entre-mulheres> acesso em: 01 de maio de 2016.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GOELLNER, silvana vilodre. Mulher e Esporte no Brasil: entre incentivos e interdições


elas fazem história. Disponível em: <
https://revistas.ufg.emnuvens.com.br/fef/article/view/106/2275>. Acesso em 01 de maio de
2016.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A PRÁTICA ESPORTIVA E A PROMOÇÃO DE VALORES SOCIAIS.

DE MORAIS, Mateus Dantas.25


OLIVEIRA, Jarluce Pontes.26
PEREIRA , Eloisa Maria Luiz 27
SILVA, Evilasio dos Santos (Orientador)28

INTRODUÇÃO
Desde os primórdios o esporte foi sempre importante para a vida em sociedade, Ele é
responsável por fomentar uma série de valores que são indispensáveis para a formação da
cidadania dos sujeitos envolvidos em sua prática. Com o advento da pós-modernidade o
esporte passou, dentre outras coisas, a exercer grande influência no mercado de bens,
produtos e serviços. Sua presença é muito marcante no dia-a-dia das pessoas. Para alguns
tornou- se fonte de renda, a exemplo dos grandes jogadores que se tornaram ícones nacional e
internacional, e que sobrevivem das atividades esportivas, para outros é visto apenas como um
meio de divertimento ou sinônimo de saúde e beleza. Sua importância social e cultural é hoje
inquestionável, fato que leva as ciências sociais a interessarem-se pelo assunto.
Historicamente o esporte apresentava funções diferenciadas das de hoje. Ele não era visto sob
a ótica ideológica, mas funcionalista, ou seja, a sua prática se dava em função do bem estar
físico, mental e social, diferente do que se vê hoje, onde muitas pessoas buscam nas
atividades esportivas um meio de alcançar um modelo de corpo projetado pela mídia
televisiva.

25
Aluno do primeiro período do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Cajazeiras
26
Aluna do primeiro período do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Cajazeiras
27
Aluna do primeiro período do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Cajazeiras
28
Formado em Letras pela Universidade Estadual da Paraíba; Especialização em Língua Portuguesa pela
Universidade Federal da Paraíba; Especialização em EAD pela Rede SENAC – PB; Mestre em Ciência da
Linguagem pela Universidade Católica do Pernambuco (UNICAP); Professor da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Cajazeiras, do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) e da Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB).
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PROBLEMÁTICA

O fato de, na atualidade, as pessoas procurarem, nas atividades esportivas, uma forma de
alcançar a beleza física projetada pela indústria midiática tem provocado um forte
crescimento do mercado de bens e serviços esportivos, bem como, uma busca exagerada pelo
padrão de beleza baseado em estereótipos. Desta feita, é preciso questionar: Será que as
pessoas, na sociedade pós-moderna, conseguem perceber a prática esportiva como uma
atividade promotora de valores culturais e sociais? Será que são capazes de pensar o esporte
como uma atividade que forma os indivíduos para a vida em sociedade? Tendo em vista esses
questionamentos é preciso refletir tanto sobre esporte e qualidade de vida, como esporte e
vida em sociedade.

OBJETIVOS
GERAL:

Analisar como as pessoas tem visto a relação entre esporte e sociedade.

ESPECÍFICOS:

Compreender como, historicamente, o esporte era visto sob a ótica funcionalista e


apresentava encargos diferenciados dos de hoje.

Entender como se dá a construção de valores sociais nos espaços esportivos.

METODOLOGIA

O trabalho em questão trata-se de uma pesquisa bibliográfica. A partir de referências


publicadas foi possível analisar como a sociedade tem visto a relação entre esporte e
sociedade no que concerne à construção de valores sociais nos espaços esportivos. De
acordo com Gil (2008), A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros, revistas e artigos científicos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A mídia exerce grande influência na construção de padrões sociais. Além de interferir no


comportamento de seu público alvo, ela funciona como uma “ponte” entre a realidade e o
mundo idealizado, impactando consideravelmente a lógica da cultura de massa e da indústria
do entretenimento. Para Barros (2005, p.551), o corpo é, antes de tudo, o primeiro e maior
mistério a ser descoberto. Ele marca nossa presença no mundo, daí a necessidade de entende
toda a complexidade que o envolve. Reduzi-lo a funções meramente estéticas não irá
contribuir para que o homem compreenda-se e compreenda o mundo em sua volta. Não se
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
pode relacionar desempenho esportivo apenas ao conceito de beleza, pois, nem sempre, beleza
e saúde são palavras sinônimas, tendo em vista que saúde engloba vários aspectos, dentre eles
os relacionados a corpo, mente e convívio social. É preciso fazer associações de que o
esporte fomenta a construção de valores nos mais diferentes pontos de encontro de
sociabilidade dos espaços esportivos, valores que são responsáveis pela formação da
cidadania dos sujeitos envolvidos em sua prática. De acordo com Bickel; Marques; Santos
(2012), O esporte possui o potencial de socializar indivíduos das mais diferentes classes,
religiões e gêneros. Através de uma atividade esportiva, seja em clubes ou em praças, as
pessoas interagem, fortalecem os relacionamentos de amizades e criam novos vínculos. A
importância da prática esportiva em nossa sociedade vai além dos benefícios apontados pela
indústria publicitária que apregoa valores meramente estéticos. Como preleciona Buriti,
(2001, p.49) “É possível perceber-se o desenvolvimento das relações socioafetivas, a
comunicabilidade, a sociabilidade, ajustando socialmente esse homem ao meio que vive”.
Não tem importância se é em uma competição, em uma brincadeira ou em partes da aula de
Educação Física, a socialização com os demais indivíduos está intrinsecamente ligada ao
esporte. O praticante se relacionará, competirá com outros participantes, dividirá tristezas e
alegrias. É nesse jogo de interação que o indivíduo se constrói na e pela relação com o outro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa realizada foi possível concluir que o esporte pode influenciar a vida de
seus praticantes. Ele desempenha as mais diferentes funções, não somente estéticas, mas, de
sobremaneira, educacionais, recreativas, simbólicas, ideológicas, políticas e culturais. Não se
pode pensar no esporte apenas como fenômeno biofisicológico, ele pode fomentar valores
sociais, tais como: respeito, superação, justiça, companheirismo, entre outros. Desta forma
faz- se necessário perpassar a visão simplista e reducionista da indústria publicitária e
preconizar que não se pode relacionar desempenho esportivo ao conceito de beleza física,
pois, como dito, beleza e saúde não são palavras sinônimas, tendo em vista que saúde engloba
vários aspectos, dentre eles os relacionados a corpo, mente e convívio social. As experiências
vividas nas atividades esportivas são transferidas para a vida em sociedade, fomentando
valores que formam para a cidadania e a vida em sociedade..

PALAVRAS-CHAVE: Esporte. Sociedade. Valores.

REFERÊNCIAS
BARROS, D. D. Imagem corporal: a descoberta de si mesmo. IN: Revista História,
Ciências,Saúde. vol. 12, n.° 2, Rio de Janeiro: maio-ago, 2005 (p. 47-54).

BICKEL, Éderson Alexandro; MARQUES, Márcio Geller; DOS SANTOS, Geraldine Alves.
Esporte e sociedade: a construção de valores na prática esportiva em projetos sociais.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd171/esporte-e-sociedade-a-construcao-de-
valores.htm. Acesso em: 28 de abr. de 2016.

BURITI, Maria do Socorro Leite. Variáveis que influenciam o comportamento agressivo


de adolescentes nos esportes. In BURITI, Marcelo de Almeida (Org.). Psicologia do
Esporte. Campinas: Editora Alínea, 2ª Edição, 2001.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

PEREIRA, João Antonio; CRUZ Valquíria Moreira da; ANTUNES, Scheila Espindola.
Corpo saudável ou corpo estético? Discussões sobre as possíveis influências das mídias na
ocorrência de distúrbios alimentares

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FILOSOFIA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A FENOMENOLOGIA DE EDMUND HUSSERL E JEAN-PAUL SARTRE

LEITE, Francisca Soares (FAFIC)29

INTRODUÇÃO

A Fenomenologia surge como corrente filosófica em meados do século XX. Esse


movimento nasceu através de uma preocupação de fundamentar de forma rigorosa o
conhecimento por meio do retorno as coisas mesmas e tem como principal precursor o alemão
Edmund Husserl o qual foi de grande influência para outros filósofos como Merleau-Ponty,
Heidegger, Sartre entre outros. Embora retomando o pensamento husserliano, Sartre se
posiciona dando uma nova roupagem ao método fenomenológico, sobretudo no que toca aos
conceitos de eu puro e intencionalidade, pois sua filosofia parte de uma fenomenologia
existencial e não pura.

PROBLEMÁTICA

O texto busca compreender a relação entre os dois filósofos a cerca da ideia de


fenomenologia, no intuito de refletir: como se dar os pontos de semelhança e diferença,
quanto ao fenômeno entre os dois filósofos? Qual o sentido de intencionalidade da
consciência? Numa tentativa de compreender melhor através da leitura que se segue.

OBJETIVO

O presente trabalho visa analisar de forma clara e sucinta os principais pressupostos


apresentados na fenomenologia de Edmund Husserl e Jean Paul Sartre.

METODOLOGIA

A metodologia versou na coleta de materiais, leituras, seleção e aprofundamento na


temática da fenomenologia de Husserl e Sartre a partir de suas obras: “Meditações
Cartesianas” “O ser e o Nada”, e baseando-se ainda em alguns comentadores.

29
Graduando o VII período do curso de Licenciatura plena em Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Influenciado por Descartes filósofo da modernidade, Husserl apresenta o eu penso


(noese), como modo subjetivo das experiências vivenciadas e a coisa pensada (noema) como
aspecto objetivo de sentido reflexivo do objeto. Assim só é possível um conhecimento
verdadeiro numa correlação entre a consciência e o mundo. A fenomenologia busca
explicações para a intencionalidade da consciência, uma vez que ela é antes de qualquer outra
coisa, consciência de algo, isto é, de início não é consciência de si mesma, pois ela apreende
primeiramente o mundo e só depois a si próprio, o que significa um ato de irreflexão antes de
ser reflexivo. Husserl só alcançaria sua máxima de “voltar as coisas mesmas” através da
redução fenomenológica, uma forma de perceber o mundo tal como ele é em sua mais perfeita
pureza. Dessa forma, o principal objetivo da atitude fenomenológica elaborada por Husserl é
que possamos compreender o mundo de tal maneira como ele se apresenta a nós em sua
manifestação. Sartre como leitor e discípulo de Husserl adotou sua fenomenologia baseado
nos conceitos de intencionalidade da consciência. Para ele, a consciência não pode atribuir
significado aos objetos, uma vez, que ela é falta de fundamento, vazio absoluto que busca a
todo o momento a sua completude nas coisas existentes no mundo. Para o francês, o
fenômeno é tudo aquilo que aparece e manifesta a sua essência podendo ser compreendido a
partir de dois pontos: o objeto, fenômeno que aparece e o sujeito a quem o fenômeno aparece,
de forma que sua aparição é a sua própria essência. Em Sartre a consciência se constitui como
um devir constante, ela é vazia e totalmente separada do ser. Sartre suspende todo e qualquer
dualismo entre essência e aparência, exterior e interior e ato e potência. De acordo com o
autor, o fenômeno ou aquilo que aparece se manifesta em pura positividade, pois sua essência
nada mais é do que aquilo que aparece e não há nada escondido por trás de suas aparições,
uma vez que tudo está em ato e não há potência. A essência não está no objeto, mas em sua
manifestação, uma vez que há uma série de manifestações para o mesmo objeto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo, quando falamos em consciência intencional nos referimos a algo que dá


sentido as coisas, ao mundo. Em Husserl, não podemos conhecer a coisa através de sua
manifestação, pois esta se aparece de diferentes formas. Mas, é a própria consciência que dá
sentido as coisas, em um processo de idealidade, fundando assim uma corrente idealista. Já na
filosofia sartreana acontece o inverso, só podemos compreender e conhecer as coisas através
de suas manifestações, sendo as coisas que dão sentido a consciência.

PALAVRAS-CHAVE: Consciência. Fenômeno. Intencionalidade.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia: Tradução de Conceição Jardim, Eduardo


Lúcio Nogueira e NunoValadas. V.12. Lisboa: Presença, 2001.

HUSSERL, Edmund. Meditações Cartesianas: introdução a fenomenologia. Tradução de


Frank de Oliveira, São Paulo: Madras, 2001.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. 24. ed. Tradução
de Paulo Perdigão. Petrópolis, RJ: vozes, 2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A LIBERDADE EM JEAN-PAUL SARTRE

LEITE, Francisca Soares (FAFIC)30


GOMES, Rosyane Moura (FAFIC)31

INTRODUÇÂO

Ser livre na concepção do existencialista Jean Paul Sartre é ter consciência de sua
própria existência, e, por isso, ser capaz de construir sua essência. A liberdade é uma condição
imposta como condenação ao homem, onde ele não deve fugir nem temer a mesma, pois é o
único responsável para desenvolver e aperfeiçoar sua essência. O homem em seu próprio ser é
liberdade por isso tem sua essência encoberta, pois busca fundamentos durante sua existência.

PROBLEMÁTICA

O texto busca uma análise reflexiva no intuito de facilitar a compreensão a cerca do


tema abordado. Em que medida podemos atribuir o termo de liberdade ao Ser Para-si? Como
se dá o momento de angústia e má-fé no ser? Tais indagações permeiam o texto que se
segue, buscando assim, melhor entendimento para a filosofia sartreana.

OBJETIVO

O presente trabalho visa analisar de forma sucinta a liberdade apresentada no


existencialismo de Jean Paul Sartre.

30
Graduando o VII período do curso de Licenciatura plena em Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.
31
Graduando o V período do curso de Licenciatura plena em Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

A metodologia versou na coleta de materiais, leituras, seleção e aprofundamento na


temática da fenomenologia de Sartre a partir de sua obra: “O ser e o Nada”, e baseando-se
ainda em alguns comentadores.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A liberdade é um dos pontos centrais do pensamento Sartreano. Contudo, o ser e fazer


da realidade humana não corresponde a outra coisa senão ao próprio ser, pois nós somos
lançados no mundo para definir quem queremos ser. Assim Sartre afirma: “a existência
precede a essência”. Primeiro o Ser existe e só depois constrói sua essência diante de suas
escolhas. Se por medo ou temor o homem não se sente encorajado para determinar suas
escolhas e coloca um ser exterior como responsável por ele, Sartre atribui como a “má-fé”, ou
seja, um ser que se autoengana, é a mentira consigo mesmo. Pois, no estado de angústia o
homem busca por todos os lados algo que lhes seja superior para depositar sua incapacidade
de liberdade que é a ele imposta. Para este autor, não existe nenhum princípio exterior ao
homem que possa intervir na construção da essência humana, seja ele biológico, divino,
religioso ou social. Dessa forma, não é Deus, nem a natureza e também não é a sociedade que
se responsabiliza por definir a conduta humana. O fato é que o existencialismo de Jean Paul
Sartre nega totalmente o determinismo. A má-fé é justamente uma ação negativa do homem
que constitui o fundamento da consciência, pois, não querer utilizar-se de sua liberdade já
significa de tal forma utilizar-se dela, embora que com uma atitude negativa, ou seja, de má-
fé. Não existe o enganado e o enganador, pois não é uma mentira contra alguém com a
pretensão de enganar, mas uma atitude covarde onde o próprio ser humano se engana consigo
mesmo. Ele é o único enganado e enganador. A angústia possui sentido diferente do medo,
pois o medo se origina de coisas exteriores que ameaça a consciência do ser, enquanto que a
angústia surge do nada, sendo justamente a consciência do nada que angustia o homem. O ser
Para-si tem medo da liberdade, pois, é a partir dela que surge a angústia, e por viver num
mundo confuso e ilusório, em meio a inúmeras escolhas cada uma delas com suas
responsabilidades, o homem se sente incapaz de escolher e age de má-fé.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo, assumir suas atitudes e aceitar que não existe outro além de si mesmo, pesa
ao ser humano, o que na maioria das vezes ou quase sempre ele alude para outros seres que
lhes são exteriores. Ao ter consciência de suas responsabilidades surge no ser a angústia, pois
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
se sente abandonado sem ajudar e sem apoio. O sentimento de angústia é para este autor
derivado da consciência dessa liberdade. A angústia faz parte do ser, não o separa de suas
escolhas, pelo contrário, está intrinsecamente ligada a ele, como sentimento natural do ser
Para-si.

PALAVRAS-CHAVE: Angústia. Existência. Má-Fé.

REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia: Tradução de Conceição Jardim, Eduardo


Lúcio Nogueira e NunoValadas. V.12. Lisboa: Presença, 2001.

COX, Gary. Compreender Sartre. 3. ed. Tradução de Hélio Magri Filho. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2011.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. 24. ed. Tradução
de Paulo Perdigão. Petrópolis, RJ: vozes, 2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A VISÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE O ENSINO DE
FILOSOFIA: LIMITES, DESAFIOS E PERSPECTIVAS

MACIAL, Lindolfo Teixeira (EEEFM-NBA)


AUGUSTINHO, Emanuelle Silvério (EEEFM-NBA)
RIBEIRO, Andressa Pinheiro (EEEFM-NBA)
NASCIMENTO, Nicleide Maria do (UFCG/SEE-PB) (Orientadora)

INTRODUÇÃO

Este trabalho discorre sobre uma pesquisa de campo e estudos bibliográficos e tem a
pretensão de analisar o ensino de filosofia na EEEFM Nelson Batista Alves, localizada no
município de Bernardino Batista-PB, a partir da visão de alunos que estudam ou que já
concluíram o ensino médio, tendo em vista a problemática que se tem acerca da
desvalorização da filosofia no currículo das escolas públicas brasileiras e de sua relevância
para a construção de um pensamento reflexivo, crítico e sistemático. A partir da análise dos
resultados da pesquisa, pretende-se apresentar sugestões que possam contribuir para melhorias
do ensino de filosofia até então desenvolvido.

PROBLEMÁTICA

O ensino de filosofia é indispensável para qualquer nível ou esfera de ensino seja ela
pública ou privada, porém nas escolas públicas que são o retrato de um Brasil de
desigualdades, intolerância e preconceitos, sentimos mais ainda a necessidade da presença da
filosofia para contribuir com a emancipação das pessoas, fazendo-as refletir sobre o todo
com um olhar mais crítico, sendo capazes de enxergar as coisas não como elas aparentam
ser, mas como são em sua essência. A filosofia ainda pode colaborar na construção da
cidadania do aluno, no desenvolvimento de sua capacidade de pensar de forma crítica, de
entender a política, ética e religião. Tendo em vista a necessidade de se discutir a carência
das questões suscitadas, a desvalorização da Filosofia presente no currículo das escolas
públicas brasileiras e ainda sua relevância para a formação de sujeitos críticos, reflexivos é
que este estudo torna-se necessário.

OBJETIVO
Analisar o ensino de filosofia na EEEFM Nelson Batista Alves a partir da visão de
alunos que estudam ou já concluíram o ensino médio, tendo em vista os limites e desafios que
se apresentam e as perspectivas para uma melhor sistemática de ensino.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

Usamos como instrumento de estudo uma pesquisa de campo por meio de um


questionário elaborado e aplicado a dez alunos, dentre os quais uns já concluíram o ensino
médio e outros ainda estão estudando na EEEFM Nelson Batista Alves. Também utilizamos
pesquisas bibliográficas por meio de leituras de artigos e de livros referentes ao tema. As
questões levantadas para a pesquisa de campo foram baseadas em: formação do professor,
metodologia adotada pelo professor na sala de aula, contribuição do ensino de filosofia para a
vida social, pontos negativos, e interesse do aluno pela área de conhecimento. As questões
foram analisadas e confrontadas com alguns estudiosos que defendem a temática suscitada.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ensino de filosofia chegou ao Brasil juntamente com os jesuítas, por volta do século
XVI e seu ensino era pautado em concepções religiosas, chegando a ser confundida,
inicialmente, com ensino religioso. Durante o processo de desenvolvimento da educação, a
filosofia ora ganha espaço nas instituições de ensino, ora tem seu ensino renegado e até
extinto. Em 1960, durante a Ditadura Militar, o ensino de filosofia foi retirado dos currículos
das escolas públicas por ser uma ameaça aos ideais do regime, pois a filosofia tem papel
preponderante na formação e emancipação de sujeitos e, durante este período, era entendida
como uma ameaça ao poder em virtude do seu caráter estimulador do pensamento crítico,
permitindo que o sujeito se questione sobre o mundo a sua volta e o que lhe é imposto
(CAMPANER, 2012).
Depois de sua longa ausência, o ensino de filosofia voltou a ser integrado no currículo
escolar a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9.394/96), porém era tida como
disciplina opcional no currículo. Somente em 2008, depois de muitas lutas ela passou a ter um
lugar como disciplina específica obrigatória, no entanto com uma aula semanal e ainda
enfrentando muitos preconceitos e desafios diante de uma sociedade acomodada (RODRIGO,
2009)
Atualmente, o ensino de filosofia nas escolas públicas de ensino médio no Brasil
apresenta-se de maneira geral como um grande desafio, carecendo de práticas inovadoras que
resultem em aprendizagens significativas para os jovens brasileiros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, podemos concluir que o ensino de filosofia ainda se encontra de


modo vago: primeiro há falta de professores formados na área, o que interfere no melhor

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
desempenho do ensino de filosofia; segundo há pouca valorização de seu ensino em escolas
a nível médio, necessitando que a carga horária fosse ampliada de modo que resultassem em
aprendizagens significativas e que contribuíssem para as discussões das demais áreas;
terceiro a falta de reconhecimento como disciplina indispensável para o desenvolvimento de
todas as outras, uma vez que o incentivo ao pensar crítico, reflexivo, sistemático contribui
para que o aluno obtenha posturas diferenciadas não só na escola, como fora dela. Notamos
também que os alunos que foram entrevistados não se interessam e/ou identificam pelas
discussões levantadas pela filosofia, necessitando que o professor modifique sua prática e a
escola abra espaços para debates filosóficos para além da sala de aula.

PALAVRAS-CHAVE: Alunos. Ensino Médio. Filosofia.

REFERÊNCIAS

LIMA, Walter Matias. O Ensino de Filosofia no Ensino Médio: problematizando a


cidadania e a formação docente.Disponível
em:http://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/viewFile/562/295. Acesso:
07/05/2016

RODRIGO, Lidia Maria. Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio.
Campinas, SP: Autores Associados, 2009.

SÔNIA, Campaner. Filosofia: ensinar e aprender. São Paulo: Livraria Saraiva, 2012.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
AS INFLUÊNCIAS PLATÔNICAS NO NOVO MODELO DE CONHECIMENTO
EDUCACIONAL ENFRENTADO NA PÓS-MODERNIDADE

GOMES, Rosyane Moura (FAFIC)32


LEITE, Francisca Soares (FAFIC)33
JÚNIOR, Raimundo Martins Sobrinho (FAFIC)³
LEITE, Maria do Carmo Pereira Vale (ORIENTADORA)

INTRODUÇÃO
O presente resumo pretende abordar no pensamento do filósofo grego da antiguidade
Platão (427 a.C) a educação em sua conjuntura pós-moderna. Platão é considerado um dos
principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. Suas
ideias baseiam-se na diferenciação no mundo entre as coisas sensíveis e ideais. Ele trás
consigo uma grande contribuição para o novo pensamento educacional enfrentado na pós-
modernidade.

PROBLEMÁTICA
Qual a contribuição de Platão relacionado à educação moderna? Essa contribuição é
positiva, quando diz respeito ao conhecimento que recebemos na educação atual? As
influências de Platão são pertinentes e correspondem às expectativas de uma educação
melhor, no âmbito moderno?

OBJETIVO
Analisar a educação moderna sob a luz do filósofo Platão, tendo em vista que ele é
um dos pilares de todo pensamento filosófico, fazendo assim, com que tenhamos bases
sólidas para tratar de uma realidade que nos cerca dia após dia. A educação moderna tem
passado por muitas mudanças às quais iremos refleti e analisar em todo seu contexto.

32
Graduanda do quinto período do curso de Licenciatura em Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.
33
Graduanda do sétimo período do curso de Licenciatura em Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.
3
Graduando do quinto período do curso de Licenciatura em Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA
O método utilizado foi o referencial bibliográfico, de cunho teórico, à luz de suas
obras, em especial A República, e de seus comentadores.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Platão, um dos grandes expoentes da filosofia antiga, tem nos deixado grandes
ensinamentos que até hoje se fazem presentes no cotidiano. Ele trás consigo uma das
reflexões pertinentes com relação ao modelo educacional, uma vez que a educação passa por
grandes reformulações, sobretudo quando diz respeito ao ensino aprendizagem. Um dos
grandes ensinamentos deixado por esse filósofo tão bem reconhecido, é que a educação sirva
na vida do aluno como um todo, tanto na sua vida pessoal, quanto na sua vida na cidade,
formando cidadãos de grande sabedoria, essa tal, que levará para toda vida. Da problemática
levantada busca-se fazer entender que as contribuições de Platão, vêm dar um novo norte para
a educação atual, ou seja, é preciso que vejamos o nosso modelo educacional, se de fato, tem
correspondido às nossas expectativas, ou se tem atingido seu objetivo real que é construir
cidadãos para a modernidade e que esses cidadãos possam contribuir positivamente por um
mundo melhor. Objetiva-se, de tal modo, que se faz necessário um novo pensamento em meio
ao mundo moderno, eis a grande questão, formar homens de saber, que gostem de refletir
sobre sua própria realidade, para que assim eles possam governar de tal modo à sociedade que
não deixe margem para a corrupção, ou para o grande aumento de analfabetismo. Foi
exatamente assim que Platão se sentiu logo após a morte de Sócrates, que tinha sido acusado
de corromper a juventude, foi a partir disso que Platão se interessou ainda mais pela educação
e, sobretudo, para formar cidadãos do e para o conhecimento, que pudessem refletir sobre sua
própria realidade a qual está inserido, e não aceitar tudo como pronto e estabelecido, mas ter
um novo olhar sobre a sociedade pós-moderna.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos a análise Platônica sobre suas influências na educação pós-moderna, tal
análise é de bastante importância, pois aborda um tema bastante provocativo, em especial aos
que estão na docência. A figura de Platão é ainda bastante pertinente, uma vez que é um dos
maiores e mais reconhecidos filósofo da antiguidade, e ainda assim pode contribuir
positivamente para os nossos tempos modernos, ou seja, pode trazer contribuições válidas
para o nosso contexto atual com relação ao conhecimento e a educação como um todo.

PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento. Educação. Modernidade.

REFERÊNCIAS
REALE, G. História da Filosofia, filosofia pagã antiga. São Paulo. Paulus. 2003.
PLATÃO, A República. Trad. Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 2004.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
DROIT, Filosofia em cinco lições. Trad. Jorge Bastos. Rio De Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
p. 28-36.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PESSIMISMO E MORTE NA FILOSOFIA NEGATIVA DE EMIL M. CIORAN

LIRA, Luédlley Raynner de Souza (FAFIC)34


NOBRE, Diego Trigueiro (FAFIC)35

INTRODUÇÃO
O referido resumo pretende abordar no pensamento do filósofo romeno Emil Cioran
(1911-1985), a noção de pessimismo e de morte bastante marcantes no decorrer de suas
obras, especialmente, os seguintes textos: Nos Cumes do Desespero (1934) e Breviário de
Decomposição (1949). O pessimismo e a angústia de saber que morreremos são traços
marcantes da pérfida e miserável existência humana, segundo o autor.

PROBLEMÁTICA
Qual a contribuição das reflexões cioranianas sobre morte; morrer e o pessimismo na
construção de uma filosofia negativa ou do nada? Existe algum proveito da sua filosofia na
construção de um indivíduo esclarecido e autônomo em face a existência?

OBJETIVO
Elucidar o pessimismo e a morte sob a ótica do pensador romeno. Investigar à luz de
sua filosofia, a relação entre desespero, morte e pessimismo como marcos fundamentais da
existência humana. Ressaltar a importância do pensamento de um filósofo não trabalhado na
academia.

METODOLOGIA
O método utilizado foi o referencial bibliográfico à luz de suas obras e de seus
comentadores.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O pensamento de Emil M. Cioran não é fácil de ser caracterizado devido a sua forma

34
Graduando do quinto período do curso de Licenciatura em Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.
35
Graduando do quinto período do curso de Licenciatura em Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
de escrita, e considerando que o mesmo não escreve um sistema filosófico, segundo o
próprio. A sua filosofia é regrada e ditada pelo “problema” da morte. Sua visão de mundo é
tão angustiante que Cioran chega a considerar o ato de nascer, como: “como o maior crime
que pode ser engendrado, como verdadeira herança maldita, como uma falta que acompanha
a gênese da própria vida”. O pessimismo em sua obra pode ser definido como um grito
contra a frivolidade de todos nós, um ataque contra a nossa miserável existência. Conceituar
o pessimismo no pensamento cioraniano não é uma das tarefas mais fáceis, mas tal
conceituação aproxima-se da conceituação schopenhaueriana de pessimismo. A sua noção de
pessimismo é ligada ao conceito de morte. Ou seja, ser pessimista ou ter uma visão de
mundo pessimista é acreditar que a morte não é um mal mas um bem, a morte é um fascínio.
A figura do pessimista está ligada ao ser que vive embriagado nas suas próprias ilusões, a
vida é “uma mescla de encanto e terror à qual sucumbimos.”. A morte constitui-se como o
pilar básico de toda reflexão cioraniana. “Ela não repousa sobre nada, porque carece até
mesmo da sombra de um argumento que perseveramos na vida. A morte é demasiado exata;
todas as razões encontram-se no teu lado.” Neste constructo altamente pessimista de Cioran,
uma coisa merece ser lembrada: Mesmo com sua análise sobre a vida humana e o fascínio
pela morte, o nosso pensador depois de um percurso de vida, posiciona-se contra o suicídio.
O individuo que toma consciência da morte e das frivolidades da nossa existência, é para o
nosso autor, um atormentado, um ser que está provando da agonia da existência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos a análise cioraniana sobre pessimismo e morte, tal análise é de real
importância para a construção do pensamento niilista do séc XX. A figura de Cioran é ainda
bastante obscura devido a acidez e morbidez de suas obras, bem como, o preconceito de
alguns a tocar nos seus constructos. A capacidade da sua obra é de alertar-nos sobre a
brevidade da vida, a angústia de existir e o fato de sermos um completo nada.

PALAVRAS-CHAVE: Pessimismo. Morte. Niilismo.

REFERÊNCIAS
CIORAN, E. M. Breviário de decomposição. Trad. José Thomaz Brum. Rio de Janeiro:
Rocco, 2011.
CIORAN, Emil. Nos cumes do desespero. Trad. Fernando Klabin. São Paulo: Hedra, 2011.
CIORAN, E. M. O livro das ilusões. Trad. José Thomaz Brum. Rio de Janeiro, Rocco, 2014.
CIORAN, E. M. Silogismos da amargura. Trad. José Thomaz Brum. Rio de Janeiro: Rocco,
2011.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A CIVILIZAÇÃO CRISTÃ E O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

*Paulo Alves da

RESUMO: A educação tem sido o maior motor civilizacional da história. A civilização cristã
contribuiu sobremaneira para que a civilização ocidental se tornasse a maior referência no
mundo quanto ao quesito educação. Os cristãos foram os maiores mantenedores da herança
cultural das civilizações greco-romana, de modo a desenvolver um espírito objetivo na tarefa
de educar com foco na missão de evangelizar. Com eruditos escribas, versados em diversas
línguas, preservaram as escrituras, assim como traduziram-nas para outras línguas, assim
como as obras dos filósofos e da literatura clássicas. Os princípios axiológicos norteadores da
cultura cristã fizeram com que os valores das sociedades greco-romana, no que se refere ao
homem desenvolvido em seus aspectos moral, social e intelectual, fossem resguardados e
impeliram nessa cultura todos os esforços possíveis, dentro de uma subordinação à
cosmovisão cristã. O objetivo deste trabalho, através de uma pesquisa histórica, baseadas no
método dedutivo, através de pesquisa bibliográfica em obras que versam sobre a dialética da
educação e da pedagogia e seu desenvolvimento histórico tem por objetivo demonstrar que a
civilização contemporânea (ocidental especialmente), nada seria sem o contributo da
cristandade em seu desenvolvimento.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Cultura. Sociedade. Cristianismo. Civilização.

ABSTRACT:Education has been the greatest civilizational motor of history. Christian


civilization greatly contributed to Western civilization became the major reference in the
world as to the question education. Christians were the biggest supporters of the cultural
heritage of Greek and Roman civilizations, in order to develop an objective mind on the task
of educating focusing on mission to evangelize. With scribes scholars versed in several
languages, they preserved the scriptures, and translated them into other languages, as well as
the works of philosophers and classic literature. The axiological guiding principles of
Christian culture have caused the values of Greco-Roman societies, in relation to the
developed man in his moral, intellectual and social aspects, they were guarded and drove this
culture every effort, within a subordination to Christian worldview. The objective of this work
through historical research, based on deductive method, through literature research works that
deal with the dialectic of education and pedagogy and its historical development aims to
demonstrate that contemporary civilization (especially Western), nothing it would be without
the contribution of christianity in its development.

KEYWORDS: Education. Culture. Society. Cristianity. Civilization

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
1. INTRODUÇÃO

No decorrer da história, a educação tem sido o motor de desenvolvimento


cultural mais proeminente. Não há país desenvolvido se não houver uma educação forte que
solidifique as bases de qualquer nação.
A educação tem suas bases em períodos imemoriais, desde as sociedades mais
primitivas, sobretudo do oriente, onde se sedimentavam mais nos aspectos morais, oriundos
de uma cultura patriarcal. Assim foram o povo hebreu que resguardou suas tradições
milenares junto com sua religião, da qual origina-se o cristianismo.
O cristianismo como detentor de toda cultura greco-latina, à qual impeliu forte
desenvolvimento devido os aspectos inerentes à nova religião, os valores humanistas,
preservação de toda cultura literária e filosófica, assim como a divulgação através da pregação
do evangelho ou boas novas. A pregação exige certo nível de cultura afim de divulgar a
religião do livro, já que os cristãos não prescindiram das escrituras judaicas. Os judeus e sua
forte tradição, ensinavam as crianças desde cedo a Torá, que constitui-se nos cinco primeiros
livros da bíblia. Esta cultura antiga era repassada pela tradição oral, contudo, com o passar
dos anos, aprendia-se a ler os manuscritos e isto passava de pai para filho.
A sociedade grega era a mais culta da antiguidade. Eles sistematizaram os
princípios pedagógicos antigos e fizeram da cultura da educação uma verdadeira síntese entre
a educação e cultura de um modo geral. A sociedade antiga grega era dividida em clãs,
formadas por várias famílias com mesmo histórico. Com vários clãs unidos formaram-se as
tribos, estas originaram as pólis, conhecidas como cidades-estado. Estas cidades-estado eram
unidades autônomas administrativamente e independentes entre si. As de maior destaque
foram Esparta e Atenas. Esparta era militarista, aristocrática, conservadora, sua educação era
mais patriarcal, embasadas em princípios morais e a cultura física era extremamente
valorizada. Atenas se diferenciava de Esparta, pois, sua educação era voltada para formar um
bom cidadão, suas disputas se pautavam na busca pela sabedoria intelectual, profundamente
humanista.
Os últimos dois séculos a.C. a Grécia se fragmenta e é anexada pelo Império romano.
Os romanos tornaram-se herdeiros da cultura grega, impulsionando-a. Com a fragmentação do
Império romano, o cristianismo que nascera sob o domínio de Roma, se expande e
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Constantino cristianiza o Império. Com o cristianismo tem-se a ascensão de uma educação
universal. O cristianismo preserva a cultura, desenvolve um sistema moral pautados em sua
cosmovisão e transforma a civilização.

2. O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE GRECO-


ROMANA

A educação no decorrer da história tem visado diferentes focos de abordagem no


intuito de dotar o homem de conhecimento moral e intelectual, que torne-o capaz de
transformar o meio do qual ele está inserido, através da dialética histórica, seja nos seus
diversos âmbitos: moral, espiritual, intelectual e físico.
Nas sociedades antigas a educação fora um instrumento de importante inserção
cultural, de modo a preparar os jovens para serem guerreiros, políticos ou sacerdotes, etc.
2.1. A educação na antiga Grécia
A Grécia era constituída de cidades-estado. Este tipo de organização surge com
os clãs antigos, que dominavam a base da sociedade grega. Os clãs patriarcais ou genos, eram
constituídos por várias famílias, estes em conjunto com outros clãs constituíam as fratrias que
originavam tribos, e a concentração populacional de diversas tribos dava origem às polis, as
cidades-estado.(SOUSA, 1981).
As principais eram: os espartanos e os atenienses.
2.2. Os espartanos
Na antiga Grécia, sobretudo nos XX a XII a.C, a civilização grega surge de
diversos povos, no período micênico, principalmente os povos aqueus, jônios, eólios e dórios;
a educação visava a formação militar de guerreiros, preparados para guerra. A disciplina era
rígida, onde as crianças com defeitos eram descartadas, sendo atiradas no abismo de Taigueto,
e, até os 7 anos, os meninos viviam ao lado da mãe, depois, eram retirados e treinados até os
18 anos pelo Estado (SOUZA, 1981). Era comum castigos físicos, privações e muito
treinamento físico. Essas características eram oriundas de Esparta, voltada especialmente para
o militarismo, preparando homens para guerra. A ênfase na educação era especialmente no
aspecto moral, na obediência aos mais velhos, o valor da família.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
2.3. Os atenienses

Na cidade de Atenas havia o cuidado com a educação de modo diferenciado de


Esparta, havia uma busca pelo refinamento intelectual, além de culto ao corpo através da
educação física. A educação se iniciava aos 7, as meninas “permaneciam no gineceu, local da
casa onde as mulheres se dedicavam aos afazeres domésticos” (ARANHA, 2006, p.65).
O ateniense recebia uma educação voltada para a polis, de modo que os aspectos
humanistas eram ressaltados na sua formação, desde pequeno, os atenienses tinham uma
educação na área musical, também aprendiam a ler, escrever e contar. Os meninos eram
acompanhados por um escravo, também conhecido como “pedagogo”, ou seja, condutor de
criança, (SOUSA, 1981) e, para serem considerados cidadãos da polis, os jovens, deveriam
terminar o serviço militar e a educação básica, contudo, de início sob a tutoria de um
pedagogo.36

2.4. Aspectos culturais e pedagógicos na Grécia antiga

A Grécia é conhecida como berço da civilização ocidental, é de lá que saíram


os maiores gênios da antiguidade e onde nasce o pensamento filosófico. No início, as ideias
eram de cunho mítico, que são ideias fantásticas, advindas da imaginação, onde se criavam
deuses e davam-lhes características humanas. A mitologia grega foi quem desenvolveu os
laços culturais que conectavam as polis, já que eram socio-politicamente descentralizadas
uma das outras.
As origens de toda cultura grega residem nos épicos mitológicos gregos de
Homero “O educador da Grécia” (ARANHA, 2006); Oriunda de uma aristocracia voltada
para guerra desde cedo, que visava à virtude, força e coragem como ideais do guerreiro belo e
bom.

36
O pedagogo era o condutor de todos os jovens atenienses na busca de sua inserção
cultural na polis. Segundo Maria L. Arruda, o menino era levado à palestra, uma espécie de academia de luta,
onde era orientado pelo pedótriba (instrutor). Depois era conduzido ao citarista, que era o instrutor de cítara, lira
e flauta, dança, etc; havia o gramático, que ensinava a escrita e a leitura, as vezes em tendas, salas, esquinas, tais
mestres não tinham o prestígio dos treinadores físicos; os didáscalos, que eram os professores, eram pessoas
humildes sem muito prestígio social. (ARANHA, 2006).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O surgimento das escolas se dá no seio da cultura aristocrática, de modo que a
educação era produto de uma sociedade de homens livres, contudo, com a evolução social,
cada vez mais a educação torna-se abrangente na sociedade grega, abarcando diversos
segmentos sociais, e desenvolvendo culturalmente a sociedade nos âmbitos institucionais.
Entretanto,“A uma tal educação, que interessava a um número sempre maior de crianças, o
ensino individual de um preceptor, ou de um amante, não podia mais bastar.” (MARROU,
1990, p.72). Depreende-se que, com o aumento cada vez maior da demanda, a antiga cultura
de professores particulares ou mesmo mestres não davam mais conta do número de crianças
que precisavam ser educadas para a polis, onde a educação coletiva torna-se novo modelo a
ser seguido.
Traçando um paralelo cronológico- histórico, a civilização grega, a partir do
período de sua origem com a civilização micênica séc. XX a XII a.C. onde se dá a formação
do povo grego advindo de diversos clãs e tribos, temos a civilização do período homérico,
onde se desenvolve o período mítico de grande influência na cultura, em que predominava a
concepção mítica de mundo, governado por deuses, onde prevalecia um espírito guerreiro, e
se trilhava o caminho escolhido pelos deuses, do culto ao corpo e a guerra, à coragem e o
respeito, seu foco é mais moral; o período arcaico séc. VIII ao VI surge uma guinada no
pensamento norteador de toda cultura grega: o surgimento da filosofia racional, onde o
homem prescinde dos mitos e busca uma cosmovisão racional do mundo, surgindo os pré-
socráticos, homens que se debruçaram em busca de explicação para a origem e sentido do
cosmos. Tales de Mileto, Heráclito de Éfeso, Anaxímenes, Anaximandro, Parmênides são
grandes figuras dessa época.
O período clássico nos séc. V ao IV a.C. vive-se o ápice da civilização grega,
onde seus reflexos são nítidos até nossos dias. O apogeus se dá nas artes em geral, literatura,
política, filosofia, e, especialmente nesta, destacamos Sócrates, Platão e Aristóteles como os
mais notáveis de todos os tempos. Há uma guinada na filosofia, em que predominava uma
concepção cosmológica de mundo, aqui há uma visão cosmocêntrica, do universo ao homem.
O helenismo (III ao II a.C) foi um período de declínio político, contudo, a
Grécia tornou-se modelo de civilização cosmopolita. Neste período a Grécia sofre influência
das culturas orientais anexadas pela expansão grega e consequente anexação. Contudo, nessa
época as cidades tornaram-se grandes centros. Os palácios eram monumentais obras de arte,

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
assim como casas imponentes, teatros, ginásios, etc; exponencial desenvolvimentos das artes,
cultura e ciências. Na escultura, o realismo imperava, com as obras de Vênus de Milo, e
Apolo de Belvedere, bem como imperou as figuras artísticas da mitologia, com
desenvolvimentos da astronomia, literatura, matemática, física. Importantes nomes foram:
Menandro, Aristarco, Cláudio, Ptolomeu, Euclides, Héron, Estrabão, etc. (SOUSA, 1981).
Para entendermos todo o processo subjacente à educação cristã ulterior à civilização
greco-romana, precisamos entender todo processo inerentes à pedagogia dos primeiros
sistematizadores do pensamento racional e pedagógico. Originários das colônias gregas da
Jônia, os filósofos foram os primeiros a separarem a mitologia da razão, preocupando-se com
problemas da physis. No período clássico temos Sócrates e seus discípulo Platão que tratam
de problemas inerentes ao homem, à metafísica e aspectos transcendentais do ser (ARANHA,
2006)..
Os sofistas foram profissionais que surgiram no período clássico. Criticado por
alguns filósofos, por que cobravam caro pelas aulas, contudo, foram de vital importância no
segmento social grego, já que preparavam homens habilidosos na arte da retórica. Eram
conhecidos como “professores de sabedoria.” (ARANHA, 2006).
Sócrates, crítico dos sofistas, discursava pelas praças e interpelava quem
julgasse entender assuntos complexos, usava da dialética a fim de buscar a sabedoria por ela
mesma, bem como a virtude.
Platão, discípulo de Sócrates, preconiza uma visão de que o Estado deve assumir
o papel da educação (ARANHA, 2006); a autoridade estatal deveria regulamentar o ensino de
modo a abarcar todos os cidadãos da polis (BARSA, 1981). Isócrates, contemporâneo de
Platão, foi um importante nome da educação na Grécia. Seu objetivo era a arte da retórica, da
qual, propiciava melhor intersubjetividade nas relações políticas da polis.
Aristóteles, um dos maiores intelectuais da história, em sua monumental obra,
desenvolve a concepção de que a educação e a busca pela sabedoria, constitui a auto-
realização de si mesmo, de sua essência. A criança está em potência em toda sua capacidade
física e intelectual, para isto, é necessário desenvolvê-la.
Com o fim da civilização grega, entre os séc. II e I, a língua grega era influente entre
os diversos povos de sua então hegemonia, todavia, “a língua grega foi assimilada por muitos
povos, a escrita grega substitui a escrita cuneiforme e demótica. A indumentária grega e o

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
mobiliário foi adotado pelos vencidos.” (SOUSA, 1981, p.102). Contudo, a herança grega de
berço da civilização, assim como detentora das teorias da educação, culto ao corpo, foi
anexada pelos romanos, que não deixaram tal legado se perder na história.

2.5. Aspectos socioculturais da civilização romana

A origem dos romanos se dá no segundo milênio a.C. contudo, a


origem histórica de Roma remonta 1000 anos a.C. quando os latinos em busca de melhores
condições de vida se situam na colina do Palatino. (SOUSA, 1981).
A família romana era pautada no patriarcalismo, o pai era soberano no seio do
lar, não existia propriedade privada, viviam em comunidades, sendo a constituição social
oriunda de múltiplos povos. Sobreviviam da agricultura e do pastoreio.
O desenvolvimento da agricultura possibilitou o fim da posse comum da terra,
fazendo com que surgisse a propriedade privada, e, com o desenvolvimento do comércio,
houve uma concentração urbana, transformado uma sociedade agrária, em cidade. A
sociedade era dividida em Patrícios, que eram os aristocratas, nobres que possuíam maior
parte dos bens materiais, faziam parte da vida pública e eram membros do governo, etc. Havia
os plebeus, que eram inferiores, geralmente serviam as classes mais abastadas, normalmente
homens livres, agricultores, comerciantes, etc. (ARANHA, 2006). Os clientes eram um grupo
que dependiam dos nobres patrícios recebendo proteção. Os escravos geralmente eram
prisioneiros de guerra. (SOUSA, 1981).
Descontentes com os rumos do reinado, é declarada a República, seus
representantes geralmente eram da aristocracia romana, de onde saiam os senadores, que eram
vitalícios e eram representantes da república. O plebeus que eram pequenos comerciantes,
agricultores, etc, começaram a adquirir status, de modo que começaram a exigir mais direito
nos assuntos internos. A busca por expandir seu território, a anexação da Grécia em 146 a.C.
(ARANHA, 2006), no período helenístico, alterou profundamente o nascente império romano.
O sistema educacional grego sofria de certa decadência. A república romana ainda era
pautada pelo patriarcalismo, contudo, era obrigação dos jovens aprenderem a ler e
conhecerem as leis e reverenciar os deuses. (BARSA, 1981). Houve um forte
desenvolvimento das escolas de retórica pra asseverar o nascente império e sua organização
institucional.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O enorme desenvolvimento e expansão do império romano, o fez assimilar diferentes
culturas. A cultura helênica fora a que mais influenciou Roma. Não havia discriminação dos
povos anexados, desde que pagassem impostos. (ARANHA, 2006). A anexação da cultura
helênica fez com que Roma adotasse o bilinguismo. A educação romana obedece a seguinte
ordem: educação latina de natureza patriarcal, educação de influência grega/ helenista, e, a
fusão das duas culturas, porém, tal educação começava no seio do lar. 37
No período que vai do sec. III ao II a.C. são criadas as escolas dos gramáticos, que era
mais voltadas para as letras e a retórica, para preparar jovens de 12 a 16 anos. Os jovens eram
postos em contato direto com a cultura grega, para ampliar os conhecimentos literários, os
jovens estudavam as “chamadas disciplinas reais, como geografia, aritmética, geometria e
astronomia. Iniciava-se a arte de bem escrever e bem falar.” (ARANHA, 2006, p.90). Com o
desenvolvimento dessa escola, desenvolve-se a escola de retórica, onde havia professores bem
pagos. As escolas de retórica desenvolveram-se no Império, durante o sec. I a.C. destacando-
se os jovens da elite romana, preparando-os para os tribunais e assembleias, das quais,
decidia-se os rumos da sociedade romana. Estudava-se nestas escolas: filosofia, política,
direito, além da retórica, com excursões à Grécia motivando um intercâmbio cultural.
(ARANHA, 2006
O desenvolvimento da educação no Império romano foi uma das alavancas
propulsoras do desenvolvimento da civilização cristã posterior. O ascetismo cristão fora
desencadeador de um forte sentimento de evangelizar os povos remanescentes do então
fragmentado Império romano: era preciso educar pra se entender o evangelho em toda sua
plenitude.

3. PRELÚDIO DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

37
Na educação, desde os 7 anos a criança era educada pelo pai se fosse menino, quando menina,
era educada nos serviços domésticos ao lado da mãe que era respeitada. Os meninos eram inseridos no seio
social, ouviam as histórias dos heróis, assim como deveria saber as leis das 12 tábuas. Aos 15 acompanhava seu
pais em assuntos pertinentes a aspectos políticos, públicos e privados (ARANHA, 2006); aos 16 era inserido no
âmbito militar ou entrava para política. A educação romana era pautada para os aspectos morais e não racionais
como a educação grega clássica.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O cristianismo surge no governo de Tibério (SOUSA, 1981), se espalhando pelo
território palestino. Embora nunca tenha deixado nada escrito, Jesus Cristo deixou um legado
moral e espiritual que impactou o mundo greco-romano, seus apóstolos desafiaram a morte
para pregarem o evangelho ou boas-novas. Pregado primeiramente pelo mundo oriental e
divulgado pelos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, a qual, em decadência, fragmentada em
diversos reinos bárbaros no ocidente, Constantino transferiu a capital do Império para
Bizâncio que ficou conhecida como Constantinopla (SOUSA, 1981), deu liberdade de culto
aos cristãos, se converteu ao cristianismo, acabou com as lutas de gladiadores, alforriou
escravos e decretou o fim da morte de cruz.

3.1. O sistema judaico de ensino como paradigma


Os sistemas de ensino-aprendizagem sempre se desenvolveram de algum modo
em todas as civilizações. Como vimos, os sistemas greco-romanos foram os sistemas que
desenvolveram a civilização antiga culturalmente. Esse sistema não fora desprezado pelo
nascente cristianismo, contudo, é nas antigas escolas judaicas que que o cristianismo
desenvolve de início, seu sistema de ensino, baseados no ensino da palavra de Deus, em suas
exigências e em sua moral.
As escolas formais de ensino foram desenvolvidas no antigo Israel por volta do
período do êxodo das terras do Egito, provavelmente no sec. XIII a.C. eram escolas anexas
aos santuários religiosos, contudo, as escolas sacerdotais foram as de maior destaque, em um
tempo posterior, citando como exemplo o profeta Samuel, que fora educado desde criança aos
serviços sacerdotais e fora profeta em Israel. (CHAMPLIN, 2001). Sempre houve escribas em
Israel, estes também desempenhavam funções de professores e mestres, já que era necessário
retransmitir os ensinos e leis da religião judaica para as gerações posteriores como
mandamento divino: toda a palavra era tida como sagrada, envolvendo um processo de
purificação na hora de retransmiti-las.
O s judeus eram o povo escolhido, de modo que sua convicção de serem o povo
de Deus fazia que existisse uma elite de escribas profissionais para escreverem as escrituras
sagradas. Os ensinos morais, assim como as histórias do povo hebreu fazia com que “toda

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
educação entre os judeus, portanto, baseava-se sobre princípios morais e teológicos.”
(CHAMPLIN, 2001, p.269).
Neste contexto, os cristãos aceitam o cânone das escrituras judaicas e assimilam
seus valores morais, se tornam intransigentes com toda manifestação pagã, porém, busca pelas
palavras sagradas, de início, educar e evangelizar as crianças e adultos. Assim como afirma
Henri Marrou: “os cristãos do Império romano tinham seus modelo nas escolas judaicas que
acabavam precisamente de ser organizadas sob suas vistas.” (MARROU, 1990, p.483). O
cristianismo nascente descendia de judeus, nasceu em berço judeu, e, através da fé no mesmo
Deus, os princípio de ensino judaico foram adotados. Para um judeu era necessário o
conhecimento da lei de Deus, ensinada desde pequeno. A educação tradicional familiar fora
substituída por um sistema de ensino coletivo organizados em escolas: a casa de instrução ou
sinagoga. (MARROU, 1990).

3.2. Desenvolvimento da educação cristã- a patrística


Com o esfacelamento do Império romano, a civilização adentra no período
medieval, e, logo no início, o lado ocidental fragmentado, é cristianizado, de modo a
conservar certa unidade e estabilidade concernente à fé que unia os diferentes povos,
sobretudo, europeus. O Império romano do oriente conserva a estabilidade até o séc. XV.
Havia uma diferença entre ocidente e oriente: o Império do oriente, segundo Maria L. de
arruda, manteve não só a estabilidade como preservou toda herança literária intelectual e
artística greco-latina. (ARANHA, 2006).
Os aspectos religiosos do cristianismo, seus ritos e dogmas prevaleceram em
ambas culturas, contudo, a civilização cristã do oriente resguardou toda cultura humanística
da civilização greco-romana. (MARROU, 1990). A preocupação em manter e desenvolver a
cultura pela igreja do oriente se dá especialmente em formar funcionários aptos para as
questões burocráticas do Estado. Havia o ensino superior em Constantinopla, capital do
Império oriental. A Universidade de Constantinopla foi “um importante centro cultural de 412
a 1453, [esta] universidade acolheu as obras antigas e orientou estudos fecundos de filosofia e
ciências, bem como preservou o direito romano.” (ARANHA, 2006, p.105).
Com o advento do cristianismo, surgiram também os mosteiros, onde os monges
se isolavam do mundo em seus claustros, com a finalidade de buscarem o sagrado através da

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
contemplação e oração. Nestes mosteiros, de início, havia monges que eram eruditos escribas,
onde copiavam os manuscritos bíblicos, assim como as obras filosóficas, preservando a
literatura e a filosofia. Os eruditos cristãos temiam a proliferação das ideias dos filósofos
pagãos, pois estas iam de encontro com a doutrina cristã, porém, aos poucos, com lenta
preparação intelectual, adaptaram a fé a produção intelectual filosófica greco-romana.
(ARANHA, 2006).
O desenvolvimento da educação cristã propiciou a fomentação cultural em
diversos países. Nos países que desconheciam totalmente a cultura escrita, “o cristianismo fez
nascer uma cultura, uma literatura, e, antes de tudo, uma escrita nacionais, criadas
inteiramente para seu próprio serviço.” (MARROU, 1990, p.484). Depreende-se disto que, os
cristãos desenvolviam a cultura como um vetor, fazendo com que tornassem os povos
alfabetizados, aptos para receberem o evangelho, assim como para divulgarem-no.
Interessante notar que no “Egito, na Síria e na Mesopotâmia, o cristianismo reavivou o
egípcio e o aramaico” (MARROU, 1990, p.491), essas línguas perderam seu valor em
detrimento do grego e do latim, línguas oficiais da época. Ainda segundo Marrou, os cristãos
antigos não criaram novas escolas, com algumas exceções, através de sua formação
estritamente religiosa tradicional, aproveitaram bem as escolas remanescentes clássicas e seus
métodos pedagógicos, os cristãos desenvolveram o classicismo paralelamente ao cristianismo;
advindo das regiões da Palestina, o cristianismo retroalimenta a cultura greco-romana, com
protestos dos mais conservadores. (MARROU, 1990).
A cristandade vive dois grandes períodos que se distinguem fazendo surgir uma
cosmovisão cristã, através de uma filosofia cristã: a patrística e a escolástica. A patrística
surgiu logo no início dos primeiros séculos da era cristã. Seu escopo era a apologética, já que
o cristianismo vivia sucessivos ataques à fé; foi preciso homens de vigor intelectual para
defesa da sã doutrina. Começa com o apóstolo João em suas cartas, e segue-se com Aristides,
Justino, Taciano, Fílon de Alexandria e seu expoente principal: Agostinho. O período
patristico corresponde a defesa da fé, e a busca da conversão dos infiéis. Os padres eram
doutos na cultura filosófica e buscavam uma síntese entre a fé e a razão, como dizia
Agostinho: “Creio pra entender, entendo para crer.” A teologia ainda carecia de um sistema,
somente logrado na escolástica. De início, as principais artes liberais de cunho greco-romano
adotada pelos cristãos incluíam: o trivium (gramática, dialética e retórica); e o quadrivium

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
(geometria, aritmética, música, astronomia). Este fora um legado da educação romana, que era
bem mais abrangente: a dialética corresponde à lógica formal, bem como a gramática
corresponde às formas literárias; a retórica corresponde ao estudo das leis e à literatura; a
geometria entende-se modernamente como geografia, história e botânica. (BARSA, 1981).
Os cristãos, como surgiram em um mundo clássico, herdeiros da civilização
greco-romana, adequaram elementos que pudessem se enquadrar com o ideal cristão, contudo,
a cultura politeísta, assim como elementos desagregadores da fé eram condenados. A
educação clássica era da formação do ideal humanista, e isto foi uma das características
primordiais adotadas pela filosofia cristã. As culturas pagãs buscavam na razão, bem como no
seus sistema politeísta buscavam de modo paralelo ao cristianismo, resolver os problemas
humanos mais profundos, tornando-se rival ao a nova religião, como ressalta Marrou, a
adoção do sistema da educação clássica não é o mesmo que aceitar a cultura. (MARROU,
1990).
A Bíblia sagrada foi uma importantíssima ferramenta de evangelização, bem
como de alfabetização: Protógenes como pedagogo, escolhendo textos das escrituras pra seus
alunos (MARROU, 1990). Nos primeiros séculos ainda não havia escolas para os graus
primário e secundários de forma sistemática, mas, no séc. II surge escolas de teologia,
seguindo com Orígenes depois da grande perseguição, é encarregado pelo Bispo Demétrio ao
ensino oficial de catequese, contudo, simultaneamente, ele mantinha uma escola de ensino
superior de teologia e exegese, porém, Orígenes é deposto e expulso, e, depois de sua morte,
deixa importante biblioteca, mas a escola de altos estudos teológicos sofre grande abalo,
somente desfrutando novamente de prestígio depois da paz constantiniana. (MARROU,
1990).

3.3. Ascensão cultural do pensamento cristão: a escolástica.


A escolástica foi um período em que o desenvolvimento da filosofia cristã
atinge seu ápice. O pensamento cristão já havia amadurecido no período patrístico, adquirindo
certa independência do classicismo greco-romano. Além da filosofia, os aspectos morais e os
princípios axiológicos cristãos tornaram-se o alicerce do mundo ocidental.
O início do período escolástico se inicia no séc. IX, tendo seu ápice no séc.
XIII/XIV, (ARANHA, 2006) quando começa a consolidar a era moderna a partir do

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
renascimento. O período que vai do séc. V ao IX, consolida-se a formação dos reinos
românticos bárbaros, assim como consolida-se o sacro Império romano; este período entra
para história como era do obscurantismo, advindo da decadência da produção cultural,
destacando-se os nomes de Boécio e Escoto de Eriúgena. (REALI; ANTISERI, 2007). Entre
os séc. X e XI têm-se o período das cruzadas e a reforma monástica, e destacam-se Anselmo
de Aosta e Abelardo; o séc. XIII torna-se o expoente máximo do período escolástico com
Tomás de Aquino, Duns Escott e Boaventura. O fervor intelectual acende as disputas nas
nascentes universidades, grande fenômeno do período escolástico.

4.O SURGIMENTO DAS UNIVERSIDADES

Um dos maiores fenômenos alcançados pelo processo histórico-cultural cristão foi a


criação das Universidades. Através da própria Igreja Católica, a longa preparação intelectual
de seus sacerdotes, a preservação das obras clássicas, bem como a sua reprodução por
copistas, tanto das obras clássicas, quanto das escrituras, assinalaram um processo do qual
culminou com o surgimento das Universidades.

4.1. A Igreja Católica e o surgimento das Universidades


Com a consolidação cristã durante 1000 anos, a Igreja Católica torna-se
detentora de todo o campo cultural filosófico, teológico e literário. Não fosse seu esforço de
manter toda a produção clássica, reproduzindo nos monastérios os escritos bíblicos e
filosóficos, resguardando importante patrimônio cultural, não poderia haver civilização cristã,
poderíamos afirmar que a Igreja quem ensinou o mundo ocidental a ler, de modo a tornar
acessível o ensino, e preservando as obras e retransmitindo-as.
No período da patrística, como prelúdio do surgimento das Universidades, havia
as escolas monacais que eram anexas a uma abadia, as escolas episcopais eram anexas a uma
catedral, bem como as palatinas junto à corte. O Imperador Carlos Magno quisera fazer surgir
nas terras dos francos um novo mundo clássico. (REALI-ANTISERI, 2007) Essa difusão
cultural através das escolas, teve início a partir do séc. XIII e tivera em Alcuíno de York seu
expoente máximo. A organização era composta do trivium- gramática, retórica e dialética- e
do quadrivium-aritmética, geometria. Astronomia e música, além da teologia.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O Renascimento, período em que exalta o ideal humanista, de cunho intelectual,
artístico e literário alcunhou o período medieval como, a tenebrosa noite de 1000 anos,
contudo, essa afirmação é errônea e falsa. (SOUSA, 1981) O período conhecido como alta
Idade Média na verdade foi um período de baixa produção científica, artística e filosófica,
mas, o dogma católico não era tão rígido, de modo que os monges não se cansaram de
estudar a filosofia, e reproduzir todo legado cultural greco-latino. Ainda segundo o historiador
Oswaldo Sousa, as escolas eram mantidas pelos mosteiros especialmente e, no séc. IX Carlos
Magno, como vimos, contratou o mais influente e letrado da época como Alcuíno, João
Escoto, Eginhard, Pedro Pisa, etc; com a decadência do período carolíngio, surgem as escolas
anexas às catedrais, fazendo surgir as Universidades, que seriam corporações de alunos e
professores. Ao lado do ensino superior, surgem os colégios dedicados ao ensino para os
alunos pobres, afirmando o caráter universal de ensino da cristandade. As Universidades mais
importantes criadas foram:
-Paris, uma das mais antigas; dedicou-se ao estudo da teologia e filosofia escolástica;
-Bolonha, estudo do direito romano;
-Oxford, estudo das ciências;
-Salerno, estudo da medicina;
-Coimbra, estudo do direito; Slamanca, Módena, Cambridge, Praga, Colônia,
Toulouse, Montpelier.
A vida dos estudantes era dura. Os livros escritos à mão, eram
poucos e caros. Raspavam o que tinham escrito no pergaminho para poder utiliza-lo
novamente. (SOUSA, 1981, p.189).

4.2. Fábrica de intelectuais


A evolução da educação ao longo dos séculos tem sido o verdadeiro motor
civilizacional, de modo que, desde os gregos, este tem sido um verdadeiro princípio
axiológico. Não há evolução de uma civilização ou de um país sem a educação. A igreja
católica como herdeira da cultura greco-romana, prescindindo dela os elementos contrários ao
cristianismo, impulsionou a educação preservando os manuscritos antigos nos monastérios,
bem como as escrituras sagradas, através de seus monges escribas, em um verdadeiro e
penoso trabalho.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O surgimento das Universidades consolidou a educação, assim como o valor da
Igreja Católica como propulsora desta, através dos princípios cristãos que nortearam sua
missão de evangelizar e de educar. Os fatores primordiais da consolidação das Universidades
como fábricas de formação intelectual foram, o surgimento de professores profissionais,
mestres, entre sacerdotes e leigos, dos quais ficou incumbido o ensino das sagradas escrituras,
coisa que antes era apenas de domínio da hierarquia católica. (REALI; ANTISERI, 2007)
Outro fator de grande importância se deu nas Universidades inglesas e parisienses as quais
aceitavam alunos de quaisquer camadas sociais. O interessante é que as Universidades no
período Moderno em diante, adquirem um caráter burguês e aristocrático, contudo, na Idade
Média, elas eram mais democráticas e populares. Os estudante mais pobres adquiriam isenção
de taxas, obtinham aposentos, contudo, a rotina de estudos era rigorosíssima.
Com a difusão da educação, o Imperador Carlos Magno propiciou a construção
de escolas, e posteriormente, seu legado de difundir a educação por meios de escolas, fora
uma espécie de inspiração para o modelo de criação das Universidades. No início, anexas aos
mosteiros e as crescentes construções de catedrais, as escolas recebiam muitos alunos.
(FREMANTLE, 1972) Bento de Núrsia (séc. VI) que criou um sistema monástico
recomendara que os monges lessem e estudassem. As abadias desenvolveram uma rede
escolar organizada. Com as construções das catedrais, construíam mais escolas, [assim como
haviam as palatinas eram anexas às estruturas palacianas]; segundo ela, um destaque se deu
para um grande pedagogo chamado Gueberto, que foi enviado pelo abade para estudar
matemática na Espanha; vários estudiosos eram mandados para intercâmbios em outros
países. Gueberto criou uma importante biblioteca, algo muito difícil para época, já que levava
as vezes um ano para se escrever um manuscrito, e cada manuscrito custava o equivalente a
um ano de trabalho de homem da igreja.
A causa que contribuiu para o surgimento das Universidades foi o agrupamento
de estudante e professores em uma espécie de associação: eles deram o nome de “universitas”
que era uma designação para associação. As Universidades do início eram bem precárias: em
Cambridge e Oxford as aulas eram em beira de estradas, em Paris eram nos claustros e na
Itália, nas praças. Com o passar dos anos, os professore passaram a alugar salas, contudo não
havia cadeiras e os alunos sentavam-se no chão. A rotina de aulas era excessiva: o estudante
levantava às 4 ou 5 horas da manhã, assistia a missa entre 5 e 6; as aulas começavam das 6 às

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
10, onde recebiam um intervalo para a primeira refeição que era composta de uma sopa de
aveia com gordura e um pedaço de carne. As aulas seguiam até às 5 da tarde, onde jantavam,
e depois retornavam às aulas que podia se estender até às 22 horas. (FREMANTLE, 1972)
O currículo constituía de direito romano, medicina, teologia e artes liberais. O
curso podia durar 6 anos. O período escolástico advém justamente da “disputatio”, criado por
Abelardo, que consistia em um sistema de perguntas e respostas no fim das aulas, onde havia
uma verdadeira guerra intelectual entre os acadêmicos.

5. CONCLUSÃO

Podemos inferir na conclusão deste trabalho que o cristianismo, como herdeira da


civilização greco-romana não prescindiu de seus valores humanistas mais supremos. Como
mantenedora da cultura remanescente, agregando as obras clássicas da antiguidade, assim
como as escrituras sagradas e copiando-as ao longo dos séculos em monastérios, o
cristianismo fora o verdadeiro mecanismo de produção e reprodução da cultura intelectual ao
longo dos séculos.
A civilização cristã é o verdadeiro motor da educação do ocidente, não se
pode haver civilização sem cultura educacional. Os cristãos com árduo trabalho resguardaram
as importantes obras filosóficas e retransmitiram-nas ao longo dos séculos. Os árabes tiveram
notada importância em resguardar obras filosóficas, contudo, os cristãos se esmeraram,
estudaram, aprenderam e repassaram os conhecimentos, de modo que, o homem cristão tinha
de ser um homem “humanista”, amante do saber, deste modo, teria mais capacidade de
entender as escrituras, apreendê-las e retransmiti-las.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTISERI, Dario; REALLI, Geovanne. História da filosofia Vol. 2. 3. Ed. São Paulo:
PAULUS, 2007
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: Geral e do Brasil.
3.ed. São Paulo: Moderna, 2006;

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CHAMPLIN, Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e filosofia. V.2. São Paulo:
Hagnos, 2001
EDUCAÇÃO, In: Enciclopédia BARSA. Rio de Janeiro: Encyclopaedia britannica, 1981,
v.6. p. 407-412.
FREMANTLE, Anne. Biblioteca de história universal LIFE: Idade da fé, as aventuras da
inteligência. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora S.A.,1972.
MARROU, Henri-Irenée. História da Educação na antiguidade. 5.ed. São Paulo: EPU,
1990.
SOUSA, Oswaldo Roudrigues. História Geral: da pré-história aos últimos fatos de nossos
dias. 20.ed. São Paulo: Ática, 1981.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
MARKETING

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INFANTIL

OLIVEIRA, Mayara Muniz (FAFIC)


FIGUEIREDO, Barbosa de Figueiredo (FAFIC)
OLIVEIRA, Simary Muniz (IFPB)

INTRODUÇÃO
O estudo do comportamento do consumidor procuram entender os mecanismos
intrínsecos envolvidos no consumo com a finalidade de compreender a lógica desse
comportamento. Sendo este, um campo que investiga os processos envolvidos na seleção,
compra e utilização de produtos, ideias ou experiências adquiridas pelos consumidores para
satisfazer a suas necessidades e desejos. Refere-se ao ato de comprar um determinado produto
ou serviço.
Um campo de estudo que vem ganhando ênfase é do consumidor infantil, por exercer
influência direta nas decisões de compra familiar, além disso, destaca-se pelo constante
aumento do poder de compra. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2013)
mostra o mercado infantil brasileiro com um crescimento anual de 14%. Frente a esse
contexto, empresas e pesquisadores perceberam a importância de investir nesse público.

PROBLEMÁTICA
O consumo infantil destaca-se pelo constante aumento do poder de compra, tornando
crianças cada vez mais participativas na movimentação do consumo e na produção nacional
de bens para este público (SANTOS; SOUZA, 2012). A criança ainda sofre influência de
grupos de amigos, familiares e da mídia para o consumo (COOK, 2013).
Frente a esse contexto, tanto as empresas, quanto a academia perceberam a
importância de investir nesse campo. Diante dessa visão surgiu o interesse em aprofundas na
temática proposta. Este estudo teve foco em um segmento dos grupos de consumo: crianças.

OBJETIVO

Pelo exposto, com o intuito de proporcionar uma contribuição em relação ao


comportamento do consumidor objetivo central do presente estudo consiste em compreender
o desenvolvimento do consumidor infantil.

METODOLOGIA

A partir do objetivo do presente resumo expandido que consiste em


compreender o desenvolvimento do consumidor infantil foi desenvolvido um referencial
teórico com o propósito de investigar aspectos relacionados ao comportamento de consumo
da criança, para tanto, foram utilizados artigos científicos na área de Marketing e Sociedade.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para uma melhor compreensão em relação ao desenvolvimento da criança


como consumidora McNeal (2000) analisa as fases de desenvolvimento do consumo infantil.
A primeira fase (aproximadamente 1 ano) do desenvolvimento do consumidor
é composta por crianças que têm o primeiro contato com o mercado e, assim, tem a primeira
oportunidade de interagir com um ambiente comercial de bens e serviços. Essa fase não
envolve produtos consumidos pela criança, ela interage com o ambiente por meio de
observação de cores e formas.
A segunda fase (2 anos) é marcada por pedidos das crianças, as solicitações são
por produtos como cerais, doces e brinquedos, os supermercados e lojas de brinquedos são os
ambientes de compra favoritos das crianças.
A terceira fase (3 ou 4 anos) é o primeiro ato físico para se tornar um
consumidor independente, nesse momento a criança já têm praticado o processo de solicitação
aos pais de produtos encontrados nos supermercados, lojas de brinquedos, varejos ou
conveniência, o próximo passo é o ato físico de começar a pegar esses itens, isto é, pegar o
produto levando-o da prateleira ou unidade de armazenamento para o carrinho ou cesta de
compra, produtos como brinquedos, lanches (guloseimas e salgados), roupas e itens de
presentes são os favoritos.
Na quarta fase (entre 4 e 5 anos) depois de selecionar produtos e presenciar
seus pais pagando por eles, as crianças, tem desejos de atuar em atribuições de adultos,
querendo participar do processo de troca. Com idade de cinco anos seus ambientes de
compras favoritos são: lojas de varejo, brinquedos, supermercado e shopping, e compram
brinquedos, lanches (doces e salgados), vestuários e cereais.
Na quinta fase (entre 5 e 7 anos) após vivenciar vários momentos de compras
dos pais, as crianças tornam-se consumidores e começam a realizar compras sozinhas.
Geralmente, há um período de tempo significativo entre a primeira compra de uma criança
com os pais e uma compra independente. Durante esse intervalo a criança adquire uma melhor
compreensão do dinheiro e do processo de compra adquirindo maturidade para convencer
seus pais de que são capazes de realizarem compras por conta própria.
Assim, sob a percepção de McNeal, onde o mesmo analisa a criança como
consumidora, observa-se que a relação com o consumo se torna significativa, pois são os pais
que escolhem os ambientes onde as crianças conhecem os primeiros produtos a serem
comprados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A infância é um período de extrema importância no desenvolvimento da


criança é uma fase em que estabelece sua subjetividade e é construindo seu desenvolvimento
cognitivo, afetivo-emocional e social. Formando sua personalidade, valores e regras que
orientarão sua vida. Durante essa fase, para compreender o consumo infantil, podemos
observar que este passou por várias mudanças nas últimas décadas, entre elas, os desejos
pelos produtos consumidos, que foram se modificando com a evolução mercantil e
tecnológica.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O papel dos pais é considerado um fator importante para o desenvolvimento da
criança como consumidora e seus hábitos de consumo, pois os pais são o primeiro e principal
grupo de socialização da criança.

PALAVRAS-CHAVE: Consumo. Criança. Desenvolvimento de consumo.

REFERÊNCIAS

COOK, D. T. Taking exception with the child consumption. Childhood, v. 20, n. 4, p. 423-
428, 2013.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mercado brasileiro infantil cresce 14%
ao ano, segundo o IBGE. G1Globo-Maranhão. Disponível em:
<http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2013/08/mercado-brasileiro-infantil-cresce-14-ao-
ano-segundo-o-ibge.html>. Acesso em: 08/2014.

MCNEAL, J. U. Children as consumers of commercial and social products. Washington,


DC: Pan American Health Organization, 2000.

SANTOS, T.; SOUZA, M. J. B. Materialismo entre crianças e adolescentes: o comportamento


do consumidor infantil de Santa Catarina. V Encontro de Marketing da ANPAD.
Curitiba/PR, 20 a 22 de maio de 2012.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
IMPLANTAÇÃO E ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING NUMA
IES PRIVADA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Esp. Charlene Barbosa De Figueiredo38


Me. Mayara Muniz De Oliveira39
Raoni Gonçalves Dias Rolim40

RESUMO: O objetivo deste estudo foi apresentar uma abordagem reflexiva sobre a atuação e
a importância do setor de Marketing para as Instituições de Ensino Superior, identificando
novos caminhos a serem seguidos. Para a elaboração desse estudo foi realizado um relato de
caso baseado na experiência da Administradora de Marketing uma Faculdade privada, do
município de Cajazeiras-PB. Diante de um cenário competitivo, é imprescindível trabalhar o
planejamento estratégico de marketing numa IES durante todo o ano letivo. Frente a estas
considerações cabe aqui questionar: É possível realizar um trabalho efetivo de marketing
durante todo o ano letivo, envolvendo toda a comunidade acadêmica?

Palavras–chave: Marketing; Ensino-superior; Planejamento estratégico.

ABSTRACT: The aim of this study was to present a reflective approach to the role and
importance of marketing sector for higher education institutions, identifying new paths to
follow . For the preparation of this study was a case report based on the experience of
Marketing Administrator a private college, the city of Cajazeiras -PB. Faced with a
competitive scenario, it is imperative to work the strategic marketing planning in IES
throughout the school year. In view of these considerations it is here question: Is it possible to
perform an effective job of marketing throughout the school year, involving all the academic
community?

Key – words: Marketing; Education - top; Strategic planning

38
Professora e Coordenadora do Curso de Tecnologia em Marketing e Administradora de Marketing da FAFIC– Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Cajazeiras, Pós-graduada em Marketing e Gestão de Clientes e, em Docência do Ensino
Superior.charlenefigueiredo4@hotmail.com
39
Professora do Curso de Tecnologia em Marketing da FAFIC – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cajazeiras, Mestre em
Administração pelo PPGA/UFPB.mayaramunizoliveira@gmail.com
40
Graduando do Curso em Tecnologia de Marketing da FAFIC – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cajazeiras.
diasraony@hotmail.com

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
INTRODUÇÃO

Várias mudanças estão ocorrendo no cenário político-econômico do país: aumento


do número de Instituição de Ensino Superior (IES) e cursos; competição e redução geral dos
valores de mensalidades; criação de programas do governo como Programa Universidade para
Todos (PROUNI), Sistema de Seleção Unificada (SISU), Sistema de Seleção Unificada da
Educação Profissional e Tecnológica (SISUTEC) e Sistema de Cotas que facilitam a entrada
de grande número de alunos nas universidades públicas; a instabilidade e os cortes no repasse
do FIES por parte do governo. Além de alunos (clientes) mais exigentes e queda no conceito
de fidelidade. Este cenário está obrigando as instituições de ensino superior a trabalharem
com forte planejamento estratégico e a gastarem mais na captação de novos alunos, sobretudo
com propaganda e publicidade.

Estratégias de Marketing fornecem as ferramentas com as quais empresários


identificam e analisam as necessidades dos consumidores e depois mostram a esses
consumidores como a empresa pode suprir essas necessidades (BOONE; KURTZ, 2009).

É fundamental que todos se conscientizem de que o trabalho desenvolvido na


instituição, independentemente do local ou departamento, possui um único objetivo: a
satisfação do aluno. Para perseguir o aumento do índice de satisfação, é necessário que sejam
revistos todos os processos internos e identificadas as falhas, redesenhando o que for
necessário (LAS CASAS; LUZZI, 2008).

Esta pesquisa teve por objetivo geral apresentar uma abordagem reflexiva sobre a
atuação e importância do setor de marketing numa Instituição de Ensino Superior Privada,
identificando novos caminhos a serem seguidos.

Como objetivo específico buscou-se: ampliar o verdadeiro conceito de marketing;


apresentar uma abordagem reflexiva sobre a importância da atuação do setor de marketing
dentro de uma IES; identificar novas ferramentas a serem utilizadas para um trabalho eficaz.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Esta pesquisa apresenta grande importância para o segmento, pois, a partir dela,
outras IES poderão estar conhecendo mais sobre a amplitude do conceito e das atividades de
marketing, da implantação e das atribuições do setor da Administração de Marketing, bem
como a atuação do profissional de marketing.

1. MATERIAL E MÉTODOS

Nesse capitulo, são apresentados os aspectos metodológicos usados para o


desenvolvimento desse artigo, com o intuito de responder ao objetivo previamente definido.

2.1 Definição da Pesquisa

O objetivo do presente estudo foi apresentar uma abordagem reflexiva sobre a


atuação e importância do setor do marketing numa Instituição de Ensino Superior Privada,
identificando novos caminhos a serem seguidos. Para atender tal objetivo, foi realizada como
meio de investigação uma pesquisa bibliográfica que segundo Vergara (2005, p. 48) consiste
em um “estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros,
revistas, jornais, redes eletrônicas”, assim como foi realizado nessa pesquisa. Para esse tipo de
investigação confere um método qualitativo, segundo Flick (2009, p.9) esse método de
pesquisa “parte da ideia de que os métodos e a teoria devem ser adequados àquilo que se
estuda”. Assim, buscou-se na pesquisa qualitativa um suporte para o desenvolvimento desse
estudo. Quanto aos fins, caracteriza-se como descritiva, tendo como base a experiência
profissional de Administração na área do Marketing.

O “sujeito da pesquisa são pessoas que fornecerão os dados de que necessita”


(VERGARA, 2005, p. 53) para atingir o objetivo de uma pesquisa. Aqui, o sujeito foi
definido como um profissional que desenvolve atividades administrativas no setor de
marketing.

2.2 Procedimento de coleta dos dados

Os dados foram coletados junto à pessoa que desenvolve as atividades pertinentes ao


cargo de Administração de Marketing. Também foram obtidos dados de pesquisas nos
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
relatórios de Auto-Avaliação da CPA – Comissão Permanente de Avaliação da IES
pesquisada. Os anos das publicações dos relatórios pesquisados foram de 2007 a 2015.

A partir das informações obtidas, os dados coletados foram estruturados de forma a


responder os objetivos anteriormente definidos.

2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Neste capítulo, abordamos a fundamentação teórica que fundamentou a pesquisa.

3.1 Conceito de marketing

Existe muita dificuldade dos Gestores de IEs entenderem a real função do Marketing
e como utilizá-lo. Na maioria dos casos eles confundem apenas como publicidade, material
editorial, assessoria de imprensa, e campanhas isoladas para captação de alunos.

Para os autores Etzel et al., (2001) o conceito de marketing engloba muitas áreas de
uma organização, o que à torna um conceito muito amplo, entre elas, planejamento,
constituição de preços, promoção e distribuição de produtos.

Para a AMA − American Marketing Association (apud KOTLER; KELLER, 2006,


p. 04).

“O marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que


envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a
administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu
público interessado”.

De acordo com o autor brasileiro Marcos Cobra (2004, p.29) “Marketing é mais do
que uma forma de sentir o mercado e de adaptar produtos ou serviços; é um compromisso
com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Neste sentido, a extensão da
atividade de venda assume um novo papel: o de preservar e aumentar o bem-estar do
consumidor e da sociedade”.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
“'A função básica do marketing é identificar as necessidades do consumidor
e desenvolver produtos que os satisfaçam. Assim sendo, a função do marketing dentro
de uma organização vai além da identificação das necessidades e desejos do
consumidor, determinar quais mercados-alvos a organização pode atender melhor,
planejar produtos, serviços e programas mais adequados que satisfaçam estes
mercados, mas também convocar todos que participam da organização e pensar e
servir os consumidores” (MASO,2010, p. 03).

Pode-se, então, afirmar que marketing é o estudo do mercado. É uma ferramenta


administrativa que possibilita a observação de tendências e a criação de novas oportunidades
de consumo visando à satisfação do cliente e respondendo aos objetivos financeiros e
mercadológicos das empresas de produção ou prestação de serviços (FRAGA, 2006).

3.2 A importância da administração de marketing nas instituições de ensino


superior

Os gestores de Instituições de Ensino Superior encontram-se constantemente


desafiados a buscar formas mais eficientes e eficazes de atuação. Assim, conceitos como
competição, mercado, qualidade, parceria, flexibilidade, criatividade, planejamento
estratégico e marketing passam a fazer parte do cotidiano dessa administração, num esforço
de repensar a própria organização e responder aos desafios do mundo externo; reordenando-se
seus principais elementos para melhor adequá-los a nova realidade.

Kotler (1998) ressalta a devida importância ao marketing institucional: Uma


instituição com orientação de marketing concentra-se na satisfação das necessidades de seus
públicos. Essas instituições reconhecem que eficiência e bons serviços são todos meios ou
resultados de satisfazer mercados-alvo. Sem mercados-alvo satisfeitos, as instituições se
encontrariam em breve sem clientes e entrariam em uma espiral de esquecimento. Os
funcionários de uma instituição orientada para marketing trabalham em equipe para atender as
necessidades de seus mercados-alvo específicos.

Para Braga (2002) uma instituição de ensino que queira realizar um trabalho de
marketing bem feito deve começar entendendo sua real abrangência. Para o autor, o marketing
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
educacional deve envolver: planejamento estratégico; pesquisas de marketing; sistemas de
informação (concorrência, clipping do setor, legislação, mercado, ambiente, cenários, etc.);
publicidade e propaganda; relações públicas; assessoria de imprensa; eventos culturais;
promoções e merchandising; endomarketing; webmarketing; marketing editorial. Importante
acrescentar o marketing de relacionamento e o marketing experiencial.

Diante do cenário exposto, é imprescindível a intervenção direta de um profissional


de marketing atuando, dentro da IES. Alguns benefícios citados por BRAGA (2005) podem
ajudar as instituições de ensino e ainda orientá-las em relação à gestão do marketing:
“Aumenta o nível de profissionalização da instituição; Torna transparente a qualidade dos
serviços prestados; Obriga a Instituição a definir uma missão, metas e objetivos; Impele a
Instituição a trabalhar com planejamento estratégico; Posiciona mercados-alvo, distinguindo
segmentos com melhor potencial; Auxilia na melhoria do produto ou serviço oferecido pela
Instituição, uma vez que se volta para o atendimento das necessidades dos clientes; Melhora a
satisfação dos diversos públicos da Instituição”.

Marchetti (2010) afirma que o cargo principal do departamento de marketing de uma


instituição de ensino, deveria ser o Gerente de Marketing, Comunicação e Relacionamento.
Além disso, esse profissional, obrigatoriamente deveria ser formado numa das áreas da
Comunicação Social, Administração de Empresas, ou Marketing. Ter realizado uma pós-
graduação ou um MBA em Administração de Marketing. Ter feito ainda cursos ou mais
especializações em Marketing de Serviços e Marketing de Relacionamento. Ter tido uma boa
experiência de atuação junto a agências de publicidade e propaganda; saber como coordenar
os serviços de uma assessoria de imprensa e de uma agência de eventos; ter boas noções de
planejamento em Marketing Digital, essencial para os dias atuais, onde encontramos com
facilidade agências especializadas nessa área para dar o suporte técnico e operacional. Saber
treinar e capacitar pessoas; ter o espírito de liderança e de formação de times eficientes de
trabalho; ser um agregador de bom capital humano.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
2.3 Ferramentas indispensáveis para um bom planejamento estratégico de marketing
na IES

O planejamento é um processo contínuo que inclui a identificação de objetivos e a


partir deles a determinação de ações para alcançá-los. É à base de qualquer estratégia de
marketing. Novos produtos, decisões sobre preços, seleção de canais de distribuição, decisões
relacionadas a campanhas promocionais dependem de planos elaborados dentro da
organização de marketing (LAPENDA, 2012).

Para Braga (2005) o planejamento estratégico deve definir algumas ações na


instituição educacional, observando os seguintes pontos: conhecer e potencializar seus pontos
fortes; conhecer e eliminar ou modificar seus pontos fracos; conhecer e aproveitar as
oportunidades externas; e conhecer e evitar as ameaças externas.

Kotler (2007) alerta que será necessária uma grande ênfase em planejamento para
que faculdades e universidades possam sobreviver. A prática de gestão mais adequada à nova
realidade está no desenvolvimento de um planejamento estratégico.

3.3.1 Análise Ambiental do Marketing

A análise do ambiente é o processo de coletar informações relativas ao ambiente


externo e interno de marketing para identificar e interpretar tendências potenciais que levam
às ameaças e oportunidades.

Neste século XXI, a educação superior vem sendo brutalmente despertada para o
papel significativo das forças ambientais: econômicas, demográficas, sociais, culturais,
tecnológicas, legais e políticas. Para Zablonsky (2004) a ação do macro meio ambiente sobre
os negócios de uma instituição pode tornar-se dramática se esta não possuir mecanismo de
defesa ou de adaptação.

Embora as mudanças no ambiente de marketing possam estar acima do controle


individual dos profissionais de marketing, os tomadores de decisão, ainda assim, devem
considerar essas influências em conjunto com as variáveis do mix de marketing (produto,

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
preço, promoção e distribuição) para desenvolver – e ocasionalmente modificar – os planos de
marketing que levam tais fatores em consideração (BOONE, 2009).

Com base na análise ambiental, as IES buscam oportunidades e estratégias para o


desenvolvimento de suas atividades.

3.3.2 Segmentação de mercado

A segmentação de mercado vai direcionar a IES para um determinado mercado e


público-alvo.

Para Andrade (2014) a segmentação de mercado é o processo de identificação, dentro


de um mercado, de um subgrupo de clientes cujas necessidades, desejos e/ou recursos são
diferentes de tal modo que os faz responder de forma diferenciada a determinados estímulos
de marketing. Com essa prática as empresas podem, por exemplo, priorizar ações de
marketing para clientes mais rentáveis e direcionar recursos de menor custo para clientes
menos importantes.

As Instituições de Ensino que estiverem bem posicionadas no mercado, conscientes


do seu público-alvo, terão grandes possibilidades de sucesso, pois seus esforços estarão sendo
aplicados realmente onde estão os seus clientes em potencial.

3.3.4 O plano de marketing

O plano de marketing é um documento elaborado para apresentar informações coesas


e concisas sobre os objetivos de marketing da empresa oportunizando a criação e a
implementação de estratégias.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Ele define programas de ação necessários ao atendimento desses objetivos.
Westwood (2002) esclarece que o plano de marketing é um documento que direciona e
orienta o esforço de marketing de uma empresa.

Um bom plano de marketing envolve uma estratégia de marketing eficiente, flexível


e adaptável. Nele estão contidos: 1ª etapa: Planejamento, Sumário executivo, Análise do
ambiente, Definição do público-alvo, Definição do posicionamento de mercado, Definição da
marca, Definição de objetivos e metas, Definição das estratégias de marketing; 2ª etapa:
Implementação; 3ª etapa: Avaliação e Controle.

3.3.5 Comunicação integrada de marketing

É uma das ferramentas utilizadas para a comunicação com o meio interno e externo,
de forma integrada e eficiente.

A comunicação integrada estabelece uma ligação entre todas as áreas da IES,


trabalhando o uso de uma mesma linguagem, informando, inteirando e motivando seu público
(cursos, setores, órgãos, docentes, discentes, egressos e comunidade) de forma estratégica.

Um dos principais objetivos da comunicação integrada é tornar público e concreto o


que se faz, mostrando a qualidade da Instituição, fortalecendo a sua imagem e levando-a a
diferenciar-se no mercado. Dessa forma, a identidade corporativa é enriquecida, na medida
em que todos têm um só discurso.

Faz-se necessário que toda a comunidade acadêmica procure manter-se sempre


informada, pelos diversos canais de comunicação oferecidos: o site institucional; as redes
sociais; o sistema acadêmico; os murais de notícias; atendimento nos setores, ouvidoria,
secretarias, informativos, recepção; atendimento telefônico; professores, coordenadores e
direção.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
3.3.6 Marketing de relacionamento

Segundo Boone (2009) marketing de relacionamento é o desenvolvimento, o


crescimento e a manutenção de relacionamentos rentáveis e de muito valor com fornecedores,
distribuidores, varejistas, clientes individuais e outros parceiros, para benefício mútuo ao
longo do tempo.

Para Cobra (2004) a execução de estratégias de relacionamento em uma instituição


de ensino deve seguir o seguinte roteiro: Definir o cliente pretendido (segmentação);
Localizá-lo cliente; Conhecê-lo; Estabelecer um relacionamento com o cliente; Criar
vínculos, familiaridade e confiabilidade; Matriculá-lo (transformá-lo em cliente ativo);
Fidelizá-lo; Manter o cliente para o resto da vida (educação contínua); Contar com o cliente
para a captação de novos clientes.

Para o marketing de relacionamento de uma IES, deve-se se manter um contato


frequente durante todo o ano com escolas, onde se encontra alunos do Ensino Médio, em
feiras de profissões, organizar eventos que levem esses alunos para dentro dos portões da
Faculdade, para que os mesmos tenham acesso a estrutura física e pedagógica e vejam de
perto o que a Instituição tem a oferecer.

Os investimentos na captação de alunos são essenciais. Cabe a Instituição um


planejamento estratégico de relacionamento com a finalidade de reter esse aluno na IES ao
longo do curso. Caso contrário, todo esforço na captação terá sido em vão.

3.3.7 Responsabilidade ética e social

A responsabilidade ética e social envolve condutas, filosofias, políticas,


procedimentos e ações de marketing cuja meta primária é o melhoramento da sociedade.
Esses programas, muitas vezes, produzem benefícios como melhores relacionamentos com o
consumidor, maior fidelidade do funcionário, sucesso no mercado e melhor desempenho
financeiro.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Ética é o conjunto de padrões morais de comportamentos esperados por uma
sociedade. Em sua maioria as empresas fazem o melhor possível para serem fiéis a um código
de conduta, mas, às vezes, as organizações e seus líderes falham.

As Instituições de Ensino Superior devem estar conscientes do papel que exercem na


construção da sociedade, especialmente no que se refere à inclusão social, ao
desenvolvimento econômico regional, à defesa do meio ambiente e do patrimônio cultural.

4. Relato de Experiência

A implantação da Administração de Marketing nesta IEs aconteceu no mês de agosto


de 2011. O ponto de partida para a contratação de um profissional de marketing se deu pela
necessidade de ter um responsável por estas atividades, antes geridas pelos próprios diretores
e funcionários de diversos setores.

Com base nas avaliações da CPA – Comissão Própria de Avaliação da IES foi
realizado um estudo dos relatórios existentes, avaliando os pontos fortes e pontos fracos da
IES, para que alguns desses pontos pudessem ser trabalhados em um plano de ação semestral,
baseado no calendário letivo, envolvendo toda a comunidade acadêmica.

Para que se desse início a um trabalho com o envolvimento e cooperação de todos,


foram discutidos e apresentados a nova metodologia de trabalho do Marketing na IES para a
Direção Geral e Acadêmica, a Coordenação do Núcleo Pesquisa e Extensão, a Coordenação
de Ensino, as Coordenações de Cursos e Colegiados (Professores por cursos). A todo o
momento ressaltado a importância de um trabalho envolvendo todos os setores da IES em
busca de atingir objetivos comuns, na busca de uma comunicação integrada.

Os objetivos propostos pela Administração de Marketing foram: Deixar a marca mais


presente no cotidiano das pessoas, tanto em Cajazeiras, como cidades vizinhas; Tangibilizar a
qualidade da instituição aliada a resultados positivos; Aumentar a captação e minimizar a
evasão de alunos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A partir desses objetivos, as estratégias lançadas foram: Trabalhar com foco na
identidade, qualidade, resultados e tradição da IES; Focar projetos no relacionamento com
alunos; Trabalhar a divulgação de forma contínua, e não só em períodos de campanhas para
vestibulares ou divulgação de cursos; Dinamizar a comunicação dos eventos; Focar as
estratégias levando em consideração as avaliações institucionais; Planejar o marketing
baseado no calendário letivo da IES; Planejar estratégias baseado no marketing de guerrilha,
com uma divulgação de peso, inusitada, dinâmica e criativa com o objetivo de prender a
atenção de potenciais clientes.

Algumas ações desempenhadas pela Administração de Marketing da IES pesquisada


são: Planejamento do trabalho de Marketing da IES; Planejamento e execução da campanha
de divulgação do Vestibular; Planejamento e execução da campanha de divulgação dos cursos
de Pós-Graduação; Divulgação da IES em Cajazeiras e região de forma permanente, nos mais
diversos meios de comunicação; Dinamização da comunicação do site e redes sociais;
Ativação do informativo impresso e on-line; Reorganizar a Comunicação visual da IES;
Contato com colaboradores e Apoio nos eventos.

As estratégias são traçadas a partir de um plano de ação elaborado por semestre


letivo, onde as ações são de acordo com a necessidade da IES, em nível de instituição e das
coordenações de Cursos. Essas necessidades foram diagnosticadas a partir de informações
vindas de vários canais: ouvidoria, questionários, enquetes, CPA, relatos, colegiados de
cursos.

Dentre os problemas encontrados na implantação e atuação do setor, estavam: a


dificuldade das pessoas em entenderem o que é marketing; o excesso de atividades centrado
em um único funcionário; a resistência por parte da IES para a contratação de novos
auxiliares; o envolvimento dos setores para efetuar um trabalho estratégico de marketing e de
comunicação; orientar os setores que eles são responsáveis pela criação de ações que
destaquem as suas atividades.

Algumas ações para a captação de alunos trabalhada pela IES são: Análise do
quantitativo de alunos por cidade e do censo demográfico para definir as rotas de divulgação;

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Pesquisa do número de escolas de nível regular por cidade; Pesquisa de datas dos vestibulares
da concorrência e datas de prováveis concursos; Visitas às escolas públicas e privadas (Ensino
Médio)e Cursinhos de Cajazeiras e cidades vizinhas para parcerias em Feiras de Profissões e
palestras; Confecção de material gráfico (panfletos, cartazes e folders para a distribuição em
locais estratégicos com potenciais candidatos); Participação em feiras e eventos; Divulgação
Interna/Endomarketing (faixas, banners; Informativo interno da IES distribuição de materiais
com alunos, professores, coordenadores e setores; informações nos murais; camisas
padronizadas; reunião com todos os setores para informações sobre o vestibular, visando o
uso da mesma linguagem, com informações seguras e padronizadas); Contratos com
emissoras de rádios (comerciais, entrevistas, sorteios); Propagandas e notícias em revistas,
jornais da região, Sites de notícias e eventos; Informações no site institucional da IES; Email-
marketing; Campanha nas redes sociais (publicações patrocinadas); Faixas; Outdoors; Mídia
Volante, dentre outras.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ainda é um desafio ampliar o conceito de marketing dentro da IES, é preciso o


trabalho constante com setores, além da implementação de ações neste sentido.

Hoje a Direção da Instituição pesquisada sabe da importância da atuação do setor de


marketing dentro de da IES, bem como incentiva o trabalho.

Como foi especificado nos fundamentos bibliográficos, algumas ferramentas podem


ser usadas para tornar a administração de marketing mais eficaz e eficiente, são elas: Análise
Ambiental do Marketing, Segmentação de mercado, O plano de marketing, Comunicação
integrada de marketing, Marketing de relacionamento e a Responsabilidade ética e social.
Além de várias ações aqui relatadas.

A administração das atividades de Marketing dentro da Instituição de Ensino


Superior pesquisada tem sido muito positiva. Bons resultados foram alcançados: a construção
de um plano de Marketing; as atividades de Marketing passaram a ser realizado durante todo
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
o ano, e não apenas nas Campanhas de Vestibular; a contratação de uma empresa financiadora
de Crédito Universitário para os alunos; foco nas estratégias levando em consideração as
avaliações institucionais e a atual conjuntura econômica.

Muito ainda tem que ser feito para a melhoria do setor de marketing da IES, como a
construção de um plano de ação para a fidelização do cliente de forma mais efetiva;
ampliação do setor com a contratação de mais profissionais para execução dos trabalhos; a
ampliação do conceito e do trabalho integrado de marketing na IES; e projetos para captação
de recursos.

5. CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES

Antes de começar um trabalho com o Marketing na IES é preciso estender o


significado da palavra marketing dentro das Instituições de Ensino Superior, conscientizar
mantenedores e diretores de que nem eles, nem suas equipes de marketing estão sabendo
trabalhar o Marketing da maneira correta.

Não basta captar o aluno, tem que retê-lo, e não basta reter, tem que conquistar a sua
fidelidade e fazer dele um agente de captação direta. Investir em captação é necessário,
porém, todo esforço terá sido em vão se não houver uma política estratégica de
relacionamento que assegure a permanência do aluno na instituição ao longo do curso.

As IES precisam ser capazes de prever as necessidades dos potenciais clientes e


alunos, satisfazê-los com produtos e serviços inovadores, e conseguir fazer isso mais rápido
que a concorrência, conduzindo seus negócios com os mais altos padrões éticos.

Dessa forma, o sucesso no mercado educacional dependerá de uma visão estratégica,


que considere o aluno como cliente − com regras a seguir − e que, portanto, admita a
educação como um serviço que segue leis de mercado e está sujeita às mesmas instabilidades
dos diversos segmentos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Com base no trabalho realizado, desde a implantação do Setor de Administração de
Marketing na IES, é possível realizar um trabalho efetivo durante todo o ano letivo,
envolvendo toda a comunidade acadêmica. Os setores devem trabalhar como agentes de
transformação adicionando em seu plano de ação, metas que venham a implementar os
serviços prestados tendo como foco principal, o crescimento da Instituição e a satisfação do
aluno (cliente).

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, E. Quais são as ferramentas de marketing indispensáveis para


empreendedores? 2008. Disponível em <http://exame.abril.com.br/pme/ noticias/8-
ferramentas-de-marketing-essenciais-para-empreendedores> Acesso em: 22 de dez. de 2014.

BRAGA. R. Planejamento Estratégico para instituições de ensino. São Paulo: Pioneira,


2002.

BRAGA, R.; MONTEIRO, C. A. Planejamento estratégico sistêmico para Instituições de


ensino. São Paulo: Hoper, 2005.

BOONE, L. E. Marketing Contemporâneo. 12ª ed.São Paulo: Cengage Learning, 2009.

CHURCHILL, G. A.; PETER J. P. Marketing: criando valor para o cliente. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2000.

COBRA, M; BRAGA, R. Marketing educacional: ferramentas de gestão para instituições


de ensino. São Paulo: Cobra, 2004.

ETZEL, M.J.; WALKER, B. J.; STANTON, W.J. Marketing.11ª ed. São Paulo: Makron
Books, 2001.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.

FRAGA, R.. Administração de marketing. 12a ed. São Paulo: Prentice Hall,2006.

KOTLER, P. Administração de marketing: 5 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed.São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2006.

KOTLER. P.; ARMOSTRONG, G. Princípios de marketing. 12 ed. São Paulo: Prentice-


Hall, 2007.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
LAPENDA, J. T. B..Planejamento estratégico e processo decisório. 2012. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/planejamento-estrategico-e-processo-
decisorio/64798/> Acesso em: 20 de Nov. de 2014.

LAS CASAS, A. L.. Administração de vendas. 8.ed. SÃO PAULO: Atlas, 2008.

MARCHETTI, C.. A sua IES faz Marketing? 2010. Disponível em:


<http://yauara.blogspot.com.br/2010/04/sua-ies-fazmarketing.html>Acessoem: 14 de janeiro
de 2015.

MASO, L. Marketing de relacionamento: o que é? Para que serve? Qual sua


importância para o cliente? RACI revista de administração e ciências contábeis do IDEAU.
ISSN 1809-6212 Vol. 5 – n.10 – Janeiro – Junho 2010 – Semestral. Disponível em
<http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/83_1.pdf> acesso em: 25 de
Nov. de 2014.

VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração – 6ª ed. São Paulo:


Atlas, 2005.

WESTWOOD, J..O plano de marketing – 3ª ed. – São Paulo: M. Books do Brasil Editora
Ltda, 2002.

ZABLONSKY, Marcos Jose. Estratégias de Marketing e gestão de matrículas‐ Um


Estudo de Caso. 2004. Disponível em: <http://capesdw.capes.gov.br/#20>. Acesso em: 17
dez. 2014.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A FORÇA DA PÚBLICIDADE: Influência no comportamento das crianças.

FARIAS, Davi Moreira (FAFIC)


OLIVEIRA, Mayara Muniz (FAFIC)

INTRODUÇÃO

A divulgação de produtos na mídia e em redes de comunicação hoje atraem cada vez


mais a atenção das crianças, fazendo com que tenham desejos e vontades maiores com
aquilo que são expostas a elas. Hoje notamos que isso vem fazendo uma mudança grande no
comportamento deste grupo de consumidores, pois elas têm um mercado voltado
diretamente aos seus desejos, desejos esses que são veiculados diariamente na vida delas.

PROBLEMÁTICA

Nota-se que o comportamento do público infantil vem mudando cada vez mais com a
influência que a publicidade vem tendo ao longo dos tempos. As empresas usam da mídia
para poder alcançar e conseguir um grupo maior de consumidores, onde os mesmos investem
cada vez mais em produtos para também ganhar esse público frágil que está exposto às redes
de comunicação.

OBJETIVO

Essas publicidades que são jogadas em mídias como: tv, internet, revistas e etc,
estimulam esse perfil ao consumo cada vez mais, pois as crianças por estarem sempre
expostas aos apelos midiáticos, acabam sentido uma atração por aquele produto. Frente a esse
contexto o objetivo do presente resumo expandido consiste em compreender as influências
da publicidade no comportamento infantil.

METODOLOGIA

Para que o objetivo proposto para esse resumo fosse atendido tivemos como base
estudos que discutem o tema abordado. Assim foi desenvolvido o referencial teórico com o
propósito de apontar as influencias que crianças sofrem em decorrência da influência da
mídia, para tanto foram utilizados artigos científicos na área de Marketing e Sociedade.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A publicidade exerce influência no comportamento das crianças pois, têm como seus
ídolos, cantores, atores, esportistas e desenhos animados, sendo que estes são expostos pela
mídia como pessoas sempre felizes, quando a criança percebe que o seu mundo não é como o
dos artistas gera um vazio íntimo. Na visão de Martens (2007) a infância vem sendo
comercializada e as crianças são vistas não como estranhos na cultura do consumidor, mas
sim como consumidores potenciais.
No comportamento infantil caracterizado como adultização, elas passam a consumir
produtos de marca, maquiagem, sapatos de salto e outros produtos com características de
produtos para adultos e ainda, adotam os comportamentos desses últimos. E mesmo sendo
protegida pela lei de abusos, violência e do trabalho, convivem com programação direcionada
para adultos como: novelas, seriados de TV, programas e filmes. O mundo de consumo não
distingue idade ou fase e a publicidade é uma grande influenciadora dessa situação. Acredita-
se que esse comportamento seja decorrente da valorização da sociedade pela beleza, moda,
fama, televisão e programas que influenciam na construção da cultura (MCCRACKEN,
1986).
Outra mudança no comportamento de crianças, refere-se aos transtornos alimentares,
nessa fase os hábitos alimentares estão sendo formados e as crianças estão constantemente
sendo influenciadas a consumir produtos calóricos e gordurosos, a publicidade não tem
interesse em ensinar crianças a consumir alimentos saudáveis, mas sim alimentos com muito
sabor e com pouco nutrientes, um atrativo para as crianças são os brindes promocionais. Coon
e Tucker (2002) corroboram como essa ideia, ao expor que alimentos, como guloseimas e fast
foods são anunciados com frequência em programas de TV infantil, quanto mais tempo a
criança assiste TV, mais são influenciadas a ingeris produtos como: gorduras, salgadinhos,
biscoitos e menor ingestão de frutas e vegetais, causando problemas de saúde como
obesidade.
O alcoolismo é outra mudança de comportamento influenciada pela publicidade
constante que as crianças estão expostas. As propagandas (por exemplo, as de cerveja)
estimulam o consumo de bebidas alcoólicas, pois são transmitidas em mídias de acesso por
crianças, (mesmo sendo proibido sua vinculação em intervalos de programas infantis)
incentivando-as a consumir tais produtos. “Os números de problemas associados ao álcool no
Brasil revelam o potencial devastador desse vício, principalmente junto aos mais jovens”
(ALANA, 2009, pag 49). O alcoolismo e as demais mudanças no comportamento infantil
acarretam problemas como: estresse familiar, violência, delinquência, problemas saúde dentre
outros.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje a imaginação das crianças é cada vez maior e com essas publicidades, ficamos
preocupados como ela pode ter uma grande influência para com nossas crianças, que por ter
até a ausência dos pais, acabam meio que seguindo até esse estilo de vida ao ter apenas a tv e
outros produtos mais como companhia. Assim, conclui-se que as propagandas envolvendo
crianças são cada vez mais frequentes o que leva o público infantil a sofrer diversos
problemas, como: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco, do
álcool, banalização, agressividade e violência.

PALAVRAS-CHAVE: Influencia. Publicidade. Consumo infantil.

REFERÊNCIAS

COON, K. A.; TUCKER, K. L. Television and children‟s consumption patterns. A review of


the literature. Minerva Pediatr., v.54, p.423-436, 2002.

INSTITUTO ALANA. Por que a publicidade faz mal para as crianças. 2009. Disponivel
em : <http://pt.scribd.com/doc/62689390/Por-Que-a-Publicidade-Faz-Mal-Para-as-Criancas>.
Acesso em: 14 de setembro de 2014.

MARTENS, Lydia. Bringing children (and parents) into the sociology of consumption.
Journal of Consumer Culture. v. 4, p. 155-182, 2007.

MCCRACKEN, G. Culture and consumption: a theoretical account of the structure and


movement of the cultural meaning of consumer goods. Journal of consumer research. v. 13,
p. 71-84, 1986.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A IMPORTÂNCIA DO SELO VERDE DE QUALIDADE COMO DIFERENCIAL
COMPETITIVO PARA AS ORGANIZAÇÕES

ANTUNES, Naíla Ferreira


LIMA, Amanda da Costa

INTRODUÇÃO

Os maiores desafios hoje enfrentados pelo mundo é fazer com que as forças
de mercado projetam a qualidade, com a utilização de estratégias de produção e
gestão que criem um quadro harmonioso entre empresas e meio ambiente. A nova
conjuntura econômica se apresenta como uma atitude mais rigorosa em relação às
organizações, de forma a cobrar destas uma postura mais ética e responsável. A
partir dessa premissa, a gestão ambiental é relevante para a responsabilidade
social, a qual diz respeito à relação sociedade e empresas. Dessa forma,
apresentam preocupação no atendimento às necessidades das pessoas, do meio
ambiente e na sua imagem corporativa. Assim, surgem certificações ou rotulações
ambientais, como o selo verde, um novo atributo para agregar aos
produtos/serviços comerciais que podem ser um diferencial competitivo na
economia.

PROBLEMÁTICA
Os benefícios de adoção do selo verde asseguram aos consumidores, que o
bem ou serviço não está degradando o meio ambiente. Deste modo, na gestão
ambiental da organização é considerado um grande elemento competitivo o que não
é necessariamente uma realidade da prática. Para isso é de grande importância
elucidar nesta discussão, quais possíveis motivos fazem com que os
administradores não a apliquem no planejamento estratégico da empresa.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
OBJETIVO
O presente trabalho nesta discussão tem como finalidade apresentar a
importância de uma empresa possuir o selo verde de qualidade aos empresários,
com o intuito de apontar soluções diante do impasse abordado, bem como observar
se o rótulo ocasiona retorno financeiro e reconhecimento organizacional.

METODOLOGIA
O tipo de pesquisa utilizada nesse trabalho é bibliográfico com consultas
realizadas em site e livros, para que se tenha uma melhor compreensão do estudo
efetuado de acordo com concepção de alguns autores.

REFERENCIAL TEÓRICO
A utilização da gestão ambiental pode oferecer benefícios tanto para a
empresa como para os clientes. Entre as suas vantagens está a criação de uma
imagem verde; acesso a novos mercados; redução e/ou eliminação de acidentes
ambientais, evitando, com isso, custos de remediação; incentivo ao uso racional de
energia e dos recursos naturais, entre outros ( VALLE, 1995). Assim, é possível
observar que a gestão ambiental nos últimos tempos tem ganhado uma posição
destacada, pois vem trazendo benefícios para as organizações, tais como: redução
de custos, uma melhor colocação no mercado, e a atração de novos consumidores.
Diante disso, algumas certificações, rotulagens (como o Selo verde) e parâmetros,
têm sido utilizados como estratégias para agregar valor comercial e estar à frente no
mercado globalizado. Sob a abordagem do selo verde segundo (NASCIMENTO,
2008), é colocado em produtos/serviços, conduzindo informações que asseguram
que eles não foram produzidos à custa de um bem natural degradados ou que sua
utilização, embalagem ou resíduo que dele resultar, e que não irá causar prejuízo
ambiental. Essa atuação reflete no marketing verde, um método de propaganda que
visa diminuir o impacto ambiental, além de alcançar as metas de comercialização,
que para ENOKI et al, (2008), ainda pode ser visto como estratégias para a
comunicação de modo a conquistar um determinado público.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, a pesquisa bibliográfica apresentou um novo modelo de gestão de


grande importância, que é a ambiental, cuja validação da rotulação do selo verde na
organização resulta na inovação e em benefícios para a proteção à saúde e a
natureza, seja ela de pequeno, médio e de grande porte e que atuem em setores
públicos ou privados. Por outro lado, há empresários que não investem neste setor
por estarem voltados ao cotidiano de suas atividades, outros setores, em seu
procedimento de infraestrutura, ou até mesmo com o pensamento que os clientes
não se importam com esta questão. Desta forma, ao aderir o selo de qualidade no
empreendimento, apresentando sua importância à sociedade com iniciativa de
caráter educativo, bem como uma boa elaboração do plano de marketing verde, traz
vantagens lucrativa, social e uma boa imagem institucional por ela estar a par das
boas práticas ambientais.

PALAVRAS-CHAVE: Selo Verde. Gestão ambiental. Marketing verde.

REFERÊNCIAS

ENOKI, Priscila Azevedo et. Estratégias de marketing verde na percepção de


compra dos consumidores na grande São Paulo. Disponível em: < www.
Mackezine.com.br/dhtm/seer/índex.php/jovenspesquisadores/article/view/922>.
Acesso em: 23 mar. 2016.

NASCIMENTO, Luís Felipe. Gestão ambiental e a sustentabilidade. UAB/MEC:


Paraíba, 2008.

VALE, Cyro Eyer do. Qualidade ambiental: o desafio de ser competitivo


protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CENÁRIOS DE SERVIÇO EM LOJAS DE DEPARTAMENTOS

ROLIM, Raoni Gonçalves Dias (FAFIC)


GOMES FILHO, Osmar de Albuquerque (FAFIC)
OLIVEIRA, Mayara Muniz (FAFIC)

INTRODUÇÃO

Os cenários de serviço podem ser encarados como estratégias usadas pelas


empresas com o intuito de definir o conceito de seus serviços e negócios proporcionando ao
cliente a vivencia de sensações e bons momentos e isso faz com que esses clientes desejem
voltar àquela empresa ainda e a recomendar.
As lojas de departamento são franquias feitas para atingir um público maior, de
diferentes classes sociais e para isso elas apresentam uma grande variedade de produtos de
consumo que vão desde decoração a vestuários, mobílias, brinquedos, eletrodomésticos entre
outros, e dessa forma sempre buscam tentar adaptar seu layout, ambiente, atendimento,
facilidades e marketing para chamar atenção do maior número de pessoas. O que essas lojas
de departamento precisam se preocupar é em agradar seu público alvo, pois seu objetivo é
vender. Para conquistar o público essas lojas devem buscar mecanismos e artifícios que
agrade e chame a atenção dos consumidores, com a finalidade de aumentar sua visibilidade e
seus lucros e dessa forma ganhar destaque no mercado de trabalho. Esse trabalho busca
mostrar como funciona a intenção do comércio em especial em lojas de departamentos para
chama atenção do consumidor para seus produtos e serviços.

PROBLEMÁTICA

Lojas de departamento que não apresentam um ambiente harmonioso, acolhedor e


atrativo visualmente acabam perdendo espaço no mercado, devido a competitividade acabam
perdendo clientes e consequentemente lucros. Assim, a problemática desse resumo expandido
consiste em: quais aspectos de cenários influenciam em lojas de departamentos.

OBJETIVOS

Discutir aspectos de cenários de serviço em lojas de departamentos.

METODOLOGIA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Com base no objetivo definido para esse resumo expandido, foi desenvolvido um
trabalho de cunhoexploratório onde se buscou obter o conhecimento sobre cenários de serviço
em lojas de departamentos. A pesquisa foi desenvolvida tendo como base estudos na área do
marketing de serviço,

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A construção de cenários de serviço em lojas de departamentos diz respeito a


um conjunto de estratégias que vão desde a iluminação e climatização da atmosfera,até as
próprias modificação na coloração do ambiente e a introdução de uma ornamentação
específicavoltada exclusivamente para a conquista de determinada clientela, o ambiente deve
auxiliar na tomada de decisão do consumidor é para isso que os profissionais do marketing
indicam à utilização de elementos sensoriais que equivalem à iluminação as coresque se ligaà
os estímulos sensoriais que por sua vez além de compor a atmosfera da loja transmite
significados para o público que os observa, através disso se torna importante levar em
consideração os significados que são transmitidos visualmente através da natureza, estética e
da atmosfera da loja do geral (AGUIARet al., 2013).
Nos dias atuais o mercado oferece uma grande variedade de serviços e produtos, o que
indica a ação de várias empresas e isso remete a uma grande concorrência, e o investimento
na construção de cenários de serviços se tornou algo necessário para a sobrevivência da
empresa (FALLER,ALMEIDA; 2014).
As empresas de grande porte buscam na construção de cenários trazer uma
maior visibilidade para o seu negócio e assim passam a explorar os seus recursos e a investir
em meios de atrair a clientela além de proporcionar a essa clientela um ambiente acolhedor, e
construir o seu espaço e sua marca na sociedade. (FALLER,ALMEIDA; 2014).
O cenário de serviço pode ser encarado como uma estratégia usada pelas
empresas com o intuito de definir o conceito de seus serviços e negócios proporcionando ao
cliente vivenciar boas sensações e bons momentos e isso faz com quer esse cliente deseje
voltar àquela empresa ainda e arecomendar (CARRACEDO, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção de cenários de serviço em lojas é de grande importância, pois eles


auxiliam na visibilidade da empresa e também na própria sobrevivência da mesma enfrente a
competitividade no mercado de serviços e produtos. Os cenários de serviços não só têm a
função de destacar a loja, estabelecimento ou empresa mais de chamar a atenção e conquistar
a clientela,além de conquistaro próprio espaço da empresa no mercado e assim também

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ajudara a empresa na transmissão de informações referente a natureza de seus produtos e
serviços.

PALAVRAS-CHAVE: Cenários de serviço. Lojas de departamento. Atmosfera de loja.

REFERÊNCIAS

AGUIAR Edvan Cruz.FARIAS Salomão Alencar de. MELO Francisco Vicente Sales.O
Significado de Cores e Iluminação em uma Atmosfera de Serviços Gastronômicos: parte
geral. Curitiba: REBRAE. Revista Brasileira de Estratégia, 2013.

CARRACEDO, LuisaRalstonBielawski.O Cenário e o Valor Percebido do


Restaurante:um Estudo da Experiência Ráscal:Parte geral. São Paulo: Fundação Getúlio
Vargas Escola de Administração de Empresas de São Paulo, 2008.

FALLERL, isianePellini,DE ALMEIDA Martinho Isnard Ribeiro.Planejamento Por


Cenários: Preparando Pequenas Empresas do Varejo de Móveis Planejados para um
Futuro Competitivo:parte geral.São Paulo/SP: Universidade de São Paulo, 2014.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INFANTIL

OLIVEIRA, Mayara Muniz (FAFIC)


PESSOA, Mariana Ferreira (UFCG)
SOUSA, Francisca Rozângela Lopes (UFCG)

INTRODUÇÃO
O consumo pode ser compreendido como um ato social e processo cultural, isto é,
independentemente do objetivo da compra, seja para atender as necessidades básicas ou
supérfluas. Os estudos de comportamento do consumidor procuram entender os mecanismos
intrínsecos que o envolvem, com a finalidade de compreender a lógica o envolve. Para
compreender os aspectos que influenciam o comportamento do consumidor, é necessário
considerar as características adotadas pelos mesmos sobre si e o ambiente em que vive.
O tempo de espera em serviço é determinante na qualidade, seja em bancos, hospitais
ou no serviço de atendimento ao consumidor (SAC), porém não há que não tenha passado
horas em filas, com a finalidade de solucionar algum problema relacionado a um serviço ou
produto, e em alguns casos acaba tendo que desistir em função da demora, perdendo horas de
espera e ficando de mau humor. Isso é nosso cotidiano.

PROBLEMÁTICA
O setor de serviço está em constante crescimento no Brasil. O mercado oferece
um grande número de opções disponível aos consumidores com a finalidade de atender a
demanda existente. A espera em serviços tornou-se inevitável, seja no atendimento médico,
bancário ou no setor público e privado a dificuldade configura-se a mesma, porem
ocasionando transtorno e problemas entre as empresas e seus consumidores/clientes. Frente ao
exposto esse estudo buscou, com base na literatura da temática, identificar aspectos que
influencie no comportamento do consumidor infantil.

OBJETIVO

O objetivo desse estudo foi identificar aspectos que influenciam no


comportamento do consumidor de serviço.

METODOLOGIA

Para que o objetivo proposto ao presente resumo expandido fosse alcançado,


foi realizado uma análise nos estudos de Bitner (1992), Hul e Dube (1997), Carù e Cova
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
(2003) e Santos, Pereira e Quatrin (2013), onde os artigos mencionados abordam fatores
relativos ao comportamento do consumidor de serviço e são estudos referente ao tema
abordado. Assim, configura-se como uma pesquisa qualitativa.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Bitner (1992) em seu estudo teve o objetivo de descrever como o ambiente referido
como “servicescape” (o ambiente físico, em oposição ao ambiente natural e social) afeta os
consumidores e funcionários nas empresas de serviço. O estudo mostra que o servicescape
influencia a natureza e a qualidade das interações de clientes e funcionários, mais diretamente
nos serviços interpessoais. Nos funcionários o ambiente físico pode influenciar a satisfação
do funcionário, produtividade e motivação. O servicescape também pode afetar as pessoas de
maneiras fisiológicas, como ruído que é muito alto pode causar desconforto físico, a
temperatura de uma sala, a qualidade do ar e a iluminação. Esse estudo mostra que o ambiente
físico pode influenciar a satisfação do funcionário, produtividade e motivação, assim como no
comportamento e satisfação dos clientes.
Hul e Dube (1997) desenvolveram um estudo com o objetivo de analisar os efeitos
da música sobre as reações dos consumidores e suas respostas psicológicas e
comportamentais a esperar pelos serviços. E ainda, procurou identificar e testar o mecanismo
psicológico no impacto positivo da música sobre a insatisfação do consumidor com a espera
pelos serviços. Essa pesquisa testou três construtos: tempo de espera percebido; avaliação
emocional do ambiente de serviço; e resposta emocional à espera do serviço, foram medidos
entre a música e a resposta comportamental. Dentre os resultados é importante destacar que a
música aumenta o tempo de espera percebido pelos clientes, acredita-se que em consequência
aumente a insatisfação e afete de forma negativa o comportamento do mesmo.
Carù e Cova (2003) em seu estudo tiveram o objetivo de proporcionar uma visão
geral dos diferentes significados atribuídos à palavra “experiência” em várias disciplinas
científicas e diferentes significados atribuídos à noção de experiência de consumo. Aqui é
importante destacar que para o marketing uma experiência é principalmente um tipo de oferta
a ser adicionado à mercadoria (ou mercadorias), produtos e serviços, a dar um quarto tipo de
oferta que é particularmente adequado para as necessidades do pós-consumidor. Para o
marketing, uma boa experiência é “memorável” permitindo que este consumidor explore
todos os seus sentidos, através da realização da atividade. Este tipo de experiência produz
emoções e também transformações nos indivíduos.
O estudo de Santos, Pereira e Quatrin (2013) buscou avaliar quais os fatores,
relativos à atmosfera de serviço, são mais influentes quando da escolha por um restaurante em
uma praça de alimentação de um shoppingcenter. Os resultados mostram que a grande
importância dada pelos consumidores para o aspecto da limpeza do restaurante e também de
seus funcionários, bem como o conforto oferecido pelo restaurante.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a qualidade do serviço prestado e o tempo de espera é fator


determinante para uma boa avaliação do serviço e da empresa fornecedora, podendo fazer
com que a empresa conquiste ou perca clientes. Outros fatores que influenciam são o
ambiente físico e à musica em tempo de espera (usada em SAC) esta última, influência de
forma negativa.

PALAVRAS-CHAVE: Consumo. Comportamento do Consumidor. Serviço.

REFERÊNCIAS

BITNER, Mary Jo. Servicescapes: the impact of physical surroundings on customers and
employees. Journal of Marketing, v. 56, n. 2, p. 57‐71, 1992.
CARÙ, Antonella.; COVA, Bernard. Revisiting consumption experience: a more humble but
complete view of the concept. Marketing Theory, v. 3, n., p. 267–286, 2003.
HUL, Michael K.; DUBE, Laurette.; CHEBAT, Jean‐Charles. The impact of music on
consumers' reactions to waiting for services. Journal of Retailing, v. 73, n. 1, p. 87‐104, 1997.
SANTOS, João Heitor de Ávila; PEREIRA, Augusto Diniz; QUATRIN, Denise Rossato. A
arte de agregar valor ao serviço: um estudo sobre as variáveis que interferem na escolha
de um restaurante. CULTUR, ano 07 - nº 02 - Jun/2013.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PUBLICIDADE E CONSUMO: OS EFEITOS DA PROPAGANDA PUBLICITÁRIA
NO PÚBLICO INFANTO JUVENIL

DA SILVA, Jacinta Alves.41


DE ANDRADE, Maria do Socorro Alves.42
DE FARIAS Davi Moreira.43
OLIVEIRA, Valter Martins.44
INTRODUÇÃO

A publicidade é vista como um sistema de doutrinação e enquadramento de uma


população a um determinado conjunto de ideias e valores. Entende-se que fazer publicidade
não é o mesmo que “mandar avisar”. Trata-se, na realidade, de um processo que visa a
incutir na mente das pessoas uma ideia fixa, manifesta e constante acerca de um evento,
produto ou opinião. Nenhum outro instrumento de comunicação de massas possui tanto
poder de persuasão como a propaganda publicitária. Ela tem a função de informar, difundir,
lembrar e relembrar ao consumidor de que o produto existe e trará, indubitavelmente,
benefícios àqueles que o adquirir. O discurso da propaganda publicitária é capaz de
modificar atitudes mentais, saciando as necessidades e preenchendo as expectativas do
consumidor, de interpelar os indivíduos, produzindo sentidos que se revestem de realidade,
enquadrando a população dentro de um determinado sistema de ideias e valores. As
propagandas, em geral, se utilizam desses mecanismos para envolver ideologicamente os
sujeitos. As estratégias utilizadas no discurso publicitário podem ser lidas como
procedimentos para criar efeitos de verdade e de realidade com o intuito de convencer o
interlocutor no e pelo discurso de onde a ideologia se manifesta. Igualmente, a divulgação de
propagandas Publicitárias, direcionadas a crianças e adolescentes, tem influenciado
excessivamente esse público, fazendo com que se tornem consumidores em potencial. Pode-
se observar que as vendas aumentam rapidamente, e isto se dá pela crescente novidade dos
produtos que surgem no setor de brinquedos, como por exemplo, os eletroeletrônicos, que
atrai de forma massiva as novas gerações, influenciando em sua formação e
consequentemente em seu comportamento.

41
Aluna do primeiro período do Curso de Graduação Tecnológica e Marketing da Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Cajazeiras
42
Aluna do primeiro período do Curso de Graduação Tecnológica e Marketing da Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Cajazeiras
43
Aluno do primeiro período do Curso de Graduação Tecnológica e Marketing da Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Cajazeiras
44
Aluno do primeiro período do Curso de Graduação Tecnológica e Marketing da Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Cajazeiras.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PROBLEMÁTICA

O que se pode notar é que no mundo contemporâneo as crianças têm menos convívio
familiar e mais contato com os bens de consumo, de sobremaneira os eletroeletrônicos, tais
como: televisores, celulares, tablets, games, computadores, e desta forma estão mais
vulneráveis ao discurso publicitário e ao consumo de produtos tecnológicos. Diante do
exposto é preciso questionar: Até que ponto essa exposição exagerada aos discursos
midiáticos tem interferido, negativamente, no processo de formação das crianças brasileiras?
Quais valores estão sendo fomentados na vida dessas pessoas pela indústria da propaganda
publicitária? Como levar as nossas crianças e adolescente a consumir de forma consciente, e
com competência para distinguir o que essencial do que é supérfluo?

OBJETIVOS
GERAL:

Compreender como a propaganda publicitária dedica-se a promover o lançamento de


novos produtos para atrair a atenção dos consumidores infantil e juvenil.

ESPECÍFICOS:

Entender como a propaganda publicitária articula mecanismos que mexem com escolhas,
definição e fidelidade dos consumidores.

Avaliar como a propaganda publicitária é capaz de interpelar os indivíduos, enquadrando a


população dentro de um determinado sistema de ideias e valores.

METODOLOGIA

O trabalho em questão trata-se de uma pesquisa bibliográfica. A partir de referências


publicadas foi possível investigar de que forma o discurso publicitário se propõe a convencer
ou alterar atitudes e comportamentos já estabelecidos no público infantil e juvenil. De acordo
com Gil (2008), A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros, revistas e artigos científicos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Carvalho (1996), a mensagem publicitária cria, de forma “engenhosa”, um


ambiente cultural próprio, um novo sistema de valores, através do qual possuir novos
produtos passa a ser sinônimo de felicidade. Enquanto discurso dirigido a outrem, os
objetivos da propaganda escondem-se por trás de certa ambiguidade, uma vez que pretende

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
influenciar o interlocutor para a aquisição de determinado produto, procurando levar-lhes a
absorver certas opiniões, sentimentos e atitudes, dependendo de seu impacto, importância,
teor ou interesse. Ela dispõe da arte, criatividade, raciocínio, cultura, ideologia, tecnologia e
engloba um vasto campo de valores e manifestações da capacidade do sujeito. De acordo com
Correa; Crescitelli (2009, p 02) : “por trás de uma propaganda existe sempre uma empresa com
objetivos de informar e persuadir os consumidores. Esse é um dos motivos pelo qual tantas
críticas sejam feitas em relação a propaganda que visa influenciar o comportamento infantil,
uma vez que as crianças não entendem os objetivos comerciais e são ainda incapazes de
exercer o livre arbítrio com um espírito crítico ou de desenvolver uma contra-argumentação,
deixando-se influenciar indefesamente pela propaganda”.
Para Silva (2013, p. 15): “O conceito que se forma em torno de um produto está
relacionado a um trabalho de uma suposta „construção de personalidade‟ funcionando no
indivíduo como um ativador de identificação do produto [...]”. E é por este motivo que se
deve entender como a propaganda publicitária é capaz de interpelar os indivíduos,
enquadrando a população dentro de um determinado sistema de ideias e valores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudos mostram que o marketing está sempre trazendo o lançamento de novos produtos
para atrair a atenção dos consumidores, tudo isso para aumentar o volume de vendas e fazer
com que as pessoas busquem novos formas de consumo. Como exemplo do incentivo ao
consumo é possível citar as empresas de fast foods que usam atrativos como brindes
colecionáveis, em que se associa consumo ao divertimento e estimula as pessoas a estarem
sempre voltadas a adquirir os seus produtos. Tal prática mexe com escolha, definição e
fidelidade. Desta forma, é importante compreender que educar crianças e adolescente é um
ato coletivo e que exige, principalmente dos pais, educadores e da sociedade em geral maior
participação e atenção na formação do público em questão, pois as crianças e adolescentes
encontram-se em fase de formação e precisam ser orientadas para atuarem na sociedade de
forma crítica, criativa e consciente.

PALAVRAS-CHAVE: Publicidade. Persuasão. Infantil. Juvenil.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, N. de. Publicidade: a linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 1996.

CORREA, Gisleine B. Fregoneze; CRESCITELLI, Edson . Os efeitos da propaganda no


comportamento de compra do público infantil. Revista Administração e Diálogo, v. 12, n.
1, 2009, p. 122-148.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
SILVA, Evilasio dos Santos . O uso do adjetivo em comerciais de revistas: subsídio ao
ensino de língua materna. V Semana de Letras da Paraíba: Linguagens e Entrechoques
Culturais. UEPB Campus IV. 2010.

SILVA, Evilasio dos Santos. A propaganda publicitária e sua significação no simbólico


coletivo: Análise Discursiva de Propagandas Publicitárias do Governo Dilma. Dissertação de
Mestrado, 127fls.. Universidade Católica do Pernambuco, março de 2013.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
GESTÃO DE CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

GOMES FILHO, Osmar de Albuquerque (FAFIC)


GONÇALVES, Raoni Dias Rolim
OLIVEIRA, Mayara Muniz (FAFIC)

INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento da internet muitos fabricantes estão utilizando canais on-line


para vender diretamente aos consumidores, onde esse tipo de canal passou a competir
diretamente com os varejistas tradicionais. E-commerce pode ser definido como o
desenvolvimento de ferramentas estratégicas mediadas pela tecnologia que atende as
finalidades e objetivos de negócios. Esse tipo de comércio concilia várias oportunidades,
dentre elas a redução de curto e acesso a novos segmentos de mercado. Com o surgimento do
comércio eletrônico foi criado um novo modelo de desenvolver negócios, onde este novo
comercio proporciona impacto sobre os canais de comercialização e ainda, afeta os elementos
do mix de marketing (Preço, Produto, Promoção e Praça). Dentro desse contexto, surge os
conflitos dentro dos canais de distribuição que são definidos como uma situação que ocorre
quando um membro de um canal desempenha um comportamento de modo a impedir o
funcionamento eficaz do canal.

PROBLEMÁTICA

Com as dificuldades comuns enfrentadas, devido à falta de incentivos e descasos com


a economia do país, percebe-se a necessidade de buscar uma nova forma de desenvolver
estratégias mediadas pela tecnologia que atenda as finalidades e objetivos dos negócios.A
distribuição, por exemplo, aparece como um diferencial das empresas frente aos seus
clientes, ocasionando satisfação durante o processo de distribuição.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
OBJETIVO

Frente ao exposto, esse resumo expandido teve o objetivo de discutir aspectos da


gestão de canais de distribuição.

METODOLOGIA

Para uma discussão sobre a gestão de canais de distribuição foi realizada uma análise
nos estudos de Yao (2005), Yan (2011) e Webb (2002), essas pesquisas proporcionam uma
discussão sobre o tema abordado no presente resumo expandido. Assim, confere a essa
pesquisa uma abordagem descritiva e caráter qualitativo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os conflitos de canais desde a década de 1970 e 1980 são pesquisados, com base no
comportamento do consumidor, sendo inevitável devido às diferenças intrínsecas as
percepções e objetivos das organizações e podem ser definidos como funcional desde que a
sua base de relação não esteja ameaçada, os conflitos entre membros do canal tende a
apresentar consequências negativas, porém sua ausência poderia diminuir a eficácia dos
canais, pois o conflito construtivo pode levar a organização para níveis mais elevados de
criatividade e inovação. Os conflitos são motivados pela competição sobre recursos escassos,
as unidades de autonomia, e divergência de objetivos.
O tema canais de distribuição é discutido por diversos autores, como Webb (2002) que
realizou uma investigação no canal de internet em um sistema de distribuição que já é
complexo, a partir da perspectiva da uma empresa fornecedora, abordando o impacto do e-
commerce na gestão de conflitos de canal englobando os elementos do mix de marketing.
Yao(2005) que tiveram como foco os papéis estratégicos realizados na distribuição de
produtos e estrutura de coordenação no contexto multi-canal, os resultados mostraram que a
estrutura de coordenação oferece vantagens competitivas para o fabricante abrir um canal on-
line, principalmente para fabricantes que tem produtos compatíveis com o marketing on-line,
esse estudo também apontou ideias para o canal de fabricantes e varejistas.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Yan (2011) analisou o equilíbrio de preços em canais de distribuição mistose-varejo
(varejo eletrônico) e varejo, sobre dois tipos de preços competitivos: Bertrand e Stackelberg.
O que foi observado é que a introdução do e-varejo em um sistema de distribuição gera preços
competitivos e incentiva custos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o que pode ser observado ao longo da leitura dos estudos é que os autores
não deixaram claro como gerenciar os conflitos de canais, mostrando a dificuldade de
gerenciamento da área. O que Webb mostra são as vantagens em examinar os conflitos de
canais, porém essas vantagens não apontam uma forma de gerenciar os conflitos. O autor
fala que as empresas devem adotar estratégias para integrar os novos canais, não deixando
claro um método de resolução dos conflitos que afetam negativamente as organizações.
Portanto é preciso avançar nos estudos focados na resolução de conflitos, ou em um
equilíbrio para que o mesmo não prejudique as empresas.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão. Distribuição. Tecnologia. Conflitos.

REFERÊNCIAS

WEBB, Kevin L. Managing channels of distribution in the age of electronic commerce.


Industrial Marketing Management, v. 31, n. 2, p. 95-102, 2002.

YAN, Ruiliang. et al. Product distribution and coordination strategies in a multi-channel


context. Journal of Retailing and Consumer Services, v. 18, n. 1, p. 19-26, 2011.

YAO, Dong-Qing.; LIU, John J. Competitive pricing of mixed retail and e-tail distribution
channels. Omega, v. 33, n. 3,p. 235-247, 2005.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
SERVIÇO SOCIAL

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A FORMAÇAO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NA
CONTEMPORANEIDADE: tendências para um processo de aligeramento

ANACLETO, Layza Vieira (FAFIC)


SEPÚLVIDA, Leidiane Pereira da Silva (FAFIC)
MANGUEIRA, Sheva Alencar de Souza (FAFIC)
LEANDRO, Darlania Pinheiro (ORIENTADOR)

INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura de ensino superior no Brasil, observa-se uma expansão dos cursos
de Serviço Social na modalidade de Educação a Distância (EAD), embora importantes
avanços venham ocorrendo nas últimas décadas, este não preenche um espaço de destaque no
meio educacional, visto que a qualidade ofertada pelas instituições é falha e insuficiente,
formando profissionais despreparados e desqualificados, com formação deficitária e não
comprometida com o projeto ético político. Há uma questão nas entrelinhas para discussão
sobre os ideais dessas instituições, que fomentam somente a lucratividade, uma dura e
complexa realidade atual do nosso país, o Brasil.

PROBLEMÁTICA

Em virtude da mercadorização do ensino superior dentro do contexto do capitalismo,


se faz necessário a discussão acerca da formação aligeirada dos profissionais formados via
Ensino a Distancia-(EADs).

OBJETIVO

Refletir acerca do processo de aligeramento na formação do Assistente Social na


contemporaneidade, principalmente em virtude da Educação à Distância (EAD).

METODOLOGIA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Esse resumo foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica, que Segundo Gil (2002, p
44), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”, e a partir de debates acerca do assunto
abordado entre professores e alunos do projeto de pesquisa: Os impactos da formação
profissional dos assistentes sociais graduados pela Faculdade Ciências e Letras de
Cajazeiras/PB (FAFIC) nos espaços sócio ocupacionais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com a mercadorização do ensino superior e com sua expansão gradativamente as


instituições de ensino à distância tem um importante crescimento em relação ao ensino
presencial relacionando-se a centralização do capital no mercado educacional. Segundo
Pereira (2012) com a expansão dos cursos de Serviço Social na modalidade de Ensino à
Distância torna-se uma formação profissional bastante limitada e que contraria frontalmente
as Diretrizes Curriculares da ABEPSS. Desta forma, estes “profissionais” não apresentam um
perfil de não somente compreender a realidade, mas com um arcabouço teórico crítico de não
questioná-lo e delinear estratégias profissional que afirmem os direitos sociais de cidadania
(Pereira, 2012, p. 59). E diante desse processo de aligeramento, as EADs formam
profissionais com limitações e sem condições para competir no mercado de trabalho com
profissionais qualificados.

Ao profissional é exigida uma bagagem teórico-metodológica que lhe


permita elaborar uma intepretação crítica do seu contexto de trabalho um
atento acompanhamento conjuntural, que potencie o seu espaço ocupacional,
o estabelecimento de estratégias de ação viáveis, negociando propostas de
trabalho com a população e entidades empregadoras. (IAMAMOTO, 2010,
p. 80).

Assim, se faz necessário uma discussão mais profunda e cautelosa quanto o nível
qualidade do ensino superior no Brasil realizado via à distância. Com a expansão e o amplo
domínio da economia de mercado, a educação superior não ficou de fora da ambição
capitalista e busca pela lucratividade, o tornou fácil em virtudes da ausência do Estado em
proporcionar ensino superior a toda população brasileira. Iamamoto (2010, p. 168) afirma

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
que tais reflexões é de construir no âmbito do Serviço Social, uma proposta
de formação profissional conciliada com os novos tempos, radicalmente
comprometida com os valores democráticos e com a prática de construção de
uma nova cidadania na vida social, isto é, de um novo ordenamento das
relações sociais.

No entanto, é preciso que o profissional tenha um embasamento teórico-metodológico,


ético-político e técnico operativo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos perceber que os profissionais do Serviço Social graduados no ensino


superior à distância encontra um cenário desafiante para desenvolver sua prática profissional
conforme preconiza o código de ética da categoria profissional, pois o sistema de produção
capitalista visa cada vez mais a lucratividade do que a qualidade no nível de formação
profissional. Desta forma, é preciso através deste estudo fazer uma análise crítica da
conjuntura atual e na desigualdade educacional que encontramos, não culpabilizando os
profissionais graduados nas EADs, pois o Estado não se responsabiliza como deveria com
recursos públicos suficientes, para a garantia de escolarização de todos na idade correta e
principalmente para o acesso do ensino superior de qualidade e presencial.

PALAVRAS-CHAVE: Assistente Social. Ensino à distância. Formação Profissional.


Mercadorização.

REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos, 1946. Como elaborar projetos de pesquisa/Antônio Carlos Gil. - 4.
ed. - São Paulo : Atlas, 2002.

IAMAMOTO, Marilda Villela, O serviço social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. 19. ed. São Paulo, Cortez, 2010.

PEREIRA, Larissa Dahmer. Serviço Social e Educação. Expansão dos cursos de serviço
social de EAD no Brasil: análise da tendência à desqualificação profissional. IN: pereira,
Larissa Dahmer. Almeida, Ney Luiz Teixeira. (Organizadores); coordenadoras da série Valéria
Forti; Yolanda Guerra. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2012.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
SILVA, Maria Ozanira da Silva e. O Serviço Social e o popular: resgate teórico-
metodológico do projeto profissional de ruptura/Maria Ozanira da Silva e Silva,
coordenadora. – 7. ed. – São Paulo: Cortez, 2011.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL: breves apontamentos sobre
as Diretrizes Curriculares

ROLIM, Márcia Kelly Alves de Oliveira Rolim (FAFIC)


MANGUEIRA, Sheva Alencar de Souza (FAFIC)
SEPÚLVIDA, Leidiane Pereira da Silva (FAFIC)
Orientadora: OLIVEIRA, Jullymara Laís Rolim (FAFIC)

INTRODUÇÃO

A partir da década de 1990 vivenciamos no Brasil as ofensivas do neoliberalismo que tem


como doutrina a mínima intervenção do Estado no âmbito social, resultando no sucateamento
dos serviços públicos e na indicação dos serviços oferecidos pelo mercado. Nos últimos anos,
as políticas sociais têm sido atingidas por essa ideologia, inclusive a política de educação. Por
este viés, as universidades públicas foram fragilizadas e abrindo espaço para a ampliação das
universidades privadas. Diante deste contexto, o curso de Serviço Social também atingido por
esse processo estabelece em 1996 as diretrizes curriculares, situando a resistência da categoria
a essa nova conjuntura, marcada pela precarização dos serviços sociais e da própria formação
profissional.

PROBLEMÁTICA

Diante da conjuntura atual que expressa, sobretudo, um quadro de precarização do ensino


superior, faz-se necessária à discussão sobre o processo de formação profissional nas
instituições de Serviço Social.

OBJETIVO

Este resumo tem como finalidade analisar os impasses na formação profissional de Serviço
Social à luz das diretrizes curriculares.

METODOLOGIA

O resumo pautou-se no enfoque bibliográfico, que de acordo com Gil (2002), busca apreender
na literatura especializada elementos indispensáveis à composição de novos posicionamentos,
permitindo ir além da revisão da literatura. É fruto dos debates e discussões realizados no
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
projeto de pesquisa: Os impactos da formação profissional dos assistentes sociais graduados
pela Faculdade Ciências e Letras de Cajazeiras/PB (FAFIC) nos espaços sócio ocupacionais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As Diretrizes Gerais para o curso de Serviço Social foram aprovadas no ano de 1996, pela
categoria profissional e “[...] pela então ABESS/CEDEPSS, hoje ABEPSS, constituindo-se
como um marco na história dessa profissão” (MENDES; PRATES, 2007, p. 178). As
Diretrizes foram formuladas a partir da compreensão das novas demandas que aparecem para
o Serviço Social a partir da década de 1990, através dos “[...] novos perfis assumidos pela
questão social frente à reforma do Estado e as mudanças no âmbito da produção” (ABEPSS,
1996). Nesse sentido, as diretrizes de 1996 se baseiam na concepção da necessária apreensão
crítica da realidade na atual conjuntura, marcada por novas demandas expressas no aumento
do desemprego estrutural, da precarização dos serviços sociais e da privatização dos órgãos
públicos, entre eles as universidades. Embora compreendamos que o curso de Serviço Social
possui uma normativa educacional que contemple o projeto profissional da categoria, as
instituições de ensino encontram-se condicionados pelas “[...] linhas gerais da educação
brasileira e pelo que determina a Universidade, especialmente se considerarmos que a maioria
das universidades de ensino brasileiras que dispõem de cursos de Serviço Social são privadas”
(IAMAMOTO, 2007 apud MENDES; PRATES, 2007, p. 177). Significa que a proposta
colocada pela ABEPSS ainda é submetida ao Ministério da Educação e Cultura-MEC por ser
uma proposta de “[...] base comum, no plano nacional [...] a partir da qual cada Instituição de
Ensino Superior (IES) elabora seu Currículo Pleno” (ABEPSS), o que a torna dependente da
gestão de cada instituição. Outra contradição existente entre os princípios das diretrizes e a
realidade dentro das universidades, é a busca pela “indissociabilidade nas dimensões de
ensino, pesquisa e extensão” (ABEPSS, 1996). Entendemos a importância dessas dimensões
para a formação profissional, porém, considerando a realidade a partir do processo de
reestruturação produtiva, torna-se desafiador conseguir implementar essa integralidade de
ensino que demanda muito investimento e pouco retorno lucrativo. Sendo assim,
concordamos com Mendes e Prates (2007, p. 194) ao afirmar que “[...] as diretrizes se
constituem numa estratégia de resistência ao processo de descaracterização dos compromissos
coletivamente assumidos pela profissão que tem espaço cada vez mais restrito num contexto
progressivo e velado de retrocesso tecnicista [...]”. Mesmo em uma conjuntura adversa, as
diretrizes resistem a esse quadro propondo uma formação profissional de qualidade, capaz de
desenvolver a capacidade teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa dos
estudantes de Serviço Social, para que possam intervir de forma crítica e propositiva, sem cair
no tecnicismo do cotidiano nos espaços sociocupacionais. Sendo assim, podemos concordar
com Iamamoto (2010, p. 200) quando afirma que “o Serviço Social, em sua prática, dispõe de
condições potencialmente privilegiadas, [...], exigindo que a formação universitária possa
dotar os assistentes sociais de subsídios teóricos, éticos e políticos [...] contribuir, [...] para o
trajeto histórico em rumo aos novos tempos”, já que está alicerçada em diretrizes profissionais
resistentes aos processos da sociedade do capital, a partir da defesa de um ensino teórico-
crítico.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES FINAIS

As diretrizes curriculares orientam um ensino de qualidade para formar assistentes sociais


críticos, capazes de interpretar a gênese dos processos sociais e suas desigualdades. No
entanto, a sujeição da educação à acumulação do capital compromete a qualidade do ensino
superior, refletindo à frágil transmissão de conhecimentos principalmente nas novas formas de
Educação à Distância - (EAD) onde a formação é precarizada, porém mesmo com essas
adversidades a categoria profissional e suas entidades buscam incessantemente uma educação
em Serviço Social comprometida com o projeto ético político da profissão.

PALAVRAS-CHAVE: Diretrizes Curriculares. Ensino Superior. Serviço Social.

REFERÊNCIAS

ABEPSS. Lei das diretrizes curriculares. Diretrizes gerais para o curso de Serviço Social. Rio
de Janeiro: 1996.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
IAMAMOTO, Marilda Villela, O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação
profissional /Marilda Villela Iamamoto. - 19. ed. - São Paulo, Cortez, 2010.
MENDES, Jussara M. R.; PRATES, Jane Cruz. Algumas reflexões acerca dos
desafios para a consolidação das diretrizes curriculares. IN: Temporalis/ revista
da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social - ABEPSS- ano
VII, n.14, p. 175-197, jul- dez .2007.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL: Desafios postos na
contemporaneidade

SILVA, Jacqueline Pereira (FAFIC)45


OLIVEIRA, Aparecida Gonçalves (FAFIC)46
SOUSA, Rosilene Batista(FAFIC)47
SANTOS, Mayéwe Elyênia Alves (ORIENTADORA)48

INTRODUÇÃO
A formação profissional do Assistente Social faz parte das dimensões que constituem o
projeto Ético-político do Serviço Social, que se redefine em um contexto contraditório,
perpassado pela lógica neoliberal. Nesse sentido, o estudo da formação profissional em
Serviço Social tem se tornado necessário diante da conjuntura profissional, pois, em face
desse contexto que foi citado anteriormente, o profissional de Serviço Social perpassará por
inúmeros desafios decorrentes das transformações societárias desencadeadas nas ultimas
décadas, que têm como mola propulsora a crise estrutural do capital, cuja lógica nociva
propõe estratégias de superação assentadas na barbárie.

PROBLEMÁTICA
A sociedade contemporânea vem passando por inúmeras transformações que afetam
diretamente a vida social e refletem sobre as profissões, seja na sua área de intervenção, sobre
o seu conhecimento ou em suas funcionalidades, acarretando mudanças no seu processo
profissional. A história mostra que conjunturas de rápidas e intensas transformações
societárias constituem solo privilegiado para alterações profissionais (NETTO, 1996).
Nesse contexto, ocorrem mudanças no plano político, ou seja, no Estado e na
sociedade civil. Uma vez que vem sendo diferente da oligarquia financeira global que se
fortalece, sofre uma crise perceptível, ao passo que emergem outros movimentos sociais, sem

45
Graduada do 7° Período do curso de Bacharelado em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Cajazeiras- FAFIC <Jack_czemi@hotmail.com>
46
Graduada do 7° Período do curso de Bacharelado em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Cajazeiras- FAFIC < aparecida.as.una@gmail.com>
47
Graduada do 7° Período do curso de Bacharelado em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Cajazeiras- FAFIC<rosasdomarsjrp@hotmail.com>
48
Assistente Social (CRESS/PB 3924), Mestre em Serviço Social pela UEPB, Docente do curso de
Serviço Social da Faculdade Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras- FAFIC < mayewe_pb@hotmail.com>

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
unidade totalitária, o que dificulta seu reconhecimento de “classe para si”. Aquele mantém o
caráter de classe, mas tem diminuído seu poder de regulação, dada a sua curvatura às
exigências das corporações financeiras internacionais, que reclamam um estado mínimo para
o social e máximo para o capital (NETTO & BRAZ, 2008).

OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho é analisar a formação profissional do Serviço Social
em face das diversas transformações societárias.

METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho tem como fundamentação a teoria social
crítica e se trata de uma revisão de literatura acerca da formação profissional do Assistente
Social.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As transformações societárias são resultado da crise estrutural do capital, que teve sua
gênese no segundo lustro dos anos de 1970, em razão de uma superprodução (MANDEL,
1990), e que se desenrola até os dias atuais. Em face desse processo de crise, o capital viu-se
compelido a encontrar alternativas. Nesse sentido, realizou ajustes e reconversões estratégicas
para responder a esse quadro: substituiu o padrão capitalista “rígido” pelo “flexível”,
hipertrofiou e autonomizou a atividade financeira dos controles estatais. (NETTO, 1996).
Em decorrência disso, há mudanças no “mundo do trabalho”, tais como: aceleração
nos ritmos de trabalho, ocasionando o aumento do índice de desemprego, subemprego,
terceirizações, contratos precários de trabalho, entre outros (Antunes, 2000). De acordo com
Netto (2010), o chamado “mercado de trabalho” vem sendo radicalmente reestruturado e
todas as “inovações” levam à precarização das condições de vida da massa dos vendedores de
força de trabalho: a ordem do capital é hoje, reconhecidamente, a ordem do desemprego e da
“informalidade”.
Ocorre, também, uma translação da lógica do capital para o âmbito cultural
(produção, divulgação e consumo), criando-se, assim, a cultura do consumo desenfreado, na
perspectiva crítica. Tal processo leva a uma reificação da realidade, que se apresenta enquanto
seu imediatismo, planetarmente mercantilizada.
Nesse contexto, a profissão de Serviço Social não ficou imune a tais tendências,
impulsionando a profissão “a redefinir suas estratégias e táticas para enfrentar as
problemáticas emergentes, seja no plano do exercício, da formação profissional strictu sensu,
no âmbito da regulação da profissão, da produção de conhecimentos ou mesmo no plano
macrossocial, onde se incluem as articulações com as lutas sociais” (MOTA & AMARAL,
2014, p. 25).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formação profissional, como espaço de reprodução, reflete as inflexões que a profissão


sofre na sua relação com a dinâmica contraditória das relações entre as classes sociais.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Assim, em decorrência dessas transformações e rebatimentos como foram explicitadas
anteriormente, podemos concluir que o Serviço Social desde seus primórdios, até a
contemporaneidade, vem sendo perpassado por inúmeros desafios, o que torna necessário o
estudo acerca de tais questões como forma de contribuir com a construção de alternativas
para o fortalecimento do Projeto Ético-Político.

PALAVRAS-CHAVE: Formação Profissional. Serviço Social. Transformações societárias.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do


mundo do trabalho. 6ª. Ed. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1999.

MÉSZÁROS, E. Para além do capital. São Paulo: Cortez, 2011.

NETTO, J. P. Uma face contemporânea da barbárie. III Encontro Internacional


“Civilização ou Barbárie”. Serpa, 30-31 de outubro/1º de novembro de 2010.

SILVA e SILVA, M. O. Formação profissional do Assistente Social: inserção na realidade


social e na dinâmica da profissão. São Paulo: Cortez, 1984.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E AS IMPOSIÇÕES PARA AS LUTAS DE
CLASSE

PEREIRA, Camila Lucena49


SILVA, Carla Rossana Araújo da50
SALES, Katia Helena51

INTRODUÇÃO

É notório que as condições oriundas da crise estrutural do capitalismo


contemporâneo, implica em vários rebatimentos para as relações sociais. Sabe-se
ainda que estes impactos atingem em especial, a vida social e política da classe
trabalhadora, essa que inclusive é produto das relações entre capital e trabalho.
Vale salientar também que os efeitos desse processo agudizaram as
inúmeras expressões da questão social, fragmentando o bojo da luta de classes em
um cenário em que as transformações econômicas, sociais e políticas seguem a
cartilha da ordem vigente. Estas características representaram um número
considerável de mutações, principalmente a partir do cenário que se gestou na
década de 1990 no Brasil, quando as relações neste, passaram a expressar-se
segundo os limites desenhados e impostos pelo ideário neoliberal.

PROBLEMÁTICA

Nota-se que mesmo diante de conquistas a partir de lutas sociais, o contexto


de crise do capital incide de forma perversa na consciência política do trabalhador,
que vivencia o estranhamento das expressões de desigualdades produzidas pelo
modo de produção.

49
Discente do Curso Bacharelado em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Cajazeiras – FAFIC, e-mail: kamylla-lp@hotmail.com
50
Discente do Curso Bacharelado em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Cajazeiras – FAFIC, e-mail: rossanalois@gmail.com
51
Docente do Curso Bacharelado em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Cajazeiras – FAFIC, Mestre em Serviço Social Programa de Pós Graduação em Serviço Social –
PPGSS/ Universidade Federal da Paraíba – UFPB, e-mail: helenapb-11@hotmail.com
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A deterioração da condição de vida da classe que vive do trabalho
desorganiza os movimentos sociais e a subjetividade da coletividade, assumindo um
caráter despolitizado, intensificando as expressões da alienação e tendenciando a
acumulação flexível do capital.

OBJETIVO

Este estudo tem como finalidade apresentar alguns elementos que constituem
o cenário contemporâneo, sobretudo, com o advento do modo de produção e
reprodução das relações sociais, segundo os pressupostos capitalistas. Neste
sentido, fomenta-se aqui um ensaio que busca discutir a crise do Capital,
tangenciando os principais aspectos que constituem esse processo e os impactos
aos movimentos de luta de classe.

METODOLOGIA

Esta análise assume como percurso metodológico, a consulta a um quadro


referencial, que irá constituir o embasamento bibliográfico. Além disso, estabelece a
relação entre algumas categorias de análise, que é transversal à temática
apresentada. Desse modo, este estudo intenta contribuir para uma melhor
compreensão dos meandros que representam as relações e condições que se
fazem ao mundo do trabalho na atualidade.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O modo de produção capitalista é constituído a partir da exploração da massa


trabalhadora e da acumulação de recursos que se dá com a extração máxima do
trabalho excedente, ao se reproduzir exponencialmente gera um outro cenário o da
pauperização. Entretanto a face contemporânea do capitalismo redefine a
composição do mercado de trabalho sendo o trabalhador moldado no ceio fordista
substituído pelo trabalhado polivalente e flexível. O desdobramento dessa medida de

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
saída de crise do Capital é o aumento do desemprego estrutural. A reestruturação
do capital é um processo que marcou de ordem decisória as relações desiguais
entre capital e trabalho, caracterizando notadamente um contingente de
trabalhadores excedentes, expressando o enfraquecimento da classe trabalhadora
em múltiplos aspectos.
Conforme afirma Netto (2012, p. 416),

‖Foram as profundas transformações societárias emergentes desde a


década de 1970 que redesenharam amplamente o perfil do capitalismo
contemporâneo - está claro que, planetarizado, esse capitalismo apresenta
traços novos e processos inéditos. Estas transformações estão vinculadas
às formidáveis mudanças que ocorreram no chamado "mundo do trabalho"
e que chegaram a produzir as equivocadas teses do "fim da sociedade do
trabalho" e do "desaparecimento" do proletariado como classe, [...]‖

O capital diante de suas crises busca sempre novas formas de superação, no


qual a classe trabalhadora sofre diretamente os impactos, expressos nas mais
perversas formas de precarização e alienação, dono apenas da sua força de
trabalho a vê transformada em uma mercadoria, não sendo capaz de perceber como
ocorrem as relações sociais, sujeitando-se a essa condição pela necessidade de
sobrevivência, como também devido ao crescente exacerbado do exército industrial
de reserva.
A década de 1980 é marcada por uma série de mudanças, no qual houve o
Ajuste Neoliberal, desresponsabilizando o papel do Estado como provedor de
políticas públicas, precarizando os serviços, e no que se diz respeito as relações
produtivas, nota-se a intensificação da desregulamentarização e flexibilização do
trabalho, o trabalhador mesmo com tantas conquistas trabalhistas não está livre do
trabalho desprotegido, do aumento da informalidade, como também torna-se um ser
multifuncional, desempenhando várias funções, estratégia essa utilizada pelo capital
para a economia de mão de obra.
Com base em Antunes (p. 405, 2011),

―No que concerne mais diretamente ao trabalho, é também evidente que as


formas atuais de valorização do valor trazem embutidos novos modos de
geração da mais valia (quer sob a forma absoluta), ao mesmo tempo em
que expulsa da produção uma infinitude de trabalhos que se tornam
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
sobrantes, descartáveis e cuja função passa a ser a de expandir o bolsão
de desempregados, deprimindo ainda mais a remuneração da força de
trabalho em amplitude global, pela via da retração do valor necessário à
sobrevivência dos trabalhadores e das trabalhadoras.‖

As transformações societárias a partir da ótica de reestruturação do Capital


incidiram de forma deletéria na nossa sociabilidade em conformidade com os
interesses da ordem vigente, em meio a essas consequências está atrelada a
ausência de instrumentos políticos para fortalecer a luta da classe trabalhadora.
Baseando-se nas contribuições de Mészáros onde as crises cíclicas do capital
possui um caráter destrutivo e afeta as relações humanas, produzindo, ―um
processo desumanizador’, essa lógica perversa acarreta na redução do padrão de
vida e flexibilidade e precarização do trabalho.
Nesse bojo que é apresentado os elementos determinantes que se colocam
como desafios diários para a racionalidade política e fortalecedora do movimento de
classe, baseada na desenvoltura da crise que perpassa por todas as dimensões da
vida. Por conseguinte elucidar a incapacidade de rearticulação da classe
trabalhadora diante desse poder destrutivo do capital, essa determinações
fragmentam e requerem do trabalhador uma luta diária para superação das
condições postas pelo modo de produção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entendemos o quanto as transformações no mundo do trabalho decorrentes


do desenvolvimento capitalista afetaram significantemente as condições de vida e de
trabalho da classe trabalhadora, tendo em vista as contradições impostas pelo modo
de produção que os subordina as condições flexibilizadas e precarizada de trabalho.
O contexto de crise estrutural é uma ofensiva real a luta por emancipação
humana e superação do status quo, e esse perfil destrutivo a esfera da vida social
traz consequências como essência desumanizadora para essa classe que vive do
trabalho. Dentre estas, pontua-se a significativa fragmentação e até mesmo a
desconstrução das lutas e reivindicações que foram elaboradas pela referida classe,
ao longo do desenvolvimento sócio histórico. Essa vida alienada transforma a
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
subjetividade de classe e o sujeito se estranha, e assim como fora sinalizado
anteriormente, esse elemento é funcional ao processo social do capitalismo.
Este quadro desvela a importância da sensibilização como forma inicial de
superação das relações de dominação. De forma que paulatinamente, e por meio da
participação social, da interação de classes, estas condições que por vezes são sub-
humanas, possam ser superadas. O que vislumbra a possibilidade do usufruto dos
bens e da riqueza socialmente produzida.

PALAVRAS-CHAVE: Precarização. Trabalho. Lutas de Classe.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Ricardo. Os modos de ser da informalidade: rumo a uma nova era


de precarização estrutural do trabalho? São Paulo, n. 107. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n111/a02.pdf> Acesso em: 07 de maio de 2016.

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? São Paulo: Cortez,1995.

MÉSZÁROS, I. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. São Paulo:
Boitempo, 2009.

NETTO, José Paulo. Crise do capital e consequências societárias. São Paulo, n.


111, p. 413-429. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n111/a02.pdf>
Acesso em: 07 de maio de 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
NSTRUÇÃO HISTÓRICA DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL: alguns elementos
marcantes

RIBEIRO, Edjane de Almeida (FAFIC)


SILVA, Cristiane Dantas (FAFIC)
Orientadora: OLIVEIRA, Jullymara Lais Rolim de Oliveira (FAFIC)

INTRODUÇÃO

A História da saúde pública no Brasil por muito tempo ficou marcada pela precarização
dos serviços, em 1980 o Brasil vivenciou uma efervescência política com o movimento de
reforma sanitária e o estabelecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado
assegurada na Constituição Federal de 1988. O estudo será realizado a partir da revisão de
literatura, traçando elementos importantes desse processo.

PROBLEMÁTICA
A precarização dos serviços de saúde é um fato histórico que simbolizou a história do nosso
país, nesse sentido faz-se necessário uma breve contextualização sobre a política de saúde no
Brasil.

OBJETIVO
Este resumo busca contribuir no debate acerca da construção histórica da política de saúde
no Brasil.

METODOLOGIA
A elaboração desse estudo se deu a partir de pesquisa bibliográfica, desenvolvida com base
na revisão bibliográfica de livros acadêmicos e artigos científicos, que versam sobre a
temática abordada.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
No período da colonização as terras brasileiras foram comparadas a um paraíso
tropical, no entanto, a idéia de paraíso idealizada não durou muito tempo aos olhos do
europeu. No início do século XVII era identificado como o “inferno”, devido às poucas
chances de sobrevivência (FILHO, 2006). Com a migração das pessoas para as áreas urbanas
das cidades as condições sanitárias tornavam-se cada fez mais difíceis para sua permanência
no Brasil, que acabou sendo público de surtos de epidemias e endemias. A ausência de
serviços de saúde só aumentava os surtos de epidemias no Brasil. De acordo com Filho (2006)
a atenção à saúde passa a ter um novo rumo a partir da vinda da família real para o Brasil, o
Rio de Janeiro se tornou o centro das ações sanitárias intervenção estatal no Brasil só ocorre
na década de 30. Em 1923 acontece a Reforma Carlos Chagas com a perspectiva de ampliar o
atendimento a saúde, nesse contexto surge à lei Eloi Chaves, que institui as caixas de
aposentadorias e pensões (CAPS). Em 1923 foram beneficiados os ferroviários estivadores e
em 1926 os marítimos, e após 1930 os demais trabalhadores. O processo de industrialização,
o aumento do número de trabalhadores, e as condições de vida, se configuram como
mudanças ocorridas na sociedade brasileira que impulsionaram o Estado a intervir,
implantando medidas na tentativa de minimizar as demandas, passando então o Estado a
intervir por meio das políticas sociais (BRAVO, 2008). A proposta feita pelo governo de
Getúlio Vargas de que o Estado preservaria a saúde da população não foi de fato muito bem
efetivada, pois a população ainda vivenciava condições de vida precárias. A década de 50
ficou marcada pelo descaso dos governantes com o país, impedindo assim a atuação do
Estado na eficácia da saúde coletiva. Para Bravo (2008) no contexto da ditadura militar, o
governo privilegiou o produtor privado em detrimento do público e atuava com o binômio
represão-assistencia. Nos anos de 1980 o Brasil vivenciou uma efervescência política com o
movimento de Reforma Sanitária. O Movimento de Reforma Sanitária defende a saúde como
“direito de todos e dever do Estado” foi através de muitas lutas que a sociedade conseguiu
assegurar isto na Constituição Federal de 1988. Um grande marco deste contexto foi a 8ª
Conferencia Nacional de Saúde, foi realizada em março de 1986, em Brasília, Distrito
Federal, contou com a participação de cerca de quatro mil pessoas representando assim um
marco na história do Brasil. A Constituição Federal de 1988 introduziu avanços que buscaram
corrigir as históricas injustiças sociais acumuladas secularmente, nela foi estabelecido o

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Sistema Único de Saúde instituindo a saúde como direito de todos e dever do Estado. Diante
de muitas dificuldades, o SUS está sendo implantado no nosso país como um processo de
permanente construção, sendo regulamentadas por meio das leis orgânicas de saúde (LOAS),
lei 8.080/90 e 8.142/90. Que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde e ainda regula as ações, a organização e o funcionamento dos serviços
de saúde de todo o país (AGUIAR, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das considerações tecidas, é possível considerar que foi através de muitas lutas
que a sociedade conseguiu assegurar o direito a saúde na Constituição Federal de 1988. No
entanto, a proposta de política de saúde que foi construída na década de 1980 tem sido
desconstruída, deixando a saúde vinculada ao mercado, e ficando sobre responsabilidade da
própria sociedade civil que é obrigada a assumir os custos da crise por consequência da
desrresponsalilização do estado, nesse sentido é de suma importância à participação da
sociedade nos movimentos sociais, fortalecendo ideias existente no projeto de reforma
Sanitária.

PALAVRAS-CHAVE: Política de Saúde, Brasil, Reforma Sanitária.

REFERÊNCIAS
AGUIAR, Zenaide Neto. O Sistema Único de Saúde e as Leis Orgânicas da Saúde.
In: AGUIAR, Zenaide Neto. SUS - Sistema Único de Saúde - Antecedentes, Percurso,
Perspectivas e Desafios. Martinari: São Paulo, 2011.

BRAVO, Maria Inês Souza. Política de Saúde no Brasil. In: MOTA, Ana Elizabete etal,
(orgs). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. 4° ed. São Paulo: Cortez,
2007.

FILHO, Bertolli Cláudio. Historia da saúde Publica no Brasil. ed. São Paulo: Ática, 2008.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSUMO ABUSIVO E PRECOCE DE ALCOÓL PELOS ADOLESCENTES

COSTA,Thamirys Souto (FAFIC).


PINTO, José Carlos Tavares (FAFIC).
LIMA, Roselita de Albuquerque (Orientadora).

INTRODUÇÃO

O consumo de álcool é um problema de saúde que atinge de varias maneiras o individuo que
a consome e está presente em toda a sociedade, independente de classe social. Essa realidade
também é cada vez mais constante na vida dos jovens, e na medida em que não se elabora
estratégias de prevenção ao consumo excessivo do álcool nas escolas, p
ostos de saúde e no contexto familiar, é provável que na fase adulta esse usuário tenha uma
maior dificuldade de reverter um quadro de dependência alcoólica.

PROBLEMÁTICA

Em virtude da falta de Políticas Públicas direcionadas ao consumo de álcool por parte dos
adolescentes, ocorre um grande aumento de dependência alcoólica por parte destes jovens.

OBJETIVO

Esse resumo busca apresentar a falta de Políticas Públicas eficazes para combater o consumo
de bebidas alcoólicas pelos adolescentes.

METODOLOGIA

O presente resumo foi produzido através de pesquisa bibliográfica que segundo Gil (2002, p.
44), é “desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros
e artigos científicos”, a temática e acerca de debate entre aluna e orientador no espaço de
estágio supervisionado em Serviço Social.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Em 1990, foi promulgado o Estatuto da Criança e adolescente (ECA), com a perspectiva de
transformar o tratamento que vinha sendo aplicado pelas instituições (abrigos e orfanatos) que
acolhiam o público infanto-juvenil no Brasil. Seu objetivo principal é proteger e garantir a
efetivação dos direitos a infância e adolescência, para que possam gozar de uma vida com
qualidade e promover os direitos fundamentais a esse público, como alimentação, saúde,
lazer, convívio familiar e comunitário, entre outro. „‟[...] A aprendizagem deriva de um
comportamento dessas experiências dos sujeitos nela implicados. O acesso aos vínculos
familiares deu-se a partir da avaliação de cada membro da família com os outros familiares. ‟‟
(SCHENKER, p. 34, 2011). O ECA desde sua regulamentação vem atuando pelo
enfrentamento ao abandono, maus tratos, violência ,exploração sexual e na efetivação de
direitos que possam fortalecer o desenvolvimento social.
É dever do Estado ofertar assistência social para todo cidadão que dela precisar, apesar de
inúmeras leis que prezam o bem estar dos jovens, os índices de denuncias contra casos de
violação dos direitos de crianças e adolescentes veem aumentando diariamente. De acordo
com a Constituição Federal de 1988, em seu art. 227. Inciso 1º „‟O Estado promoverá
programas de assistência integral a saúde da criança e adolescente, admitida a participação de
entidades não-governamentais [...]‟‟. Essa vulnerabilidade em que se encontram não quer
dizer que sejam incapazes, mas sim no sentido que ações os impeçam de vivenciar o bem-
estar na infância, a falta de Politicas Sociais e Publicas que proporcione a redução de fatores
que levam essas vulnerabilidade ameaçar todo um processo de crescimento sadio para um
contexto de violência, desrespeito e confronto com as leis.
A precariedade da oferta de instituições e Serviço Publico, a falta de espaços direcionados ao
esporte e lazer, incentiva aos jovens a procurarem meios não apropriados para se distrair, e o
que esta sendo mais visível é o consumo abusivo de álcool por parte de crianças acima de 11
anos de idade e adolescentes que possuem menos que 18 anos. Sabemos que „‟ [...] a
adolescência se caracteriza por mudanças biológicas, sociais e psicológicas e é marcada por
uma labilidade emocional decorrente das instabilidades do „processo de transição‟ vivido pelo
adolescente [...]„‟ (BUCHER, 1992, apud SCHENKER, p.24, 2011). Com isto os jovens tem
uma proximidade a outros tipos de substancias psicoativa, aumenta o risco de acidentes, por
tarem fora do estado de lucides, alguns chegam a colocar em risco a própria vida e a dos
outros. Substancias psicoativa são todas as drogas utilizadas para alterar o funcionamento
cerebral, causando alterações no quadro mental do usuário.
Embora existam leis brasileiras que delineia como proibida a venda de bebidas alcoólicas para
menores de 18 anos (Lei nº 9,298, de 15 de julho de 1996), a facilidade que estes jovens têm
para comprar o produto é um dos fatores que possibilita o consumo excessivo, os donos de
bares e estabelecimentos comercias não se preocupam em saber a idade dos jovens que
frequentam suas lojas, sem haver fiscalização dos órgãos responsáveis e muito menos alguma
denuncia, os donos destes estabelecimentos continuam a vender as bebidas alcoólicas só
visando em lucrar com isso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Embora existam leis que proíbam a venda e o consumo de bebidas alcoólicas para menores de
18 anos, ainda não são totalmente efetivadas por falta de fiscalização dos órgãos responsáveis,
facilitando a circulação de bebidas em festas, bares e praças. Diante esta realidade,
precisamos reafirmar o ECA, garantir os direitos dos jovens para que as leis não fiquem
apenas no papel, tirando assim a venda dos olhos que nos proíbe de enxergar esta situação.

PALAVRAS-CHAVE: Adolescentes. Álcool. Políticas Públicas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. CONANDA/CNAS. Plano Nacional de Promoção


Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e
Comunitária.Brasília/DF.Dezembro de 2006.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988.
Prevenção ao uso indevido de drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças
Comunitárias. -2. Ed.- Brasília: Presidência da Republica. Secretaria Nacional de Políticas
sobre Drogas – SENAD, 2010. 376 P. GIL, ANTONIO CARLOS, 1946- Como elaborar
projetos de pesquisa/ Antonio Carlos Gil.-4.ed.-São Paulo: Atlas, 2002.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O IDOSO NEGLIGENCIADO
Seu benefício previdenciário ou social usado em favor dos familiares ou cuidadores.

ANDRADE, Milton Carlos Pereira de (FAFIC)

INTRODUÇÃO
O presente resumo tem por objetivo refletir sobre as múltiplas formas de violência acometida
ao idoso, em especial a violência doméstica onde a família primeiro mediador da proteção fica
a margem, usando os recursos financeiros destinados ao idoso, para seu próprio usufruto e
renegando o idoso na maioria das vezes a absurdas formas de maus tratos e abandono, sendo
necessário desnaturalizar este fenômeno e abranger discussões mais frequentes a este respeito.

PROBLEMÁTICA

A intenção é abranger discussões que retratem a questão da violência e desnaturalizar este


fenômeno que é ainda muito presente em nossa sociedade e em particular no município de
Santa Cruz-PB Polo Regional do CREAS onde realizo o Estágio Supervisionado e pude
acompanhar de perto inúmeras denúncias relacionadas ao caso. A partir desse contato pude
notar altos índices de ocorrências, assim como constatar os tipos de violência mais comuns
que acometem a vida e o cotidiano do idoso.

OBJETIVO

Avaliar a violência contra o idoso e os desafios, na busca de soluções para o controle e


prevenção desta questão social.

METODOLOGIA

A pesquisa se realizou no CREAS – Centro de Referencia Especializado da Assistência Social


Polo Santa Cruz – PB, mais precisamente in-loco nos casos denunciados, com uma análise
realizada através de entrevista com a utilização de um roteiro semi-estruturado, com questões
abertas e fechadas de modo que as respostas contribuíram para uma analise mais clara dos
dados

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com o Estatuto do Idoso- Lei n° 10.741/2003, Art.19 está previsto que os casos de
suspeita ou confirmação de maus tratos contra idoso são de notificação obrigatória ao
Conselho Municipal ou Estadual dos Direitos do Idoso, as Delegacias do Idoso e ao
Ministério Público. Segundo Teixeira, (2008) no Brasil mais de 95% das pessoas acima de 60
anos estão morando com seus parentes ou vivem em suas próprias casas. Em cerca de 26% de
todas as famílias, existe pelo menos uma pessoa com mais de 60 anos.Estudos parciais feitos
no país mostram que:

A maioria das queixas dos velhos é contra filhos, netos, cônjuges e outros
7% se referem a outros parentes. As denúncias enfatizam em primeiro lugar
abusos econômicos (tentativas de apropriação dos bens do idoso), em
segundo lugar agressões físicas. Ela se manifesta frequentemente, associada
a outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, em
particular para as que se encontram em situação de múltipla dependência ou
incapacidade. (TEIXEIRA, 2008).

Os abusos financeiros e econômicos – geralmente cometidos por familiares, em tentativas de


forçar procurações que lhes deem acesso a bens patrimoniais; na realização de vendas de bens
e imóveis sem o seu consentimento, por meio da expulsão deles do seu tradicional espaço
físico e social do lar ou por seu confinamento em algum aposento mínimo em residências que
por direito lhes pertencem, dentre outras formas de coação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Destaco como resultado importante que se os idosos atualmente não tivessem o amparo da
aposentadoria ou dos programas de prestação continuada, estariam no mais profundo
abandono, seriam tratados como “lixo” humano no sentido completo da palavra, pois o que
mais se registra são idosos negligenciados por familiares que se apropriam indevidamente dos
seus proventos sendo renegados a migalhas ou que quando são bem tratados sustentam a
família, a começar por filhos e netos.

Diante dessas considerações e levando-se em conta que o presente estudo não contemplou
todas as variáveis que podem influenciar em episódios dessa natureza, é possível fazer
algumas recomendações e observações. Acredita-se que seja pouco provável que a família
venha a mudar este padrão de comportamento sem a presença de um profissional treinado da
área para intervir, destacando que a maioria dos casos entrevistados mudaram
consideravelmente o modo de viver e se relacionar com o idoso logo após a intervenção do
CREAS. Neste sentido, para prevenir casos de maus tratos contra os idosos é necessária uma
ação interdisciplinar e multidisciplinar, contando com o apoio do governo, de grupos sociais,
comunitários e a colaboração da própria família.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Assim, tanto para prevenir casos de abandono e negligência, quanto para modificar padrões
familiares inadequados, seria interessante investir no fortalecimento da rede de apoio formal.
A interlocução entre todos esses órgãos e instituições torna-se essencial para a garantia de
uma maior qualidade de vida destes idosos.

Palavras Chave: Idoso; Violência; Família.

REFERENCIAS

______. Estatuto do idoso: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF:
Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004.

TEIXEIRA, Maria Solange. Envelhecimento e Trabalho no Tempo do Capital:


implicações para a proteção no Brasil. São Paulo Cortez, 2008.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O SERVIÇO SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO: NOTAS SOBRE O
PROCESSO HISTÓRICO

SARAIVA, Vieira Fernanda Aneliza (FAFIC)


SANTOS, Silva Cristina Jessika (FAFIC)
Orientadora: OLIVEIRA, Rolim Laís Jullymara (FAFIC)

INTRODUÇÃO

O Serviço Social é uma profissão de caráter crítico e interventivo, que atua com a perspectiva
de diminuirir as expressões da questão social, que se expressam pelo conjunto de
desigualdades engendradas pelas relações sociais constitutivas do capitalismo. A profissão
surge no Brasil na década de 1930 e vem se modificando ao longo dos anos acompanhando a
conjuntura política e sócio-econômica do país. Neste sentido, o presente resumo visa analisar
a emergência do Serviço Social enquanto profissão inscrita na divisão sócio-tecnica do
trabalho, buscando compreender ainda que brevemente os seus avanços e conquistas através
da dinâmica das classes sociais, dos processos econômicos, sócio-políticos e teóricos culturais
que possibilitaram o seu surgimento no contexto brasileiro.

PROBLEMÁTICA

O conhecimento histórico nos dá suporte para compreender de forma crítica a realidade e os


elementos que a compõe. Dessa forma como entender a importância do Serviço Social como
profissão sem conhecer os processos que possibilitaram o seu surgimento?

OBJETIVO

Este resumo propõe-se a contribuir no debate sobre o processo histórico do Serviço Social, no
contexto brasileiro.

METÓDOLOGIA

A pesquisa é de cunho bibliográfico resultante das discussões tecidas no projeto de pesquisa:


“Os impactos profissionais dos assistentes sociais graduados pela FAFIC nos espaços sócio
ocupacionais”.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Com o desenvolvimento do capitalismo a questão social se agrava e os trabalhadores
começam a realizar mobilizações por melhores condições de vida e trabalho, diante deste
contexto o Estado se expressa como mediador das relações da questão social. É nesse
momento que o Serviço Social se transforma numa categoria profissional assalariada, passa
atuar em instituições públicas e privadas executando as políticas sociais determinadas pela
classe burguesa para enquadrar o trabalhador ao viés capitalista. Nesta perspectiva, o Serviço
Social surge como especialização do trabalho no Brasil, sob influência da Igreja católica
europeia a serviço de sua ideologia, no início da década de 30 (SILVA, 2011). Em 1940 e
1950, o Serviço Social brasileiro recebe influencia do tecnicismo, positivismo e
funcionalismo. De acordo com Castro (2006) o surgimento das primeiras escolas de Serviço
Social na América Latina introduziu algumas mudanças no processo histórico da profissão a
necessidade de compreender os problemas sociais e de profissionalizar os agentes para
atender as demandas do Estado favoreceu o surgimento das escolas, apesar dessa
profissionalização se dá de maneira conservadora representou um avanço para o profissional
que passou a atuar através de práticas teórico-metodológicas. O Serviço Social se insere no
mercado de trabalho contribuindo para atender as necessidades do Estado, buscando uma
reforma social através dos princípios da Igreja Católica, mas, com a efervescência do
populismo no Brasil começa-se a questionar, a ação tradicional dos assistentes sociais, inicia-
se um processo de tentativas de vincular a prática profissional aos setores populares. Essa
mudança é impulsionada pela crise do modelo desenvolvimentista no país, pela dependência
em relação ao imperialismo norte-americano e por uma onda de manifestações questionando a
ordem vigente e a prática institucional. Em 1964 contexto de ditadura militar no Brasil, as
manifestações foram impedidas, direitos foram cerceados, no ponto de vista profissional
houve uma grande expansão do mercado de trabalho para execução das políticas sociais com
o objetivo de impedir a resistência e integrar a população aos programas de desenvolvimento,
nesse período com a cassação dos direitos civis a questão social se expande. Conforme
Iamamoto (2014) o aprofundamento desses acontecimentos reinicia os debates dos anos 60,
juntamente com o questionamento profissional latino americano, representando o Movimento
de Reconceituação. Esse processo pode ser entendido a partir de três direções: modernizadora
onde se buscou modernizar as teorias que fundamentavam a profissão; reatualização do
conservadorismo, onde a doutrina Social da igreja cede lugar para psicanálise e a intenção de
ruptura com o Serviço Social tradicional a partir da influência marxista. Essa ruptura
expressava-se pela contestação do Serviço Social de caso, grupo e comunidade e pela busca
dos profissionais por novas bases de legitimação e de alternativas de intervenção articuladas
aos interesses dos setores populares. No entanto, esse posicionamento crítico, foi assumido
apenas por uma parcela dos assistentes sociais, alguns profissionais buscavam apenas
minimizar os confrontos de classe propagando o Serviço Social tradicional o que influenciou
negativamente nesse processo. Em 1980 a profissão adquire amadurecimento teórico,
metodológico e técnico operativo, o que implica com o rompimento do conservadorismo, com

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
a neutralidade da ação profissional, para estabelecer um vínculo com a classe operária, numa
perspectiva de transformação social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de profissionalização do Serviço Social surge de uma articulação entre a Igreja


Católica e o Estado, interligadas jogo de forças político-ideológicas. Os assistentes sociais
exerciam uma prática meramente assistencialista, percebendo a sociedade numa perspectiva
estrutural-funcionalista, assumindo uma postura neutra diante das desigualdades sociais. A
partir do Movimento de Reconceituação os profissionais identificaram as lacunas da sua ação,
o que favoreceu a construção de uma nova identidade profissional. No entanto esse processo
de superação cabe também aos profissionais atuais, o esforço para construção de propostas
que atendam as exigências sociais é permanente.

PALAVRAS-CHAVE: Processo histórico; Reconceituação; Serviço Social.

REFERENCIAS:

CASTRO, Manuel Manrique. História do Serviço Social na América Latina. (Tradução


José Paulo Netto e Balkys Villalobos). 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2006.

SILVA, Maria Ozanira da Silva e (org.). O Serviço Social e o popular: resgate teórico-
metodológico do projeto profissional de ruptura. – 7.ed.- São Paulo: Cortez, 2011.

IAMAMOTO, Marilda Villela. Renovação e conservadorismo no serviço social. 7.ed.- São


Paulo: Cortez, 2004.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
OS BENEFÍCIOS DA INSERÇÃO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS
NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Alynne Alves Crispim52


Jamilton Costa Pereira53
Verônica Maria Pereira54

INTRODUÇÃO

A conjuntura que perpassa o cenário de mundialização da informação acaba gerando


refrações na vida das pessoas, em seus mais variados aspectos. Desta forma, cabe evidenciar
como o uso destas tecnologias interfere no processo de ensino e aprendizagem, tendo em vista
a incessante busca por mecanismos que possam vir a viabilizar esse processo no sentido de
facilitar a construção do conhecimento em seus mais variados níveis.

PROBLEMÁTICA

Diante das diversas dificuldades enfrentadas durante a concretização do processo de


ensino e aprendizagem é necessário que gestores, docentes e a sociedade como um todo
estejam buscando mecanismos que possam vir a viabilizar esse processo. Desta forma cabe
entender, qual a relevância do uso de tecnologias enquanto auxiliares e potencializadoras do
processo educacional?

OBJETIVO

Este trabalho tem o escopo de pontuar os benefícios da inserção de recursos


tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem.

52
Bacharel em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-FAFIC (2015), e-
mail: alynne_l04@hotmail.com.
53
Pós-graduando em Gestão Ambiental (UFCG). Pós-graduando em Gestão da Educação Municipal (UFPB).
Graduado em Ciências Contábeis (FAFIC), e-mail: jcp_jamiltoncosta@hotmail.com.
54
Bacharel em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-FAFIC (2015) e-
mail: veronica_bt@hotmail.com.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

O estudo partiu da realização de uma pesquisa analítica, a luz do método dialético,


através de revisão bibliográfica e documental.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Tendo como pressuposto a nossa atual conjuntura, é preciso destacar que verifica-se a
cada dia de forma mais expressiva o surgimento, o avanço, o crescimento e a difusão de novas
tecnologias, tendo em vista, principalmente, as diversas maneiras como se consolida a
mundialização dos meios de comunicação. Nesta perspectiva, a utilização destes mecanismos
acaba sendo assimilada de maneira naturalizada ao passo que é introduzida cada vez mais no
cotidiano das pessoas, tendo em vista as facilidades que as mesmas oferecem no que se refere
ao desenvolvimento das mais diversas atividades.
A inserção destas tecnologias no contexto educacional acaba se caracterizando
enquanto forte aliada no processo de construção do conhecimento, de forma a facilitar a troca
de saberes entre os alunos e os diversos profissionais que atuam na área da educação, já que
estes também são responsáveis por esse processo de criação do saber; superando cada vez
mais o modelo engessado arcaico que padronizava a atuação do professor enquanto o único
detentor do saber e o aluno como sendo apenas um mero receptor de informações.
Para tanto, essas novas tecnologias acabam propiciando uma diversidade de
oportunidades de se fazer a educação, possibilitando a quebra de barreiras na escola que antes
reduzia a ação educacional apenas a sala de aula, oferecendo uma maior diversidade na
utilização do espaço escolar para fins educativos, trazendo aos alunos novas experiências.
Com a associação desses recursos tecnológicos ao processo de ensino-aprendizagem,
percebe-se que há um maior interesse por parte dos alunos, e aos professores um grande
aliado, pois todo mecanismo que possa vir a somar ganhos dentro desse processo deve ser
levado em consideração.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Mediante o exposto destaca-se que cabe aos gestores da educação em todos os âmbitos
e esferas, juntamente com todos os profissionais que atuam nesse âmbito, assim como os
alunos e seus respectivos responsáveis, estar buscando novas maneiras de utilizar esses
recursos de acordo com a demanda e a necessidade de cada conjuntura, para que o processo
de construção do conhecimento seja realizado de forma efetiva e coerente, possibilitando
ganhos para todos.

PALAVRAS-CHAVE: Recursos Tecnológicos. Educação. Benefícios.

REFERÊNCIAS

CUNHA, Renata Michele R. da, et al. Os Recursos tecnológicos como potencializadores da


interdisciplinaridade no espaço escolar. The 4º International Congress on University
Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5 th through 7 th , 2012, ISBN 978-
85-62326-96-7.

LIBÂNEO, José Carlos. OLIVEIRA, João Ferreira de. TOSCHI, Mirza Seabra. Educação
escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2009 – 8.ed. (Coleção
Docência em Formação/coordenação Antônio Joaquim Severino, Selma Garrido Pimenta).
p.129 a 149.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Método e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SAVIANI, Dermeval. A Política Educacional no Brasil. In: STEPHSNOU, Maria.


BASTOS, Maria Helena Camara (Orgs). Histórias e memórias da educação no Brasil. Vol. III:
Século XX. 3.ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2009, p. 29-38.

TAMBARA, Elomar. Problemas teórico-metodológicos da História da Educação. In:


SAVIANI, D. (Org.). História e História da educação: o debate teórico-metodológico
atual. Campinas, SP: Autores Associados: 1998.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: Uma breve reflexão do Serviço
Social brasileiro

MORAIS, Maria Cleuma Oliveira de Sousa (FAFIC)


OLIVEIRA, Aparecida Gonçalves (FAFIC)
SOUSA, Rosilene Batista de ( FAFIC )
SILVA, Patricya Karla Ferreira e (ORIENTADORA)

INTRODUÇÃO
Atualmente o Serviço Social brasileiro vem perpassando por desafios no campo da
formação profissional, conforme Iamamoto (2014) a prática profissional exige do indivíduo
competência e capacidade para articular os projetos junto às suas instituições, afim de
proteger seu campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais. Neste sentido
faz-se necessário que o profissional no decorrer da sua formação acadêmica se aproprie de
um arcabouço teórico que venha contribuir de forma qualitativa a práxis profissional.

PROBLEMÁTICA
No âmbito da realidade em que vivemos na formação acadêmica é perceptível o
grande desafio e a busca excessiva do lucro, das instituições que oferecem ensino superior a
distância que contribui com uma formação que não fornece subsídios para o exercício de
uma prática profissional voltada para o projeto ético político do Serviço Social.

OBJETIVO
Refletir acerca dos desafios encontrados na formação profissional do assistente
social, no cenário contemporâneo visando o ensino a distância como um fator negativo para a
formação.

METODOLOGIA
O presente resumo aporta uma pesquisa de cunho bibliográfico, justifica-se pelas
leituras realizadas, constituídas principalmente de artigos acadêmicos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A reflexão que se faz em torno da formação profissional nos dias atuais é que este é
um campo que hora passa por bastante desafios tendo em vista a atuação do indivíduo
enquanto defensor dos direitos, o qual deve assumir um legado de compromisso ético de
acordo com os princípios que regem o projeto ético político da profissão, no entanto, há
lacunas no decorrer da formação e mais ainda na atuação profissional.
De acordo com Iamamoto e Carvalho (1982), reconfigura-se a dimensão
contraditória das demandas e requisições sociais que se apresentam à profissão, expressão das
forças sociais que nelas incidem: tanto o movimento do capital quanto os direitos, valores e
princípios que fazem parte das conquistas e do ideário dos trabalhadores. Ou seja, há
divergências entre a formação e a prática profissional.
A práxis do assistente social perpassa pelos diferentes campos de forças que são
inerentes as relações e interesses antagônicos e participa de forma imposta por empasses de
exploração e dominação, bem como articula das respostas institucionais e políticas, para
sobrevivência das classes trabalhadoras e da reprodução dos interesses sociais, nesse sentido
cabe ao profissional estabelecer estratégias politico-profissionais, objetivando conduzir a
defesa dos interesses das classes subalternas, como sendo público alvo das suas ações no
campo profissional.
De acordo com Silva (2010), no tocante a formação acadêmica profissional de
serviço social, é importante que haja clareza dos processos econômicos e políticos inerentes
ao bojo das relações sociais, às quais estão articuladas com o desenvolvimento do capitalismo
monopolista, que altera de forma profunda o contexto social incluindo aí a organização e o
significado da Universidade Brasileira, que comunga com os pensamentos ideológicos da
classe dominante, na perspectiva de ser utilizada com interesses do mercado.
Assim, muitos são os desafios impostos a formação profissional que para serem
decifrados se faz necessário compreender o contexto contraditório em que se dá a referida
formação permeado pelos interesses neoliberais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Diante do estudo feito a cerca dos desafios da formação profissional, é possível
perceber neste âmbito a luta por interesses antagônicos, onde se perpetua o pensamento
ideológico da classe dominante, que visa o lucro em todo investimento que faz, e não
poderia ser diferente no campo da formação profissional por meio da oferta de ensino à
distância, onde a preocupação maior é a lucratividade que se obtém destes serviços e não
exatamente o tipo de formação que se oferece, afim de preparar profissionais com qualidade
e compromisso ético politico, conforme rege a Lei que regulamenta a profissão, a qual tem
como ponto principal a defesa dos direitos dos usuários, ou seja, o maior compromisso do
assistente social dentro de suas ações e intervenções profissionais. Neste sentido, se faz
necessário refletir sobre esta questão, e fazer com que o profissional se aproprie do
arcabouço teórico utilizado no decorrer de sua formação, faça valer o que de fato é
importante que é o trabalho em defesa dos direitos dos usuários.

PALAVRAS-CHAVE: Formação profissional. Serviço Social. Desafios.

REFERÊNCIAS
IAMAMOTO, Marilda Vilella. A formação acadêmico-profissional no Serviço Social
brasileiro. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n120/02.pdf
SILVA, Ricardo Silvestre da. A formação profissional crítica em Serviço Social inserida na
ordem do capital monopolista. 2014. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n103/a02n103.pdf
NARCIZO, Elaine Cristina. A formação profissional do Serviço Social: Contextualização
histórica e presentes desafios. 2014. Disponível em:
file:///C:/Users/Professor/Downloads/173-544-1-PB.pdf

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
PROJETO ÉTICO POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL: LIMITES E
POSSIBILIDADES

Adriana Teotonio Borges 55

1. INTRODUÇÃO

O Projeto Ético-Político profissional do Serviço Social é direcionada para a


construção de outra sociedade para a defesa dos direitos sociais como mediação para a
emancipação humana, contribuindo para a formação de uma consciência de classe,
indo além da interpretação crítica da realidade, mas no posicionamento e atuação
propositiva no sentido da organicidade ético-política com o pertencimento e a defesa
dos interesses da classe trabalhadora.
Segundo (BARROCO, 2010), o Serviço Social perpassou por cinco Códigos de
Ética (1947, 1965, 1975, 1986 e 1993) passando por diferentes momentos que exigia
um novo posicionamento, novo “olhar”, que se adequando a realidade a qual a
sociedade estava vivenciando, momento economicamente, culturalmente e social.
Neste sentido, O Código de Ética vigente afirma os princípios fundamentais da
profissão e dispõe sobre direitos e deveres do profissional, além dos parâmetros éticos
nas relações com usuários, outros profissionais, com a Justiça, com empregadores.

2. MÉTODO

Quanto ao instrumento metodológico realizamos um aprofundamento teórico apoiado


em BARROCO, (2001), MOTA (2011), SILVA, (2015). SOUSA, (2013).
O estudo teve como objetivo analisar os limites e possibilidades do projeto ético Político do
Serviço Social.

3. DESENVOLVIMENTO

55
Graduada em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-FAFIC.
Especialista em saúde da Família com Ênfase na linha de cuidados pela (UFPB).
adrianafafic@gmail.com.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Historicamente o Serviço Social é reconhecida como categoria profissional, que foi
marcado pelo movimento que impulsionou o processo de ruptura com o tradicionalismo
moral, que durante séculos visualizado como uma pratica destinada atender os interesse da
classe Burguês, de forma assistencialista, filantrópica e benemerência, camuflando a realidade
social, econômica e cultural.
Nesse cenário, os Assistentes Sociais têm sido demandados ao desenvolvimento de um
exercício profissional direcionado à construção de uma nova ordem social, sem
exploração/dominação de classe, etnia, gênero, favorecendo à consolidação da democracia,
através do técnico, legal, teórico e metodológico, conhecido como “Projeto Ético Político”,
projeto esse que vem tornando tema recorrente e transversal em parte significativa da
produção literária, acadêmica e científica da profissão, estabelecendo pauta obrigatória nos
espaços de debates, intervenções e discussões coletivas.
Como afirma Silva (2002), O projeto profissional do Serviço Social, tem sua origem
entre o final da década de setenta e início dos anos oitenta do século passado, a partir da
recursa e crítica dos profissionais aos métodos conservadores e tradicionais usados na prática
profissional. A propagação do Projeto Ético Político tem sido executada principalmente pelas
instâncias produtoras de conhecimentos no Serviço Social (Graduação, Pós-Graduação,
Centros de Pesquisa, Grupos de Discussão.) como também, pelas instâncias político-
organizativas da profissão (Conselho Federal e Conselhos Regionais de Serviço Social,
Sindicatos e Associações).
O projeto ético-político profissional do Serviço Social é atrelado a profissão do
assistente social, mas em virtude do projeto neoliberal que visa um “Estado mínimo para o
social e máximo para o capital” proporcionando políticas públicas sucateada, fragmentação e
a política seletiva que dificulta a implantação do projeto profissional e com isso deixa a
desejar atuação nos espaço sócio ocupacional, que impede a defesa da liberdade e da
emancipação social.

4. Considerações Finais

A realização desse estudo possibilitou a compreensão do proce sso que o

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Serviço Social perpassou diante dos seus cinco Códigos de Ética (1947, 1965, 1975, 1986 e
1993) para materializar o código de 1993, que possibilitou aos profissionais do Serviço Social
construir uma nova roupagem para sua atuação.
O projeto ético-político justifica-se pelas conquistas imediatas de direitos sociais e
trabalhistas nas conquistas históricas, emancipação humana e desenvolvimento social. Haja
vista que as conquistas subsidiadas pelo projeto, as contribuições para o processo de
redemocratização do país, a implementação de políticas públicas universais vai além das
contribuições atuais sobre as diversas expressões da questão social.
Conclui-se, que a dimensão do PEP está articulada aos direitos universais, objetiva a
devastação das desigualdades sociais, assumindo o compromisso social coma a classe
trabalhadora e com os princípios do Código de Ética de 1993, visto que era impossível pensar
a direção política emancipatória dos projetos (societário e profissional) vinculados ao Serviço
Social, sem esse instrumental técnico-operativo.

5. REFERÊNCIAS

BARROCO, Maria Lucia Silva. Ética e Serviço Social – Fundamentos Ontológicos. 8.ed.
São Paulo, Cortez, 2010. 222p.

MOTA, ALESSIVÂNIA MÁRCIA Assunção. Projeto ético político do serviço social: limites
e possibilidades. Textos & Contextos (Porto Alegre), v. 10, n. 1, p. 56 - 68, jan./jul. 2011.

SILVA. Kátia Leide dos Santos da; SANTOS Jaciane Geraldo. O PROJETO
PROFISSIONAL E OS ESPAÇOS OCUPACIONAIS DO ASSISTENTE SOCIAL NA
ATUALIDADE. Revista Maiêutica em Serviço Social, Indaial, v. 3, n. 1, p. 102-114, 2015.

SOUSA, J.C.et al. A efetivação do Projeto Ético Político profissional no âmbito da


Assistência Social. Florianópolis/SC, 2013. Disponível: http://cress-sc.org.br/wp-
content/uploads/2014/03/A-efetiva%C3%A7%C3%A3o-do-PEP-no-%C3%A2mbito-da-
Assist%C3%AAncia-Social.pdf: acesso em: 13 abr. 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ESTÁGIO CURRICULAR EM SERVIÇO SOCIAL: a experiência do projeto de
Capacitação para os/as supervisores/as de campo de estágio curricular supervisionado
do curso de bacharelado em Serviço Social da FAFIC

CAVALCANTE, Francina Tereza Fernandes (FAFIC)


LOPES, Jokarla Mendes Dantas (FAFIC)
OLIVEIRA, Marcelane Bandeira de (FAFIC)
CARVALHO, Glaucia Maria de Oliveira (ORIENTADORA/FAFIC)

INTRODUÇÃO

O estágio é uma atividade curricular obrigatória na graduação em Serviço Social, em que o


discente desenvolve ações de cunho pedagógico em espaços sócio ocupacionais sob o
acompanhamento de supervisor acadêmico (professor da instituição de ensino) e de supervisor
de campo (assistente social da instituição onde se realiza o estágio). Neste sentido, visa a
construção de habilidades e competências para o futuro exercício da profissão, e requer
condições necessárias ao exercício da unidade dialética que envolvem as dimensões teórico-
metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas. Objetivando a qualificação da realização
dos estágios do curso de Serviço Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras (FAFIC), que as ações de capacitação dos supervisores de campo são realizadas,
procurando discutir inúmeras temáticas que perpassam o cotidiano complexo do trabalho
profissional dos assistentes sociais.

PROBLEMÁTICA

Com o intuito de formar profissionais habilitados com capacitação teórica, metodológica,


ética e política que permita uma ação investigativa e interventiva na realidade social o curso
de Serviço Social da FAFIC desenvolve ações de capacitação para os supervisores de campo
das Instituições que tem convênio firmado com o Curso ou não.

OBJETIVO

Apresentar as propostas de capacitação que são realizadas com os supervisores de campo de


estágio em Serviço Social da FAFIC, através de programação estabelecida por Projeto de
Extensão, que tem os seguintes objetivos:
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Objetivos geral:
 Capacitar os supervisores de estágio do Curso de Bacharelado em Serviço Social da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC), objetivando a
melhoria do trabalho de supervisão de campo.
Objetivos específicos:
 Realizar sondagem junto aos supervisores (as) de campo de estágio sobre aspectos
acadêmicos do Estágio Curricular Supervisionado, com ênfase na sua dimensão
pedagógica;
 Desvelar qual a percepção do Assistente Social sobre o papel do/a supervisor/a de
campo no processo formativo-educativo do discente;
 Promover um fórum de discussão permanente dos supervisores de campo e de estágio
em Serviço Social;
 Desenvolver estudos temáticos na área dos fundamentos teórico-metodológicos, ético-
políticos e teórico-prático.

METODOLOGIA

As ações de capacitação são desenvolvidas na FAFIC, desde fevereiro de 2014, até a presente
data. A periodicidade dos encontros é mensal, devido a disponibilidade dos participantes. As
atividades realizadas contemplaram capacitação dos discentes colaboradores do projeto
através de grupos de estudos e oficinas e, atualmente se encontra no X ciclo de discussões
sobre temáticas diversas com os supervisores, contando com o apoio e participação dos(as)
professores(as) do curso de Serviço e Social da FAFIC.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na atualidade, frente aos impactos da contrarreforma universitária tem se intensificado


no bojo da profissão de Serviço Social a discussão sobre a necessidade de qualificação da
formação profissional, pautada nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS de 1996, em busca de
garantir a hegemonia do projeto ético-político do Serviço Social (ORTIZ, 2014).
Considerando-se os avanços do projeto de formação materializado nas Diretrizes, o estágio é
colocado como elemento central na formação profissional e, especificado nos aparatos
normativos da profissão o papel de cada ator envolvido na sua realização – discente,
supervisor acadêmico, supervisor de campo e coordenação de estágio – a exemplo da
Resolução 533 do CFESS, da Lei Federal 11.788/2008 e a recentemente implementada
Política Nacional de Estágio (PNE) da ABEPSS. A PNE surge como instrumento de
articulação política da categoria para reafirmar o projeto de formação e a defesa da realização
de estágios com qualidade, seja ele obrigatório ou não. Sob esse ângulo, o desenvolvimento
do estágio deve possibilitar o aluno transcender o imediatismo das relações repetitivas que se
colocam no cotidiano dos espaços sóciocupacionais, devendo levar os sujeitos à reflexão e ao
conhecimento prático através de uma perspectiva de totalidade, respeitando e percebendo as
singularidades que regem as relações sociais (CARVALHO, 2015). Assim a operacionalização
do estágio pressupõe a supervisão direta dos supervisores de campo e acadêmico (CFESS,
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Resolução 533/2008), posto que estágio e supervisão devem ser reconhecidos como um
conjunto articulado, que tem como pilar de sustentação a dimensão pedagógica que dá ao
ensino do Serviço Social o atributo de ser teórico-prático (LEWGOY, 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta forma, o curso de Serviço Social da FAFIC, compreende que deve assegurar aos
profissionais supervisores (as) de campo, espaços de formação que permitam uma
interlocução acadêmica entre alunos, professores e supervisores acadêmicos, na perspectiva
de construírem estratégias de aprendizagem que garantam a dimensão pedagógica e a
promoção de uma formação profissional sólida, preparando o aluno para o pensar crítico,
investigativo, e de busca de soluções de maior abrangência social, fortalecendo assim, o
projeto ético-político da profissão. A expectativa que vem sendo alcançadas são as seguintes:
promoção de capacitações que contemplam os diversos eixos da formação profissional;
qualificação e fortalecimento do trabalho de supervisão de estágio; melhora dos serviços
profissionais prestados à população no âmbito das políticas públicas setoriais, nas quais estão
inseridos(as) os alunos(as) estagiários(as) do Curso de Bacharelado em Serviço Social da IES.

PALAVRAS-CHAVE: Estágio. Formação Profissional. Serviço Social. Supervisão.

REFERÊNCIAS

ABEPSS. Diretrizes Curriculares para o curso de Serviço Social. Rio de Janeiro: 1996.

CARVALHO, Glaucia M. de O. Estágio curricular não obrigatório em serviço social: uma


agenda recorrente na formação profissional do(a)s assistentes sociais. Dissertação (Mestrado
em Serviço Social). UEPB: Campina Grande, 2015. 132p.

CFESS. Resolução N° 533, de 29 de setembro de 2008 que regulamenta a supervisão direta


de estágio no Serviço Social.

LEWGOY, Alzira M. B. Supervisão de estágio em serviço social: desafios para a formação e


exercício profissional. 2 Ed. São Paulo: Cortez, 2009.

ORTIZ, Fátima Grave. A política nacional de estágio e a supervisão direta: avanços e desafios.
In: Temporalis. Ano 14. N 27. Brasília: ABEPSS, 2014.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
SERVIÇO SOCIAL E HISTÓRIA: alguns apontamentos sobre a
profissão

VENCESLAU, Daniele De Sousa (FAFIC)


VIEIRA, Maria Rosane Carlos (FAFIC)
LEANDRO, Darlania Pinheiro (Orientador)

INTRODUÇÃO

O Serviço Social é uma profissãoinscrita na divisão sócio técnica do trabalho


e abrange uma trajetória de desafios e contradições, assim, enquanto profissãoatua
junto as expressões da questão social que estão situadas neste modelo de produção
capitalista.

PROBLEMÁTICA

O serviço social enquanto profissão surge no Brasil em meio a tensões e


desafios do início do período industrial em meados dos anos 1930 (Matos,
2013).Neste entremeio, surgem as grandes instituições assistenciais e
previdenciárias com a finalidade de responder as pressões dos setores urbanos
aliados ao Estado, buscando construir mecanismos para apoiar a aceleração do
desenvolvimento capitalista. E neste contexto a profissão de serviço social para
atuar no trato da questão social.

OBJETIVO

Esse estudo objetiva apresentar, sociabilizar e informar sobre os aspectos


históricos da profissão de serviço social, que inicialmente apresentava um aspecto
caritativo e ligado à igreja católica, mas, que se torna uma profissão inscrita na
divisão sócio técnica do trabalho.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

―A busca de desvendar o significado social do Serviço Social situa essa


profissão como participante da reprodução das classes sociais, diretamente
permeada pelo relacionamento contraditório e antagônico entre elas.‖ (SILVA, 2011,
p.41). Este resumo foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica 56 com fins de
trazer reflexões fundamentais ao entendimento do tema em questão.

REFERENCIAL TEÓRICO

Nos anos 1930 ―o Estado passa a intervir diretamente nas relações entre o
empresariado e a classe trabalhadora através de legislação social e trabalhista
específicas, mas gerindo a organização e prestação de serviços sociais‖. (Iamamoto,
2004, p. 77). Assim, enquanto profissão o Serviço social passa a atuar na execução
das políticas sociais e nas formas de enfrentamento da questão social, presente no
desenvolvimento urbano industrial.
O período de Ditadura militar (1964-1985) é marcado pelo medo da
sociedade, perseguição política, repressão aos que eram contra o regime militar,
neste contexto emerge o Movimento de Reconceituação do Serviço Social na
América Latina. (SILVA, 2011, p. 49).
Diante desta situação de repressão e conflitos aos setores populares
organizados o Serviço Social enquanto profissão inicia um processo de
questionamento de suas bases metodológicas primeiramente através do ―movimento
de reconceituação do serviço social no Brasil, o encontro de Araxá, realizado em
1967, seguido posteriormente, em 1972 [...] Teresópolis, marcam o esforço da
categoria profissional em torno da sistematização teórico-prática‖. (SILVA E SILVA,
2011, p. 54).

56
É o levantamento de um determinado tema, processado em bases de dados nacionais e internacionais que contêm artigos
de revistas, livros, teses e outros documentos. Disponível em: <http://www.portal.ufpr.br/pesquisa_bibliogr_bvs_sd.pdf> Acesso em:
11.05.2016 às 08h31min.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Após este período surge a ―intenção de ruptura‖, em que se aproxima ainda
de forma superficial dos referenciais teóricos marxistas até os anos 1970 em que a
profissão toma outro direcionamento, tal como aconteceu no III Congresso Brasileiro
de Assistentes Sociais em 1979, conhecido como ―ano da virada‖ em que os
profissionais tomaram outro direcionamento para a profissão a partir da oposição ao
direcionamento conservador da categoria. (SILVA E SILVA, 2011, p. 61).
Passados alguns anos pós este processo de ruptura a profissão organizada
enquanto categoria tenta aprovar um novo projeto de formação profissional em fins
dos anos 1980 e início dos anos 1990 com aprovação do Código de Ética
Profissional de 1993, a Lei que regulamenta a profissão e as diretrizes curriculares
da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e 1996
que encontra desafios para sua efetivação até os dias de hoje.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O serviço social assume um campo privilegiado nas políticas sociais e em


programas assistenciais, em que a profissão situa-se no contexto das relações
sociais e na divisão sócio-técnica do trabalho.
Diante desse cenário, percebe-se que no desenvolver desse processo
histórico a profissão enfrentou vários entraves, no qual o principal está na defesa
dos interesses da classe trabalhadora, na busca por seus direitos, e na tentativa de
lidar diretamente com os impactos forçados que o capitalismo promove na
diminuição destes direitos. Desta maneira a profissão em seu percurso histórico
mostrou-se que tente a desafiar-se na defesa de seu projeto ético político de
sociedade, principalmente guiando-se pela defesa intransigente dos direitos
humanos e demais princípios estabelecidos no código de ética profissional.

Palavras-chave: Serviço Social. Histórico da Profissão. Direitos Sociais.

REFERÊNCIAS:

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
IAMAMOTO, Marilda Vilela CARVALHO, Raul. Relações Sociais e serviço
social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 16ª ed. São
Paulo, Cortez, [Lima, Peru] CELATS, 2004.

MATOS, Maurílio Castro de. Serviço Social, ética e saúde: reflexões para o
exercício profissional. São Paulo, Cortez, 2013.

SILVA, Maria Ozanira e Silva. O Serviço Social e o popular: resgate


teórico-metodológico do projeto de ruptura. 7. ed.São Paulo: Cortez, 2011.

SITES

Oprofissional de Serviço Social no contexto da Ditadura Militar:


Disponível em: <http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/o-profissional-de-
servico-social>Acesso em: 08 de maio de 2016.

Conceito de pesquisa bibliográfica. Disponível em:


<http://www.portal.ufpr.br/pesquisa_bibliogr_bvs_sd.pdf> Acesso em: 11.05.2016 às
08h31min.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DOS DIREITOS HOMOAFETIVO

PINTO, José Carlos Tavares (FAFIC).


COSTA, Thamirys Souto (FAFIC).
LIMA, Roselita de Albuquerque (Orientadora).

INTRODUÇÃO

O serviço social à luz de seu código de ética profissional repudia todas as formas de
discriminação social, tornando-se unidade representativa no fomento da construção de
movimentos reivindicatórios na busca pela efetivação de direitos a diversidade de gênero.
Neste sentido, esse resumo busca a partir de revisão de literatura identificar como o Serviço
Social está atrelado à luta dos movimentos LGBT.

PROBLEMÁTICA

Considerando a contemporaneidade ainda como espaço de negação de direitos homoafetivo,


faz-se necessário que o Serviço Social adentre este espaço de discussão na defesa da
democracia, e como também dos direitos humanos.

OBJETIVO

O resumo busca analisar como o Serviço Social vem contribuindo para a efetivação de
políticas públicas direcionadas ao público LGBT.

METODOLOGIA

Esse resumo foi construído a partir de pesquisa bibliográfica que segundo Gil (2002, p. 44), é
“desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos”, como também artigos sobre o tema dos Direitos Homoafetivo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Na Grécia a homossexualidade era tida como prática sexual aceita, neste contexto não
observava leis que proibissem esse contato entre pessoas do mesmo sexo. Era comum,
homens sentirem desejos por outo homem, onde dentre várias características para a escolha
dos passeiros estava à beleza física. Os homens se preocupavam em estar sempre bem
arrumados, maquiados, com uma aparência que pudesse atrair olhares. Segundo Rodrigues
(2004), “era normal os homens manterem o uso abundante de perfume, maquiarem os olhos,
alongando as sobrancelhas com carvão e, sempre munidos de espelho, esfregarem as faces
com farinha para torná-las macias, a brincadeira preferida para estes homens era casarem uns
com os outros e em alguns casos até com um dote para seu suposto esposo”. Todas essas
crenças faziam parte da cultura e dos costumes da era, e estavam entorno do misticismo da
mitologia grega, onde a presença da homossexualidade era naturalizada. Um exemplo disso
era que muitos deuses não tinham sexo definido.

A igreja Católica via o sexo somente como forma de procriação, não admitia outra forma de
relacionamento, se utilizava da Bíblia para mostrar o quanto essas práticas distanciavam o
homem de Deus, era a favor da família e da indissolubilidade do casamento.

O movimento higienista do século XIX defendia a família como sendo algo que não podia se
desfazer, sendo a principal forma de continuidade da raça humana. Esse movimento buscava
uma sociedade pura, longe de práticas sexuais que não tivesse como resultado a perpetuação
da humanidade, para Rodrigues (2004) “[...] foi através do especialista em higiene que o
Estado imiscuiu-se no interior das famílias. Com livre trânsito nesse espaço outrora
impenetrável à ciência o médicohigiensta acabou impondo sua autoridade em vários níveis”.

O movimento a favor dos direitos homossexuais vem se fortalecer no final da Segunda Guerra
Mundial, tendo inicio na Europa e Estados Unidos. A luta advinda desse movimento
organizado preconizava a descriminação da homossexualidade e o reconhecimento dos
direitos civis. Através dessa organização, vários países reconheceram a união estável entre
indivíduos sexualmente iguais, dentre muitos se encontra a Holanda.

Na década de 1990, o serviço social de acordo com seu Código de Ética Profissional, amplia
seus horizontes na defesa intransigente no “empenho na eliminação de todas as formas de
preconceito, incentivando o respeito á diversidade, á participação de grupos socialmente
discriminados e a discursão das diferenças” (CFESS, 1993).

No entanto, o Serviço Social não se deteve apenas a sua norma de ética. O Conselho Federal
de Serviço Social (CFESS), junto aos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS), em
parceria com as entidades políticas LGBT, através do XXXIV Encontro Nacional
CFESS/CRESS, tiveram a iniciativa de criar uma campanha onde o assistente social fosse
sensibilizado a respeito da orientação sexual como sendo direito do cidadão, e dessa forma ter
maior qualificação na atuação profissional, já que estar inserido em vários espaços sócio
ocupacionais, dos quais os homossexuais são usuários.

O Brasil hoje é um dos países mais atuantes na defesa da diversidade sexual, tidos os vários
projetos de defesa da causa homossexual. Várias são as demandas na pauta do movimento
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
LGBT, dentre elas destaca-se: a união entre pessoas do mesmo sexo, adoção de criança por
casais gays, criminalização da homofobia e Implementação do Plano Nacional de Promoção
da Cidadania e Direitos Humanos LGBT, nesse sentido, o Serviço Social como profissional
que desenvolve políticas sociais aos sujeitos em vulnerabilidade social, nesse caso o
preconceito, torna-se ator fundamental para fortalecer as políticas direcionadas a esse grupo
social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de um passado não muito distante de práticas sexuais apenas com fins de procriação e
discriminando qualquer relação que não esteja no padrão homem-mulher, o Serviço Social à
luz de seu projeto ético-político, se situa como profissão que respeita as várias formas de
relacionamentos afetivos, e luta para que seja possível a emancipação humana desses
sujeitos a partir de políticas públicas viabilizadoras de direitos.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos. Homossexualidade. Serviço Social.

REFERÊNCIAS

RODRIGUES, Humberto. O amor entre iguais. Editora Mythos, São Paulo, 2004.
CFESS/Conselho Federal de Serviço Social. Campanha pela Liberdade de Orientação
Sexual: O Amor Fala Todas as Línguas. Disponível em:
<http://www.cfess.org.br/noticias_res. php?id=688>. Acesso em: 08 de out. 2013.
Gil, ANTONIO CARLOS, 1946- Como elaborar projetos de Pesquisa/ Antônio Carlos Gil. -4.
Ed.- São Paulo: Atlas, 2002.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
UM OLHAR HISTÓRICO SOBRE A INFÂNCIA BRASILEIRA: breves apontamentos

ROLIM, Márcia Kelly Alves de Oliveira (FAFIC).


ANACLETO, Layza Vieira (FAFIC).
FURTADO, Alysson Bruno Santos (FSM).

INTRODUÇÃO

No período da Primeira República brasileira a elite dominante lançará olhos para a infância
com vistas aos futuros trabalhadores contribuintes do progresso econômico. A infância pobre
será atendida nos moldes da omissão de seus direitos e a da repressão aos que contrariassem
a ordem social vigente. Nesse sentido, a partir de uma revisão bibliográfica vamos fazer um
percurso histórico sobre as políticas de atenção à infância, sinalizando os traços do passado
que ainda deixam marcas na atenção à infância pobre e marginalizada de hoje.

PROBLEMÁTICA

Na sociedade brasileira ainda nos deparamos com opiniões divergentes sobre a questão da
proteção integral aos direitos da criança e do adolescente. A partir desse estudo, podemos
perceber que esse dilema possui raiz histórica no nosso país.

OBJETIVO

Este resumo tem como finalidade fazer uma breve contextualização das primeiras
intervenções de atendimento à infância no Brasil e como esta irá refletir sobre alguns
discursos na atualidade.

METODOLOGIA

O resumo pautou-se no enfoque bibliográfico, que de acordo com Gil (2002), busca
apreender na literatura especializada elementos indispensáveis à composição de novos
posicionamentos, permitindo ir além da revisão da literatura.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Após a Proclamação da República iremos encontrar uma atenção à infância para além
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
da família, da Igreja e da filantropia. Essa atenção se estenderá para o Estado, que baseado nas
ideias liberais começa a perceber a importância da criança para o futuro da nação, que poderá
trazer progresso econômico caso sejam disciplinadas, visto que nessa época começa os
primeiros sinais de industrialização no país, “A criança deixa de ocupar um a posição
secundária e mesmo desimportante na família e na sociedade e passa a ser percebida como
valioso patrimônio de uma nação; como „chave para o futuro‟, um ser em formação –„dúctil e
moldável‟[...]” (RIZZINI, 2008, p.24), nesse sentido, a criança (pobre) era um ser moldável,
onde uma vez tendo a intervenção do Estado, tornar-se-iam trabalhadores compromissados
com o progresso do país, daí tem-se uma ampliação do uso da mão-de-obra infantil e o
aumento da repressão e da institucionalização dos “desvio de condutas”.
A não intervenção do Estado, no entanto, poderia torna-los futuros vagabundos e
desordeiros. Neste sentido, surgem os primeiros atores que irão atuar frente à criança
“perigosa”: os higienistas representados pelos médicos e os juristas representados por juízes e
desembargadores. “Será da medicina (do corpo e da alma) o papel de diagnosticar na infância
possibilidades de recuperação e formas de tratamento. Caberá à justiça regulamentar a
proteção (da criança e da sociedade), fazendo prevalecer a educação sobre a punição”
(RIZZINI, 2008, p. 26). Assim, aos higienistas cabiam fazer exames para descobertas de
patologias desencadeadoras dos aspectos de vagabundagem. Os juízes eram responsáveis por
decidir sobre o destino das crianças, tirando-as do poder das famílias consideradas incapazes
de instruir seus filhos e institucionalizá-los em “educandários” semelhantes às prisões dos
adultos.
A primeira política específica para a proteção as crianças será o Código de Menores de
1927, onde o Estado direcionará à proteção a infância, estabelecendo jornada e condições de
trabalho especificas para as crianças maiores de 12 anos, porém não alterando
substantivamente o quadro de repressão frente a esse público.
Em 1979 teremos o Novo Código de Menores “[...] de caráter não universalista, porque
restrito ao menor em situação irregular, uma conceituação jurídica que se referia especificamente às
crianças e adolescentes das famílias operárias [...]” (SIMÕES, 1983 apoud SIMÕES 2008), nesse
sentido, o caráter repressivo e de encaminhamento à instituições ainda se fará presente para
manutenção da ordem social.
No ano de 1988, crianças e adolescentes brasileiros serão reconhecidos como sujeitos
de direitos, a partir da Constituição Federal e em 1990 com a promulgação do Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA. Esses novos ordenamentos jurídicos propõe um
atendimento integral à esse público, regulamentando leis baseadas na concepção de direitos
humanos para o atendimento de adolescentes infratores.
Nesse sentido, compreendemos que o sistema capitalista impõe a todo custo, normas a
serem cumpridas para manutenção da ordem social, “[...] cabendo a cada sujeito adequar-se a
elas, independente das condições estruturais favorecidas pelo próprio Estado no campo do
real” [...] (MARTINS, 2010, p. 173), já que diante de uma sociedade globalizada que
influencia o consumo excessivo como meio de socialização, para muitos “andar na linha” é
algo muito difícil de alcançar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Podemos perceber que o reconhecimento das crianças e adolescentes no Brasil é algo muito
novo considerando a longa trajetória de omissão frente ao público infanto-juvenil de classe
baixa. Há uma raiz histórica no nosso país de omissão e repressão através do encarceramento
precoce a esse grupo social perceptível diante de tantos discursos favoráveis a redução da
maioridade penal que obedece mais uma vez a lógica burguesa de nossa sociedade. Diante
desse quadro, este estudo nos sugere que ainda é preciso continuar lutando para que esses
direitos uma vez conquistados sejam agora protegidos.

PALAVRAS-CHAVE: Criança e Adolescente. Direitos Sociais. Proteção Social.

REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. - 4. ed. - São Paulo : Atlas,
2002.

MARTINS, Maria da Conceição Rodrigues. As medidas sócio-educativas do ECA: conquista


ideal ou paliativo real? Revista Eletrônica Arma da Crítica. Ano 2. Número 2. Março. 2010

RIZZINI, Irene; O século perdido: raízes históricas das políticas públicas para a infância no
Brasil. 2. ed. rev. – São Paulo: Cortez, 2008

SIMÕES, Carlos. Biblioteca básica do serviço social; v.3. Curso de direito do serviço social. 2
ed. rev. e atual. – São Paulo: Cortez, 2008

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A PERSPECTIVA DOS TRABALHADORES DO NPJ DA FAFIC ACERCA DA
SITUAÇÃO DE VIOLAÇÃO DE DIREITOS DA MULHER

Alynne Alves Crispim57


Kátia Helena da Silva Sales58 (Orientadora)

RESUMO

O presente estudo teve o intuito de analisar as relações de gênero que perpassam o espaço do
Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras
(FAFIC), no município de Cajazeiras-PB, propondo uma reflexão que possibilite uma maior
percepção acerca dos determinantes e das formas de enfrentamento das demandas que são
postas cotidianamente a esta instituição, possibilitando o desvelamento da percepção dos
trabalhadores desta área acerca das demandas que são postas pela categoria gênero. Para
tanto, o presente estudo pautou-se no método crítico-dialético e estruturou-se através de uma
revisão bibliográfica e documental e uma pesquisa quali-quantitativa; sendo que a coleta de
dados foi efetivada a partir de um roteiro de entrevista semi-estruturada e a análise dos dados
por meio da transcrição e análise comparativa das falas dos entrevistados. Face a isso, o
estudo tem o escopo de transpor a mera repetição de ideias, tendo em vista que propõe a
realização de uma análise da percepção dos profissionais da área sociojurídica acerca das
demandas que são intrínsecas da categoria gênero.

Palavras-chave: Gênero. Mulher. Sociojurídico.

ABSTRACT

This study aimed to analyze gender relations that pervade the space of Legal Practice Center
(NPJ), Faculty of Philosophy, Sciences and Cajazeiras Letters (FAFIC) in the city of
Cajazeiras, PB, proposing a reflection that allows greater awareness about the determinants
and ways of coping with the demands that are placed daily to that institution, enabling the
unveiling of the perception of workers in this area about the demands that are posed by
gender. Therefore, this study was guided in critical-dialectical method and was structured
through a literature and document review and a qualitative and quantitative research; and that
the data collection was carried out from a semi-structured interview and data analysis through
transcription and comparative analysis of the statements of the respondents. In view of this,
the study has the scope to implement the mere repetition of ideas, with a view to proposing to
conduct an analysis of the perception of legal partne professionals about the demands that are
intrinsic of gender.

57
Graduada em Bacharelado em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-
FAFIC (2015); e-mail: alynne_l04@hotmail.com.
58
Mestre em Serviço Social pela UFPB (2010). Graduada em Bacharelado em Serviço Social pela UFPB (2007).
Professora do Curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras-FAFIC.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Keywords: Gender. Woman. Legal partne.

METODOLOGIA

Com isso, o presente estudo é pautado no método crítico-dialético e teve como


pressuposto uma revisão bibliográfica e documental, que serviu de embasamento teórico para
a aplicação da pesquisa quali-quantitativa, que buscou com a coleta dos dados descrever e
analisar os determinantes que se fazem presentes nas relações de gênero na
contemporaneidade, bem como as formas de enfrentamento desenvolvidas pelos profissionais
do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras (FAFIC), no município de Cajazeiras-PB.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao considerarmos a categoria gênero torna-se essencial a construção de seu


entendimento a partir de uma visão que deve relacionar a mesma com a tríade classe, raça e
etnia; do contrário, a desarticulação entre estas irá resultar em uma análise superficial das
relações sociais, o que consequentemente irá proporcionar uma intervenção de caráter
enviesado.
Neste sentido, é necessário partir do pressuposto de que gênero se constitui como uma
categoria estratégica e estruturante dentro do processo civilizatório de construção da nossa
sociabilidade, o que faz com que seja essencial discutir seus determinantes e suas formas de
enfrentamento na área sociojurídica, tendo em vista que esta se constitui como o principal
cenário para a efetivação de direitos.
A partir do que foi supracitado verifica-se que com o desenvolvimento das relações
sociais há um avanço das desigualdades de gênero, fazendo com que a mulher se torne cada
vez mais refém do poder masculino. Em consequência disso, entende-se que esse quadro foi
construído historicamente sendo necessário para que haja o enfrentamento dessa situação
(principalmente para as mulheres que se encontram em situação de extrema pobreza, e têm
somada a essa situação as desigualdades decorrentes das refrações das questões de raça/etnia)

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
não só a criação de políticas, planos, projetos e campanhas, mas principalmente a necessidade
de efetivação de meios que venham a possibilitar a concretização de seu real empoderamento.
Deste modo, as muitas formas de concretização da violência contra a mulher acabam
sendo banalizadas, aceitas e assimiladas de forma natural e acrítica por grande parte da
população, fazendo com que essas desigualdades de gênero sejam perpassadas durante
gerações e gerações.
Diante disso, é preciso dar ênfase ao acesso da mulher em situação de violência ao
sociojurídico59, tendo em vista que este espaço acaba se constituindo enquanto hermético as
suas reivindicações, reforçando os estereótipos de discriminação, subordinação e
desigualdades decorrentes da categoria gênero (FRAGALE; SCIAMMARELLA, 2014). Para
ratificar o que foi dito, destaca-se que:

Impunidade, desigualdade na distribuição da Justiça, acesso à Justiça não são


temas relacionados exclusivamente à questão de gênero, embora nesta
interface adquiram algumas especificidades que têm sido reiteradamente
apontadas pelos estudos que assumem a perspectiva de gênero em suas
análises. Dentre estas especificidades a mais importante tem sido a
persistência de mecanismos que colaboram com a manutenção da submissão
da mulher na sociedade e sua redução a uma cidadania de segunda classe
(PASINATO, 2004, p.03).

Assim, segundo Porto e Costa (2010, p. 10) “apesar das leis, as mulheres continuam
sendo tratadas como um segundo gênero, cuja função é manter o vínculo familiar, mesmo que
para isso precisem sofrer violência ou até mesmo morrer”.
Vê-se, portanto, que a falta de informação precisa quando atrelada a falência do
sistema punitivo, ineficiência, morosidade e impunidade presente nos serviços sociojurídicos
de assistência às mulheres acaba gerando uma saturação da situação quando também somada
a aspectos emocionais e sociais, já que mesmo a mulher sofrendo a violência, dificilmente

59
Tendo como referência BORGIANNI (2013) vê-se que ao fazermos referência à política sociojurídica, estamos
nos reportando as ações desenvolvidas pelos assistentes sociais dentro do campo do direito, em um cenário de
natureza jurídica. Neste espaço o trabalho do assistente social está voltado para a humanização, na tentativa
de minimizar a ideia simplista da efetivação da lei apenas com caráter punitivo, trazendo esta como algo, que
antes de tudo, deve servir como instrumento de garantia e efetivação de direitos; tendo como norte de sua
atuação profissional, para poder intervir frente às múltiplas expressões da questão social, o projeto ético-
político hegemônico da profissão.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
sairá do relacionamento de forma imediata, havendo a oscilação entre a saída e o retorno
dessa relação.
Desta forma, de acordo com Porto e Costa (2010), os profissionais que atuam
enquanto operadores do direito nas instituições de atendimento à mulher em situação de
violência devem buscar se afastar de suas crenças (que são constituídas por meio das
representações sociais da sociedade patriarcal), pautando suas ações tendo como base as
orientações dos dispositivos legais de enfrentamento a essa situação de violação de direitos,
tendo em vista que valores subjetivos e pessoais não devem ser considerados quando se leva
em consideração o julgamento das ações humanas e suas respectivas representações.
ANÁLISE DOS DADOS

Mediante o exposto, inicialmente foram feitos questionamentos com o intuito de


classificar os entrevistados utilizando critérios como a idade, o grau de escolaridade e o
vínculo institucional, e a posteriori a entrevista foi direcionada para questionamentos
referentes a proposta de análise. Assim, com relação a idade dos entrevistados verificou-se
que 20% estava entre 15 e 30 anos e 80% entre 30 e 45 anos,
Neste sentido, verifica-se a necessidade de identificação do nível de escolaridade
dessas pessoas sendo que os entrevistados em sua grande maioria, possuem ensino superior
completo e uma Pós-Graduação que ou está em andamento ou já foi concluída, totalizando
assim, 60% da amostra. Já os outros 40%, referem-se aos indivíduos que ainda não possuem
Ensino Superior Completo, e consequentemente estão vinculados a instituição na condição de
estagiários.
Assim vê-se que é importante o nível de qualificação das pessoas que estão ligadas
diretamente ao atendimento das mulheres, de forma que estas também devem passar por
processos de formação e esclarecimento com temáticas que estejam embasadas nas relações
de gênero e violência, para que seja evitada e abolida qualquer prática que possa ser
considerada discriminatória e contrária à legislação vigente (BRASIL, 2007).
Diante disso, cabe evidenciar o vínculo institucional que essas pessoas têm com o
Núcleo de Prática Jurídica do município de Cajazeiras-PB; a fim de entender melhor um
pouco da dinâmica institucional, assim cabe ratificar tendo como base o Regulamento do
Núcleo de Prática Jurídica da FAFIC (2010), que esta instituição ao passo que oferece estágio

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
interdisciplinar a graduandos dos cursos de Bacharelado em Ciências Jurídicas e Bacharelado
em Serviço Social, também presta atendimento sociojurídico a população de baixa renda.
Desta forma seu corpo administrativo é formado por funcionários (secretários e auxiliares de
serviço), professores e alunos (sendo os últimos na condição de estagiários) que executam os
atendimentos e coordenam as sessões de mediação e conciliação. Portanto, verifica-se que
40% dos entrevistados eram professores, 40% estagiários e 20% funcionários.
Neste sentido, após essa primeira parte, as questões contidas no roteiro de entrevista
semiestruturada, são direcionadas aos dados referentes à proposta de análise, havendo uma
delimitação mais específica em torno da percepção dos trabalhadores/estagiários acerca das
relações de gênero.
Com isso, foi necessário buscar conhecer inicialmente qual o entendimento destes
profissionais/estagiários acerca das relações de gênero, tendo em vista que estas se constituem
enquanto ponto estruturante na nossa forma de sociabilidade. Face a isso, o posicionamento
deles pode ser visto a partir das transcrições a seguir:

São relações enraizadas numa tradição machista, trazendo uma desigualdade


muito grande entre homens e mulheres. (Entrevistado nº 01)
Pode ser a relação de poder entre homens e mulheres que redundam em
construção de formas sociais a partir de diferenças sexuais. (Entrevistado nº
02)
Entendo que são relações sociais entre homens e mulheres de acordo com o
papel social exercido por cada um deles. (Entrevistado nº 03)

Neste sentido, percebe-se que apesar de haver um direcionamento das falas dos
entrevistados em afirmar que gênero é a relação de desigualdade existente entre homens e
mulheres, não há menção desta enquanto categoria que foi construída social e historicamente,
fator que deixa passar despercebido, de acordo com Saffioti (1987) a dimensão sociocultural,
tendo em vista que rigorosamente os seres humanos nascem machos e fêmeas, sendo apenas
através da educação que recebem que se tornam homens e mulheres; sendo essa identidade
social, algo que é socialmente construído, e não determinado pelo sexo biológico.
Após desvelar qual a percepção destes indivíduos acerca das relações gênero, faz-se
necessário conhecer o que eles entendem por desigualdade de gênero, tendo em vista que esta

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
acaba se tornando intrínseca a essa bipolarização entre o que é ser masculino e feminino. Com
isso, destaca-se que:

É a ausência de respeito a individualidade de cada pessoa através da


desigualdade de poder e desigualdade nas relações sociais. (Entrevistado nº
03)
A desigualdade de gênero, trata-se das várias formas de vulnerabilidade e
precariedade na qual as mulheres estão inseridas, seja no âmbito pessoal ou
profissional, e sobretudo humano. Culturalmente, as mulheres vivem em
torno de relações desiguais em comparação com o gênero masculino.
(Entrevistado nº 04)
É a desigualdade existente na nossa sociedade. (Entrevistado nº 05)

Vê-se, portanto que há uma conformidade por parte de alguns entrevistados em


entender essas desigualdades de maneira mais ampla, de forma mais geral, como sendo da
própria algo da dinâmica da sociedade, não fazendo relação desta com os sujeitos envolvidos
(homem e mulher).
Entretanto, diante dos relatos, alguns entrevistados também conseguem evidenciar em
sua fala que entendem as desigualdades de gênero como sendo decorrentes dos antagonismos
existentes entre homens e mulheres, ao passo que estas acabam ficando numa situação de
inferioridade. Assim, tendo como base Faria e Nobre (1997) é necessário que haja o
reconhecimento de que os papéis atribuídos as mulheres em relação ao dos homens, além de
serem diferentes, são também tidos como inferiores, sendo assim desvalorizados.
Tendo como pressuposto que esses profissionais/estagiários desempenham a função de
operadores do direito, faz-saber de acordo com sua percepção quais as principais demandas
ocasionadas pelas desigualdades de gênero que chegam ao NPJ. Assim vê-se a partir das
transcrições que estas se constituem enquanto:

As demandas que chegam ao NPJ estão relacionadas a solicitação de guarda,


pensão alimentícia e divórcio (muitas vezes com relatos de violência
doméstica). (Entrevistado nº 01)
Conflitos de família e violência doméstica. (Entrevistado nº 02)
Área relacionada ao direito de família. (Entrevistado nº 03)

Inicialmente é preciso esclarecer que o Núcleo de Prática Jurídica não pode


acompanhar casos na área penal, assim quando há, em meio ao atendimento de uma
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
determinada demanda, relatos da existência de situações de violência doméstica, a usuária é
encaminhada diretamente ao Ministério Público.
Há uma percepção de que as demandas que levam as mulheres a procurar o
sociojurídico, são ou estão relacionadas a conflitos de família, havendo assim a existência de
demandas que relacionam a mulher ao espaço doméstico, e que consequentemente reforçam
sua função de cuidadora do lar. Desta maneira, cabe ressaltar os apontamentos feitos por
Cortez e Souza (2008), afirmando que a violência contra a mulher é expressão máxima das
desigualdades de gênero, podendo assim, ser concretizada das mais variadas formas, seja por
meio da violação física, psicológica, sexual, social, patrimonial e a moral..
Segundo Carloto e Mariano (2010), o que há, é uma assimilação reificada e
naturalizada da associação quase que exclusiva da mulher ao âmbito doméstico, de forma que
recaem sobre ela todas as responsabilidades deste espaço. Este fator contribui para seu
cerceamento de liberdade de forma que acabam não sendo livres para exercer suas funções
neste meio, tendo em vista que a família é pautada em padrões patriarcais, fazendo com que
apesar de ser destinado a ela quase que intrinsecamente o papel de cuidadora do lar, não
haverá possibilidade dela ser detentora da total autonomia dentro deste ambiente.
Neste sentido, de acordo com a percepção dos funcionários/estagiários o que eles
destacam como sendo as principais formas de enfrentamento a essa situação de violação de
direitos da mulher. Para tanto, evidencia-se que estas podem ser:

Através das instituições que fazem parte da Rede de Atendimento a Mulher


em situação de violência, pois estas podem fornecer auxilio necessário
através de suas intervenções. (Entrevistado nº 01)
Assessoramento jurídico e social (Entrevistado nº 02)
Buscar auxilio da justiça, pois ela pode resolver esses conflitos.
(Entrevistado nº 05)

Com isso percebe-se, tendo como pressuposto as discussões de Borgianni (2013), que
há uma tendência a judicialização dos conflitos sociais (ou seja, das refrações da questão
social), e a consequente justiciabilidade dos direitos sociais, fazendo com que a solução
desses conflitos só seja perceptível por meio da utilização de mecanismos presentes no
judiciário. Porém, alguns relatos também evidenciam a importância do trabalho em rede, para
que haja uma efetiva viabilização do direito da mulher.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Desta forma, é necessário se pensar em possibilidades de resolução desses litígios que
não sejam pautadas apenas em ações do âmbito jurídico, tendo em vista que inúmeros casos
acabam por não chegar a essas instâncias devido a falta de informação da vítima acerca dos
serviços que lhe podem ser oferecidas quando elas estiverem inseridas nessa situação,
havendo ainda questões decisivas como o medo, a insegurança, a assimilação naturalizada de
que a violência que é sofrida é algo normal e imutável, dentre outras que faz com que nem
todos os casos de violações de direitos cheguem a essas instâncias para serem assim
solucionados.
Tendo em vista os aspectos observados, também se faz importante saber, de acordo
com o entendimento destes entrevistados a quem eles atribuem a situação de violação de
direitos na qual as usuárias do NPJ estão inseridas, de modo que podem ser verificadas as
seguintes respostas:

Questões sociais e culturais. (Entrevistado nº 02)


Atribuo a cultura machista, muitas pessoas são educadas no princípio de que
o homem deve sobrepor-se a mulher. Ainda o desrespeito para com a opção
sexual de cada indivíduo. (Entrevistado nº 03)
Acho que seja por algum desentendimento, ou por alguém que tenha violado
o direito dela. (Entrevistado nº 05)

Diante dos relatos, e do diálogo que foi traçado durante a entrevista, pode-se destacar
que apesar de haver na fala dos entrevistados, relatos referentes a “questões sociais e
culturais” e até mesmo a existência de uma “cultura machista”, eles não demostraram ter
maiores entendimentos acerca da influência da forma como é construída, de maneira desigual
e antagônica, para homens e mulheres, as relações sociais de gênero.
Portanto, não há uma associação realmente coerente e crítica no que se refere à
situação de violação/negação de direitos na qual a mulher está inserida e a consequente
influência do machismo e do patriarcado para a perpetuação dessa conjuntura, já que essas
concepções são fruto de uma construção social que pré-determina os papéis que são
entendidos enquanto sendo de homens e mulheres, fazendo com que os indivíduos sejam
educados de forma diferenciada (FARIA; NOBRE, 1997).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Desta forma, também é necessário entender o que seria necessário para que houvesse a
superação dessa situação de violação de direitos, sem que haja a judicialização destes
conflitos. Podendo ser analisadas as falas transcritas a seguir:

É preciso promover políticas públicas que venham possibilitar que a mulher


consiga superar essa situação, promovendo também a difusão de novos
valores que não sejam reprodutores de concepções machistas. (Entrevistado
nº 01)
Não tenho opinião formada a respeito. (Entrevistado nº 02)
Penso que o judiciário pode sim, resolver esses conflitos. (Entrevistado nº
04)

Face aos relatos dos entrevistados é possível perceber que alguns não vislumbram
meios alternativos de resolução dos conflitos, reforçando a percepção de Fragale e
Sciammarella (2014), quando afirmam que o jurídico acaba sendo um espaço hermético e até
mesmo refratário às reivindicações das mulheres, sendo assim, um mero reprodutor dos
arquétipos de discriminação que tendem a reforçar as desigualdades de gênero e a
consequente discriminação das mulheres, fazendo com que o Direito venha a se constituir
enquanto mero mecanismo de fixação de gênero. Porém, há também os que conseguem ver a
necessidade de promover meios que venham possibilitar o empoderamento da mulheres
através da execução de Políticas Públicas e também da construção de uma nova cultura que
não reproduza o patriarcado, o machismo e a heteronormatividade.
Desta forma, é importante saber como esses entrevistados analisam os serviços
prestados pelas demais instituições, do Município de Cajazeiras, que prestam serviços de
atendimento à mulher em situação de violação de direitos (como por exemplo a DEAM, o
CRAM, o CREAS, o Ministério Público e a Defensoria Pública). Entender essa percepção se
torna essencial para que haja uma compreensão acerca de como se dá o funcionamento da
Rede de Enfrentamento a Violência contra a Mulher. Com isso destaca-se as seguintes
transcrições:

Serviços jurídicos são deficitários; os demais não tenho conhecimento.


(Entrevistado nº 02)
Positivos. Mas sempre se pode melhorar o serviço de proteção,
esclarecimento e difusão da cultura do respeito aos seres. (Entrevistado nº
03)
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Acredito que ambas terminam corroborando para uma cultura patriarcal
dominante, quando os profissionais inseridos nas mesmas, se agregam a
questões políticas, tomando partido da classe dominante na tomada de
decisões quando negam, ou prolongam os atendimentos. (Entrevistado nº 04)

Vê-se ao fazermos a análise das falas dos entrevistados que apenas alguns possuem
um entendimento mais abrangente acerca de quais serviços compõem a Rede de
Enfrentamento a Violência contra a Mulher. Dessa forma, há também divergência no que se
refere ao entendimento de que as ações e intervenções feitas por esses serviços, em especial
os serviços jurídicos, tenham resultados satisfatórios ou não.
É preciso destacar conforme Fragale e Sciammarella (2014) que as respostas para os
casos de violação dos direitos das mulheres não se esgotam no Direito, já que diversas outras
áreas acabam sendo mobilizadas para intervir no tramite destes conflitos. Assim, é necessário
que haja a atuação articulada das instituições, dos serviços (sejam eles governamentais ou
não-governamentais) e da própria comunidade, para que sejam pensadas e efetivadas ações
que possibilitem o real empoderamento da mulher.
Diante disso, foi indagado aos entrevistados como eles avaliam a resolutividade das
demandas diante dos serviços prestados no NPJ. Sendo analisadas as seguintes transcrições:

Insatisfatória, pois o serviço do NPJ é de meio e não de fim. (Entrevistado nº


02)
Positivamente, vez que várias demandas tem sido solucionadas neste âmbito.
(Entrevistado nº 04).

Neste ponto, há uma divergência na resposta dos entrevistados tendo em vista que uma
parte afirma que há resolutividade dos conflitos no Núcleo de Prática Jurídica, enquanto outra
parte afirma o contrário. Desta forma, percebe-se que mesmo a instituição conseguindo
solucionar o conflito que lhe foi posto enquanto demanda, ela não conseguirá promover
grandes mudanças na situação de violação de direitos que é fruto das relações desiguais de
gênero, tendo em vista que mesmo sendo o conflito solucionado em âmbito jurídico, este
ainda vai ter diversas outras refrações decorrentes dessa situação, como por exemplo, as que
envolvem os aspectos sociais e psicológicos.
Neste sentido, a pesquisa é encerrada (neste primeiro momento) com um
questionamento aos entrevistados que buscou entender se eles, enquanto profissionais,
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
percebem que sua atuação pode contribuir para a desmistificação da cultura patriarcal de
dominação. Sendo expostas as respostas no gráfico a seguir:

Gráfico 01 – Representação da percepção dos profissionais acerca de sua contribuição a


desmistificação da cultura patriarcal de dominação

40%

SIM NÃO
60%

Fonte Primária: Núcleo de Prática Jurídica/Cajazeiras, 2015.

De acordo com o gráfico, 20% acharam que suas ações não contribuem para a
desmistificação da cultura patriarcal de dominação, e 60% dos entrevistados acreditam que
através de suas ações podem sim, auxiliar neste processo. Desta maneira, aos que
responderam de maneira afirmativa, foi indagado como eles acreditam que isso seja possível,
sendo visíveis seus posicionamentos na transcrição das falas a seguir;

Acredito que exercendo minha função com comprometimento ético,


tentando sempre viabilizar os direitos dos usuários e promovendo
esclarecimentos acerca dessas questões. (Entrevistado nº 01)
Através de campanhas de esclarecimentos e através do atendimento aos
clientes do NPJ ou do Centro de Mediação e Conciliação. (Entrevistado nº
03)
Apesar de atendermos aos clientes não vejo como eu posso contribuir com
isso para eles. (Entrevistado nº 05)

Assim, é preciso destacar conforme Borgianni (2013) que a atuação dos profissionais
na área sociojurídica não deve estar direcionada a culpabilização do indivíduo, nem a serviço
da vigilância ou de julgamentos morais. De forma que a atuação não se prenda a ações

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
meramente burocráticas ou atos burocratizantes, para que os “processos judiciais” tenham
resolução, sem que haja a real efetivação do direito dos usuários.
Para tanto é preciso evidenciar que fica a cargo desses profissionais atuar na mediação
dos conflitos que chegam até o espaço sociojurídico de forma que estes venham a concretizar
por meio de suas articulações as mediações necessárias a viabilização do direito das usuárias
que se encontram em situação de violência.
Com isso, Borgianni (2013), afirma que não há como escapar das demandas de ordem
ética e política que são postas para esses profissionais, de forma que estas devem ser
enfrentadas com criticidade, a partir de posturas que venham a estar comprometidas com a
igualdade de direitos para todos, evitando assim a judicialização da questão social.
Desta forma é preciso que esses profissionais se reconheçam enquanto detentores do
saber, de forma que a partir de suas ações eles venham a promover a articulação entre o que é
proposto e o que se efetiva, se desprendendo de pré-conceitos e estereótipos que lhe
direcionam a desenvolver ações minimalistas, reificadas e imediatistas, que não tem como
foco a real superação dessa situação de violação de direitos na qual as mulheres encontram-se
inseridas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta forma, o desvelamento crítico dessas relações desiguais de gênero por parte dos
profissionais que buscam viabilizar direitos no sociojurídico, se apresenta como algo
extremamente relevante, tendo em vista que irá possibilitar uma ruptura com os estereótipos e
padrões conservadores que pregam a inferioridade e a submissão da mulher ao homem.
Com relação a pesquisa, que foi direcionada a entrevista junto aos profissionais que
atuam diretamente no enfrentamento a essas demandas, decorrentes da categoria gênero que
chegam ao sociojurídico, verifica-se que há uma necessidade de que haja a abertura de mais
espaços de discussão e de capacitação, para que estes possam vir a entender melhor os
determinantes da categoria gênero, para que haja assim o desvelamento da realidade social, de
forma que sua intervenção seja pautada em ideias equânimes que contribuam para a superação
da situação de violação de direitos na qual a mulher está inserida, contribuindo assim como
processo de concretização do seu empoderamento.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Conforme a tabulação dos dados que foi apresentada na seção anterior verifica-se que
os profissionais detêm um conhecimento muito superficial e simplista acerca da categoria
gênero e consequentemente também acerca de seus impactos para a vida de homens e
mulheres. Desta forma, a intervenção frente as demandas acabam acontecendo de forma
minimalista, burocratizada e enviesada, tendo em vista que essas pessoas que atuam frente a
essa situação de direitos violados, não percebem sua intervenção enquanto algo que possa vir
a contribuir com a luta pelo empoderamento da mulher.
Neste sentido, diante dos resultados obtidos com a pesquisa verifica-se que houve
inúmeros avanços legais no que se refere ao enfrentamento a esse fenômeno, porém é
necessário que haja uma incorporação dessa legislação ao cotidiano de todos os serviços de
atendimento a mulher, de forma que haja uma ruptura com a padronização cultural que é pré-
estabelecida e que rege a rotina no âmbito judiciário e policial (BRASIL, 2007).
Desta forma, a rede de serviços não pode funcionar de maneira desarticulada e de
forma isolada, pois é essencial que se mantenha a integração entre as ações que são propostas
por todas a esferas, sejam elas de iniciativa municipal, federal, estadual ou até mesmo da
própria sociedade civil. Portanto,

Enfrentar a violência contra as mulheres não requer só uma percepção


multidimensional do fenômeno, como também a convicção de que para
superá-lo é preciso investir no desenvolvimento de políticas que acelerem a
redução das desigualdades entre homens e mulheres [...] o enfrentamento a
este fenômeno para além da punição aos que perpetuam a violência. O
grande desafio é colocar em prática ações que promovam o empoderamento
feminino, interfiram nos padrões machistas da sociedade, assegurem um
atendimento qualificado e humanizado às mulheres em situação de violência.
Enfim, iniciativas que garantam o acesso a todas as mulheres a seus direitos
nas mais variadas dimensões da vida social e que resultem em mudanças de
padrões culturais vigentes (BRASIL, 2007, p.07).

Portanto, é preciso envolver toda a sociedade na busca por possíveis soluções que
venham a conseguir superar essa situação de violência na qual as mulheres estão inseridas,
devido as desigualdades decorrentes das relações de gênero, sendo de suma importância o
planejamento, a elaboração e a aplicação de medidas educativas e preventivas que venham a
modificar comportamentos e padrões de cultura machistas e patriarcais.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
REFERÊNCIAS

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Tradução: Sérgio Miliet. 2.ed – Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2009. 2v.

BORDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. 2-Ed.
160p.

BORGIANNI, Elisabete. Para entender o Serviço Social na área sociojurídica. Serv. Soc.
Soc. [online]. 2013, n.115. ISSN 0101-6628.

BRASIL. Revista CREAS: Centro de Referência Especializado de Assistência Social.


Ano 2, n. 1, 2008. – Brasília: MDS, 2008.

_______. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006.

_______. Lei nº 13.104, de 09 de março de 2015.

_______. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Plano Nacional


de Políticas para as Mulheres. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2013.

_______. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Enfrentamento à violência


contra a mulher. Brasília, 2007.

CABRAL, Francisco; DÍAZ, Margarita. Relações de gênero. In: SECRETARIA


MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE BELO HORIZONTE; FUNDAÇÃO ODEBRECHT.
Cadernos afetividade e sexualidade na educação: um novo olhar. Belo Horizonte: Gráfica e
Editora Rona Ltda, 1998. p. 142-150.

CASTILLO, Márcia; OLIVEIRA, Suely de. (Orgs.) Marcadas a Ferro. Brasília: Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres, 2005. 260p.

CARLOTO, Cássia Maria; MARIANO, Silvana Aparecida. No meio do caminho entre o


privado e o público: um debate sobre o papel das mulheres na política de assistência
social. Estudos Feministas, Florianópolis, 18 (2): 352, maio-agosto/2010.

CORTEZ, Mirian Béccheri; SOUZA, Lídio de. Mulheres (in)Subordinadas: o


Empoderamento Feminino e suas Repercussões nas Ocorrências de Violência Conjugal.
Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, 2008, Vol. 24 n. 2, pp. 171-180

FARIA, Nalu; NOBRE, Miriam. Gênero e desigualdade. São Paulo: SOF, 1997. 52p.
(Coleção Cadernos Sempreviva).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FRAGALE, Roberto Filho; SCIAMMARELLA, Ana Paula. (Des)Constituindo Gênero no
Poder Judiciário. IX Encontro da ABCP – Paper. Brasília-DF, 2014.

GIL, Antônio Carlos. Método e Pesquisa em Serviço Social. São Paulo: Atlas, 2007.

MADEIRA, M. Z. A.; MOTA, M. D. B. . FEMININO E FEMINICIDIO: Estudos sobre


relações de gênero, violência, feminilidade e cultura. 1. ed. Fortaleza: Expressão Gráfica
Editora, 2010. v. 01. 148 p.

MARIANO, Silvana Aparecida; CARLOTO, Cássia Maria. Gênero e Combate à Pobreza:


Programa Bolsa Família. Estudos Feministas, Florianópolis, 17 (3): 312, setembro-
dezembro/2009.

NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA. Regulamento do Núcleo de Prática Jurídica.


Cajazeiras, 2010.

______________________________. Projeto Interdisciplinar de Estágio Supervisionado


em Serviço Social no NPJ da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras/PB.
Cajazeiras, 2013.

PASINATO, Wânia. Delegacias de Defesa da Mulher e Juizados Especiais Criminais:


mulheres, violência e acesso à justiça. XXVIII Encontro da Associação Nacional de Pós
Graduação em Ciências Sociais – ANPOCS. Caxambu, Minas Gerais, 26 a 28 de outubro de
2004.

PATEMAN, Carole. O contrato sexual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

PORTO, Madge; COSTA, Francisco Pereira. Lei Maria da Penha: as representações do


judiciário sobre a violência contra as mulheres. Estudos de Psicologia. Campinas –
outubro/dezembro, 2010.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Método e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2004. (Coleção Brasil Urgente).

______________________________. Já se mete a colher em briga de marido e mulher.


São Paulo: Perspectiva, 1999.

______________________________. O poder do macho. São Paulo: Moderna, 1987


(Coleção Polêmica).
______________________________. Ontogênese e Filogênese do gênero: ordem patriarcal
de gênero e violência masculina contra mulheres. Série Estudos e Ensaios -
Ciências Sociais. FLACSO – 2009.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Tradução: Christiane
Rufino Dabat e Maria Betânia Ávila. New York: Columbia University Press, 1990.

SOARES, Suamy Rafaely. “Feminização da pobreza”: algumas reflexões sobre o


empobrecimento das mulheres. 2010. 19f. Trabalho final da disciplina Questão Social
(Mestrado em Serviço Social) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A política neoliberal e suas implicações na efetivação do projeto ético político do serviço
social

ANDRADE, Liliane Gomes de Abrantes60


FERREIRA, Vannessa Karla Lima61
COSTA, Cibelly Michalane Oliveira dos Santos62

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo central analisar as incidências e os efeitos
deletérios da política neoliberal na efetivação do projeto ético-político do Serviço Social
(PEPSS) brasileiro na cena contemporânea. Problematizando de forma crítica, a
inviabilização da consolidação e implementação do projeto profissional, em decorrência da
vigência da política neoliberal, tendo em vista que a política neoliberal firma compromisso
com o projeto antidemocrático do capital, enquanto o PEPSS firma um compromisso com a
classe trabalhadora, assumindo uma postura eminentemente contrária ao projeto societário
hegemônico neoliberal, o que dificulta a operacionalização e materialização do referido
projeto nos diferentes espaços sócio ocupacionais. Para contemplar os objetivos da discussão
proposta, foi realizada pesquisa de caráter exploratório, cujo método centra-se na teoria social
crítica.

PALAVRAS-CHAVE: Projeto Profissional. Neoliberalismo. Serviço Social.

ABSTRACT: The Present Work is to analyze how central Incidencias and Deleterious effects
of neoliberal policy in the realization of the ethical project-political the Brazilian Social
Service (PEPSS) in the contemporary scene. Questioning Critical way, the impracticability of
Consolidation and Professional Project Implementation , due to the validity of the neoliberal
policy , Given That the neoliberal firm policy commitment to the anti-democratic project to
capital , while the PEPSS firm hum commitment to the working class, assuming a posture
essentially contradicts the corporate neoliberal hegemonic project, What hinders the
implementation and realization of the said Project. Different spaces occupational Partner . To
address the objectives of the proposal Discussion was held exploratory character, whose
method focuses If the Theory Social criticism.

KEYWORDS: Professional Project. Neoliberalism.Social service.

60
Graduanda do 6° período do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Campina Grande-
UFCG/CCJS, gomesufcg@hotmail.com.
61
Graduanda do 6° período do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Campina Grande-UFCG/
CCJS, vannessakrla@hotmail.com.
62
Profª do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Campina Grande UFCG/CCJS - Mestra em
Serviço Social, cimichalane@hotmail.com.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
INTRODUÇÃO

A presente análise se propõe a abordar e refletir às incidências e rebatimentos da


política neoliberal vigente na contemporaneidade e seus significativos reflexos na
operacionalização restrita do projeto ético político do Serviço Social.
Inicialmente, trataremos de enfatizar a resposta do capital inserido em um cenário de
crise, apontando inúmeras ameaças no que concerne ao seu desenvolvimento e progressão,
onde se constitui a ofensiva neoliberal como forma do capital reestruturar-se, pautando-se em
três prerrogativas fundamentais: a ofensiva contra o trabalho e suas formas de organização e
luta, a reestruturação produtiva e a contra reforma do Estado. Em seguida, abordamos o
contexto em que fora criado o Projeto Ético Político do Serviço Social (PEPSS), quevinha
sendo aperfeiçoado de forma paulatina, em consonância com as mudanças no âmbito
profissional e social. O PEPSS emergiu na segunda metade da década de 70, obteve avanços
significativos posteriormente, consolidando-se em 1990, porém não de forma absoluta, devido
à invasão neoconservadora no cerne do Serviço Social.
À vista disso, as políticas neoliberais imprimem fortes tensões para a sociedade no
tocante a perspectiva de direitos, culminando na omissão do papel do Estado e na
inviabilização do projeto profissional de Serviço Social no seio da atual conjuntura, conforme
discutiremos a seguir.

MÉTODO

Para elaboração do referido estudo utilizou-se o método de analise histórico critico


dialético, por entender que este subsidia uma apreensão concreta do real, anulando apreensões
imediatistas ou restrições analíticas e generalizadas. Ademais, tais discussões foram pautadas
numa pesquisa de caráter bibliográfico, recorrendo a artigos, livros e textos avulsos, na perspectiva de
propiciar uma compreensão concreta sobre a temática abordada.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Com a crise do socialismo (MONTAÑO, DURIGUETO, 2011) as organizações
anticapitalistas desarticularam-se, enfraquecendo suas bandeiras de lutas, sendo elas: partidos
comunistas, organizações sindicais e operárias e movimentos sociais. Tal crise socialista
desencadeou no fortalecimento do modo de produção capitalista, tal qual promoveu um leque
de espoliações aos direitos conquistados pela classe trabalhadora.
Cabe sinalizar que tal sistema também sofre crises cíclicas, estas por sua vez, são
interessantes para o seu fortalecimento, porém tem efeitos deletérios para a classe
trabalhadora, já que é nesta que rebatem os impactos decorrentes da necessidade de
reestruturação do capitalismo. Submerso em um contexto de crise o capital utiliza dois
aspectos centrais para se sobressair da crise, garantindo o nível da sua lucratividade, isto é, o
desemprego em massa que acomete os milhares de trabalhadores, além da intensa exploração
daqueles que se mantêm inseridos no mercado de trabalho.
A crise do capital emerge nos anos 70, trata-se de uma crise mundial e estrutural. O
capital tinha sua base de produção pautada no regime fordista/ keynesiano, este consiste
(BEHRING, 2009) em uma produção em massa, voltada para um consumo em massa, além
disso, o Estado intervia em vários âmbitos sociais: na promoção de políticas expansivas, na
garantia de serviços públicos, na redistribuição de rendas por meio das prestações sociais na
forma de direitos, etc. a fim de garantir a rentabilidade do Capital, e promover a estabilidade
no emprego, e, portanto, no consumo em massa.
O neoliberalismo descobre os efeitos perigosos do WelfareState (Estado de bem-estar
Social) sendo estes a desmotivação dos trabalhadores, a baixa produtividade e o excesso de
expectativas. De modo que, o projeto neoliberal almejava um mercado livre, isto é defendia a
vigência de um Estado mini max, mínimo para o social e máximo para o Capital, seja de
forma direta, através da distribuição de verbas, seja de forma indireta por meio do
sucateamento dos serviços públicos, incentivando a população a buscar atendimento com
relativa qualidade no setor privado e, portanto no terceiro setor.
Na medida em que a crise emerge, o Capital financeiro tenta reestruturar-se, a fim de
enfrentar a crise. Nesse contexto, o capital e o Estado (MONTAÑO, DURIGUETO, 2011)
tentam driblar a crise por meio de mecanismos econômicos e extras econômicos, que se
baseiam no rompimento com o pacto keynesiano. O modelo fordista-keynesiano é substituído

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
por uma nova estratégia hegemônica, isto é, o toyotismo63, este por sua vez emerge associado
ao neoliberalismo e se mantêm em vigência até os dias que transcorrem. Nesse cenário, o
regime neoliberal, tem por objetivo anular as conquistas e avanços obtidos pelos trabalhadores
e permitir a superexploração do trabalhador por meio de um regime de acumulação flexível: a
ofensiva neoliberal, aonde o capital vai se reerguer para atender as demandas do mercado,
nesse contexto as correlações de forças sociais tornam-se mais intensas e os direitos da classe
trabalhadora são cada vez mais usurpados e espoliados.
Ademais e apesar de serem dois projetos distintos, tanto o pacto keynesiano, quanto o
neoliberalismo, constituem estratégias e/ou mecanismos do capital para ampliar a acumulação
capitalista.
A crise capitalista culmina num processo intenso de reestruturação produtiva, no
momento em que o capital procura reestruturar-se, através de mecanismos para garantir o seu
apogeu. Tais mecanismos neoliberais desdobram-se em três segmentos: a ofensiva contra o
trabalho e suas formas de organização e luta (a marginalização dos movimentos da classe
trabalhadora), a reestruturação produtiva e a contra reforma do Estado, são respostas
articuladas do capital frente à crise, ou seja, são componentes que constituem uma nova
estratégia dominante, agora sob o comando do capital financeiro.
O capital financeiro tem por objetivo criar áreas para suprir lucros fora do âmbito da
superexploração e do consumo, por meio da privatização de empresas estatais, da
centralização do capital via domínio dos monopólios do mercado e da redução e retração dos
custos de produção para o capital com o trabalho através das subcontratações, retirando o
trabalhador da formalidade e legalidade no âmbito do trabalho, pois, através do trabalho
informal o capital dispõe do trabalhador de acordo com suas necessidades e interesses,
deixando o mesmo sem estabilidade e garantias trabalhistas, tornando-o preza fácil das
precarizações salariais e trabalhistas impostas pelo sistema, o que acarreta o esfacelamento
dos movimentos organizativos da classe trabalhadora.

63
“O sistema toyotista de organização tinha como fundamento uma metodologia de produção e de
entrega mais rápidas e precisas que os demais, associada justamente à manutenção de uma empresa “enxuta” e
“flexível”. Isso era obtido pela focalização no produto principal - gerando desverticalização e subcontratação de
empresas que passavam a desenvolver e a fornecer produtos e atividades -, com utilização de uma força de
trabalho polivalente - agregando em cada trabalhador atividades de execução, controle de qualidade,
manutenção, limpeza, operação de vários equipamentos simultaneamente dentre outras responsabilidades”
(PINTO, 2007, p.53).
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A partir dos anos de 1990, ocorreram mudanças significativas na sociedade,
delineadas pelo modo de produção capitalista através da ofensiva neoliberal, posto que, o
neoliberalismo é um conjunto de estratégias do capital, com o intuito de manter o status quo.
Nesse sentido, se tem uma marginalização da “questão social” que volta a ser tratada
como caso de polícia, concomitantemente, os movimentos sociais são amortecidos e
enfraquecidos através da lógica neoliberal, que constrói ferramentas contra o poder sindical e
revolucionário da classe trabalhadora, como a fragmentação dos movimentos sociais, de
diversas maneiras, seja através da cooptação de líderes sindicais, ou através da manipulação
da opinião pública, via manipulações ideológicas advindas das empresas de jornalismo (meios
de comunicação de marketing), os quais descaracterizam as lutas dos trabalhadores.

Os arautos do neoliberalismo desencadearam inúmeras estratégias ideológicas e


culturais, tendo a mídia, especialmente a TV, como instrumento decisivo de
constituição de hegemonia. Tais estratégias, combinadas aos processos
anteriormente sinalizados, têm sido bastante eficazes para garantir o consentimento e
a legitimação dessas políticas por parte de amplos segmentos e evitar uma
radicalização da luta de classes (BEHRING, 2009, p.78).

A partir da reestruturação produtiva e a transnacionalização do capital, é necessária à


implantação do toyotismo como um novo padrão produtivo e flexível, capaz de atender as
novas exigências do capitalismo em “crise”. Dessa forma, o trabalhador passa a ser
polivalente e multifuncional para beneficiar a acumulação capitalista, causando a
competividade profissional, aumento do exército de reserva, ampliação das exigências da
classe trabalhadora e a diminuição de seus direitos, bem como, o desemprego estrutural, a
precarização do trabalho, a superexploração do trabalhador.
Nesse cenário de crise o Estado anula-se enquanto “regulador”, flexibilizando as leis,
de maneira a cercear os direitos da classe trabalhadora, ampliando as desigualdades nos
acordos legais entre trabalhadores e empresas. Além disso, o Estado utiliza-se de uma pseudo
crise para justificar suas medidas contencionistas e espoliadoras, erodindo a “reforma estatal”.
A reforma Estatal está intrinsecamente ligada à política neoliberal que objetiva
reestruturar o papel do Estado, com o intuito de promover o desenvolvimento do modo de
produção capitalista em todas as suas fases, liberar os mercados e, impor à sociedade o regime
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
neoliberal, assegurando, dentre outros aspectos, a necessidade do Superávit primário 64,
todavia, o que se percebe é a sonegação dos direitos trabalhistas e sociais, configurando um
processo de contra reforma-Estatal. Tal processo fundamenta-se na conjuntura de crise do
capital e no ideário neoliberal e centraliza-se na reestruturação produtiva, que se configura
como uma nova estratégia do capital para impedir qualquer possibilidade de emersão do
welfarestate.

O neoliberalismo, contudo, descobre os “perigosos efeitos” do WelfareState. São


eles: a desmotivação dos trabalhadores, a concorrência desleal (porque protegida), a
baixa produtividade, a burocratização, a sobrecarga de demandas, o excesso de
expectativas. E a conclusão neoliberal é: mais mercado livre e menos Estado social,
a partir de final dos anos 70 quando assumem governos claramente identificados
com a programática conservadora (BEHRING, 2009, p. 72).

A falaciosa e pseudo crise disseminada socialmente pelo Estado centra-se na


necessidade de imprimir ideologicamente na sociedade a idéia de que na medida em que o
estado atende as necessidades sociais, ele enfraquece economicamente, o que impossibilita
sua capacidade interventiva, imobilizando-o, implicando na precarização estatal. Em contra
partida o Estado passa a garantir condições para investimentos estrangeiros que incluem a
segurança das instituições, a infraestrutura, a privatização e a desnacionalização de empresas
públicas, redução dos gastos públicos, a desregulamentação das relações de trabalho e a
desregulação do capital financeiro.
Na tentativa de orientar esse processo (MONTAÑO, DURIGUETO, 2011)
principalmente nos países latino-americanos no ano de 1989, realizou-se uma reunião em
Washington entre os organismos de financiamento internacional (FMI, BIRD, Banco
Mundial, funcionários do governo americano e economistas e governantes latino-americanos)

64
Superávit primário é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com
pagamento de juros. (http://www12.senado.leg.br/noticias/entenda-o-assunto/superavit).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
para avaliar reformas econômicas da América Latina, o que ficou conhecido como Consenso
de Washington65.
A “cultura da crise” (BEHRING, 2009) é um instrumento ideológico primordial para a
legitimação da contra-reforma do Estado e das políticas regressivas neoliberais, isto é, quanto
mais essa idéia de crise for difundida em meio a sociedade mais apoio da classe trabalhadora
haverá, bem como, o corte nos gastos públicos. O eixo central do convencimento é que há
uma ordem a qual todos devem se integrar, pois é inevitável se adaptar, além disso, todas as
classes devem lutar juntas para promover o ajuste.
Em suma, quando o capital entra em crise ele rompe com o pacto fordista/keynesiano,
adotando o toyotismo associado ao neoliberalismo que tem como objetivo base a retração do
Estado no tocante às suas responsabilidades. Nesse sentido, a democracia se vê ameaçada,
pois a política estatal é transferida, de forma considerável, para a política empresarial,
gerando a mercadorização dos serviços que deveriam ser eminentemente público.
Os efeitos mais plausíveis da crise econômica do capital no Brasil emergiu na década
de 90, período em que o Serviço Social vivenciava o processo de renovação da profissão,
mais especificamente o momento de vigência da perspectiva de intenção de ruptura, que
inaugurou um processo de recusa ao tradicionalismo e ao conservadorismo existente na
profissão, bem como passou a ser construído o projeto ético politico do serviço social
(PEPSS) com o intuído de promover a eclosão de um novo perfil profissional, isto é, construir
a profissão sobre novas bases.Tal projeto caracteriza-se pelo seu comprometimento com a
classe trabalhadora, diferentemente de outros projetos, que objetivam a busca por interesses
corporativistas.
Destarte, na década de 1980 onde a profissão estará vivenciando a Reforma Curricular
que tal projeto fora construído, especificamente, a partir do III Congresso Brasileiro de
Assistência Social (CBAS), realizado no ano de 1979 em São Paulo, onde de forma
organizada, uma vanguarda profissional virou uma página na história do Serviço Social
brasileiro ao destituir a mesa de abertura composta por nomes oficiais de ditadura, trocando-a

65
O Consenso de Washington, em 1989, foi uma reunião em que se adotou um conjunto de medidas
para os países de economia periférica/dependente para promover o desenvolvimento do modo de produção
capitalista. Este, por sua vez, baseia-se em dez premissas: disciplina fiscal, redução dos gastos públicos, reforma
tributária, juros de mercado, regime cambial de mercado, abertura comercial, eliminação de controle sobre o
investimento estrangeiro, privatização, desregulamentação de leis trabalhistas e institucionalização da
propriedade intelectual (MONTAÑO, DURIGUETO, 2011).
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
por nomes advindos do movimento dos trabalhadores. Tal congresso ficou conhecido como
“Congresso da Virada”. Cabe ressaltar, que o avanço do PEPSS em 1980 foi impulsionado
pela construção do Código de ética de 1986, tratou-se da primeira tentativa de tradução
legítima e legal através do órgão de fiscalização fiscal profissional, o CFAS (Conselho
Federal de Assistência Social) hoje conhecido por CFESS (Conselho Federal de Serviço
Social), da inversão ético-política do Serviço Social brasileiro, vinculando seus compromissos
aos da classe trabalhadora. Tal código parecia uma carta de princípios e compromissos
ideopolíticos, mas que deixava claro o que os profissionais de Serviço Social defendiam.
Ainda nos anos de 1980 o projeto profissional de Serviço Social alcançou significativos
avanços, no que se refere a produção teórica, propiciando saltos qualitativos e quantitativos,
pois abordava temas fundamentais ao processo de renovação, como: metodologia, políticas
sociais e movimentos sociais.
Na década subsequente, isto é, nos anos de 1990 ocorre a ampliação dos debates
acerca do projeto, bem como ocorrerá à maturação teórica da profissão, ou seja, a construção
de teorias críticas para que seja possível comportar as novas demandas advindas da sociedade.
Alguns fatores foram imprescindíveis para a hegemonia do projeto profissional do
Serviço Social, isto é, A vontade político organizativa dos profissionais de Serviço Social, isto
é, a busca da categoria profissional em compreender a dimensão política expressa na
sociedade e deliberarem o seu papel profissional dentro desta sociedade perpassada por uma
série de correlações de forças, contradições e antagonismos.
Vale enfatizar que no limiar do processo de construção e maturação do PEP, entra no
cenário conjuntural contemporâneo aos anos de 199066 a política neoliberal que traz como
premissa básica e fundamental a retração do papel do Estado no tocante as suas
responsabilidades via políticas públicas, trazendo fortes rebatimentos para aoperacionalização
e efetivação do projeto supracitado.
O projeto profissional do Serviço Social se expressa através de dois aspectos, o
primeiro deles é composto por componentes imperativos, que diz respeito aos componentes
obrigatórios para aqueles que exercem a profissão, como a formação acadêmica, pautadas nas
diretrizes curriculares do MEC, inscrição no CRESS/CFESS. Já o segundo aspecto, designado

66
Além disso, nessa mesma década é expressa a maturidade profissional através dos centros de formação que
ampliou a produção de conhecimento, ainda nesta época tem-se a maturidade político-organizativa da categoria
através de suas entidades e de seus fóruns deliberativos.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
indicativo, corresponde aos componentes em que não há consenso que garanta o seu
cumprimento, ou seja, dependem das condições subjetivas do profissional, como por
exemplo, a postura profissional, forma de intervenção etc.
O Projeto Ético Político do Serviço Social é formado pela Lei de Regulamentação
8662/93, Código de Ética 273/93 e Diretrizes Curriculares 1996 aprovadas nos anos 2000
pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC).

“[...] desde a década de 1980, vem sendo coletivamente construído pela categoria
dos assistentes sociais. Projeto profissional comprometido com a defesa dos direitos
sociais, da cidadania, da esfera pública no horizonte da ampliação progressiva da
democratização da política e da economia na sociedade. Projeto político profissional
que se materializou no Código de Ética do Assistente Social, na Lei de
Regulamentação da Profissão de Serviço Social (Lei 8662/93), ambas em 1993,
assim como na nova proposta de Diretrizes para o Curso de Serviço Social da
Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social - ABESS [hoje ABEPSS] - de
1996, que redimensiona a formação profissional para fazer frente a esse novo
cenário Histórico.” (IAMAMOTO, 2001).

O Projeto Ético Político do Serviço Social caracteriza-se por três dimensões: dimensão
da produção de conhecimentos no interior do Serviço Social; dimensão política-organizativa
da profissão; e dimensão jurídico-política. A primeira delas tem como preceito a proximidade
com as tendências teórico-críticas do pensamento social, propondo o rompimento com
posturas e conhecimentos conservadores no Serviço Social, que impõe a manutenção do status
quo. Já a segunda dimensão mencionada se caracteriza pela capacidade do profissional de
compreender a realidade e se posicionar criticamente sobre essa realidade, bem como, a
capacidade de se organizar politicamente dentro dessa sociedade. Esta dimensão é
representada pelos fóruns de deliberação e pelas entidades representativas da profissão, que
são: CFESS/CRESS, ABEPSS, ENESSO/MESS (CA‟S e DA‟S), FENAS. Quanto à terceira
dimensão, esta é constituída por um conjunto de leis, resoluções, documentos e textos
consagrados na profissão.
As referências éticas do projeto ético político do Serviço Social não se limitam a
normas morais e/ou receitas de direitos e deveres, envolvem as opções teóricas, técnicas,
políticas e jurídicas para o exercício profissional.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
À vista disso, o PEP tem como pressupostos básicos o princípio de que o Serviço
Social está inserido na divisão sócio-técnica do trabalho, tendo como objeto de trabalho as
mais variadas refrações da questão social, apontando a liberdade como valor ético central
dando prioridade ao compromisso com a autonomia, a emancipação e a expansão dos
indivíduos sociais. Ademais, enfatiza a construção de uma nova ordem social sem opressão,
exploração de classe, gênero e etnia, fundamentando-se no princípio da equidade e justiça
social, propondo a defesa ininterrupta dos direitos humanos e sociais, denunciando qualquer
forma de arbitrariedade e violação a estes.
Por conseguinte, haja vista a conjuntura atual, a qual vem sendo marcada pela política
de cunho neoliberal, destaca que o PEP vem sofrendo fortes ameaças para a sua efetiva
implementação, em razão dos intensos impactos advindos do neoliberalismo e seus
desdobramentos de precarização e restrição referente à garantia dos direitos civis, sociais e
políticos.
Somado ao contexto de precarização imposto pelo neoliberalismo, o Serviço Social
ainda se depara com o retorno do conservadorismo na profissão, que segundo Netto (2007)
seria o neoconservadorismo tanto teórico, quanto prático, ambos trazendo preocupantes
abordagens para o Serviço Social crítico, pois demonstra uma grande defasagem para
compreender as peculiaridades que atravessam a realidade e a própria profissão e, por essa
razão, apresenta fortes contrariedades para se firmar diante de uma sociedade delineada pelas
amarras do modo de produção capitalista e aguçada pela política neoliberal. Dessa forma,
assiste-se a apatia sócio profissional, que partilha com a manutenção da ordem, culminando
no desenvolvimento de posturas interessantes e úteis à sociabilidade capitalista.
Todavia, é imprescindível que os assistente sociais utilizem na sua prática profissional
a perspectiva mediadora, no intuito de intervir na realidade contraditória expressa na
contemporaneidade. Nessa perspectiva, o profissional deve investir constantemente nas
condições subjetivas, no seu enriquecimento teórico-metodológico, ético-político e técnico-
operativo, para articular e desenvolver mediações em meio às contradições existentes no seio
da sociedade e, consequentemente, aprimorar a sua intervenção profissional nos diferentes
espaços sócio ocupacionais em que estes profissionais estão inseridos, além de contribuir para
uma melhor apreensão da realidade em sua concreticidade.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONCLUSÃO

Conforme discutido no decorrer deste trabalho, o PEPSS é fruto dos avanços do


processo de renovação da profissão. Contudo, apesar das inúmeras conquistas ao logo referido
processo, o projeto em tela sofre ameaças que surgem a partir do desenvolvimento da política
neoliberal, que se expressa na retração do Estado no tocante a execução das políticas públicas,
culminando no desmonte destas e, consequentemente, na retirada de direitos
constitucionalmente garantidos, culminando no agudizamento da questão social, a qual se
configura como a matéria prima de trabalho dos/as assistentes sociais.
Dessa forma, o projeto neoliberal expressa uma grande ameaça à implementação do
projeto ético político do Serviço Social, pois estes defendem interesses divergentes, isto é, o
neoliberalismo firma um compromisso com o projeto antidemocrático do capital e o projeto
profissional do Serviço Social, por sua vez, é comprometido com a defesa intransigente dos
direitos humanos, na busca da construção de uma sociedade democrática, igualitária e justa.
Em face ao exposto, entende-se que o PEPSS é bastante otimista, posto que, está
inserido no seio de uma sociedade, eminentemente, capitalista marcada pela política
neoliberal que intensifica as expressões da “questão social”, além de dificultar o surgimento
de uma sociedade baseada na equidade e justiça social - como propõe e defende o projeto
profissional do Serviço Social - fragilizando a materialização do PEPSS no exercício
profissional dos/as assistentes sociais, em decorrência dos efeitos deletérios instituídos pelo
neoliberalismo e, portanto, pelo capitalismo que se nutre a partir das desigualdades sociais, da
espoliação dos/as trabalhadores/as, da extração da mais valia e do cerceamento dos direitos
civis, sociais e políticos da classe trabalhadora.
Destarte, reiterando as palavras de Netto (2008), para o projeto ser materializado no
exercício profissional é imprescindível o comprometimento da categoria com a competência
intrínseca ao constante aperfeiçoamento intelectual, tal qual só é possível a partir de uma
formação acadêmica pautada em referenciais teóricos-metodológicos e críticos, capazes de
propiciar a apreensão concreta do real.

REFERÊNCIAS

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
BEHRING. Elaine Rossetti. As novas configurações do estado e da sociedade civil no
contexto da crise do capital. In: Serviço Social, direitos sociais e competências profissionais.
Brasília. 2009.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. São Paulo: Cortez, 2001.

NETTO, José, Paulo. A construção do Projeto Ético político do Serviço Social. IN: Serviço
Social e Saúde. 3ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília/Distrito Federal: OPAS, OMS. Ministério
da Saúde, 2008.

-------------------. Das Ameaças à Crise. In: Revista INSCRITA. CFESS. Brasília, 2007.

____________. Notas sobre o projeto ético-político do Serviço Social. In CRESS 7 a.

Região. Assistente Social: ética e direitos. Rio de Janeiro: CRESS/7 a. Região, 2005.

MONTAÑO, Carlos; DURIGUETTO, Maria Lucia. Classe Social, consciência de classe e


lutas de classes. In: Estado, Classe e Movimento Social, 3ªed. São Paulo: Cortez, 2011.

PINTO, Geraldo Augusto. A organização do trabalho no século 20: taylorismo, fordismo e


toyotismo - 1. Ed. São Paulo: Expressão Popular, 2007.

Superávit primário. Disponível em:<http://www12.senado.leg.br/noticias/entenda-o-


assunto/superavit >. Acesso em: 01 de março de 2016.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A Seguridade Social brasileira no contexto da contrarreforma do Estado

Idianne de Souza Lacerda *


Luana Gonçalves de Carvalho **
Gabriele Batista Dos Santos***
Mayewe Elyênia Alves dos Santos****

Resumo: Refletir sobre as possibilidades de desenvolvimento da Seguridade Social no Brasil


é um exercício legítimo e necessário para a categoria profissional. A seguridade social surge
através do reconhecimento de riscos no trabalho, estende-se logo após a segunda guerra
mundial, para promover a proteção social de todos os trabalhadores, mas são implantados
apenas para aqueles que não têm possibilidade de trabalharem. No atual cenário de
contrarreforma, a seguridade social brasileira é tensionada, sofrendo, assim, um processo de
privatização das políticas de saúde e de previdência, ao passo que se expande a Assistência
Social, com destaque para os programas de transferência de renda.

Palavras-chave: Seguridade Social. Contrarreforma. Transformações societárias.

Abstract: Reflect on Social Security development opportunities in Brazil is a legitimate and


necessary exercise for the professional category. Social security arises through the recognition
of risks at work, extends just after the Second World War to promote social protection for all
workers, but are deployed only to those who are unable to work. In the present scenario of
contrarreforma, the Brazilian social security is tensioned, suffering thus a process of
privatization of health and welfare policies, while expanding social assistance, especially the
income transfer programs.

Keyword: Social Security. Counter Reformation. Corporate transformations

Introdução

*
Graduanda do curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras (FAFIC). i_diane@hotmail.com.
**
Graduanda do curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras (FAFIC). luannadcarvalho21@hotmail.com.
***
Graduanda do curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras (FAFIC). gabi.batista0170@gmail.com.
****
Mestre em Serviço Social pela UEPB. Docente da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras
(FAFIC). mayewe_pb@hotmail.com

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O presente artigo é reflexo de discussões em sala de aula e tem o objetivo de discutir a
Seguridade Social brasileira no contexto da contrarreforma, a qual é reconhecida no Brasil e
em alguns países como um sistema de proteção social que aborda um conjunto de políticas
sociais: previdência, saúde e assistência social.
Para entender a seguridade social é imprescindível compreender sua configuração e
delimitar os benefícios ou políticas que integram; a precisão conceitual da seguridade social
requer a superação das análises fragmentadas ou parcializadas das políticas que a compõem, a
compreensão de suas propriedades internas e o estabelecimento de suas implicações na
conformação do Estado social. Nesse sentido, os sistemas de proteção social são referenciados
por princípios da denominada seguridade salarial, ocasião em que o mundo capitalista
inflexiona seu padrão de acumulação dominante, para enfrentar uma crise de dimensão global.
(BOSCHETTI, 2007).
A configuração de padrões universalistas e redistributivos de proteção social estão
sendo tensionados pelas estratégicas da lógica capitalista na contemporaneidade, limitando as
possibilidades preventivas em função da privatização, focalização e a descentralização.
Nesse sentido, este artigo possibilita reflexões para a categorial profissional,
viabilizando uma abordagem crítica diante da referente problemática da Seguridade Social.

Material e Métodos

O presente artigo tem como orientação metodológica o método crítico-dialético, que


nos permite ultrapassar a aparência fenomênica das coisas, o que Kosik (2010) chama de
“pseudoconcreticidade”.

O mundo da pseudoconcreticidade é um claro-escuro de verdade e


engano. O seu elemento próprio é o duplo sentido. O fenômeno indica
a essência e, ao mesmo tempo, a esconde. A essência se manifesta no
fenômeno, mas só de inadequado, parcial, ou apenas sob certos
ângulos e aspectos. O fenômeno indica algo que não é ele mesmo e
vive apenas graças ao seu contrário. A essência se manifesta no
fenômeno. O fato de se manifestar no fenômeno revela seu movimento
e demonstra que a essência não é inerte nem passiva. Justamente por
isso o fenômeno revela a essência. A manifestação da essência é
precisamente a atividade do fenômeno (IDEM, 1976, p. 15).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A ultrapassagem da supramencionada pseudoconcreticidade é a busca pela essência dos
fenônomenos, ou seja, a realidade propriamente dita, livre de todas as cinzas que o
encobrem. Nesse sentido, a leitura da realidade exposta neste ensaio usou como recurso
técnico a revisão de literatura, que se caracteriza por suprimir dúvidas a partir de pesquisas
em documentos, o que implica no esclarecimento das pressuposições teóricas que
fundamentam a pesquisa e das contribuições proporcionadas por estudos já realizados com
uma discussão crítica (GIL, 2010).

Resultados e Discussões

A seguridade social é um conjunto de ações e instrumentos por meio do qual se


pretende reduzir as desigualdades sociais e promover o bem de todos. Depende tanto das
estratégias capitalistas como das lutas da classe trabalhadora. Surge através do
reconhecimento de riscos no trabalho, estende-se logo após a segunda guerra mundial, para
promover a proteção social de todos os trabalhadores, mas são implantados apenas para
aqueles que não têm possibilidade de trabalharem.
Na América Latina se estrutura por meio de duas lógicas: a lógica do seguro e a lógica
da assistência. A primeira assemelha-se aos seguros privados, pois as políticas orientadas por
esse modelo cobrem principalmente a classe trabalhadora, o acesso é condicionado á uma
contribuição direta anterior e o montante das prestações é proporcional a contribuição
efetuada. Quanto ao financiamento, os recursos são provenientes, fundamentalmente, da
contribuição direta de pessoas empregadas e empregadores. A segunda lógica
supramencionada preconiza ser os direitos universais, destinados a todas as pessoas
incondicionalmente ou submetidos a condições de recursos, mas garantindo mínimos sociais a
todas as pessoas em condições de necessidades.
No Brasil, a seguridade social passou a ser constituída enquanto um sistema de proteção
social a partir da Constituição Federal de 1988, englobando as políticas de previdência, saúde
e assistência social e tem como objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - eqüidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e
do Governo nos órgãos colegiados (BRASIL, 1988).

Assim, conjuga características dos dois modelos: os princípios de seguros predominam


na previdência social e os do modelo assistencial não contributivo orientam o sistema público
de saúde com (exceção do auxílio doença, tido como seguro saúde e regido pelas regras da
previdência) e a política de assistência social. Importante ressaltar que todos os sistemas de
seguridade social existentes sejam na América Latina e no Caribe ou na Europa Ocidental é
constituído por políticas que incorporam tanto elementos do seguro como da assistência
social. É possível dizer que a previdência social regida pela lógica do seguro social, foi a
forma encontrada pelo capitalismo para garantir um mínimo de segurança social aos
trabalhadores, ou melhor, aqueles que só dispõem da sua força de trabalho para viver .
(BOSCHETTI, 2007).
Todavia, a conjuntura política, econômica e social que prossegue a instauração da
Seguridade Social na CF/88 é totalmente adversa, uma vez que o país é “engolido” pela
perspectiva neoliberal e se materializa com mais veemência no Plano Diretor de Reforma do
Aparelho do Estado (PDRE-mare), elaborado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso
(FHC). Em termos de síntese, o PDRE:

concretiza-se em alguns aspectos: na perda de soberania o com


aprofundamento da heteronomia e da vulnerabilidade externa; no reforço
deliberado da incapacidade do Estado para impulsionar uma política
econômica que tenha em perspectiva a retomada do emprego e do
crescimento, em função da destruição dos seus mecanismos de intervenção
neste sentido, o que implica uma profunda desestruturação produtiva e no
emprego (Mattoso, 1999); e, em especial, na parca vontade política e
econômica de realizar uma ação efetiva sobre iniquidade social, no sentido
de sua reversão, condição para uma sociabilidade democrática. [...] se trata
de um projeto e um processo que, na verdade, parecem desprezar mesmo os
mecanismos mais elementares da democracia burguesa, a exemplo da
independência e do equilíbrio entre os poderes republicanos (BEHRING,
2008, p. 213).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Este projeto altera a relação do Estado com a área social, e foi elaborado através da
justificativa de ineficiência do estado com a área social, decidindo transferir suas atividades
para o setor privado. Nesse sentido, diversas “reformas” foram implementadas na saúde, na
previdência, na assistência e nas demais políticas sociais.
A “reforma” da Previdência Social seria a primeira medida estratégica do governo
Cardoso, no entanto, as „‟reformas econômicas‟‟ sobrepuseram-se à da Previdência em função
das fortes resistências de segmentos dos trabalhadores e do movimento de aposentados, com
alguma repercussão no Congresso Nacional.
Estendeu-se então de forma mais efetiva o debate sobre a Previdência Social, de 1995
a 1998, ocasião da aprovação da Emenda Constitucional n° 20, pelo Congresso. Em todo o
processo, prevaleceu a lógica fiscal e os argumentos demográficos, consolidando a dualidade
entre previdência pobre para os pobres, aqui contribuintes, e uma previdência complementar
para os que podem pagar. Sendo assim, observou-se a implementação de mecanismos
aparentemente técnicos que, na prática, promoveram a destruição de direitos conquistados no
âmbito geral da Previdência Social.
A referida emenda impôs condições de acesso à aposentadoria, cujo principal critério
passa a ser o tempo de contribuição – aplicável aos trabalhadores vinculados a qualquer um
dos regimes -, que reduziu direitos os mais diversos, a exemplo da criação do teto
previdenciário67, consolidando a ideia de seguro social contributivo. Em 1999, foi criado o
Fator Previdenciário (Lei Nº 9876/99), um redutor do valor dos benefícios previdenciários
que tem relação direta com o tempo de contribuição e o tempo de vida do trabalhador: quanto
menor a idade de aposentadoria, maior o redutor. Paralelo a isso, foi criado o Regime de
Previdência Complementar, que se apresenta como uma alternativa para os trabalhadores no
âmbito do mercado, tendo em vista os recuos que vieram através da “reforma” (SANTOS,
2015).
Segundo Prata, houve o impacto da flexibilidade de remuneração sobre os benefícios
futuros dos trabalhadores, como também sobre a contribuição presente: „‟as mudanças nos
cálculos previdenciários atendem a critérios mais fiscais que sociais‟‟. E a solução seria

67
Atualmente (2015), o Teto Previdenciário é de R$ 4.390,24, cujo ajuste em relação ao ano anterior foi de
5,56%.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
reduzir ou eliminar o déficit da Previdência Social para aumentar o superávit primário para
pagar os juros das dívidas interna e externa.
Com a assistência social nota-se a perda dos direitos constitucionais que foram
regulamentados na Lei Orgânica da Assistência Social (1993), a exemplo do critério de acesso
ao Benefício de Prestação Continuada de apenas um quarto do salário mínimo. Prevalece a
“essência da lógica de uma política pobre para os comprovadamente pobres, como uma
tendência de expansão, que expressa o trato dado, através das políticas sociais, às expressões
mais agudas da “questão social” pelas classes dominantes”. (SANTOS, 2015, p. 55).
No campo da saúde, o conceito de universalização confirma-se por meio da
dualização: um sistema pobre para aqueles não podem pagar e um padrão de qualidade maior
para os que podem pagar pelos serviços habituais no setor privado. Nesse sentido, a
privatização colocada nesta política através do estímulo aos planos privados de saúde, torna-
se um problema de direito do consumidor e não um problema de direito social para parcela
dos brasileiros, pois os mais pobres dependem basicamente dos procedimentos no setor
público. Segundo Santos (2015),
ocorre um incentivo aos planos privados de saúde e aos convênios, além de
medidas legais que distorcem seu significado público e universal.
Recentemente, foi aprovada a Lei 12.550/2011, que cria a Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares (EBSERH), para atuar nos serviços públicos de
saúde, mais especificamente nos hospitais universitários. Sua criação foi
baseada na EC n° 19 de 1998, que inseriu na CF/88 a empresa pública, cujo
ponto fundamental é a exploração de atividade econômica. Nesse sentido, a
EBSERH caminha na contramão do SUS, pois tem como norte a atividade
econômica, e tem relação direta com o Projeto Diretor de Reforma do Estado
(PDRE-Mare), empreendido por Fernando Henrique Cardoso nos anos 1990,
que introduziu a lógica privada dentro da administração pública (p. 54)

A perda de direitos, com implicações vitais para a população brasileira está associada
à macroeconomia do Plano Real, que impõe uma lógica de gestão de recursos que são
restritos para os investimentos do Estado e bom para o pagamento dos encargos financeiros da
União, atingindo assim o setor social.
No que tange ao orçamento68 da Seguridade Social, a Anfip (Associação Nacional dos
Auditores Fiscais da Receita Federal) realizou um balanço de suas contas, incluindo o Regime

68
A Constituição de 1988 estabeleceu uma sistemática para a questão orçamentária, uma forma de
planejamento, orçamento e controles interno e externo e que se estende o Congresso Nacional. O processo inicia-
se pela formulação do Plano Plurianual- PPA, este deverá orientar a Lei de Diretrizes Orçamentárias- LDO, e a
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Geral da Previdência Social, publicado em 2013. O balanço mostra que há saldo positivo no
sistema agregando-se os benefícios previdenciários contributivos e assistenciais a até a
previdência do setor público federal. A Anfip aponta que esse saldo positivo foi alocado pelo
Tesouro Nacional para outros fins, fora da Seguridade Social, dentre eles o pagamento da
dívida pública.
O trabalho da Anfip detalha a arrecadação e despesa de cada fonte de custeio da
Seguridade, onde esse destaca a retenção de recursos pelo Tesouro, como é o caso da
Desvinculação de Receitas da União (DRU)- criada no governo FHC -, instituídas para fins
fiscais, que incide em 20% sobre a arrecadação da União. Assim, os recursos da fonte que
deveriam cobrir os gastos estão sendo desviados para o pagamento de juros e amortizações da
dívida, ou melhor, a DRU é um desvio de recursos para a ciranda financeira, penalizando a
área social.
Contudo, a partir dos elementos levantados acerca da relação entre financiamento da
Seguridade Social e ajuste fiscal, conclui-se que há uma forte capacidade do Estado brasileiro,
em que o mesmo não está voltado para uma intervenção estruturante e para os investimentos
sociais, mas para a elite financeira, tendo assim um crescimento insuficiente de investimento
do Estado em políticas públicas fundamentais.
As medidas de ajuste estrutural69 adotadas em quase todos os países da América
Latina e do Caribe, com destaque para a realidade brasileira, implicaram uma reestruturação
do Estado e desregulamentação das relações econômicas e sociais em uma perspectiva
neoliberal, que submete o Estado nacional aos ditames do capital internacional, a exemplo dos
organismos como a ONU, o Banco Mundial, o FMI, a OMC (Organização Mundial do
Comércio).
Como exemplo dessas medidas de ajuste estrutural, podemos citar: a política econômica
regressiva, que favorece o capital financeiro em detrimento do capital produtivo; elevadas
taxas de juros; aumento da carga tributária com maior tributação sobre os rendimentos
oriundos do trabalho do consumo e menos do capital. Essas medidas de ajuste fiscal têm
implicações negativas para as políticas sociais de um modo geral, e para a seguridade social

Lei Orçamentária Anual- LOA, que quantifica valores em relação a programas e seus executores. Sendo assim, o
processo termina com a prestação de contas no ano posterior, e esses documentos são analisados pelo TCU.
69
Essas medidas de ajustes fazem parte da resposta dada pelo capital à sua crise estrutural, que teve sua gênese
no segundo lustro dos anos 1970 e pôs fim às altas taxas de lucros que vinha sendo alcançada pelo modo de
produção capitalista nos últimos 30 anos.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
de modo mais específico que passam a sofrer reformas com orientação liberal e reestruturam
os modelos construídos na América Latina e Caribe. (BOSCHETTI, 2007).
No atual cenário da seguridade social brasileira encontram- se modificações nas
políticas previdenciárias e de assistência social, que na atual conjuntura de reforma e
contrarreforma, deixa de ser uma proteção social, onde uma se passa a contradizer a outra por
não estarem articuladas.
A política social nos tempos neoliberais teve as configurações de padrões de proteção
social fortemente tensionadas pelas estratégias de extração de superlucros, pela
supercapitalização que privatizou setores de utilidade pública, e, principalmente, pelo
desprezo burguês para com o pacto social dos anos de crescimento.
Diante dessas transformações e de um contexto no qual as forças de resistência
encontram-se bastante fragmentadas para reivindicações, a tendência era de redução de
direitos, sob o argumento de crise fiscal, que transforma as políticas sociais em ações
compensatórias e pontuais. Além disso, as possibilidades preventivas tornam-se mais
limitadas devido o ideário neoliberal de privatização, focalização e descentralização das
políticas sociais e ainda o repasse da responsabilidade para os sujeitos sociais e instituições
privadas.
Em um país como o Brasil, onde somente a partir da constituição de 1988 passou a ter a
construção de proteção social pública, como destacamos anteriormente, é notável uma
dificuldade na implementação da seguridade social. Portanto, o conceito de Seguridade Social
encontrou desafios antigos e novos para consolidar-se, já que o país foi atropelado pelo ajuste
neoliberal que delimitou um projeto antinacional e antidemocrático por parte das classes
dominantes, deixando a seguridade social em segundo plano. Conforme Behring
(2003,p.248): “as possibilidades preventivas e até eventualmente redistributivas tornam-se
mais limitadas, prevalecendo o trinômio articulado do ideário neoliberal para as políticas
sociais, qual seja: a privatização, a focalização e a descentralização‟.‟
Com isso, o conjunto de direitos foi submetido à lógica do ajuste fiscal, levando-nos a
um retrocesso social acompanhado de aumento da pobreza na população e pauperização das
políticas sociais.
A privatização no campo das políticas sociais expressa o processo mais profundo da
supercapitalização. Ela gerou uma dualidade discriminatória entre os que podem e os que não

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
podem pagar pelos serviços, quebrando a uniformização e gratuidade dos serviços, além de
gerar mais lucros para o capital. Junto a isso, surgiu a focalização, que assegura acesso de
serviços sucateados aos que são extremamente pobres, e também um apelo ao “terceiro setor”,
com o intuito de que estes realizem o papel do Estado, substituindo a política pública e
configurando um retrocesso histórico. (BEHRING, 2003).

Considerações Finais

Apesar de todos os obstáculos encontrados busca-se com esse artigo contribuir


sobremaneira para maiores reflexões sobre a Seguridade Social e consequentemente para o
aprimoramento do exercício profissional, na medida em que compõe uma estratégia de
enfrentamento e de um dos maiores desafios que é defender e ampliar as políticas sociais no
Brasil.
Considerando que os aspectos citados compreendem que a Seguridade Social
brasileira representou um grande avanço no que diz respeito à proteção social, sendo
constituída pela saúde, previdência e assistência social, com a sua direção voltada para o
direito social e se afastando da lógica do seguro. Em contra partida houve a contrarreforma, a
qual é a desconstrução dos direitos sociais, derivados de medidas de ajuste estrutural e que
marcaram uma mudança de rota nas políticas sociais atingido e remodelando o Estado em três
áreas estratégicas: as funções típicas do Estado; as políticas públicas e o setor de serviços que
desregulamentaram as relações econômicas e sociais em uma perspectiva neoliberal.
Nesse sentido, percebe-se que a Seguridade Social representou um marco na luta
histórica da classe trabalhadora, uma vez que se configura como um grande avanço no que diz
respeito à garantia de direito. Entretanto, as medidas de proteção social são percebidas pelo
capital como uma forma de manipular os sujeitos, provocando alienação social para ocultar os
efeitos devastadores inerentes ao seu sistema.

Referências

AMORIM, A. A. O persistente estado de crise: nexos entre Estado, política social e cidadania
no Brasil. In: BOSHETTI, I; BEHRING, E. R; SANTOS, S. M. M; MIOTO, R. C. T. (orgs).
Capitalismo em crise, Política social e direitos. São Paulo: Cortez, 2010.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ANDERSON, P. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, E. & GENTILLI, P. (orgs). Pós-
neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 7ªed. São Paulo: Paz e Terra,
2008.

ANTUNES, R. A crise, o desemprego e alguns desafios atuais. In: Serv. Soc. Soc., São
Paulo, n. 104, p. 632-636, out./dez. 2010.

ARAÚJO, E. S de. As reformas da Previdência de FHC e Lula e o sistema brasileiro de


proteção social. Rev. Pol. Públ. São Luis, v. 13, n. 1, p. 31-41, jan./jun. 2009.

Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal do Brasil. Análise da Seguridade


Social em 2008. Brasília: ANFIP, 2009. Disponível em Disponível em: <www.anfip.org.br>.
Acesso em 06 de março de 2014.

BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política Social:fundamentos e história. São Paulo:


Cortez, 2008.

BEHRING, E. R. Brasil em contrarreforma: desestruturação do Estado e perda de


direitos. São Paulo: Cortez, 2003.

BEHRING, E.R. BOSCHETTI, I Seguridade Social na América Latina após o dilúvio


neoliberal. São Paulo: Cortez, 2007.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em
10 de maio de 2016.

MOTA, A. E. Seguridade Social no cenário brasileiro. In Revista Ágora: Políticas Públicas


e Serviço Social, Ano1, n° 1, outubro de 2004 – ISSN – 1807-698X.

MOTTA, A. E. Seguridade Social no cenário brasileiro. In Revista Ágora: Política Públicas


e Serviço Social, Ano 1, n°1, outubro de 2004 – ISSN – 1807-698X.

SANTOS, M. E. A. dos. A refuncionalização da política de assistência social brasileira:


uma análise a partir do seu orçamento e financiamento. Dissertação de Mestrado/UEPB,
2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A POLÍTICA NACIONAL DE ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL: elementos para
uma reflexão crítica

Glaucia Maria de Oliveira Carvalho70

Resumo: O presente trabalho se constitui numa reflexão teórica com a perspectiva de discutir
a importância da implementação da Política Nacional de Estágio da Associação Brasileira de
Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) no processo de formação profissional do(a)s
assistentes sociais na atual conjuntura de contrarreforma do ensino superior brasileiro. Neste
sentido, corroboramos que a PNE se coloca como um instrumento que direciona a formação
profissional aos imperativos do Projeto Profissional Crítico, projeto este tensionado pela
dinâmica destrutiva do capital. Por conseguinte, destacamos o potencial da PNE no intuito de
garantir que o estágio evidencie seu potencial didático-pedagógico e de interlocução profícua
com o exercíco profissional do(a)s assistentes sociais.

Palavras-Chave: Política Nacional de Estágio. Formação Profissional. Projeto Ético-Político.


Serviço Social.

1. Introdução

O debate acerca do estágio curricular em Serviço Social coloca-se como um espaço de


resistência à lógica mercadológica vivenciada pela formação profissional dos assistentes
sociais na atual conjuntura de contrarreforma do ensino superior, que tem na mercantilização
a sua pedra-de-toque.
Neste sentido, a implementação da Política Nacional de Estágio da Associação
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), para além de um
direcionamento à operacionalização do estágio curricular, representou uma importante
contribuição no fortalecimento do Projeto Ético-Político Profissional.
Destacamos a importância das entidades representativas da categoria, como o conjunto
CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO para garantir uma formação que enseje qualidade e

70
Assistente Social, Mestre em Serviço Social pela Universidade Estadual da Paraíba-UEPB, docente do curso
de Serviço Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC), e-mail:
glaucia10oliveira@hotmail.com.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
combata as ofensivas impostas pela dinâmica destrutiva do capital de transformar o processo
formativo em mero adestramento de profissionais.
Para tanto, apresentamos as problemáticas que permeiam a suposta crise de hegemonia
do projeto profissional e em seguida, apontamos as estratégias da PNE para fortalecer a
formação profissional crítica, colocando o estágio como elemento essencial nesse processo,
vez que é um dos elementos formativos responsável pela aprendizagem da dinâmica da
realidade profissional e social pelos discentes.

2. O estágio em Serviço Social no horizonte do Projeto Profissional Crítico

O debate acerca do projeto ético-político do Serviço Social é muito recente, data da


segunda metade dos anos de 1990 e, sua atual formatação se deve a construção de um novo
projeto no final da ditadura militar, possibilitada pela recusa e crítica ao conservadorismo
profissional e, por um acúmulo teórico propiciado pela pós-graduação, no trânsito dos anos
70-80, engendrando uma nova massa crítica considerável, que permitiu uma interlocução
fecunda com as ciências sociais, destacadamente as de inspiração na tradição marxista.
(NETTO, 2007a)
A “quebra do quase monopólio do conservadorismo” político, teórico e metodológico
na profissão foi acompanhada pelo peso adquirido no debate envolto à formação profissional,
que consubstanciou na construção do Curriculo Mínimo em 1982 (NETTO, 2007a, p. 12-13),
hoje conhecido como Diretrizes Curriculares – aprovada pelo MEC somente em 2001, com
significativas alterações no que concerne à direção social da formação, aos conhecimentos e
habilidades preconizados e considerados essenciais no desempenho do assistente social.
Os anos de 1990 marcam a conquista de hegemonia desse projeto de profissão,
respaldado nos aparatos jurídico-normativos da categoria, como a Lei de Regulamentação da
Profissão 8662/93, o Código de Ética Profissional de 1993, a Diretrizes Curriculares de 1996,
e também na maturidade intelectual adquirida no bojo das pós-graduações, que ampliou a
produção de conhecimentos entre o/as assistentes sociais.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O debate atual envolto ao projeto ético-político profissional do Serviço Social frente
ao movimento de contracorrrente imposto à profissão pela ofensiva do capital, remete à
sustentação de duas ponderações distintas que repercutem nos debates da categoria.
A primeira ponderação é a de que o projeto profissional vivencia um processo de
“inviabilidade” ou uma “crise de hegemonia”; a segunda sustenta que o projeto profissional
do Serviço Social não vivencia uma crise de hegemonia, mas um processo de tensionamento
pela crise orgânica do capital, já que em suas três esferas constitutivas (produção do
conhecimento, instrumentos normativos e organização política) não há indicativos para tal.
A primeira colocação, defendida por Netto e Braz, bem como outros intelectuais
críticos da categoria, afere que a inviabilização do projeto profissional perpassa duas
problemáticas de cunho bastante abrangentes: uma refere-se aos objetivos e funções
profissionais, onde o serviço social tem sido intencionalmente reduzido ao plano assistencial,
como também a ausência de uma proposta alternativa à do capital (crise da esquerda); a
segunda concerne à problemática da formação profissional via desregulamentação e
flexibilização da educação superior e também o próprio exercício da profissão no Brasil,
devido às suas condições objetivas. (NETTO, 2007b, p. 39; BRAZ, 2007, p. 7)
A segunda ponderação, se ancora na perspectiva de que o projeto ético-político do
Serviço Social não passa por um processo de crise, vez que não há indicativos para tal
afirmação. Essa consideração de intelectuais como Ramos (2009), Mota e Amaral (2009), se
sustenta na proposição de que nas três dimensões constitutivas desse projeto, não possuem
elementos que reforcem essa condição: no plano da produção de conhecimento, notamos a
predominância da teoria social crítica nas nossas produções; no âmbito dos nossos
instrumentos normativos ou marcos legais não aconteceram mudanças regressivas; e na
dimensão da organização política (ABEPSS, CFESS e ENESSO) mantemos uma direção
política de sustentação ao projeto profissional hegemônico.
É nesse aspecto que Braz, aponta que a rápida modificação do perfil dos assistentes
sociais no Brasil tem repercutido no projeto ético-político em dois planos:

Primero no âmbito do exercício profissional que, quando desqualificado,


vulnerabiliza a imagem da profissão no sentido de sua desvalorização na
sociedade, além de pressionar para baixo as já desfavoráveis condições
salariais. Noutro plano, pode-se dizer que esse mesmo perfil – produzido por
uma formação profissional pouco qualificada, em ambientes nada
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
acadêmicos, despolitizados, que não propiciam uma necessária vivência
universitária aos estudantes (vivência absolutamente inviável nos cursos de
graduação à distância) – tende a dificultar a formação de novos quadros
teóricos e políticos para o projeto profissional. (BRAZ, 2007, p. 9 - grifos
originais)

Ora, se a formação de novos quadros para o projeto profissional na sua atual


formatação requer, em grande parte, a articulação de uma sólida formação e uma vivência
política, que tem na universidade um locus privilegiado (Idem, p. 9-10), se faz necessário
apreender os rumos que o ensino superior e, consequentemente, a formação em Serviço Social
tem tomado.
Entretanto, é sabido que, as transformações societárias ocorridas a partir da década de
1970, possibilitaram a ruptura com o modelo de sociabilidade vigente, fundamentado no pacto
fordista-keynesiano, e seu modelo de Estado de Bem Estar Social, frente à crise que se
evidenciava.
Assim, a irrupção da política neoliberal e da reestruturação produtiva, com seu modo
de “acumulação flexivel” (HARVEY, 2009), viabilizou a desconstrução de direitos sociais até
então conquistados, entre eles o acesso à educação pública e de qualidade.
Cabe ressaltar, que no contexto brasileiro essa ofensiva só foi implementada durante a
década de 1990, mais precisamente no Governo Collor de Melo e conduzida de forma mais
competente no governo de Fernando Henrique Cardoso (NETTO, 2000, p. 17-18), uma
espécie de contracorrente ao que vinha sendo construido com a promulgação da Constituição
Federal de 1988.
A intervenção estatal no trato das expressões da “questão social” se torna alvo de
deslocamento à esfera privada e mercantil, tendo em vista que a política social se coloca como
um “nicho incômodo” (LESSA et al, 1997 apud BEHRING, 2008, p. 160) para o capital e,
segundo os neoliberais, a responsável pelos gastos estatais e pela crise que se instaurava.
Esse processo de flexibilização e privatização foi implementado com um discurso
extremamente conservador, travestido com uma máscara de modernização e repassado à
sociedade com a pespectiva reformista, que de fato descaracterizou o real sentido do termo
reforma, pois se colocava como algo de mais atrasado, portanto, uma contrarreforma.
(BEHRING, 2008, p. 202)

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Por conseguinte, a precarização da política educacional brasileira, tem como respaldo
e marco legal a Lei de Bases e Diretrizes da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/96. A
mesma refere que a educação deve estar voltada para as necessidades do mercado de trabalho.
(CARVALHO, 2012, p. 34)
A referida lei, foi acompanhada da promulgação de decretos entre outras diversas
normativas (IAMAMOTO, 2000, p. 36), que intensificaram o processo de transformação da
educação em mera mercadoria, nos seus mais variados níveis, com relevo especial ao ensino
universitário, tornado-o um comércio extremamente lucrativo ao capital.
Desta maneira, concretiza-se o que brilhantemente Chauí configurou de “Universidade
Operacional”, um modelo de institução ao mesmo tempo que retira da universidade a sua
função de instituição social, a transforma em organização social, regida por contratos de
gestão, fornecendo as bases para a formação de intelectuais afeitos à lógica imperante, com
uma formação técnica e minimalista (2003, p. 2) como também a criação de superlucros para
o empresariado da educação.
Tal realidade se torna ainda mais gritante quando analisamos a realidade da
Instituições de Ensino Superior na modalidade à distância, que tem se tornado o “Canto da
Sereia” aos setores populares que não chegavam à universidade, que sob a roupagem do
acesso, afasta a dimensão do direito à universidade pública e desvincula a função precípua da
educação superior de socialização do conhecimento, através de atividades que envolvam o
tripé ensino-pesquisa-extensão (SANTOS; ABREU, 2011, p. 132).
O próprio MEC aponta que os cursos de Serviço Social são os que apresentam maior
número de irregularidades quanto ao seu funcionamento, especialmente no âmbito das
intituições de ensino à distância. O fator de maior destaque se revela na consideração de que
as irregularidades da formação são ainda mais evidenciadas em torno da operacionalização
dos estágios curriculares. (CFESS et al, 2011, p. 20)
Nessa perspectiva, o estágio tem sido uma questão que vem merecendo destaque
inclusive nos marcos regulatórios da profissão, entre eles a Resolução 533 do CFESS de
2008, que regulamenta a supervisão direta do estágio em Serviço Social e, mais recentemente
a Política Nacional de Estágio da ABEPSS, como também a Lei Nacional de estágio
11.788/2008.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O estágio, necessita de condições para que de fato suas potencialidades didático-
pedagógicas sejam reveladas e vivenciadas pelos discentes no âmbito da formação e do
exercício profissional, pois, o mesmo tem o papel de possibilitar a construção da matriz de
identidade profissional do aluno. (BURIOLLA, 2008)
Pensando em fortalecer e direcionar a formação profissional numa perspectiva crítica,
que garanta ao discente o desenvolvimento das dimensões teórico-metodológica, ético-
política, técnico-operativa e interventiva (ABEPSS, 2009, p. 11), como também no intuito de
barrar esse processo de precarização do contato discente com o exercício profissional, que se
construiu a PNE.
O debate do estágio supervisionado se apresenta como um importante campo de
resistência à lógica mercadológica da formação instrumental, considerando inclusive o
potencial mobilizador da categoria em todo processo de elaboração e implantação da PNE,
que nos leva a afirmar que com os esforços para a sua efetivação em todo o território
nacional, estamos diante de uma estratégia de afirmação do projeto de formação profissional.
(SANTOS; ABREU, 2011, p. 128)
Assim, o estágio requer qualificação na sua operacionalização, tanto no que se refere à
supervisão quanto na garantia de condições adequadas de realização no âmbito do exercício
profissional, espaço este amplamente precarizado pelas atuais condições sócio-ocupacionais
dos assistentes sociais.
Ramos (2009, p. 24-27) consubstancia que a realização da pesquisa avaliativa da
implementação das Diretrizes Curriculares nas Unidades de Formação Acadêmica (UFAs),
evidenciou a necessidade de ampla discussão acerca do estágio na formação profissional, bem
como a necessidade de implementar uma Política de Estágio, impulsionada inclusive pela
aprovação da Lei 11.788/2008 e pela Resolução número 533 do CFESS.
A Política Nacional de Estágio construída pela ABEPSS (2009, p. 13-14) aponta que,
os princípios que devem nortear a realização do estágio no Serviço Social são a
indissociabilidade entre as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa;
articulação entre Formação e Exercício Profissional; indissociabilidade entre estágio e

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
supervisão acadêmica e de campo; articulação entre universidade e sociedade; unidade teoria-
prática; interdisciplinaridade; e, por fim, articulação entre ensino, pesquisa e extensão71.
Neste sentido, a PNE (Idem, p. 15) corrobora que o estágio supervisionado se
configura num processo político-pedagógico, de ensino-aprendizagem, na qual se realiza a
observação, registro, análise e acompanhamento da atuação do estagiário no campo de
estágio, bem como a avaliação do processo de aprendizagem discente, visando a construção
de conhecimentos e competências para o exercício da profissão.

Conforme Santos e Abreu, a Política Nacional de Estágio da ABEPSS, vem


potencializar a formação em quatro âmbitos: teórico, ético-político, técnico-operativo e no
âmbito acadêmico/pedagógico (2011, p. 138).
No âmbito teórico-prático a PNE, de acordo com as autoras, pode fortalecer a
formação ao sustentar a concepção do estágio como um dos momentos de correlação teoria-
prática, atentando para o fato de esse não poder ser tratado como os demais componentes
curriculares, requerendo uma metodologia diferenciada, posto que possui sua centralidade no
efetivo acompanhamento do exercício profissional, incidindo sobre ela todos os demais
conteúdos dos três eixos/núcleos de fundamentos (Idem, p., 139).
Assim, no âmbito teórico prático, é reafirmada a importância da supervisão acadêmica
e de campo no apoio ao discente à reflexão e apreensão dos processos sociais vivenciados, em
sua totalidade:

[...] ao fortalecer o estágio como espaço de formação, veiculação e produção


de informações, devendo constituir-se como espaço de investigação e
pesquisa, exigindo que o aluno, somente possa fazer estágio, tanto
obrigatório quanto não-obrigatório, a partir do momento em que possuir
determinado acúmulo teórico-metodológico do Serviço Social. (SANTOS;
ABREU, 2011, p. 139)

No âmbito ético-político, a referida Política confere que o estágio não seja tratado
simplesmente como fornecedor de mão-de-obra barata e semiqualificada, mas como um
processo didático-pedagógico privilegiado e intrínseco ao processo de formação profissional

71
Uma análise detalhada dos princípios que norteiam a realização do estágio se encontra na PNE da ABEPSS
(2009, p. 13-14)
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
dos futuros assistentes sociais, fortalecendo o projeto ético-político da profissão e, afirmando
os aparatos normativos da categoria para a realização de um estágio de qualidade. (Idem,
Ibidem)
No que compete ao âmbito técnico-operativo, a PNE destaca o estágio como momento
de articulação entre formação e exercício profissional, ou seja, é o espaço em que o discente
constrói sua identidade profissional a partir da reflexão e troca de conhecimentos com os
sujeitos envolvidos no processo, sejam eles supervisores acadêmicos e/ou de campo, inclusive
chamando a atenção para a construção de instrumentais como o plano de estágio, relatório
semestral de estágio, boletins estatísticos e diário de campo (Idem, Ibidem).
E, por fim, no âmbito acadêmico, conforme Santos e Abreu, no que se refere à
organização dos cursos e da instituição de ensino e, no que compete ao fortalecimento e
organização da categoria (Idem, p. 140).
Em relação à organização dos cursos e da instituição contribui ao indicar uma
coordenação de estágio e responsabilizar as UFAs por tudo que se relacione ao estágio,
especialmente na procura e criação de campos de estágio, a elaboração de cursos para
supervisores e a criação de fóruns de supervisores; a democratização da coordenação de
estágio envolvendo representações de ambos os sujeitos participantes do processo; ao exigir
um componente curricular co-requisito para a realização do estágio e, dividindo-o por áreas
temáticas; definindo o número de estagiários por supervisor acadêmico; e, ao requerer a
elaboração por parte da UFAs de suas políticas internas de estágio, em conformidade com a
PNE da ABEPSS, que venham a fortalecer o projeto de formação e qualificação do ensino
(Idem, p. 140).
No que se refere ao fortalecimento e à organização da categoria, a Política Nacional de
Estágio pode potencializar o intercâmbio entre as UFAs no sentido de criar e manter seus
fóruns de supervisores, intercâmbios entre supervisores acadêmicos e de campo, ao indicar
que eles devem juntamente com os discentes construir o plano de estágio (Idem, Ibidem).
Por conseguinte, a PNE é implementada em consonância e no intuito de fortalecer os
princípios evidenciados no Código de Ética, nas Diretrizes Curriculares, na Lei 8.662/1996,
bem como na Resolução 533 do CFESS, para que o estágio possa, de fato, possibilitar ao
discente um aprendizado de qualidade, ao entrar em contato com o cotidiano da prática
profissional eivado de elementos mistificadores do real (CARVALHO, 2012).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Todavia, esse mesmo cotidiano mistificador do real, foi o cenário contraditório
motivador da elaboração da PNE, contexto complexo para a formação profissional, mas que
surge como instrumento essencial na identificação dos entraves e estratégias de enfrentamento
dos mesmos, na luta pela afirmação do projeto profissional vigente.

3. Considerações Finais

O atual contexto de bárbarie social, demarca a entrada de uma crise sistêmica nunca
antes presenciada pela dinâmica do capital, vez que acirra todas as formas de ultrapassagem
da problemática evidenciada, o retrato disso está também no campo ideo-teórico imposto pela
lógica imperante, ou seja, o movimento pós-moderno, que esvazia o sentido da realidade,
apreendida na sua mais efêmera, molecular e fragmentária imediaticidade (NETTO, 2012).
No Serviço Social, o resultado disso é a reatualização do conservadorismo, favorecida
pela precarização das condições de trabalho e da formação profissional, pela falta de preparo
técnico e teórico, pela fragilização de uma consciência crítica e política, o que pode motivar a
busca de respostas pragmáticas e irracionalistas, a incorporação de técnicas aparentemente
úteis em um contexto fragmentário e imediatista (BARROCO, 2011, p. 212).
Neste sentido, as entidades representativas da categoria, CFESS/CRESS, ABEPSS e
ENESSO, numa constante articulação política buscam fortalecer o projeto profissional e
implemetam a PNE na perspectiva de direcionar o estágio curricular, para que esse garanta ao
discente um momento didático-pedagógico que possibilite a apreensão das dimensões teórico-
metodológica, ético-política e técnico-operativa, necessárias a uma formação de qualidade,
conforme preconiza as Diretrizes Curriculares.
Comungamos da ideia expressa por Ramos ao colocar que, a perspectiva organizativa
dos assistentes sociais deve fortalecer a contraposição ao pensamento único, ao isolamento da
crítica, ao conservadorismo, tão presentes na atual conjuntura brasileira, na perspectiva do
fortalecimento e autonomia dos movimentos vinculados ao trabalho e que defendem a
eliminação da ordem sócio-metabólica do capital (2009, p. 47). O enfrentamento dessa

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
problemática que perpassa a profissão supõe “mais vontade política organizada e menos
ilusões otimistas” (NETTO, 2007a, p. 40)

Referências

ABEPSS. Diretrizes Curriculares para o curso de Serviço Social. Rio de Janeiro: 1996.

______. Política Nacional de Estágio da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em


Serviço Social. 2009.

BARROCO, Maria Lúcia. Barbárie e Neoconservadorismo: os desafios do projeto ético-


político. In: Revista Serviço Social e Sociedade. N 106. São Paulo: Cortez, 2011.

BEHRING, Elaine. Brasil em Contra-reforma: desestruturação do Estado e perda de


direitos. 2 Ed. São Paulo: Cortez, 2008.

BRASIL. Lei N° 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes
e dá outras providências.

BURIOLLA, Marta Alice Feiten. Supervisão em Serviço Social: o supervisor, sua relação e
seus papéis. 4 Ed. São Paulo: Cortez, 2008.

BRAZ, Marcelo. A hegemonia em cheque: Projeto Ético-Político do Serviço Social e seus


elementos constituivos. In: Revista Inscrita. N 10. Brasília: CFESS, 2007.

CFESS. Resolução N° 533, de 29 de setembro de 2008 que regulamenta a supervisão direta


de estágio no Serviço Social.

______. CRESS; ABEPSS; ENESSO. Sobre a Incompatibilidade entre Graduação à


Distância e Serviço Social. CFESS, 2011.

CHAUÍ, Marilena. A Universidade pública sob nova perspectiva. Faculdade de Filosofia,


Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Conferência de abertura da 26ª
Reunião Anual da Anped. Minas Gerais: Poços de Caldas, 2003.

CARVALHO, Glaucia M. de O. A Formação Profissional em Tempos de Contrarreforma


Universitária: desafios para o estágio curricular em Serviço Social. 2012, 104 f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) - Faculdade Leão Sampaio, Ceará.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
HARVEY, David. Condição Pós-Moderna: Uma pesquisa sobre as Origens da Mudança
Cultural. São Paulo: Loyola, 2009.

MOTA, Ana Elizabete; AMARAL, Ângela. Projeto Profissional e Projeto Societário. In:
Revista Inscrita. N 12. Brasília: CFESS, 2009.

NETTO, José Paulo. Crise do Capital e Consequências Societárias. In: Serviço Social e
Sociedade. N 111. São Paulo: Cortez, 2012.

______. A construção do Projeto Ético Político do Serviço Social. In: Serviço Social e
Saúde: formação e trabalho profissional. 2 Ed. São Paulo: Cortez, 2007a.

______. Das Ameaças à Crise. In: Revista Inscrita. N 10. Brasília: CFESS, 2007b.

______. Reforma do Estado e Impactos no Ensino Superior. In: Temporalis. Brasília: Valci,
2000.

RAMOS, Sâmya Rodrigues. Limites e possibilidades históricas do projeto ético-político. In:


Revista Inscrita. N 12. Brasília: CFESS, 2009a.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ASPECTOS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DAS PROTOFORMAS A SUA
CONSTITUIÇÃO ENQUANTO DIREITO SOCIAL

Alynne Alves Crispim72


Verônica Maria Pereira73
Jamilton Costa Pereira74

RESUMO

Partindo do pressuposto de que o acesso à educação se constitui enquanto direito social, o


presente trabalho tem o escopo de destacar as particularidades da história da educação, com o
intuito de dar ênfase aos avanços que foram conquistados até o estabelecimento da mesma
enquanto direito social; tendo em vista os determinantes sociais, econômicos, políticos e
ideológicos e que acabam interferindo de maneira negativa no processo de construção do
conhecimento. Mediante o exposto, a abordagem metodológica deste estudo pauta-se em uma
pesquisa analítica, tendo como direcionamento o método dialético, sendo realizada por meio
de uma revisão bibliográfica e documental. Face a isso, podemos apontar a necessidade de
promover novas reflexões acerca de como se deu esse processo de construção da educação
enquanto direito social, tendo em vista seu forte poder de gerar conhecimento, mas de ao
mesmo tempo reproduzir idéias de coerção e de consenso alienado.

Palavras-chave: Educação. Direito Social.Conquistas. Desafios.

ABSTRACT

Assuming that access to education is as a social right, this study has the scope to highlight the
features of the history of education, in order to place emphasis on the advances that have been
achieved by the establishment of it as a social duty; considering the social, economic, political
and ideological and end up interfering negatively in the knowledge construction process.
Through the above, the methodological approach of this study is guided in an analytical
research, with the direction the dialectical method being performed by a literature and
document review. In view of this, we can point to the need to promote new thinking about
how was this process of construction of education as a social right, in view of its strong power
to generate knowledge, but at the same time play coercion of ideas and alienated consensus.

Keywords: Education. Right Social. Achievements. Challenges.

72
Bacharel em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-FAFIC (2015), e-mail:
alynne_l04@hotmail.com.
73
Bacharel em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-FAFIC (2015) e-mail:
veronica_bt@hotmail.com.
74
Pós-graduando em Gestão Ambiental (UFCG). Pós-graduando em Gestão da Educação Municipal (UFPB).
Graduado em Ciências Contábeis (FAFIC), e-mail: jcp_jamiltoncosta@hotmail.com.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
METODOLOGIA

Conforme Gil (2007, p.26) “[...] o objetivo fundamental da pesquisa é descobrir


respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Neste sentido,
para realização deste trabalho foi elaborada uma pesquisa analítica, a luz do método dialético,
por meio da utilização de uma revisão bibliográfica e documental a fim de reunir conceitos e
informações que pudessem vir a subsidiar de maneira crítica e coerente o desenvolvimento
deste estudo.

ASPECTOS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

A história da estrutura de organização do ensino no Brasil reflete as suas condições


socioeconômicas, política e ideológicas de acordo com determinados períodos históricos.
Assim o papel social da escola em suas protoformas oscila entre sua função de promover uma
formação para o trabalho ou/e se tornar espaço de formação de um cidadão partícipe da vida
social.
No período de colonização do Brasil, era possível perceber formas peculiares de
educação dos índios, a que aprendemos observando o outro fazer e reproduzimos o ensino na
vida prática, construído no dia a dia por meio da reprodução dos costumes. Com a chegada
dos portugueses ao Brasil, eles trouxeram uma cultura diferente da que aqui já existia e
começaram a propagar uma mudança no padrão de vida existente através da imposição da
educação informal, passada pelos Jesuítas que começaram a catequizar os índios e os que aqui
se encontravam, transformando seu modo de ser, agir, sua cultura através dos ensinamentos
cristãos.
Ressalta-se de acordo com que ao decorrer do tempo esta educação passada pelos
Jesuítas não correspondia mais aos interesses vigentes e foi extinta. Desta forma Rossi,
Rodrigues e Neves (2009) apontam que mesmo nesse contexto repressor de alienação, em
busca da coerção e do consenso, cabe evidenciar enquanto avanços as primeiras iniciativas
adotadas pelos jesuítas, que fizeram a catequização de forma mais didática, introduzindo a

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
música e o teatro como facilitadores da transmissão de informações. Também a percepção de
que a educação seria mais fácil e eficiente quando iniciada com as pessoas ainda enquanto
sendo crianças, fator que se torna decisivo até hoje e demonstra a essencialidade da educação
primária.
A partir da segunda metade do século XVIII, o Marques de Pombal passou a enxergar
os problemas existentes com outra visão e iniciou uma serie de medidas em busca de tirar o
país do isolamento cultural e atraso econômico. Destaca-se a retirada do ensino das mãos dos
Jesuítas e a transferência da responsabilidade para o estado, sendo assim a primeira evolução
da educação brasileira, outro ponto de destaque é a implantação da escola primária. Vale
evidenciar que estas reformas pombalinas visavam o fortalecimento do Império, mas
contribuíram para a disseminação das ideias iluministas.
Assim como apontam Libaneo, Oliveira e Toschi (2009), nas primeiras décadas do
século de XIX começa a se expandir e difundir a oficialização da criação dos cursos primários
em todo o país pelo Imperador D. Pedro, fruto da Lei de 15 de Outubro de 1827, que é a
primeira lei que pressupõem sobre a Instrução Pública relativa ao ensino elementar, ainda
institui recomendações de como deveria ser a escolas e onde deveria ser, estabelece a
contratação de professores mediante concursos, institui a criação de um método pedagógico
(Método do Ensino Mútuo e Método Lancasteriano). Ela enfatiza que o ensino das letras deve
ser acordo com a Constituição do Império. O método Lancasteriano se pautava na
manutenção da ordem, da disciplina e da obediência para a população livre e popular. Este
associado ao Método Mútuo que prega o uso de monitores no ensino.
Destaca-se os avanços que o século XIX trouxe para a educação, ao sistematizar e
generalizar o ensino inicial, enfatizando a importância do estado em difundir entre os povos as
primeiras letras. Seguindo o processo histórico e a consequente evolução do sistema
educacional, chegamos ao período do Segundo Reinado(1850-1889) onde embasado nos
conceitos do Ato Adicional, o estado começa a pensar na educação para todos e na
organização de um Sistema Nacional de Ensino.
Ainda com base na fala de Libaneo, Oliveira e Toschi (2009) destaca-se que tendo
com pressuposto a euforia decorrente das conquistas e das mudanças alcançadas na área da
educação, chega-se ao período da Primeira República brasileira com uma proposta de
educação inovadora. Nesta época o governo federal empreendeu várias reformas no campo da

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
educação, principalmente, no que, hoje, chamamos de Ensino Médio e no Ensino Superior. A
escola primária passou a ser organizada em dois ciclos: 1º grau para crianças de 7 a 13 anos;
2ºgrau para crianças de 13 a 15 anos; escola secundária com duração de 7 anos; ensino
superior reestruturado: politécnico, de direito, de medicina e militar. O cotidiano escolar aqui
pregava os preceitos de Educação Moral e Cívica, agora se tinha uma educação baseada no
autocontrole. Desta forma, os novos propósitos traçados pela escola primária seria pautados
no processo de realmente educar.
Diante da crise de 1929 e a década de 30, temos um contexto social marcado por um
processo de consolidação do capitalismo industrial, o que altera as aspirações no que se refere
à educação, havendo mudanças significativas como, por exemplo, a Reforma Campanema
(que possibilitou um reordenamento na educação propondo a mesma uma estrutura mais
orgânica ao ensino secundário, comercial e superior).
Neste sentido a educação foi alcançada como um ponto crucial na modernização do
País e as lutas prosseguiram em prol de ideias inovadoras e transformadoras, esses
pensamentos começam a surgirem efeitos com a Reforma do Ensino Primário e Secundário e
sucessivo a isso a década de 30 que exalta o debate sobre a reconstrução educacional do
Brasil, com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, o que resultou na aprovação da
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Em 1932 enfatizando a reconstrução educacional do Brasil e na dificuldade na
construção do Sistema Nacional de Ensino no País, surge o Manifesto dos Pioneiros da
educação. Nessa conjuntura o Manifesto tornou-se uma base concreta de política e de
modernidade que alicerçaria a educação e a sociedade brasileira até a atualidade. Ele
constatava a desorganização do aparelho escolar, e propunha que o Estado organizasse um
plano geral de educação, além de defender uma escola única, pública, laica, obrigatória e
gratuita.
Os anos que perpassam a década de 30 a 45 caracterizam-se como um período
centralizador da organização da educação brasileira. Enquanto os liberais desejavam
mudanças qualitativas e quantitativas na rede pública de ensino, os católicos conservadores
opunham-se a ideia de laicização.
Em 1942 é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, e em 1946 o
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, com o intuito de reforçar o ensino. A

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
expansão do ensino técnico foi um grande diferencial e muito contribuiu para o crescimento
do Brasil, mas logo foi sendo substituída pela expansão e pela ideia de universalidade do
ensino superior gratuito.
O golpe de 1964 fortalece o Poder Executivo e a centralização das decisões das
políticas educacionais. Desta forma, ao passo que foi vivenciada a Ditadura Militar, enquanto
era praticado um grande cerceamento dos direitos políticos houve avanço nos direitos sociais,
de forma que a educação, mesmo sendo embasada em aspectos conservadores, conseguiu ter
fortes impulso, sendo usada como mecanismo de favorecimento do discurso que pregava a
modernização, o nacionalismo e o desenvolvimento econômico nacional; favorecendo a
manutenção do status-quo.
Conforme Libaneo, Oliveira e Toschi (2009), a nova ideologia política e econômica
foram realizadas, então, reformas voltadas à transformação da educação convencional em
educação tecnicista. Esse novo quadro teve como consequência a insatisfação social,
demonstrada, principalmente, através de revoltas estudantis. Com relação à universidade, esta
passou por uma reforma universitária.
Com o esgotamento do regime militar e o período de redemocratização, temos avanços
na educação através na descentralização da administração a partir da gestão democrática que
traz a participação de professores, funcionários, alunos e toda a comunidade escolar; havendo
a criação de escolas em tempo integral e a organização dos professores em sindicatos. Com o
estabelecimento da “Constituição Cidadã”, a educação passa a ser reconhecida legalmente
enquanto dever do Estado e direito de todos, devendo ser pública, gratuita e de acesso
igualitário a todas e todos.
Nesta perspectiva na década de 90, temos a modernização na educação e uma
preocupação com a qualidade de ensino, ao passo que se expande a proposta do
neoliberalismo que busca mais qualidade na formação do trabalhador, devido a expansão do
mercado competitivo, excluindo os “ineficientes” e adotando critérios como o de
“competência”.

Essa centralidade ocorre porque educação e conhecimento passam a ser, do


ponto de vista do capitalismo globalizado, força motriz e eixos de
transformação produtiva e desenvolvimento econômico. São, portanto, bens
econômicos necessários a transformação da produção, a ampliação do
potencial científico-tecnológico e ao aumento do lucro e do poder de
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
competição em um mercado concorrencial que se pretende livre e
globalizado. Tornam-se claras, assim, as conexões educação-conhecimento e
desenvolvimento-desempenho econômico. A educação constitui um
problema econômico na visão neoliberal, já que é o elemento central desse
novo padrão de desenvolvimento (LIBANEO, OLIVEIRA, TOSCHI; 2009,
p. 110).

A questão de quantidade e qualidade no que se refere ao ensino, está associada a


lógica de que no primeiro tem-se a necessidade de suprir demandas do mercado,
proporcionado certa qualificação da mão-de-obra, já no segundo temos a necessidade de
promover um aprendizado que seja aliado a formação de um cidadão a seu tempo. Assim, o
que se vivencia na nossa atual conjuntura é a disputa entre o ensino particular e o público, em
que o primeiro é beneficiado pelo Estado, enquanto o segundo é sucateado e fragmentado,
devido à lógica capitalista neoliberal.
Saviani (2009) aponta que a política educacional no Brasil, está atrelada as ações do
poder público em relação aos direcionamentos da educação. Desta forma, o autor destaca três
momentos essenciais para se entender a política educacional em que o primeiro vai haver o
protagonismo do Estado que fornecia escolas primárias direcionadas pelo ideal iluminista (de
1890 a 1931); a segunda (até 1961) em que há destaque para o protagonismo da União,
enquanto reguladora do ensino a nível nacional através de um ideal pedagógico renovador; e a
terceira que vai de 1961 aos dias atuais em que evidencia-se o destaque da busca pela
unificação da regulamentação do ensino a partir de uma concepção pedagógica totalmente
produtivista.
Desta forma, os rumos tomados pela política educacional acabaram atendendo as
necessidades do momento histórico vivenciado no país, sendo moldada e direcionada a
atender determinado padrão para satisfazer necessidades que de certa forma, divergem da
noção de educação enquanto direito dos indivíduos.

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA EDUCAÇÃO ENQUANTO DIREITO SOCIAL

Tendo como pressuposto o que foi citado anteriormente é necessário evidenciar que no
que se refere a conjuntura brasileira até o final da década de 80, é perceptível que nosso país
foi palco de muitas lutas e mobilizações em torno da busca por melhores condições de vida e

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
acesso/ampliação aos direitos (principalmente os políticos e sociais). Como fruto desse
processo houve a consolidação da Constituição de 1988, e com ela o estabelecimento do
marco legal de garantia dos direitos de todos os cidadãos.
Em contrapartida, a partir da década de 1990, é vivenciado em nosso país um
reordenamento econômico, político, social e ideológico caracterizado de maneira marcante
pela implantação do neoliberalismo; de forma que toda a perspectiva de direitos que foi
construída ao longo dos anos anteriores através das diversas lutas dos movimentos sociais e
da classe trabalhadora, passou a ser desconstruída, não tendo a oportunidade de ser posta em
prática de forma efetiva, ficando em sua grande maioria, apenas como garantia de direito na
forma da lei, sem efetividade plena (ou até mesmo inexistente). Assim,

O que estamos vivenciando é uma crescente polarização: de um lado


vivemos um processo de concentração de renda e de riqueza em índices
nunca vividos anteriormente em nossa história; e de outro, um crescente
processo de exclusão social, em que a grande massa da população sequer
tem a possibilidade de acessar aos mínimos necessários a sua segurança e
sobrevivência, vulnerabilizando cada vez mais a população trabalhadora
(CFESS, 2011, p. 09).

Essa situação tem suas refrações impactando todos os setores sociais, de forma que os
direitos dos indivíduos são minimizados em detrimento da viabilização do lucro e do
crescimento exacerbado do sistema capitalista, de forma que este se apropria da força de
trabalho da maioria e concentra as riquezas na mão de poucos, propiciando um cenário de
desconstrução de direitos e cerceamento de liberdade.
Mediante o exposto, ressalta-se que a educação ganha destaque nesta conjuntura,
tendo em vista que a partir dela são fornecidos subsídios que podem auxiliar a manutenção do
status-quo ou meios que possibilitem uma percepção mais crítica acerca da realidade
vivenciada, fazendo com seu possa surgir novas reflexões e novas possibilidades frente a essa
situação de desigualdade.
Com isso verifica-se que a educação se modernizou, e que os recursos utilizados se
tornaram uma grande ferramenta para educandos e educadores, entretanto a falta de auxílio do
estado para com o processo de capacitação dos mesmos, é ainda a quem do ideal para que

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
nossos profissionais que vieram de uma educação tradicional estejam preparados para utilizá-
los de forma correta.
Desta forma, A educação no Brasil acaba não sendo igualitária para todos, já que os
tratamentos são diferentes, os métodos são diferentes se levarmos em consideração a nível de
professores, escolas e prioridades dos mesmos. As disparidades entre alunos e escolas de rede
particular e privada são enormes, o que por si só já traz uma desigualdade social péssima para
um país que se diz em “desenvolvimento”.
Portanto faz saber que a educação é a chave mais importante para o desenvolvimento,
quando ela não é a prioridade e nem é valorizada, isso vai se perdendo pelo meio do caminho.
No Brasil nossos profissionais não são valorizados como deviam e mais, pelo papel que
exercem chegam a ser os mais desvalorizados se comparados as diversas profissões. Hoje não
vemos incentivo para ninguém ser um professor, ou educador, pois as condições de trabalho
são péssimas e a renumeração uma das mais injustas já vista em um país da dimensão do
nosso; o que faz com que esses fatores acabem gerando consequências drásticas no processo
de desenvolvimento da educação, já que com professores mal pagos, a educação não
deslancha.
Em decorrência disso há necessidade de perceber a educação como direito social, que
deve culminar com a formação de indivíduos que possam ter uma visão de totalidade acerca
do meio que os cerca, e não se restrinja a ser apenas uma construção de conhecimento de
forma reificada, através de discursos niilistas e enviesados, que venham a possibilitar a
manutenção da ordem vigente.

O direito a educação, bem como direito ao acesso a permanência na Escola,


tem sido garantido reiteradamente nos aporte legais, seja na Constituição
Federal (1988), Estatuto da Criança e do Adolescente (8.069/90) e na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96) dentre outras, tendo
como finalidade a formação do sujeito para o exercício da cidadania,
preparação para o mundo do trabalho e sua participação na sociedade.
Assim, a qualidade dos serviços prestados à população e de modo especial
ao usuário da escola pública, tem como objetivo seu pleno desenvolvimento.
Apenas para ilustrar, o artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente
coloca o direito à educação, ao acesso e permanência na escola. Direitos que
precisam ser perseguidos por todos os profissionais que trabalham na
educação, garantindo pleno desenvolvimento da criança e do adolescente,
contribuindo em sua formação para exercer a cidadania (CFESS, 2011,
p.10).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Isso apenas reforça que há diversos mecanismos legais que vêm dar suporte para
garantir que a educação seja constituída e executada enquanto sendo um direito de todos,
devendo haver possibilidades não só de acesso à mesma, mas também de permanência em
condições adequadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando-se em consideração os aspectos que foram elencados anteriormente, verifica-


se que a história da educação no Brasil é perpassada por um cenário de dicotomia, em que há
sua adequação a conjuntura política, econômica, social e ideológica que estava sendo
vivenciada em cada momento.
Logo percebe-se que apesar de haver períodos de extremo conservadorismo em que a
educação servia apenas como auxilio na manutenção e reprodução da ordem vigente, não
sendo vista enquanto direito social e sendo direcionada apenas a uma camada a população;
houve um avanço plausível no que se refere as conquistas legais após a promulgação da
Constituição de 1988, de forma que esta passou a ser vista de forma efetiva enquanto direito
social e dever do Estado.

Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante a


qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o
desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao
atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, bem como a
inserção no mundo e a constituição da cidadania também como poder de
participação tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária. Qualidade é, pois, conceito implícito a educação e ao ensino e
(LIBANEO, OLIVEIRA, TOSCHI; 2009, p. 117 e 118).

Assim, é preciso constantemente estar buscando mecanismos que possam vir a


implementar as ações que já são garantidas e propostas nas diversas legislações existente na
área, com o intuito de fazer com que esse direito a educação seja efetivado de maneira
coerente para toda a população.

REFERÊNCIAS
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. O Serviço Social na Educação. In: REVISTA
INSCRITA. N6. Conselho Federal de Serviço Social, 2000, p.19-24.

BACKHAUS, Berenice Beatriz. Prática do Serviço Social escolar: uma abordagem


interdisciplinar. In: SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE. N38. São Paulo: Cortez.
Março/1992, p.37-55.

CAMARDELO, Ana Maria. Estado, educação e Serviço Social: relações e mediações no


cotidiano. In: SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE. N46. São Paulo. Marços/1994, p. 139-
162.

CHAUÍ, Marilena. Direitos Humanos e Educação. Congresso sobre Direitos Humanos.


Brasília, 30 de agosto de 2006.

CFESS. SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO. Brasília-DF, 2011.

CUNHA, Renata Michele R. da, et al. Os Recursos tecnológicos como potencializadores da


interdisciplinaridade no espaço escolar. The 4º International Congress on University
Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5 th through 7 th , 2012, ISBN 978-
85-62326-96-7.

GIL, Antonio Carlos. Método e técnicas de pesquisa social. 5.ed.-8.reimpr.-São


Paulo:Atlas,2007.

LIBÂNEO, José Carlos. OLIVEIRA, João Ferreira de. TOSCHI, Mirza Seabra. Educação
escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2009 – 8.ed. (Coleção
Docência em Formação/coordenação Antônio Joaquim Severino, Selma Garrido Pimenta).

LOPES, Eliane M.; GALVÃO, Ana Maria O. História da educação. Rio de Janeiro: DP&A,
2001.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Método e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ROSSI, Ednéia Regina. RODRIGUES, Elaine. NEVES, Fátima Maria (Org.). Fundamentos
históricos da educação no Brasil. 2. ed. rev. e ampl. Maringá: Eduem, 2009. 166 p.

SAVIANI, Dermeval. A Política Educacional no Brasil. In: STEPHSNOU, Maria.


BASTOS, Maria Helena Camara (Orgs). Histórias e memórias da educação no Brasil. Vol.
III: Século XX. 3.ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2009, p. 29-38.

TAMBARA, Elomar. Problemas teórico-metodológicos da História da Educação. In:


SAVIANI, D. (Org.). História e História da educação: o debate teórico-metodológico
atual. Campinas, SP: Autores Associados: 1998.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
AVANÇOS E DESAFIOS NA CONCRETIZAÇÃO DO DIREITO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO BRASIL

Carla Dannielle Rosendo Torres75


Alynne Alves Crispim76
Verônica Maria Pereira77

RESUMO

A presente pesquisa enseja analisar as particularidades da história de conquista dos direitos


direcionados as crianças e aos adolescentes no Brasil. Assim, embora estes possuam seus
direitos assegurados no marco normativo do País, a realidade se configura adversa mediante
as inúmeras formas de violação dos direitos humanos em que muitas se encontram, pois
verifica-se que a vulnerabilidade social tem sua gênese nas construções socio-históricas,
embasada no processo da produção e reprodução das desigualdades sociais, descriminação e
no difícil acesso ás políticas públicas. O processo investigativo foi realizado por meio de uma
revisão de literatura, a luz do método dialético através de uma pesquisa documental e
bibliográfica. Estima-se ser de grande importância o estudo apresentado, visto que trará
contribuições contundentes no debate acerca dos direitos da Criança e do Adolescente.

Palavras-chave: Criança. Adolescente. Vulnerabilidade Social. Proteção Social.

ABSTRACT

This research entails analyzing the particularities of conquest history of rights targeted
children and adolescents in Brazil. Thus, although these have their rights guaranteed in the
legal framework of the country, reality sets adversely by the many forms of violation of
human rights in which many are, because it appears that social vulnerability has its genesis in
the socio-historical buildings , based in the process of production and reproduction of social
inequality, discrimination and difficult access to public policies. The research process was
conducted through a literature review, the light of the dialectical method through a
documentary and bibliographic research. Estimated to be of great importance the study

75
Graduanda do curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras (FAFIC), e-mail: carla-danny@hotmail.com.
76
Bacharel em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-FAFIC (2015), e-mail:
alynne_l04@hotmail.com.
77
Bacharel em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras-FAFIC (2015) e-mail:
veronica_bt@hotmail.com.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
presented, as will compelling contributions to the debate on the rights of Children and
Adolescents.

Keywords: Child. Teenager. Social vulnerability. Social protection.


METODOLOGIA

O processo investigativo que culminou na concretização deste estudo foi realizado por
meio de uma revisão de literatura, a luz do método dialético, através de uma pesquisa
documental e bibliográfica, com o intuito de trazer considerações relevantes acerca dos
avanços para conquista dos direitos das Crianças e dos Adolescentes e os desafios para
efetivação dos mesmos.

INTRODUÇÃO

No Brasil somente pouco tempo é que as crianças e adolescentes passaram a ser


encarados como sujeitos de direitos, isso se deu a partir da promulgação do Estatuto da
Criança e do Adolescente em 1990. No entanto, embora a lei seja clara e expressiva no que
concerne a proteção dos mesmos, ainda se vê muito a desejar no que concerne a se encontrar
embates para a efetivação desses direitos.
Com a implantação dos ideais neoliberais no Brasil, as políticas públicas passam a se
apresentar ao longo dessas duas últimas décadas de forma fragmentada, sucateada e seletiva.
Neste sentido, o Estado se tornou omisso frente aos problemas sociais, exercendo assim,
ações de cunho estritamente clientelista com o intuito de favorecer a lógica de mercado em
detrimento da viabilização dos direitos da população.
Mesmo com todos os avanços no que concernem os direitos das Crianças e dos
Adolescentes a realidade social, na contemporaneidade, apresenta um contexto bem diferente
do que prega as legislações atuais que versam sobre direitos a garantias a esse segmento
populacional, onde muitas delas tem tido os seus direitos violados devido a conjuntura social
na qual estão inseridas, estando expostas à situação de vulnerabilidade e risco social, de forma
que isso tem gerando consequências negativas para as mesmas, tais como: trabalho infantil;
negligência; violência doméstica, sexual e psíquica; abandono, entre outras.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Mediante esta conjuntura, onde as Políticas Sociais se apresentam de forma focalizada,
sucateadas e fragmentadas e o conservadorismo e o favoritismo perpassam a realidade social,
desenvolver ações que corroborem para mudar o perfil de desigualdade social, no âmbito dos
serviços públicos se apresenta como um campo de difícil acesso. Logo, se faz necessário
“driblar” esses embates e elaborar estratégias que se mostrem eficazes no combate aos riscos
sociais que se encontram estes indivíduos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A política da Criança e Adolescente no Brasil tem seu histórico pautado na filantropia,


na despolitização, na desresponsabilização estatal e negação de direitos. Neste sentido é
válido ressaltar que foi percorrido um caminho árduo para que fossem conquistados os
direitos que são estabelecidos legalmente na atualidade, desta forma faz saber um pouco como
se deu esse movimento na história do Brasil, que acabou culminado na consolidação de
diversas legislações que versam sobre os direitos e garantias que devem ser concretizados
para possibilitar uma melhor qualidade de vida as pessoas que se enquadram neste segmento
populacional.
Assim, cabe incialmente destacar que no Brasil Colônia, era algo muito comum e visto
até de forma naturalizada o fato das crianças viverem em situação de abandono, de forma que
estas por muitas vezes eram deixadas em entidades filantrópicas denominadas por casa da
roda dos expostos, como aponta Rizzini e Pilotti (2009, p. 19) “a roda se tratava de um
cilindro giratório na parede que permitia que a criança fosse colocada da rua para dentro do
estabelecimento, sem que se pudesse identificar qualquer pessoa”.
Essas entidades em sua grande maioria eram ligadas à igreja católica, que sempre
defendia a prática da “caridade”; sendo que muitas vezes esses abrigos não ofereciam as
condições adequadas para a sobrevivência das crianças, de forma que estas acabavam ficando
em situação insalubre, rodeadas pela falta de higiene, e em situação de vulnerabilidade devido
ao descuido e até mesmo os maus-tratos que sofriam o que tornava sua condição social
extremamente precária, sendo que as pessoas que trabalhavam nessas instituições não
mantinham nenhum laço afetivo com os mesmos.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Em decorrência desses fatores faz-se necessário evidenciar o alto índice de
mortalidade infantil de forma que as crianças que conseguiam sobreviver, até os três anos de
idade eram criadas por amas-de-leite, depois, se não fossem adotadas, voltavam para a Santa
Casa, onde a partir dos sete anos de idade seriam ensinadas e obrigadas a aprender um ofício,
para a posteriori se inserir no mercado de trabalho.
Neste período, o Estado se mostrava totalmente omisso, e quando havia alguma
intervenção, essa se dava minimamente e de forma precária e fragmentada, o que fez com que
a roda dos expostos representasse por muito tempo a única forma de (des)proteção a criança e
ao adolescente no Brasil.
Com a chegada da Revolução Industrial, a indústria em suas protoformas necessitava
de trabalhadores que vendessem a sua força de trabalho livremente, porém estes eram
submetidos a longas jornadas de trabalho, em condições sub-humanas e recebendo baixos
salários, mas mesmo assim, homens e mulheres se viam obrigados a trabalhar.
Nesse contexto, segundo Rizzini e Pilotti (2009, p. 45) “a mão-de-obra infantil é usada
de forma abundante na indústria e o salário das crianças e adolescentes representa um
complemento para os baixos rendimentos das famílias operárias”. As crianças trabalhavam
submetidas as mesmas condições precárias que os demais trabalhadores, pois não tinham a
jornada de trabalho diminuída mas mesmo assim, os salários que recebiam eram inferiores aos
dos adultos.
Em decorrência de todos esses fatores somados a falta de saneamento básico, era
comum nas fábricas trabalhadores e crianças ficarem expostos a contraírem vários tipos de
doenças, como por exemplo, a tuberculose, que como comenta o autor supracitado, chegou a
matar 70% das crianças e adolescentes que trabalhavam na indústria têxtil, em 1919, no
Estado de São Paulo. Enquanto isso, a grande burguesia lucrava e acumulava todo o capital
que era produzido pela classe trabalhadora, sendo necessária destacar a forte participação das
Crianças e Adolescentes para crescimento do mesmo.
A década de 1920 marca um significativo avanço no que concerne ao surgimento das
primeiras legislações que viessem a assegurar os Direitos das Crianças e Adolescentes no
Brasil, mesmo que de forma enviesada. Com isso, após a realização do I Congresso Brasileiro
de Proteção à Infância, surge em 1921, a lei federal nº 4.242, de cunho assistencialista e
repressor. Essa lei dá ao governo o direito de elencar um serviço que visa a proteção e

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
assistência ao menor abandonado e delinquente. Em 1923 é aprovado pelo Presidente da
República, e em 1927, é assinado e promulgado por Washington Luiz, o decreto (17.943-A),
que consolida no Código de Menores.
Segundo Rizzini e Pilotti:

O Código de 1927 incorpora tanto a visão higienista de proteção do meio e


do indivíduo, como a visão jurídica repressiva e moralista. [...]Os
abandonados têm a possibilidade (não o direito formal) de guarda, de serem
entregues sob a forma de “soldada”, de vigilância e educação, determinadas
por parte das autoridades, que velarão também por sua moral. [...]O vadio
pode ser repreendido ou internado, caso a vadiagem seja habitual. O autor da
infração terá prisão especial. O menor de quatorze anos não será submetido a
processo penal de espécie alguma (o que acaba com a questão do
discernimento) e o que tiver idade superior a 14 e inferior a 18 anos terá
processo especial, instituindo-se também a liberdade vigiada. (2009, p. 47).

O Código de Menores também proibia o funcionamento da Roda dos Expostos o que


fazia com que o Estado por sua vez, fosse de certa forma, obrigado a intervir na garantia do
direito de Crianças e Adolescentes, que tivessem até 18 anos de idade, sendo que as crianças
menores de 12 agora estavam proibidas de trabalhar assim como as que não concluíram o
primário e que eram menores de 14 anos. As Crianças que tinham menos de 18 anos não
podiam mais exercer atividades laborativas no período noturno, visto que o mesmo era
considerado perigoso, de forma que quando houvesse o descumprimento dessa medida, o
empregador acabava sendo multado.
Diante disso, destaca-se que o Conselho de Assistência e
Proteção a Menores e o Juízo Privativo de Menores é formalizado,
tendo como presidente o Ministro da Justiça estabelecendo que,

As decisões serão baseadas na índole (boa ou má) da criança e do


adolescente e ficam a critério do juiz que tem o poder, juntamente com os
diretores das instituições, de definir as trajetórias institucionais de crianças e
adolescentes. (RIZZINI, PILOTTI, 2009, p.48)

Logo, os Capitalistas Industriais, por sua vez, relutavam contra o que o Código
determinava, principalmente no concerne a fiscalização do trabalho infantil, não concordavam
com a redução da jornada de trabalho para seis horas, mesmo apelando, a Corte determina
causa ganha para o juiz. No entanto, a intervenção Estatal se dava de forma clientelista e
excludente, não erradicando de fato o trabalho infantil, onde todas as ações desempenhadas se
mostravam de caráter moralizador.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O Código de Menores buscava legitimar a ordem vigente, tinha o objetivo de “zelar
pela infância abandonada e criminosa, prometia extirpar o mal pela raiz, livrando a nação de
elementos vadios e desordeiros, que em nada contribuíam para o progresso do País.”
(RIZZINI, PILOTTI, 2009, p. 139).
Dessa forma, o código era aplicado apenas as crianças e adolescentes que se
encontrava em situação “irregular”, vítima de abandono e autor de infração penal. Cabia ao
juiz o poder indiscutível, de maneira que o mesmo atuava com “vigilância” sobre “o menor”.
Assim este acabou sendo um mecanismo para disciplinar as crianças e adolescentes, que
assim como os adultos, sofriam pelos impactos da contradição do capital versus trabalho,
estando expostas as cruéis e desumanas expressões da questão social.
Com o golpe do Estado presidido por Getúlio Vargas, a proteção a Crianças e
Adolescentes ganha novos rumos, onde o governo federal passou a investir em novas ações
que visavam agora prestar assistência ao menor e a infância. Criou-se então em 1941 no
Distrito Federal, o Serviço de Assistência ao Menor (SAM), e em 1944 foi implantado em
todo país.
O SAM era um órgão que estava vinculado aos juizados de menores e o ministério
público, foi criado para abrigar os menores encaminhados pelo Juízo de Menores e assim dar
continuidade ao processo de reeducação das crianças e adolescentes e tinha convênio com
educandários particulares, no entanto, a assistência que recebiam era pautada em maus tratos,
crueldades, abusos e corrupção, visto que, crianças de famílias que tinham recursos
financeiros, mediante a influência de “pistolão”, colocavam seus filhos nos melhores
educandários mantidos pelo SAM.
Diante disso, o Serviço de Atendimento ao Menor, passa a se tornar alvo de críticas,
já que alguns juízes, jornalistas e deputados da oposição, clamavam pela extinção da
instituição afirmando que se tratava de um órgão ineficaz e perverso, sendo visto como
fábrica de delinquentes e escolas do crime,
Em decorrência das reinvindicações em 1964 é criada a Fundação nacional do Bem-
Estar do Menor (FUNABEM), que segundo Rizzini e Pilotti (2009, p. 27) visava a prevenção
e reintegração social, no ambiente familiar e / ou na comunidade, das crianças e adolescentes
vistas como “irregulares”.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A FUNABEM se configurava como um modelo carcerário e repressivo, visando o
controle social em nome da segurança nacional. A instituição se articulava com entidades
privadas, e sob uma ótica assistencialista, como uma forma de comemorar o ano internacional
da criança, em 10 de Outubro de 1979 é promulgado o novo Código de Menores, a lei n.
6.697, “adota expressamente a doutrina de situação irregular, segundo a qual os menores são
sujeitos de direito quando se encontrarem em estado de patologia social, definida legalmente.”
(RIZZINI, PILOTTI, apud CAVALLIERI, 2009, p. 70).
O Novo código tratava-se, de uma nova roupagem no trato com as crianças e
adolescentes e a desresponsabilização Estatal, que continuava omisso diante da pauperização
e miséria da criança brasileira. As expressões da questão social se agudizavam e eram
responsabilizadas pela marginalização do menor.
Novos rumos são apontados no que concerne os direitos das Crianças e Adolescentes a
partir da promulgação da Carta Magna, ou seja, a Constituição de 1988. Em seu artigo 227,
ela expressa que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente, e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988).

Nesse contexto, emerge a luta pela garantia dos direitos de cidadania para crianças e
adolescentes. Protagonizado pela sociedade civil e ONGs, essas reivindicações resultam na
promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente em julho de 1990, onde, afirma Rizzini
e Pilotti (2009, p. 29) se tratar de um novo “paradigma jurídico, político e administrativo,
destinado à resolução da problemática da infância e da juventude no Brasil, nos termos de
uma sociedade democrática e participativa”.
O ECA marca um grande avanço sendo visto como uma das mais completas
legislações do mundo nesta área, de forma que as crianças e adolescentes pobres que antes
eram vistas como “ameaça” ou “coitadinhas”, passam a ser enxergadas como cidadãos de
direitos e a quem deve ser enxergado como prioridade pelo Estado no acesso as políticas
públicas.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O Estatuto exige a efetivação dos direitos da criança e do adolescente mediante
articulação entre o Estado e a sociedade civil, na elaboração e fiscalização das políticas
públicas, através da criação de Conselhos de Direito e Tutelares, sendo que a política passa a
ser descentralizada. Assim, mediante as medidas de prevenção, o ECA visa garantir uma
política especial de atendimento com acesso digno à justiça de maneira equânime.
No entanto, o ECA é constantemente alvo de críticas, por partes daqueles que
segundo Bezerra (2006, p. 18) ainda não entenderam que o legislador viu nele oportunidade
única de criação de um conjunto de regras de proteção capaz de colocar nossa infância e
juventude a salvo de toda e qualquer forma de negligência, violência e exploração”.
Contudo, evidencia-se que o Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser encarado
como um instrumento que busca viabilizar a garantia as crianças e adolescentes de condições
favoráveis para que haja o seu pleno desenvolvimento, a partir fornecimento de condições
sociais que venham a favorecer a sua integridade física, a sua liberdade, a sua dignidade,
dentre outros direitos que devem ser tidos como de responsabilidade tanto do Estado, quanto
da sociedade civil.
Aqui evidencia-se as ações desenvolvidas pelo Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, pois este têm proporcionado grande contribuição para os
Adolescentes, ao passo que vem atuando na perspectiva de estimular o desenvolvimento do
protagonismo dos mesmos e assim fortalecer o respeito, a solidariedade e os vínculos
familiares e comunitários.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos representa o compromisso do
poder público, “na garantia do direito da criança/adolescente à convivência, ao
desenvolvimento integral e à proteção de assistência social” segundo o Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate a Fome.
Desta maneira, os impactos do programa, se mostram de grande importância para este
público alvo, uma vez que historicamente os programas e projetos ofertados pela Política de
Assistência Social acabam tendo uma imagem de pouca eficiência em trazer resultados
positivos que venham possibilitar o desenvolvimento e proteção dos seus usuários.
No caso do SCFV, as suas ações tem contribuindo para eliminar possíveis vivências de
isolamento e de violação dos direitos, promovendo o acesso à música, a arte, a cultura e ao
esporte, contribuindo assim de forma ativa na prevenção de riscos sociais.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Cabe destacar também que a implantação da Política Nacional de Assistência Social
em 2005 se caracteriza como um momento histórico quando traz a materialidade do Sistema
de Proteção Social Brasileiro no âmbito da Seguridade Social. A PNAS apresenta como
público alvo cidadãos e grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade.
A política supracitada afirma que seus objetivos constam em prevenir situações de
risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários. Nela são considerados serviços de proteção básica de
assistência social aqueles que potencializam a família como unidade de referência,
fortalecendo seus vínculos internos e externos. Com isso, estão inseridas como públicos alvo
dessa política as crianças e adolescentes que se encontram nas mais diversificadas formas de
vulnerabilidade social e que tem necessitam da defesa de seus direitos mediante medidas que
corroborem para a proteção social, socialização e o fortalecimento de vínculos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante o exposto verifica-se que no fim do período que corresponde ao Brasil


colônia e dá início ao Brasil República, as crianças e adolescentes eram tidas como “adultos
em miniatura”, não havendo legislação que a reconhecesse enquanto sendo detentora de
direitos. Esse fator contribuía para que houvesse a ampla e consentida exploração da mão-de-
obra infantil dos mesmos, nos mais variados âmbitos, e especial dentro das indústrias.
Com o passar do tempo, diante dos avanços na conquista dos direitos sociais, políticos
e civis, conquistados em detrimento de muita luta social da classe trabalhadora; essas crianças
e adolescentes foram ganhando mais espaço nas políticas que eram formuladas, passando a
ser reconhecidas como sujeitos detentores de direitos, que devem ser assegurados pelo Estado
e pela sociedade civil.
Assim, verifica-se que é necessário buscar cada vez mais a formulação e execução de
mecanismos que possam vir a fortalecer o controle social sobre as instituições que atuam
enquanto garantidoras dos direitos deste segmento populacional, tendo em vista sua condição
de vulnerabilidade social.

REFERÊNCIAS

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
BARROS, Nivia Valença. Violência intrafamiliar contra criança e adolescente. Trajetória
histórica, políticas sociais, práticas e proteção social. Rio de Janeiro, 2005. 248f. Tese de
Doutorado - Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: 1988 - Texto constitucional


promulgado em Cinco de outubro de 1988 com as alterações adotadas pelas Emendas
Constitucionais de nos. 1/92 a 53/2006 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos. 1 a
6/94. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2007. (1988).

BRASIL. Lei nº 6.697, de 10 de outubro de 1979. Institui o Código de Menores.


Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1970-1979/L6697.htm>. Acesso
em: 20 março. 2016.

Brasil. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente e dá outras providências. Brasília, 2009.

BRASIL. Orientações Técnicas Sobre o Serviço de Convivência e Fortalecimento de


Vínculos para Crianças e Adolescentes de 6 a 15 Anos. Brasília, 2010.

BRASIL. Secretaria Nacional de Assistência Social. Política Nacional de Assistência


Social - PNAS. Brasília, 2005.

GIL, Antonio Carlos. Método e técnicas de pesquisa social. 5.ed.-8.reimpr.-São


Paulo:Atlas,2007.

MANZINI, E. J. A entrevista na pesquisa social. Didática, São Paulo, v. 26/27, p.149-158,


1990/1991.

em . Ace

RIZZINI, Irene; PILOTTI, Francisco. A Arte de Governar crianças: a história das


políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 2ª. Ed. São Paulo:
Cortez, 2009.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Método e técnicas, 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

YASBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social. 5ª. Ed. São Paulo:
Cortez, 2006.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL E SEUS
REBATIMENTOS NA ATUAL CONJUNTURA: algumas análises.

ARAÚJO, Rayane Paiva 


CASIMIRO, Camila **
LEITE, Ihane Ferreira Maria ***

RESUMO

O artigo traz algumas análises sobre o Projeto ético-político do Serviço Social, como
também alguns aspectos da atual conjuntura que impactam nesse projeto e na
prática profissional. O referido projeto está em construção até os dias de hoje e é
considerado hegemônico pela categoria profissional. Discutiremos nesse trabalho o
contexto histórico do projeto desde sua gênese até os dias atuais, tendo em vista
que esse vem buscando romper com as influências do conservadorismo na
profissão. Desta forma, apesar de ser uma tarefa difícil a efetivação desse projeto, a
categoria profissional está em constante luta para que ele não seja deslegitimado.

Palavras chave: Projeto Ético Político. Serviço Social. Prática profissional.


Neoliberalismo.

ABSTRACT

The article gives some analysis about the ethical-political Project of Social Service,
as well as some aspects of the current conjuncture that impacts in this project and in
the professional exercise. This project is being built in the actual days and it is
considered hegemonic by the professional category. This work will discuss about the
historical context since its genesis until the current days, considering that it is seeking
to break with the conservadorism influences of this profession. Thus, although the
realization of this project is a hard task, the professional category is in a constant
battle to it do not be delegitimized.

Key Words: Political Ethics Project. Social Service. Professional exercise.


Neoliberalism.


Graduanda do curso de Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande – Campus
Sousa – PB, rayane.paiva@yahoo.com.br.
**
Graduanda do curso de Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande – Campus
Sousa – PB, camilacasimiro@hotmail.com.
***
Graduanda do curso de Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande – Campus
Sousa – PB, ihaneleite@gmail.com.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre o projeto ético-político do


Serviço Social, assim como fazer algumas análises sobre seus rebatimentos na
atual conjuntura e os desafios enfrentados pelos profissionais em sua prática.

Discutiremos sobre o contexto histórico do projeto, onde a busca pela ruptura


com o conservadorismo veio como reflexo do Movimento de Reconceituação da
América Latina, e no Brasil deu-se como o Movimento de Renovação do Serviço
Social brasileiro. A construção desse novo projeto começa a ser gestada nos anos
de 1980, ganhando maturidade nos anos 1990 até os dias atuais.

O projeto surge em um contexto de movimentos sociais, ascensão da classe


trabalhadora no cenário político, assim como durante sua construção surge uma
formação de massa crítica, através da inserção do Serviço Social nas academias.
Porém, na década de 90, o referido projeto vai se deparar com os efeitos deletérios
da política neoliberal, onde o Estado vai se afastar no tocante as suas
responsabilidades no que se refere as políticas públicas e investe nas políticas
privadas, possibilitando uma superexploração da classe trabalhadora e a anulação
das leis trabalhistas.

A prática cotidiana do profissional do Serviço Social também sofre com os


rebatimentos dessa política neoliberal, pois há uma invasão do neoconservadorismo
que traz a tona práticas conservadoras e tradicionais. Destarte, não menos
importante, o assistente social também sofre, nessa conjuntura, por ser um
trabalhador assalariado, como também pelo desmonte de direitos feito pelo Estado o
que irá dificultar o seu trabalho.

Portanto, o projeto societário hegemônico na cena contemporânea é o projeto


neoliberal, o que vem dificultando a consolidação do Projeto ético-político do Serviço
Social, uma vez que o profissional de Serviço Social atua numa relação dicotômica
entre as classes, tendo que manter as bases do capital, e em contrapartida possui

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
uma dimensão política comprometida com a classe trabalhadora que diverge dos
ideários da política neoliberal.

2 Construção Sócio histórica do Projeto ético-político do Serviço Social

O projeto ético-político do Serviço Social é um projeto coletivo profissional,


possui dimensões políticas tanto no que diz respeito aos projetos societários quanto
aos projetos profissionais. Os projetos profissionais são indissociáveis dos projetos
societários.

De acordo com Netto (2009, p.144):

Os projetos profissionais apresentam a auto-imagem de uma


profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e
priorizam seus objetivos e funções, formulam requisitos (teóricos,
práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas
para o comportamento dos profissionais e estabelecem as bases das
suas relações com os usuários de seus serviços, com as outras
profissões e com as organizações e instituições sociais privadas e
públicas (inclusive o Estado, a quem cabe o reconhecimento jurídico
dos estatutos profissionais).

Ou seja, são os projetos profissionais que vão inscrever as responsabilidades


dos profissionais, assim como orientar a conduta da profissão na sociedade. Esses
projetos estarão sempre se renovando, a mudança é constante, pois são estruturas
dinâmicas que por responder as demandas da sociedade terá que atender as
transformações que serão sofridas na mesma, assim como responder também às
alterações que perpassarão a profissão.

O Projeto ético-político do Serviço Social traz em sua estrutura três


componentes: o Código de Ética Profissional (1993),a Lei de Regulamentação da
Profissão (8662/1993) e as Diretrizes Curriculares (1996), aprovadas pelos MEC em
2000.

A gênese desse novo Projeto ético-político do Serviço Social se deu na


passagem da década de 70 para 80, mais precisamente em 1979, pois esse projeto

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
tem sua gênese no III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS),
conhecido como Congresso da Virada, o evento foi sediado em São Paulo.
Portanto, a recusa, acompanhada da crítica, ao conservadorismo profissional se
configurou como primeira condição para a construção desse novo projeto.

Nos anos 80, têm-se um avanço nesse PEP, essa década foi marcada pela
forte ascendência dos movimentos sociais, havendo resistência à ditadura que
contava com segmentos formados por burgueses não satisfeitos que rebateram a
conjuntura ditatorial. A classe trabalhadora vai se inserir na cena política,
ascendendo nas mobilizações e reivindicações dos seus direitos. Trabalhadores
rurais também tomam consciência e se insere nesse contexto de movimentos, assim
como outras dimensões da sociedade, a exemplo do setor intelectual, da imprensa e
dos advogados. Assim, a ditadura foi caindo pouco a pouco, até ser derrotada
totalmente, então essa luta pela democracia foi o condicionante essencial para o
Serviço Social acabar com monopólio do conservadorismo na profissão, o que gerou
a constituição de um novo projeto profissional.

É nos anos de 1970 e 1980 que o Serviço Social se insere no âmbito das
universidades, marcado pela inserção no campo de pós-graduações. É nesses
espaços que acontece uma geração de massa crítica e uma acumulação teórica
para os profissionais. Em contato com outros profissionais das ciências sociais, o
Serviço Social passa a incorporar vertentes críticas iluminadas pelo marxismo, o que
possibilitou mais uma forma de repúdio ao conservadorismo e instaurou o
pluralismo, que deu abertura para projetos societários sintonizados com a classe
trabalhadora, temos aqui nos anos 80, avanços qualitativos e quantitativos em torno
da produção teórica. O objetivo era formar profissionais eficazes e competentes, que
respondessem às demandas que surgiram na sociedade brasileira pós-conjuntura
ditatorial.

Na década de 90, têm-se a hegemonia desse PEP no Serviço Social


brasileiro, porém o projeto ainda não está totalmente consumado. Está inscrito
nessa década uma consolidação do projeto graças a maturidade profissional

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
adquirida nos centros de formação, pois possibilitou a produção de conhecimento
entre os profissionais e uma maturidade político-organizativa da profissão na
participação em fóruns deliberativos.

Contudo, no segundo lustro de 90, o PEP conquistou a hegemonia na


profissão de Serviço Social por dois motivos: o primeiro foi a grande participação dos
assistentes sociais em espaços e eventos voltados para a discussão profissional; já
o segundo motivo tem seu cerne nas linhas fundamentais do PEP, pois são linhas
ligadas ao movimento da sociedade brasileira que representam as aspirações da
massa dos trabalhadores.

Iamamoto(2007) vem reiterar que todo o chão histórico aqui mencionado foi
essencial para a construção desse novo projeto ético-político: ―Portanto, esse projeto
profissional é fruto da organização social da categoria e de sua qualificação teórica e
política, construído no embate entre distintos projetos de sociedade que se refratam
no seu interior‖ (IAMAMOTO, 2007 p.224).

Acerca da ética na formação desse novo projeto é necessário fazer uma


observação de grande relevância.O projeto profissional é perpassado por uma
valoração ética, assim sendo o Código de Ética é um aspecto imperativo do
exercício profissional, porém debates sobre alguns de seus princípios aparecem
constantemente. A construção do Código de Ética-CE foi uma conquista na década
de 80, precisamente em 1986, porém possuía uma baixa acumulação de reflexão
ética, tornando necessário sua revisão em 1993. Entretanto, o CE de 1986 soava
como uma carta de princípios e compromissos ideopolíticos, deixando claro de que
lado estava a classe dos assistentes sociais.

Diante da construção desse PEP que se processa até os dias de hoje, cabe
aqui sinalizar alguns posicionamentos defendidos pelo referido projeto. O núcleo do
PEPSS reconhece a liberdade como valor central, essa liberdade é historicamente
concebida e possibilita a escolha entre alternativas concretas, está vinculado a
construção de uma nova ordem social, sem exploração/dominação de classe, etnia e
gênero. Contemplando o pluralismo de forma positiva, tal projeto repudia os
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
preconceitos e defende os direitos humanos, sua dimensão política é posicionada a
favor da equidade e da justiça social, visando a universalização dos bens e serviços
advindos de programas e políticas sociais, garantindo os direitos civis, políticos e
sociais da classe trabalhadora.

De acordo com Iamamoto (2007), o referido projeto não adota a perspectiva


corporativista, pois apesar de ser um projeto profissional, não atenderá somente aos
interesses da profissão, uma vez que ao estabelecer o exercício profissional do
assistente social o mesmo deixa claro que seus interesses são focados e voltados
para a coletividade.

Vale destacar que o PEP materializa-se em três dimensões: a dimensão da


produção de conhecimentos no interior do Serviço Social, onde são teorias
baseadas no pensamento marxista, essa dimensão rompe com posturas
conservadoras; a dimensão político organizativa da profissão é a categoria
organizativa da profissão representada por entidades, como: o conjunto
CRESS/CFESS, os CA’s, a ENESSO, em que a partir de fóruns, congressos e
discussões planejados por esses se tem debates em torno dos princípios e diretrizes
PEPS; e por fim, a dimensão jurídico- política da profissão diz respeito as leis que
tornam o Serviço Social uma profissão legal e que viabilizam o fazer profissional
cotidianamente.

O PEPPS declara a democratização da participação política e socialização da


riqueza socialmente produzida, configurando-se assim como um projeto
radicalmente democrático, seu compromisso é com a competência que será formada
a partir do aperfeiçoamento intelectual do assistente social. Assim, como tem
também um compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população.

Portanto, cabe aqui citar as dimensões diferentes, do Serviço Social, que


possibilitam a realização do PEPSS, segundo Iamamoto, são: os direitos e deveres
dos profissionais legalmente reconhecidos; articulações com outras entidades do
Serviço Social; a relação com entidades que afiançam posições politicas frente ao

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Estado e à sociedade, às politicas publicas e as profissões; o trabalho profissional
desenvolvido em diferentes espaços ocupacionais e no ensino universitário78.

2.1 A atual conjuntura e os desafios para consolidação do Projeto Ético Político do


Serviço Social.

Desta forma, o contexto mencionado, deixa claro que o Projeto Ético Político
do Serviço Social (PEPSS) tem compromisso com os interesses e lutas da classe
trabalhadora, assim divergindo do atual projeto capitalista hegemônico. Assim, o
profissional de Serviço Social precisa atuar mediando às demandas do capital como
o do trabalho.

A conjuntura vigente impõe uma série de desafios para a consolidação do


PEPE no cotidiano do exercício profissional diante da conjuntura neoliberal, onde
nessa política prevalecem interesses individualistas e/ou capitalistas.

A consolidação do projeto profissional que vem sendo construído


requer remar na contracorrente, andar contra o vento, alinhando
forças que impulsionem mudanças na rota dos ventos e das marés
na vida em sociedade (IAMAMOTO, 2000, p.141).

A política neoliberal insere-se na América Latina a partir do Consenso de


Washington em 1989, onde nessa reunião foram elaboradas dez ―recomendações‖
79
de como efetivar o neoliberalismo. E no Brasil, veio emergir em meados dos anos
90 no governo de Fernando Collor, mas só desenvolveu a partir do governo de
Fernando Henrique Cardo (FHC) e estende até o governo atual da presidenta Dilma
Rousseff, onde defendem o afastamento do Estado no que se refere às políticas
públicas e impulsionam as políticas privadas, ou seja, o Estado ―mini max‖ mínimo

78
Iamamoto diz que nessa dimensão se exige uma posição crítica a mercantilização da educação-
fator que desqualifica quadros acadêmicos e profissionais; deixa claro orespeito ao movimento
estudantil no Serviço Social, pois é um dos espaços que dar força ao projeto profissional.
79
―[...] 1)disciplina fiscal, 2) redução dos gastos públicos, 3) reforma tributária, 4) juros do mercado, 5)
regime cambial de mercado, 6) abertura comercial, 7) eliminação de controle sobre o investimento
direito estrangeiro, 8) privatização, 9) desregulamentação de leis trabalhistas e institucionalização da
propriedade intelectual‖ ( MONTANO, 2010, p. 211).

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
para social e máximo para o capital. Nesse sentido, o sucateamento, focalização,
precarização das políticas públicas, regulamentação das leis trabalhistas e também
responsabilidades do Estado são repassadas para as organizações não
governamentais.

Assim, de acordo com Iamamoto (2000, p.122):

Os princípios da privatização, descentralização e focalização


direcionam as ações no campo das políticas públicas. O campo da
seguridade social sofre uma clara cisão, uma vez que apenas a
Previdência Social Básica permanece como atividade exclusiva do
Estado, enquanto o horizonte da educação e saúde e o da
privatização, ou melhor, da publicação, sujeitas à regulação do
mercado, ainda que subsidiadas pelo fundo público. Este processo
amplia o espaço das grandes corporações empresarias e das
Organizações Não-Governamentais – ONGs—na gestão e execução
de políticas sócias, com amplas execuções nas condições de
trabalho e no mercado de trabalho especializado.

Nesse sentido, tais rebatimentos da política neoliberal são sentidos de forma


mais agudizada pela classe trabalhadora que sofre diretamente com a seletividade e
precarização das políticas públicas. Os Assistentes Sociais que também sofrem
como esses impasses, tanto por se inserirem como trabalhadores assalariados nos
mais diversos espaços ocupacionais, como por em seu âmbito de trabalho ter
poucos recursos para responder as demandas que lhe são solicitas pelos usuários,
uma vez que as expressões da questão social são o objeto de trabalho desses
profissionais e essas expressões aparecem mais agudizadas no neoliberalismo.

Sendo assim, a intervenção nessa conjuntura necessita de um profissional


mediador, apto a entender que a sociedade é perpassada por correlações de forças
que expressam interesses divergentes e para tanto o profissional de Serviço Social
deve buscar atuar na direção política do PEP de comprometimento com a classe
trabalhadora, levantando bandeiras de lutas e fortificando a viabilização dos direitos
dessa classe. Isso, quer dizer que o Assistente Social precisa investir nas suas
condições subjetivas, ou seja, procurar uma melhor qualificação teórica, não ficar
apenas no imediatismo, deve lançar um olhar crítico para além do instituído, para só
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
assim assumir uma posição contrária ao que está imposto pelo modo de produção
capitalista.

Nesse contexto de desafios da consolidação do PEP, deve ser sinalizada a


presença do neoconservadorismo na profissão, pois mesmo com a busca pelo
rompimento com as práticas tradicionais, ainda encontra-se traços de posturas
conservadoras, ora disfarçados de mudanças e criticidade. Dessa maneira,

[...] a ruptura com o quase monopólio do conservadorismo no Serviço


Social não suprimiu tendências conservadoras ou neoconservadoras
– [...] a heterogeneidade própria dos corpos profissionais propicia,
em condições de democracia política, a existência e a concorrência
entre projetos diferentes (NETTO, 2009, p.157).

O neoconservadorismo na profissão passa a ganhar mais força nos anos de


1990 ao mesmo tempo em que o PEP ganha maturidade e consolida-se, também no
mesmo momento em que a política neoliberal começa a adentrar no Brasil. Destarte,
vê-se um aumento significativo das privatizações do ensino superior, inclusive do
ensino à distância do curso de Serviço Social, o que traz consequências para a
prática profissional, pois os profissionais formados pelas EAD’s apresentam
dificuldades em fazer uma análise crítica do real, passando a responder os
interesses do mercado, assim colaborando para a manutenção da ordem vigente.

Outra consequência que o crescimento de vagas para instituições de ensino a


distância traz para a atuação profissional, relações de trabalho e condições salariais,
segundo Iamamoto (2009, p.440) é:

[...] um crescimento acelerado do desemprego nessa área, pois


dificilmente a oferta dos postos de trabalho poderá acompanhar, no
mesmo ritmo, o crescimento do contingente profissional,
pressionando o piso salarial, a precarização das condições de
trabalho e aumentando a insegurança do trabalho.

Vale destacar, que o ensino superior público também sofre com os efeitos
deletérios, pois esse é submetido a cortes orçamentários o que precariza a

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
extensão, a pesquisa e o trabalho docente pela suspensão de concursos públicos.
Além da elevada carga de trabalho para esses(as) professores(as).

Assim sendo, não é uma tarefa fácil consolidar o PEP- que tem como objetivo
lutar pelos interesses da classe trabalhadora – em uma sociedade que presa por
interesses capitalistas. O exercício profissional sofre rebatimentos devido ao
afastamento do Estado no tocante às suas responsabilidades oriundos da politica
neoliberal. Além disso, têm-se posturas neoconservadoras na profissão, assim
impossibilitando enxergar além do aparente.

Logo, de acordo com Iamamoto (2000, p.49):

O Serviço Social na contemporaneidade é muito mais do que titulo


formal, pois sintetiza o desafio de decifrar os novos tempos para que
deles possa ser contemporâneo. Exige-se um profissional
qualificado, que reforce e amplie sua competência critica; não só
executivo, mas que pensa, analisa pesquisa e decifra a realidade.
Alimentado por uma postura investigativa, o exercício profissional
cotidiano tem ampliado as possibilidades de vislumbrar novas
alternativas de trabalho neste momento de profundas alterações na
vida em sociedade.

Assim, o Assistente Social em meio aos obstáculos que perpassam o campo


de trabalho devido à precarização dos serviços públicos, precisa ousar para buscar
viabilizar as demandas que são solicitadas pelos usuários, mas não exercendo
práticas fatalistas, benevolentes, filantrópicas e sim sendo crítico, criativo,
competente e investindo em suas condições subjetivas.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consolidar esse projeto ético-político diante de uma conjuntura neoliberal


torna-se um grande desafio, pois o neoliberalismo usa de várias formas que
impedem o avanço da legitimação da profissão na sociedade, tornando o trabalho do

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
assistente social burocrático, dificultando cada vez mais o crescimento de espaços
ocupacionais para esses profissionais.

A política neoliberal usa o aparelho ideológico e econômico para conseguir


colocar barreiras que tornem quase que impraticável a execução de políticas e
programas que o próprio Estado "oferece".

A conjuntura neoliberal tenta transformar o Serviço Social em


uma profissão assistencialista desde o governo de FHC até o cenário atual, e isso só
é possível, pois encontra bases sólidas nos aspectos teóricos, práticos e
institucionais para absolver as transformações e reduções neoliberais. Reiterando,
essa redução da profissão ao assistencialismo e, a desregulamentação e
flexibilização da educação são um dos aspectos que inviabilizam esse PEPSS. Se
para Netto, em 1999, o projeto tinha futuro porque apontava para o combate ao
neoliberalismo, hoje ele diz que essa afirmação só é válida a quem se manteve
imune a cooptação dos partidos de esquerda.

Um dos pontos que dificulta o fazer profissional são as condições que as


instituições muitas vezes não disponibilizam o que torna quase inviável a garantia de
prestação de serviços de qualidade aos usuários, o que é uma preocupação do
PEPSS.

De acordo com Iamamoto (2000), para tornar esse projeto um guia efetivo
para o exercício profissional é preciso usar pontos de encaixe que de alguma
maneira torne essa luta mais viável, é necessário articular-se com dimensões
organizativas e legais que tentem viabilizar uma sustentação com a realidade do
trabalho cotidiano, para tanto não pode deixar de contar com o peso que as
academias tem para o enfretamento desse desafio.

Assim, os profissionais precisam investir em suas condições subjetivas, ou


seja, suporte teórico- metodológico, técnico-operativo e ético-político, para ter uma
maior compreensão da realidade e não ficar no imediatismo e burocratização, pois
estes também se configuram como um grande desafio para os profissionais, hoje em

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
decorrência do atual projeto hegemônico neoliberal, tendo em vista que o exercício
profissional também é delineado pelas condições objetivas que a instituição e o
Estado oferecem.

Ainda vale destacar que o PEPESS, está sempre em constante processo de


construção, pois terão novas demandas, novas necessidade. É por meio de debates,
fóruns, congressos organizados pela categoria profissional que são reafirmados os
princípios e compromisso do PEPSS.

4 REFERÊNCIAS

IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. – 3ª ed. - São Paulo, Cortez, 2000.

__________________. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital


financeiro, trabalho e questão social.- 8.ed. – São Paulo: Cortez, 2014.

__________________.O Serviço Social na cena contemporânea. IN: CFESS.


Serviço Social: direitos e competências profissionais. Brasília: CFESS/ APESS,
2009.

MONTANO, Carlos; DURIGUETTO, Maria Lúcia. Estado, classe e movimento


social. 1ed- São Paulo: Cortez: 2010.

NETTO, José Paulo. A construção do Projeto Ético Político do Serviço Social .


In. Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. 4ºed. São Pailo,2009.

__________________. Das ameaças à crise. IN: Revista Inscrita, nº 40, São Paulo,
2009.

REIS, Marcelo Braz. Notas sobre o Projeto ético Político do Serviço Social. IN:
Coletânea de leis e resoluções. CRESS, 7º região. Rio de Janeiro, 2001.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Renovação e (neo)conservadorismo: a (des)construção do projeto ético político do

serviço social

Ana Paula Dias dos Santos


Leidiane Torres Sales
Maria Aparecida Nunes dos Santos

Resumo: O presente artigo tem como escopo central analisar os rebatimentos do


(neo)conservadorismo no seio do Serviço Social, sobretudo, a partir da retórica pós-moderna.
Neste sentido, o método de análise centra-se no materialismo crítico dialético, na perspectiva
de situar o Serviço Social enquanto profissão que se insere numa totalidade contraditória de
relações antagônicas as quais rebatem na profissão. Trata-se de uma pesquisa de cunho
exploratória bibliográfica, amparada por autores marxistas que tratam da referida temática.

Palavras-Chave: Conservadorismo. Serviço Social. Pós-modernidade

Abstract: This article has as its scope to analyze the repercussions of the ( neo) conservatism
within the social services , especially from the postmodern rhetoric. In this sense, the method
of analysis focuses on the critical dialectical materialism , in view of situating social work as a
profession that is part of a contradictory totality of antagonistic relations which folded in the
profession. This is a bibliographic exploratory nature of research, supported by Marxist
authors dealing with this theme.

Keywords: Conservatism. Social Service. Postmodernity


Autora: graduanda em Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Autora: mestranda em Serviço Social pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Orientadora: Professora mestre do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG).
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Introdução:

Esta construção emergiu da necessidade de discutirmos o legado histórico


conservador, que perpassa as artérias do Serviço Social, tanto em seu processo constitutivo e
desenvolvimento enquanto profissão, como na contemporaneidade a partir de matrizes
ideoteóricas que corroboram para a revitalização de um novo conservadorismo no exercício
profissional do Assistente Social. Nessa direção, a presente pesquisa objetiva apreender os
rebatimentos do conservadorismo e neoconservadorismo no seio do Serviço Social.
As raízes do conservadorismo no Serviço Social encontram-se desde suas protoformas,
o movimento de renovação do Serviço Social brasileiro, sobretudo, em seu terceiro momento
denominado de intenção de ruptura, iniciada na década de 1980, pela sua aproximação com a
perspectiva teórica marxista, constitui um avanço para o Serviço Social brasileiro,
considerando ser um revérbero do Movimento de Reconceituação, fenômeno tipicamente
latino americano, tecendo, nesse momento, a defesa de uma atuação profissional ancorado na
perspectiva da totalidade, compreendendo a complexidade da sociedade sob uma visão
macroscópica da realidade social, e o contexto de lutas de classes, capaz de perceber as
contradições e interesses antagônicos em que a profissão se insere, podendo a partir do seu
posicionamento político, relegar o histórico conservadorismo, posicionando-se ao lado da
classe trabalhadora, e construindo um novo Projeto Ético Político.
Destarte, a década de 1990, se configura como um desafio para a consolidação desse
novo projeto constituído coletivamente, através da invasão de uma nova roupagem
conservadora, representada pela lógica neoliberal, e fomentado pelas teorias pós-modernas.
Nesse cenário colocam-se desafios ao profissional de Serviço Social, pois, o perfil
profissional requisitado nesse contexto histórico é aquele capaz de trazer resultados com
intervenção imediatista e acrítica sobre a realidade social. Assim, a teoria social de Marx,
intrinsicamente liga ao método crítico dialético, é descredibilizado sobre avanço da ofensiva
neoconservadora do pós-modernismo, que, por sua vez, corrobora para a manutenção do
status quo, e incorporado no serviço social, reproduz uma prática profissional conservadora,
desconstruindo o Projeto Profissional.

1. A profissionalização do Serviço Social e o seu conservadorismo sócio histórico

Para melhor compreendermos a temática, faz-se necessário situar, ainda que


brevemente, o Serviço Social em suas protoformas, como também os traços conservadores
que marcaram e marcam a profissão.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Conservadorismo em sua epistemologia diz respeito àquele que é apegado às tradições
em quais quer das esferas da sociedade, dando uma concepção de algo “natural”, portanto,
que deve ser preservado. Sendo assim, discorreremos sobre este “apego a tradição” que está
enraizado no Serviço Social. Nesse sentido, podemos solidificar a discussão ao trazermos o
pensamento de Barroco (2015, p. 624), quando alude sobre o conservadorismo no que se
refere a sua função ideológica “[...] o conservadorismo reproduz um modo de ser fundado em
valores historicamente preservados pela tradição e pelos costumes.”
Considerando que o Serviço Social é uma profissão historicamente tecida por um cariz
conservador em sua funcionalidade ao capital, faz-se necessário dar destaque o solo concreto
em que se dá a emergência do Serviço Social enquanto profissão, mais especificamente a fase
monopolista do capital, momento em que o Estado tem suas funções reconfiguradas, com uma
face interventiva para garantir o objeto central, garantir os superlucros do capital. Diante
desse cenário, a “questão social” se configura como objeto de intervenção estatal via politicas
sociais, primando pela articulação controle e consenso da força de trabalho (NETTO, 2009).
Desse modo, para que fosse caucionada a acumulação do grande capital, difundida a
ideologia dominante, e controlado os questionamentos que viessem emergir por parte da
classe explorada, fez-se necessário à intervenção do Estado, maior mantenedor da ordem
vigente, e representante da burguesia. Neste sentido, é importante destacar que o Estado,
comitê executivo da burguesia monopolista, atua na preservação das condições necessárias
para a manutenção do superlucro (NETTO, 2009).
Cabe ressaltar, que tal intervenção na “questão social” na era dos monopólios não se
configura como uma dádiva natural, mas como respostas ao protagonismo sócio histórico da
classe trabalhadora. Nessa direção, coloca-se a necessidade de agentes sociais, que formulem
e executem as políticas sociais. Desse modo, o Serviço Social se encaixaria precipuamente
nesta última, sua legitimidade profissional consiste, nesse momento, em desempenhar
atividades práticas-operativas sob as refrações da questão social, com uma perspectiva voltada
para um cunho integrador de ajustar os desajustados, naturalizando as problemáticas sociais,
reproduzindo inquestionavelmente a ordem do capital.
Salientamos, também, como fato emblemático das protoformas do Serviço Social,
considerando o objeto em questão, a ação que Igreja Católica, e a sua articulação com o
Estado na tentativa de manutenção dos seus privilégios, com o escopo de recristanizar a
sociedade e manter à acumulação do grande capital. É, pois, na relação com a Igreja Católica
que o Serviço Social fundamenta seu primeiro projeto de atuação, como também seu
posicionamento de caráter humanista, integrador e conservador. Em suas protoformas o
Serviço Social tinha por base formadora dos profissionais a doutrina social da Igreja Católica,
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
representada pelas encíclicas papais (Rerum Novarum e Quadragésimo Anno), como lampejo
frente às refrações da “questão social”, para o desenvolvimento de sua intervenção, baseada
em ações de cunho filantrópico e benemerentes. Segundo Iamamoto, (2009, p. 83),

[...]. Essa origem confessional, articulada aos movimentos da Ação Católica,


conforma um tipo de legitimidade à profissão cujas as fontes de justificação
ideológicas encontram-se na doutrina social da Igreja. Configura-se, assim, uma
caráter missionário à atividade profissional, como meio de fazer face aos novos
imperativos da justiça e da caridade, dentro da perspectiva de profissionalização do
apostolado social segundo parâmetros técnicos e modernizadores, numa sociedade
secularizada, ameaçada pelo liberalismo e comunismo.

Destarte, ressaltamos que a profissionalização do Serviço Social não se configura


como uma evolução tecnificada da ajuda, a profissão não se cria para abrir o espaço de
atuação, mas é a emergência de novos espaços na divisão sócio-técnica do trabalho que
requisitam um novo agente profissional.
De acordo com Netto (2009, p. 18), “[...] as conexões genéricas do Serviço Social
profissional não se entretecem com a “questão social”, mas com suas peculiaridades no
âmbito da sociedade burguesa fundada na organização monopólica [...]”. Nessa direção, o
Serviço Social emerge para garantir o desenvolvimento das condições de reprodução
capitalista em sua fase fordista-keynesiana, como também de controle dos movimentos sociais
que eram tecidos, juntos com a acumulação da riqueza socialmente construída nas mãos de
uns poucos e das refrações das mazelas sociais.
Destarte, a partir da década de 1960, o Serviço Social brasileiro buscar traçar novos
caminhos, frente às mudanças societárias e exigências despertadas, sobretudo, no pós-64 pelo
contexto conjuntural ditatorial. Desse modo o processo de Renovação do Serviço Social
brasileiro em seu primeiro momento, busca como alude Netto (2011, p.154) “(...) a
tematização do Serviço Social como interveniente, dinamizador e integrador, no processo de
desenvolvimento.”
Nessa direção, no próximo tópico trataremos com mais endossamento sobre como se
configurou o processo de renovação do Serviço Social, trazendo presente às bases que foram
tecidas para que a profissão inserida no palco ditatorial, tivesse uma atuação interventiva,
dinamizadora e integrador, desembocando num terceiro momento na aproximação da postura
crítica profissional a partir do contato com a tradição marxista frente aos traços históricos que
a caracterizou como também a realidade no qual a profissão está inserida.

2. Considerações acerca do processo de renovação do Serviço Social brasileiro

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O processo de Renovação do Serviço Social foi incitado pela Autocracia Burguesa,
chegando a terras brasileiras como um revérbero do Movimento de Reconceituação, que
ocorria na América Latina. Podemos ressaltar como proeminência desse processo de
renovação a laicização do Serviço Social, que busca desvincular a profissão dos moldes
católicos, palco de submissão ideológica, empobrecimento teórico, buscando adequar-se ao
movimento histórico que vinha sendo vivido, como menciona Netto (2013, p.128)

A ruptura com este cenário tem suas bases na laicização do Serviço Social, que as
condições novas postas à formação e ao exercício profissionais pela autocracia
burguesa conduziram ao ponto culminante; são constitutivas da laicização a
diferenciação da categoria profissional em todos os seus níveis e a consequente
disputa pela hegemonia do processo pr7ofissional em todas as suas instâncias
(projeto de formação, paradigmas de intervenção, órgãos de representação etc.).
Destaquemos imediatamente este ponto: tal laicização, com tudo que implica, é um
dos elementos caracterizadores da renovação do Serviço Social sob a autocracia
burguesa.

Neste sentido, a profissão paulatinamente passa por um processo de maturação teórica,


metodológica, técnico-operativo, que se configurou em três direções. Em primeiro momentoa
Perspectiva Modernizadora, trouxe para a profissão significativas contribuições com os
seminários de teorização de Araxá e Teresópolis, apresentando como peculiaridades a busca
por um respaldo teórico capaz de subsidiar a prática profissional, tendo como referencial
teórico o estrutural/funcionalista, na tentativa da legitimação da sua atuação e métodos
interventivos da profissão. Porém, endossa o verniz conservador que historicamente perpassa
a profissão, pautada na defesa dos interesses das classes dominante.
Esta perspectiva é peculiarizada pelo seu caráter modernizador na ordem ditatorial
imposta em abril de 64, adequando-se e legitimando a mesma, buscando referendar sua
instrumentalidade através de aportes capazes de atender ao contingente de demandas, que
emergiam naquele momento. Desse modo, Netto (2009, p. 155) expressa:“[...] ela aceita como
dado inquestionável a ordem sociopolítica derivada de abril e procura dotar a profissão de
referências e instrumentos capazes de responder às demandas que se apresentam nos seus
limites [...]”.
O segundo estágio do processo de renovação é denominado a Reatualização do
Conservadorismo, sendo esta perspectiva caracterizada pelo resgate das práticas tradicionais
da herança histórica conservadora, que reivindica as propostas apresentadas na primeira
perspectiva supramencionada, como também ao pensamento crítico dialético, dando um
direcionamento de recuperação do passado, porém, com um cariz mais sofisticado.
Esta perspectiva trouxe como respaldo teórico a fenomenologia, voltando sua prática
para o psicologismo, ou seja, a subjetividade do sujeito frente às mazelas sociais, que faz

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
alusão aos primórdios dos elementos constitutivos das práticas do assistente social quando
estavam vinculados ao amparo da igreja, que também fazia uso do psicologismo do indivíduo
e da culpabilidade do sujeito sobre os problemas sociais, naturalizando assim a “questão
social”, na tentativa de manter os privilégios estatais e controle da classe trabalhadora. Nessa
direção, Iamamoto (2008, p.35) salienta que,

[...] Esta perspectiva implica a reafirmação e aprofundamento do Serviço Social às


necessidades da política estatal de dominação e controle das classes subordinadas e,
portanto, a negação de qualquer veleidade crítica que ultrapasse os limites do
sistema.

O último estágio do processo de renovação desaguou na direção da Intenção de


Ruptura, consolidada nos de 1980, sendo esta última, considerada a mais significativa para a
profissão, pois, apresenta uma tentativa de romper com o conservadorismo, trazendo um cariz
mais crítico frente à realidade, como também por trazer uma aproximação maior a corrente
paradigmática marxista, que ampara o Projeto Profissional do Serviço Social
hegemonicamente até os dias atuais, se posicionando ao lado da classe trabalhadora.
Para melhor compreendermos a construção da perspectiva de Intenção de Ruptura é
importante conhecermos suas bases sociopolíticas, que estão intrinsecamente ligadas ao golpe
de abril de 64. Ao passo que a conjuntura exigia profissionais que garantissem o domínio
autocrático burguês, despertou grupos que eram contrários à ideologia imposta, expressando
sua força através dos grupos anticapitalistas e antiditatorial, construindo em meio ao
mastodônico contexto repressivo o protagonismo da classe trabalhadora. Conforme Netto
ressalta,

No quadro do ciclo autocrático burguês, é nestes anos que se articulam as tendências


sociopolíticas que mais imediatamente suportaram a perspectiva da intenção de
ruptura: mobilização antiditatorial (com fortes impulsões de radicalidade
anticapitalista) dinamizada pelos setores das camadas médias urbanas jogadas na
oposição coloca os referenciais – culturais e políticos – que, na sequencia da derrota
anterior da classe operária e do conjunto dos trabalhadores, vão nutrir a perspectiva
profissional de que ocupamos. (2011, p.257)

Os profissionais de Serviço Social estando inseridos em um palco de profundas lutas


antagônicas entre a classe trabalhadora e a classe dominante, reconhecendo estas correlações
de forças, buscam por sua legitimidade, através de uma instrumentalidade construída por meio
de novo projeto societário, que solidifique e que dê sustentabilidade aos fundamentos
científicos que orientam a prática profissional. Conforme Iamamoto (2008, p. 35), esta
perspectiva é,
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Entendida numa dimensão processual, essa ruptura tem como pré-requisito que o
Assistente Social aprofunde a compreensão das implicações políticas de sua prática
profissional reconhecendo-a como polarizada pela luta de classes. Em outros termos,
o profissional é mobilizado na implementação de políticas sociais que trazem no seu
bojo interesses divergentes e antagônicos que o exercício profissional,
contraditoriamente, reproduz, já que tende a ser cooptado por uma das forças em
confronto.

É inegável que a perspectiva de intenção de ruptura é fruto de um processo paulatino, e


que trouxe para o Serviço Social uma nova estrutura, construindo coletivamente a partir desta
um novo projeto político, ligado especificamente à denúncia fervorosa ao Caldo Cultural
Conservador, que se deu a partir do processo de redemocratização da sociedade brasileira que
ocorreu durante as décadasde1970 e 1980. Contudo, cabe ressaltar que essa relegação ao
Conservadorismo perpassa o Serviço Social desde a década de 1960, com o processo de
Reconceituação do Serviço Social na América Latina. Neste sentido, argumenta Netto, “[...] É
neste processo de recusa e crítica do conservadorismo que se encontram as raízes de um
projeto profissional novo, precisamente as bases do que está denominado projeto ético-
político.” (2009, p. 01)
Inserido no palco de profunda repressão pelo contexto ditatorial e luta da classe
dominada pela democracia da sociedade brasileira, estabeleceu-se o solo conjuntural propício
para o rompimento com o Conservadorismo no Serviço Social. E se tem como ponto
arquimédico deste rompimento, o Congresso da Virada, onde houve um maior engajamento
dos profissionais nos movimentos sociais corroborando para que a profissão entre em choque
com o contexto dominante, passando a se perceber como classe trabalhadora, criando, desse
modo, as condições necessárias para que se rompesse. Nessa direção, alude Netto, (2009, p.
10)

É neste contexto que o histórico conservadorismo do Serviço Social brasileiro,


tantas vezes reciclado e metamorfoseado, confrontou-se pela primeira vez com uma
conjuntura em que a sua dominância no corpo profissional (que, sofrendo as
incidências do “modelo econômico” da ditadura, começa a reconhecer-se como
inserido no conjunto das camadas trabalhadoras) podia ser contestada – uma vez
que, no corpo profissional, repercutiam as exigências políticas e sociais postas na
ordem do dia pela ruptura do regime ditatorial.

Desde a década de 1970, o Serviço Social vem construindo um Projeto Ético Político
enredado com os interesses da classe trabalhadora. E para compreendermos os delineamentos
do PEPSS, faz-se necessário entendê-lo em seu processo de construção. Conforme ressalta
Netto (2009), os projetos profissionais são tecidos a partir de um grupo de profissionais que
tem como escopo dar efetividade a profissão, elaborando uma estrutura de requisitos para o

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
exercício profissional, tais como valores, objetivos, funções, normas comportamentais dos
profissionais para com os sujeitos de serviços, tendo o Estado como ente que legitima
juridicamente o exercício profissional.

Os projetos profissionais apresentam a auto-imagem de uma profissão, elegem os


valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e
funções, formulam os requisitos (teóricos, práticos e institucionais) para o seu
exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem
as bases das suas relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões
e com as organizações e instituições sociais privadas e públicas (inclusive o Estado,
a que cabe o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais). (2009, p.4)

No que tange ao Serviço Social o corpo que categoricamentedar visibilidade ao


Serviço Social está ancorado ao Código de Ética profissional de 1993, Lei que regulamenta a
profissãode Serviço Social (Lei n.8662/93) e as Diretrizes Curriculares de 1996. Podemos
afirmar que o Serviço Social dispõe de um Projeto comprometido com a atualidade, em seu
movimento contínuo de construção, sujeito a transformações e modificações, de acordo com
as mudanças societárias, tanto no que se refere à economia, a cultura, quanto da própria
história.
O acúmulo teórico significativo que o Serviço Social adquiriu desde o processo de
redemocratização da sociedade brasileira na década de 1980, no que se refere à formação
profissional, trouxe importantes avanços para a profissão no que tange ao perfil profissional,
primando por profissionais comprometidos com os valores humanitários, com a liberdade,
justiça e igualdade, na defesa da democracia; trazendo um respaldo teórico não mais estéril, e
nem separado da conjuntura, capaz de historicizar debates acerca da realidade com uma visão,
crítica, competente, criativa, propositiva, comprometida com a defesa dos interesses da classe
trabalhadora. Nessa direção, Iamamoto (2014, p.185)enfatiza que:

Os rumos assumidos pelo amplo debate efetuado na década de 80 apontaram, ainda,


para o privilégio – ainda que não a exclusividade – de uma teoria social crítica,
desveladora dos fundamentos da produção e reprodução da “questão social”. [...]
Portanto de um perfil profissional comprometido com valores éticos-humanistas:
com os valores de liberdade, igualdade e justiça, como pressupostos e condição para
auto construção de sujeitos individuais e coletivos, criadores da história.

Considerando a presente discussão, e que o Serviço Social no ventre da sociedade


capitalista gestou um projeto profissional que orquestra a instrumentalidade da profissão,
comprometido com as classes subalternas, tal Projeto Profissional encontra desafios de
consolidação diante do solo histórico neoliberal. Nesse sentido, direcionamos nossos estudos,
no próximo tópico, para a desconstrução do projeto profissional, através da nova roupagem

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
que vem sendo adotada por inclinações a perspectiva neoconservadora, tendo a lógica
sanguinária do neoliberalismo como ápice dessas tendências tão fortes no seio profissional,
bem como a retórica pós-moderna.

3. A (des)construção do Projeto Profissional: avanço das tendências


neoconservadoras no Serviço Social
Conforme ressaltamos-o conservadorismo, sendo uma tendência tão presente nas
artérias profissão, e que sendo recusado, exigiu a construção de um novo projeto profissional.
Nesta direção, nossa análise é focada nas décadas de 1980 e 1990 onde a profissão vive uma
tentativa de rompimento com o histórico conservadorismo. Todavia, mesmo tendo vivido este
processo de recusa ao conservadorismo é inegável a invasão de tendências neoconservadoras,
as quais, por sua vez, trazem rebatimentos paraa consolidação do Projeto Profissional
construído coletivamente.
Os anos de 1980 e, sobretudo, os anosde 1990 são marcados pela reorganização do
Capital, porém de modo globalizado, por meio da acumulação flexível,que se expressa na
particularidade brasileira a partir do processo de contrarreforma do Estado iniciada nos
Governos Collor de Mello e FHC81 soborientação do Plano diretor de reformas do Ministro
Bresser Pereira, trazendo implicações para intervenção do Estado na área social, calcado no
tripé: focalização, privatização e descentralização (BEHRING, 2003).
Esse solo histórico concreto fomenta a redução das políticas sociais, sob uma ótica
minimalista, por meio de ações direcionadas a área social com programas de transferência de
cunho seletivista fragmentados e focalizados em detrimento das politicas universalista,
promovendo a “assistencialização da seguridade social” (MOTTA, 2009), as quais, por sua
vez, trazem para o Serviço Social intensos desafios e dificuldades para sua atuação
profissional que se move embasado em um arcabouço teórico-metodológico e interventivo,
exigindo uma adequação à nova lógica de mercado, na conjuntura neoliberal. Nessa direção,
sustenta Yasbek,

[...] os marcos da reestruturação dos mecanismos de acumulação do capitalismo


globalizado, os anos 80 e 90 foram anos adversos para as políticas sociais e se
construíram o terreno particularmente fértil para o avanço da regressão neoliberal
que erodiu as bases dos sistemas de proteção social e redirecionou as intervenções
do Estado em relação a questão social. (2009, p. 15)

A lógica neoliberal se configura de modo oportuno ao grande capital, sabendo que a


mesma garante a exploração da exacerbada da força de trabalho, privatizando instituições

81
FHC-Fernando Henrique Cardoso.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
públicas, desresponsabilizando o Estado de suas obrigações, materializando um “Estado
mínimo” para a classe trabalhadora, e um “Estado máximo” para os interesses do Capitalismo.
O neoliberalismo trás para a classe trabalhadora consequências sanguinárias, pela restrição
dos direitos dos trabalhadores, crescimento em grande escala do desemprego, desaguando em
um aumento significativo do “Exército de reserva”, o que trás como consequência a força de
trabalho ínfima, construindo assim uma “sociedade da barbárie” (NETTO, 2010), com a super
exponenciação da questão social em suas diversas refrações. Argumenta Abramides, (2006, p.
47)

A estratégia do grande capital na esfera do Estado se expressa na subordinação


estatal à economia de mercado, determinada pelos oligopólios. O neoliberalismo,
gestão atual do Estado, configura-se em uma política monetarista, de ampla
privatização das empresas estatais e das políticas sociais, desresponsabilizando do
Estado de suas funções, concretizando um “Estado mínimo” para os trabalhadores e
o “Estado máximo” para o capital.

O Serviço Social estando inserido neste contexto neoliberal é levado a fazer profundas análises
tanto no que confere a profissão, quanto aos próprios profissionais, na tentativa de compreender a
conjuntura sócio histórica, as metamorfoses que a categoria trabalho vem enfrentando, como também a
reorganização estatal a favor do Capital, as quais trazem implicações para o seu cotidiano interventiva.
Diante da materialização da lógica neoliberal, o perfil profissional que se requisita é aquele
que atua na intervenção instrumentalizante, imediatista e superficial da realidade social, descontruindo
o perfil profissional requisitado pelo Projeto Ético Político, que atue de forma competente crítica,
criativa, propositiva e comprometido com a defesa dos interesses dos usuários, haurido pela
perspectiva da totalidade na superação da fenomenalidade da realidade social, captando a dialética que
constitui o movimento do real e a essência do objeto a se intervir (NETTO, 2009).
O Assistente Social, diante desse contexto, transforma-se em “Juiz da pobreza”
(IAMAMOTO, 1988) selecionando os mais pobres entre os mais pobres. Torna-se, assim, um árduo
desafio efetivar a direção sócio política do Serviço Social que tem como subterfúgio profissional a luta
coletiva contra a barbárie estabelecida pelo sistema capitalista, voltada ao fortalecimento dos
interesses da classe trabalhadora, estabelecendo uma luta pela emancipação efetivamente humana.
E nessa direção, o neoliberalismo tem como face de suporte ideológico, o pós-modernismo,
que por sua vez, é marcado pela a heterogeneidade, ecletismo teórico, negação da totalidade,
simbolização da realidade social, reduzindo o estudo da realidade social ao aparente (CASTELO,
2013). Tal movimento nega a razão dialética82, o historicismo83 e humanismo,84 núcleos centrais da
razão moderna que orientava a burguesia revolucionária.

82
Refere-se a uma determina forma de racionalidade objetiva. (SOUSA, 2006)
83
O historicismo concreto denota o caráter ontológico e histórico da realidade. (SOUSA, 2006)
84
O homem como produtor da história, da realidade social. (SOUSA, 2006)
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
De acordo com Santos (2006), a conversão da burguesia em classe dominante e conservadora
e do proletariado como agente revolucionário a partir do marco de 1830-1848 requisita respaldo para a
legitimação da nova ordem existente marcando sua “decadência ideológica” e rompimento com a
cultura da ilustração, e reduz-se a razão a sua dimensão instrumental, passando a se validar o sistema
de saber que seja funcional a manutenção do existente, pautado na “razão miserável” empobrecida
(COUTINHO, 2010).
Estrutura-se assim, um modo de conceber o real, pautado no aparente, na superficialidade,
reduzindo a razão a sua dimensão instrumental em detrimento de sua dimensão emancipatória, a razão
analítica ancorado na perspectiva de entendimento e paradigmas explicativos da realidade social,
funcionais ao nãoo desvelamento dos antagonismos de classe, corroborando para mistificação de suas
contradições. De acordo com Santos (APUD, SOUSA, 2006) vivenciaríamos uma crise
paradigmática, devido à inadequação e/ ou incapacidade dos antigos paradigmas totalizantes em face
da atual complexidade da realidade, nega-se os metarrelatos, portanto, inválida as análises de
pensamento, ancorados na perspectiva da totalidade. Portanto, tal perspectiva defende a articulação de
diversas saberes, o diálogo interdisciplinar de diversos saberes para o entendimento analítico, sobre a
realidade, porém permanecendo na sua fenomenalidade, promovendo um “reencantamento de mundo”
(SANTOS, 2006).
Ao rebater no Serviço Social, o pós-modernismo, se justifica por uma pretensa busca do
pluralismo pautada na defesa de insuficiência/ e ou incapacidades do marxismo de dar conta da
realidade social a partir das diversas demandas que se apresentam, expressões da “questão social”, na
intervenção profissional de diversos espaços sócio ocupacionais (SANTO, 2006).
Desse modo, a retórica pós-moderna incorporada no Serviço Social, negando a razão dialética
e a categoria totalidade, produz uma superficialidade analítica (SANTOS, 2006)e, consequentemente,
revigora o neoconservadorismo no exercício profissional do Assistente Social, embasando uma
intervenção profissional que atua na positividade da realidade social, não desvelando suas
contradições, atuando na manipulação das variáveis empíricas no cotidiano profissional de forma
acrítica e com respostas imediatistas, no âmbito da “pseudo-concreticidade” (KOSIK, 2010).
Nas palavras de Santos (p.46), “[...] a retórica pós-moderna opera como um componente
atualizador de traços do conservadorismo profissional como a endogenia, o messianismo e o
tecnicismo[...]: fazem no afirmando determinada configuração do pluralismo, o metodológico [...]”.
Que por vezes, acaba por desaguar no ecletismo teórico, a famosa “colcha de retalhos”, articulando
matrizes teóricas e pensamentos muitas vezes inconciliáveis.
A referida autora ressalta que tal retórica ao negar a categoria totalidade, busca deslegitimar a
perspectiva ontológica, que desvela a natureza histórica da ordem burguesa e suas contradições, bem
como a possibilidade histórica de sua superação. Seus rebatimentos, incorporado no exercício
profissional do Assistente Social produz uma atuação profissional, acrítica, pragmática, superficial,
imediatista, reduzida a aparência dos fenômenos, desconectadas das implicações da conjuntura política

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
macroeconômica, reafirmante e legitimadora da ordem social burguesa. Divergindo do perfil
profissional sustentado pelo Projeto Profissional hegemônico da categoria.
Também, enfatizamos brevemente, que o atual quadro de precarização da formação
profissional em Serviço Social endossado pela contrarreforma da educação, em particular o ensino
superior, via ótica de democratização, “universalização do ensino superior”, promovido por programas
como: o FIES, PROUNI e REUNE85; sobretudo, com a expansão da modalidade de Ensino a Distância
(EaD), com vistas a abertura de novos “nichos mercadológicos” para o capital vem corroborando para
uma formação profissional aligeirada, instrumentalizante, tecnicista. Transformando as Instituições de
Ensino em “fábrica de diplomas” (GUERRA, 2010) e os estudantes em consumidores de uma
mercadoria de baixa qualidade.
No que se refere ao perfil profissional que é sustentado pelas Diretrizes Curriculares da
ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) de 1996, o conjunto
CFESS-CRESS86, a ABEPSS e a ENESSO87 (2010, p.07 grifo dos autores) endossam a
“Incompatibilidade entre Graduação à Distância e Serviço Social” considerando que na modalidade de
ensino a distancia: “[...] o que se requisita é um profissional à imagem e semelhança da política social
focalizada e minimalista de gestão da pobreza e não do seu combate, politização e erradicação”.
Nesse sentido, a afirmação da teoria social crítica de Marx, umbilicalmente articulado ao seu
método histórico crítico dialético, ancorado na perspectiva da totalidade, sustentado pelo Projeto
Profissional, torna-se imprescindível no combate ao neoconservadorismo revitalizados na formação e
exercício profissional do Assistente Social, no atual cenário de regressão dos direitos sociais, na
conjuntura neoliberal e de efervescência das teorias pós-modernas.
Considerações finais
O Serviço Social, enquanto profissão que emerge para atender as demandas da ordem do
capital monopolista sobre as refrações da “questão social”. Durante seu processo gestativo passou por
metamorfoses significativas para adequar-se ao contexto societário, bebendo de correntes teóricas
distintas, tais como, positivismo, fenomenologia, até chegar àquela que hegemonicamente ampara a
profissão, o Marxismo, porém, mesmo trazendo uma perspectiva crítica, a profissão ainda mantém
traços conservadores, e que rompem com o novo Projeto Profissional construído coletivamente
durante as décadas de 1970 e 1980, o qual nega definitivamente o conservadorismo.
Decerto, conforme foi salientado durante nossas discussões, o PEPSS, sendo uma construção
histórica para a categoria emergiu da necessidade de adequação profissional frente à realidade
vivenciada, propõe um perfil profissional que atue de modo competente, crítico, criativo,
comprometido e propositivo na defesa dos interesses da classe trabalhadora. Todavia, é inegável que a
atuação profissional, mesmo sendo considerada liberal, depende das condições imposta pelo seu

85
FIES (Fundo De Financiamento Estudantil)- ; PROUNI (Programa Universidade Para Todos); REUNE
(Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais)
86
CFESS- Conselho Federal de Serviço Social; CRESS- Conselho Regional de Serviço Social.
87
Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
contratante, o que traz alguns rebatimentos para a consolidação das propostas do Projeto Ético Político
do Serviço Social, corroborando a desconstrução do mesmo.
No contexto neoliberal em que estamos inseridos, o Estado voltado aos interesses do grande
Capital, se configura para garantir a exploração da classe trabalhadora, seu maior mantenedor, na
tentativa de garantir a acumulação capitalista, trazendo sequelas destruidoras para os trabalhadores, e
que, rebatem diretamente no cotidiano do exercício profissional do Assistente Social, impondo alguns
limites objetivos para efetivar a direção do Projeto Ético Político do Serviço Social, desconsiderando
as propostas feitas categoricamente pelo mesmo para os profissionais.
A precarização da formação dos profissionais de Serviço Social também endossa a
desconstrução do projeto severamente afetada pela lógica neoliberal, tornando-a mercadoria; vem
“produzindo” profissionais capacidades tecnicamente, porém sem o respaldo teórico-metodológico e
ético-político, necessários à intervenção crítica, criativa, competente, propositiva, voltado a superação
da fenomenalidade do cotidiano, produzindo a robotização dos profissionais, com o intuito gestar
profissionais incapazes de atuar para além da positividade do real.
As tendências neoconservadoras pós-modernas como face ideoteórica neoliberal, por sua vez,
negando a categoria totalidade e razão dialética, reatualizam o histórico conservadorismo na profissão,
tecendo profissionais incapazes de ter uma visão macro da sociedade e desvelamento de suas
contradições, atuando em sua positividade, o que desencadeia uma instrumentalidade fragilizada e
fraturas ideológicas profundas no exercício profissional reiterando o ecletismo teórico, desconstruindo
significativamente a proposta do PEPSS.
Em síntese, o cenário contemporâneo, em suas nuances, traz desafios que rebatem e
dificuldades na materialização do PEPSS, desconsiderando o marxismo, matriz teórica que
hegemonicamente dar sustentabilidade ao Serviço Social. Ressaltamos que, o Capitalismo, jamais será
compatível com a proposta de emancipação humana, sustentada por Marx, pois havendo a
concretização da mesma, o Capitalismo seria extinto, dando lugar a outro modo de organização social,
o Comunismo. Assim, a ordem capitalista, busca e sempre buscará novas roupagens que garantam sua
manutenção, gestando, torna-se, funcional ao capital, profissionais acríticos, tecnicistas e
instrumentalizados, reprodutores, de sua ideologia dominante.

Referências

AGUIAR, Antônio Geraldo.Serviço social e filosofia : das origens a Araxá / Antônio Geraldo
de Aguiar. – 6. ed. – São Paulo : Cortez, 2011.

BEHRING, Elaine Rossetti. Brasil em contra-reforma: desestruturação do Estado e perda de


direitos/ Elaine Rossetti Behring. – 2. Ed. – São Paulo: Cortez, 2008.

CASTELO, Rodrigo. O social liberalismo: auge e crise da supremacia burguesa na era


neoliberal. / Rodrigo Castelo.-1.ed.- São Paulo: Expressão Popular, 2003.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. NEVES, Célia; TORÍBIO, Alderico. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2010.

http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n124/0101-6628-sssoc-124-0623.pdf (Serv. Soc. Soc., São


Paulo, n. 124, p. 623-636, out./dez. 2015).

CFESS; CRESS; ABEPSS; ENESSO. Sobre a Incompatibilidade entre Graduação à


Distância e Serviço Social. Disponível
em:<http://www.cfess.org.br/arquivos/incompatibilidade_ead_e_ss_cfesscress.pdf > acesso
em: 25 jul. 2014, 20: 05: 00.

COUTINHO, Carlo Nelson. O estruturalismo e a miséria da razão./ Carlso Nelson


Coutinho; pós facio de José Paulo neto. – 2 ed. –São Paulo: Expressão Popular, 2010. 288p.

GUERRA, Yolanda. A formação profissional frente aos desafios da intervenção e das atuais
configurações do ensino público, privado e a distância. In: Serv. Soc. Soc. N° 104 São
Paulo Oct./Dec. 2010.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. Relações Sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma
interpretação histórico-metodológica/ Marilda Vilela Iamamamoto, Raul de
Carvalho. – 6ª. Ed. – São Paulo Cortez; [Lima Peru]: CELATS, 1988.

MOTA, Ana Elisabete. Assistência Social em Debate: Direito ou Assistencialização.


Seminário Nacional “O Trabalho do Assistente Social no SUAS”. Conferência, 02/04/2009.
(Transcrição de gravação).

NETTO, José Paulo.UMA FACE CONTEMPORÂNEA DA BARBÁRIE. Disponível em :


http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=2117:uma-face-
contemporanea-da-barbarie&catid=43:imperialismo Acesso em: 21, Jan. 2016, as 15:00:05.

NETTO, José Paulo. Introdução ao método da teoria social. In: Serviço Social: direitos e
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS. Volume 1, 2009.

SANTOS, Josiane Soares. Pós-modernidade, neoconservadorismo e serviço social. In:


Temporalis(Brasília), v. 10, p. 29-50, 2006.

SOUSA, Adryanice Angélica S. de Sousa. Pós-modernidade: fim da modernidade ou


mistificação da realidade contemporânea? In: Temporalis (Brasília), v. 10, p. 29-50, 2006.

YAZBEK, M. C. ;Fundamentos históricos e teórico-metodológicos do Serviço Social. In:


CFESS; ABEPSS. (Org.). Serviço Social: Direitos Sociais e competências profissionais..
1ªed.Brasília: CFESS /ABEPSS, 2009, v. v. 1, p. 143-163.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Serviço Social e Saúde no contexto da crise estrutural do capital

Maria Vilanilda Pereira Praxedes Alcântara*


Franciana Bezerra Leite**
Mayéwe Elyênia Alves dos Santos***

Resumo:

O mundo contemporâneo está imerso em uma crise sem precedentes em sua história,
impulsionando o capital a reagir para recuperar suas taxas de lucro, cujas consequências
foram drásticas para o mundo do trabalho e para as políticas sociais. Tal cenário
implicou na atuação do Assistente Social em todos os seus espaços socioocupacionais
com destaque para a política de saúde. Assim, o presente artigo tem como objetivo
analisar a atuação do Assistente Social na política pública de Saúde no contexto da crise
estrutural do capital. A análise é embasada o método crítico dialético, que parte de uma
abordagem ontológica do real.

Palavras-chave: Serviço social. Saúde. Crise do capital.

Abstract:

The contemporary world is immersed in an unprecedented crisis in its history , boosting


capital to react to recover their profit rates , the consequences were dramatic for the world
of work and social policies . This scenario implied the performance of the social worker
in all socio-occupational areas with emphasis on health policy . Thus , this article aims to
analyze the role of the social worker in the Health public policy in the context of
structural crisis of capital . The analysis is grounded critical dialectical method, which
part of an ontological real approach .

Keywords: social service . Health . Capital crisis .

*
Graduanda em Serviço Social pela UNIFAST. E-mail: lanepraxedes@hotmail.com.
**
Graduanda em Serviço Social pela UNIFAST. E-mail: francianabezerra79@gmail.com.
***
Assistente Social do Hospital e Maternidade Caçula Leite (HMCL) e Docente do Curso de Serviço Social da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC). Mestre em Serviço Social. E-mail:
mayewe_pb@hotmail.com.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Introdução

É consenso entre os teóricos da teoria social crítica que o capitalismo contemporâneo está
imerso em uma crise sem precedentes em sua história, diga-se, de uma crise estrutural, o que
implicou numa reação capitalista, cujas consequências foram drásticas para as políticas
sociais, com destaque para a Saúde brasileira, que tem sofrido um intenso processo de
privatização. Dessa forma, a atuação do Assistente Social nessa política é atingida.
De uma forma geral, o trabalho do Assistente Social na saúde tem como fundamento de
suas ações o seu aparato jurídico-normativo, ou seja, a lei que regulamenta a profissão e o
código de ética profissional, que estão ancorados no Projeto Ético Político do Serviço Social,
que tem como norte orientador a perspectiva histórico-crítica. Assim, tem como objetivo na
saúde “compreender os determinantes sociais, econômicos e culturais que interferem no
processo saúde doença, como também buscar estratégias político-institucionais para o
enfrentamento dessas questões” (CFESS, 2010), o que se torna cada vez mais desafiador, dada
a crise contemporânea.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar a atuação do Assistente Social na
política pública de Saúde no contexto da crise estrutural do capital. A aproximação com a
temática se deu a partir de nossa inserção em campo de Estágio Supervisionado em Serviço
Social, realizado no Hospital e Maternidade Caçula Leite, na Cidade de Conceição- PB, o que
nos suscitou inquietações acerca da atuação do Assistente Social na saúde no contexto da crise
estrutural do capital.
O presente trabalho tem sua importância tanto para os profissionais de Serviço Social -
uma vez que pode contribuir para reflexões acerca de sua atuação na política de saúde – como
para a formação profissional – pois oferecerá subsídios para discussões acadêmicas voltadas
para a temática.

Material e métodos

Partindo-se do pressuposto de que todo fenômeno social influencia e é influenciado


pela totalidade, valemo-nos, nesta investigação, da matriz crítico-dialética, que parte de uma
abordagem ontológica, crítica e histórica da realidade, pretendendo uma aproximação com o
objeto em sua essência, ultrapassando sua aparência fenomênica. Tal processo tem como
ponto de partida o real, pois - segundo a filosofia materialista - a realidade material é o
elemento que determina o nosso pensamento. Assim afirmam Marx e Engels, em seu

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
maestral “ensaio” acerca do método, em “A ideologia alemã” (2009): “não é a consciência
que determina a vida, é a vida que determina a consciência”. Isso significa dizer que a
realidade existe independente da consciência dos homens e, ao lado da ontologia, faz esse
método diferente de qualquer outro no campo das ciências sociais.
Segundo Kosik (1976), os fenômenos que se apresentam a nós cotidianamente não
trazem imediatamente a sua essência, ou a “a coisa em si”, como ele chama. Muito pelo
contrário, os fenômenos são obscuros, um “claro-escuro”, que, ao mesmo tempo em que
indica a essência, também, e pela mesma ação, esconde-a. Esse mundo eivado de cinzas e de
que exige compreensão constitui o mundo da “pseudoconcreticidade”.

O mundo da pseudoconcreticidade é um claro-escuro de verdade e


engano. O seu elemento próprio é o duplo sentido. O fenômeno indica
a essência e, ao mesmo tempo, a esconde. A essência se manifesta no
fenômeno, mas só de inadequado, parcial, ou apenas sob certos
ângulos e aspectos. O fenômeno indica algo que não é ele mesmo e
vive apenas graças ao seu contrário. A essência se manifesta no
fenômeno. O fato de se manifestar no fenômeno revela seu movimento
e demonstra que a essência não é inerte nem passiva. Justamente por
isso o fenômeno revela a essência. A manifestação da essência é
precisamente a atividade do fenômeno (IDEM, 1976, p. 15)

Nesse sentido, faz-se necessário ultrapassar essa “pseudoconcreticidade” para se


chegar à realidade propriamente dita, à essência do objeto, de forma a apreender as suas
múltiplas determinações, pois “compreender o fenômeno é atingir a essência” (KOSIK, 1976,
p.16). Este processo de aproximação da essência do objeto é um detour, ou seja, um caminho
de ida e volta, de aproximações sucessivas, de indagações desse objeto, de decomposição do
todo, de isolamento da aparência e da essência, selecionando o que é secundário do que é
essencial, “já que só através dessa separação se pode mostrar a sua coerência interna, e com
isso, o caráter específico da coisa” (IDEM, 1976, p. 18). É o momento no qual o fenômeno é
elevado ao nível da consciência, destruindo “a aparente independência do mundo dos
contactos imediatos de cada dia”, chegando, assim, ao concreto-pensado.
Dessa forma, o presente método nos permite analisar as políticas sociais como
“processo e resultado de relações complexas e contraditórias que se estabelecem entre Estado
e sociedade civil, no âmbito dos conflitos e luta de classes que envolvem o processo de
produção e reprodução do capitalismo” (BEHRING & BOSCHETTI, 2008, p. 36), buscando
compreender e demonstrar os limites e possibilidades das mesmas na produção do bem-estar
sob a sociedade capitalista. Partindo dessa abordagem da realidade, nos propomos, neste
artigo, analisar a atuação do Assistente Social na política de saúde brasileira no contexto da
crise estrutural do capital.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Resultados e discussão

Como o nosso método de análise é o crítico dialético, é necessário que, para


compreendermos o nosso objeto de estudo - que é a atuação do Assistente Social na política
pública de Saúde no contexto da crise estrutural do capital – façamos um percurso teórico que
apresente o contexto universal, o qual oferece subsídios para a análise proposta.
Para compreendermos a política de saúde brasileira no contexto da crise estrutural do
capital, faz-se necessário que compreendamos como se desenvolve e como se estrutura essa
crise, que ganha contornos nunca visto na história do modo de produção capitalista.
É consenso entre os teóricos da teoria social crítica que o capitalismo contemporâneo
está imerso em uma crise sem precedentes em sua história, diga-se, de uma crise estrutural.
Segundo Mandel (1982), esse momento enfrentado pelo capitalismo faz parte de sua fase
“tardia”, que se trata de “um sistema mundial imperialista construído a partir do
desenvolvimento desigual da acumulação de capital, composição orgânica do capital, taxa de
mais-valia e produtividade de trabalho”. Essa fase tem seu início, ainda segundo o autor
citado, em 1945, com destaque para a década de 1970, quando se dá início a crise capitalista
ora assinalada.
É necessário salientar que a fase tardia do modo de produção capitalista é dividida em
duas subfases, quais sejam: “onda longa expansionista” e “onda longa recessiva”. A primeira
trata-se da grande expansão do capital que ocorrera nos anos 1940, cuja maior expressão foi o
Estado de Bem-Estar Social (Welfare State), que aliou crescimento econômico e
desenvolvimento social, contexto de quase pleno emprego, tendo como perspectiva a
orientação keynesiana. A Segunda se trata justamente do contexto no qual se insere o nosso
objeto de pesquisa, ou seja, é o contexto da crise estrutural do capital, no qual o sistema
capitalista não consegue continuar com as taxas de lucro do período anterior em decorrência
da superprodução (MANDEL, 1982) desenvolvida nos “anos de ouro” (NETTO & BRAZ,
2008).

A primeira evidência é expressa na queda constante dos lucros


das empresas em todo o mundo de capitalismo avançado,
sobretudo aquelas com ações americanas: os lucros brutos de
todas as ações americanas continuaram a baixar do ritmo anual
de 155 bilhões de dólares no terceiro trimestre de 1974 para 135
bilhões de dólares no quarto trimestre de 1974 e 100 bilhões no
primeiro trimestre de 1975. A queda dos lucros líquidos foi de
25% no mesmo período. Na Alemanha ocidental, o declínio dos
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
rendimentos brutos das empresas cai de 10%, em 1960, para 5%,
em 1977. No Japão a queda foi de 35,5% dos lucros brutos e de
20,9% dos lucros líquidos das principais empresas por ações do
país. A segunda evidência é expressa na queda na taxa de
utilização da capacidade de produção da indústria
manufatureira nos Estados Unidos, que caiu de 92%, em
1966, para 68,5%, em junho de 1975, com uma pequena
retomada, mas ainda inferior, de 73,5% em dezembro de 1975
(SANTOS, 2015, p. 21).
Nesse sentido, o capitalismo foi obrigado a tomar uma série de atitudes para conseguir
continuar em desenvolvimento, as quais podem ser expressas a partir de um tripé:
financeirização do capital, reestruturação produtiva e neoliberalismo.
A financeirização do capital se trata de um processo no qual “o capital dinheiro
aparece na sua superfície numa relação consigo próprio, como fonte independente de criação
de valor, à margem do processo de produção, apagando o seu caráter antagônico frente ao
trabalho” (IAMAMOTO, 2009, p. 15). Isso ocorre como uma saída para a atual dificuldade de
valorização do capital, tendo em vista a reestruturação produtiva, que gera um processo de
precarização do trabalho, em um nítido contexto de desemprego estrutural.
Como perspectiva orientadora desse processo, temos o neoliberalismo, que se trata de
uma “reação teórica e política” (ANDERSON, 2008) contra a intervenção do Estado na área
social, de forma que este seja “máximo para o capital” e “mínimo para o social” (NETTO &
BRAZ, 2008). Dessa forma, todas as ações do Estado devem ser mínimas no que tange ao
desenvolvimento de políticas públicas e sociais, o que vai interferir diretamente na
conformação da política pública de saúde.
A política de saúde brasileira está inscrita na Constituição Federal de 1988 (CF/88) no
tripé que compõe o sistema de proteção social – a Seguridade Social – ao lado da Previdência
e da Assistência Social e possui como lei orgânica a Lei Nº 8.080/90 e a Lei Nº 8.142/93,
destacando-a como um direito de todos e dever do Estado, garantindo-a “mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”
(BRASIL, 2015).
Nesse sentido, a política de saúde é resultado de uma luta histórica pelo direito à saúde
e a supramencionada constituição e demais leis são uma expressão concreta desse processo.
No entanto, a lógica que segue tais avanços é marcado por um contexto extremamente
adverso, com a entrada da perspectiva neoliberal, discutida anteriormente. Essa perspectiva
entrou no país ainda no governo de Fernando Collor de Melo (1990-92), mas alcançou seu
auge no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) (1994-2002), que, através do seu
Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado (PDRE-Mare), coloca as políticas sociais
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
numa situação crítica, com destaque para a política de Saúde, cujo maior exemplo é a grande
disseminação dos planos privados de saúde. Essa lógica continua posteriormente no governo
de Lula da Silva (2003 -2010) e, atualmente, no de Dilma Roussef (2011 - 2018).
O que se apresenta nesses últimos governos é um amplo sucateamento das políticas
sociais em prol de uma política econômica voltada para o pagamento da dívida pública.
Assim,

A política social sofre um redirecionamento nesse contexto, haja vista


que o programa de ação para a revitalização do sistema tem como
ponto de partida a diminuição do tamanho do Estado. Esse novo
direcionamento, segundo Behring (2008), está voltado para a gestão
da pobreza e não do seu combate ou erradicação, a exemplo das
políticas de transferência de renda em curso no Brasil que apesar de
terem um impacto objetivo na vida de quem as utiliza, estão distante
de retirarem esses usuários da situação em que se encontram. Diante
do exposto, passaremos à análise da Seguridade Social brasileira no
contexto atual no tocante ao seu orçamento, marcada pela perda ou
restrição de direitos (SANTOS, 2015, 19).

Dessa forma, na saúde, configura-se “um sistema pobre para os pobres e um padrão de
qualidade maior para os que podem pagar pelos serviços” (BEHRING, 2008, p. 268), ou seja,
a saúde pública é tão precária que quem pode pagar pelos serviços são “puxados” pelos planos
privados de saúde. Ademais, ocorrem medidas legais que distorcem o significado público e
universal da política de saúde, cujo exemplo é a Lei Nº 12.550/2011, que cria a Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que

intensifica a lógica de precarização do trabalho no serviço público de


saúde, colocando em risco a independência das pesquisas no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços prestados pela
entidade pública à população usuária. Outro exemplo é em relação
aos recursos mínimos a serem aplicados nessa política, que é expressa
na EC Nº 29, cuja aprovação ocorreu com o veto de 15 dispositivos,
que expressa a falta de compromisso para com a Saúde pública
brasileira (SANTOS, 2015, p. 20)

Assim, diante desse contexto supramencionado, infere-se que a saúde pública


brasileira sofre intenso processo de desmonte, o que vai influenciar na forma como as diversas
profissões inseridas nesse espaço socioocupacional irão desenvolver suas ações, com destaque
para o Assistente Social.
Segundo Netto (1992, p. 68), “um mercado não se estrutura para o agente profissional
mediante as transformações ocorrentes no interior do seu referencial ou no marco de sua
prática; antes, estas transformações expressam exatamente a estruturação do mercado de

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
trabalho”. Dessa forma, é a existência desse espaço socioocupacional que leva à constituição
profissional, o que significa dizer que o Assistente Social é um profissional inserido nos
serviços de saúde em virtude da necessidade deste pelo trabalho daquele.
Nesse sentido, o trabalho do Assistente Social na saúde tem como fundamento de suas
ações o seu aparato jurídico-normativo, ou seja, a lei que regulamenta a profissão e o código
de ética profissional, que estão ancorados do Projeto Ético Político do Serviço Social, que tem
como norte orientador a perspectiva histórico-crítica. Assim, tem como objetivo na saúde
“compreender os determinantes sociais, econômicos e culturais que interferem no processo
saúde doença, como também buscar estratégias político-institucionais para o enfrentamento
dessas questões” (CFESS, 2010).
A compreensão dos determinantes sociais pressupõe um olhar crítico das demandas postas
ao Assistente Social para, assim, determinar as estratégias de atuação, que, segundo os
Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Saúde (CFESS, 2010), apresentam-se a
partir dos seguintes núcleos de objetivação que se estruturam de forma complementar e
indissociável, quais sejam:
 Ações socioassistenciais;

 Ações de articulação interdisciplinar;

 Ações socioeducativas

Os núcleos de objetivação são operacionalizados a partir de quatro eixos de ações, a saber:

 Atendimento direto aos usuários

No atendimento direto aos usuários, segundo o CFESS (2010), as principais atividades


do Assistente Social são: democratizar informações, construir o perfil socioeconômico dos
usuários, enfatizar os determinantes sociais da saúde dos usuários, facilitar e possibilitar o
acesso dos usuários aos serviços, conhecer e mobilizar a rede de serviços, fortalecer os
vínculos familiares e emitir manifestação técnica em matéria de serviço social, em pareceres
individuais ou conjuntos, observando o disposto na Resolução CFESS nº 557/2009.

 Mobilização, participação e controle social.

No eixo da “mobilização, participação e controle social”, o Assistente Social deve atuar na


organização da população e dos usuários enquanto sujeitos políticos, criação de Conselhos
gestores de unidade, articulação com movimentos sociais; mobilizar e capacitar usuários,
familiares e trabalhadores em geral para construção e participação de fóruns, contribuir para a

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
participação dos usuários no processo de elaboração, planejamento e avaliação nas unidades
de saúde e estimular e fortalecer os espaços coletivos (CFESS, 2010).

 Investigação, planejamento e gestão.

As principais ações a serem desenvolvidas pelos Assistentes Sociais na perspectiva da


“investigação, planejamento e gestão” são: fortalecimento da gestão democrática e
participativa capaz de produzir, em equipe e intersetorialmente, propostas que viabilizem e
potencializem a gestão em favor dos usuários e trabalhadores de saúde, na garantia dos
direitos sociais; elaborar planos e projetos de ação profissional para o Serviço Social com a
participação dos assistentes sociais da equipe; contribuir na elaboração do planejamento
estratégico das instituições de saúde; elaborar o perfil e as demandas da população usuária por
meio de documentação técnica e investigação; identificar as manifestações da questão social
que chegam aos diversos espaços do Serviço Social por meio de estudos e sistema de
registros; realizar estudos e investigações com relação aos determinantes sociais da saúde
(CFESS, 2010).

 Assessoria, qualificação e formação profissional.

No “assessoria, qualificação e formação profissional”, o Assistente Social, segundo o


CFESS (2010), realiza as seguintes atividades: fortalecer o controle democrático por meio da
assessoria aos conselhos de saúde, em todos os níveis; criar campos de estágio e supervisionar
diretamente estagiários de Serviço Social e estabelecer articulação com as unidades
acadêmicas e participar de cursos, congressos, seminários, encontros de pesquisas,
objetivando apresentar estudos, investigações realizadas e troca de informações entre os
diversos trabalhadores da saúde.
Assim, o Assistente Social na saúde tem como objetivo dar visibilidade aos aspectos
sociais, políticos, econômicos e culturais que envolvem o processo saúde-doença do usuário.
Nesse sentido, deve ter como fundamento a perspectiva histórico-crítica, tendo como norte a
luta pela garantia do direito à saúde pública e universal.
Em face do processo de crise do capital e da forma como o este reagiu trouxe implicações
para a atuação profissional do Assistente Social. Os desafios se mostram intensos, uma vez
que os espaços socioocupacionais são reificados, numa verdadeira contrarreforma e a saúde é
um exemplo cabal desse processo.
As diversas modificações no âmbito da saúde tem exigido um profissional cada vez mais
focalizado na seleção dos mais necessitados, muito embora a Lei orgânica da saúde estabeleça
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
um caráter universal de seu atendimento. Nesse contexto, o Assistente Social precisa se
“reinventar” cotidianamente, no sentido de criar estratégias para que o direito do usuário seja
garantido. Assim destaca Iamamoto:

Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é


desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas
de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar, a partir de
demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional
propositivo e não só executivo (IAMAMOTO, 2000, p. 20).

Ou seja, o profissional necessita dispor de uma leitura crítica da realidade, superando a


aparência fenomênica dessa realidade, alcançando sua essência, e ser propositivo diante dessa
realidade, elaborando estratégias de trabalho que consigam afirmar o direito dos usuários.

Considerações finais

A partir das discussões tecidas neste trabalho, podemos inferir que a realidade
contemporânea - marcada por uma crise estrutural do capital e as consequências de sua
reação; um tempo de “gente cortada”, cortada em seus direitos e vivências, como destaca
Iamamoto (2000) ao parafrasear Guimarães Rosa, é prenhe de dificuldades e desafios.
As dificuldades e desafios colocados aos Assistentes Sociais exigem desses
profissionais uma atitude reflexiva, crítica e propositiva, colocando na ordem do dia o
fortalecimento do Projeto Ético Político, de seus princípios,
Referências

ANDERSON, P. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, E. & GENTILLI, P. (orgs). Pós-


neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 7ªed. São Paulo: Paz e Terra,
2008.

BEHRING, E. R. Política social no capitalismo tardio. São Paulo: Cortez, 1998.

BEHRING. E. R. Brasil em contra-reforma: desestruturação do Estado e perda de


direitos. São Paulo: Cortez, 2003.

BEHRING, E. R. Acumulação capitalista, fundo público e política social. In: BEHRING, E.


R.; BOSCHETTI, I. et al. (orgs). Política Social no Capitalismo: Tendências
Contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2008.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política Social: fundamentos e história. São Paulo:
Cortez, 2008.

BEHRING, E. R. Crise do capital, fundo público e valor In: BEHRING, E. R.; BOSCHETTI,
I. et al. (orgs). Capitalismo em crise, política social e direitos. São Paulo: Cortez, 2010.

CONSELHO Federal de Serviço Social. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na


política de saúde. Brasília: CFESS, 2010.
BRASIL. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH. Lei Nº 12.550, DE 15 DE
DEZEMBRO DE 2011. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/Lei/L12550.htm. Acessode 30 de abril de 2014.

MANDEL, E. O capitalismo tardio. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

NETTO, J. P.; BRAZ, M. Economia política: uma introdução critica. 4ª ed. São Paulo:
Cortez, 2008.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Tendências da Seguridade Social Brasileira no Contexto da Contrarreforma do Estado

Brenda Gomes Dias*


Cícera Leite Mariano**
Francisca Rosemery Leandro***
Gilvanda Nascimento****

RESUMO: Instituída na Constituição Federal de 1988, a seguridade social dispõe de um


conjunto de direitos relativos à saúde, à previdência e assistência social. Todavia, a partir dos
anos 1990, é estabelecida por meio do Consenso de Washington a perspectiva neoliberal,
propondo a redefinição do papel do Estado, a desconstrução de toda a perspectiva de direitos
garantidos na constituição de 1988 e propondo a realização de reformas estruturais,
investimento financeiro, estabilização econômica do grande capital e um estado minimalista
para a sociedade. É evidente que todo esse processo de reforma atinge diretamente a classe
trabalhadora.

PALAVRAS-CHAVE: Seguridade Social. Neoliberalismo. Contrarreforma.

ABSTRACT: Established in the Federal Constitution of 1988, social security has a set of
rights to health, social security and social assistance. However, since the 1990s, it is
established by the Washington Consensus neoliberal perspective, proposing to redefine the
role of the state, the deconstruction of the entire perspective of rights guaranteed in the 1988
Constitution and proposing the implementation of structural reforms, investment financial,
economic stabilization of big business and a minimalist state to society. It is clear that this
process of reform directly affects the working class.

KEYWORDS: Social Security. Neoliberalism. Counter Reformation.

1 INTRODUÇÃO

A Seguridade Social, segundo a Constituição brasileira de 1988, é um conjunto


integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. (art. 194 da CF).

*
Graduanda em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC). E-mail:
brenda_19cz@outlook.com
**
Graduanda em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC). E-mail:
ciceramariano2@gmail.com
***
Graduanda em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC). E-mail:
rosimery_ce@hotmail.com
****
Graduanda em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC). E-mail:
gilvanda60@hotmail.com
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Os direitos relativos às necessidades básicas da sociedade foram garantidos na
constituição de 1988, porém com o auge da perspectiva neoliberal na década de 90, temos
uma regressão dos direitos sociais.
O Brasil na década de 90 vivenciava um grande impasse com o descrédito e
deteriorização da sociedade, mascarada pela desregulamentação do Estado, e sua consequente
incapacidade de investimento nas políticas sociais. “Destaca-se nesse cenário, uma profunda crise
econômica, notadamente expressa pela ascensão crescente da inflação, pela volumosa dívida externa”
(SILVA e SILVA, 1995: 58).
Diante desses impasses, o que se colocava era a busca de uma saída, travestida do
neoliberalismo, como modelo de redução do setor público, via privatização,
desregulamentação e o estreitamento das intenções e possibilidades de investimento no social
por parte do Estado brasileiro.

Considerando esses problemas, não restaram dúvidas de que o padrão


intervencionista do estado brasileiro entrava em falência, dando margem a
que se procure adotar o modelo neoliberal que preconiza um Estado mínimo,
alterando profundamente portanto , a relação Estado-Sociedade, com
imposição da primazia do mercado. (Idem. p.54)

A categoria profissional que mais se envolveu nesse processo de contrarreforma,


foram os Assistentes Socias, visto que é uma profissão que está interligada as problemáticas
postas pela questão social, e também por ser uma profissão que se transforma conforme as
mudanças da sociedade.
Logo ao longo dos anos 1990 e 2000, a categoria profissional dos assistentes sociais
foi a que mais estudou, discutiu e reivindicou sobre a seguridade social, fato esse que
habilitou uma série de intervenções para essa categoria, como pode ser citada a vasta
produção intelectual sobre o assunto, como a participação da categoria nas ações de saúde, na
aprovação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), na reforma sanitária, na
organização e participação de fóruns e conselhos deliberativos, discussões sobre as duas
reformas da previdência, sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), defendendo e reivindicando o exercício dos direitos sociais, o
tratamento da Seguridade Social como uma política de caráter público e estatal e a
responsabilização do Estado.
Nesse sentido, o presente artigo é fruto das discussões e debates realizados em sala de
aula, no curso de Serviço Social da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
(FAFIC), e tem o objetivo de aprofundar os conhecimentos que foram debatidos, de maneira a
ampliar a compreensão sobre a seguridade social frente às dificuldades que lhes são impostas
pelo neoliberalismo e a contrarreforma do Estado.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente ensaio se trata de uma revisão de literatura a partir de obras fundamentais


acerca da temática proposta, sob à luz do método crítico dialético, que parte de uma
abordagem ontológica do real, pretendendo uma aproximação com o objeto em sua essência,
ultrapassando sua aparência fenomênica. Tal processo tem como ponto de partida o real, pois
- segundo a filosofia materialista - a realidade material é o elemento que determina o nosso
pensamento. Assim afirmam Marx e Engels, em seu maestral “ensaio” acerca do método, em
“A ideologia alemã” (2009): “não é a consciência que determina a vida, é a vida que
determina a consciência”. Isso significa dizer que a realidade existe independente da
consciência dos homens.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Seguridade Social brasileira compreende um conjunto integrado de ações de


iniciativa do Estado e da sociedade, com intuito de assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social. Tem por objetivo atender as necessidades básicas da
sociedade e está vinculada, historicamente, à emergência da “questão social”88 e à função89 do
Estado perante as suas varias expressões.
Segundo Sposati (1997), o grande objetivo da Seguridade é oferecer uma renda
mínima, não em dinheiro, mas em um conjunto de benefícios sociais como habitação,
alimentação, saúde, educação, entre outros. Esses benefícios devem assegurar a cobertura de
riscos, que, por sua vez, são maiores para pessoas mais vulneráveis. Neste sentido, a
Constituição Federal admite a seletividade e a distributividade dos serviços prestados.

88
Segundo IAMAMOTO, (1999, p. 27), a “Questão Social” surge na Europa, no século XIX, com o processo de
industrialização. Ela pode ser definida como um conjunto das expressões das desigualdades sociais, que são
frutos da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é realizada cada vez mais em
conjunto, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém cada
vez mais privada, monopolizada por uma pequena parte da sociedade.
89
As funções do Estado segundo Mandel são duas: A função direta e a indireta. Na primeira o governo atua
diretamente por meio de seus órgãos, já na segunda o governo outorga poderes a outras estruturas, que são
entidades.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
As primeiras iniciativas, no que se refere à seguridade social, nasceram na Alemanha
no final do século XIX, durante o Governo do Chanceler Otto Bismarck para dar respostas às
greves e pressões dos trabalhadores. Tal modelo instituiu um sistema de seguros sociais ao
trabalhador e seus dependentes, na ausência do trabalho, através dos benefícios organizados
em caixas administrado pelo Estado juntamente com a participação dos empregadores e
empregados. O acesso do trabalhador nessa lógica é condicionado a contribuições feitas por
ele anteriormente. Esse modelo também vigorou no Brasil na década de 1930 no Governo
Vargas, com a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões denominadas como (CAPs)
que serviu de base para o surgimento e desenvolvimento da previdência social.
Enquanto o modelo Bismarckiano propiciou o desenvolvimento da seguridade social,
sobretudo da previdência social, nos países Capitalistas da Europa ocidental e da amarica
latina, um Plano havia sido formulado na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial por
William Henry Beveridge que propunha a instituição do Welfare State como forma de
combater a pobreza garantindo os mínimos sociais aos necessitados. Esse plano assegura a
universalidade dos direitos sociais, independente de contribuição ou não.

As diferenças desses princípios provocaram o surgimento e instituições de


diferentes modelos de seguridade social nos países capitalistas, com
variações determinadas pelas diferentes relações estabelecidas entre o Estado
e as classes sociais em cada país. Hoje, é difícil encontrar um “modelo
puro”. As políticas existentes e que constituem os sistemas de seguridade
social em diversos países apresentam as características dos dois modelos,
com maior ou menor intensidade”. No Brasil os princípios do modelo
bismarckiano predominam na previdência social, e os do modelo
beveridgiano orientam o atual sistema público de saúde e de assistência
social, o que faz com que a seguridade social brasileira se situe entre o
seguro e assistência social (BOSCHETTI, 2009, p. 325).

Nesse sentido, entende-se que os dois modelos de Bismarck e Beverige se


constituíram nos países capitalistas e periféricos, de formas diferentes, de acordo com a
realidade de cada país. No Brasil, por exemplo, esses dois modelos, como bem cita a autora
supramencionada, colocam-se como sistemas de proteção na previdência social direcionados
para aqueles que podem pagar. Ou seja, essa proteção é destinada para aqueles trabalhadores
que estão inseridos no mercado de trabalho e que podem pagar para ter acesso à seguridade
social, enquanto que o modelo de Beverige caminha na lógica da universalização dos direitos,
como os serviços de saúde e assistência social no Brasil.
Desta forma, vale ressaltar a lógica do seguro e a lógica social na qual a autora irá
dizer que a lógica do seguro é aquele que garante “proteção, às vezes exclusivamente, e às
vezes prioritariamente, ao trabalhador e à sua família” (BOSCHETTI, 2009, p. 326), por ser

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
um tipo de seguro limitado destinados aos que estão inseridos no mercado de trabalho e seus
dependentes. Essa lógica do seguro é predominante na seguridade social, principalmente na
previdência, na qual o trabalhador precisa contribuir para ter acesso aos benefícios.

Mas, além dessa característica securitária, que é estruturante na seguridade


social, ela pode ter outra lógica da universalização dos direitos sem
estabelecimentos de contrato de seguro contributivo. Nessa perspectiva, os
benefícios podem romper com a lógica do seguro e assumir uma lógica
social. Romper de que forma? Assegurando direitos com base nas
necessidades sociais, que não sejam condicionados a uma contribuição direta
prévia, que não sejam proporcionais a uma contribuição efetuada
anteriormente (BOSCHETTI, 2009, p. 326).

Ou seja, para a autora, é possível a garantia e a universalização dos direitos sociais


sem que haja, necessariamente, uma contribuição antecipada tida por meio de um contrato de
seguro contributivo, e sim com base nas necessidades sociais. Mas, para que isso aconteça é
necessário romper com a lógica do seguro e assumir a lógica social que de fato é um direito,
não só para os trabalhadores inseridos no mercado de trabalho, mas, também e principalmente
para aqueles que estão fora desse mercado e que não tem acesso aos direitos.

Por exemplo, aqueles trabalhadores que não estão inseridos no mercado de


trabalho, que não têm acesso ao seguro, ou a previdência social, acabam
caindo em uma situação de ausência dos direitos sociais derivados do
trabalho. Muitos deles, por não terem contribuído para a seguridade social,
chegam aos 65 anos (essa idade varia de país para país) e não tem direito a
aposentadoria. A exigência da lógica do seguro e a impossibilidade de sua
manutenção para todos os trabalhadores, sobretudo para os desempregados,
empurram esse trabalhador para demandar a outra lógica, a lógica social, do
direito não contributivo. Assim, aqueles que não contribuem, que não estão
inseridos em uma relação de trabalho estável e que não têm direito ao
benefício contributivo, tornam-se potenciais demandantes da lógica social,
do benefício não contributivo. (BOSCHETTI, 2009).

Assim, o trabalhador que não tem nenhuma relação de trabalho formal e que não
contribui com a previdência social é levado a fazer parte de um grupo específico que depende
da assistência social.
As políticas de seguridade social ampliam-se mais a partir do II pós guerra, como meio
de prover proteção aos trabalhadores por meio de assistência social para aqueles
impossibilitados de prover o seu próprio sustento, para cobertura dos riscos de trabalho, nos
casos de invalidez, doenças, acidentes, desemprego temporário e velhice.
No Brasil, a Seguridade Social ganha status de um conjunto de políticas públicas
voltadas à proteção social a partir da Constituição Federal de 1988, que destaca: “a seguridade
social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social”. Com isso, entende-se que a seguridade social, a partir da promulgação da referida
constituição, passa a ampliar direitos para todos, no que se refere à saúde, à previdência e
assistência, quebrando “o vinculo contributivo que era a base do sistema de proteção social”
(COELHO, 2013, p. 29) até meados dos anos 80 e passando a ser financiada por todos que
compõem a sociedade após o direito constitucional.
A década de 1980, no Brasil, é caracterizada por alguns avanços na categoria dos
direitos sociais, mesmo com todas as fragilidades, como a exclusão, concentração de renda e o
processo de publicização do Estado. Mesmo com todo esse processo não pode ser negado que,
no Brasil, a seguridade social não se traduziu objetivamente numa universalização dos direitos
sociais, como nos países desenvolvidos. Porém, com todas as fragilidades existentes não pode
ser negado que na década de 1980 os trabalhadores adquiriram novos direitos, como a
ampliação do acesso a serviços públicos não mercantis e também o acesso aos benefícios
sociais, como a saúde, assistência social, educação, entre outros. Porém no final década de
1980, e inicio da década de 1990 a classe dominante através da implantação do neoliberalismo
inicia sua ofensiva contra a seguridade social.
Ainda de acordo com Behring e Boschetti (2011), nesse período, foi mantido o caráter
seletivo, fragmentado e setorizado da política social brasileira, sendo que as propostas de
reestruturação não foram implementadas, mas incorporadas no processo de elaboração da
Constituição, contribuindo, assim, para a definição do conceito de seguridade social.

A grande novidade, portanto, era o processo de redemocratização, apesar da


crise econômica, com seu forte conteúdo reformista, no sentido de desenhar
na Constituição políticas orientadas pelos princípios da universalização,
responsabilidade pública e gestão democrática. Constitui-se nesse período
uma articulação nacional de entidades pela mobilização popular na
constituinte, reunindo movimentos sociais, personalidades e partidos
políticos com compromissos democráticos que participaram dos grupos de
trabalho. daí decorre, por exemplo, a introdução do conceito de seguridade
social, articulando as políticas de previdência, saúde e assistência social e
dos direitos a elas vinculados, a exemplo da ampliação da cobertura
previdenciária aos trabalhadores rurais (IDEM, 2011, p. 144).

Na constituição de 1988 ficaram atribuídos todos os direitos e deveres do Estado e de


todos que compõe a sociedade civil, porém o Estado, através de uma perspectiva neoliberal
desviou-se de suas funções básicas para aumentar sua participação no setor produtivo, o que
provocou a deterioração dos serviços públicos, afetando principalmente as classes menos
favorecidas, o aumento da crise fiscal e da inflação. É exatamente aqui que se inicia o

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
processo de contrarreforma, que afeta diretamente as políticas sociais, no que se refere ao
corte de gastos sociais, privatização, focalização e fragmentação dessas políticas.
A modernização capitalista, que se expressa pela implantação do neoliberalismo, traz
uma série de contradições, que rementem com profundidade na vida dos trabalhadores, como
o desemprego, baixos salários, ampliação do trabalho informal, políticas focalistas e
fragmentadas, privatização, flexibilização, terceirização e desregulamentação da mão de obra,
acumulação de riquezas, precarização da seguridade social, posto que nessa conjuntura de
contrarreformas, as políticas da seguridade social, principalmente assistência e previdência,
estão longe de formar uma articulação entre si e de formar um mecanismo de proteção.
Adquiriram a perversa posição, de serem uma unidade contraditória, que Boschetti vem
assegurar que a afirmação de uma é a negação da outra.
Todo o processo de desregulamentação do Estado teve como apogeu a crise de 1970,
quando houve reduzidos índices de crescimento, com altas taxas de inflação e impostos. Esse
acontecimento teve como desculpa por parte do capital de que o país estava em crise, visto
que desde o pós guerra houvera a expansão do Estado social e da seguridade social, e
principalmente que a crise resultava do poder da classe trabalhadora sindicalizada, do
movimento operário e dos gastos sociais.
Nesse período também prevaleceu o argumento que a intervenção do Estado era
negativa para a economia do país, pois absorve a poupança nacional e diminui as taxas de
investimento, levando a propor a redução do déficit e o aumento do investimento privado. Na
verdade a intenção dos neoliberais nesse processo era a não interferência do Estado nas
relações do comércio exterior, a contenção dos gastos sociais, sempre mantendo uma taxa
“natural” de desemprego, reformas fiscais, com redução de impostos para os altos
rendimentos e reforma nas políticas de previdência na perspectiva de privatização.
O dilúvio neoliberal que desde a década de 1990 apresenta-se no cenário brasileiro é a
mola propulsora do processo de contrarreforma, que remodela os sistemas da seguridade
social, com reforço da lógica estrita do seguro e, também com privatizações dos sistemas
predominantes na década de 1990, agravando o quadro da seguridade social brasileira.
A contrarreforma implicou num processo de reestruturação e desregulamentação do
Estado frente aos interesses sociais e econômicos, em uma perspectiva neoliberal. Nesse
processo de contrarreforma, o Estado brasileiro é submetido aos ditames do capital
internacional e de organismos internacionais, como o FMI, a Organização das Nações Unidas
(ONU), entre outras a partir da década de 1990. O conjunto de direitos duramente
conquistados no texto constitucional foram, de uma maneira geral, submetidos à logica do

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
ajuste fiscal, permanecendo-mais uma vez- uma forte defasagem entre direito e realidade
(SALAMA & VALIER, 1997, p.110, apud BEHRING, p. 250).
Todavia, esse processo de contrarreforma trouxe um aumento muito elevado da
desigualdade social no Brasil ao longo dos anos, tudo isso ocasionado pelo processo de
privatização dos serviços públicos e das empresas estatais.
Essa lógica que a autora supramencionada coloca também está relacionada ao que
Elizabete Mota (2004) cita como capitalismo financeiro, que ameaça dos direitos e garantias
conquistados na década de 1988. Capitalismo este, que subordina o Estado aos interesses das
classes dominantes, e coloca o sistema financeiro como o principal regulador do Estado e
regulador da sociedade brasileira.
Em termos de síntese, podemos destacar as principais contrarreformas vivenciadas pelas
políticas sociais que compõem o sistema de Seguridade Social brasileiro: o tocante à
Previdência Social, foram realizadas três contrarreformas. A primeira foi realizada em 1998,
no governo de FHC, conhecida como Emenda Constitucional n° 20, que impõe condições de
acesso à aposentadoria, cujo principal critério passa a ser o tempo de contribuição – aplicável
aos trabalhadores vinculados a qualquer um dos regimes -, que reduziu direitos os mais
diversos, a exemplo do teto previdenciário90, consolidando a ideia de seguro social
contributivo. Em 1999, foi criado o Fator Previdenciário (Lei Nº 9876/99), um redutor do
valor dos benefícios previdenciários que tem relação direta com o tempo de contribuição e o
tempo de vida do trabalhador: quanto menor a idade de aposentadoria, maior o redutor.
Paralelo a isso, foi criado o regime de previdência complementar, que se constitui como uma
alternativa para os trabalhadores, tendo em vista os recuos que veio através da “reforma”.
A segunda foi realizada no governo de Lula, através da Emenda Constitucional nº 41, em
dezembro de 2003. Esta Emenda está voltada essencialmente para os trabalhadores do setor
público: dá continuidade à reforma iniciada por FHC, com perdas mais significativas para os
trabalhadores, na medida em que elimina o direito dos servidores públicos à integralidade, põe
fim à paridade entre os reajustes dos servidores ativos e dos inativos; estabelece teto para o
valor dos benefícios para os servidores equivalente ao do RGPS; estabelece um redutor para o
valor das novas pensões; prevê que o regime de previdência complementar para os servidores
será operado por entidades fechadas, de natureza pública, que oferecerão planos de benefícios
somente na modalidade de contribuição definida; introduz a taxação dos servidores inativos e
dos pensionistas, com a mesma alíquota dos servidores ativos, ressalvado um limite mínimo
de isenção (ARAÚJO, 2009 apud SANTOS, 2015).

90
Atualmente, o Teto Previdenciário é de R$ 4.390,24, cujo ajuste em relação ao ano anterior foi de 5,56%.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A terceira foi no governo Dilma, que, através da Lei Nº 12.618, de 30 de abril de 2012,
criou o Regime de Previdência Complementar para os servidores públicos federal titulares de
cargos públicos efetivos. Os servidores que ingressarem no serviço público federal após essa
lei ficarão sujeitos a esse regime, que se configura como uma fundação de natureza pública,
com personalidade jurídica de direito privado, servindo como um complemento tendo em
vista a permanência do teto previdenciário. Tais reformas, desde FHC, até hoje, foram
realizadas em nome de um suposto déficit da previdência, entretanto - como mostraremos
adiante, através da análise do orçamento da Seguridade Social -, isso não passa de uma
falácia, na medida em que levam em consideração apenas a arrecadação do Regime Geral da
Previdência Social, deixando à parte o texto constitucional que afirma ser o orçamento da
Seguridade Social único (SANTOS, 2015).
Na área da Saúde, prevalece o conceito de “universalização excludente”, na medida
em que o sistema de saúde sofreu uma perspectiva dual: “um sistema pobre para os pobres e
um padrão de qualidade maior para os que podem pagar pelos serviços” (BEHRING, 2008, p.
268). Ocorre um incentivo aos planos privados de saúde e aos convênios, além de medidas
legais que distorcem seu significado público e universal. Ultimamente, foi aprovada a Lei
12.550/2011, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), cuja
implantação intensifica a lógica de precarização do trabalho no serviço público de saúde,
colocando em risco a independência das pesquisas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS) e os serviços prestados pela entidade pública à população usuária. Outro exemplo é em
relação aos recursos mínimos a serem aplicados nessa política, que é expressa na EC Nº 29,
cuja aprovação ocorreu com o veto de 15 dispositivos, que expressa a falta de compromisso
para com a Saúde pública brasileira (SANTOS, 2015).
No tocante à Assistência Social, ocorreu uma “mudança de rota” a partir da “era” Lula
em relação ao seu predecessor, relativa a avanços institucionais, todavia, permaneceu a lógica
de uma política pobre para os comprovadamente pobres, como uma tendência de expansão,
que expressa o trato dado, através das políticas sociais, às expressões da “Questão Social”
pelas classes dominantes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi colocado, podemos perceber o quanto é perverso e devastador
essas medidas impostas por esse sistema, pois agrava a vida da grande parte da população que
sobrevive com os mínimos socais.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Medidas como essas aumentam cada dia mais o número de miseráveis que vivem
abaixo da linha pobreza, além de diminuir a qualidade de vida dos trabalhadores e a
diminuição do poder aquisitivo desses que se encontram economicamente ativos no mercado
de trabalho, tudo isso ocasionado pelo aumento da inflação, o desemprego, a miséria e a
tendência do aumento das taxas de juros.
O Estado, que deveria ser o regulador de combate a essas medidas neoliberais, passa
apenas ser um subserviente desse sistema e um explorador da classe trabalhadora que retira
riqueza produzido por esta classe, para gerar acumulação e concentração de riqueza destinado
ao sistema financeiro. Sistema financeiro esse, que impõe ao Estado uma redução do seu
papel de investidor no que se refere à seguridade social brasileira, para maximizar cada vez
mais os lucros destinados aos banqueiros ou a uma pequena classe detentora dos bens
socialmente produzidos neste país
No que se refere à seguridade social, podemos perceber que o tripé que a constitui
foge da realidade que fora construída nos de 1980, na constituição cidadã, pois na realidade
que vivenciamos nos dias atuais, podemos perceber uma perspectiva dual- Publico/ Privado
desse sistema, a instauração do cidadão consumidor, ao passo que se amplia a Assistência
Social, com destaque pata os programas de transferências de renda.

5 REFERÊNCIAS

ARAUJO, T. B. Desenvolvimento regional brasileiro e políticas públicas federais no governo


Lula. In: SADER, E. (Org.) 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. –
São Paulo, SP: Boitempo; Rio de Janeiro: FLACSO Brasil, 2013.

BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política Social: fundamentos e história. – 8. ed. – São


Paulo: Cortez, 2011.

BEHRING, E. O Brasil em contrarreforma. Cortez, São Paulo: 2003.

BOSCHETTI, I. Seguridade Social na América Latina após o dilúvio Neoliberal.


Disponível em: http://www.ibase.br/userimages/seguridade1.pdf. Acesso em 31 de março de
2016

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm Acesso em: 10 mai. 2016

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
COELHO, Rodrigo Pereyra de Sousa. Grandes esperanças: a implementação do Sistema
Único de Assistência Social na Região Metropolitana de Campinas; Campinas, São Paulo,
2013.

COELHO, Rodrigo Pereyra de Sousa. Revista política social e desenvolvimento: Os sentidos


do Sistema Único de Assistência Social. Plataforma Politica Social, ano 02-outubro-2014.

FERREIRA, A. N. A atuação profissional dos Assistentes Sociais nos Centros de


Referência de Assistência Social (CRAS) do Município de São Pedro da Aldeia – RJ.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Serviço Social) – Universidade Federal
Fluminense, Rio das Ostras (RJ), 2013

MOTA, A. E. Seguridade Social no cenário brasileiro. Anais... XI Congresso Brasileiro de


Assistentes Sociais. Fortaleza. 2014.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A convivência social e familiar do idoso: uma revisão integrativa da literatura
1*
Thaynara Vieira da Silva
2†
Naedja Pereira Barroso

RESUMO

Envelhecer e o ato de se tornar idoso são coisas totalmente distintas. O processo de envelhecer
começa desde o momento em que o indivíduo nasce e compreende todo o seu
desenvolvimento físico, psicológico e social, enquanto o “tornar-se idoso” apresenta
diferentes concepções. A interação familiar é uma grande aliada para garantir e promover o
bem estar no processo de envelhecimento, dando atenção, cuidados e proteção necessária aos
idosos para ter a sua dignidade preservada. Nesta perspectiva, o presente artigo objetivou
caracterizar a importância da convivência social e familiar do idoso para amenizar os
impactos da idade sobre a vida deste indivíduo. Estudo do tipo Revisão Integrativa da
Literatura, construído com base nesta problemática: qual a importância da convivência social
e familiar para amenizar os impactos da terceira idade sobre a vida dos idosos? As relações
sociais e familiares são capazes de promover o bem-estar mental na velhice, assim como se
importam como grandes aliados para superação de qualquer pensamento negativo com relação
a condição física e social do idoso. A ausência desses na vida do idoso podem, por sua vez,
causar efeitos severos negativos na capacidade cognitiva, além da própria depressão, e
sentimentos de impotência e dependência.

Palavras-chave: Convivência social. Convivência familiar. Idoso.

ABSTRACT

Age and the act of becoming elderly are totally different things. The aging process starts from
the moment the individual is born and comprises all its physical, psychological and social
development, while "become old" presents different conceptions. The family interaction is a
great ally to ensure and promote well-being in the aging process, giving attention, care and
protection necessary for the elderly to have their dignity preserved. In this perspective, this
article aimed to characterize the importance of social and family life of the elderly to ease the
age of impacts on the life of this individual. type of study Review Integrative Literature, built
on this problem: what is the importance of social and family life to mitigate the impacts of
aging on the lives of the elderly? Social relations and family are able to promote mental well-
being in old age, as well as care how great allies to overcome any negative thoughts about the
social and physical condition of the elderly. The absence of these in the life of the elderly can,
in turn, cause severe negative effects on cognitive ability, as well as own depression, and
feelings of helplessness and dependency.

Keywords: Social Coexistence. Family living. Old man.

1
Thaynara Vieira da Silva. Graduanda em Serviço Social pela Faculdade Santa Maria – FSM.
Titulação. Instituição. Endereço eletrônico.
2
Naedja Pereira Barroso. Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Professora da
Faculdade Santa Maria – FSM.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população constitui um fenômeno mundial e na perspectiva do


cenário brasileiro, está intimamente relacionado com as modificações científicas e tecnológicas
que aconteceram de modo radical e acelerado nos últimos anos que, por sua vez, contribuíram
de modo significativo para o declínio da fecundidade e melhoria de vida da população
brasileira. (LIMA, 2010)
De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010 a expectativa de vida do
brasileiro soma 73,4 anos. Em 1980, esse número totalizava 62,57 anos; razão pela qual as
projeções mais conservadoras indicam que em 2020 seremos o sexto país do mundo em número
de idosos, com uma expectativa de mais de 30 milhões de pessoas neste ciclo de vida. (IBGE,
2010)
O Brasil é configurado como um jovem país de cabelos brancos, justificado pela
inclusão de 650 mil novos idosos à população brasileira todos os anos, estando esses limitados
funcionalmente ou portadores de doenças crônicas decorrentes da fisiologia do envelhecimento.
(VERAS, 2007)
Nesse contexto, o que se observa na atualidade é o envelhecimento analisado como uma
das expressões do aumento da expectativa de vida e diminuição da taxa de natalidade, além da
estigmatização construída em torno da figura idosa como um ser improdutivo no interior da
sociedade capitalista. Essa perspectiva, por sua vez, vem acarretando sérios problemas nas
relações que se estabelecem entre a família e o idoso e entre a sociedade e o idoso.
Envelhecer e o ato de se tornar idoso são coisas totalmente distintas. O processo de
envelhecer começa desde o momento em que o indivíduo nasce e compreende todo o seu
desenvolvimento físico, psicológico e social, enquanto o “tornar-se idoso” apresenta diferentes
concepções. (MANCUSSI, 2004)
A Organização Mundial de Saúde, o Estatuto do Idoso e a Política Nacional do Idoso
defende o ser idoso como o indivíduo que alcança a idade de 60 anos. Trata-se, portanto de uma
definição muito simples que desconsidera particularidades do processo de envelhecimento.
A sociedade, muitas vezes, atrela o conceito de velhice a pessoas portadoras de
fragilidades, de aparência enrugada, portadora de uma ou várias patologias. Decerto, existem
indivíduos nessas condições, essas são características inerentes ao indivíduo, alguns com um
pouco dessas características, outros com excesso; contudo, o envelhecimento não é sinônimo de
doença, o ser humano é alguém suscetível aos mais diversos tipos de patologias.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A progressividade do viver enuncia a redução da capacidade do sistema imunológico em
defender o organismo, mas não significa dizer que todo idoso adoeça ou contraia alguma
patologia ou doença.
As pessoas envelhecem, mas não de forma comum e geral a todos os indivíduos. As
experiências ao longo da vida são diferentes e a forma como estas interferem no modo de viver
e pensar é particular a cada ser, a percepção da realidade, são distintos. Assim, não podemos
fazer considerações generalistas e homogêneas sobre o processo de envelhecimento.
A sociedade é a grande vilã para a velhice e essa concepção está atrelada ao fato de que
as mudanças efêmeras que surgem das transformações transcorridas no interior da sociedade de
classe, rompem as relações entre os homens e entre estes e a natureza, contribuindo para a
dispersão da família. (BOSI, 1994)
Como indivíduos vulneráveis que precisam da atenção da sociedade para sanar suas
necessidades, o idoso tem na sua família o recurso elementar essencial para garantir e promover
o seu bem-estar, dando-lhe atenção, cuidados e proteção necessária para ter a sua dignidade
preservada.
A interação familiar é vital para o bem-estar do idoso. A família deve ajudar o idoso a
viver melhor, não como um peso, mas como integrante do sistema familiar. Em todas as fases
da vida o núcleo familiar exerce uma importância preponderante no fortalecimento das relações
interpessoais. É a família que intermedeia parte da relação entre o mercado e os indivíduos, e
entre o Estado e o indivíduo, quando (re)distribui os benefícios recebidos.
A influência da família na vida do idoso começa desde a sua infância e adolescência,
onde existe a proteção, o carinho e a educação. O apoio continua nas mais diversas situações da
vida, na formação, no balanceamento afetivo e no desenvolvimento físico e social. É através
deste habitat que o ser humano cresce e se desenvolve, atingindo a vida adulta, onde sai do
ninho para construir a sua própria família.
Desse modo, o ambiente familiar é capaz de determinar as características e o
comportamento do idoso. Quando a família está presente, o idoso tem a sua convivência
familiar e comunitária garantida, elementos que naturalmente influenciam suas vidas.
Considerando que a família, a partir do século XIX, adquiriu novos significados,
sinônimo de conceito complexo e plural, e considerando que a família nos moldes atuais não
mais é concebida como um grupo que direciona suas atenções para o idoso, o que pode levá-lo
ao comprometimento emocional e, consequente, sofrimento e adoecimento, a construção do
presente artigo objetivou caracterizar a importância da convivência social e familiar do idoso
para amenizar os impactos da idade sobre a vida deste indivíduo.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
2. MATERIAL E MÉTODOS

Estudo do tipo Revisão Integrativa da Literatura, cuja elaboração compreendeu seis


etapas: seleção da questão para revisão; determinação dos critérios para seleção da amostra;
definição das características da pesquisa original; análise dos dados; interpretação dos
resultados e apresentação da revisão. (MENDES, 2008)
A pesquisa foi construída com base nesta problemática: qual a importância da
convivência social e familiar para amenizar os impactos da terceira idade sobre a vida dos
idosos?
Para levantamento dos artigos foram utilizadas as seguintes bases: Literatura Latino-
americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Sistema Online de Busca e Análise
de Literatura Médica (Medline), Biblioteca Científica Eletrônica em Linha (Scielo) e Base de
Dados de Enfermagem (Bdenf); e os descritores “convivência social”, “relações familiares” e
“idoso”. A princípio, a busca pelos descritores foi dada individualmente, utilizando-se
posteriormente o cruzamento a partir do operador booleano “and”. Ainda assim, para a
seleção da amostra, foram válidos os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados no
idioma português, no período de 2009 a 2015, que retrataram a temática em estudo. Sendo
assim, foram excluídos aqueles que fugiam da faixa de tempo e com idioma divergente. A
tabela 1 ilustra a estrutura metodológica utilizada.

Tabela 1: Publicações encontradas entre os anos de 2005 e 2015 nas bases de dados.
BASE DE DADOS
DESCRITORES
LILACS MEDLINE SCIELO
Convivência social 259 28 149
Relações familiares 1.106 1.537 264
Idoso 10.074 263.637 687
Convivência social and relações familiares 25 0 6
Convivência social and idoso 73 2 15
Relações familiares and idoso 165 341 12
Todos 3 1 5
Fonte: dados da pesquisa, 2016.

O processo de busca dos artigos obedeceu às especificidades de cada uma das bases de
dados e a seleção destes, precisou satisfazer os seguintes critérios: obediência à temática do
estudo, ou seja, capaz de responder a questão norteadora da pesquisa, descritos no idioma
português ou inglês, além de estar enquadrado no período de tempo proposto acima, e permitir
a acessibilidade ao seu conteúdo completo.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A realização do levantamento bibliográfico aconteceu nos meses de janeiro e fevereiro
de 2016. Diante dos requisitos supramencionados e excluindo-se os artigos repetitivos nas
bases de pesquisa utilizadas, foram selecionados sete artigos, dos quais foram submetidos a
releituras, a fim de concretizar uma análise interpretativa direcionada pela questão condutora.
Por último, os resultados obtidos foram agrupados em categorias temáticas que
descrevem as representações sociais do envelhecimento, a convivência social dos idosos, a
família e o idoso.

3. Resultados e discussão

Diante disso, as modificações transcorridas ao longo das mudanças da sociedade


acabam por influenciar também o ambiente de convivência, o que determina a necessidade de
apoio de políticas públicas voltadas para essa clientela, como forma de fortalecer os vínculos
entre o idoso, família e sociedade, através do atendimento às necessidades desses três atores e
do estudo de novas propostas e introdução de novos conceitos sobre a velhice, conceitos esses
mais humanos.
O idoso, antes não era valorizado depois da Constituição Federal o idoso passa a ser
mais visto na sociedade, onde a Constituição Federal assegura os seus direitos e deveres do
idoso, sem deixar nenhum requisito fora. O preconceito com idoso era bastante. Sabe-se que
os idosos precisam de cuidados, principalmente na área de assistência como saúde, lazer,
educação entre outros.
Para Neri (2007), a velhice é a última fase do ciclo vital e é delimitada por eventos de
natureza múltiplos, incluindo por exemplos perdas psicomotores, afastando social, restrição
em papeis sociais e especialização cognitiva. Os idosos vêm perdendo um pouco de sua
delimitação, ou seja, a perda da sua capacidade e da adaptação. Hoje é bastante comum falar
em velhice inicial e velhice avançada.
Assim o crescimento da expectativa sobrevida do brasileiro traz consigo sérias
consequências no que refere-se à formulação, implementação e financiamento das políticas
sociais no Brasil, particularmente as relativas às questões da seguridade social e da saúde.
Apesar disso, o idoso é um ser que necessita de uma convivência familiar de forma
semelhante a qualquer outro indivíduo. A influência da família na vida do idoso começa
desde a sua infância e adolescência, onde existe a proteção, o carinho e a educação; e
continua com o apoio em diversos momentos da vida, na formação, no balanceamento afetivo

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
e no desenvolvimento físico e social. É através deste habitat que o ser humano cresce e se
desenvolve, atingindo a vida adulta, onde sai do ninho para construir a sua própria família.

O ambiente familiar, portanto, pode determinar as características e o comportamento


do idoso. Na família onde predomina um ambiente saudável e harmonioso, há espaço para
todos os seus membros, e todos possuem e desempenham a contento seus papéis, lugares e
posições, respeitadas as idiossincrasias inerentes a cada ser. Em contraponto onde há
desarmonia, desrespeito e desconhecimento de limites, o relacionamento familiar é
permeado por frustrações, e os seus membros cultivam e disseminam sentimentos e atitudes
negativas.
Neste sentido, a metodologia abordada neste estudo, permitiu a seleção dos
seguintes artigos com o objetivo de caracterizar a importância da convivência social e
familiar do idoso para amenizar os impactos da idade sobre a vida deste indivíduo e a
existência dos centros de convivência como dispositivo de ressocialização de idosos à
medida que eleva sua autoestima e incentiva-o na luta pela cidadania plena e pela
autonomia no desenvolvimento das mais variadas atividades.

Tabela 2. Apresentação das características dos artigos incluídos na pesquisa bibliográfica.


Título Autor(es) Ano Objetivos
O direito à convivência familiar e BRONZATTI, C. 2015 Analisar a garantia do direito a
comunitária do Idoso: como fica o C.; convivência familiar e comunitária
idoso abandonado? LOUZADA, M. aos idosos.
C.

A pessoa idosa e o contexto ROCHA, S. M. 2012 Analisa a relação dos idosos com
familiar: uma abordagem C.; LIMA, I. M. seus contextos familiares
Sociojurídica S. O. identificando, em particular, o seu
relacionamento com outras gerações.
Evidências da contribuição dos ARAÚJO, L. F.; 2011 Buscar na literatura evidências
programas de assistência ao idoso et al. relativas à contribuição dos
na promoção do envelhecimento programas de promoção da saúde no
saudável no Brasil. processo de envelhecimento saudável
no Brasil.
A importância da família no SILVA, C. A. M.; 2011 Objetivo trazer a discussão sobre a
cuidado ao idoso ALMEIDA, A. importância da família no cuidado do
idoso, contextualizando o processo
do envelhecimento bem como as
alterações na vida dos idosos e
também da família
Direitos Humanos, envelhecimento KEINERT, T. M. 2009 O objetivo buscar na pesquisa
ativo e saúde da pessoa idosa: M.; ROSA, T. E. bibliográfica e documental sobre as
marco legal e institucional C. iniciativas legislativas e
administrativas - em nível nacional e
internacional - de proteção à saúde,
promoção social e amparo à velhice.
Grupos de convivência como WICHMANN; et 2013 Conhecer a representação da
suporte ao idoso na melhoria da al. população idosa sobre o grau de
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
saúde satisfação, quanto aos benefícios
obtidos na melhoria da saúde, com a
convivência em grupos.
Comparação da qualidade de vida ALMEIDA; et al. 2011 Avaliar a qualidade de vida e a
entre idosos que participam e presença de transtorno depressivo
idosos que não participam de entre idosos participantes e não
grupos de convivência na cidade de participantes em grupos de

Itabira-MG. convivência.
Fonte: dados da pesquisa, 2016.

3.1 As representações sociais do envelhecimento

A Organização Mundial de Saúde, o Estatuto do Idoso e a Política Nacional do Idoso


defende o ser idoso como o indivíduo que alcança a idade de 60 anos. Trata-se, portanto de
uma definição muito simples que desconsidera particularidades do processo de
envelhecimento, como assim exemplifica Renault (2012) apud Bronzatti e Louzada (2015):

[...] se você considerar a realidade do Brasil, onde existem regiões em que a


população sofre com a pobreza extrema, falta de comida, água e saneamento básico,
é de se esperar que o processo de envelhecimento deixe marcas muito mais
profundas do que em uma região do país onde a situação econômica é melhor [...]
(p. 16-17).

Em meio às contradições e particularidades regionais existentes no Brasil, a idade em


que a pessoa passa a ser considerada como idosa é comum a todo o território, afirmando o não
compromisso com tais particularidades. Ao contrário disso, o que ocorre é que as pessoas
envelhecem, mas não de forma comum e geral a todos os indivíduos, as experiências ao longo
da vida são diferentes e a forma como tais interferem no modo de viver e pensar é particular a
cada ser, a percepção da realidade, são distintos. Assim, não podemos fazer considerações
generalistas e homogênea sobre o processo de envelhecimento.
Bretas (2003) apud Keinert e Rosa (2009) traz uma percepção um pouco diferenciada
e bastante aceita para conceituar o envelhecimento:

[...] o envelhecimento é um processo complexo, pluridimensional, revestido por


aquisições individuais e coletivas, fenômenos inseparáveis e simultâneos. Por mais
que o ato de envelhecer seja individual, o ser humano vive na esfera coletiva e como
tal, sofre as influências da sociedade. A vida não é só biológica, ela é social e
culturalmente construída, portanto pode-se dizer que os estágios da vida apresentam
diferentes significados e duração (p. 4).

Dessa forma, a percepção do idoso sobre a sua velhice é variável de acordo com o
grupo social e cultural a qual está inserido, bem como suas condições fisiológicas e

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
econômicas de vida. Na sociedade industrial, por exemplo, a velhice era vista de forma
maléfica como um destino ou fim do indivíduo ou uma categoria social.
A sociedade, muitas vezes, atrela o conceito de velhice a pessoas portadoras de
fragilidades, de aparência enrugada, portadora de uma ou várias patologias. Decerto, existem
indivíduos nessas condições, essas são características inerentes ao indivíduo, alguns com um
pouco dessas características, outros com excesso; contudo, já dizia Hayflick (1996) apud
Rocha e Lima (2012), o envelhecimento não é sinônimo de doença, o ser humano é alguém
suscetível aos mais diversos tipos de patologias. A progressividade do viver enuncia a redução
da capacidade do sistema imunológico em defender o organismo, mas não significa dizer que
todo idoso adoeça ou contraia alguma patologia ou doença (ARAÚJO; ET al, 2011).
Segundo Araújo; et al. (2011) o processo de envelhecer não significa adoecer,
necessariamente. Um indivíduo pode envelhecer naturalmente e conviver bem com as
limitações da idade. No entanto, grande parte da população considera que o declínio biológico
direciona esta fase à presença de doenças (principalmente crônico-degenerativas) e
dificuldades funcionais que avançam com a idade. Ou seja, os estigmas negativos e as
representações sociais do envelhecimento giram em torno da doença e da dependência,
tomando estes aspectos como normais e inevitáveis.
Nesse contexto, mesmo com as conquistas evidenciadas nos últimos anos em torno da
construção de políticas de proteção ao direito dos idosos, ainda são nítidos os preconceitos
que envolvem o envelhecimento no meio social, desvalorizando e desrespeitando o sujeito
idoso.
Almeida; et al. (2011) consegue visualizar a sociedade como a grande vilã para a
velhice e justifica tal concepção afirmando que as mudanças efêmeras que surgem das
transformações transcorridas no interior da sociedade de classe rompem as relações entre os
homens e entre estes e a natureza, contribuindo para a dispersão da família.
Os autores fazem uma crítica quanto aos princípios morais que existem na sociedade
contemporânea e às estratégias e ferramentas disponíveis para aplicação desses princípios. Ou
seja, a sociedade que constrói leis e normas para o cuidado ao idoso é a mesma sociedade que
discrimina a velhice, a redução da capacidade fisiológica desse ser e a mesma que, ao
contrário de diminuir os obstáculos e percalços de grande importância para essa fase, faz com
que o idoso sinta-se excluído e impotente. A cultura da sociedade contemporânea valoriza a
figura do jovem, como alguém que pode desenvolver-se intelectual e profissionalmente,
enquanto espera que os anciãos abdiquem do trabalho e de outras atividades.
Antes, ao pensar nas relações de trabalho, o trabalhador manual mais antigo era o que
continha mais experiência, ou seja, os anos representavam sinônimo de “perfeição” e a
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
destreza no ofício. Hoje, o trabalhador é visto como um mero reprodutor de gestos, executor
de trabalho, um número a mais ou a menos de mão de obra. Resultado dessa mudança de
concepção: quanto mais velho o trabalhador, maior a necessidade de “troca/substituição”
dessa peça por uma mais “nova” e eficiente. Dessa forma, o mundo da pessoa idosa, dentro do
ambiente capitalista é mais fechado e restrito, uma vez que os valores dos indivíduos mais
jovens são os que mais predominam.
Diante disso, as modificações transcorridas ao longo das mudanças da sociedade
capitalista acabam por influenciar também o ambiente de convivência, o que determina a
necessidade de apoio de políticas públicas voltadas para essa parcela significativa da
população, como forma de fortalecer os vínculos entre o idoso, família e sociedade, através do
atendimento às necessidades desses três atores e do estudo de novas propostas e introdução de
novos conceitos sobre a velhice, conceitos esses mais humanos.

3.2 A convivência social dos idosos

Os idosos convivem com membros e os amigos da sua própria geração, seja para
clubes participar de clubes da terceira idade, desenvolver atividades físicas ou de lazer. As
demais pessoas com quem o idoso relaciona-se, além de seus familiares, servem enquanto
fonte de informação ao desenvolvimento para os mesmos, além da regularização das suas
emoções e à manutenção do autoconceito.
Assim Keinert e Rosa (2009) colocam que o apoio social é um importante fator para a
pessoa idosa para manter-se ter um envelhecimento satisfatório e com autonomia, sem efeitos
negativos. Os autores apontam que os idosos que participam de redes sociais (Facebook,
Twitter e entre outras) de maneira ativa, recebem o apoio social informal, assim são pessoas
que possuem melhor saúde mental e física.
Isso significa que ter bom convívio social, com vizinhos, amigos e familiares, é ter boa
qualidade de vida. Segundo Rocha e Lima (2012), as pesquisas nessa área apontam para a
evolução e as várias características do perfil do idoso, que apresenta-se mais dinâmico, ativo e
interativo diante dos de seus familiares e dos grupos de convivência. Entre as mudanças há
um crescimento na longevidade, o que está levando as relações familiares a serem mais
duradouras.
Apesar dessa análise ainda ser parcial, esses estudos mostram segundo os referidos
autores para uma nova realidade no contexto familiar e social dos idosos. Antes, quando os
homens ou as mulheres perdiam seus companheiros, ficavam sozinhas até o final da sua vida,
agora este comportamento mudou.
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Entretanto muitas pessoas ainda possuem uma visão mistificada do envelhecimento, os
idosos diminuem as suas redes de relações sociais, se tornando menos satisfeitos com a vida,
embora muitos deles pensem que envelhecer significa adoecer, deixar de desenvolver-se e
afastar-se, na verdade, existem possibilidades de se continuar ativo e de manter uma qualidade
de vida boa.
Keinert e Rosa (2009) enxergam que hoje um movimento muito forte da sociedade
com relação aos espaços dedicados aos idoso como: Centros de Convivência, Universidades
da Terceira Idade, Centros de Referência, Centros Dia, entre outros. Esses espaços realizam
atividades em grupo direcionadas, com diferentes objetivos únicos, essa interação promovida
nas atividades traz um retorno significativo a cada um dos participantes. Colaborando Silva e
Almeida (2011) colocam que a interação social gerada entre os idosos e a sociedade
desenvolve o senso de bem-estar nos mesmos, assim como a melhora no funcionamento metal
e físico. As redes sociais que estabelecem-se com o contato contínuo dos idosos podem ser
fontes mantenedoras e protetoras de saúde.
A vida social do idoso para Rocha e Lima (2012) não resume-se apenas a participação
dele nos grupos de terceira idade, mas também à boa relação com a sua família, o
envolvimento nos grupos da sua comunidade. Vale ressaltar que a qualidade dos contatos
sociais é mais importante do que a quantidade. A capacidade de interação social varia de
sujeito para sujeito, assim não quer dizer que aquele o idoso que tenha mais contato, possua
uma qualidade de vida melhor do que aquele que possui menos contato.
As relações sociais ainda promovem o bem-estar mental na velhice. A ausência de
convívio social pode causar efeitos severos negativos na capacidade cognitiva, além da
própria depressão. Os indivíduos que tenham mais contato com as outras são mais
influenciadas a ter hábitos mais saudáveis, a ajuda recebida ou dada ajuda no aumento de um
sentido de um controle pessoal, tendo influência positiva no bem-estar psicológico de cada um
(SILVA; ALMEIDA, 2011).
Entende-se que a interação social é um fator de proteção no envelhecimento saudável
e ativo, precisa fazer parte do curso da vida, assim, quando atingirmos a velhice não
sentiremos desamparados. Assim deve-se sempre lembrar a importância de estabelecer novas
relações, inseridos em grupos e estando ativos em nossa sociedade.

3.3 A Família e o Idoso

De modo geral ao pensar em família, logo vem a ideia de um conjunto de indivíduos,


formado por um casal e filhos. No entanto, esse conceito tem sido transformado à medida que
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
a sociedade sofre modificações no seu formato e modo de viver, conforme acontece ao longo
dos processos sócio/históricos, no qual as mulheres viviam num contexto doméstico,
dedicando-se aos afazeres da casa e cuidado com os entes envolvidos na família, a exemplo
do cuidado com os filhos, parceiros e com a figura patriarcal, o idoso.
No mundo contemporâneo, há uma formatação diferente para o cuidado ao idoso,
principalmente depois que a mulher conseguiu inserir-se no mercado de trabalho. Com isso, o
cuidado dispendido à casa, a família e ao idoso diminuíram proporcionalmente ao tempo
disponível da mulher em casa.
Nessa perspectiva, a família não pode ser considerada como a instituição mediadora
entre o ser idoso e a realidade da idade que o cerca (ALMEIDA; et al. 2011). Ela não é mais
concebida como um grupo que direciona suas atenções para o idoso, o que leva ao
comprometimento emocional e, consequente, sofrimento e adoecimento. (KUZNIER, 2007)
Como resultado, Almeida (2011) coloca que muitos idosos atravessam um processo de
solidão e tristeza, natural quando considerado as alterações fisiológicas e culturais que
ocorrem nessa fase.
Nesse sentido, a presença da família é imprescindível para superação desses
sentimentos, bem como para amenizar os impactos gerados pela idade e pelo sentimento de
impotência ou dependência. Lembrando que, a vivência familiar precisa acontecer de modo
harmônico, sem muitos conflitos e, mais do que isso, é preciso que os seus integrantes
entendam o comportamento do idoso, do contrário, temos situações de isolamento, de
preferência pela morada sozinha ou pela busca de institutos de longa permanência.
Para Silva e Almeida (2011) fatores como fragilidade, debilidade e dependência fazem
parte das famílias com membros idosos. Com o crescimento populacional e os efeitos desse
fenômeno sobre a dinâmica de vida das pessoas, as responsabilidades foram aumentadas,
sendo que os cuidados acabam por ser da família, em uma relação de cuidado em que
estabelece-se entre as partes, que acontece com base no significado da velhice.
A reciprocidade almejada é que após os pais educarem e criarem os filhos, é que os
mesmos cuidem e responsabilizem com os pais, indo além da retribuição, oferecendo o
suporte na proteção no ambiente familiar, destarte como aponta a PNAS (2004, p. 29) apud
Silva e Almeida (2011, p. 5) indicando que:

[...] são funções básicas da família: prover a proteção e a socialização de seus


membros; constitui-se referencias morais, de vínculos afetivos e sociais; de
identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos membros com outras
instituições sociais e com o Estado.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Com o passar dos anos o conceito de família vem configurando-se de maneira que o
papel desenvolvido pela família vem sendo reconhecido e ampliado socialmente, com funções
de responsabilidades, proteção e apoio de todos os membros. A Constituição de 1988 no
artigo 230 e a PNI vem garantindo a proteção do idoso no âmbito familiar (BRONZATTI;
LOUZADA, 2015).
Destarte pode observar-se que houve avanços em favor da pessoa idosa, com tudo a
sua total efetivação está em um processo onde precisa-se caminhar bastante para um
envelhecimento digno. Silva e Almeida (2011) colocam nessa perspectiva que há uma a
procura por socialização dos compromissos afirmados tanto na constituição como na PNI, em
favor dos idosos, bem como ainda a participação dos mesmos nas políticas públicas.
O que autores comprovam é que, apesar da responsabilidade sobre a pessoa idosa ser
compartilhada pela família, Estado e sociedade é no seio da família, que os mesmos buscam
um envelhecimento com mais valorização, dignidade e respeito. Entretanto Silva e Almeida
(2011) colocam que nem sempre a família consegue dar conta das suas funções sociais, ou
seja, da capacidade de manter a responsabilidade no cuidado do idoso, acontecendo assim
casos de negligencia, violência e abandono.
Situações como maus tratos, abandono e violência são inúmeras e repetitivas em
famílias que se encontram com os vínculos frágeis, rompidos e em situação de risco social e
vulnerabilidade, levados por fatores sociais e econômicos, deixando de cumprir o seu
principal papel social.
Outros fatores que devem se considerar são as próprias questões de relacionamento
familiar (pais com os filhos), pois podem ter sido construídos de forma errada, levando a
reprodução de um ciclo, e produzindo o afastamento familiar. Para Rocha e Lima (2012) o
que ocorre nesse casos de afastamento familiar, é a terceirização do que é responsabilidade do
membros, sendo deixado para outros, onde muitas famílias que possuem recursos financeiras
parar cuidar, deixando os seus idosos em instituições (Casas de Abrigo), ou até mesmo dentro
das suas próprias casas, mas sobre os cuidados de outros, fazendo assim com que a sensação
dos idosos de pertencimento na família seja impossível, mesmo em um espaço geográfico tão
pequeno que as vezes é dentro de sua própria casa.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Em outros casos, verifica-se que algumas famílias em algumas instancias da vida
ainda tenham sido vítimas da violação dos seus direitos como: transporte, desemprego, falta
de acesso aos serviços de saúde, falta de moradia e até os aspectos emocionais torna-se
relevantes frete de situações onde a família vê-se sobrecarregada com os cuidados do seu
idoso sem ter às vezes o suporte necessário que ele necessita.
Segundo Keinert e Rosa (2009) o que se visualiza é um Estado prestacional, que presta
serviços, mas não o assume, deixando assim em respostas sociais de infraestrutura para sanar
as necessidades dos idosos bem como da família. Segundo a Constituição Federal a família, o
Estado e a sociedade tem o dever de amparar os idosos, assegurando a sua participação,
defendendo a sua dignidade e o seu bem-estar, garantindo-lhes o direito à vida. Assim o
amparo e o dever são compartilhados entre as três instancias, mas o realmente acontece na
visão dos autores são as famílias tomando toda responsabilidade, quando o dever é também
do Estado e da sociedade.

4. Considerações Finais

Os resultados deste estudo, em sua maioria, apontam que a convivência social e


familiar do idoso exerce um papel preponderante na vida do idoso no que tange a aceitação de
uma fase natural da vida, o envelhecimento. Vale lembrar, que esse fenômeno não é sinônimo
de adoecimento, mas este é um processo inerente a todo indivíduo que está fortemente ligado
a estigmas negativos ligados a doença e dependência do idoso.
Nessa perspectiva, as conquistas evidenciadas nos últimos anos em torno da
construção de políticas de proteção ao direito dos idosos não foram eficientes no sentido de
acabar com todos os preconceitos que envolvem o envelhecimento no meio social, de modo
que o idoso é percebido na sociedade, muitas vezes, como sujeitos improdutivos, portadoras
de fragilidades, de aparência enrugada, portadora de uma ou várias patologias.
Estas concepções contribuem de modo significativo para que o idoso tenha suas
emoções fragilizadas e, como resultado, prefira isolar-se socialmente ou, até mesmo da
família, o que o leva a um estado de depressão, de solidão dentre outras manifestações.
Nesse sentido, a presença da família é imprescindível para superação desses
sentimentos, bem como para amenizar os impactos gerados pela idade e pelo sentimento de

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
impotência ou dependência. Lembrando que, a vivência familiar precisa acontecer de modo
harmônico, sem muitos conflitos e, mais do que isso, é preciso que os seus integrantes
entendam o comportamento do idoso, do contrário, temos situações de isolamento, de
preferência pela morada sozinha ou pela busca de institutos de longa permanência.
Além disso, a sociedade civil precisa avançar no sentido de aplicar as conquistas
legais marcadas pela Constituição Federal, Política Nacional do Idoso e Estatuto do Idoso no
sentido de dirimir preconceitos e garantir direitos de proteção ao idoso.

Referências

ALMEIDA, E. A.; et al. Comparação da qualidade de vida entre idosos que participam e
idosos que não participam de grupos de convivência na cidade de Itabira-MG. Rev. Bras.
Geriatr. Gerontol., v. 13, n. 3, p. 435-444, 2011.

ARAÚJO, L. F.; et al. Evidências da contribuição dos programas de assistência ao idoso na


promoção do envelhecimento saudável no Brasil. Rev. Panam. Salud Publica, vol.30, n.1,
jul., 2011.

BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Cia das Letras, 1994.

BRASIL. Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004. Ministério do


Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social, 2004.

BRETAS, A.C.P. Cuidadores de idosos e o sistema único de saúde. Rev. Bras. Enferm.
Brasília, v. 56, n. 3, p. 298-301, mai./jun., 2003.

BRONZATTI, C. C.; LOUZADA, M. C. O direito à convivência familiar e comunitária do


Idoso: como fica o idoso abandonado? In: SEMANA ACADÊMICA FADISMA
ENTREMENTES, ed. 12, 2015, Santa Maria. Anais... Santa Maria: FADISMA, 2015.

HAYFLICK, L. Como e por que envelhecemos. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Censo 2010.


Disponível em: <http:∕∕www.ibge.gov.br∕home∕>. Acesso em: 20 fev. 2016.

KEINERT T. M. M.; ROSA, T. E. C. Direitos Humanos, envelhecimento ativo e saúde da


pessoa idosa: marco legal e institucional. Bol. Inst. Saúde (Impr.), n. 47, abr., 2009.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
KUZNIER, T. P. O significado do envelhecimento e do cuidado para o idoso
hospitalizado e as possibilidades do cuidado de si. 2007. 144f. Dissertação (Mestrado em
Enfermagem) – Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

LIMA, T. J. V. Humanização na Atenção à Saúde do Idoso. Saúde Soc. São Paulo, v.19,
n.4, p.866-877, 2010.

MANCUSSI E FARO, A. C. A situação social do idoso no Brasil: uma breve


consideração. Trabalho apresentado à disciplina “A Reabilitação na saúde do adulto e do
idoso” do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade de São Paulo - USP
- São Paulo: USP, 2004.

MENDES, K. D. S.; SILVEIRA, R. C. de C. P.; GALVÃO, C. M. Revisão integrativa:


método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto
Contexto Enferm., v. 17, n. 4, p. 758-764, out./dez., 2008.

NERI, A. L.(org). Idosos no Brasil: Vivências, Desafios e Expectativas na Terceira Idade.


São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, Edições SESC, SP, 2007.

RENAULT, A. C. N. Violência contra o idoso: o papel atual do assistente social no


atendimento das demandas em casos de violência contra o idoso no Hospital Regional do
Paranoá. 2012. 75f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) –
Instituto de Ciências Humanas, Universidade de Brasília, Brasília.

ROCHA, S. M. C.; LIMA, I. M. S. O. A pessoa idosa e o contexto familiar: uma abordagem


Sociojurídica. In: CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E
HUMANIDADES, 2012, Niterói. Anais... Niterói: ANINTER-SH/ PPGSD-UF, 2012.

SILVA, C. A. M.; ALMEIDA, A. A importância da família no cuidado ao idoso. In:


SEMINÁRIO INTEGRADO, v. 5, n. 5, 2011. Presidente Prudente. Anais... Presidente
Prudente: Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo, 2011.

VERAS, R. Fórum Envelhecimento populacional e as informações de saúde do PNAD:


demandas e desafios contemporâneos. Cadernos de Saúde Pública, v. 23, n. 10, p. 2463-
2466, out., 2007.

WICHMANN, F. M. A.; et al. Grupos de convivência como suporte ao idoso na melhoria da


saúde. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v. 16, n.4, p. 821-832, 2013.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
OS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL E AS LEIS DE
GARANTIAS DESSES DIREITOS

FERNANDES, Patrícia Anny Alenca (ORIENTANDA)


FREITAS, Lindamara Maria (ORIENTANDA)
SILVA, Patrícya Karla F. e (ORIENTADORA)

INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho destaca as leis que garantem os direitos de Pessoas com Deficiência,
que mostra que todo deficiente tem o direito à igualdade. Vemos que ouve a preocupação em criar
mecanismos para a proteção de todas as pessoas com deficiência, resguardando-os da negligência,
discriminação, exploração, violência e crueldade.

PROBLEMÁTICA
Historicamente as pessoas com deficiência vem sofrendo preconceito e descriminação por
conta da sua deficiência, fazem com que os resultados sociais dessas diversidades se coloquem a
todos os níveis da vida social.

OBJETIVO
Analisar os direitos da pessoas com deficiência no Brasil e as leis de garantias desses
direitos.

METODOLOGIA
O presente estudo baseia-se numa pesquisa bibliográfica que textos que abordam o tema
em questão.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os direitos das pessoas com deficiencia a partir de 2015 vem sendo redimensionado com a
aprovovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei Brasileira de Inclusão) que se costitui
como um dos mais importantes instrumentos de emancipação social dessa parcela da sociedade.
Pretende-se com esta lei que a deficiência não seja mais vista como antes, uma vez que a lei se

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
destina a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Cabe destacar a igualdade de direitos, que segundo Rancière (2002) ela deve existir antes
que a desigualdade se coloque no contexto das pessoas com deficiência.
É importante destaca que toda Pessoa com Deficiência tem direito a igualdade de
oportunidade com as demais pessoas. A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento
prioritário. Com também tem Direito à vida, Direito à Habilitação e a Reabilitação, Direito à Saúde,
Direito a Educação, Direito à Moradia, Direito á Trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa reflete e aponta para a necessidades e direitos que as pessoas deficientes tem
sobre lazer, transportes públicos, repartições, edifícios, escolas, universidades, sanitários públicos
entres outros. É um contexto histórico e busca por mais melhorias para essa pessoa que até hoje luta
mais ainda pro seu direitos.

PALAVRAS-CHAVE: Direito. Deficientes. Educação.

REFERÊNCIAS
BRASIL, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Disponível
em:<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/convencaopessoas
comdeficiencia.pdf> Acesso em 10/05/2016.

FEBRABAN, Pessoas com deficiência direitos e deveres. Disponível em:


<http://www.febraban.org.br/arquivo/cartilha/cartilha_direitos_deveres.pdf> Acesso em
10/05/2016.

BRASIL. Pessoa com Deficiência, Secretaria Direitos Humanos, Disponível em:


<http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-com-deficiencia> Acesso em 10/05/2016.

RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. Trad.
Lílian do Valle. Belo Horizonte: Autêntica, 2002

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A IMPORTÂNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: uma reflexão na perspectiva dos
direitos dos trabalhadores

SOUSA, Maraiza Alves de (ORIENTANDA)


NOBREGA, Luana Laiza Roque da Silva (ORIENTANDA)
SILVA, Patrícya Karla Ferreira e (ORIENTADORA)
INTRODUÇÃO
A Previdência Social trata-se de um direito do trabalhador bem como de sua
família, assegurado pela Constituição Federal de 1988 com o intuito de dar suporte em
situações como maternidade, doença, idade avançada, invalidez, reclusão e morte. Todo e
qualquer cidadão brasileiro no efetivo exercício de suas atividades remuneradas é filiado
impreterivelmente à Previdência Social, podendo inclusive aos 16 anos filiar-se
facultativamente. Neste trabalho discutiremos brevemente a importância da Previdencia
Social como uma política pública de Seguridade Social através de uma pesquisa de cunho
bibliográfico.

PROBLEMÁTICA
A Previdência Social tem grande importância para os trabalhores brasileiros, pois
assegura direitos através de benefícios, quando o mesmo se encontra impossibilitado de
exercer funções trabalhistas por quaisquer motivos. Seu processo histórico grarante que
esta política tenha sido permeada de desafios na tentativa de efetivação de seu real
objetivo que é o de assegurar a proteção ao trabalhador em determindos momentos de sua
vida.

OBJETIVO
Refletir sobre a importância da Previdência Social no Brasil que assegura direitos ao
trabalhador.

METODOLOGIA
Esta pesquisa foi realizada com base em artigos, cartilhas, e livros que abordam o
tema, caracterizando-se como uma pesquisa bibliográfica.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A previdência social sempre foi considerada como fator influente de diversas
manipulações e manobras políticas, desde a década de 1930, principalmente no que
estivesse atrelada à utilização dos institutos como instrumentos de captação de poupança
forçada para realizar investimentos em setores da economia considerados estratégicos pelo
governo, na tentativa de promover o processo de industrialização brasileiro como também
maximizar seu apoio político conforme relata Oliveira et al. (1999).
De acordo com informações extraídas do MPS (2016) a Previdência Social
consiste num seguro social para a pessoa que contribui. É uma instituição pública que tem
como intuito reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. Nesse caso, a renda
transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador
contribuinte, quando ele por ventura perde a capacidade de trabalho, seja pela doença,
invalidez, idade avançada, morte e desemprego involuntário, ou mesmo a maternidade e a
reclusão.
Ou seja, a previdência do trabalhador é de caráter contributivo, e cada um
contribui com um percentual de seus ganhos mensais para garantir o seu benefício
previdenciário. Atualmente segundo Lima & Guimarães (2009) a competência de
normatizar, acompanhar e supervisionar os sistemas de previdências em vigor no Brasil é
do Ministério da Previdência Social. A Secretaria de Políticas de Previdência Social por
sua vez é responsável pela formulação da política de previdência social, pela supervisão
de programas e ações das entidades vinculadas e pela proposição de normas gerais para
organização e manutenção dos regimes próprios de previdência da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
No tocante ao financiamento dessa política o MPS (2016) enumera que as
contribuições são são advindas dos Orçamentos Fiscais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, das contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamentos
dos empregados; contribuição das empresas sobre o faturamento; Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição Social Sobre o Lucro
(CSLL); Contribuição sobre a Renda Líquida de Concursos de Prognósticos e sobre a
Renda Líquida da Loteria Federal Instantânea.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Este sistema abrange tanto os trabalhadores urbanos, quanto os rurais, que estão
inseridos no rol de segurados obrigatórios que conforme o MPS (2009, p. 21) são: “O
trabalhador empregado; o empregado doméstico; o contribuinte individual (categoria de
trabalhadores por conta própria, em que figuram, dentre outros, o trabalhador autônomo, o
eventual, o empresário e o ministro de confissão religiosa); o trabalhador avulso; e o
segurado especial”. A regra geral consiste na vinculação de todos os trabalhadores que
exerçam atividades remuneradas e que, simultaneamente, não estejam filiados a regime
próprio de previdência.
Enfim, ressaltamos a importância da Previdência Social para os trabalhadores do
Brasil. E desde sua inserção na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 201, ampliou
os direitos fundamentais em relação ao sistema previdenciário, com garantias ao
trabalhador.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Frente ao exposto, concluímos que o sistema previdenciário é de fundamental
importância, haja vista que o Brasil é um dos países ineficientes quando se refere à
distribuição equitativa de renda, assim a Previdência Social tem sido um instrumento
eficaz de combate à pobreza e de garantia de renda às pessoas em idade avançada,
resgatando a dignidade de milhões de brasileiros e reduzindo as desigualdades sociais.
Além de contribuir para a melhoria do bem estar social, a Previdência Social adquire uma
inesperada importância econômica para a maioria dos municípios brasileiros, quando
injeta recursos na economia através do pagamento dos benefícios previdenciários.

PALAVRAS-CHAVE: Previdência Social. Trabalhador. Benefícios.

REFERÊNCIAS
LIMA, Diana Vaz, & Guimarães, O. G. Contabilidade Aplicada aos Regimes Próprios
de Previdência Social (1ª ed., Vol. 29). Brasília: Ministério da Previdência Social. 2009.

MPS. (2009). Previdência Social: Reflexões e Desafios. (H. Schwarzer, Ed.) Debates da
Previdência, vol.30, p. 21.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
MPS. Ministério da Previdência Social. A instituição. Disponível em: <
http://www1.previdencia.gov.br/aeps2007/16_01_05_01.asp>. Acesso no dia 06 mai.
2016.

OLIVEIRA, Francisco Eduardo, et al. A Dívida da União com a Previdência Social: uma
perspectiva histórica. Texto para discussão Nº 638. 1999.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
OS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL E AS LEIS DE
GARANTIAS DESSES DIREITOS

FERNANDES, Patrícia Anny Alenca (ORIENTANDA)


FREITAS, Lindamara Maria (ORIENTANDA)
SILVA, Patrícya Karla F. e (ORIENTADORA)

INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho destaca as leis que garantem os direitos de Pessoas com Deficiência,
que mostra que todo deficiente tem o direito à igualdade. Vemos que ouve a preocupação em criar
mecanismos para a proteção de todas as pessoas com deficiência, resguardando-os da negligência,
discriminação, exploração, violência e crueldade.

PROBLEMÁTICA
Historicamente as pessoas com deficiência vem sofrendo preconceito e descriminação por
conta da sua deficiência, fazem com que os resultados sociais dessas diversidades se coloquem a
todos os níveis da vida social.

OBJETIVO
Analisar os direitos da pessoas com deficiência no Brasil e as leis de garantias desses
direitos.

METODOLOGIA
O presente estudo baseia-se numa pesquisa bibliográfica que textos que abordam o tema
em questão.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os direitos das pessoas com deficiencia a partir de 2015 vem sendo redimensionado com a
aprovovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei Brasileira de Inclusão) que se costitui
como um dos mais importantes instrumentos de emancipação social dessa parcela da sociedade.
Pretende-se com esta lei que a deficiência não seja mais vista como antes, uma vez que a lei se

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
destina a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Cabe destacar a igualdade de direitos, que segundo Rancière (2002) ela deve existir antes
que a desigualdade se coloque no contexto das pessoas com deficiência.
É importante destaca que toda Pessoa com Deficiência tem direito a igualdade de
oportunidade com as demais pessoas. A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento
prioritário. Com também tem Direito à vida, Direito à Habilitação e a Reabilitação, Direito à Saúde,
Direito a Educação, Direito à Moradia, Direito á Trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa reflete e aponta para a necessidades e direitos que as pessoas deficientes tem
sobre lazer, transportes públicos, repartições, edifícios, escolas, universidades, sanitários públicos
entres outros. É um contexto histórico e busca por mais melhorias para essa pessoa que até hoje luta
mais ainda pro seu direitos.

PALAVRAS-CHAVE: Direito. Deficientes. Educação.

REFERÊNCIAS
BRASIL, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Disponível
em:<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/convencaopessoas
comdeficiencia.pdf> Acesso em 10/05/2016.

FEBRABAN, Pessoas com deficiência direitos e deveres. Disponível em:


<http://www.febraban.org.br/arquivo/cartilha/cartilha_direitos_deveres.pdf> Acesso em
10/05/2016.

BRASIL. Pessoa com Deficiência, Secretaria Direitos Humanos, Disponível em:


<http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-com-deficiencia> Acesso em 10/05/2016.

RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual.


Trad. Lílian do Valle. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E SUA TRAJETÓRIA COM A LOAS, A
PNAS E O SUAS: uma breve reflexão teórica

OLIVEIRA91, Valéria Faustino,


ANDRADE92,Alana Paine de
SILVA93,Patrícya Karla F. e

INTRODUÇÃO
Neste trabalho apresentaremos a trajetória da consolidação Política de Assistência
Social no Brasil, seu conceito e objetivo como política, e seu desenvolvimento nos âmbitos
Federal, Estadual e Municipal a partir da implementação da LOAS, da PNAS e do SUAS.
Vale salientar que a assistência social baseia-se na proteção social garantindo a inclusão
social aos indivíduos em estado de vulnerabilidade.

PROBLEMÁTICA
A Assistência Social se constitui como uma política pública de direito de quem
necessita a partir da Constituição Federal de 1988 que regulamentará estes direitos através da
Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS - Lei nº 8.742/93) sendo consolidada apenas em
2004 com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e em 2005 com o Sistema Único
de Assistência Social (SUAS), quando os serviços começam a ser expandidos por todo o
Brasil.

OBJETIVO
Compreender a Política de Assistência Social e sua trajetória a partir da LOAS, da PNAS e
do SUAS.
METODOLOGIA
O trabalho exposto se fundamenta na pesquisa bibliográfica sobre a Política de Assistência
Social no Brasil, fazendo uso dos dispositivos legais que a regulam como a LOAS, a PNAS e

91
Graduanda do 4º período do Curso de Serviço Social da Fafic.
92
Graduanda do 4º período do Curso de Serviço Social da Fafic.
93
Professora orientadora do Curso de Serviço Social da Fafic
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
o SUAS, bem como artigos científicos que abordam o referido assunto.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Política de Assistência Social é interligada as politicas setoriais, que visam reduzir as
desigualdades sociais delineando a proteção, buscando a universalização dos direitos sociais,
proporcionando a melhoria e a expansão dos serviços assistenciais, tendo em vista que o
público que fazem parte dessa política são os indivíduos que se encontram em condições
vulneráveis e em situações de riscos.
De acordo com o artigo 203 da Constituição Federal de 1988 a Assistência Social é um
direito de quem dela necessitar que independe de contribuição, ou seja, é uma política pública
não contributiva que faz parte da seguridade social, responsável por proteger e promover o
crescimento dos indivíduos oferecendo condições básicas de sobrevivência.
Nesta Constituição Federal, a assistencia social passa a se constituir como um direito.
Ela vai ser regulamentada através da Lei nº 8.742 em 09 de Dezembro de 1993 nomeada a
Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) efetivada em 1995 sendo consolidada apenas em
2004 com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e em 2005 com o Sistema Único
de Assistência Social (SUAS) que consolida esta política por todo território nacional.
Para Almeida (1996. p. 13) dentro desse campo de conquista a assistência social passa a
ser pensada “como política de direito, não como dádiva, favor como obrigação moral de
assistir os pobres, como filantropia ou caridade de uma prática guiada por falta de
planejamento, pontual e improvisada, passa a ser definida como uma prática que exige
formulação política, determinação de objetivos, critérios, métodos e diretrizes”.
A lei Orgânica de Assistência Social é entendida como um instrumento regulamentado
por lei compondo a Serguridade Social num tripé assentado junto aos direitos relativos a
Saúde e Previdência Social, garantindo serviços, programas, projetos e benefícios voltados
para o enfrentamento da exclusão social em áreas de vulnerabilidade, com o objetivo de
proporciona melhores condições de vida a todos os membros que fazem parte de um
determinado grupo familiar.
Segundo Behring e Boschetti (2007, p. 161-162):

A assistência social é a política que mais vem sofrendo para se materializar


ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
como política pública e para superar algumas características históricas
como: morosidade na sua regulamentação como direito; redução a
residualidade na abrangência , visto que os serviços e programas atingem
entre 15% e 25% da população que deveria ter acesso aos direitos;
manutenção e mesmo reforço do caráter filantrópico, com forte presença de
entidades privadas na condição de diversos serviços, sobretudo os dirigidos
às pessoas idosas e com deficiência; e permanência de apelos e ações
clientelistas.

Nesta perspectiva a Assistência Social deveria deixar de ser vista como caridade e passa
a ser vista como uma conquista, uma política que tem a perspectiva de efetivar os direitos dos
indivíduos em condições universais de vulnerabilidade social, entretanto, necessita ser posta
em prática para que não permaneça apenas nas leis de maneira teórica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da conjuntura apresentada no trabalho cujo título A Política de Assistência
Social e sua trajetória a partir da LOAS, PNAS e SUAS uma breve reflexão teórica,
pedemos observar fatos da sua consolidação como política de Seguridade Social, marcos na
história brasileira que desde a Carta Magna de 1988 até os dias atuais deixam de forma
evidente em nossa pesquisa conquistas que apesar de terem emergido no cenário brasileiro
de forma lenta e gradual, ainda permanece em sua prática contraria ao seu contexto
defendido na Constituição Federal de 1988.

PALAVRAS-CHAVE:

Assistência Social. Leis. Politica Social.

REFERÊNCIAS :
A política de assistência Social no Brasil: o foco na família e questão os mínimos sociais.
Revista da VCPEL, sociedade em debate, 13( 2: 153-173), > julho – dezembro / 2017

BEHRING, Elaine R.; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história. São
Paulo: Cortez, 2007.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília: Senado, 1988.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
FARIAS, Cristiano Chave. ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: parte
geral e LINDB. Bahia: Juspodivm, 2016.
GLAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil 1: parte
geral. São Paulo: Saraiva, 2015.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
A POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL: uma análise histórica

SANTOS, Cícera Isabel da Silva dos (FAFIC).


ROLIM, Márcia Kelly Alves de Oliveira Rolim (FAFIC).
SILVA, Rayara Queiroga (FAFIC).
Orientador (a): Patrícya Karla Ferreira e Silva(FAFIC).

INTRODUÇÃO

O Brasil vivenciou em diferentes conjunturas a precarização dos serviços de saúde, alterando


esse quadro somente a partir dos movimentos da Reforma Sanitária que culminou na
promulgação da Constituição Federal de 1988 elencando uma série de direitos aos cidadãos.
Nesse sentido, o presente estudo fará uma breve explanação da trajetória da política de saúde
e como os movimentos sociais dos anos 1980 contribuíram para a saúde como direito de
todos. Sendo assim, realizamos esse estudo a partir de revisão de literatura para delinear
alguns traços importantes desse processo.

PROBLEMÁTICA

Diante do quadro de precarização dos serviços de saúde no nosso país, faz-se necessário uma
breve análise sobre a política de saúde em diferentes conjunturas políticas, sociais e
econômicas no Brasil.

OBJETIVO

Analisar a trajetória da política de saúde no Brasil.

METODOLOGIA

Esse estudo foi possível a partir de pesquisa bibliográfica, que segundo Gil (2009, p. 44), é
“desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos”.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Na Primeira República o Brasil começa as primeiras ações destinadas à saúde pública. O povo
brasileiro era considerado atrasado pelos países europeus, devido o grande índice de
enfermidades no país. Neste sentido, “[...] uma parcela da elite intelectual acreditava que as
endemias e a baixa produtividade da população se deviam a qualidade da „raça brasileira‟”
(FILHO, 2006, p.23), acarretando no processo de higienização dos trabalhadores que eram
culpabilizados pelo atraso do país por serem considerados um povo de raça inferior, devido
miscigenação de raças entre negros, brancos e índios.
Era preciso, “esperar o desaparecimento dos „híbridos raciais‟ e dos grupos humanos
considerados „biologicamente inferiores‟, entre os quais se incluíam os negros e os
indígenas”, (FILHO, 2006, p. 23) buscando acabar com a mistura de raças, prevalecendo
apenas a raça branca.
Em 1923, através do Decreto n° 4.682 é estabelecido as Caixas de Aposentadorias e Pensões –
CAPS, a primeira iniciativa de Previdência Social consagrada pelo movimento dos
trabalhadores ferroviários que permitia diante de contribuição mensal, ter direito a: socorros
médicos em casos de doença em sua pessoa ou de sua família; medicamentos obtidos por
preço especial; aposentadoria; pensão para seus herdeiros em caso de morte. Depois dos
ferroviários, outras categorias foram criando seus sistemas de caixas, porém essa legislação
não era universal, pois atendia apenas aos trabalhadores formais de carteira assinada.
De acordo com Ponte (2010, p. 187), as políticas de saúde no período da Ditadura Militar
aconteceram de maneira que a “[...] medicina curativa, o financiamento público e o
crescimento dos grupos privados no setor saúde são as engrenagens de um processo em que a
capitalização e expansão da rede privada, por um lado, e a degradação dos serviços públicos e
a sangria dos recursos do Estado, por outro, são faces da mesma moeda”. Os trabalhadores
formais não tinham acesso a uma saúde de qualidade mesmo sendo contribuintes e as
camadas subalternas tinham acesso apenas a saúde curativa, além da concentração de capital
pelas indústrias farmacêuticas estrangeiras e dos hospitais particulares que lucraram muito à
custa dos trabalhadores brasileiros.
A partir da década de 1970, teremos um grande movimento da sociedade em favor do direito
universal à saúde com destaque ao Movimento de Reforma Sanitária que tem como principal
proposta “a defesa da universalização das políticas sociais e a garantia dos direitos sociais”
(CFESS, 2009, p. 11). Nesse sentido, podemos dizer que nesse processo entram em disputa
dois projetos de democracia: Democracia de Massas X Democracia Restrita (NETTO, 1990
citado por CFESS 2009, (p. 11)), construídos na dinâmica relação Estado e Sociedade. De
acordo com essa concepção o projeto Democracia de Massas “[...] atribui ao Estado [...] a
responsabilidade e o dever de construir respostas às expressões da questão social.” O projeto
Democracia Restrita é representado pela classe dominante onde “o enxugamento do Estado é
a grande meta como também a substituição das lutas coletivas por lutas corporativas” (CFESS
2009, p. 11), já que os grandes empresários da saúde não queriam perder os lucros com a
universalização da saúde.
No ano de 1988 algumas pautas colocadas pelo Movimento de Reforma Sanitária foram
conquistadas, como o direito universal à saúde, porém a saúde privada foi regulamentada
como supletiva à saúde pública. Nesse sentido, compreendemos a importância da luta pela
conquista de todas as idealizações do movimento sanitário, que a cada dia é tensionado pelos
interesses do capital.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos considerar que a política de saúde como direito de todos é resultado de um processo
de lutas entre dois projetos antagônicos da nossa sociedade representados pelo movimento
da classe trabalhadora e os interesses privados da burguesia. Em meio ao processo de
restrição de direitos impulsionado pelas classes dominantes, faz-se necessário a discursão
constante entre profissionais de saúde, sociedade civil, movimentos sociais para impulsionar
e concretizar as ideias colocadas pelos formuladores do projeto de Reforma Sanitária.

PALAVRAS-CHAVE: Movimento de Reforma Sanitária. Política de Saúde. Política Social.

REFERÊNCIAS

BRASIL. DECRETO Nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923.


CFESS. Parâmetros para a atuação de assistentes sociais na saúde. Grupo de trabalho
serviço social na saúde. Brasília: 2009.

FILHO, Claudio Bertolli. Na república o Brasil “civiliza-se”. IN: História da saúde pública no
Brasil. FILHO, Claudio Bertolli. 4.ed. São Paulo: Ática, 2006.

GIL, Antônio Carlos, 1946- Como elaborar projetos de pesquisa. - 4. ed. - São Paulo :
Atlas, 2002.
PONTE, Carlos Fidélis. A saúde como mercadoria: um direito de poucos. IN: Na corda
bamba de sombrinha: a saúde no fio da história. PONTE, Carlos Fidélis ; FALLEIROS Ialê
(orgs.). – Rio de Janeiro: Fiocruz/COC; Fiocruz/EPSJV: 2010.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
O BRASIL E O DIREITO À EDUCAÇÃO: limitações das políticas públicas educacionais
no Brasil
MENDES94, Samara
VIEIRA95, Francisca Emanuella Alves
SANTOS96, Cicera Isabel da Silva dos
SILVA97, Patrícya Karla Ferreira e

INTRODUÇÃO
Nos tempos atuais há a vinculação de propagandas na mídia por parte de muitas
esferas governamentais a nível Federal, Estadual e até de muitos municípios, exibindo suas
conquistas em relação a educação da população (a exemplo do IDEB). Isso nos leva a
questionar se essas políticas públicas voltadas para a educação estão realmente priorizando
ações que resolvam ou reduzam significativamente às desigualdades sociais. Levar a
sociedade a acreditar que tudo esta resolvido, simplesmente porque um determinado resultado
foi alcançado, através de uma metodologia de avaliação instituída, poderá nos condicionar aos
mesmos erros no modelo educacional até agora praticado, no qual se qualificam alguns e
muitos não.
Se observarmos países que são desenvolvidos veremos que seus governantes priorizam
a educação de qualidade como direito à sociedade. Com isso, entendemos que a exclusão
social e a participação do indivíduo como cidadão consciente depende de forma direta, da
política educacional praticada pelo Poder Público, que no Brasil presenciamos, ainda, com
muitas limitações a serem consideradas.
Para todos os efeitos fica como válido o conceito já observado em muitos lugares no
mundo, quanto maior for o acesso a educação, maior será as chances de sucesso do indivíduo
em qualquer área que venha atuar na sua vida social, pois pelo conhecimento educacional
conseguem romper com as limitações naturais ou instituídas.

PROBLEMÁTICA
Os limites da sociedade brasileira no tocante as políticas pública educacionais e a
necessidade que há de possibilitar aos cidadãos maiores chances de sucesso no desempenhar
de seus direitos sociais.

OBJETIVO

94
Aluna Graduada do 4º Período de Serviço Social Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras
- FAFIC
95
Aluna Graduada do 4º Período de Serviço Social Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras
- FAFIC
96
Aluna Graduada do 4º Período de Serviço Social Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras
- FAFIC
97
Doscente do Curso Bacharelado em Serviço Social Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras - FAFIC
ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
Refletir acerca das limitações das políticas públicas educacionais no Brasil.

METODOLOGIA
Para o trabalho a metodologia utilizada foi a leitura e interpretação de textos (citados
no referencial bibliográfico), utilizados como uma pesquisa bibliográfica, e a partir deles
construirmos uma sucinta reflexão sobre o tema proposto.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Um dos fatores basilares da exclusão social é o conhecimento educacional de uma
sociedade, logo, a educação é um dos maiores problemas de segregação social conforme diz
Doroteu (2012).
No tocante a política educacional brasileira, vemos que sempre esteve condicionada,
historicamente, a uma resistência de manutenção pela elite desta sociedade e pela falta de
planejamento por parte do Estado, que dessem continuidade a um modelo constante de ações
educacionais, não necessitando iniciá-las a cada governo, praticamente, do ponto inicial.
Enfim, se resumiria a constante falta de recursos financeiros destinados à educação passando
a aproveitar-se de anódinos geralmente sociais talhando verbas das Políticas Educacionais
DOROTEU (2012) e a seqüência de reformas que não se finaliza em um modelo eficaz de
politica educacional SAVIANI (2008).
Em todo histórico das políticas educacionais brasileiras, podemos destacar como
avanço de caráter “constante” a obrigatoriedade constitucional criada em 1988 e homologada
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e demais dispositivos legais e
normativos, como o Plano Nacional da Educação. Como mais um complemento, o Ministério
da Educação, cria em 2007 o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e recentemente,
em 2014 todos os municípios brasileiros são obrigados a elaborarem o Plano Municipal de
Educação, tendo como espelho o Plano Nacional de Educação, no qual se aborda mais um
conjunto de avanços que a sociedade deseja para a educação no Brasil, para os próximos 10
anos, que sinteticamente, são os mesmos ponderados a muito tempo no nosso país.
O que há visivelmente é uma necessidade urgente de refletir as políticas públicas no
que se relaciona com as políticas educacionais como sendo o fator de maior precisão de
investimentos para que, a partir da educação, se combata verdadeiramente a exclusão social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizamos com a concepção de que a educação é um dos componentes


indispensáveis a prática da cidadania de um povo, só podendo este povo usufruir-lhes de seus
direitos se realmente tiverem políticas públicas eficazes voltadas as suas necessidades
educacionais. Isso já é apresentado e defendido por Doroteu (2012) quando nos diz que os
profissionais da educação só serão capazes de atuarem nas escolas e nas universidades,
quando lhes oferecerem formas de compreensão das intricadas relações que submergem essas
instituições tanto no aspecto prático como no teórico.
O que enxergamos como necessidade de atuação eficaz para a educação brasileira é o
Estado investir de forma efetiva no equipamento das escolas em todos os aspectos quanto a

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/
efetivação de professores com formação acadêmica eficiente e atuando em suas áreas de
formação, pagamento de salários aos profissionais da educação que sejam realmente
compatíveis com o seu alto valor social, transformar as escolas em ambientes estimulantes e
com jornada de tempo integral. Assim, com um trabalho pedagógico sério, tendo por base o
alto conhecimento acadêmico do educador, que está crente do seu reconhecimento social e
financeiro, acreditamos que não terá como o educando não aprender de maneira mais eficaz e
com qualidade, reduzindo de maneira significativa a exclusão social vivenciada por grande
parte da sociedade brasileira atualmente.

PALAVRAS-CHAVE: Política Educacional. Recursos. Exclusão Social.

REFERÊNCIAS
DOROTEU, Leandro Rodrigues. Políticas públicas pelo direito à educação no Brasil. In:
Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 104, set 2012. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12209>. Acesso em maio
2016.

SAVIANI, Dermeval. A política educacional brasileira: limites e perspectivas.Revista de


Educação PUC-Campinas, Campinas, n. 24, p. 7-16, junho 2008.

ANAIS - V MOSTRA DE EXTENSÃO E PESQUISA e 4º ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


X CICLO DE PALESTRAS EM SERVIÇO SOCIAL
IX ENCONTRO DE CONTABILIDADE.
Originalmente publicado na Revista FAFIC - 5ª EDIÇÃO, Vol. 5, Nª 5, ANO: 2016. ISSN: 2316-4328 no
link: http://www.fescfafic.edu.br/revista/

Você também pode gostar