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ANAIS

1
Ângela Roberta Lucas Leite
Fernanda Antonia Carvalho Silva
Saulo Ribeiro dos Santos

Seminário Internacional Turismo, Cidades e Patrimônio


Anais

São Luís

2021

2
As informações contidas nos artigos publicados na Revista Turismo & Cidades são de responsabilidade
exclusiva de seus autores.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO


Prof. Dr. Natalino Salgado Filho
Reitor

Prof. Dr. Marcos Fábio Belo Matos


Vice-Reitor

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


Profa. Dra. Lindalva Martins Maia Maciel

DEPARTAMENTO DE TURISMO E HOTELARIA


Prof. Dr. Jonilson Costa Correa

COORDENAÇÃO DO CURSO DE TURISMO


Profa. Dra. Mônica de Nazaré Ferreira de Araújo

GRUPO DE PESQUISA TURISMO, CIDADES E PATRIMÔNIO


Prof. Dr. Saulo Ribeiro dos Santos
Profa. Ma. Ângela Roberta Lucas Leite

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Seminário Internacional Turismo, Cidades e Patrimônio: Anais (1.: 2020: São Luís, MA) /
Universidade Federal do Maranhão, Grupo de Pesquisa Turismo, Cidades e Patrimônio.

Anais do I Seminário Internacional Turismo, Cidades e Patrimônio [recurso


eletrônico] / Organização: Ângela Roberta Lucas Leite, Fernanda Antonia Carvalho Silva, Saulo
Ribeiro dos Santos. — São Luís, 2021.

114 p.

Modo de acesso: world wide web


http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/turismoecidades/issue/view.

ISSN 2674-6972

1. Turismo – Encontro Científico - UFMA. 2. Cidades. 3. Patrimônio. I. Santos, Saulo


Ribeiro dos. II. Silva, Fernanda Antonia Carvalho. III. Leite, Ângela Roberta Lucas. IV. Título.

CDD 654.001 098 121


CDU 380.8:001(812.1)
Ficha catalográfica elaborada por Erlane M. de Sousa Alcântara – CRB 13/512

Grupo de Pesquisa Turismo, Cidades e Patrimônio


Universidade Federal do Maranhão
Endereço: Complexo Fábrica Santa Amélia, Rua das Crioulas, 214-282 - Centro. São Luís – Maranhão -
Brasil. CEP:
65015-090.
Contatos: rturismoecidades@ufma.br /rturismoecidades@gmail.com. Instagram: @rturismoecidades.
Site: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/turismoecidades/index.

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APRESENTAÇÃO

O Seminário Internacional Turismo, Cidades e Patrimônio pensado pelo Grupo


de Pesquisa Turismo, Cidades e Patrimônio e reuniu pesquisadores e professores
nacionais e internacionais, cujo intuito foi debater temáticas sobre o turismo, as cidades
e o patrimônio. Na ocasião, houve a oportunidade para profissionais, acadêmicos de
turismo, hotelaria, geografia, outras áreas e o trade turístico em geral, discutir e trocar
experiências.
O evento contou com a organização de professores e alunos das universidades
UFMA (MA), UEMA (MA) e PUCPR (PR), sendo este organizado em no formato de
palestras e apresentações de grupos de trabalhos (GT’s), em que pesquisadores,
professores, alunos de graduação e pós-graduação de todo o Brasil e países como
Espanha, Equador e Colômbia tiveram a oportunidade de compartilhar os resultados de
suas pesquisas.
Nesse sentido, os trabalhos que compõem os Anais, são resumos deste evento,
registros e evidências de trabalhos que constituem um instrumento de disseminação de
conhecimentos e que vem confirmar o quanto os campos de estudos que envolvem o
Turismo, Cidades e Patrimônio são múltiplos e transdisciplinares, que possibilitam
debates em diversas áreas.
Agradecemos a todos que participaram e incentivaram a realização deste evento
e em especial, aos integrantes do Grupo de Pesquisa Turismo, Cidades e Patrimônio que
doaram seu tempo, suas ideias para a concretização desse sonho.
A você, caro (a) leitor (a), desejamos uma profícua leitura e que os resumos,
presentes nas próximas páginas, inspirem novas pesquisas e contribuições para o
Turismo.

Ângela Roberta Lucas Leite

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SUMÁRIO

GT 01 .............................................................................................................................. 11
APROXIMAÇÕES ACADÊMICAS AO TURISMO LGBT: produção
bibliográfica em PPGTUR e nos Seminários da ANPTUR ...................................... 12
CIBERESPAÇO, MUSEUS VIRTUAIS E TURISMO: as possibilidades para os
usos dos museus virtuais sobre futebol para a promoção do turismo esportivo .... 13
EDUCAÇÃO ÉTNICO RACIAL NO ENSINO SUPERIOR: inclusão do currículo
multicultural no curso de Turismo – UFMA ............................................................. 14
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: um estudo de
caso sobre o curso técnico em hospedagem Ead Campus São Luís Maracanã .............. 15
EFEITO COOPERATIVA ESCOLA DO EIXO TURISMO HOSPITALIDADE E
LAZER: uma experiência pedagógica de empreendedorismo no ensino médio
técnico ............................................................................................................................ 16
HOSTEL ÉTNICO E O MERCADO TURÍSTICO: novas perspectivas – caso São
Luís – MA ...................................................................................................................... 17
ILHA DE CARATATEUA: patrimônio, formas de turismo local e conflitos na
formação de recursos humanos ................................................................................... 18
POLÍTICAS PÚBLICAS DE LAZER: análise do Projeto “Mais Cultura e
Turismo” em São Luís - MA........................................................................................ 19
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES TURÍSTICAS: estudo de
caso da Latam Airlines Brasil ......................................................................................... 20
TURISMO DE EVENTOS NO COMBATE À SAZONALIDADE: o FLORIPA
CONECTA 2019 ........................................................................................................... 21
TURISMO INTERDISCIPLINAR: um turismo de possibilidades ......................... 22
TURISMO NO BRASIL E IMPLICAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO
SETOR ........................................................................................................................... 24
TURISMO SOCIAL EM NITERÓI: lições aprendidas no Serviço Social do Comércio
........................................................................................................................................ 25
GT 02 .............................................................................................................................. 26
ARQUITETURA HOSTIL EM DESTINAÇÕES TURÍSTICAS ........................... 27
A IMPORTÂNCIA DA REVISÃO DO PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE SÃO
JOSÉ DE RIBAMAR PARA O SEU DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL ......... 28
A PAISAGEM SONORA COMO PROPOSTA DE INTERPRETAÇÃO DO
PATRIMÔNIO IMATERIAL EM SÃO BERNARDO-MA .................................... 29
ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIO-ESPACIAIS E URBANOS ORIUNDOS DE
OCUPAÇÕES ESPONTÂNEAS NO BAIRRO DA ILHINHA NA CIDADE DE
SÃO LUÍS (MARANHÃO, BRASIL)......................................................................... 31
APROXIMAÇÕES ENTRE O ENSINO DE GEOGRAFIA E DE TURISMO NA
VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO NO ESPAÇO URBANO ............................ 33
ARTE URBANA, TURISMO E BORDADOS CITADINOS: reflexões sobre o yarn
bombing no bairro Del Oeste, Salamanca-Espanha .................................................. 34
CIDADE, ESPAÇO PÚBLICO E PAISAGEM TURÍSTICA: reflexões sobre o Largo
da Gente Sergipana, Aracaju/SE .................................................................................... 35
INFRAESTRUTURA BÁSICA E TURÍSTICA DA CIDADE DE ARMAÇÃO
DOS BÚZIOS: uma análise crítica do planejamento de uma destinação turística 36
MEMÓRIA E HISTÓRIA DA CIDADE DE FORMOSA (GO): avaliação dos
casarões no contexto da paisagem urbana do setor central ...................................... 38
PAISAGEM HISTÓRICO CULTURAL E OS ESTILOS ARQUITETÔNICOS DO
CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS (MARANHÃO, BRASIL) ............................. 39

8
PELA ESTRADA DE SÃO JOSÉ, PRODUÇÃO DO ESPAÇO E PATRIMÔNIO: o
exemplo da Avenida 16 de Novembro, Belém-PA ........................................................ 41
PRAÇA POPULAR DE NITERÓI E SUA INTEGRAÇÃO .................................... 42
REPRESENTAÇÕES DO URBANISMO CARIOCA NOS CARTÕES POSTAIS E
SUA APROPRIAÇÃO PELO TURISMO ..................................................................... 43
POTENCIALIDADE TURÍSTICA: uma análise do Museu da Indústria, em
Fortaleza (CE), sob o olhar do turista ........................................................................ 44
USOS, REUSOS E RECURSOS HÍDRICOS: a formação urbana da cidade de
Belém-PA, em relação às águas ................................................................................... 45
GT 03 .............................................................................................................................. 47
ANÁLISE DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO RELIGIOSO CATÓLICO
DE PATOS-PB .............................................................................................................. 48
ARTICULANDO TURISMO E PATRIMÔNIO À LUZ DA AGENDA 2030 ....... 50
DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO: o
caso do Povoado de São José de Piranhas – PB ......................................................... 52
FRONTEIRA E O PATRIMÔNIO NA AMÉRICA LATINA - O desafio para as
‘cidades da humanidade’ frente à Crise do Novo Coronavírus ............................... 53
GESTÃO TURÍSTICA EM CENTROS HISTÓRICOS DE CIDADES DO
SERTÃO PARAIBANO: limites e possibilidades ..................................................... 55
LEVANTAMENTO, FORMAS E PROCESSOS DO PATRIMÔNIO LOCAL NA
CIDADE DE ARRAIAS-TO........................................................................................ 57
O (RE) CONHECIMENTO DA CIDADE A PARTIR DA EDUCAÇÃO
PATRIMONIAL: proposta de roteiro educativo em São Bernardo - MA ............. 58
O CENTRO HISTÓRICO DE SÃO CRISTÓVÃO/SE COMO PRODUTO
TURÍSTICO E SUA RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO LOCAL ....... 60
O ESPAÇO DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA FAZENDA ACAUÃ EM
APARECIDA-PB, COMO UM LUGAR DE CONTEMPLAÇÃO E USOS DO
PASSADO ..................................................................................................................... 61
O PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO DA COMPANHIA PAULISTA: entre os usos
culturais e turísticos ..................................................................................................... 62
PALEOTURISMO E EDUCAÇÃO PARA O PATRIMÔNIO: o caso do
monumento natural vale dos dinossauros, Sousa-PB ................................................ 63
PATRIMÔNIO BRASILEIRO: um olhar histórico ................................................. 65
PATRIMÔNIO E TURISMO: as percepções dos turistas sobre a Praça do
Ferreira em Fortaleza, Ceará ...................................................................................... 66
PATRIMÔNIO INDUSTRIAL, MEMÓRIA AFETIVA E O POTENCIAL
TURÍSTICO DE UMA FÁBRICA DE REFRIGERANTE DO RIO DE JANEIRO
........................................................................................................................................ 67
TURISMO E PATRIMÔNIO NA CIDADE DE BALSAS, MARANHÃO ............ 69
GT 04 .............................................................................................................................. 70
A ATIVIDADE TURÍSTICA E A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO
CULTURAL INDÍGENA NA ALDEIA MATA VERDE BONITA ........................ 71
ANÁLISE ORGANIZACIONAL E FOTOETNOGRÁFICA DO PARQUE DE
ESCULTURAS NATURAIS (RECANTO DOURADO) NAS FALÉSIAS DA
PRAIA DE MAJORLÂNDIA – CEARÁ ................................................................... 72
CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AS POLÍTICAS DE SALVAGUARDA DO
TAMBOR DE CRIOULA ............................................................................................ 73
DE ARTEFATOS ARQUEOLÓGICOS AO CANGAÇO: o acervo do Museu no
Turismo de Base Comunitária na comunidade Jacaré em Tobias Barreto-SE ............... 74
FESTA DE SETEMBRO: Tradição, Cultura e Fé na vida dos patoenses ..................... 75

9
FESTIVIDADE SERGIPANA E TURISMO: análise da festa de Lambe-sujos e
Caboclinhos em Laranjeiras-SE ................................................................................. 77
GASTRONOMIA E PATRIMÔNIO IMATERIAL: o potencial da queijada de São
Cristóvão/SE para o turismo ....................................................................................... 78
GEOPARQUES E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ATRAVÉS
DA PRÁTICA DO TURISMO: considerações sobre o geoparque aspirante Seridó-
RN (Brasil) .................................................................................................................... 79
HERANÇAS CULTURAIS ORIUNDAS DA MIGRAÇÃO CEARENSE EM
COLÔNIA AMÉLIA, TURIAÇU-MA / BRASIL ..................................................... 80
MULHERES NEGRAS, PATRIMÔNIO ÉTNICO-CULTURAL NA CIDADE
OITOCENTISTA DE SÃO LUÍS - MA ..................................................................... 81
O PATRIMÔNIO CULTURAL E O CONTO BRASILEIRO “A MÁQUINA
EXTRAVIADA” ........................................................................................................... 82
OS FESTEJOS JUNINOS E O IMPACTO ECONÔMICO-CULTURAL NA
CIDADE DE PATOS-PB ............................................................................................. 83
PAISAGEM, MEMÓRIA, IDENTIDADE NO QUILOMBO ENTRE RIOS EM
CURURUPU (MARANHÃO) ..................................................................................... 85
PATRIMÔNIO E MEMÓRIA EM PEDRO AFONSO-TO ..................................... 86
POLÍTICAS DE INCENTIVO PARA O TURISMO RELIGIOSO: o caso do
Parque Turístico Religioso Cruz da Menina, em Patos - PB .................................... 87
POSSIBILIDADES DE VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL
GASTRONÔMICO POR MEIO DE INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS ................ 89
TURISMO E APROPRIAÇAO CULTURAL ............................................................... 90
TURISMO ÉTNICO AFRO-BRASILEIRO: desafios e perspectivas no Maranhão
........................................................................................................................................ 92
TURISMO RELIGIOSO CATÓLICO NO SERTÃO PARAIBANO ..................... 93
GT 05 .............................................................................................................................. 94
AS ROTAS TURÍSTICAS DO VALE DOS SERTÕES: as potencialidades do
Ecoturismo ...................................................................................................................... 95
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PATRIMÔNIO NATURAL COMO FORMAÇÃO
DE R-EXISTÊNCIAS SOCIAIS ................................................................................. 97
GEOTURISMO ECOLÓGICO NA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS -
MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS – PA ................................................................... 99
GESTÃO TURÍSTICA E MEIO AMBIENTE: potencialidades turísticas do
Parque Estadual Pico do Jabre, Maturéia -PB ........................................................ 100
JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO: a importância da educação
ambiental e da interpretação ambiental na conservação do patrimônio .............. 102
NASCENTES DO RIO BALSAS: um patrimônio ambiental ameaçado no Estado
do Maranhão ............................................................................................................... 104
NATUREZA MERCADORIA: Turismo ecológico e de aventura no Parque Estadual
Do Utinga, Belém – Pará .............................................................................................. 105
PATRIMÔNIO AMBIENTAL URBANO: um olhar do turismo sobre
Morretes/PR e seus restaurantes ............................................................................... 106
PORTO NACIONAL-TO E SEU PATRIMÔNIO CULTURAL: o roteiro
geoturístico, as histórias e os significados durante o isolamento social ................. 107
TERRITÓRIO ABRIGO, COMUNIDADES TRADICIONAIS E UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO: o turismo como Trabalho Acessório na Comunidade Canto do
Atins, no Parque Nacional dos Lençóis Maranhense – PNLM .................................... 108
TURISMO EDUCATIVO E PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO: possibilidades para o
Lajedo de Soledade pós-pandemia ............................................................................... 110

10
TURISMO, MEIO AMBIENTE E ENERGIAS: Potenciais para o Turismo Educativo
no Território do Médio Sertão Paraibano ..................................................................... 111
TURISMO, MEIO AMBIENTE E GESTÃO: Potencialidades turísticas na microrregião
de Patos-PB .................................................................................................................. 113

GT 01
Coordenador: Profa. Ma. Lara Brunelle de Almeida
Freitas

Monitor: Áurea Helena da Conceição Rocha

11
APROXIMAÇÕES ACADÊMICAS AO TURISMO LGBT: produção
bibliográfica em PPGTUR e nos Seminários da ANPTUR
Christopher Smith Bignardi Neves1

RESUMO

Por perceber o turista LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queers e outras
identidades) com necessidades, anseios, características e limitações, diferentes dos turistas
heterossexuais, alguns pesquisadores corajosamente tem se debruçado sobre esta temática.
Nacionalmente os primeiros escritos sobre o turismo (inicialmente concebido como) GLS
ocorreram por intermédio de Oliveira (2002), Angeli (2004) e Trigo (2009). Pesquisas de
mercados, estritamente de características econômicas, são as que mais refletem este segmento
estimulados pelo pink money (Hughes, 2006) colocando o turista LGBTQ+ como um nicho de
mercado propulsionador da economia turística (OMT, 2017, IGLTA, 2019), em suma, as
pesquisas focam nos impactos econômicos gerados pelo consumo de turistas LGBTQ+. O
presente estudo apresenta uma análise bibliométrica acerca de produções acadêmicas que
envolvam a temática do Turismo LGBT. Para tanto foram analisadas as dissertações
defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Turismo [PPGTUR] no Brasil e também os
artigos apresentados nos Seminários da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em
Turismo [ANPTUR]. Por meio da extensão de navegador Batch Link Downloader foi
realizado o download dos referidos arquivos, procedendo ao refinamento da pesquisa com
adoção de palavras-chaves. O resultado apresenta que dentre 1486 dissertações defendidas
entre os anos de 1997 a 2019, sete dissertações que abordam diretamente a temática do
Turismo LGBT, o que representa 0,47% das pesquisas realizadas por mestrandos nos
PPGTUR. No que tange aos Seminários da ANPTUR, ocorridos entre os anos de 2002 e
2018, que resultou na publicação de resumos e artigos, coletou-se 2276 arquivos, sendo
encontrados nove artigos sobre a temática LGBTQ nos anais do evento, o que representa
0,39% dos artigos.

Palavras-chave: Turismo LGBT. PPGTUR. ANPTUR. Artigos. Dissertações.

1
Doutorando em Geografia, Mestre em Turismo e Graduado em Gestão de Turismo pela Universidade Federal
do Paraná, Brasil. Mestrando em Gestión y Dirección de Equipos pela Escuela de Negocios Europea de
Barcelona. smithbig@hotmail.com. Orcid: 0000-0002-5029-6968.

12
CIBERESPAÇO, MUSEUS VIRTUAIS E TURISMO: as possibilidades
para os usos dos museus virtuais sobre futebol para a promoção do turismo
esportivo
Mayra Izaura de Moura1

RESUMO

O presente trabalho tem como objeto central as possibilidades para os usos dos museus
virtuais sobre futebol para a promoção do turismo esportivo. Como eixos centrais da pesquisa
estão à relação do Ciberespaço com o Turismo, e como esta relação pode ser pensada, através
de experiências virtuais com acervos e exposições sobre futebol. Neste sentido, propõe-se a
análise de algumas iniciativas no ciberespaço relacionadas a preservação da memória histórica
sobre o Futebol. Com o crescente interesse neste campo de pesquisa algumas instituições
fizeram a digitalização e disponibilizaram acervos sobre o futebol no Brasil. São Museus
virtuais, blogs, sites e redes sociais que promovem interações e uma nova dinâmica para
abordagens em torno da História do Futebol. Assim, aborda-se: o Museu do Futebol; o Museu
virtual do Esporte e o Museu do Impedimento. Para tanto, a pesquisa apoia-se em revisão
bibliográfica tendo-se como interlocução teórica: Pierre Nora (1993); Michael Polak (1992);
Carvalhedo (2003); Beni (2001); Monique Magaldi (2018) e Roseli Henriques (2004). Além
da pesquisa bibliográfica, levantou-se dados relacionados a visitação dos sites, aos acervos e a
interatividade nestes espaços em estudo. Buscou-se ainda legislações sobre Museus: a Política
de Educação Museal (PNEM), o Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM), documentos do
Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e do Conselho Internacional de Museus (ICOM). As
legislações direcionadas aos Museus estão disponíveis nos sites do Instituto Brasileiro de
Museus e do Ministério do Turismo.

Palavras – chave: Turismo. Ciberespaço. Museus Virtuais. Futebol.

1
Mestra em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. Professora do Quadro provisório dos
cursos de Licenciatura em História e Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual do Piauí – UESPI.
mayra_de_moura@hotmail.com.

13
EDUCAÇÃO ÉTNICO RACIAL NO ENSINO SUPERIOR: inclusão do
currículo multicultural no curso de Turismo – UFMA
Maria da Graça Reis Cardoso1
Izenilde Ferreira Santos2
Jorinilma Pinto Diniz3

RESUMO

A Identidade brasileira é pautada na diversidade dos povos, a exemplo de africanos, indígenas


e europeus. Apesar das populações negras e indígenas sempre terem ocupado a maioria
quantitativa no Brasil, entretanto do ponto de vista de uma visibilidade positiva o mesmo não
acontece. São classificadas como minorias sociais, estas, representam os segmentos mais
excluídos da sociedade brasileira. Estudos apontam, que a exclusão não só apenas pela
condição social, mas, sobretudo pela sua condição racial. Esse contexto nos instigou para a
realização do presente trabalho, que resultou na execução de um projeto turístico, que por sua
vez, originou um evento científico em formato de Simpósio para Trabalho de Conclusão de
Curso – TCC denominado “Simpósio Multicultural”, que teve como recorte a “Educação
Étnico Racial no Curso Superior”: Inclusão do Currículo Multicultural no Curso de Turismo
da UFMA. A metodologia utilizada para a construção do presente trabalho e deu através de
pesquisa bibliográfica e sites de currículo, cultura Afro brasileira e Afro maranhense para dar
sustentabilidade científica à elaboração do projeto do evento. Seguindo o cronograma para as
fases da execução do evento que se materializou por conta das seguintes atividades: realização
de palestra e mesa-redonda. A discussão sobre o currículo possibilitou uma maior
compreensão por parte dos docentes e discentes do curso de turismo acerca da necessidade de
implementação dos conteúdos de história da África e Cultura Afro-brasileira com caráter de
permanência na estrutura curricular do curso de turismo. A mesa redonda intitulada Currículo
Multicultural fez abordagens com destaque acerca da riqueza de recursos do patrimônio afro-
brasileiro necessários para a formação de Bacharéis em Turismo da Universidade Federal do
Maranhão em São Luís, por possuir viés significativo no Turismo Cultural, com grande
tendência para o Turismo Étnico.

Palavras-chave: Currículo multicultural. Cultura Afro-brasileira. Turismo.

1
Turismóloga, Mestre em Educação, Profª do Departamento de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal do
Maranhão. Membro do Núcleo de Estudos afro brasileiros - NEAB – UFMA; membro do Grupo de Estudos e
Pesquisas em Patrimônio Cultural – GEPPaC – UFMA. gracabanto34@gmail.com.
2
Turismóloga pela Universidade Federal do Maranhão. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Patrimônio Cultural – GEPPaC – UFMA. izenilde.avelar@hotmail.com.
3
Graduada em Turismo pela Universidade Federal do Maranhão. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Patrimônio Cultural – GEPPaC-UFMA. nil_mapereira@hotmail.com.

14
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: um
estudo de caso sobre o curso técnico em hospedagem Ead Campus São Luís
Maracanã
Suzana Pinheiro Nascimento1

RESUMO

Este trabalho tem como eixo educação a distância e formação de professores, no Curso
Técnico Concomitante em Hospedagem Ead do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão – IFMA, Campus São Luís Maracanã – MA, a fim de compreender
como acontece todo esse processo de ensino aprendizagem frente às tecnologias digitais, e
como a formação continuada de professores atuantes no referido curso pode influenciar a
prática docente e, consequentemente, no desenvolvimento da aprendizagem dos educandos
nessa modalidade de ensino. Analisando os referenciais curriculares voltados para os cursos
de educação à distância - EAD e os cursos de formação continuada, parte-se do pressuposto
de que, na atual conjuntura compreende-se que frequentemente, docentes deixam de usufruir
da diversidade de recursos oferecidos pelas tecnologias por ter pouca afinidade ou pela visão
tradicionalista herdada no ensino convencional. A partir destas considerações, espera-se assim
poder responder ao seguinte questionamento: de que formato a formação continuada de
professores da educação profissional na modalidade à distância, pode influenciar a prática
docente e consequentemente no desenvolvimento da aprendizagem dos educandos no Curso
Técnico Concomitante em Hospedagem EAD do IFMA Campus São Luís - Maracanã? O
artigo tem como objetivo principal de investigar o processo de formação de professores na
prática docente e sua relevância no desenvolvimento da aprendizagem dos educandos no
referido curso, e na perspectiva de uma melhoria do ensino e consequentemente, uma melhor
aprendizagem do aluno na modalidade Ead. E também pretende caracterizar o processo de
mediação do conhecimento entre professores e alunos, além de fazer um levantamento das
principais dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, identificando os recursos digitais
utilizados e havendo a existência desses recursos, mensurar a sua empregabilidade. Acredita-
se que este trabalho tem significativa relevância por analisar e compreender como os docentes
estão desenvolvendo seus conhecimentos específicos e pedagógicos no ambiente virtual de
aprendizagem, e se há alguma integração ou capacitação para a preparação dos materiais
didáticos, mediação e acompanhamento a serem confeccionados por professores atuantes
nesta modalidade de ensino. Com a finalidade também de colaborar para a crescente
conjuntura em relação a debate de todos os setores interessados na construção da política
nacional de formação de professores para a educação profissional. Sendo assim, a pesquisa
em questão será conduzida por intermédio de uma investigação de campo, a fim de que a
teoria aqui relatada seja evidenciada na prática. Para isso, será realizada uma pesquisa
qualitativa, descritivo-analítica e exploratória.

Palavras-chave: Hotelaria. Educação. Ead.

1 Tecnóloga em Gestão de Turismo pelo IFMA- Campus Alcântara. Especialização em Docência no Ensino
Superior pelo IESF. Acadêmica em Formação Pedagógica para Graduados não Licenciados em EPT pelo IFMA
Campus Caxias. suzananascimentopinheiro@gmail.com.

15
EFEITO COOPERATIVA ESCOLA DO EIXO TURISMO
HOSPITALIDADE E LAZER: uma experiência pedagógica de
empreendedorismo no ensino médio técnico

Janete Rodrigues de Vasconcelos Chaves1

RESUMO

Este trabalho apresenta o projeto de criação da Cooperativa Escola de nível médio técnico do
Eixo Turismo, Hospitalidade e Lazer, como uma experiência pedagógica de cooperativismo e
inovação empreendedora, ofertada pelo Campus Centro Histórico, no eixo Turismo,
Hospitalidade e Lazer. Configura-se numa oportunidade de aprendizagem sobre o mundo do
trabalho, cooperativismo, economia solidária, empreendedorismo, cidadania, geração de renda
e principalmente, contribui para a formação geral dos alunos envolvidos, que desenvolverão
produtos e serviços para a comercialização em prol do grupo. A proposta que ora se apresenta
fundamenta-se no edital PROEXT 01/2019 e na Res. 05/2019. Aqui entendendo o
cooperativismo escolar como associações de estudantes com finalidade educativa, podendo
desenvolver atividades econômicas, sociais e culturais em benefício dos associados. Em sua
essência, a cooperativa busca exercitar um modelo pedagógico com a participação do corpo
discente em atividades práticas, amparadas por um ou vários professores coordenadores. O
trabalho vislumbra o desenvolvimento de um conjunto de ações projetadas em um Plano de
Trabalho vinculado direta e indiretamente ao Turismo, Hospitalidade e Lazer no âmbito dos
cursos ofertados pelo Campus referindo-se ao Eixo: Eventos, Guia de Turismo, Hospedagem
e Lazer. Como foco de atuação, são pensadas as seguintes linhas de ação: Qualificação; Social
e Cultural; Educação Ambiental e Patrimonial; Inovação Empreendedora e Cooperativismo e
Memorial IFMA. Tais áreas terão amparo de docentes e técnicos do Campus atendendo as
especificidades de conhecimentos necessários para assessoria durante o processo de
concepção e realização das ações. A Cooperativa Escola THL terá uma estrutura definida em
Resolução e conta com Conselhos de Administração, Fiscalização e Educativo. Na
metodologia de criação as ações vêm sendo alinhadas e seguiram procedimentos de acordo
com a legislação: mobilização da equipe de docentes para assessoria; seleção de alunos
bolsistas; definição e organização do modelo de seleção dos cooperados; divulgação de edital
e realização do processo de eleição; reuniões primárias para estudo sobre a Cooperativa
Escola e os Cooperados; estudo e definição do nome da cooperativa: Efeito; elaboração do
Estatuto; realização da Ata da Assembleia; contratação de Contadora para abertura do
processo junto a JUCEMA; entrada com a documentação na JUCEMA e Receita Federal com
atendimento de exigências. A situação do projeto é de suspensão considerando a pandemia da
covi19. Entendemos que o projeto da Efeito Cooperativa é uma oportunidade de promover o
empreendedorismo entre jovens do ensino técnico, possibilitando formação profissional e
geração de renda. Quanto ao grupo de cooperados, mostram-se interessados e ativos.

Palavras-chave: Cooperativa Escola. Eixo THL. Empreendedorismo. Ensino médio.

1
Estudante do curso de Formação Pedagógica na área da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), oferecida
pelo Instituto Federal de Educação do Maranhão (IFMA), e professora do Instituto Federal de Educação do
Maranhão (IFMA), Campus Centro Histórico do Eixo Turismo, Hospitalidade e Lazer. janetervc@ifma.edu.br.

16
HOSTEL ÉTNICO E O MERCADO TURÍSTICO: novas perspectivas –
caso São Luís – MA
Maria da Graça Reis Cardoso1
Majarrara Barbosa Guterres2

RESUMO

O hostel é ainda um segmento pouco difundido nos meios de hospedagens em São Luís do
Maranhão, esse espaço se caracteriza por oferecer maior interação e uma vivência mais
profunda entre os hóspedes, funcionários e moradores, além de oferecerem serviço de
qualidade e em sua maioria abaixo do custo. O objetivo deste trabalho é apresentar o conceito
de hostel étnico e as premissas mercadológicas com perspectivas dentro da realidade de São
Luís. Concebe-se o hostel étnico como um novo conceito de hospedagem, de modo que ideias
inovadoras como essas possa fortalecer o turismo local. A metodologia utilizada nesse
trabalho é baseada em pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, tem como fim apresentar o
hostel étnico como uma ideação de nicho de mercado. O trabalho se aportou em pesquisa
qualitativa onde foram aplicadas entrevistas intencionais com afro empreendedores
proprietário de hostels da capital do Maranhão e da cidade de Salvador – Bahia e com
especialistas em gestão hoteleira. Pode-se perceber que o presente trabalho aborda temáticas
de grande relevância para o cenário turístico, trazendo um novo conceito de hospedagem que
se apresenta como uma forte alternativa para a valorização da etnicidade negra através do
turismo étnico na cidade de São Luís – Maranhão. Assim, nesse sentido, o hostel pode ser
utilizado como um meio de aproximação dos turistas com a cultura afro-brasileira.

Palavras-chave: Hostel étnico. Afro brasileira. Turismo.

1
Turismóloga, Mestre em Educação, Profa. do Departamento de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal
do Maranhão. Membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAB – UFMA; membro do Grupo de Estudos
e Pesquisas em Patrimônio Cultural – GEPPaC – UFMA. gracabanto34@gmail.com.
2
Graduada em Turismo pela Universidade Federal do Maranhão.majarraraguterres@gmail.com.

17
ILHA DE CARATATEUA: patrimônio, formas de turismo local e conflitos
na formação de recursos humanos
Rita Denize de Oliveira1
Aelton Dias Costa2
Jorge Sales dos Santos3
José Augusto Lopes da Silva4

RESUMO

A ilha de Caratateua, integra a porção insular do município de Belém, Estado Pará, Brasil é
conhecida popularmente como Outeiro, em função do Bairro mais antigo denominado de São
João de Outeiro, onde está localizada a Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, instituição
referência em Educação Ambiental na América Latina. O objetivo desta pesquisa é abordar
impactos na formação de profissionais técnicos em Turismo e Meio Ambiente na Escola
Bosque Professor Eidorfe Moreira e apresentar aspectos econômicos, socioculturais e
ambientais dos modelos de turismo proposto pela Escola pelos comerciantes locais. A
metodologia utilizada foi baseada em revisão bibliográfica e documental e pesquisa de campo
pautado em observações empíricas e acompanhamento roteiros propostos pela Escola
Professor Eidorfe Moreira e pelo Museu da Amazônia. Dos principais resultados observamos
que a Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira tem sido impactada nos últimos três anos por
ações políticos pedagógicas, internas e externas que visam extinguir o curso técnico em
Turismo e Meio Ambiente, que apresenta um modelo de ensino bastante elogiado pela
sociedade civil uma vez que propõem um ensino médio integral, em que o aluno possui aulas
com vários profissionais bacharéis e licenciados nas áreas pedagógicas e ambiental como
agrônomos, biólogos, engenheiros florestais, veterinária entre outros. Entretanto, por
justificarem custo elevado do curso, pelo fato dos alunos se alimentarem na Escola, e pelo
município alegar não ter responsabilidade com o ensino médio sendo função do Estado,
destaca-se que anualmente esse orçamento estar pela câmara municipal. A importância da
manutenção de cursos técnicos em Turismo e meio Ambiente reside no fato que existem dois
modelos de turismo sol e praia que se concentra no mês de julho, em que a ilha recebe
milhares de turistas em área de elevada beleza natural, praias fluvio-estuarinas, com
ocorrência de falésias ativas e inativas, dos aspectos positivos desse modelo destacamos a
injeção de recursos financeiros na ilha, durante os finais de semana e veraneio (julho) e festas
afro-religiosas, uma vez que a população da ilha estão vinculados ao setor informal,
Negativamente, essa modelo têm provocado volume de lixo acentuado nas praias e avanço
sobre áreas de preservação permanente como falésias e manguezais. O outro modelo
fundamenta-se em turismo de base comunitária \que valoriza a relação homem-natureza,
valoriza as singularidades do local, e que se realiza a partir propostas de visitação de circuitos
de pontos de memória e cidadania do Outeiro.

Palavras-chave: Patrimônio. Identidades. Turismo.

1
Doutora, Docente da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará.
denize40geoatm@gmail.com.
2
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. aeltondcosta@gmail.com
3
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. Jorge.santos@ifch.ufpa.br.
4
Mestrando em Educação, Professor SEDUC/PA. augustolopes10@yahoo.com.br.

18
POLÍTICAS PÚBLICAS DE LAZER: análise do Projeto “Mais Cultura e
Turismo” em São Luís - MA
José Ribamar da Costa Filho1
Linda Maria Rodrigues 2

RESUMO

Este artigo analisa as ações da Secretaria de Cultura do Maranhão no município de São Luís,
compreendendo as atividades de lazer planejadas pelo Projeto Mais Cultura e Turismo. O Projeto é
executado em diversos municípios maranhenses e tem como linhas gerais o desenvolvimento de
atividades culturais voltadas tanto para o lazer da comunidade autóctone, como para implementação
do turismo como meio de geração de renda. Para a realização desta análise desenvolveu-se pesquisa
bibliográfica e documental; também, utilizou-se entrevista semiestruturada aplicada a um dos gestores
do Projeto. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, considerando as diretrizes da
gestão de lazer no Governo do Estado do Maranhão e suas políticas públicas, tendo como estudo o
Projeto “Mais Cultura e Turismo”. Conclui-se que o projeto constitui uma política pública de lazer
com objetivos democratizantes com uma percepção de lazer como direito do cidadão, proporcionando
possibilidades de lazer consideravelmente acessíveis à comunidade como um todo e aos visitantes.
Apesar disso, o mesmo não está livre das contradições inerentes a sociedades capitalistas periféricas,
marcadas pela exclusão e desigualdade social e políticas historicamente elitistas; e que as políticas
públicas de lazer desenvolvidas pelas instâncias de poder na cidade devem procurar soluções para
estas questões e permitir a realização das suas potencialidades por meio da implementação de ações
positivas que permitam o acesso democrático da população a um lazer que valorize seu universo
cultural, seu patrimônio histórico- o material refletido no patrimônio construído e o imaterial guardado
na memória e na história - com segurança, que permita a criação de laços de interação social, e
pertencimento e eventuais trocas comerciais por meio da geração de renda com a valorização dos
arranjos produtivos locais.

Palavras-chave: Lazer. Políticas Públicas. São Luís do Maranhão. Projeto Mais Cultura e Turismo.

1
Graduado em Turismo pela UFMA. Discente do Curso de Especialização em Política e Gestão Pública de
Esporte e Lazer – UFMA. jr.costafilho@gmail.com.
2
Professora Adjunta IV do Departamento de Turismo e Hotelaria - Universidade Federal do Maranhão –
UFMA. lindaufma@yahoo.com.br.

19
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES TURÍSTICAS:
estudo de caso da Latam Airlines Brasil
Lara Brunelle Almeida Freitas1
Jennifer Caroline Soares2
Taís Alexandre Antunes Paes3

RESUMO

Apesar da complexidade em se desenvolver informação para a obtenção de vantagem


competitiva, algumas organizações têm obtido êxito (O'BRIEN, 2001). Um exemplo é o
Amadeus, um complexo sistema de reserva computadorizado para serviços de distribuição
global e processamento de transações, utilizado por agentes de viagens para rápido acesso às
informações de voos na Latam Airlines (BIZ; LOHMANN, 2005). Assim, o objetivo desse
trabalho foi verificar as políticas e os sistemas de informação da Latam Airlines. Para tanto,
consistiu-se em um estudo de caso com abordagem qualitativa, de caráter exploratório e
comparativo com base em dados secundários e entrevista semiestruturada nos meses de julho
a agosto de 2017. Destarte, este estudo buscou melhor compreender por meio de comparações
entre teoria e dados, a relação entre a atividade turística e os sistemas de informações na
Latam Airlines. Dados preliminares apontaram que os sistemas de informações e as
tecnologias utilizadas favorecem o desenvolvimento da organização visto que contribuem
para o seu desenvolvimento competitivo ao orientar e direcionar as tendências emergentes na
indústria de viagens, alinhando-as com a nova geração de viajantes, o que demanda
conectividade constante e altos níveis de personalização, sendo assim, apoiam também a
tomada de decisões gerenciais. Contudo, algumas limitações foram identificadas, como o fato
do sistema Amadeus ser um esquema dinâmico que ao demonstrar as combinações das
múltiplas forças e energias, geram uma relação de interdependência do sistema de
distribuição. Referente às políticas de privacidade, confere-se transparência dos sistemas na
transmissão de utilização das informações dos usuários, todavia há a necessidade de
especificar no cadastro para que as informações não sejam divulgadas aos parceiros de
negócios da companhia aérea.

Palavras-chave: Sistemas de informação. Latam Airlines. Turismo.

1
Graduação em Gestão do Turismo pelo Instituto Federal de Sergipe (2015), aperfeiçoamento em Direção
Inovadora de Empresas Turísticas pela Universidade de Málaga, Espanha (2015), especialização em
Planejamento do Turismo pela Universidade Federal de Sergipe (2018) e mestrado em Turismo na linha de
pesquisa Gestão de Destinos Turísticos: Sistemas, Processos e Inovação pelo Instituto Federal de Sergipe (2019).
brunellyalmeida@live.com.
2
Graduação em Turismo pela Universidade Tuiuti do Paraná (2002), mestrado em Direção e Planejamento
Turístico pela Universidade de Alicante-Espanha (2009) e doutorado em Turismo pela Universidade de Alicante
(2012). Atualmente é professora do Departamento de Turismo da Universidade Federal de
Sergipe.jennifercarolinesoares@gmail.com.
3
Graduação em Bacharelado em Turismo pela Universidade Federal da Paraíba (2007). Mestre em Gestão
Organizacional pelo PPGA / UFPB (2011). Doutora do Núcleo de Pós-graduação em Administração da UFBA -
DINTER/UFBA/UFS (2020). Atualmente é professora do Departamento de Turismo da Universidade Federal de
Sergipe. taletunes@yahoo.com.br.

20
TURISMO DE EVENTOS NO COMBATE À SAZONALIDADE: o
FLORIPA CONECTA 2019
Paulo Victor Silva1
Danielle Eloiza Platen2
Tiago Savi Mondo3

RESUMO

O turismo de eventos tem desempenhado um importante papel no combate à sazonalidade,


principalmente em destinos de sol e mar, com histórico de desenvolvimento a partir do
turismo de massa, como é o caso de Florianópolis. O movimento Floripa Conecta foi criado
para unir diversos eventos em um único período, no mês de agosto para, entre outras questões,
diminuir o impacto negativo da baixa temporada em Florianópolis. O objetivo da pesquisa é
verificar o perfil dos participantes, impactos econômicos e avaliação dos eventos do Floripa
Conecta 2019. Para tanto, realizou-se uma pesquisa aplicada, descritiva, quantitativa. O
instrumento utilizado foi o questionário fechado com perguntas sociodemográficas e de
avaliação do evento, por meio do protocolo Tourqual. A amostra foi composta por 1025
participantes de 10 eventos que participaram do movimento Floripa Conecta. Os principais
resultados indicam que 30% do público dos eventos eram turistas e que os eventos técnico-
científicos trazem um maior percentual de turistas. Do ponto de vista da qualidade os
indicadores de atendimento, limpeza, infraestrutura e segurança obtiveram as melhores
médias. Os indicadores de tecnologia, transporte/mobilidade e sinalização interna obtiveram
as piores médias. Verificou-se com a pesquisa que a cidade de Florianópolis necessita de
melhorias na oferta de seus serviços turísticos para a execução de eventos. Entretanto, de
forma geral, os participantes dos eventos estão satisfeitos, pois a média final foi de 8,19
(máximo 10). Por fim, considera-se que o movimento Floripa Conecta é uma estratégia
relevante para que a cidade diminua o impacto negativo da sazonalidade no mês de agosto.

Palavras-chave: Turismo de eventos. Floripa Conecta. Sazonalidade. Tourqual. Perfil do


Turista.

1
Graduando em Gestão do Turismo no Instituto Federal de Santa Catarina – paulo.v12@aluno@ifsc.edu.br.
2
Tecnóloga em Hotelaria (IFSC) – danielleplaten@gmail.com.
3
Professor no Instituto Federal de Santa Catarina. Doutor em Administração. Pós Doutor em Turismo.
tiago.mondo@ifsc.edu.br.

21
TURISMO INTERDISCIPLINAR: um turismo de possibilidades
Andréia Magalhães da Rocha1
Ana Angélica Fonseca Costa2
Maria Angélica Learth Cunha Meneses3
Ivanise Borges Souza4
Kaíse Canuto da Silva5

RESUMO

Em um mundo de transição social e econômica, o turismo desponta como atividade de maior


expressão e potencialidade. Logo, percebe-se que a hospitalidade pode ser um diferencial
relevante ao que concerne à concorrência dos destinos turísticos atualmente. Neste contexto, o
Projeto Turismo Interdisciplinar6, tem o objetivo de promover a elaboração de roteiros e
experiências direcionadas ao turismo local com foco na humanização das experiências
turísticas ofertadas ao público e na ressignificação dos atrativos turísticos reforçando,
portanto, a relação intrínseca entre a prática turística, a cidade de Teresina e o patrimônio
turístico local. Em se tratando dos objetivos específicos, pretende-se com tal proposta:
Identificar os atrativos turísticos a serem contemplados em cada edição; Construir os roteiros
turísticos a partir das oficinas interdisciplinares; Promover uma experiência turística própria
do local com base na teoria específica de cada disciplina contemplada nas edições; Identificar
os desafios e oportunidades turísticas quanto aos atrativos turísticos locais contemplados;
Elaborar materiais audiovisuais a partir da realização da atividade interdisciplinar; Propor
sugestões de melhorias continuadas para a viabilidade dos roteiros turísticos elaborados;
Disponibilizar os materiais elaborados no ambiente virtual do projeto para a divulgação da
atividade. Para tanto, o desenvolvimento do projeto consiste no desenvolvimento do
planejamento, execução, monitoramento e desfecho no período de 12 meses, iniciado em
março de 2020. Neste contexto, entende-se que a proposta se justifica na medida em que se
torna um reflexo direto da dinâmica acadêmica e profissional exigida pelo turismólogo, que
precisa estar atento às diversas demandas socioeconômicas atuais, sobretudo ao que concerne
ao patrimônio turístico local. Logo, a atividade torna-se essencial aos docentes e discentes da
instituição, tendo em vista que busca despertar nestes, a necessidade de atribuir humanização
nas experiências turísticas ofertadas ao público e na ressignificação dos atrativos turísticos
locais. Portanto, espera-se a partir dessa atividade que haja o fortalecimento da identidade e
do pertencimento do teresinense/residente em relação aos atrativos turísticos locais e maior
visibilidade turística, uso e valorização desses espaços. O turismo é considerado um
fenômeno social, mas em sentido restrito, na perspectiva dos núcleos receptores, um negócio.

1
Doutoranda em Turismo- UFRN, Docente em Turismo pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI,
andreiamdr@hotmail.com.
2
Mestre em Gestão de Negócios Turísticos- UECE/UB Espanha, Docente em Turismo pela Universidade
Estadual do Piauí-UESPI. uespinetur@gmail.com.
3
Mestre em Turismo - UNB, Docente em Turismo pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI.
angelicalearth@gmail.com.
4
Mestra em Turismo-UFRN, Docente em Turismo pela Universidade Federal do Tocantins- UFT.
ivansetur@gmail.com.
5
Doutoranda em Turismo-UFRN, Docente em Turismo pelo Instituto Federal de Educação-IFPI, Ciência e
Tecnologia do Piauí. kaise_canuto@ifpi.edu.br.
6
Projeto de Extensão do Curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual do Piauí.

22
É preciso desmistificar seu conceito monetizado e evidenciar os elementos que o torna
relevante enquanto prática social.

Palavras-chave: Turismo. Hospitalidade. Roteiros. Pertencimento. Valorização

23
TURISMO NO BRASIL E IMPLICAÇÕES PARA O
DESENVOLVIMENTO DO SETOR
Wellyngton Fernando Leonel de Souza1

RESUMO

Com o desenvolvimento do turismo destinos turísticos buscam assiduamente entregar


produtos turísticos que agreguem positivamente a experiência do turista. Isso ocorre, pois nos
últimos tempos, as constantes mudanças ocorridas no setor do turismo vêm causando o
amadurecimento desse mercado (COOPER; HALL; TRIGO, 2011). Sabendo dessas
constantes mudanças, o estudo objetiva descrever algumas implicações para o
desenvolvimento do setor no Brasil, entendendo que a atividade não pode ser abordada como
uma “solução mágica de todos os problemas” (SCHLÜTER, 1998, p. 232), afinal, “não há
notícias de que qualquer país que tenha subido ao patamar de país desenvolvido
exclusivamente pelo turismo” (SILVEIRA; MEDAGLIA; PAIXÃO, 2014, p. 81), isso porque
o turismo é um sistema complexo. Para tanto, há necessidade de políticas e planejamentos
turísticos, tanto na iniciativa privada, quanto nas instituições de caráter público, assim como
agentes fiscalizadores dessas ações, onde o principal fator a ser considerado nas estratégias
não seja apenas economia, mas também, a busca de harmonia entre questões sociais, culturais
e ambientais, prezando para que todos os envolvidos possam participar das ações e desta
forma, visualizar em maior grau os efeitos positivos da atividade, reduzindo então os efeitos
negativos. Para Araújo e Taschner (2012, p. 85) é necessário “estimular a participação
qualificada de todos os interessados no desenvolvimento sustentável da atividade turística, a
necessidade de se investir em formação e capacitação dos agentes envolvidos no turismo” e
com isso torná-los mais capazes para expor e defender suas visões e propostas. Apesar dessa
necessidade e do destaque feito por Schlüter (1998, p. 244) que o “futuro do turismo na
América Latina provavelmente será mais promissor quando os eleitores, e não os grandes
lobbies nacionais e internacionais passarem a exercer uma influência maior na tomada de
decisões no plano nacional”, há algumas implicações relacionadas aos processos de
planejamento público no Brasil, considerando vieses políticos relacionados a gestões
administrativas e legislativas não duradouras, por conta de mudanças de governo
(SCHINDLER, 2014). Diante do exposto, reforçasse a necessidade de planejamento de ações
em médio e longo prazo e que as gestões busquem formas de contemplar ações em comum, de
acordo com seus vieses políticos e partidários, e que apesar dessa já ser uma das tarefas mais
complicadas, se espera que esses mesmos gestores prezem por investimentos mais amplos e
por melhorias na administração pública de políticas relacionadas à educação, saúde e
emprego, compreendendo que dessa maneira há a possibilidade de haver mais
desenvolvimento.

Palavras-chave: Políticas. Planejamento. Administração. Público.

1
Integrante do grupo de pesquisa CNPQ “Turismo, Território e Desenvolvimento” - Universidade Federal do
Paraná – Setor Litoral. wellyngtonfernando@yahoo.com.br.

24
TURISMO SOCIAL EM NITERÓI: lições aprendidas no Serviço Social do
Comércio
Márcia Nazaré Silva Braga1
Lara Brunelle Almeida Freitas2
Úrsula Gomes Rosa Maruyama3

RESUMO

O turismo social surgiu com o objetivo de democratizar a experiência turística, abrangendo


noções de direito ao turismo, acessibilidade, integração, respeito mútuo e promoção do
desenvolvimento pessoal, social e comunitário (BRASIL, 2005; CHEIBUB, 2009; FALCÃO,
2009). Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o turismo social na cidade de Niterói. Para
o desenvolvimento deste estudo, foram realizadas pesquisas exploratórias com abordagem
qualitativa, utilizando-se da observação participante in loco no Serviço Social do Comércio
(SESC) regional de Niterói e nas reuniões do grupo de turismo social da Universidade Federal
Fluminense (UFF). Posteriormente, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com
aplicação de questionário fechado direcionado a comunidade e questionário aberto
direcionado a equipe de turismólogos da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (NELTUR), a
amostragem total foi de 50 respondentes. Os resultados apontaram que 70% dos inquiridos da
comunidade estão na faixa de 40 a 60 anos, empregados com faixa salarial média de um
salário mínimo, nível de escolaridade médio incompleto e que não costumam viajar ou só
viajam uma vez ao ano, demonstrando vontade em realizar práticas turísticas com mais
frequência na cidade e apontando como entraves para essa realização, os problemas
financeiros, bem como a ausência de políticas públicas de turismo que fomentasse o turismo
social para a população local. Resultados dos questionários abertos abordaram projetos que o
poder público disponibiliza transporte gratuito nos fins de semana em horários determinados,
gerando a oportunidade às pessoas de baixa renda, idosos, estudantes de escolas públicas,
desempregados e deficientes de conhecer os locais turísticos de Niterói, além de dificuldades
na infraestrutura da cidade e potenciais turísticos explorados no segmento do turismo
gastronômico, e do turismo de sol e praia.

Palavras-chave: Políticas Públicas. Terceira Idade. Turismo.

1
Graduação em Turismo pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET/RJ
(2019) e Graduação em Odontologia pela Universidade Federal Fluminense (1987).
marcianazarebraga@gmail.com.
2
Graduação em Gestão do Turismo pelo Instituto Federal de Sergipe (2015), aperfeiçoamento em Direção
Inovadora de Empresas Turísticas pela Universidade de Málaga, Espanha (2015), especialização em
Planejamento do Turismo pela Universidade Federal de Sergipe (2018) e mestrado em Turismo na linha de
pesquisa Gestão de Destinos Turísticos: Sistemas, Processos e Inovação pelo Instituto Federal de Sergipe (2019).
brunellyalmeida@live.com.
3
Graduação em Administração Industrial pelo CEFET-RJ, mestrado em Ciência, Tecnologia e Educação
(PPCTE/CEFET-RJ) na linha de pesquisa em Inovação na Educação Tecnológica e doutorado em Ciência da
Informação (PPGCI) do IBICT/UFRJ. Atualmente é Professora nos cursos de graduação EAD oferecidos pelo
Consórcio CEDERJ/CEFET-RJ.ursulamaruyama@hotmail.com.

25
GT 02
Coordenador: Prof. Dr. Saulo Ribeiro dos Santos

Monitor: Dayana de Lima Carvalho

26
ARQUITETURA HOSTIL EM DESTINAÇÕES TURÍSTICAS
Elaine Lopes Peixoto1

RESUMO

As destinações turísticas, para satisfazer o visitante, promovem uma espécie de


higienização urbana, em que as modificações na cidade têm por objetivo afastar dos
centros turísticos toda e qualquer alusão à desigualdade social, desde a remoção de
espaços de convivência de pessoas pobres até a implementação de estruturas que
impeçam a presença de pessoas em situação de rua, como bancos com divisórias para
que não seja possível dormir neles ou pedras e vasos de plantas embaixo de marquises.
Diante do cenário apresentado, este trabalho, por meio de levantamento bibliográfico e
documental com análise qualitativa, pretendeu compreender como a arquitetura hostil
empregada em destinações turísticas afetam de forma direta e negativa a população em
situação de vulnerabilidade social. As intervenções urbanísticas hostis são mais
facilmente percebidas pelos cidadãos mais pobres, que são os que vivem em situação de
rua ou os que foram removidos de suas moradias. Entretanto, até para aqueles que
possuem um lar para repousar, é possível perceber que na cidade não há locais
agradáveis ou confortáveis para sentar-se após uma caminhada ou para simplesmente
contemplar as belezas de uma praça e isto interfere na qualidade de um ambiente.
Ademais, com estes elementos modificados (os bancos e outros elementos de
convivência), os espaços de recreação ficam comprometidos. Este trabalho busca
verificar como o uso da arquitetura hostil pode afetar direta e negativamente a vida de
milhares de pessoas em vulnerabilidade socioeconômica e como o turismo e os
megaeventos contribuem para o uso deste tipo de modificação urbanística. A atividade
turística é comumente exercida por indivíduos de classes socioeconômicas mais
abastadas e é este público, que tem poder de compra, que as instituições públicas e
privadas (atreladas direta ou indiretamente ao turismo) pretendem atender. Todo aparato
do trade turístico é modificado para atrair turistas que irão consumir nesta destinação
turística, e assim, movimentando a economia do local. Toda infraestrutura e paisagens
também são modificadas porque os turistas registram fotograficamente diversos pontos
do local visitado e compartilham estas imagens em redes sociais, atingindo terceiros
que, com as primeiras impressões formadas a partir destas fotos, podem ser instigados
ou não a visitar tal destino, fazendo com que as instituições ligadas ao turismo busquem
modificar o destino para que este se torne atrativo, que atenda às expectativas e
necessidades dos visitantes sem levar em consideração a vida das pessoas mais pobres,
excluindo-as dos espaços públicos.

Palavras-chave: Turismo. Arquitetura hostil. Vulnerabilidade social.

1
Socióloga e graduanda em Turismo pelo CEFET/RJ. elainepeixoto.93@gmail.com.

27
A IMPORTÂNCIA DA REVISÃO DO PLANO DIRETOR DO
MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR PARA O SEU
DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
Eduardo Filipe Bezerra Teixeira1

RESUMO

Estudo acerca da atualização da Lei Complementar Nº 645/2006, que versa sobre o


Plano Diretor do município de São José de Ribamar - MA, que se constitui como um
instrumento de desenvolvimento territorial. Objetiva apontar as vantagens territoriais
que o município terá com esta revisão. Trata de um estudo exploratório e descritivo, que
faz uso da pesquisa bibliográfica e documental para discutir o que é o Plano Diretor e
para que serve a partir de autores como Rezende (2007), Ultramari (2007), Ribeiro
(2003), Cardoso (2003), Meirelles (2006), dentre outros. Inicialmente contextualiza a
complexidade territorial de São José de Ribamar e sua passagem por uma grande
dinâmica apontando desafios para um planejamento em uma região portadora de um
crescimento demográfico atípico. Discute a participação popular como ponto-chave para
alcançar o objetivo da pesquisa. Afirma que as dimensões do município, seu formato e
seu crescimento desordenado, com grandes ocupações e densidades maiores do que seu
primeiro Plano Diretor planejava, apresentam um cenário que precisa ser melhorado
através das novas diretrizes do Plano Diretor em revisão. Finaliza trazendo como uma
das soluções e melhorias para o município e para este trabalho um papel conjunto dos
gestores da Grande São Luís, que poderia ser feito através de um Plano Diretor
metropolitano. E aponta como uma das vantagens que o município terá com esta
revisão, a tentativa de melhoria na distribuição do espaço da cidade para garantir que
todos tenham a vida com as mesmas condições.

Palavras-chave: Plano Diretor. Administração Pública. São José de Ribamar.

1
Graduado em Administração – UNDB; membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio
Cultural (GePPaC – UFMA), especialista em Gestão Pública Municipal (UFMA), especialista em
Controladoria (UFMA). edu.filipe.teixeira@gmail.com.

28
A PAISAGEM SONORA COMO PROPOSTA DE
INTERPRETAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL EM SÃO
BERNARDO-MA
Luzia Fabiana Ribeiro1
Patriciane da Silva Garcês2
Maria Patrícia Silva Ribeiro3
Francielle Araújo Oliveira4
Tatiana Colasante5

RESUMO

Essa pesquisa é parte do Projeto Foco Acadêmico “Educação Patrimonial em São


Bernardo- MA” que tem por objetivo realizar ações de valorização da cultura local em
instituições de ensino de São Bernardo. O patrimônio cultural tem ligação direta com a
história, memória e identidade da comunidade e, por isso, a sua conservação, deve ser
de responsabilidade também da população (COLASANTE, 2009). Um dos mecanismos
que podem colaborar nesse processo é uma ação educativa. A partir de levantamento de
referencial teórico, compreende-se que o patrimônio cultural se refere aos bens
materiais e imateriais que portam significados identitários para os grupos sociais
(BRASIL, 1988). A proposta é estimular a valorização do patrimônio imaterial que
envolve práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas (CASTRO;
FONSECA, 2008) a partir de uma oficina pedagógica interdisciplinar de paisagem
sonora com alunos da educação básica do município de São Bernardo. Uma paisagem
sonora é composta pelos diferentes sons que compõem um determinado ambiente,
sejam esses sons de origem natural, humana, industrial ou tecnológicos (MURRAY,
1991). Os estudos de paisagem sonora, apesar de terem se iniciado dentro dos estudos
acústicos da música, contribuem para as áreas interdisciplinares, como turismo,
geografia e educação porque reforçam a necessidade de compreensão do conceito
paisagem para além do visual. A dinâmica da oficina envolve a aplicação ao ar livre.
Com todos sentados em círculo, fecham os olhos e são estimulados a usar a audição. Os
alunos vão apontando os diferentes sons que surgem: alguns são conhecidos e remetem
à memória coletiva, outros trazem lembranças familiares, outros são novidades. Assim,
os alunos despertam o ouvido para os sons que os rodeiam, desenvolvendo habilidades
de detectar elementos sonoros no ambiente. Pelo fato de São Bernardo sediar várias
festas ao longo do ano e atrair inúmeros visitantes e turistas da região, os sons
materializados nas músicas, são experiências sensoriais que marcam a paisagem de São
Bernardo. Os sons se vinculam a aspectos da cultura local, de lugares, saberes, fazeres e
pessoas que contribuem para a identidade de São Bernardo e geram efeitos potenciais
para o desenvolvimento do turismo. Com o projeto, espera-se que os professores da

1
Aluna do Curso de Linguagens e Códigos/Música da Universidade Federal do Maranhão – UFMA
campus São Bernardo.luziafabianaribeiro@gmail.com.
2
Aluna do Curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Federal do Maranhão – UFMA campus
São Bernardo. patxga@hotmail.com.
3
Aluna do Curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Federal do Maranhão – UFMA campus
São Bernardo. ribeiropatricia841@gmail.com.
4
Aluna do Curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Federal do Maranhão – UFMA campus
São Bernardo. francielle22oliver@hotmail.com.
5
Professora Adjunta do Curso de Turismo da Universidade Federal do Maranhão – UFMA campus São
Bernardo.tatiana.colasante@ufma.br.

29
educação básica do município sejam estimulados a trabalhar com a pluralidade cultural
em sala de aula e, ao mesmo tempo pretende-se colaborar para que a os alunos tenham
conhecimento de sua própria história, valorizem a diversidade cultural e contribuam
para ações de conservação do patrimônio cultural.

Palavras-chave: Paisagem Sonora. Educação Patrimônio. São Bernardo – MA.


Patrimônio Imaterial.

30
ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIO-ESPACIAIS E URBANOS
ORIUNDOS DE OCUPAÇÕES ESPONTÂNEAS NO BAIRRO DA
ILHINHA NA CIDADE DE SÃO LUÍS (MARANHÃO, BRASIL)
Elinalva Alves Lima1
Saulo Ribeiro dos Santos2

RESUMO

Pesquisa em andamento abordando o desenvolvimento urbano, o crescimento


populacional e habitacional, assim como, a maneira desigual como o planejamento
urbano é pensado nas cidades, gerando uma política urbana segregacionista e em prol do
mercado imobiliário. As cidades são o modelo mais notável dessa formulação teórica,
onde a construção informal das moradias pelos próprios moradores ignora toda e
qualquer legislação urbanística pautada em um modelo de modernização que se
alimenta de formas atrasadas, não capitalistas. A cidade de São Luís (Maranhão, Brasil)
passou a ter um crescimento urbano e populacional significativo a partir de meados dos
anos 60, fruto de um modelo de desenvolvimento econômico conservador financiado
pelo regime militar. Desde então, São Luís enfrenta problemas com o crescimento
populacional desordenado, frente à inexistência de políticas de controle urbanístico,
assim como, políticas públicas voltadas para habitação de interesse popular. O que
consequentemente tem-se um resultado preocupante com ocupações periféricas
distribuídas pelo município, com ruas sem asfaltamento, vias sem drenagens, bairros
sem nenhum tipo de saneamento, despejo de lixo a céu aberto e comprometimento dos
mananciais, caso este, observado no bairro em pesquisa. O bairro da Ilhinha situa-se na
Zona de Interesse Social 1 (ZIS -1) de acordo com o Plano Diretor de 1992 e Lei
Municipal 3.253, ocupa a parte nordeste da cidade de São Luís, na sua orla costeira. De
acordo com Art. 4º da referida lei, a ZIS – 1 é zona correspondente às áreas ocupadas
espontaneamente por assentamentos habitacionais da população de baixa renda, onde
existe interesse social em promover a regularização jurídica da posse da terra e sua
integração na estrutura urbana. Ao longo dos anos outras ocupações foram surgindo, a
partir do processo de despalafitalização da Laguna da Jansen, onde populações carentes
foram ocupando faixas de terra próximos ao mangue, no sentido oposto à lagoa, onde
hoje se encontram as comunidades: Morrinho, Buriti, Residencial Ana Jansen e Vila
Jumento, todas compreendidas dentro do limite territorial do bairro da Ilhinha. O
objetivo da pesquisa é analisar como os impactos socioespaciais e urbanas destas
ocupações espontâneas podem afetar o desenvolvimento e a vida da comunidade. Como
procedimentos metodológicos teremos a pesquisa bibliográfica, documental e de campo.
A pesquisa empírica será realizada com o mapeamento da área e aplicação simplificada
de questionários com representantes do setor público e lideranças comunitárias. É
notório que o bairro da Ilhinha e suas ocupações sofrem com as desigualdades
socioespaciais e urbanos em decorrência da expansão, segregação e especulação

1
Arquiteta e Urbanista. Mestranda no Programa de Pós-Graduação Mestrado em Geografia, Natureza e
Dinâmica do Espaço na Universidade Estadual do Maranhão. elinalvalima2013@gmail.com.
2
Doutor em Gestão Urbana (PUCPR) e Geografia (UFPR). Professor do Departamento de Turismo e
Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão. Professor Permanente no Programa de Pós-Graduação
Mestrado em Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço na Universidade Estadual do Maranhão.
saulosantosma@uol.com.br.

31
imobiliária, além da seletividade criada pelo capital imobiliário que gera uma
urbanização desigual com áreas periféricas e marginalizadas.

Palavra-chave: Ocupações espontâneas. Impacto soco espacial e urbano. São Luís


(Maranhão).

32
APROXIMAÇÕES ENTRE O ENSINO DE GEOGRAFIA E DE
TURISMO NA VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO NO ESPAÇO
URBANO
José Ricardo Gomes dos Santos1

RESUMO

Como o ensino de geografia pode contribuir na valorização do patrimônio no espaço


urbano pelo turismo cidadão? Esta dúvida nos impulsiona a buscar uma compreensão
que favoreça uma análise complexa das múltiplas possibilidades das (in) existências
da/na cidade. O crescimento do Turismo associa-se a (re) organização da vida em
sociedade, pois “é um campo de práticas histórico-sociais que pressupõem o
deslocamento dos sujeitos em tempos e espaços diferentes daqueles dos seus
cotidianos” (GASTAL E MOESCH, 2007, p. 11). A análise do espaço vivido constitui-
se por movimentos/fluxos (re) modeladores das formas/fixos do/no território, portanto,
(re) configurando o Espaço Geográfico. Na medida em que os interesses hegemônicos,
reflexos das demandas do capital, priorizam uma concepção homogênea de reprodução
das suas ofertas prioritárias, verificam-se ameaças à estrutura social dos lugares, ou seja,
ao processo atual que, por sua vez, revelam-se como sendo produtos e produtores de
heranças históricas (materiais e imateriais), condicionantes ou não, das (IN) certezas no
futuro. Essas heranças são evidenciadas na paisagem atual como rugosidades. Estas, no
entanto, estão vinculadas “ao que fica do passado como forma, espaço construído,
paisagem, o que resta do processo de supressão, acumulação, superposição, com que as
coisas se substituem e acumulam em todos os lugares” (SANTOS, 2017, p. 140).
Parece-nos que as rugosidades podem indicar relações de pertencimento social se
estiverem voltados ao paradigma de outra patrimonialização global, a qual “deve negar
a universalidade restritiva presente na ideia e na prática” (COSTA, 2017, p. 55). Ou
seja, propõe aquilo que o autor define como novos roteiros patrimoniais utópicos. Estes
dependem de uma ampliação do modo como os sujeitos realizam a ressignificação dos
lugares, da memória e da natureza. O ensino de geografia pode favorecer essa
ressignificação através da leitura da paisagem. A paisagem urbana é um reflexo da
cidade moderna, por isso não deve somente ser olhada e percebida, mas problematizada
analiticamente, pois são resultado e resultante dos componentes básicos: forma,
identidade, função, estrutura, processo e significado (CASTROGIOVANNI, 2013).
Assim, tanto as contradições quanto as solidariedades devem ser trabalhadas num
esforço permanente de indissociabilidade. Nesse sentido, tanto para a população
residente como para os turistas, pode haver uma oportunidade relacional mais
consciente, à medida que os vínculos estabelecidos possam representar o patrimônio
ressignificado – por isso cuidado e defendido – para o bem viver comum. Restam-nos
saber se e como os professores de geografia consideram e envolvem seus alunos nesses
possíveis atributos em suas aulas.

Palavras-chave: Ensino de Geografia. Espaço Urbano. Patrimônio. Paisagem. Turismo.

1
Mestrando (linha: ensino de geografia) pelo Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Bolsista CAPES. Orientador: Antonio Carlos
Castrogiovanni.rikigeo18@gmail.com.

33
ARTE URBANA, TURISMO E BORDADOS CITADINOS: reflexões
sobre o yarn bombing no bairro Del Oeste, Salamanca-Espanha
Rosana Eduardo da Silva Leal1

RESUMO

O presente estudo tem por finalidade analisar a relação entre cidade, arte urbana e
turismo, tendo como campo de reflexão o yarn bombing, movimento criado nos Estados
Unidos, que logo se expandiu por outros países e se tornou um fenômeno global. Trata-
se de uma técnica artesanal que envolve peças de tricô, bordado e/ou crochê produzidos
e fixados em todo tipo de mobiliário do espaço urbano, colorindo e humanizando as
cidades. O yarn bombing constitui-se como arte urbana quase sempre efêmera, que
provoca estranhamento e curiosidade aos transeuntes, transformando a paisagem
urbana. A técnica remete ao conceito de bricoleur definido por Lévi-Strauss (1970)
como um pensamento mágico, não utilitário, intuitivo, proveniente da experimentação,
da criatividade e da curiosidade. O movimento yarn bombing potencializa também a
atratividade turística das localidades, estimulando a visitação, a contemplação e o
registro fotográfico das peças produzidas. O estudo foi realizado por meio de pesquisa
bibliográfica e de campo, seguindo as premissas teóricas e metodológicas da
Antropologia Urbana, estando embasado no pensamento de Certeau (2007) sobre as
artes de fazer do cotidiano. Para o referido autor, as práticas humanas constroem táticas
silenciosas e sutis, que não obedecem aos modelos impostos, produzindo uma cultura
ordinária que não se conforma com o que está posto. A pesquisa de campo foi realizada
no bairro Del Oeste em Salamanca/Espanha. Trata-se de um bairro com uma intensa
produção e programação artístico-cultural, que absorve criativas instalações, dentre elas
o yarn bombing, passíveis de serem contempladas por moradores, visitantes e/ou
turistas, que por lá circulam diariamente. Tais produções podem ser observadas nas
ruas, árvores, praças, garagens, fachadas de prédios residenciais e comerciais, em bares
e restaurantes da localidade, transformando o bairro em uma ampla e diversificada
galeria de arte. Diante da pesquisa, observou-se que o yarn bombing constitui um
movimento estético e político que repensa o modo acelerado e tecnocrata da vida
cotidiana, promovendo bricolagens da e na cidade. A técnica transforma o espaço
urbano em ambientes de pausa e contemplação, bem como em ateliês públicos capazes
de estimular a interação social e a criatividade humana, como foi possível observar no
bairro Del Oeste. A técnica aprofunda a experiência turístico-cultural citadina, aproxima
o turista da localidade visitada e promove práticas de lazer ao ar livre, de forma lúdica e
gratuita.

Palavras-chave: Cidade. Turismo. Bricolagem. Yarn bombing.

1
Doutora em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco; Líder do Grupo de Pesquisa em
Antropologia e Turismo – ANTUR/UFS/CNPQ; Docente do Departamento de Turismo e do Programa de
Pós-Graduação Interdisciplinar em Culturas Populares da Universidade Federal de Sergipe;
rosanaeduardo@yahoo.com.br.

34
CIDADE, ESPAÇO PÚBLICO E PAISAGEM
TURÍSTICA: reflexões sobre o Largo da Gente Sergipana, Aracaju/SE
Adinóia da Conceição Lima1
Rosana Eduardo da Silva Leal2

RESUMO

O presente trabalho tem por finalidade analisar o Largo da Gente Sergipana- instalação
artística que constitui um novo espaço público da cidade de Aracaju – enquanto atrativo
turístico-urbano, considerando sua relação com a paisagem turística da cidade. Para
refletir sobre tal realidade, seguimos os pressupostos metodológicos da pesquisa
qualitativa, por meio do método etnográfico (MAGNANI, 1996), fazendo uso da
pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Por meio de resultados preliminares,
uma vez que a pesquisa se encontra em andamento, o estudo tem apontado que o Largo
da Gente Sergipana desempenha importante papel na paisagem turística da cidade de
Aracaju, contribuindo para a divulgação dos elementos simbólico-identitários do estado,
bem como para o fortalecimento da capital enquanto destino turístico-cultural, por meio
da associação da cultura popular com a capital sergipana. Davies (2008), em seu estudo,
defende que a cultura contribui para o desenvolvimento econômico e social das cidades,
exercendo influências culturais em seus residentes e visitantes. Não é por acaso que na
contemporaneidade, os usos dos espaços públicos urbanos para fins turísticos dialogam
com aspectos da cultura local. O Largo da Gente Sergipana foi construído,
estrategicamente, no centro da cidade, estando próximo a outros equipamentos culturais
da cidade, seguindo uma tendência mercadológica dentro de um circuito urbano com
características turísticas e culturais. O referido espaço absorve práticas que intensificam
a interação com a cidade, possibilitando estabelecer vivências citadinas pautadas na
cultura popular do estado. O Largo funciona como extensão do Museu Gente Sergipana,
englobando diversos usos e práticas, absorvendo funcionalidades turísticas, culturais,
artísticas, lúdicas, educativas, patrimoniais e históricas.

Palavras-chave: Cidade. Espaço público. Paisagens turísticas.

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Culturas Populares da Universidade
Federal de Sergipe (UFS); integrante do Grupo de Pesquisa em Antropologia e Turismo –
ANTUR/UFS/CNPQ. ady.lima@hotmail.com.
2
Doutora em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Líder do Grupo de
Pesquisa em Antropologia e Turismo – ANTUR/UFS/CNPQ; Docente do Departamento de Turismo e do
Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Culturas Populares da Universidade Federal de
Sergipe.rosanaeduardo@yahoo.com.br.

35
INFRAESTRUTURA BÁSICA E TURÍSTICA DA CIDADE DE
ARMAÇÃO DOS BÚZIOS: uma análise crítica do planejamento de
uma destinação turística
Adriana Drewanz De Martini1
Givago da Encarnação Sá-Guimarães2
Jacqueline de Andrade Lopes3
Maria Eduarda Corrêa Carneiro4

RESUMO

A presente pesquisa apresenta uma análise crítica acerca da infraestrutura básica e


turística da cidade de Armação dos Búzios, localizada no estado do Rio de Janeiro. O
fenômeno turístico, compreendido enquanto um sistema remete à importância de uma
infraestrutura bem elaborada para o potencial de uma destinação. Partindo de estudos
teóricos, infraestrutura pode ser compreendida como uma dimensão desenvolvida para
atender às necessidades dos residentes, mas que acaba por atender aos turistas
(GOELDNER; RITCHIE; McINTOSH, 2002), ou a partir da denominada infraestrutura
de apoio turístico (BENI, 2006), definida como as condições básicas para uma boa
qualidade de vida para residentes e turistas, ou ainda dividida entre básica, composta
pelos equipamentos que foram desenvolvidos diretamente para a população local, e
turística ou específica aqueles desenvolvidos pensando no turista, podendo ambos
usufruir das duas (LOHMANN; PANOSSO NETTO, 2008). A metodologia da pesquisa
contou com elementos dos métodos quantitativos e qualitativos, realizada em duas
etapas, a primeira teórica e a segunda em campo, em que houve elaboração e aplicação
de formulário, observação e entrevistas. Pôde ser observada uma divisão territorial
latente entre a parte continental, onde reside a maior parte da população local, de menor
poder aquisitivo, e a peninsular, onde tem-se a população mais abastada e concentra-se
a atividade turística. Dos elementos que compõem a infraestrutura básica e turística, no
que concerne à pavimentação, observou-se que a península apresentava condições
superiores ao continente, enquanto este último apresentava asfaltos em condições
precárias ou com ausência de asfaltamento. No tocante ao saneamento básico foi
possível perceber grande insatisfação com relação ao abastecimento de água na alta
temporada. No quesito segurança, foram avistadas viaturas tanto no continente quanto
na península. Contudo a presença das mesmas se concentra mais nas áreas turísticas. O
transporte é caracterizado por uma carência de transporte público, sendo o acesso e
circulação na cidade feito em grande parte por carro, acarretando em engarrafamentos
na alta temporada. Assim, constatou-se que a cidade possui uma boa infraestrutura
básica e turística, mas planejada e implementada para os turistas e por isso se concentra
na península, corroborado na fala de um entrevistado quando afirma que "tudo em
Búzios é voltado ao turista", enquanto o residente é posto em segundo plano. Nesse

1
Graduanda do terceiro período em Turismo na Faculdade de Turismo e Hotelaria (FTH/UFF).
adrianamartini@id.uff.br.
2
Bacharel em Direito pela UCAM-NITERÓI. Especializado em Direito e Processo do Trabalho pela
AVM/UCAM. Graduando do terceiro período em Turismo na Faculdade de Turismo e Hotelaria
(FTH/UFF). givagoguimaraes@id.uff.br.
3
Bacharela e Licenciada em História pelo ICHF/UFF. Graduanda do terceiro período em Turismo na
Faculdade de Turismo e Hotelaria (FTH/UFF). jacquelineal@id.uff.br.
4
Graduanda do terceiro período em Turismo na Faculdade de Turismo e Hotelaria (FTH/UFF).
duudacarneiro@gmail.com.

36
sentido, é imperioso destacar a necessidade de uma mudança na gestão, pois uma cidade
só é boa para o turista quando é boa para o morador (CAMARGO, 2005).

Palavras-chave: Infraestrutura básica. Infraestrutura turística. Planejamento turístico.


Armação dos Búzios. Cidade.

37
MEMÓRIA E HISTÓRIA DA CIDADE DE FORMOSA (GO):
avaliação dos casarões no contexto da paisagem urbana do setor
central
Alessandra da Silva Moreno1

RESUMO

A rápida urbanização dos municípios brasileiros, em especial Formosa (GO), foco do


presente estudo, tem significado a rápida transformação das paisagens urbanas nem
sempre acompanhadas da boa gestão de áreas centrais. Isso significa, em muitos casos, a
deterioração da paisagem e seus elementos históricos que, por via de regra, são
fundamentais para a conformação da identidade cultural do cidadão e do lugar. O
presente trabalho tem como objetivo avaliar os casarões no contexto da paisagem
urbana do Setor Central de Formosa/GO. Justifica-se o trabalho em função da
relevância desses patrimônios para a preservação da história e da memória do
município, o que contribui para constituição da identidade do formosense. O estudo
utilizou fichas de avaliação visual para obtenção de dados, assim resultaram na
elaboração de um banco de dados espaciais que, foram utilizados para elaboração de
uma série de mapas temáticos com as características dos casarões e do entorno. O
patrimônio cultural remete aos símbolos da história de comunidades em um
determinado espaço, sendo assim, cada local tem sua própria identidade, tornando esses
elementos únicos. Tais espaços podem ser ruas, casas, prédios, monumentos, obras de
arte, fotografias, entre outros. O espaço urbano pode ser caracterizado como um
acúmulo de bens culturais, estes acervos culturais simbolizam as cidades atuais, a ideia
de preservação desses espaços nos remetem a importância da história para a cidade, o
processo de tombamento é o reconhecimento desse valor histórico. A ação de
preservação desses elementos não é recente, as preocupações com os centros históricos
ocorrem a partir do momento em que as cidades sofrem grandes transformações e partes
desses edifícios são substituídas por novas construções. Os Casarões de Formosa são
elementos que passam por processos de ressignificação. Formosa passou por um
processo de modernização que a levou a mudanças profundas. Mudaram os
quantitativos populacionais, o perfil de seus habitantes, sua cultura e a estrutura urbana.
Marcas da antiga sociedade estão incrustadas na paisagem urbana, os casarões são uma
dessas expressões. Foi constatado durante as entrevistas, campos, elaboração e
preenchimento das fichas de avaliação, que o Setor Central é o lócus de elementos
arquitetônicos que remetem ao seu passado. A pesquisa e contribui para o resgate da
memória, e também para demonstrar as modificações que ocorreram ao longo do tempo
e como a população e a gestão pública se apresentam diante dessa valorização a cultura.

Palavras-chave: Patrimônio. Cidade. Cultural. Avaliação.

1
Graduada em Geografia, Universidade Estadual de Goiás – UEG. alemorenoueg@gmail.com.

38
PAISAGEM HISTÓRICO CULTURAL E OS ESTILOS
ARQUITETÔNICOS DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS
(MARANHÃO, BRASIL)
Saulo Ribeiro dos Santos1
Letícia Peret Antunes Hardt2
Carlos Hardt3
Flávia Montenegro-Menezes4
Matheus Andrade Marques5

RESUMO

Em si tratando de cidades históricas, como o caso de São Luís, capital do Maranhão,


declarada pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade. Esta reflete em seus
casarões históricos, lembranças de uma sociedade que foi construída ao longo dos
séculos XVI e XIX. O legado deste passado é perceptível nos mais de 3 mil casarões
históricos que compõem o atual cenário do centro histórico de São Luís. São diversos
estilos arquitetônicos que de acordo com o período foram se constituindo, e formando
as edificações presentes nas ruas, ladeiras, becos e escadarias da área histórica. Portanto,
o objetivo do presente estudo é detalhar os estilos arquitetônicos presentes na Rua
Portugal, em São Luís, e sua relação com o contexto da paisagem cultural. Utilizou-se a
pesquisa bibliográfica e empírica de análise quantitativa. A pesquisa de campo foi
realizada no ano de 2015, através de levantamento fotográfico na rua Portugal. O campo
teve aproximadamente cinco visitas à área turística funcional (rua Portugal) com o
objetivo de identificar todos detalhes e estilos dos edifícios. Os resultados são que os
dois blocos de espaço estudados têm predominância de quatro estilos, sendo o português
tradicional com a maior proporção (84,61%), seguido pelo moderno (7,69%), eclético
(3,84%) e art déco (3,84%). Ou seja, em uma única rua do centro histórico é possível
identificar quatro estilos arquitetônicos diferentes que representam épocas e histórias de
uma São Luís dos séculos XVI e XIX. O estilo português tradicional aparece com maior
frequência, justificado pela própria colonização da cidade. Esta pluralidade de estilos é
perceptível na paisagem histórico cultural da rua Portugal, compondo assim, uma
paisagem única no centro histórico. A maioria dos casarões de estilo português
tradicional está revestido em azulejo que refletem um marco histórico da cidade. Assim,
conclui-se que a riqueza e a diversidade de estilos arquitetônicos são uma diferença na
paisagem urbana histórica e cultural da rua Portugal. Os azulejos, sendo o mais

1
Doutor em Gestão Urbana (PUCPR). Doutor em Geografia (UFPR). Professor do Departamento de
Turismo & Hotelaria (UFMA). Professor do Mestrado em Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço
(PPGEO/UEMA). saulosantosma@uol.com.br.
2
Doutora em Engenharia Florestal (UFPR). Professora do curso de Bacharelado em Arquitetura e
Urbanismo (PUCPR). Professora do Mestrado e Doutorado em Gestão Urbana (PUCPR).
lpahardt@gmail.com.
3
Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). Professor do curso de Bacharelado em
Arquitetura e Urbanismo (PUCPR). Professor do Mestrado e Doutorado em Gestão Urbana (PUCPR).
c.hardt@pucpr.br.
4
PhD. em Social Sciences, Planning and Environment. Professora Assistente do Department of
Landscape Architecture and Regional Planning (UMASS). flaviamontm@larp.umass.edu.
5
Bacharel em Geografia (UEMA). Mestrando em Geografia (UEMA). Bolsista FAPEMA.
marquesm93@hotmail.com.

39
destacado de todos os detalhes da construção, por abranger casarões, principalmente
aquelas com maior número de pavimentos.

Palavras-chave: Estilo arquitetônico. Paisagem histórico-cultural. Patrimônio histórico.


São Luís.

40
PELA ESTRADA DE SÃO JOSÉ, PRODUÇÃO DO ESPAÇO E
PATRIMÔNIO: o exemplo da Avenida 16 de Novembro, Belém-PA
Jorge Sales dos Santos1
Maria Goretti da Costa Tavares2

RESUMO

Na perspectiva que tange a reprodução urbana de Belém desde sua fundação em 1616,
que corresponde aos interesses da classe dominante, passando pela a coroa portuguesa,
da igreja à burguesia. A estrada de São José (atual Avenida 16 de Novembro) ganhou
papel de destaque desde o aterramento do alagado do Piri no início do século XIX
possibilitando sua abertura, interligando o Ver o Peso, principal centro e feira de
comércio de Belém ao convento de São José construído desde 1749. A partir de 1890 a
Estrada de São José teve seu nome modificado para que hoje seja conhecida como
Avenida 16 de Novembro, data simbólica em que o Pará aderiu proclamação da
República de 15 de novembro de 1889, a partir disso, os processos de produção do
urbano se intensificaram na avenida, inserindo novos processos de reestruturação
espacial. Assim, partindo da importância da Avenida 16 de novembro que abrangem
processos interligados que produzem o espaço constituído por um conjunto
indissociável de objetos e ações, Santos (1996 p.21) construindo a partir disso os
conceitos necessários para o estudo da “produção do espaço” e de “rugosidades
espaciais”, através da análise da estrutura, processo, função e forma; que ocorrem de
maneira simultânea, esse processo dialético possibilita o entendimento através da
análise de suas combinações variáveis que se diferenciam através do tempo na avenida.
As relações existentes na avenida é a principal riqueza patrimonial, através delas são
constituídas outras relações, outros espaços que possibilitam a heterogeneidade da
formação patrimonial e através dessas relações que as políticas públicas devem ser
tomadas do ponto de vista do lugar, deixando o discurso do ser cultural e tomando parte
do “eu” cultural, evidenciando o poder identitário existente no espaço urbano. Normas,
registros, catálogos; termos que formam as políticas patrimoniais tradicionais
produzidas pelo IPHAN e outros órgãos responsáveis no município de Belém, possuem
políticas ligadas apenas a história contada e a arquitetura percebida, corroborando para
uma visão parcial da cidade como produtora de cultura, de acordo com as relações de
poderes políticos locais, deste modo, é imprescindível uma nova política patrimonial
voltada para o lugar, para além do discurso construído pela academia e Estado, mas
efetivadas no modo de vida da população, na área nobre da cidade, no centro histórico,
nas periferias, afinal, são essas relações a base a formação da cultura.

Palavras-chave: Identidades. Patrimônio. Políticas. Lugar. Urbano.

1
Graduando em Bacharelado em Geografia – UFPA, PIBIC Voluntário, Membro do Grupo Geografia do
Turismo – GGEOTUR e Monitor do Projeto de Extensão Roteiros Geo-Turísticos.
jorge.santos@ifch.ufpa.br.
2
Docente da Faculdade de Geografia e Cartografia – FGC/UFPA e do Programa de Pós-Graduação em
Geografia PPGEO/UFPA, Coordenadora do Grupo de Pesquisa Geografia do Turismo e dos Roteiros
Geo-Turísticos. mariagg29@gmail.com.

41
PRAÇA POPULAR DE NITERÓI E SUA INTEGRAÇÃO
Givago da Encarnação Sá-Guimarães1

RESUMO

A Praça Popular de Niterói – região localizada atrás do Terminal Rodoviário de Niterói


que abriga o Teatro Popular Oscar Niemeyer, Memorial Roberto Silveira, Fundação
Oscar Niemeyer e Nova Catedral de São João Batista (em construção) – é o ponto de
partida do Caminho Niemeyer em Niterói, que leva nome de Oscar Niemeyer por
abrigar mais quatros obras de sua assinatura: Praça Juscelino Kubitschek, Centro de
Cinema Petrobras, Museu de Arte Contemporânea (MAC) e a Estação Hidroviária de
Charitas. A Praça Popular foi idealizada para contribuir com a cultura e turismo na
cidade, motivado pelas obras do famoso arquiteto. No entanto, sua localização afastada
apresenta visibilidade prejudicada para quem transita pela cidade. A praça apresenta
arquitetura hostil devido à existência de cerca em todo seu redor e pelos traços
contemporâneos, que acabam proporcionando atmosfera não convidativa para ampla
visitação da comunidade local. Sendo sua integração com a comunidade local e turismo,
o objeto de pesquisa, através de disponibilização de questionário virtual, literatura
publicada, visita técnica e guiada. A pesquisa alcançou resultados que indicam
deficiência na divulgação dos eventos realizados pela Prefeitura Municipal de Niterói, e
que a sinalização é deficiente. Entre os respondentes do questionário, foi apurado que
49,75% são moradores de Niterói. E apenas 39% das respostas afirmam conhecer a
definição correta do Caminho Niemeyer. Quando questionados sobre a motivação da
visita, maioria expressiva das respostas afirmou ser em razão dos festivais de música e
shows organizados no local por empresas privadas, que tem divulgação em massa. Entre
esse público grande, parte nunca visitou um dos prédios existentes na praça. Parte desse
desconhecimento sobre o atrativo ocorre em razão da deficiência de divulgação da
programação cultural realizada nas instalações da Praça Popular de Niterói e seus
prédios. Deficiência sinalizada através de 58,6% dos respondentes que não tem
conhecimento dos eventos realizados no local por falta de divulgação. Foi apurado
ainda que a sinalização de acesso é deficiente, apenas 30% dos respondentes disse que a
sinalização é clara para chegar ao local, e 79,8% respondeu apontando necessidade de
melhorias. Podendo considerar a sinalização como um fator limitante para o uso do
atrativo. Sendo indicado ao final que são necessárias melhorias em relação à divulgação
dos eventos organizados pela administração pública, e da sinalização de acesso. Isso
para promover maior integração da comunidade local e dos turistas que visitam a cidade
com objetivo de conhecer as obras de Oscar Niemeyer.

Palavras-chave: Praça Popular de Niterói. Caminho Niemeyer. Turismo. Integração.


Niterói.

1
Bacharel em direito (UCAM-Niterói), especializado em Direito e Processo do Trabalho (AVM/UCAM),
graduando do terceiro período do Curso de Bacharelado em Turismo da Faculdade de Turismo e
Hotelaria da Universidade Federal Fluminense (UFF). givago.guimaraes@gmail.com.

42
REPRESENTAÇÕES DO URBANISMO CARIOCA NOS
CARTÕES POSTAIS E SUA APROPRIAÇÃO PELO TURISMO
Nathan da Silva Nunes 1

RESUMO

Capital brasileira entre os anos de 1763 e 1960, a cidade do Rio de Janeiro exerceu no
decorrer deste período uma importante centralidade em escala nacional, fato que
permitiu que fossem destinados a ela significativos investimentos oriundos das esferas
públicas e privada, condição que influenciaria de maneira destacada a produção espacial
neste recorte. Mesmo após a perda da condição de capital para Brasília, a atual capital
fluminense manteve seu papel destacado em função de sua configuração como Estado
da Guanabara, durante o intervalo de quinze anos (1960-1975); da ascensão e
consolidação enquanto destino voltado a práticas turísticas, o que passa a ocorrer com o
desenvolvimento de políticas públicas com esta finalidade, mais nitidamente a partir dos
anos 60; ou pela recente realização de megaeventos esportivos nas primeiras décadas do
século XXI. Apresentados tais aspectos, torna-se possível atestar que a cidade do Rio de
Janeiro apresenta-se como espaço de relevantes acontecimentos culturais, econômicos e
políticos no decorrer de sua história, estes intervindo de forma direta em sua
configuração urbana. Sendo assim, as transformações concebidas e efetivamente
aplicadas para este recorte espacial proporcionam a criação de fixos diversos, sendo
posteriormente selecionados alguns destes como aqueles que simbolizarão as ideias a
respeito da cidade vigentes em cada período, a fim de promover uma imagem positiva
da mesma. Desta maneira, estabelecemos como objetivo da presente pesquisa analisar
intervenções urbanas realizadas no Rio de Janeiro a partir do século XX, suas
representações em cartões postais e relações com o turismo. A metodologia proposta
consiste no levantamento bibliográfico que trate das variadas concepções urbanas ao
longo do século XX e início do século XXI, além da maneira com estas foram aplicadas
na cidade do Rio de Janeiro. Complementarmente, serão utilizados cartões postais
referentes à cidade do Rio de Janeiro, tendo sido estes adquiridos através de publicações
específicas, coleção própria e contato com colecionadores.

Palavras-chave: Urbanismo. Cidade do Rio de Janeiro. Turismo. Cartões postais.


Representações.

1
Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Bolsista FAPERJ. nunesuerj@gmail.com.

43
POTENCIALIDADE TURÍSTICA: uma análise do Museu da
Indústria, em Fortaleza (CE), sob o olhar do turista
Tiago Sampaio dos Anjos1
Riana Jéssica da Rocha Araújo2

RESUMO

Intitulado “Potencialidade turística: uma análise do Museu da Indústria sob o olhar do


turista”, o presente trabalho traz como objeto de estudo o Museu da Indústria enquanto
atrativo turístico da Cidade de Fortaleza, Ceará. Criado de forma intuitiva, para
preservar e expor o processo industrial que ocorreu no Estado do Ceará, o Museu da
Indústria aprofunda-se na história da revolução industrial cearense até chegar à
contemporaneidade. Nesse sentido, o presente trabalho busca investigar de que forma o
Museu da Indústria se insere como equipamento turístico na cidade de Fortaleza.
Buscou-se compreender aimportância dos museus no contexto da atividade turística;
conhecer o histórico-evolutivo do Museu da Indústria e identificá-lo enquanto
equipamento turístico na cidade de Fortaleza, sob a percepção dos turistas. Para atingir
os objetivospropostos, utilizou-se de pesquisas bibliográficas sobre patrimônio, museus
e turismo. Caracterizada como exploratória, utilizou-se da netnografia para realização
da pesquisa de campo. Os dados foram coletados através do TripAdvisor e analisados
quantitativamente. Verificou-se que o perfil do turista que visita o Museu da Indústria é
nacional e realiza viagens com amigos, na alta estação. Quanto à percepção sobre a
visita ao Museu da Indústria, a maioria dos viajantes considerou excelente a
experiência, estando o equipamento avaliado com média de 4,5 pontos para o Museu da
Indústria, o que é considerada alta. As avaliações demonstram o Museu da Indústria
inserido na atividade turística de Fortaleza, sendo a experiência da visitação considerada
excelente, de acordo com a percepção dos turistas. Isso demonstra que, de acordo com a
percepção dos visitantes, registradas em avaliações e comentários do TripAdvisor, o
Museu da Indústria classifica-se como equipamento turístico relevante para a cidade de
Fortaleza.

Palavras-chave: Turismo. Patrimônio. Museu da Indústria. Fortaleza.

1
Graduando em Turismo, Centro Universitário Estácio do Ceará. tiagosampaio450@gmail.com.
2
Mestra em Gestão de Negócios Turísticos, Universidade Estadual do Ceará (UECE); Especialista em
Estratégia e Gestão (UECE); Turismóloga. rianarocha@gmail.com.

44
USOS, REUSOS E RECURSOS HÍDRICOS: a formação urbana da
cidade de Belém-PA, em relação às águas
Luiz Fernando de Souza Nogueira1
Jorge Sales dos Santos2
Aelton Dias Costa3
Rita Denize de Oliveira4

RESUMO

A cidade de Belém desde sua fundação tem íntima relação com as águas. Cercada por
águas do Rio Guamá e da Baía do Guajará formasse uma península na desembocadura
dos Rios Pará e Guamá geograficamente estratégica para o controle da entrada e saída
do continente, razão pela qual deu sua fundação. Ao longo da história de formação
urbana da cidade se observa no avanço das modificações nos cursos d'água que
entrecortam a cidade, de modo a perceber as diferentes racionalidades de como observar
o rio, outrora visto como pertencimento quando analisamos a relação do indígena ou
ribeirinho com os rios no qual natureza antigamente ainda era intocada, e ao decorrer da
fundação da cidade no qual a expansão urbana é ocasionada num discurso de progresso
e civilização, porém ao longo do tempo está visão no qual a natureza passa ser vista
como um simples meio de apropriação se revela numa face de desvalorização dos rios
submetendo-os ao aterramento, tubulações, diques de contenção e retificação, além das
modificações no solo através da impermeabilização e retirada da vegetação, alterando os
ciclos de entrada e saída das Bacias Hidrográficas, pouco a pouco os igarapés utilizados
para circulação, fornecimento de água potável, lavar as roupas e utensílios domésticos,
banhos e fornecimento de peixe para alimentação passam a ser entendidos como
inimigos do progresso, submetidos ao despejo de esgoto assim como aterramentos,
retificações e a canalização da água potável. Desequilibrando os processos naturais e
ocasionando problemas socioambientais como os alagamentos e inundações urbanas,
promovendo perdas materiais, financeiras e até vidas humanas ao incentivar a
proliferação de doenças de veiculação hídrica. Atualmente observa-se um apelo ao
paisagismo de harmonia entre o homem e os processos físico-geográficos do lugar
voltados ao turismo e a patrimonialização como forma de valorização desses espaços,
pode se citar exemplos como a revitalização da Doca, o Complexo do Ver-o-Peso, o
Complexo Feliz Lusitânia, o Mangal das Garças e o Portal da Amazônia, formando um
cinturão turístico na borda da cidade de Belém. Desta forma a cidade parece viver entre
a harmonia e o conflito com as águas. As diferentes racionalidades no uso dos recursos
hídricos da cidade provocaram problemas socioambientais crônicos, dificultando e
piorando muito a qualidade de vida dos habitantes, como pensar políticas públicas que
retomam a harmonia do homem com os ciclos da natureza, promovendo uma
distribuição justa dos espaços na cidade? Este trabalho procura não dar soluções para
essas políticas públicas, mas dar base para reflexão das mesmas. Dessa forma procurou-
se analisar os diferentes usos hídricos na formação da cidade de Belém e as

1
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. luiz11nogueira@hotmail.com.
2
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. jorge.santos@ifch.ufpa.br.
3
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará.
aeltondcosta@gmail.com.
4
Doutora, Docente da Faculdade de Geografia e Cartografia, Universidade Federal do Pará
denize40geoatm@gmail.com.

45
modificações na configuração territorial da cidade. Para isso a metodologia consistiu em
pesquisa bibliográfica em plataformas digitais e bibliotecas físicas, levantamento
histórico seguido por trabalho de campo, coleta de dados e elaboração de produtos
cartográficos a partir de mapas históricos utilizando software livre (QGIS 3.14) e
ferramentas do Google Earth, por fim realizou-se a discussão do texto. Dividindo-o em
cinco periodizações, a) 1616- 1750: Chegada lusitana e fundação da cidade. b) 1750-
1850: Belém tornasse capital da província. c) 1850-1920: Expansão borracheira. d)
1920-1990: Conexão pelas rodovias retificações dos cursos d'água. e) 1990 até os dias
atuais.

Palavras-chave: Água. Cidade. Uso.

46
GT 03
Coordenador: Prof. Me. Ivan Rêgo Aragão

Monitor: Werllem Frazão do Nascimento

47
ANÁLISE DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO RELIGIOSO
CATÓLICO DE PATOS-PB
Erson Kaio Araújo Lima 1
José Lucas de Souza Rodrigues 2
Pedro Gomes Lucena3
Geymeesson Brito da Silva4

RESUMO

A história, fundação e a evolução urbana da cidade de Patos no Estado da Paraíba,


ocorrem em torno da Igreja de Nossa Senhora da Guia, assim como em outras cidades
no Brasil, preservar essa história é de suma importância para a memória do município.
O estudo do patrimônio arquitetônico é uma ferramenta de registro da história, contada
através da arquitetura da cidade, onde seus valores patrimoniais podem padecer se não
protegidos, e assim acarretar a perda da memória urbana que ocorre pela
descaracterização desses bens. O mesmo pode ser interpretado como forma de pesquisa
dinâmica e sistêmica do conhecimento, identificação e caracterização das muitas
amostras, expressões, e realidades artísticas e culturais que sugerem identificar, registrar
e documentar aos bens arquitetônicos e culturais expressivos de uma cidade (LUCENA,
2015). Para Vilaça (2017) os templos tornam sacros os locais onde estão inseridos;
consonante com esta visão, Morais (2013) mostra a importância e influência das igrejas
no crescimento cultural, religioso e socioeconômico de uma cidade, percebe-se os
valores patrimoniais destes bens imóveis que contam a história de um determinado
local, servindo como referência para a urbanização, estas edificações dedicadas a
testemunhar o passado, são compreendidas como modelo fundamental para o estudo e
entendimento da história das cidades. A necessidade de catalogar, ou seja, resgate da
memória impõe-se além da simples documentação, mostra a importância da
conservação do simbolismo do patrimônio construído. A partir do exposto o trabalho
em questão anseia fazer uma análise arquitetônica do patrimônio religioso da cidade de
Patos a fim de poder contribuir para a salvaguarda da memória e também manter
presente a importância da conservação dessa arquitetura. Para a obtenção do objetivo
partimos da pesquisa em bibliográfica em documentos históricos, livros de tombo, teses
e dissertações para embasamento teórico, onde buscamos o saber histórico sobre o tema,
os levantamentos arquitetônicos e imagéticos servirão de base para o saber tecnológico
onde poderemos analisar de forma física a preservação e conservação dos templos em
estudo. Afirma Lacerda (2012) que os bens patrimoniais possuem significância cultural
e, portanto, o fato de preservá-los vai além de apenas salvaguardar, pressupõe-se que
podem sofrer algumas mudanças nos seus respectivos valores, tais como: histórico,
artístico, cultural, cognitivo, econômico, além de outros como opção e existência, não

1 Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pesquisador NUPEDI
– IFPB/CNPq. Linha de pesquisa sobre Patrimônio. erson_kaio@hotmail.com.
2 Graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pesquisador
NUPEDI – IFPB/CNPq. Linha de pesquisa sobre Patrimônio. j.lucasrodrigues81@gmail.com.
3 Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pós-Graduando em
Assistência Técnica nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia pela Universidade Federal da
Paraíba UFPB. pedroglucena@gmail.com.
4 Mestrando em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade
Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE geimerson18@hotmail.com.

48
apenas por fazerem parte do passado, mas, buscando torná-los conhecidos pela atual
geração e também pela que há de vir.

Palavras-chave: Preservação. Arquitetura religiosa. Salvaguarda da Memória.

49
ARTICULANDO TURISMO E PATRIMÔNIO À LUZ DA AGENDA
2030
Claudia Fragelli1
Marcelo Augusto Gurgel de Lima2

RESUMO

O turismo, na contemporaneidade, vem sendo considerado como um fenômeno


multidimensional global, de incidência local, no qual diversas dinâmicas sociais,
econômicas, culturais, ambientais e políticas se articulam (FRAGELLI et al, 2018). A
partir de 1970 emergem propostas para o desenvolvimento do turismo aliado à
conservação do patrimônio natural e cultural (UNESCO, 1972; WTO, 1989; OMT,
1994) e, atualmente, a interface turismo, natureza e cultura vem sendo considerada uma
temática relevante no debate científico (LIMA et al, 2017). Partindo dessas reflexões,
esta comunicação tem por objetivo articular turismo e patrimônio à luz dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, considerando seu caráter inovador e a
mega sociobiodiversidade brasileira. Para tal, foram desenvolvidas pesquisas
bibliográficas e documentais sobre as temáticas mencionadas. O turismo apresentou um
crescimento econômico e de fluxo contínuo nas últimas décadas, despontando como um
tema central para o desenvolvimento global (UNWTO, 2019). O ano de 2017 foi
declarado Ano Internacional do Turismo Sustentável (UN, 2015), reiterando a
relevância do turismo para implementação dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) da Agenda 2030. Intitulado Transformando o Nosso Mundo: a
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (UN, 2015), esse documento se
constitui em um marco conceitual rumo a um futuro desejável mais inclusivo,
equitativo, pacífico e ambientalmente sustentável. Os resultados indicam que, no
documento, as temáticas de turismo e patrimônio se articulam entre si e que estão
relacionadas à maioria dos ODS, que versam sobre mudanças climáticas, trabalho,
consumo e produção e questões de gênero, dentre outros temas. Também foi
identificado que as noções de patrimônio natural e cultural perpassam o documento
como um todo. Nessa perspectiva, o planejamento e a gestão do turismo devem ser
desenvolvidos em prol da valorização e proteção do patrimônio material e imaterial; da
sociobiodiversidade; da promoção da inclusão social; do empoderamento das
comunidades e culturais locais, assim como de um desenvolvimento inclusivo e
sustentável e como promotor de paz e segurança global. É necessária, ainda, a promoção
de um desenvolvimento endógeno mais justo e participativo, no qual os moradores,
populações tradicionais e povos originários sejam protagonistas, não apenas na
salvaguarda, mas na gestão de sítios naturais, históricos e arqueológicos hoje voltados
exclusivamente para o turismo, principalmente em um cenário pós-pandêmico,
desenvolvendo práticas mais responsáveis, sustentáveis e localmente baseadas,
enfatizando as vivências entre turistas e autóctones, na natureza. Articular as múltiplas

1
Professora efetiva do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ).
Doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (Programa Eicos/IP/UFRJ). Membro da
linha de pesquisa 3: Governança de Bens Comuns e Serviços Ecossistêmicos na Economia Sustentável do
INCT/PPED. cfragelli@hotmail.com.
2
Professor substituto da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Doutor em Psicossociologia de
Comunidades e Ecologia Social (Programa Eicos/IP/UFRJ). Membro da linha de pesquisa 3: Governança
de Bens Comuns e Serviços Ecossistêmicos na Economia Sustentável do INCT/PPED.
marceloaglima@gmail.com.

50
interfaces entre patrimônio e turismo à luz da Agenda 2030 significa, portanto,
reconhecer a necessidade de incorporá-las às políticas públicas transversais que
garantam bases para o desenvolvimento de práticas mais responsáveis, sustentáveis,
resilientes e inclusivas nas cidades e localidades, considerando patrimônio como bem
comum a moradores, visitantes e humanidade.

Palavras-chave: Turismo. Patrimônio natural. Patrimônio cultural. Agenda 2030.

51
DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA PRESERVAÇÃO DO
PATRIMÔNIO: o caso do Povoado de São José de Piranhas – PB
Rafaele Aparecida Figueiredo Gomes 1
Emanoella Bella Sarmento S. E. Matias 2

RESUMO

Há anos, muito se discute a respeito do patrimônio e de como sua preservação é


relevante por trazer consigo uma infinidade de significações acumuladas ao longo dos
tempos. Quando preservado e valorizado sua propagação e disseminação se tornam
possíveis para as futuras gerações, contudo, existem desafios e obstáculos para que seja
resguardado, em especial o patrimônio imaterial, até pouco tempo excluído da categoria
de patrimônio histórico e artístico, já que prestigiava apenas bens materiais e
imponentes com grande valor arquitetônico ou artístico importantes a nível nacional.
Com as reformulações na noção de patrimônio, os bens imateriais, simplórios e
significativos localmente passaram a ser considerados, porém, por ser um tema
relativamente novo, ainda apresenta dificuldades para sua consolidação e valorização,
visto que até mesmo sua ferramenta de salvaguarda, definida há poucos anos, encontra-
se em constante revisão. A partir dessa reflexão, a pesquisa desenvolvida buscou uma
possibilidade de preservação do patrimônio, sobretudo o imaterial, do povoado de
Piranhas Velha, localizada 10 km ao Norte da cidade de São José de Piranhas - PB. O
povoado corresponde à sua antiga localização que necessitou ser transferida para outra
localidade em 1937 devido à construção de uma barragem. A salvaguarda do patrimônio
encontrado neste sítio é dificultada por vários entraves, pois há escassez documental
decorrente da falta de interesse da população e de órgãos competentes em registrar a
cidade antes de sua transferência e, após a cheia da barragem, as ruínas mais antigas da
cidade ficaram submersas e assim permanecem, exceto em períodos de seca
prolongados. O restante dos elementos edificados e lugares de significação encontram-
se: totalmente destruídos; em ruínas altamente deterioradas ou; parcial ou totalmente
descaracterizados pela população. Esses fatores fazem com que sua propagação, se
mantenha e dependa apenas de relatos orais dos moradores mais antigos, na qual a
maioria já é idosa ou já faleceram. Como solução para sua proteção e documentação,
adotou-se a construção de um Inventário de Referências Culturais (INRC), com
metodologia seguida e determinada pelo Manual de Aplicação do INRC (IPHAN, 2000)
a partir das etapas de: (a) Levantamento Preliminar e (b) Identificação e c)
Documentação, do sítio e dos bens. Conclui-se com este estudo que apesar da
metodologia do INRC priorizar o registro de bens móveis e intangíveis, também pode
ser aplicada aos bens imóveis e tangíveis de forma eficiente na preservação de
produções arquitetônicas e conjuntos urbanos históricos, de forma a contribuir para a
preservação do patrimônio.

Palavras-chave: São José de Piranhas. Patrimônio. Inventário. Preservação.

1
Arquiteta e Urbanista, Graduada pela Faculdade Santa Maria. rafa.tec.edificacoes@hotmail.com.
2
Mestra em Arquitetura e Urbanismo. Professora da Faculdade Santa Maria.
emanoellasarmento85@gmail.com.

52
FRONTEIRA E O PATRIMÔNIO NA AMÉRICA LATINA - O
desafio para as ‘cidades da humanidade’ frente à Crise do Novo
Coronavírus
Gabriel de Siqueira Gil1
María Noel Clerici Hirschfeld2
Hernán Venegas Marcelo 3

RESUMO

As “cidades da humanidade” ou, “cidade-patrimônio-mercadoria” como às define


Everaldo Costa (2010), consideradas cidades portadoras de exemplares do patrimônio
da humanidade, estão diante de um novo desafio enquanto destinos turísticos de
referência internacional. Um desafio que na América Latina liga-se à interrupção dos
fluxos turísticos e o fechamento das fronteiras e aduanas, que vincula-se ao fechamento
de milhares de postos de trabalho formal e informal associados ao turismo; e ainda, um
desafio frente à “nova forma” de organização dos atrativos turísticos (‘durante’ e ‘após’
a crise epidemiológica) através das plataformas digitais e que poderá ser sinalizado
como o “novo normal” para o turismo internacional. Enquanto as fronteiras
permanecerem fechadas e os voos internacionais estejam sendo operados em escala
reduzida, são as “cidades da humanidade” com grande dependência do turismo
internacional que terão de lidar com uma realidade voltada para promoção do turismo
interno/nacional (diferente da União Europeia com um mercado interno consumidor
poderoso). Na América Latina existem fragilidades marcadas pela dependência
econômica e por antagonismos, além de disputas políticas que colocam os acordos
bilaterais e os blocos econômicos, como do MERCOSUL, em risco diante da nova
conjuntura internacional. A dependência econômica nas comunidades locais
organizadas no entorno dos empreendimentos turísticos e do “turismo digital” sinalizam
para uma “nova dependência” que está associada aos ‘datacenters’ aquilo que vem
sendo caracterizado como “colonialismo digital” (MEJÍAS & COUDRY, 2019). Tal
reconfiguração e ressignificação dos espaços turísticos impõem desafios que certamente
não poderão ser observados da mesma maneira que em países centrais do capitalismo
com um mercado consumidor consolidado. Nossa reflexão concilia a solidez teórica de
Pierre Bourdieu (1996 e 2005) associada aos “habitus”, “campos sociais” e o “poder
simbólico” (ligado a institucionalização do patrimônio mundial); com alguns dos

1
Licenciado em Sociologia (PUCPR) e especialista em História e Geografia do Paraná. Está mestrando
no Programa Interdisciplinar em Estudos Latino-americanos - PPGIELA (UNILA); área de concentração:
“Cultura e Sociedade na América Latina” - linha de pesquisa: “Práticas e Saberes” sobre a orientação do
professor Dr. Hernán Venegas Marcelo, projeto intitulado: “A Fronteira e a 'Terra das Cataratas' - uma
dissertação sobre o turismo em Foz do Iguaçu”. Está cursando o grau de Bacharel em Ciência Política e
Sociologia: Estado, Sociedade e Política na América Latina pela UNILA. gabriel.sgil@hotmail.com.
2
Doutoranda em Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Mestre em Biologia pela
Universidade Federal de Pernambuco e bacharel em Ciências Biológicas - Ecologia e Biodiversidade pela
Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Desenvolve pesquisa nas áreas de Filosofia da
Ciência, Macroecologia, Políticas Ambientais e Biologia da Conservação, com especial interesse na
relação entre ambiente, tecnologia e sociedade na América Latina. maria.clerici.h@gmail.com.
3
Professor do Magistério Superior. Docente da área de História, do Programa de Pós-Graduação em
História (PPGHIS), da Especialização em Ensino de História e América Latina (EHAL), docente
colaborador do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos (PPG-
IELA), Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História/Universidade Federal da Integração
Latino-Americana (UNILA). hernan.venegas@unila.edu.br.

53
supostos desenvolvidos pela teoria decolonial de Aníbal Quijano (2000), Silvia Rivera
Cusicanqui (2015) Everaldo Costa (2010) (em relação ao colonialismo no turismo) e
Mejías e Couldry (2019) (estes últimos mais precisamente sobre o “colonialismo de los
datos”), para propor uma leitura interdisciplinar sobre a “concretude nos espaços e
territórios do turismo” diante da nova realidade na “acumulação” e “exploração” de
dados e capital pelo “turismo digital” nas cidades da humanidade na América Latina.

Palavras-chave: Patrimônio na América Latina. Turismo Internacional. Turismo


Digital. Novo Normal do Turismo.

54
GESTÃO TURÍSTICA EM CENTROS HISTÓRICOS DE CIDADES
DO SERTÃO PARAIBANO: limites e possibilidades
Thaíze Monteiro Dantas1
Angélica da Costa Santos2
Cícero Otávio de Lima Paiva3
Lucas Andrade de Morais4
Cinthia Moura Frade5

RESUMO

Os Centros Históricos são conjuntos das construções mais antigas de uma cidade cujo
valor social, cultural e turístico é inestimável para a identidade histórico-cultural de uma
sociedade. Pela característica de antiguidade e processos de modernização das cidades,
esses espaços tendem a sofrer pela falta de conservação e desaparecimento, por isso
existem leis e regulamentos responsáveis por sua preservação e proteção por meio do
instituto do tombamento. A preservação, cadastramento e tombamento dos bens
culturais, artísticos e patrimônio histórico no âmbito nacional foi instituída pelo
Decreto-Lei n°. 25 de 30 de novembro de 1937 e no âmbito do estado da Paraíba é feito
com base no Decreto-Lei n° 7819 (OLIVEIRA, 2009). A região do Sertão Paraibano é
rica em locais históricos importantes que guardam a história do surgimento da região e
de suas vastas riquezas histórico-culturais, com isso, pretende-se investigar, através da
pesquisa bibliográfica e documental de cunho qualitativo, as estratégias adotadas pela
gestão pública para atratividade turística dos Centros Históricos. Observou-se, pelos
estudos documentais, que apenas cinco cidades localizadas no sertão paraibano têm seus
Centros Históricos tombados em âmbito estadual, que são as cidades de Pombal (Dec.
22.913 de 04 Abr 2002), Sousa (Dec. 258.030 de 14 Mai 2004), Cajazeiras (Dec. 25.140
de 29 de Jun 2004), Princesa Isabel (Dec. 26.099 de 05 Ago 2005) e São João do Rio do
Peixe (Dec. 22.917 de 04 Abr 2002). Os locais são considerados patrimônios históricos,
pois apresentam uma grande importância para a memória coletiva dessas cidades e de
sua população, são patrimônios edificados que descrevem história e cultura do sertão
paraibano. Vale ressaltar que é de suma importância que haja uma gestão pública eficaz
relacionada a esses centros históricos, de modo que possam ser traçadas medidas e
estratégias, não só para o incentivo do turismo, mas também para a conscientização da
população local e dos visitantes em relação aos cuidados que devem ser tomados para
não danificar essas áreas. Ademais, o poder público das referidas citadas lida com a
escassez de verbas Federais cuja finalidade é a manutenção dos centros históricos
tombados, fator este que vem dificultando cada vez mais a atuação do poder público

1
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
thaizemonteiro4@gmail.com.
2
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
angelicasantos7218@gmail.com.
3
Mestre em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade do Estado do Rio
Grande (PPGE/UERN). Assessor Jurídico da Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte –
Núcleo Regional de Pau dos Ferros/RN. cicero.otavio@hotmail.com.
4
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). lucasmorais7@gmail.com.
5
Mestranda em Gestão Pública e Cooperação Internacional (PGPCI/UFPB). Professora na Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB). admcinthiafrade@gmail.com.

55
regional frente ao desenvolvimento de políticas públicas de gestão turística que sejam
responsáveis por atrair turistas e conhecer mais a fundo a sua história e cultura. É
importante destacar também que tais ações podem contribuir significativamente para a
construção de uma economia mais sólida nessas cidades.

Palavras-chave: Sertão. Patrimônio histórico. Turismo. Tombamento.

56
LEVANTAMENTO, FORMAS E PROCESSOS DO PATRIMÔNIO
LOCAL NA CIDADE DE ARRAIAS-TO
Aline Alves Ribeiro1
Rosane Balsan2

RESUMO

Este trabalho se refere à pesquisa de mestrado que está sendo desenvolvida na cidade de
Arraias, localizada no estado do Tocantins e tem como título: “Potenciais Turísticos
naturais e culturais de Arraias - TO: Levantamento, formas e processo do Patrimônio
Local”. O objetivo da pesquisa é realizar um levantamento dos potenciais turísticos
naturais e culturais do município de Arraias - TO, identificando suas formas e
processos. Na oportunidade da pesquisa, um dos propósitos é quantificar o patrimônio
cultural e natural local, para realizar uma categorização e classificação de possibilidades
de atividades a serem feitas nos potenciais turísticos encontrados. A metodologia da
pesquisa tem 4 fases, sendo que uma delas é a catalogação dos dados e análise, em que a
observação participante atinge um caráter de observação participante de atributo natural,
em que segundo Lakatos e Marconi (2003, p.194) “o investigador pertence a mesma
comunidade a qual ele investiga”, diferente da artificial que ele tem se integrar ao grupo
para colher informações. Para outra parte da pesquisa fizemos observações
assistemáticas, que conforme aponta Lakatos e Marconi (2003, p.192) ela é feita pela
experiência casual, sendo mais exploratória e não tem necessidade de elaboração de
perguntas diretas ou técnicas elaboradas. É uma abordagem informal em que o
pesquisador sabe o que vai observar. Após levantar os potenciais turísticos, iremos
analisá-los e classificá-los conforme suas características e para isso será seguido
algumas metodologias de classificação já existentes, como a metodologia de avaliação
de potencialidades turísticas do Ministério do Turismo e a de Almeida (2006). Desse
modo, o levantamento dos potencias culturais e naturais de Arraias, tem passado por
discussões voltadas para formação e concretização do espaço, seu significado e as
diversas formas de usar e ressignificar o espaço, além de discussões voltadas para
formação cultural e os patrimônios culturais que existem na região nas suas
abrangências materiais e imateriais e a produção das territorialidades pelo o
turismo.Com os resultados dessa pesquisa se pretende contribuir não somente com as
ações públicas de incentivo a implantação do turismo local e regional, mas um
documento capaz de nortear ações macros e micros que impactam na preservação dos
recursos naturais e culturais do município, bem como incentivar o desenvolvimento da
economia local sob estas vertentes. Assim como também, demonstrar as pessoas locais
à viabilidade técnica, social e financeira dos potenciais turísticos, sobretudo, os de
domínios particulares.

Palavras-chave: Potenciais turísticos. Patrimônio cultural. Patrimônio Natural. Arraias-


TO.

1
Mestranda em Geografia. Turismóloga. Universidade Federal do Tocantins, Campus Porto Nacional.
alialvesribeiro@uft.edu.br.
2
Doutora em Geografia. Professora da Universidade Federal do Tocantins, Campus Porto Nacional.
rosanebalsan@hotmail.com.

57
O (RE) CONHECIMENTO DA CIDADE A PARTIR DA
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: proposta de roteiro educativo em São
Bernardo - MA
Patriciane da Silva Garcês1
Maria Patrícia Silva Ribeiro2
Francielle Araújo de Oliveira3
Carliane de Araújo Borges4
Tatiana Colasante5

RESUMO

As reflexões apresentadas nessa pesquisa se originaram a partir do Projeto Foco


Acadêmico “Educação Patrimonial em São Bernardo - MA” que tem como objetivo
discutir a educação patrimonial como estratégia de valorização e conservação do
patrimônio histórico e cultural a partir de um roteiro educativo oferecido para as escolas
municipais. A educação patrimonial é abordada como o conjunto de processos
educativos formais e não formais tendo como foco patrimônio cultural (IPHAN, 2014),
trazendo assim valorização cultural dos mais significativos aspectos. Apesar de contar
com uma Secretaria que cuida da cultura e do meio ambiente, São Bernardo não possui
ações voltadas para a valorização da história e da memória local, nem políticas públicas
de preservação do patrimônio cultural. Isso, inclusive, é um dos entraves até de se
pensar no desenvolvimento do turismo na cidade. A proposta do projeto é elaborar um
roteiro educativo com o objetivo de contribuir para que os alunos possam ter novos
olhares sobre a cidade, compreendendo a importância da história e da memória coletiva.
Enquanto procedimentos metodológicos utilizou-se a pesquisa bibliográfica com
reflexões baseadas nos estudos de Dias (2006), Costa (2009), Cardozo e Melo (2009),
Barretto (2000), Moraes e Cury (2002). Com a pesquisa de campo, será feito um
mapeamento de bens históricos localizados na sede municipal e a partir disso será
elaborado um roteiro educativo a ser realizado a pé por alunos da educação básica que
poderá ser utilizado de forma interdisciplinar, a fim de contribuir para o processo de
valorização do patrimônio urbano e fortalecimento da identidade cultural. Espera-se que
as ações do projeto contribuam de forma efetiva, em longo prazo, para a apropriação
dos bens patrimoniais pela comunidade, aumentando a sensação de pertencimento em
relação ao patrimônio cultural do município e como efeito multiplicador, poderá ocorrer
a valorização turística do lugar, pois, São Bernardo é um município localizado próximo
a importantes polos turísticos, que sedia várias festas ao longo do ano, atraindo grande
público regional. A partir de ações voltadas à preservação do patrimônio cultural, a
cidade também é valorizada pelos visitantes/turistas que poderão ser contemplados com
oferta de roteiros temáticos vinculados à valorização da memória local.

1
Aluna do Curso de Turismo da Universidade Federal do Maranhão – UFMA. patxga@hotmail.com.
2
Aluna do Curso de Turismo da Universidade Federal do Maranhão campus São Bernardo.
ribeiropatricia841@gmail.com.
3
Aluna do Curso de Turismo da Universidade Federal do Maranhão campus São Bernardo.
francielle22oliver@hotmail.com.
4
Aluna do Curso de Ciências Naturais da Utniversidade Federal do Maranhão campus São Bernardo.
carlianeborges18@gmail.com.
5
Professora Adjunta do Curso de Turismo da Universidade Federal do Maranhão campus São Bernardo.
tatiana.colasante@ufma.br.

58
Palavras-chave: Patrimônio cultural. Educação Patrimonial. São Bernardo – MA.
Roteiro Educativo.

59
O CENTRO HISTÓRICO DE SÃO CRISTÓVÃO/SE COMO
PRODUTO TURÍSTICO E SUA RELAÇÃO COM O
DESENVOLVIMENTO LOCAL
Cristiane Alcântara de Jesus Santos1
Claudete Carla de Oliveira Moreira2

RESUMO

A proposta presente nesta investigação parte da compreensão e da análise do turismo


enquanto um conjunto de atividades formais e informais que podem promover o
desenvolvimento socioeconômico e cultural do estado de Sergipe, localizado na região
nordeste do Brasil. Tal proposta também se embasa em inquietações inerentes aos
processos de planejamento e gestão da atividade turística em cidades históricas, assim
como, aos impactos que podem ser gerados por esta prática. Estes impactos estão
associados à globalização da vida econômica e social, porém também advém da
inserção de novas tecnologias de informação e comunicação, das transformações nos
processos de produção e consumo do espaço turístico, problemas na sustentabilidade do
desenvolvimento do turismo, entre outros. Desta forma, este artigo tem como objetivo
analisar a prática turística na cidade histórica de São Cristóvão, localizada no estado de
Sergipe, levando-se em consideração os impactos gerados a partir da apropriação do seu
centro histórico para/pelo o turismo. Com a finalidade de atingir o objetivo proposto
foram desenvolvidas distintas etapas de trabalho, a dizer: levantamento bibliográfico;
pesquisa documental, em que foram consultados os documentos oficiais da gestão do
turismo local; entrevista com gestores locais e, aplicação de questionários com
visitantes e residentes. A partir do desenvolvimento dos procedimentos metodológicos
pôde-se observar que apesar do título de Patrimônio da Humanidade outorgado a Praça
São Francisco, localizada no centro histórico da cidade, o fluxo turístico não foi
alterado, tendo em vista que não foram desenvolvidas ações que agregassem valor a
visitação turística. A cidade necessita oferecer infraestrutura para o desenvolvimento de
atividades de cultura, turismo e entretenimento como fontes geradoras de trabalho,
renda e qualidade de vida para a comunidade, a partir da articulação de distintos
segmentos do turismo. Esta articulação poderá se transformar numa nova realidade a
partir da criação de novos produtos turísticos, a exemplo de roteiros turísticos
integrados. Assim, torna-se importante sinalizar caminhos viáveis para o turismo de São
Cristóvão enfocando a existência da Praça São Francisco, no sentido de evidenciar os
desafios para a concretização de um planejamento turístico adequado que vislumbre,
primordialmente, a preservação dos bens históricos e, especificamente, da praça
supracitada. Somente desta forma e superada esta etapa inicial é que se torna possível
pensar numa perspectiva criativa que venha requalificar e promover refuncionalizações
que sejam capazes de ampliar o valor simbólico do patrimônio na cidade pela atividade
turística com vista a promover o desenvolvimento turístico local.

Palavras – Chave: Centro Histórico. Turismo. Desenvolvimento Local. São Cristóvão.

1
Doutora em Geografía, Planificación Territorial y Gestión Ambiental – Universitat de Barcelona.
Professora do Curso de Turismo/ Universidade Federal de Sergipe, Brasil. cristie09@uol.com.br.
2
Doutora em Turismo, Lazer e Cultura, Universidade de Coimbra, Portugal. Professora Auxiliar do
Departamento de Geografia e Turismo, Universidade de Coimbra, Portugal. claudete@fl.uc.pt.

60
O ESPAÇO DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA FAZENDA
ACAUÃ EM APARECIDA-PB, COMO UM LUGAR DE
CONTEMPLAÇÃO E USOS DO PASSADO
Pitágoras Marques de Medeiros1
Suzana Alves Sousa2

RESUMO

Este estudo sobre o Conjunto Arquitetônico da Fazenda Acauã, detém de um caráter


científico e investigativo a respeito da história, do modelo seguido perante a construção,
e uma possível identificação dos riscos e problemas a qual se encontra. A partir do
levantamento destes dados, seja possível uma discussão a respeito dos problemas
verificados, na busca de solução para os mesmos. Dessa forma o objetivo deste trabalho
é realizar um estudo sobre o Conjunto Arquitetônico da Fazenda Acauã localizado no
município de Aparecida – PB, como contribuição para catalogação do mesmo, na
Arquitetura Barroca Patrimonial do Estado da Paraíba. Os objetivos específicos ficam
sendo: Realizar um breve histórico sobre a edificação; avaliar o conjunto arquitetônico,
seus danos ao decorrer do tempo verificando o estado atual da edificação e a sua
disposição no terreno. Destaca-se que dentre todas as edificações com características
barrocas existentes na Paraíba, o Conjunto Arquitetônico da Fazenda Acauã composto
por Capela da Imaculada Conceição, sobrado, casarão e casarios, foi escolhida devido
não haver grandes catalogações a respeito da área e por ainda possuir uma maior riqueza
de detalhes da arquitetura barroca inicial, seguindo em sua construção com etapas e
materiais destacados por um modelo de arquitetura vernacular, ainda muito realizado
nos dias atuais na região. Ao ser preservado é legítimo que um patrimônio perpetua
significado para as futuras gerações. Perante tudo isto, surge a indagação sobre a
continuidade da obra de revitalização, pois a mesma é de vital importância para o
desenvolvimento do turismo na região, bem como para preservação da memória cultural
da localidade.

Palavras-chave: Barroco. Patrimônio. Conjunto Arquitetônico. Paraíba. Acauã.

1
Graduado em Administração – UEPB; Graduado em Arquitetura pela Faculdade Santa Maria - FSM.
pitagorasmarques@hotmail.com.
2
Graduanda do Curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal de Campina Grande -
UFCG, Centro de Formação de Professores - CFP. suzanaalvez1@gmail.com.

61
O PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO DA COMPANHIA PAULISTA:
entre os usos culturais e turísticos
Rafael Henrique de Moura1

RESUMO

A Companhia Paulista de Estradas de Ferro inicia suas atividades em 1868. Seus trilhos
“recortam” grande parte do território paulista, com seu auge se deu na primeira metade
do século XX e declínio na segunda metade do mesmo. A materialidade ferroviária são
as rugosidades presentes no território, que vão compor o patrimônio cultural ferroviário.
As edificações de tempos antigos (rugosidades) se confundem com as construções mais
recentes, principalmente quando novas funções lhe são atribuídas. A justificativa para
estes tombamentos são as características arquitetônicas e sua importância histórico para
o desenvolvimento econômico paulista. Os usos originais destas estações ocorreram
com os trens de passageiros e com o transporte de mercadorias. Entre os bens
ferroviários tombados da Companhia Paulista predominam os usos culturais. Estes
novos usos se dão pela parceria entre o Condephaat junto às estratégias de uso dos
municípios. A refuncionalização é uma alternativa para se aliar a preservação do
patrimônio cultural ferroviário com as atividades ligadas à educação patrimonial,
atividades lúdicas, museológicas, culturais e turísticas. O tombamento junto ao órgão
estadual (Condephaat) age no sentido de referendar aquilo que deve ser preservado, no
que diz respeito à preservação das estações, seu entorno e para a conservação da
memória ferroviária. Dentre os 10 bens tombados, Vinhedo atualmente é uma estação
abandonada e representa um bem tombado com a ausência de uso. Nos demais bens
tombados predominam os usos culturais ligadas às políticas e à instância local. Desse
modo, a refuncionalização se coloca como estratégia para a preservação do patrimônio
ferroviário. Para assegurar a preservação dos bens e para dinamizar e “dar vida” com
uma nova função para estes edifícios que são de toda a sociedade. É importante pontuar
que no período atual, estas cidades já sofreram transformações em suas formas e
funções, sendo assim, é pertinente que se pense qual a refuncionalização é a mais
adequada para cada um destes edifícios. O patrimônio cultural sendo um campo de
disputa política muitas vezes pela imponência dos edifícios e pelos interesses da
municipalidade atendem as demandas do capital, enquadrando o patrimônio em cenários
“ideais”, em um simulacro de criações de paisagens que vão atender as atividades
econômicas (turismo) muitas vezes negligenciando a opinião da comunidade local.
Lembremos novamente, em um plano ideal, o que deve ser tombado e patrimonializado,
é o que é relevante ao povo, sua memória e história social. Sejam as estações, ou
qualquer outra atividade ligada ao patrimônio ferroviário.

Palavras-Chave: Geografia. Refuncionalização. Patrimônio Ferroviário. Companhia


Paulista. Ferrovias – São Paulo.

1
Mestrando em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Membro do Grupo de
Pesquisa: Geografia, Turismo e Patrimônio Cultural – Geopatri. rafaelgeomga@gmail.com.

62
PALEOTURISMO E EDUCAÇÃO PARA O PATRIMÔNIO: o caso
do monumento natural vale dos dinossauros, Sousa-PB
Lucas Andrade de Morais1
Cinthia Moura Frade2
Cícero Otávio de Lima Paiva3

RESUMO

O Monumento Natural Vale dos Dinossauros é uma unidade de conservação no estado


da Paraíba, criada pelo Decreto Estadual N.º 23.832 em 27 de dezembro de 2002. O
sítio paleontológico é localizado na região do sertão paraibano e compreende uma área
de mais 1.730 km², contemplando mais de 30 municípios. Trata-se de um patrimônio
paleontológico que integra patrimônio natural, caracterizado pelas pegadas/rastros e
fósseis de mais de 80 espécies pré-históricas, estimadas em mais de 100 milhões de
anos (VIANA & CARVALHO, 2019). O Vale dos Dinossauros localiza-se no
município de Sousa onde se registrou a maior quantidade de pegadas abertas já
catalogadas, o que ocasionou o seu reconhecimento nacional e internacionalmente,
ressaltando a importância dentro dos estudos paleontológicos e do paleoturismo. Até
pouco tempo o Vale dos dinossauros e a região do sítio paleontológico sofreu com a
falta de políticas públicas de preservação do patrimônio, “abandono” do poder público e
com episódios como os “desaparecimentos/danos” de pedra com pegada de dinossauro
na região da Bacia do Rio do Peixe, sertão paraibano (MPF, 2009). Em virtude do
potencial turístico deste patrimônio, pretende-se investigar a relação do paleoturismo e
da educação para o patrimônio como fator indissociável a potencialização e
desenvolvimento do turismo regional, fortalecimento da identidade cultural e incentivo
as políticas públicas governamentais para preservação patrimonial, cultural e
socioeconômica. Assim, proceder-se-á metodologicamente pela pesquisa qualitativa, a
partir da pesquisa documental em registros oficiais (leis, decretos, atas, etc.),
iconografia e discursos científicos. Entende-se a Educação para o Patrimônio
(GRISPUM, 2000) como um processo sensibilizador para que as pessoas possam se
relacionar, identificando de forma crítica os seus patrimônios, refletindo a sua
identidade e memória com os bens culturais de nossas cidades, ou seja, é um
instrumento/mecanismo para intervenção nas cidades e para construção da cidadania,
transformando os educandos em protagonistas na defesa da memória e do patrimônio
histórico-cultural. Contudo, existe pouco incentivo federal para estimulação de Centros
Turísticos Paleontológicos com museus e área de escavação, falta de reserva de fundos e
pouca propagação da ciência paleontológica, inexistência de indícios de práticas
continuadas de ensino da paleontologia na educação básica e pouca mobilização social
para preservação do Vale dos dinossauros. É possível que a Educação para o patrimônio
possa contribuir para a formação da identidade cultural da cidade, já que alguns

1
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).lucasmorais7@gmail.com.
2
Mestranda em Gestão Pública e Cooperação Internacional pelo Programa de Pós-Graduação em Gestão
Pública e Cooperação Internacional da Universidade Federal da Paraíba (PPGPCI/UFPB). Professora na
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).admcinthiafrade@gmail.com.
3
Mestre em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade do Estado do Rio
Grande (PPGE/UERN). Assessor Jurídico da Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte –
Núcleo Regional de Pau dos Ferros/RN.cicero.otavio@hotmail.com.

63
comércios utilizam nomes relacionados a dinossauros no empreendimento e a cidade é
ornamentada com dinossauros, gerando um contributo positivo para roteiros
paleoturísticos.

Palavras-chave: Paleoturismo. Educação. Patrimônio. Sertão. Nordeste.

64
PATRIMÔNIO BRASILEIRO: um olhar histórico
Suzana Alves Sousa1
Pitágoras Marques Medeiros2
Rafaele Aparecida Figueiredo Gomes3

RESUMO

O presente trabalho consiste em apresentar, de forma breve, a trajetória responsável pela


definição do conceito de patrimônio cultural por considerar esse processo inicial
importante para quem pretende atuar em processos educacionais formais ou informais.
Etimologicamente falando, a palavra patrimônio vem de "patri", que significa "pai" ou
ainda "monium", que traduzido corresponde a "recebido"; para referir-se à "herança",
oriundo de transmitir bens às gerações da família, a qual se compreende, atualmente,
como um patrimônio a ser propagado para as gerações futuras. Pretende-se, deste modo,
fazer um recorde histórico acerca dos movimentos no campo patrimonial brasileiro que
mais se destacam, ou seja, abordar sua historicidade. É válido salientar que com o
objetivo de construir uma identidade nacional, alguns patrimônios foram preservados
em detrimento do silenciamento de outros correspondendo a um contexto social. Assim,
aquilo que legitimava grupos e ações ou que traziam prestígio para determinadas
pessoas foram valorizados. Já na segunda metade do século XX uma nova concepção é
formada sobre patrimônio. Nesse período, houve um fortalecimento ao direito à
memória. Sendo assim, surge uma significativa contribuição de inclusão da constituição
de 1988, na qual os cidadãos passaram a atribuir valor cultural, não mais sendo de
competência do Estado. Com isso, Ulpiano Meneses (2009), alega que o valor é uma
atribuição e não algo natural ou intrínseco, devendo, portanto, gerar inquietudes sobre
quem as atribui, além de se questionar sobre que tipo de valor é esse, como ele é gerado
ou construído. Logo, o patrimônio é uma construção social - na melhor concepção da
palavra - algo que é transmitido e ressignificado para a população local em conjunto
com a sociedade como um todo. Assim, torna-se necessário conhecer a historicidade em
torno deste termo para alcançar uma noção da importância da inclusão diante da atuação
dos educadores nos processos de ensino-aprendiz. Com isso, a leitura e/ou olhar que se
faz acerca do passado é diretamente influenciada pela forma como vivenciamos o
presente, ou seja, o contexto social influencia como contamos esse passado.

Palavras-chave: Patrimônio cultural. Processos educacionais. Historicidade

1
Graduanda do Curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal de Campina Grande -
UFCG, Centro de Formação de Professores - CFP. suzanaalvez1@gmail.com.
2
Graduado em Arquitetura pela Faculdade Santa Maria - FSM. pitagorasmarques@hotmail.com.
3
Graduada em Arquitetura pela Faculdade Santa Maria - FSM. rafa.tec.edificacoes@hotmail.com.

65
PATRIMÔNIO E TURISMO: as percepções dos turistas sobre a Praça
do Ferreira em Fortaleza, Ceará
Riana Jéssica da Rocha Araújo1
Igor Rodrigues Ximenes2

RESUMO

O presente trabalho intitulado “Patrimônio e Turismo: As percepções dos turistas sobre


a Praça do Ferreira, em Fortaleza, Ceará”, buscou compreender a percepção dos turistas
sobre a Praça do Ferreira enquanto atrativo turístico da Cidade de Fortaleza. Quanto aos
objetivos específicos, buscou-se explicar o conceito patrimônio histórico e sua
importância para a atividade turística; conhecer a história da Praça do Ferreira e sua
utilização enquanto atrativo turístico; bem como descrever a percepção dos turistas
sobre a Praça do Ferreira. Para atingir aos objetivos propostos, realizou-se pesquisa
bibliográfica sobre patrimônio no contexto da atividade turística, bem como sobre uso e
apropriação das praças pela atividade turística. Na pesquisa de campo, utilizou-se da
netnografia. As avaliações e percepções dos turistas foram coletadas no site
TripAdvisor. Os dados foram analisados quanti e qualitativamente. Resultados apontam
que o perfil do visitante da Praça do Ferreira é majoritariamente doméstico e viaja com
a família no período de férias escolares e festas de final de ano. Por meio dos
comentários postados pelos viajantes na plataforma TripAdvisor, pode-se identificar
como pontos fortes da Praça do Ferreira elementos relacionados à memória, patrimônio
histórico, diversidade cultural e eventos; à gastronomia regional, ao lazer,
entretenimento e compras. Como pontos negativos, foram citados elementos como
insegurança, mendicância e prostituição, infraestrutura turística precária, ausência de
áreas arborizadas, descaso e abandono por parte do poder público. Com base na média
das avaliações do TripAdvisor, dentre pontos fortes e fracos apontados, observou-se que
os turistas perceberam como muito boa a experiência de visitar Praça do Ferreira, tendo
sido apontadas sugestões de melhorias.

Palavras-chave: Turismo. Patrimônio. Praça do Ferreira. TripAdvisor. Fortaleza.

1
Turismóloga e Guia de Turismo Nacional, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará (IFCE), Especialista em Estratégia e Gestão Empresarial e Mestra em Gestão de Negócios
Turísticos, pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Atualmente, é docente do Curso Técnico de
Eventos e do Curso Superior de Gestão de Turismo do IFCE e do Centro Universitário Estácio do
Ceará.rianarocha@gmail.com.
2
Graduando em Turismo, Centro Universitário Estácio do Ceará. igorrx10@gmail.com.

66
PATRIMÔNIO INDUSTRIAL, MEMÓRIA AFETIVA E O
POTENCIAL TURÍSTICO DE UMA FÁBRICA DE
REFRIGERANTE DO RIO DE JANEIRO
Giullie Christinne Fernandes Lima Pereira1
Juliana Vianna Regly2
Thamyres Ramos da Rocha3
Urias Costa Martins4
Vitoria Nascimento Cezar5
Valeria Lima Guimarães6

RESUMO

O objetivo do trabalho é apresentar os resultados de uma pesquisa acadêmica realizada


durante a disciplina de Turismo e Patrimônio Cultural, oferecida no curso de
Bacharelado em Turismo da Universidade Federal Fluminense, localizado no município
de Niterói (RJ). A partir das aulas sobre patrimônio industrial e o potencial turístico de
lugares caracterizados pela atividade fabril (e de todo o entorno geográfico), seja ela
ativa ou inativa, os autores se sentiram estimulados a investigar o potencial turístico de
uma fábrica que há 74 anos produz o refrigerante Mineirinho. A produção, iniciada na
cidade de Niterói e transferida há algumas décadas para a cidade vizinha de São
Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, é feita numa grande fábrica que,
diferentemente de outras que produzem esse tipo de bebida, além de sucos e guaraná
natural, não oferece visitação. A construção da hipótese de que a fábrica do Mineirinho
possuía potencial para a atividade turística baseou-se nas memórias afetivas dos
próprios pesquisadores, tendo uma delas, inclusive, apontado que o refrigerante, de
distribuição restrita a algumas cidades do Rio de Janeiro, servia como souvenir turístico
para familiares residentes em outro estado do Brasil. A pesquisa, de caráter qualitativo,
mas que contou também com o auxílio de dados quantitativos, utilizou como
procedimentos metodológicos levantamentos bibliográficos sobre turismo e patrimônio
industrial e sobre a história do refrigerante. Também foram aplicados questionários
estruturados e recolhidos relatos de experiências e lembranças da relação entre o
consumidor e o refrigerante. Como resultado, foi confirmada a hipótese inicial do
potencial turístico da fábrica, considerando-se não só o caráter industrial e o
conhecimento do processo produtivo, por si só interessantes à visitação de diversos
públicos, como estudantes de nível básico e superior e consumidores em geral, mas,
principalmente, destacando a memória afetiva dos consumidores do Mineirinho como
um grande diferencial para a atividade turística na fábrica. Histórias muito interessantes

1
Graduanda de Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, RJ.
giulliefernandes@id.uff.br.
2
Graduanda de Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense,
RJ.julianaregly@id.uff.br.
3
Graduanda de Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, RJ.
thamyresrocha@id.uff.br.
4
Graduando de Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, RJ.
martinsurias@id.uff.br.
5
Graduanda de Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, RJ.
vitoriacezar@id.uff.br.
6
Professora da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, RJ.
valeriaguimaraes@id.uff.br.

67
foram contadas, que demonstram como o Mineirinho esteve e continua ligado a
momentos marcantes nas vidas das pessoas. Também foi constatado que a cidade de
São Gonçalo, onde se situa a fábrica do refrigerante, possui outros atrativos turísticos
(naturais, histórico-culturais) pouco valorizados que, pensados em conjunto, poderiam
oportunizar a criação de circuitos turísticos na cidade, tendo o turismo industrial papel
bastante relevante.

Palavras-chave: Turismo. Patrimônio industrial. Refrigerante Mineirinho. Memória.

68
TURISMO E PATRIMÔNIO NA CIDADE DE BALSAS,
MARANHÃO
Claudiceia Silva Mendes1

RESUMO

O município de Balsas, localizada no Estado do Maranhão é uma cidade centenária,


instituída através da Lei Estadual nº 775, de 22 de março de1918. A cidade teve sua
evolução urbana e econômica ao longo dos seus 102 anos. A cidade cresceu as margens
do rio Balsas, no porto Caraíbas, que passou muitos anos sendo o centro comercial da
cidade, aonde chegavam às mercadorias pelas balsas que abasteciam a cidade e a região.
Ao longo dos anos, alguns espaços urbanos, edificações e elementos de estruturação
urbana se tornaram referências para os balsenses, como meio de identidade do seu povo
e da sua história. Sendo assim este trabalho tem como objetivo identificar os pontos
turísticos e patrimônios históricos da cidade Balsas. A metodologia utilizada foi de
caráter qualitativo de natureza básica e descritiva. Os procedimentos metodológicos
adotados foram à pesquisa bibliográfica, documental e levantamento fotográfico e
pesquisa de campo. Como resultados foram encontrados locais dentro da cidade de
Balsas tombados pela legislação municipal como Patrimônio Cultural, Histórico e
Turístico, tais como a Ponte Pênsil Dr. Roosevelt Moreira Cury, sobre o Rio Balsas,
popularmente conhecida como a Ponte de Madeira, através do da Lei nº 1.452, de 12 de
abril de 2019, e ainda o Meio de Transporte Fluvial da Balsa através de Lei nº 1.483, de
22 de agosto de 2019. O Plano Diretor da cidade, instituído pela lei nº 1, 395/2018,
criou as áreas de Interesse Cultural e Turístico (AICT) da Santa Luzia e da Zona de
Interesse Turístico da Canaã possibilitando investimentos na melhoria dos acessos e
infraestrutura turística para melhor recepcionar turistas e usuários, além de determinar o
desenvolvimento do potencial turístico dentro da cadeia produtiva local e a melhoria da
infraestrutura local para garantir acessibilidade e desenvolvimento sustentável para as
áreas. A Lei de nº 1.396/2018 de zoneamento, uso e ocupação instituiu uma zona
histórica e paisagística na cidade, área que compreende o porto Caraíbas e muitas
edificações construídas no início da formação da cidade, além das Zonas de Proteção
Ambientais do Rio Balsas, rio maravilha, Araçá, Pendanga, Picos, a Zona de Interesse
turístico do Canaã e a Área de Relevante Interesse Ecológico Encontro dos Três Rios,
que terá um importante papel de preservação do patrimônio natural da cidade. É
importante ressaltar que o patrimônio ambiental, histórico e turístico sempre possui o
Rio Balsas, como principal elemento de identidade da cidade.

Palavras-chave: Balsas. Preservação. Patrimônio Cultural e Ambiental.

1
Arquiteta Urbanista, mestre em Energia e Ambiente, Universidade Federal do Maranhão,
claudiceia.mendes@ufma.br.

69
GT 04
Coordenador: Profa. Ma. Grace Kelly Silva Sobral Souza

Monitor: Fernanda Antonia Carvalho Silva

70
A ATIVIDADE TURÍSTICA E A PRESERVAÇÃO DO
PATRIMÔNIO CULTURAL INDÍGENA NA ALDEIA MATA
VERDE BONITA
Jacqueline de Andrade Lopes1

RESUMO

O presente trabalho procurou compreender como a atividade turística pode contribuir


para o fortalecimento de uma comunidade indígena na busca pela preservação de sua
cultura e "como um aparato de afirmação política" (PEREIRO; FERNANDES, 2018).
Na qualidade de um trabalho de iniciação à Antropologia, a base teórica metodológica
deste trabalho está calcada nas obras clássicas de etnografia de Malinowski (1978) e
Velho (1978), de base qualitativa e caracterizada pela observação direta, entrevistas
formais e conversas informais, registro de dados em caderno de campo e posterior
descrição e análise a partir do referencial teórico. O grupo indígena estudado pertence à
etnia Guarani M'bya e sua língua, de acordo com o IPHAN, é um legado cultural dos
povos indígenas e patrimônio cultural brasileiro. Ademais, suas cerimônias e rituais
cotidianos, caracterizados de cantos, danças, artesanato, pesca e outros saberes
representam a diversidade cultural, compreendido enquanto um patrimônio cultural
imaterial. Além da atividade turística, também vivem da venda de artesanatos e do
plantio, e sua aldeia se localiza na Restinga em São José do Imbassaí, no município de
Maricá, estado do Rio de janeiro. Considerando a complexidade da sociedade
contemporânea e que a visão de mundo é condicionada pela cultura como uma “lente”,
em que cada cultura cria estereótipos que geram discriminações (LARAIA, 2001), o
dissenso e a possibilidade de conflito é permanente (VELHO, 1978), ao passo que a
realidade destes indígenas tem de ser negociada constantemente e a atividade turística é
capaz de viabilizar tanto seu fortalecimento quanto reforçar sua cultura. O turismo,
enquanto um fenômeno sociocultural complexo, pode possibilitar a superação do
etnocentrismo tanto de turistas quanto residentes através da vivência da alteridade,
podendo propiciar uma mudança a partir do encontro de diferentes culturas (PEREIRO
e FERNANDES, 2018) devido a capacidade humana de questionar seus próprios
hábitos e modificá-los (LARAIA, 2001). Ao longo da entrevista, o grupo indígena
destacou a importância do conhecimento na compreensão do outro e no combate aos
estereótipos negativos, salientando que a melhor maneira de promover sua causa é
recebendo as pessoas na aldeia, seja pelo turismo, esporte ou pela educação. Assim, foi
possível refletir o papel que o turismo tem na negociação dos diversos entendimentos
sobre os indígenas, que para além da “rentabilidade econômica”, pode propiciar a
“revitalização de identidades culturais ou a autoconsciência local” e “uma aprendizagem
intercultural e desenvolver uma experiência mais enriquecedora” (PEREIRO;
FERNANDES, 2018).

Palavras-chave: Antropologia. Turismo cultural. Patrimônio cultural. Etnocentrismo.


Aldeia indígena.

1
Bacharela e Licenciada em História (ICHF/UFF). Graduanda do terceiro período do curso de
Bacharelado em Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense
(FTH/UFF). jacquelineal@id.uff.br.

71
ANÁLISE ORGANIZACIONAL E FOTOETNOGRÁFICA DO
PARQUE DE ESCULTURAS NATURAIS (RECANTO DOURADO)
NAS FALÉSIAS DA PRAIA DE MAJORLÂNDIA – CEARÁ
José Orlando Costa Nunes1
Edinal Salustiano da Silva2
Edigleuson da Costa Ribeiro3

RESUMO

Este estudo analisa não somente o estado de conservação e preservação das 16


esculturas naturais feita nas falésias do parque de esculturas na praia de Majorlândia em
Aracati no Ceará-Brasil, bem como o trabalho de gestão feito pelos seus gestores tanto
na pousada como no parque do complexo turístico intitulado Recanto Dourado para a
preservação e a sustentabilidade do local tanto em termos naturais como econômico. A
metodologia trabalhada foi de dois tipos: a análise organizacional priorizando os
aspectos da gestão para um melhor desenvolvimento do complexo (parque e pousada),
como também a análise foto etnográfica registrando o estado de conservação das
esculturas em análise. As unidades de análises foram às próprias esculturas (16) e 02
gestores responsáveis pelo complexo que responderam algumas questões na forma de
entrevista diretiva originada do roteiro próprio da análise organizacional já em uso em
pesquisas. Os resultados evidenciaram a necessidade urgente de preservação das
esculturas, inclusive das duas que já foram completamente destruídas, bem como uma
participação mais efetiva dos órgãos públicos no nível municipal e estadual com fins de
apoio efetivo na preservação, manutenção e gestão do complexo das esculturas do
Recanto Dourado na Praia de Majorlândia como atrativo turístico de visitação.

Palavras-Chave: Gestão do Turismo. Patrimônio Material. Conservação do Patrimônio.

1
Mestre Docente – UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
joseorlandobrasil@hotmail.com.
2
Graduando em Administração – UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido.
edinal2050@hotmail.com.
3
Graduando em Administração – UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
edigleusoncosta@gmail.com.

72
CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AS POLÍTICAS DE
SALVAGUARDA DO TAMBOR DE CRIOULA
Maria da Graça Reis Cardoso1
Dorilene Sousa Santos2
Mariana Queen Cardoso da Silva3

RESUMO

O Tambor de crioula é uma manifestação cultural de origem africana, produzida no


Brasil durante o escravismo. Atualmente, é reproduzida em São Luís e algumas cidades
do interior maranhenses. Desde 2007, o Tambor de Crioula integra um grupo de
manifestações afro-brasileiras, reconhecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional – IPHAN, como Patrimônio Cultural Imaterial. Todavia, toda ação
produz impactos. Nesse sentido, quais os impactos positivos e negativos advindos do
registro para o Tambor de Crioula? Para quem de fato interessa o reconhecimento de
patrimônio imaterial brasileiro? Quais ações políticas estão sendo realizadas para a
manutenção do registro de salvaguarda do Tambor de Crioula? Para isso, objetiva-se
compreender o lugar das manifestações afro-brasileiras na política de salvaguarda do
patrimônio imaterial do Brasil, tendo como objeto de análise o registro do Tambor de
Crioula enquanto território de valores civilizatórios afro-brasileiros. Para alcançar os
resultados trilhou-se um percurso teórico-metodológico explicativo de caráter
bibliográfico, documental e etnográfico. Considerando que se trata de uma pesquisa
ainda em andamento, conclui-se que o título concedido pelo IPHAN proporcionou
visibilidade e elevou a autoestima dos atores que fazem o Tambor de Crioula. No
entanto, desde a criação dos órgãos de salvaguarda do patrimônio, um longo caminho
foi percorrido para que ocorresse o reconhecimento do patrimônio advindo das culturas
não europeias. Vale ressaltar ainda que classificação dicotômica do Patrimônio cultural,
por parte do IPHAN, em patrimônio material e imaterial, não se adequa às
especificidades da maioria das manifestações afro-brasileiras. Em virtude dessas,
reproduzirem na sua essência elementos de sua africanidade que se revelam através da
ancestralidade, territorialidade, memória, comunidade, coletividade, parentesco,
circularidade, dentre outros valores civilizatórios afro-brasileiros.

Palavras-chave: Cultura. Tambor de Crioula. Valores civilizatórios.

1
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Maranhão. Professora do Departamento de Turismo
e Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Membro do Grupo de Estudo e Pesquisas em
Patrimônio Cultural (GEPPaC – UFMA/PGCult), Membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros –
NEAB – UFMA. gracabanto34@gmail.com.
2
Mestra em Cultura e Sociedade – PGCult/UFMA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Patrimônio Cultural (GEPPaC – UFMA). dorilene.sousa@gmail.com.
3
Graduada em Direito pela Universidade CEUMA. Membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros –
NEAB – UFMA; membro do Grupo de Estudos e pesquisas em Patrimônio Cultural – GEPPaC - UFMA.
marianaqueenadv@gmail.com.

73
DE ARTEFATOS ARQUEOLÓGICOS AO CANGAÇO: o acervo do
Museu no Turismo de Base Comunitária na comunidade Jacaré em
Tobias Barreto-SE
Estefanni Patricia Santos Santos1
Rosangela Vilela Sobral Silva2
Irinéia Rosa do Nascimento3

RESUMO

O artigo busca observar a relação dos visitantes com um acervo particular de um


morador da comunidade Jacaré, em Tobias Barreto-SE. O ambiente, intitulado “Museu
D. Maria”, possui elementos de época que foram cedidos por moradores da
comunidade, como documentos e fotografias históricas de pessoas que já passaram pela
região. O local recebe visitantes de estados vizinhos e grupos escolares e é um ambiente
que dialoga com temas como cangaço (pois cangaceiros passaram pela região e
deixaram objetos), arqueologia (devido a presença de artefatos), móveis, acessórios,
utensílios que abordam sobre a trajetória dos membros da comunidade. Os museus
despertam o interesse de diversos públicos, onde o espaço museológico se caracteriza
por ter um papel decisivo na reafirmação dos discursos, significados históricos e
culturais de um grupo. A sua relação com o Turismo de Base Comunitária (TBC),
conforme Burgos e Mertens (2015) parte da organização e participação dos atores locais
assumindo um papel ativo no planejamento e gestão da atividade turística, buscando o
bem-estar e a geração de benefícios para seus membros. A metodologia deste trabalho
parte de um estudo de caso, por meio de visitações ao local. As fontes resultam de
pesquisas de campo com registros fotográficos, análise etnográfica e revisões
bibliográficas. Entende-se que a ideia de construir um museu com a ajuda dos
moradores fortalece a construção da memória coletiva, resguardar a sua história, além
de apresentá-la aos visitantes.

Palavras-chave: Turismo de Base Comunitária. Atrativo turístico. Museu.

1
Mestra em Turismo (IFS); Especialista em Arte-Educação (FSLF); Graduada em História (UNIT) e em
Museologia (UFS). estefanni.p@gmail.com.
2
Mestra em Turismo (IFS); Bacharel em Turismo (UFS); Graduada em Letras Português (UFS).
rosangelaavilela@gmail.com.
3
Doutora em Química pela Universidade Federal da Bahia. Professora Titular do Instituto Federal de
Sergipe - IFS. irineiarosa@gmail.com.

74
FESTA DE SETEMBRO: Tradição, Cultura e Fé na vida dos
patoenses
Erson Kaio Araújo Lima1
José Lucas de Souza Rodrigues2
Pedro Gomes Lucena3
Geymeesson Brito da Silva4

RESUMO

O cristianismo chega ao Brasil juntamente com os portugueses e lançaram profundas


raízes na sociedade. Vindo de Portugal para o Brasil, o costume de celebrar a devoção
dos santos, a igreja colaborou para que tais festejos se popularizassem nas novas terras,
cercadas de simbolismo e ritos, esses festejos foram crescendo e no decorrer dos anos
tornaram-se tão conhecidos e fortes que hoje, os números de fieis ultrapassa os milhões
(NASCIMENTO, 2007). O nordeste do Brasil é a região onde mais de fixou esses
festejos pelo fato da religiosidade ter sido algo mais forte e resistente. Naquela região,
nota-se uma predisposição para a instituição dessa cultura pois ali na época da
colonização concentrava-se o centro econômico, político e intelectual do país. A cidade
de Patos, assim como o estado da Paraíba também teve sua fundação com preceitos
religiosos, em 1773 teve fim a construção da ermida dedicada à Nossa Senhora da Guia,
santa de devoção das famílias fundadoras e que até os dias atuais é venerada pelos
patoenses com maior intensidade no mês de setembro, onde celebra-se sua memória. Tal
feito culminou na conhecida Festa de Setembro que é celebrada a mais de 230 anos
pelos moradores da cidade, e de tal modo que os visitantes e turistas vem nos dias de 14
a 24 de setembro para comemorar a santa padroeira em 10 dias de festa com muita
animação e devoção (LUCENA, 2015). Sendo assim, este trabalho busca esclarecer de
que modo a Festa de Setembro exerce impacto sociocultural, econômico e turístico na
cidade de Patos, de modo que para a execução do mesmo será necessário adentrar em
referências bibliográficas, documentos, jornais locais, dissertações e teses que
concatenem com o assunto, bem como o saber empírico e popular. Desde então,
observa-se que a Festa de Setembro vem ganhando destaque na região nordeste,
tornando-se a maior festa religiosa do sertão paraibano, onde anualmente são reunidos
povos de cidades vizinhas e também de estados do Ceará, Rio Grande do Norte e
Pernambuco. É importante poder identificar a evolução cultural de um povo através das
suas manifestações religiosas, onde dessa forma as tradições são perpetuadas de tal
modo que estão intrínsecas ao modo de vida de uma cultura. Conclui-se que o povo
potoense não deve considerar apenas importância da festa no seu contexto atual, mas a
causa das suas transformações na contemporaneidade, no turismo, comércio e demais
meios de movimentação econômica para a cidade.

1
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pesquisador NUPEDI
– IFPB/CNPq. Linha de pesquisa sobre Patrimônio. E-mail: erson_kaio@hotmail.com.
2
Graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pesquisador do
NUPEDI – IFPB/CNPq. Linha de pesquisa sobre Patrimônio. E-mail: j.lucasrodrigues81@gmail.com.
3
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pós-Graduando em
Assistência Técnica nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia pela Universidade Federal da
Paraíba UFPB. E-mail: Pedroglucena@gmail.com.
4
Mestrando em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade
Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). E-mail: geimerson18@hotmail.com.

75
Palavras-chave: Festa de Setembro. Nossa Senhora da Guia. Fé. Devoção.

76
FESTIVIDADE SERGIPANA E TURISMO: análise da festa de
Lambe-sujos e Caboclinhos em Laranjeiras-SE
Estefanni Patrícia Santos Silva 1

RESUMO

O artigo propõe a análise da festividade Lambe-sujos e Caboclinhos, que se tornou um


dos acontecimentos mais esperados anualmente pelos sergipanos na cidade histórica de
Laranjeiras. Entendendo a festa como um produto cultural da cidade, que
constantemente é moldada aos tempos em que está sendo empregada, mas sempre
preservando e aplicando traços peculiares da manifestação a cada ano (AMARAL,
1998). Notado como um dos atrativos turísticos do município, localizada a 22 km da
capital Aracaju, a festividade representa as perseguições e batalhas entre negros
escravos e índios domesticados pelos senhores de engenhos no período do Brasil
colonial. O Lambe-Sujos x Caboclinhos acontece todos os anos no 2º domingo de
outubro, tendo como cenário a arquitetura colonial, configurando uma tradição da
cidade (SANTOS, 2013). Percebe-se que as manifestações populares nem sempre
inicialmente são pensadas para promover ou para impulsionar o turismo de
determinadas regiões e/ou contextos. Nesse caso específico que resulta de tradição, ou
seja, de uma festa com heranças do período colonial no Nordeste brasileiro, percebe-se
que eventos dessa natureza, quando planejados e pensados, podem ser utilizados para
impulsionar o turismo em municípios e/ou regiões. O acontecimento reúne visitantes,
turistas de diversas cidades e Estados do Brasil, sobretudo pesquisadores do segmento
das ciências sociais aplicadas e humanas. Em Laranjeiras há um campus da
Universidade Federal de Sergipe (UFS) que fomenta a participação e pesquisa sobre a
temática. A metodologia parte de um estudo de caso, por meio de visitações ao festejo.
As fontes resultam de pesquisas de campo feitas ao longo de 5 anos. Compreende em
registros fotográficos, análise etnográfica e revisões bibliográficas. Com o intuito em
apresentar uma manifestação folclórica que se encontra incluída no calendário turístico
do município, o trabalho propõe analisar suas características que movimentam a
economia local e a consolida como um atrativo para a cidade.

Palavras-chave: Turismo. Festa. Atrativo turístico.

1
Mestra em Turismo (IFS); Especialista em Arte-Educação (FSLF); Graduada em História (UNIT) e em
Museologia (UFS). estefanni.p@gmail.com.

77
GASTRONOMIA E PATRIMÔNIO IMATERIAL: o potencial da
queijada de São Cristóvão/SE para o turismo
Pedro Henrique Jesus Santos1
João Paulo Fonseca Nascimento2

RESUMO

A queijada de São Cristóvão é um elemento histórico-identitário e representativo da


cultura local sancristovense, produzida em forno de barro, tendo suas origens na cozinha
portuguesa e foi transformada pelas negras cozinheiras da casa grande, substituindo o
queijo pelo côco (SANTOS; AZEVEDO, 2018), durante o período de colonização do
nordeste brasileiro. A cidade de São Cristóvão é a 4º cidade mais antiga do Brasil e foi a
primeira capital de Sergipe, elevada a patrimônio mundial da UNESCO, em 3 de agosto
de 2010 e no âmbito do IPHAN, por meio do Decreto de Lei Nº 94, de 22 de julho de
1938, recebe o título de patrimônio pelo conjunto arquitetônico composto pela Igreja e o
Convento de São Francisco, a Capela da Ordem Terceira – atual Museu da Arte Sacra, a
Santa Casa e a Igreja da Misericórdia, o Palácio Provincial e o casario antigo que o
contempla. Do mesmo modo, a queijada patrimônio imaterial do Estado de Sergipe
(Decreto de Lei Nº 27.720 de 2011). Nesse sentido, o objetivo desta comunicação é
evidenciar o potencial da queijada de São Cristóvão para o turismo, enquanto elemento
da gastronomia sancristovense. Para isso, como aporte teórico-metodológico,
realizamos uma pesquisa bibliográfica (GIL, 2008), com base em livros, cartilhas e
artigos publicados em meio eletrônico, que discorrem sobre o nosso objeto de estudo.
Diante disso, o modo de saber fazer queijada se apresenta como único e identitário da
cidade de São Cristóvão, fator que lhe confere singularidade dada a sua dimensão
social, tornando-a potencial enquanto produto que pode ser apropriado pelo turismo e
gerar mais postos de trabalho para as mulheres que têm sua renda oriunda da produção
da queijada, pois o turismo é capaz de promover o desenvolvimento de uma localidade,
até mesmo pela sua capacidade de funcionar como vetor de comunicação e promoção
das potencialidades de uma comunidade, motivando o deslocamento de turistas para
consumir as potencialidades locais. Nesse sentido, a queijada, juntamente com outros
doces provenientes do açúcar, produzidos por mulheres da cidade de São Cristóvão e
seus povoados, com notoriedade para Dona Marieta, tem potencial para se tornar
atrativo turístico gastronômico, conforme (LEAL; ARAGÃO, 2012) reforçam que esta
tradição é um diferencial atrelado à cultura local. Portanto, a queijada é um elemento
autêntico do cotidiano do sancristovense, que é comumente procurado por um perfil de
turista que pretende vivenciar experiências reais, fortemente ligadas à comunidade.

Palavras-chave: Queijada. São Cristóvão. Patrimônio imaterial.

1
Graduando em Turismo pela Universidade Federal de Sergipe. phhenrikue@gmail.com.
2
Mestrando em Estudos Linguísticos pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL/UFS).
fonsecajoaopaulo18@gmail.com.

78
GEOPARQUES E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL
ATRAVÉS DA PRÁTICA DO TURISMO: considerações sobre o
geoparque aspirante Seridó-RN (Brasil)
Almir Félix Batista de Oliveira1

RESUMO

O presente trabalho apresentado aos participantes do Seminário Internacional Turismo,


Cidades e Patrimônio, tem o objetivo examinar (investigar, caracterizar e compreender)
as relações entretidas a constituição de Geoparques, em especial do Geoparque
Aspirante Seridó no Estado do Rio Grande do Norte, no Brasil, e a preservação do
patrimônio cultural e natural existente nessa região do estado. A constituição da
proposta de implantação desse geoparque envolveu efetivamente 06 municípios dessa
região: Currais Novos, Acarí, Cerro Corá, Lagoa Nova, Carnaúba dos Dantas e
Parelhas, abrangendo uma área de 2.800 quilômetros quadrados. Baseado no tripé
geoconservação, geoeducação e geoturismo, os geoparques tem buscado,
desenvolvimento social e econômico das regiões onde são implantados, principalmente
através da prática turística, proporcionando também a preservação e a conservação do
patrimônio cultural e natural dessas localidades. Para além e da obrigatória preservação
do patrimônio geológico também se faz necessário o incremento econômico-social das
pessoas que vivem nesses lugares, inclusive incentivando que os mesmos protejam as
suas formas de vida e de relacionamento, além da sua cultura material como forma de
valorização de se próprio e de sua comunidade em consonância com a preservação da
natureza. O presente trabalho analisara a produção de material pelo Geoparque que
incentiva essa preservação, assim como a literatura existente sobre a temática e realizará
entrevistas com os dirigentes do mesmo. Por fim consubstanciaremos todos os dados
obtidos e as análises realizadas em texto a ser publicado e esperaremos estar
contribuindo para tão rica discussão.

Palavras-Chave: Preservação. Cidades. Prática de Turismo. Geoparque Aspirante


Seridó – RN. Patrimônio Cultural e Natural.

1
Bolsista do Programa Nacional de Pós-Doutorado (CAPES) do Programa Pós-Graduação em Turismo
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Graduado em Administração de Empresas pela UFPB.
Mestre em História pelo Programa de Pós-graduação em História da UFPE e Doutor em História pelo
Programa Pós-graduação em História da PUC-SP. almirfbo@yahoo.com.br.

79
HERANÇAS CULTURAIS ORIUNDAS DA MIGRAÇÃO
CEARENSE EM COLÔNIA AMÉLIA, TURIAÇU-MA / BRASIL
Marinalva Ferreira Monteiro1
Ana Rosa Marques2

RESUMO

Nossas reflexões neste artigo decorrem de uma pesquisa realizada nos anos 2015/2016,
a partir do trabalho de conclusão do curso em geografia, através do Programa Especial
de Formação de Professores para Educação Básica (PROEB). Aborda sobre heranças
culturais oriundas da migração Cearense em Colônia Amélia Turiaçu-MA. As
migrações fizeram e fazem parte da história das populações humanas, que
constantemente estão a migrarem, migrar também é uma prerrogativa do ser humano
que movimentou caçadores, coletores, promovendo a dispersão das espécies por vários
continentes (BACC, 2012), dessa forma esse movimento continua sendo praticado na
contemporaneidade pelo homem que continua indo (emigrante) e vindo (imigrante)
tornando a migração assunto atual e universal. De acordo com Barboza (2010) a
migração contribuiu a formação de novas identidades. Para Feitosa e Trovão (2006) a
ocupação do espaço maranhense resultou de três correntes principais, de origens e
tempos diferentes, sendo estas: corrente do litoral, dos criadores de gado e dos
migrantes da seca. Esta última corrente teve maior influência na ocupação do território
maranhense no início do século XX. Neste contexto surgem novas colônias que se
estabelecem em diferentes lugares do Maranhão, dentre as quais destacam-se Colônia
Amélia – Turiaçu (ALMEIDA, 2008). Segundo dados da pesquisa (2016) a última
família a migrar do Ceará rumo a Colônia Amélia maranhão, foram os “Tomaz” que
chegaram em 1960, seguindo os passos de outros parentes que já estavam instalados na
localidade. A referida família veio da cidade Cearense na época conhecida como Viera
dos Carros, também ocorreu migração de: Itapipoca, Jaguaribe e outros. Percebe-se
claramente a herança cultural no que compreende a fala, as comidas típicas e festas de
caráter religioso – São Sebastião e Senhor do Bomfim (Herança Cultural) celebrada há
mais de duzentos e setenta anos no Ceará. A festa do Senhor do Bomfim em Colônia
Amélia Maranhão, atrai um grande fluxo turístico, que chegam em diversas caravanas
vindas de diferentes localidades, movimentando a economia local atraindo diversos
ambulantes (roupas, calçados, brinquedos e outros). Muitas pessoas voltam a localidade
para festejar, rever os familiares, além disso, trazem consigo amigos e/ou vizinhos que
acabam trazendo outras pessoas após viver a experiência do festejo, mantendo assim
viva a tradição cultural que perdura há mais de um século.

Palavras-chave: Migração cearense. Colônia Amélia – MA. Herança cultural, Turismo.

1
Mestranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia, Natureza e Dinâmica do
Espaço – PPGeo da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. marinalvaklm@gmail.com.
2
Doutora em Geografia Estadual Paulista Presidente Prudente, Professora adjunta da Universidade
Estadual do Maranhão – UEMA Analista Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis Maranhão. anclaros46@gmail.com.

80
MULHERES NEGRAS, PATRIMÔNIO ÉTNICO-CULTURAL NA
CIDADE OITOCENTISTA DE SÃO LUÍS - MA
Maria da Graça Reis Cardoso1
Mariana Queen Cardoso da Silva2
Izenilde Ferreira Santos3

RESUMO

O presente trabalho é resultado parcial de uma pesquisa em construção. Cujo propósito


é dar visibilidade positiva ao trabalho de mulheres negras escravizadas na condição de
negras de ganho na cidade de São Luís-MA, durante o escravismo no século XIX.
Vislumbra-se o papel dessas mulheres na construção do patrimônio étnico-cultural da
cidade oitocentista, com foco no campo da culinária maranhense. Nesse sentido, aborda-
se a relação intrínseca entre a atividade turística e a cultura, sobretudo o patrimônio
afro-maranhense, bem como um breve histórico acerca do comércio informal de
alimentos em São Luís no século XIX e seus instrumentos de controle no contexto da
cidade. Com destaque para as mulheres negras de ganho e sua memória através da
literatura maranhense. O percurso metodológico adotado vem se desenvolvendo de
forma interdisciplinar no campo da história social e cultural, utilizando fontes de
pesquisa bibliográfica e documental por meio de uma releitura dos Códigos de Postura
da cidade na época. Faz-se uso de anúncios de jornais e literatura do século XIX. E
também por meio de fontes orais (ainda não realizadas). Até o presente, os instrumentos
analisados durante a pesquisa apontam que a culinária de São Luís tem um grande valor
identitário na cultura maranhense, constituindo-se como elemento de suma importância
para a formatação do produto gastronômico no mercado turístico. Constatou-se ainda
que, a contribuição das mulheres negras foi decisiva para a construção da identidade da
culinária através da atividade laboral do ganho no mercado informal de alimentos nas
ruas da cidade de São Luís no século XIX.

Palavras-chave: Mulheres negras. Escravas de ganho. Identidade. Culinária.

1
Turismóloga, Mestre em Educação, Docente do Departamento de Turismo e Hotelaria da Universidade
Federal do Maranhão. Membro do Núcleo de Estudos Afro – Brasileiros - NEAB – UFMA; membro do
Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio Cultural – GEPPaC – UFMA.
gracabanto34@gmail.com.
2
Graduada em Direito pela Universidade CEUMA. Membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros –
NEAB – UFMA; membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio Cultural – GEPPac - UFMA.
marianaqueenadv@gmail.com.
3
Turismóloga pela Universidade Federal do Maranhão. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Patrimônio Cultural – GEPPaC – UFMA. izenilde.avelar@hotmail.com.

81
O PATRIMÔNIO CULTURAL E O CONTO BRASILEIRO “A
MÁQUINA EXTRAVIADA”
Rafael Henrique de Moura1

RESUMO

O presente trabalho propõe um diálogo entre o campo do patrimônio com uma obra da
literatura brasileira. O texto para subsidiar essa análise será “A máquina extraviada” de
José J. Veiga*. Com uma escrita denunciativa sobre a política de uma pequena cidade do
Brasil o conto narra a vida nesta localidade e o grande acontecimento que foi a chegada
da grande máquina. A máquina chegou em alguns caminhões e após muito trabalho não
foi finalizada. Com isso, a máquina causou mistério e simpatia em todas as gerações de
moradores despertando o interesse da população local. Sobre tal máquina, o que era e
qual sua função pouco importa, mas sim o significado na valorização e no imaginário
que este causou na população. A descrição do narrador do conto dá uma “noção de
patrimônio”, uma vez que a população atribuiu valor a este bem. Este patrimônio pode
ser compreendido na tipologia denominada patrimônio industrial que é uma das partes
para a análise do patrimônio cultural e pode ser definido como: “os vestígios da cultura
industrial que possuem valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou científico.
Estes vestígios englobam edifícios e maquinaria, oficinas, fábricas, minas” [...]
(TICCIH, 2003, p. 3) (grifo nosso). Em uma aproximação entre o conto e a questão
patrimonial, algumas passagens chamam atenção, como “já existe aqui um movimento
para declarar a máquina monumento municipal”; em outro trecho os habitantes locais
ficam intrigados só em pensar na perda deste bem. Cabe observarmos que a população
após ter selecionado e valorizado aquele bem, não quer mais perdê-lo, e “arrumar” a
máquina, seria a sua ruína. Em síntese, “A máquina extraviada” é uma obra excelente
para a educação patrimonial e para o estudo no campo do patrimônio cultural.

Palavras-Chave: Patrimônio Cultural. Literatura Brasileira. Patrimônio Industrial.


Contos – A máquina extraviada.

1
Mestrando em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Membro do Grupo de
Pesquisa: Geografia, Turismo e Patrimônio Cultural – Geopatri. rafaelgeomga@gmail.com.
*
VEIGA, José J. A máquina extraviada. In: Melhores contos de J. J. Veiga. (Seleção de J. Aderaldo
Castello). 4. ed. São Paulo: Global, 2000. (Coleção Melhores Contos) p. 133-136.

82
OS FESTEJOS JUNINOS E O IMPACTO ECONÔMICO-
CULTURAL NA CIDADE DE PATOS-PB
Yasmim Karine Cristovão Rodrigues de Souza Cipriano1
Vitória Samia de Sousa Santos 2
Geymeesson Brito da Silva3
Lucas Andrade de Morais4
Eunice Ferreira Carvalho5

RESUMO

Desde a sua origem, as festas juninas têm forte ligação com a produção rural do milho e
as comidas típicas que são características deste período. O São João no Nordeste é uma
das maiores manifestações culturais em todo país, evidenciada no mês de junho por
meio dos festejos juninos, e enaltecendo as comemorações cristãs de santos como Santo
Antônio, São João e São Pedro. Para a cidade de Patos, localizada no interior do estado
da Paraíba, o mês de junho tem um peso cultural e econômico bem evidente na vida dos
sertanejos, devido a experiência no São João, vivenciada pelos moradores e turistas que
viajam até a cidade no período junino. Castro (2012), destaca a importância das festas
juninas pelo ponto de vista econômico e na sua prática cultural. Sendo assim, este
estudo objetiva analisar o impacto econômico-cultural na cidade de Patos, por meio dos
festejos juninos. Para Miguez (2012) as festas juninas no interior do Nordeste remetem
a tradução do seu povo e da identidade cultural brasileira. Para realização deste estudo,
adotou-se uma pesquisa de análise de dados em que examina o período que a cidade não
tinha São João para o momento que se encontra – uma atividade turística da região –,
destacando os principais impactos que os festejos juninos causam no desenvolvimento
regional a partir dos seus múltiplos aspectos culturais, econômicos e sociais. Sob o olhar
do turismo, os gestores públicos de cidades do interior paraibano empenham-se em
promover a imagem das cidades por meio das festas juninas, visando consolidar uma
modalidade de turismo cultural. O São João de Patos quando observado do ponto de
vista econômico é bastante benéfico para a economia local, pois tem como intuito o
aquecimento no comércio e turismo que é realizado pela população do município,
cidades vizinhas e turistas de outros países que visitam a cidade. Ainda no foco do
desenvolvimento local, a Prefeitura Municipal de Patos (PMP, 2015), no ano de 2015
lançou um projeto que que tinha como alvo a decoração junina das lojas por meio do
concurso ‘São João no Meu Comércio’ que contou com a adesão da maioria dos
comerciantes da cidade. A Feira de Calçados também é um exemplo bem claro de
geração de renda, por estimular o emprego e ajudar na promoção, divulgação e

1
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CCEA).
yasmimrodrigues.adm@gmail.com.
2
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CCEA).
vitoriasamia.adm@gmail.com.
3
Mestrando em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade
Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). geimerson18@hotmail.com.
4
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). lucasmorais7@gmail.com.
5
Doutoranda em Estudos Urbanos e Regionais pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e
Regionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPEUR/UFRN). Professora na Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB). elocarvalho12@gmail.com.

83
comercialização dos produtos durante o evento. O que permite concluir que os festejos
juninos é a essência do povo nordestino, e contribuem para a preservação dos aspectos
culturais, fomenta o turismo e dinamizam os pequenos estabelecimentos comerciais
locais na geração de emprego e renda para a cidade.

Palavras-chave: Nordeste. Patos. Festejos juninos. Turismo cultural. Economia local.

84
PAISAGEM, MEMÓRIA, IDENTIDADE NO QUILOMBO ENTRE
RIOS EM CURURUPU (MARANHÃO)
Saulo Ribeiro dos Santos1
Protásio Cézar dos Santos2
Angela Roberta Lucas Leite3
Áurea Helena da Conceição Rocha4
Gisele Polanski França da Silva5

RESUMO

As comunidades que residem em áreas de quilombos são consideradas principalmente


territórios culturais, pois são locais com forte tradição cultural e também com
autorreconhecimento de identidade e afirmação sociocultural. Este trabalho deriva dos
resultados de um projeto de pesquisa desenvolvido na comunidade quilombola Entre
Rios, localizada a 18 km da sede do município de Cururupu (Maranhão, Brasil). O
objetivo é analisar os elementos culturais presentes na paisagem, memória e identidade
da comunidade de quilombos Entre Rios, em Cururupu. A metodologia utilizada é de
natureza bibliográfica e de campo, onde foram realizadas três viagens com permanência
de 3 dias na comunidade Entre Rios nos meses de fevereiro, março e abril de 2018. A
coleta de dados foi realizada por meio da técnica de mapa mental com 20 pessoas, entre
adultos e crianças. Os resultados indicam que os quilombolas apontaram nos mapas
mentais vários elementos relacionados ao contexto da paisagem, memória e identidade
quanto a aspectos naturais e culturais resultantes de um período de escravidão, tais
como: existência de casas de farinha, casas de parede, diversidade de árvores frutíferas,
rios, ruínas do antigo moinho de roda de touros, transporte de carga secular (tração do
sangue), artesanato, danças tradicionais, como o tambor crioulo e o tambor. Portanto,
compreende-se que os quilombolas entendem que em Entre Rios há forte presença da
identidade negra oriunda da África no cotidiano, assim como nos aspectos paisagísticos
do lugar. Este é caracterizado como um território negro, onde a paisagem, memória e
identidade se faz presente através dos elementos desenhados por eles. Os mapas se
completam em diversos aspectos, principalmente nas questões naturais e culturais, pois,
em praticamente todos eles desenharam as tradições culturais que remetem a identidade
do lugar. Portanto, é possível concluir que em Entre Rios o sentimento de pertencimento
é forte e que a identidade e a memória do lugar estão presentes na paisagem do lugar.

Palavras-chave: Paisagem. Memória. Identidade cultural. Quilombo.

1
Doutor em Gestão Urbana (PUCPR). Doutor em Geografia (UFPR). Professor do Departamento de
Turismo & Hotelaria (UFMA). Professor do Mestrado em Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço
(PPGEO/UEMA). saulosantosma@uol.com.br.
2
Doutor em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (UFPA). Professor do Departamento de
Comunicação Social (UFMA). Professor do Mestrado em Comunicação Social (UFMA).
pcsftslz@hotmail.com.
3
Mestre em Políticas Públicas (UFMA). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa “Turismo, Cidades e
Patrimônio”. Editora chefe da Revista Turismo & Cidades. angelarobertalucas@gmail.com
4
Graduanda em Turismo (UFMA). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa “Turismo, Cidades e
Patrimônio”. aureahellena@hotmail.com.
5
Bacharel em Turismo (UFMA). Mestranda em Geografia (UEMA). Bolsista FAPEMA.
giselepolanskifs@gmail.com.

85
PATRIMÔNIO E MEMÓRIA EM PEDRO AFONSO-TO
Núbia Nogueira do Nascimento1

RESUMO

Este pequeno escrito faz parte de uma reflexão em andamento para construção da tese.
Retrata a valorização da memória na cidade de Pedro Afonso-TO por meio das
paisagens, traz uma retrospectiva por meio de análises fotográficas em comparar o
patrimônio que houve algum tipo de alteração ao longo dos anos seja por ações
endógenas ou exógenas. Pedro Afonso é uma cidade que ainda não é reconhecida pelos
órgãos de proteção do patrimônio, mas possuem imóveis preservados até os dias atuais,
por essas características definimos como cidade resiliente. Denominamos cidade
resiliente àquelas que passaram por um processo de modernização, intempéries
antrópicas e mesmo assim tende a manter sua estrutura originária. Em que os sujeitos
presentes no local se tornam os principais atores para resistir e permanecer no lugar. O
estudo tem como metodologia a análise exploratória da cidade por meio das paisagens e
também conta com entrevistas orais com os personagens mais evidentes, recebedores do
prêmio Rafael de Taggia*. Tivemos como aporte documental o acervo fotográfico do
Museu Histórico da cidade para rememorar as fotografias antigas e fazer uma
comparação com o estado atual os imóveis. Já as entrevistas, estão sendo realizadas
gradativamente com os personagens ganhadores do prêmio Rafael de Taggia do ano de
2019. O questionário de entrevistas é composto por dezesseis perguntas abertas e as
análises coletadas possivelmente serão realizadas pelo software Iramuteq, ainda em
definição. Essas observações serão capazes de nos fornecer subsídios necessários para
de fato comprovar se a modernidade intervém ou não com a preservação e/ou
aniquilação do patrimônio no interior do Tocantins, que, com todos os percalços, ainda
mantêm suas estruturas originárias. Mas, conta com algumas indústrias no ramo da
agricultura com a extensa produção de soja e cana-de-açúcar, o que nos proporciona
algumas hipóteses em pensar na probabilidade de potencializar ou não o aceleramento
dos danos no patrimônio. Sem contar com o aumento significativo da população em
temporadas de praias no mês de julho atraindo turistas do estado para a cidade,
principalmente para conhecer a Praia do Rio Sono. Com essas indagações traremos
como resposta por meio das falas dos entrevistados as descrições dos processos na
estrutura da tese. E, para devolutiva social, ao findar a pesquisa teremos como objetivo
final um minidocumentário com o estudo realizado por meio de audiovisual como uma
prestação de contas para a sociedade local.

Palavras-chave: Patrimônio. Memória. Paisagem. Geografia cultura.

1
Doutoranda em Geografia (UnB). Mestra em Geografia (UFT). Graduada em Biblioteconomia (UFG).
Bibliotecária Documentalista (UFT/Palmas). nascimento.nubia@uft.edu.br.
*
Esta homenagem acontece anualmente na cidade de Pedro Afonso-TO, tem como principal objetivo
homenagear as pessoas que foram significativas e que contribuíram, de alguma forma, para a o
desenvolvimento, social, cultural e/ou intelectual da cidade.

86
POLÍTICAS DE INCENTIVO PARA O TURISMO RELIGIOSO: o
caso do Parque Turístico Religioso Cruz da Menina, em Patos - PB
Cinthia Moura Frade1
Lucas Andrade de Morais2
Cícero Otávio de Lima Paiva3

RESUMO

O turismo religioso ocorre através de atividades que compreendem a utilização de


equipamentos e realização de visitas a locais que expressam a fé, esperança e os mais
diversos sentimentos atribuídos a crenças e religiões (ANDRADE, 1998). O Parque
Turístico Religioso Cruz da Menina, localizado em Patos, cidade do sertão paraibano,
foi inaugurado em 25 de abril de 1929 e trata-se de um local com uma acentuada
presença de peregrinos e fiéis, que visitam a capela para pagar promessas em
decorrência de possíveis milagres concedidos pela Menina Francisca (DIOCESE DE
PATOS, 2020). O espaço é denominado pelos fiéis como sagrado, principalmente a
capela construída, onde foi encontrado o corpo da menina. Esse lugar religioso tornou-
se um parque de concentração de turistas de várias cidades e regiões e, além de um
espaço de orações e preces, mobiliza a economia, tendo em vista possuir atividades
comerciais, a exemplo de lanchonetes e lojas de souvenir. Em vista disso, as pessoas
encontram, além de um ambiente de paz e propagação da fé, um lazer através de
passeios com a família. Nas visitas, os fiéis ainda trazem representações, a exemplo de
bonecos, cujas pernas, braços, etc., demonstram a cura e graça alcançadas, além de
fotografias de pessoas que foram agraciadas pelos mais diversos possíveis milagres
concedidos pela menina Francisca. O peregrino, valendo-se de sua fé, visita santuários,
faz orações e paga promessas, vivenciando ontologicamente tal realidade, ao passo que,
o turista, de modo participativo, metaforicamente, consome aquela experiência, a partir
das lembranças levadas do local (SILVEIRA, 2007). O fato é que mesmo com
perceptível potencialidade turística, observam-se reduzidos investimentos
governamentais para melhorar a atratividade e acessibilidade do parque Cruz da
Menina, que carece de revitalização e ações de marketing para maximizar a
comunicação e relacionamento com os turistas. Desse modo, apropriando-se da
abordagem qualitativa e da análise documental, em registros oficiais (decretos, leis,
etc.), pretende-se investigar as políticas de incentivo adotadas pelo governo destinadas
ao turismo religioso na cidade de Patos. Com base nisso, almeja-se também sugerir
possíveis práticas que corroborem o fortalecimento do turismo religioso na cidade, que
é considerada a capitão do sertão e com importante impacto no cenário econômico,
social e cultural local e regional. Ademais, os desdobramentos futuros da pesquisa
podem sinalizar, ainda, a importância de políticas de incentivos para fortalecer a
atividade turística no município, o que justifica e reforça a presente discussão.

1
Mestranda em Gestão Pública e Cooperação Internacional (PGPCI/UFPB). Professora na Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB).admcinthiafrade@gmail.com.
2
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). lucasmorais7@gmail.com.
3
Mestre em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade do Estado do Rio
Grande (PPGE/UERN). Assessor Jurídico da Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte –
Núcleo Regional de Pau dos Ferros/RN.cicero.otavio@hotmail.com.

87
Palavras-chave: Turismo religioso. Cruz da Menina. Políticas de incentivo. Economia.

88
POSSIBILIDADES DE VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
CULTURAL GASTRONÔMICO POR MEIO DE INDICAÇÕES
GEOGRÁFICAS
Alini Nunes de Oliveira1
Silvana do Rocio de Souza2

RESUMO

O litoral do Paraná, uma das primeiras porções do território paranaense ocupada pelos
“colonizadores” no século XVI (ESTADES, 2003), é o recorte espacial desta pesquisa,
que abarca sete municípios (Guaratuba, Matinhos, Pontal do Paraná, Paranaguá,
Morretes, Antonina e Guaraqueçaba). Esta região apresenta bens culturais de
importância regional e também nacional, que representam a ocupação deste território, as
atividades econômicas empreendidas, os modos de vida da população que aqui viveu e,
por meio de seus descentes, mantém vivo os modos de vida da cultura caiçara. A
patrimonialização dos bens culturais, mesmo que não institucionalizada por órgãos
oficiais, é importante como forma de valorização da riqueza cultural, como resistência
frente às inovações muitas vezes avassaladoras e às “amnésias impostas” por políticas
públicas históricas de enaltecimento do patrimônio das elites.Com sua diversidade
natural e cultural, a região conta com uma gastronomia variada e que contém elementos
com atributos territoriais notórios, como a farinha de mandioca, a bala de banana, a
cachaça e o barreado. Nesta pesquisa, fruto de pós-doutoramento com apoio da CAPES
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), buscou-se estreitar as
relações entre a patrimonialização de produtos alimentares, significativos no cotidiano
alimentar da população do litoral do Paraná, com uma política pública instituída no
Brasil na década de 1990 a respeito da propriedade intelectual, as indicações
geográficas (IG), “nome geográfico que identifica um produto ou serviço como
originário de uma área geográfica delimitada quando determinada qualidade, reputação
ou outra característica é essencialmente atribuída a essa origem geográfica” (SEBRAE,
2019, p. 6). Estes quatro componentes da cultura caiçara pleiteiam o reconhecimento
como indicação de procedência perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI, 2020). A presente pesquisa teve como objetivo compreender de que forma as IG
podem contribuir para a valorização do patrimônio cultural gastronômico do litoral do
Paraná. Para sua realização utilizou-se como procedimentos metodológicos a pesquisa
bibliográfica e documental, assim como a realização de entrevistas com um produtor
representante de cada IG. Embora a obtenção das IG esteja ainda em processo junto ao
INPI, todos possuem forte ligação com o território em que são produzidos e compõem o
patrimônio cultural gastronômico regional, além de compor a oferta turística regional.
Como contribuição da pesquisa buscou-se dar luz à necessidade de os bens patrimoniais
alimentares poderem ser culturalmente valorizados e também que agreguem valor
comercial à sua produção para que continuem a servir como fonte de renda a seus
produtores.

Palavras-chave: Indicação geográfica. Patrimônio. Litoral do Paraná.

1
Doutora em Geografia. Pós-doutoranda em Turismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
alini_oliveira@hotmail.com.
2
Doutora em Geografia. Docente do departamento de Turismo e do programa de pós-graduação em
Turismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR). silvanasouza.tur@gmail.com.

89
TURISMO E APROPRIAÇAO CULTURAL
José Lucas de Souza Rodrigues 1
Erson Kaio Araújo Lima2
Pedro Gomes Lucena3
Geymeesson Brito da Silva4

RESUMO

A caracterização e a importância do patrimônio cultural refletem à memória social e as


identidades culturais, sendo o turismo umas das principais atividades econômicas, que
tende a degradar e transformar os espaços culturais, segundo seus interesses. Segundo a
Organização Mundial de Turismo (OMT, 2001), o turismo apresenta-se como um
fenômeno social, cultural e econômico que envolve o movimento de pessoas para
lugares fora do seu local de residência habitual, geralmente por prazer ou lazer. Para se
desenvolver, o turismo segue a lógica do capital, quando aos poucos se apropria dos
espaços e dos recursos neles contidos apresentando como atrativos e transformando-os
em mercadorias (CORIOLANO, 2006). Sendo assim, este estudo objetiva saber como a
atividade turística apropria-se do patrimônio cultural como espaço e suporte para o seu
desenvolvimento. Para a realização deste estudo adotou-se uma pesquisa bibliográfica,
em que examina a literatura do patrimônio cultural, destacando os principais impactos
que a atividade turística causa no desenvolvimento regional a partir dos seus múltiplos
aspectos culturais, econômicos e sociais. O Turismo impulsiona a exploração das
características de identidade e as tradições locais (CARVALHO, 2013). Sob este ponto
de vista, observar-se a complexidade que apropriação acontece, que pode ser nociva e
predatória por meio do “turismo de massa”, mas a também pode ser de maneira
sustentável e positiva, oportunizando, por meio do desenvolvimento da atividade
econômica, o reconhecimento e a preservação do patrimônio cultural, seja ele material
ou imaterial. Quando se observa a busca do patrimônio cultural como atrativo turístico,
entende-se que muitas das discussões nas últimas décadas falam da urgência de um
turismo sustentável como forma de realização de atividades que atendam, que seja no
mesmo grau de importância, às necessidades econômicas e sociais dos agentes
promotores do turismo e das regiões receptoras. Nesse sentido, conclui-se que atividade
patrimonial precisa assumir seu papel nas elaboração e execução das políticas públicas,
não somente voltadas ao turismo, mas para várias áreas possíveis, promovendo e
difundindo a importância do patrimônio cultural pelas comunidades, que devem
assimilá-lo e apropriar-se dele de maneira consistente, contribuindo para o
entendimento e o fortalecimento de suas identidades, como também tornando mais
eficientes os elos da cadeia econômica do turismo. Neste processo, a atuação conjunta
dos órgãos responsáveis pelos bens culturais, como aqueles relacionados ao meio
ambiente e à cultura, apresenta-se como fundamental para a criação e a efetivação de

1
Graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pesquisador do
NUPEDI – IFPB/CNPq. Linha de pesquisa sobre Patrimônio. j.lucasrodrigues81@gmail.com.
2
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pesquisador NUPEDI
– IFPB/CNPq. Linha de pesquisa sobre Patrimônio. erson_kaio@hotmail.com.
3
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pós-Graduando em
Assistência Técnica nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia pela Universidade Federal da
Paraíba UFPB. pedroglucena@gmail.com.
4
Mestrando em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade
Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). geimerson18@hotmail.com.

90
programas, projetos e ações de gestão das áreas onde apresenta o patrimônio cultural
que se pretende preservar.

Palavras-chave: Turismo. Patrimônio cultural. Apropriação cultural. Atividade


turística.

91
TURISMO ÉTNICO AFRO-BRASILEIRO: desafios e perspectivas no
Maranhão
Maria da Graça Reis Cardoso1
Denise Costa de Abreu2
Lílian Farias da Rocha3

RESUMO

Este trabalho teve como principal proposta a realização de um projeto turístico, no


formato de evento científico, executado na tipologia de simpósio, tendo como objetivo
abordar a importância da identidade étnica, valorização e reconhecimento dos saberes e
fazeres e das formas de expressões culturais para o cenário turístico do Estado,
oportunizando criar debates e propiciar novos conhecimentos para os discentes,
tratando de uma temática rica, instigante, necessária e recente no contexto turístico
maranhense. O evento teve como tema “Turismo étnico afro-brasileiro: desafios e
perspectivas no Maranhão”, onde partiu-se com o propósito de discutir a temática na
comunidade acadêmica, com uma expressiva gama de conhecimentos acerca da
etnicidade, turismo e identidade cultural. Buscou-se ainda discutir a temática de forma
multidisciplinar por meio de palestras, mesas redondas e apresentação cultural com a
presença de profissionais, mestres culturais, e militantes do movimento negro que atuam
no turismo e áreas afins. A composição do projeto se deu por meio de pesquisas em
livros impressos, sites e artigos científicos. Em seguida iniciou-se os contatos com
profissionais e atores culturais que foram responsáveis pela abordagem do tema para a
sociedade. O evento ocorreu no dia 30 de novembro de 2017 nas dependências da
Universidade Federal do Maranhão, contou com a participação de docentes e discentes
do curso de Turismo, acadêmicos do curso de artes, Educação Física e outras áreas
afins. Contou ainda com a participação dos alunos do ensino médio da Escola “C.E.I.
Professora Joana Batista Santos Silva. Conclui-se que o evento proporcionou
possibilidades e estreitamentos para novos debates tanto no âmbito acadêmico quanto
para as políticas públicas de Turismo Étnico no Estado, o que legitima a necessidade de
continuar aprofundando os estudos e debates acerca da temática.

Palavras-chave: Turismo. Etnicidade. Identidade. Turismo Étnico.

1
Mestra em Educação pela Universidade Federal do Maranhão. Docente do Curso de Turismo da UFMA.
Membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB-UFMA) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Patrimônio Cultural - GEPPaC-UFMA. gracabanto34@gmail.com.
2
Graduada em Turismo – Universidade Federal do Maranhão. denise-turismo@hotmail.com.
3
Graduada em Turismo – Universidade Federal do Maranhão e Discente do Curso de Letras – Faculdade
do Maranhão (FACAM). lilianfr25@gmail.com.

92
TURISMO RELIGIOSO CATÓLICO NO SERTÃO PARAIBANO
Geymeesson Brito da Silva1
José Lucas de Souza Rodrigues2
Erson Kaio Araújo Lima3

RESUMO

O turismo apresenta-se como um fenômeno social, cultural e econômico, que envolve o


movimento de pessoas para lugares fora do seu local de residência habitual, geralmente
por prazer ou lazer (TROCCOLI, 2014). Dentre esses segmentos destaca-se o turismo
religioso, a qual consegue reunir um fluxo elevado de pessoas, devido a fé e
religiosidade (ALMEIDA, 2013). Religiosidade e o turismo religioso são
demonstrações de fé e esperança no mundo todo. A fé é uma “crença” em uma força
divina superior, na qual atua em hipótese de consideração em uma verdade, pela
confiança depositada nesta ideia. A cidade de Patos, localizada no sertão paraibano
apresenta caraterísticas potenciais para o turismo religioso católico, tendo o Parque
Religioso Cruz da Menina, que é local de parada para os romeiros de todo Brasil que se
deslocam para visitar a estátua da menina Francisca e a tradicional Festa de Setembro
que é celebrada a mais de 230 anos dedicada à Nossa Senhora da Guia, de modo que
visitantes e turistas vêm entre os dias 14 a 24 de setembro comemorar em 10 dias de
festa da santa que é padroeira da cidade. Diante do exposto, este estudo objetiva analisar
o potencial turístico religioso católico na cidade de Patos, no sertão paraibano. Para a
obtenção do objetivo, adotou-se uma pesquisa bibliográfica, em que examina a literatura
do turismo e religiosidade, destacando os principais impactos que turismo religioso
causa no desenvolvimento regional a partir dos seus múltiplos aspectos culturais,
econômicos e sociais. O turismo religioso estimula a descoberta de experiências,
gerando atividade econômica relevante nas diversificadas atividades de valor da cadeira
turística. O Parque Religioso Cruz da Menina é local de parada para os romeiros de todo
Brasil que se deslocam para visitar a estátua da menina Francisca. Observa-se um
grande número de fiéis de vários estados que se deslocam para a cidade de Juazeiro, no
Ceará, onde visitam a estátua de Padre Cícero, principalmente no final de outubro e
início de novembro. Já a Festa de Setembro destaca-se na região nordeste, tornando-se a
maior festa religiosa do sertão paraibano, onde são reunidos turistas de várias cidades
vizinhas e também de estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Sob o
ponto de vista econômico, considera-se que o turismo religioso traz inúmeros benefícios
para a cidade de Patos, pois aquece a economia local. Mas, ainda é preciso uma maior
divulgação acerca do potencial turístico da cidade, para que os turistas sejam motivados
a conhecer de perto esse potencial. É importante ressaltar a realização de um
planejamento correto, cujas ações aconteçam de forma criteriosa e que possam
contribuir efetivamente para o crescimento do turismo religioso em Patos.

Palavras-chave: Turismo religioso. Cruz da Menina. Patos.

1
Mestrando em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade
Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). geimerson18@hotmail.com.
2
Graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pesquisador do
NUPEDI – IFPB/CNPq. Linha de pesquisa sobre Patrimônio. j.lucasrodrigues81@gmail.com.
3
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro de Ensino Superior de Patos. Pesquisador NUPEDI
– IFPB/CNPq. Linha de pesquisa sobre Patrimônio. erson_kaio@hotmail.com.

93
GT 05
Coordenador: Profa. Ma. Ângela Roberta Lucas Leite

Monitor: Aline Ferreira Moraes

94
AS ROTAS TURÍSTICAS DO VALE DOS SERTÕES: as
potencialidades do Ecoturismo
Viviane Morais dos Santos 1
Gabriel Lima Diniz 2
Geymeesson Brito da Silva 3
Cícero Otávio de Lima Paiva 4
Lucas Andrade de Morais 5

RESUMO

O surgimento do turismo como atividade apresenta aumento ao longo dos anos, isto
resulta na geração de renda, de serviços e na economia. Sua execução ocorre através da
análise e planejamento dos meios que possam potencializar o turismo na região. O
turismo apresenta várias modalidades, dentre as quais está o ecoturismo, que é crescente
nas regiões favoráveis a prática, que tem foco na conservação e promoção da educação
ambiental (ARAÚJO; SILVA, 2006). Sendo assim, este estudo objetiva diagnosticar as
potencialidades do ecoturismo nas rotas turísticas do Vale dos Sertões na Paraíba. Para
a realização deste estudo adotou-se uma pesquisa bibliográfica, em que examina a
literatura do ecoturismo no Nordeste, destacando as principais potencialidades que o
turismo causa no desenvolvimento regional a partir dos seus múltiplos aspectos
culturais, econômicos e sociais, além do ambiental. Existem potencialidades turísticas
no sertão paraibano, inclusive no ecoturismo, mas as pessoas desconhecem a existência
desses lugares por falta de informação, divulgação e investimentos no setor de turismo
da região. O Vale dos Sertões localizado no estado da Paraíba é composto por nove
municípios que apresenta potenciais turísticos, são eles: Água branca, Ibiara, Matureia,
Pedra Branca, Pombal, Princesa Isabel, Santa Luzia, Santana dos Garrotes e São Bento
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2020). O Turismo nessas cidades ocorre principalmente
durante festas locais, como em Água Branca, quando é realizada festa de São Pedro da
Serra no mês de junho. Em Ibiara, na festa de emancipação política. Em Matureia, o
Parque Estadual do Pico do Jabre é um ponto turístico apreciado por muitos, com
Festival do voo livre no Pico do Jabre. A cidade de Pedra Branca encanta com a beleza
de suas serras, o turismo é voltado para as festividades do João Pedro, realizadas em
junho e em dezembro na festa da padroeira. Pombal tem um crescimento expressivo do
turismo quando ocorrem as festividades locais e as visitas aos monumentos e edifícios
históricos como a Casa da cultura. O município de Santa Luzia é formado entre duas
zonas hídricas, no rebordo do Planalto da Borborema, possui serras conhecidas como
Cabaço, Pilãozinho, Porcos, Favela, Redonda. A cidade tem como atração turística o

1
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CCEA).:
vivianemorais1423@gmail.com.
2
Graduando em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CCEA).
gabrieldinizwork77@gmail.com.
3
Mestrando em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade
Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). geimerson18@hotmail.com.
4
Mestre em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade do Estado do Rio
Grande (PPGE/UERN). Assessor Jurídico da Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte.
cicero.otavio@hotmail.com.
5
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). lucasmorais7@gmail.com.

95
São João e São Pedro que atraem grande número de visitantes durantes esses festejos.
Pode-se concluir que os dados dos municípios apresentam um potencial turístico ainda
pouco explorado. Identifica-se a necessidade de investimentos na área de turismo dessas
cidades para um melhor aproveitamento dos ambientes naturais que elas dispõem, sendo
preciso a realização de um estudo e planejamento dos locais, com o intuito de gerar
emprego e renda, e movimentar a economia destas cidades.

Palavras-chave: Turismo. Ecoturismo. Potencialidades turísticas. Sertão paraibano.

96
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PATRIMÔNIO NATURAL COMO
FORMAÇÃO DE R-EXISTÊNCIAS SOCIAIS

Aelton dias Costa1


Jorge Sales dos Santos2
Luiz Fernando de Souza Nogueira3
José Augusto Lopes da Silva4
Rita Denize de Oliveira5

RESUMO

Para pensar a Educação Ambiental e Patrimônio Natural, primeiramente, torna-se


necessário compreender duas vertentes possíveis de se pensar a Educação Ambiental, a
primeira caracterizasse por um discurso comportamentalista, e enxerga a natureza como
recursos naturais em esgotamento, dessa forma encara as mudanças comportamentais na
intenção de racionalizar esses recursos como chave fundamental para o alcance de um
desenvolvimento sustentável. Entretanto, essa vertente não provoca mudanças
estruturais, ficando apenas na superficialidade dos comportamentos humanos. A
segunda vertente, e a que escolhemos por seguir, está relacionada, e posicionada, como
crítica do sistema que degrada e explora a natureza, buscando assim uma quebra de
paradigma com o modelo de produção vigente, valorizando os saberes locais, a relação
harmônica entre homem/natureza e enxergando na natureza valor intrínseco (Ferreira,
A. G et al. 2016). O Patrimônio Natural por sua vez pode ser entendido por dois
processos de patrimonialização institucional, o primeiro é conhecido pelo discurso da
monumentalidade, visando a valorização de forma que exaltam a identidade nacional a
partir da memória de heróis e monumentos, nesse processo o patrimônio natural é
entendido como natureza intocada e exaltada pela beleza dos processos ecossistêmicos.
O segundo ficou conhecido pelo discurso das práticas cotidianas, visando a valorização
da diversidade cultural, dos lugares e das experiências individuais e coletivas, podendo
o patrimônio ser oficializado ou não oficializado pelo Estado, bem como sua
oficialização está vinculada com os movimentos sociais. Neste sentido o patrimônio
natural é entendido como formas e ações sociais com a natureza dotadas de significado
de valor obtidas através das experiências individuais e coletivas Scifoni (2006). Este é o
processo que aqui compreendemos como mais adequado para a construção de uma
sociedade mais diversa culturalmente e igualitária politicamente. Dessa forma é possível
compreender duas convergências, a valorização das experiências individuais e coletivas
e a valorização dos saberes provenientes das experiências além da valorização da
natureza em seu valor intrínseco, e a compreensão da relação homem/natureza de forma
complexa e intima. Assim a Educação Patrimonial da Natureza tornasse vetor
impulsionador poderoso para uma Educação Ambiental Critica. A partir da experiência
do projeto de extensão “Entre Marés” com atividades na reserva extrativista de São João

1
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. eltondcosta@gmail.com.
2
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. Jorge.santos@ifch.ufpa.br.
3
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. luiz11nogueira@hotmail.com.
4
Mestrando em Educação, Universidade do Estado do Pará, Docente SEDUC/PA.
augustolopes10@yahoo.com.br.
5
Doutora, Docente da Faculdade de Geografia e Cartografia, Universidade Federal do Pará.
denize40geoatm@gmail.com.

97
do Ponto, buscou-se identificar as formas e ações do patrimônio natural através da
educação ambiental e da revalorização das identidades.

Palavras-chave: Educação. Identidades. Cultura.

98
GEOTURISMO ECOLÓGICO NA FLORESTA NACIONAL DE
CARAJÁS - MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS – PA
Fernanda dos Santos Castro1
Gisela Campos2
Rita Denize de Oliveira3
Jorge Sales dos Santos4

RESUMO

O objeto de estudo desta pesquisa volta-se para a Floresta Nacional de Carajás que faz
parte do mosaico de unidades de conservação da região sul e sudeste do estado do Pará,
que foi escolhida por estar sendo implantado o turismo geoecológico como uma
alternativa econômica. O trabalho tem como objetivo geral analisar o geoturismo na
floresta nacional de Carajás. A metodologia de estudo constou de uma revisão
bibliografia e pesquisa in loco para entender a essa nova modalidade de alternativa
econômica e de conservação ambiental. Utilizou-se autores como: Coelho (2000), Ruy
Moreira (2004), Ab´Sáber apud Borelli (2005); Protti e Pires (2006); Lobo e Moretti
(2008), J. Moreira (2014), Palheta da Silva (2014), e a documentos como o Programa de
Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil e documentos do ICMBio. O Projeto
Geoturístico na Flora de Carajás explora as características naturais e culturais da região:
acervo do Grupo de Rochas regional que permite exploração do ferro e outros minérios,
a biodiversidade da Floresta Ombrófila Densa, sinalização para espécies endêmicas,
além da presença de unidades geomorfológicas como lagoas e cavernas de elevado
patrimônio arqueológico. A nível de percepção existe um fluxo de estudantes,
pesquisadores vinculados ao ICMBio e turistas em geral que desenvolvem pesquisa na
área ou, são atraídos pela beleza natural do local, além de turistas internacionais que
vem unicamente atraídos Geodiversidade Amazônica e pela magnitude da mineração no
Estado do Pará. A grande contradição no Projeto de Geoturismo ecológico é como uma
empresa elevado potencial de degradação na Amazônia por meio de Marketing
consegue atrair um número de visitantes cada vez maior para região, se apropriando de
um discurso de sustentabilidade, destaca-se que maior parte dos minérios explorados
pela Vale são finitos e após a extração o nível de recuperação das minas é irreversível.

Palavras-chave: Geoturismo. Patrimônio natural. Geodiversidade e


pseudosustentabilidade.

1
Graduanda no curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia. fernandacastro.oficial02@gmail.com.
2
Graduada no curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia. gisela-campos@outlook.com.
3
Doutora, Docente da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará.
denize40geoatm@gmail.com.
4
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. jorge.santos@ifch.ufpa.br.

99
GESTÃO TURÍSTICA E MEIO AMBIENTE: potencialidades
turísticas do Parque Estadual Pico do Jabre, Maturéia -PB
Francieude Oliveira de Souza1
Antônio Augusto Martins dos Santos2
Maria Leidianne de Souza Guilherme3
Maria Rita de Oliveira Paz4
Lucas Andrade de Morais5

RESUMO

Entende-se como turismo o evento que promove a deslocação de pessoas gerando


interação com locais distintos dos quais estão habituados (BOITEUX; WERNER,
2009), em que tais interações acarretam em relações de diferentes naturezas. O
município de Maturéia localizado no sertão do estado da Paraíba, estando a 360 km da
capital João Pessoa, conta uma das potencialidades turísticas mais atrativas de sua
região: o Parque Estadual Pico do Jabre, criado por meio do Decreto Estadual n°
14.834, de 19 de dezembro de 1992e ampliado pelo Decreto Estadual n° 23.060, de 29
de maio de 2002 (BRASIL, 1992, 2002), além de ser o ponto mais alto do estado da
Paraíba com 1.197 metros de altitude, apresenta características naturais da vegetação da
caatinga, com potencialidades para recreação, entretenimento (RAMALHO et al., 2009)
e para turismo de aventura, além disso, oferecem locais propícios para a prática de
esportes radicais, como o voo livre de parapente, escalada, rapel e trilhas (ALVES,
2012). Uma vez que o turismo se apresenta como uma das atividades que mais cresce no
país, o objetivo da pesquisa foi diagnosticar as possibilidades de desenvolvimento do
turismo em função das características ambientais no Parque Estadual Pico do Jabre.
Para isto, a metodologia utilizada foi uma pesquisa com abordagem qualitativa que
fundamenta em revisões bibliográficas de caráter exploratório, quanto aos seus
objetivos foi realizada a coleta de dados em documentos e em informações em meios
digitais da cidade de Maturéia-PB, dando ênfase ao Pico do Jabre. Diante do exposto,
foi observado que o município possui um vasto campo de potencialidades turísticas, o
principal é o Pico do Jabre, que é alvo da busca de pessoas para fins de recreação, lazer,
atividade de aventura entre outros, demonstrando sua grande visibilidade na sociedade e
colaborando para a tendência do desenvolvimento do turismo em áreas naturais. A falta
de investimentos por parte da gestão municipal em infraestrutura, políticas públicas e
apoio a iniciativa dos empreendedores locais dificulta o desenvolvimento do turismo
local (LIMA, 2016), e a conservação e preservação do ambiente ainda são precárias,
tendo em vista que a poluição por meio de resíduos sólidos ainda são frequentes

1
Graduando em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba.
(UEPB). eudessouza678@gmail.com.
2
Graduando em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB). antoniomsipb@gmail.com.
3
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
leidianneguilherme@gmail.com.
4
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB). admmariaritapaz@gmail.com.
5
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). lucasmorais7@gmail.com.

100
(RAMALHO et al., 2009), sendo assim, a importância da implantação de métodos
educacionais (ambientais e patrimoniais) que conscientizem tanto a população de
Maturéia quanto os turistas acerca desse problema, se torna crucial para que o Parque
Estadual não perca seu valor turístico e sua beleza intrínseca.

Palavras-chave: Potencialidade turística. Esportes. Pico do Jabre.

101
JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO: a importância da
educação ambiental e da interpretação ambiental na conservação do
patrimônio
Leandra Serrano de Marins Astulla1
Valeria Lima Guimaraes 2

RESUMO

O desembarque da Família Real portuguesa em 1808 promoveu intercâmbios no espaço


e no cotidiano da cidade do Rio de Janeiro. Dentre elas, a criação de uma fábrica de
pulverização de pólvora, fundição de ferro e torneamento de armas de fogo e um Jardim
de Aclimatação, mais tarde, conhecido como Jardim Botânico, que abrigou espécies
vegetais trazidas de outras regiões do mundo. Devido à sua importância histórica,
cultural e científica, o Jardim Botânico foi tombado pelo IPHAN em 1938, ao ser
considerado um museu vivo na área da botânica, uma das reservas da Mata Atlântica e
da Biosfera, e por isso, tornou-se um dos principais atrativos turísticos da cidade do Rio
de Janeiro. Os objetivos deste trabalho são: abordar a relevância da conservação do
Jardim Botânico e discutir a importância da educação ambiental, da interpretação
ambiental e do turismo. Com o interesse maior do homem pelos espaços naturais, os
gestores de áreas naturais protegidas e de jardins públicos passaram a desenvolver ações
baseadas em políticas públicas para estruturar as áreas naturais, fornecer orientações,
capacitar monitores, avaliar riscos e evitar impactos ambientais. A educação ambiental
busca formar cidadãos responsáveis, com olhar crítico, postura e princípios para
contribuir com o bem-estar social e do ecossistema. Ações sustentáveis, como a
interpretação ambiental, possibilitam o uso de patrimônio, ao percorrer os caminhos
verdes para conhecer sua história, transmitir valores, observar a natureza e promover
reflexões sobre a conservação do patrimônio, por meio de experiência turística e
educativa. Desta forma, a interpretação ambiental pode ser considerada uma parte
integrante da educação ambiental, que visa alcançar a todos, com qualidade e igualdade
no atendimento e no fornecimento de informações. A metodologia da pesquisa foi a
qualitativa, com pesquisa bibliográfica, observação direta no local e base etnográfica,
que gerou reflexões sobre a importância da educação ambiental, da interpretação
ambiental e do turismo, ao realizar ações para a conservação do patrimônio material e
imaterial, para fortalecimento da identidade nacional, valorização da memória e
acessibilidade às gerações atuais e futuras. Em decorrência de mudanças no cenário
político, econômico e financeiro do país, alguns espaços do Jardim Botânico ficaram
desativados, devido às secas e inundações, e apesar de ser um jardim histórico relevante,
ele poderia estar mais conservado, oferecer melhor infraestrutura e serviços. Porém, a
escassez de recursos gerou a suspensão de cursos de capacitação de professores e
interrupção do funcionamento do Serviço Educativo em dezembro/2018.

1
Mestra em Turismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mediadora de
Acompanhamento Pedagógico pelo Consórcio CEDERJ. Guia de Turismo
Cadastur. leandra.astulla@gmail.com.
2
Professora da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense
(FTH UFF). Doutora em História Comparada pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ). valeriaguimaraes@id.uff.br.

102
Palavras-chave: Conservação do patrimônio. Educação ambiental. Interpretação
ambiental. Jardim Botânico. Turismo.

103
NASCENTES DO RIO BALSAS: um patrimônio ambiental ameaçado
no Estado do Maranhão
Claudiceia Silva Mendes1

RESUMO

As nascentes do Rio Balsas estão localizadas no município de Balsas, Maranhão,


aproximadamente uns 500 km da sede do município, numa região dominada pelo
agronegócio, que está ameaçando a sobrevivência do Rio balsas, um dos mais
importantes do sul do estado do Maranhão e um dos maiores afluentes do Rio Parnaíba.
O Rio Balsas nasce no ponto de encontro da Chapada das Mangabeiras com a Serra do
Penitente em altitude superior a 600 metros, na divisa entre os estados do Maranhão e
Tocantins. Na região da nascente, foi criada a Área de Proteção Ambiental da Nascente
do Rio das Balsas. Este trabalho tem como objetivo analisar a importância da
preservação das nascentes do rio Balsas e seus impactos dentro da cidade de Balsas. A
metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho foi um estudo descritivo e
documental, com relato de experiência das expedições ocorridas nas nascentes do Rio
Balsas nos anos de 2016, 2017, 2018 e 2019. Como objeto de estudo deste trabalho
foram analisados os relatórios das quatro expedições ocorridas sempre, com duração de
dois dias no primeiro final de semana, sempre dos meses de setembro de cada ano,
organizado pelo Instituto de Defesa do Rio Balsas (IDERB) em parceria com diversas
entidades Municipais, Estaduais e Federais seguiam em direção às nascentes do Rio
Balsas, com o intuito de denunciar as agressões que estavam ocorrendo naqueles locais,
tais como: criação de animais soltos, degradação da vegetação nativa, invasão de áreas
ambientalmente protegidas, desrespeito ao código florestal e as legislações estaduais.
Além das denúncias, as expedições tinham como objetivo evidenciar as potencialidades
da região para a realização de um turismo ecológico no coração do cerrado sul
maranhense, com sua vegetação e costumes tão característicos e simbólicos, do sertão
como os balsenses costumam chamar a zona rural. E ainda os participantes da expedição
promoviam palestras de educação ambiental, atendimento médico, realizavam ações
sociais e shows artísticos, na comunidade de São Pedro, onde as pessoas de vários
locais da região participavam, principalmente as crianças. É importante salientar que o
rio Balsas passa por diversas cidades do Maranhão, sendo fonte de alimentação,
diversão e turismo na região, além da sua importância como bem cultural e essencial
para a vida, daí a necessidade da sua preservação para que todos possam usufruir de
seus benefícios.

Palavras-chave: Rio Balsas. Nascentes. Patrimônio ambiental.

1
Arquiteta e Urbanista, mestre em Energia e Ambiente, Universidade Federal do Maranhão.
claudiceia.mendes@ufma.br.

104
NATUREZA MERCADORIA: Turismo ecológico e de aventura
no Parque Estadual Do Utinga, Belém – Pará
Rita Denize de Oliveira1
Aelton Dias Costa2
Jorge Sales dos Santos3

RESUMO

O Parque Estadual do Utinga (PEUt) é uma Unidade de Conservação do Estado do Pará


criado com o objetivo de preservação dos ecossistemas naturais, dentre os quais lagos
Bolonha e Água Preta que são responsáveis por parte do abastecimento de água de
bairros localizados na região metropolitana de Belém. Além disso, abrigam ambientes
de terra firme e várzea de grande representatividade na Amazônia. O PEUt apresenta
uma área estimada de 1.393,088 ha abrangendo dois municípios de Belém e
Ananindeua, sobre a funcionalidade do parque é diversificada pesquisa, educação
ambiental e ecoturismo, nesta última vertente a natureza é apresentada como uma
mercadoria vários serviços são ofertados a turistas de classe média a alta e a turistas
internacionais dentre as propostas estão as trilhas na mata, em que são são apresentadas
espécies vegetais e sua importância ecológica, econômica e etnobotânica na região,
curiosidades de como são utilizadas até os dias atuais pelos povos indígenas para tanto
os visitantes pagam determinada taxa e são guiados por monitores da Empresa
Amazônia aventura ou por guias do próprio ICMbio, estes últimos voltados mais ao
atendimento de grupos de estudantes de ensino fundamental e médio e atividades de
pesquisa, propostas mais comerciais estão sendo operadas como rapel, tirolesa, boia
Cross e passeios de bicicletas (ciclo turismo), caminhadas por meio do pagamento de
taxas previamente estabelecidas para empresas prestadoras de serviços. Na linha
turismo de natureza observa-se cada vez mais uma “complexificação” das atividades a
portaria n 1199 foi possível a inserção de outras modalidades como arvorismo, a
o

caminhada de longo curso, a observação de vida silvestre, a escalada e o tree climbing


que ainda não operam. A grande crítica nestas propostas é que pelo valor cobrado pelas
empresas prestadoras de serviços a maior parte da população Belenense está
relativamente excluída dessa forma de lazer, sendo acessível a turista em escala
nacional e internacional e a um grupo seleto de turistas.

Palavras-chave: Natureza, Mercadoria e Turismo

1
Doutora, Docente da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará.
denize40geoatm@gmail.com
2
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. aeltondcosta@gmail.com
3
Graduando em Bacharelado em Geografia, Universidade Federal do Pará. Jorge.santos@ifch.ufpa.br

105
PATRIMÔNIO AMBIENTAL URBANO: um olhar do turismo sobre
Morretes/PR e seus restaurantes
Isabele de Souza Carvalho1
Marcelo Chemin 2

RESUMO

Morretes, com 16.406 habitantes (IBGE, 2020) situa-se no limite oeste da planície
litorânea com a cadeia montanhosa da Serra do Mar do Paraná. Este litoral é antigo
território tupi-guarani e foi núcleo pioneiro da colonização do estado. Os primeiros
residentes europeus se instalaram por volta de 1646, originários de outras regiões,
movidos pelo comércio, pelo instinto aventureiro e pela busca do ouro (GIMENES,
2008). Aproveitaram inicialmente caminhos indígenas (Itupava) e traçaram outras rotas
entre a planície e o planalto. No século XIX a Estrada da Graciosa e a Ferrovia Curitiba-
Paranaguá modernizaram o território (CHEMIN; ABRAHÃO, 2014). Este contexto
natural e histórico implica em um conjunto patrimonial bastante valorizado na cultura
paranaense e no turismo. Aspecto difundido, senão o principal, entre Morretes e o
turismo, liga- se ao Barreado, prato divulgado como típico na região e objeto de um
intenso processo de publicidade das empresas do setor de alimentação, notadamente
restaurantes. A economia de Morretes conta com 179 estabelecimentos definidos como
Atividades Características do Turismo (ACT’s). Do total de ACT’s 80% pertence ao
setor da alimentação, que responde por 316 tipos de ocupações formais ou informais
(IPEA, 2020). Este estudo analisou a comunicação pública dos restaurantes para
verificar se tais empresas integram o serviço ofertado, do prato à teatralização
(HETZEL, 2004), a aspectos do patrimônio, da tradição, tipicidade ou outros atributos
do ambiente. Trata-se de um passo inicial para verificar associação estratégica do setor
de alimentação com elementos patrimoniais e da imagem turística. O estudo, de caráter
exploratório (VEAL, 2011), usou como fonte de dados o portal Google, a rede social
Facebook e sites próprios. De 28 restaurantes, 13 foram selecionados a partir de leitura
flutuante de seus textos de apresentação. Na sequência fez-se uso da técnica de
codificação (SALDANHA, 2009). Constatou-se que os restaurantes evocam, tanto nos
seus nomes como nos textos de apresentação, diversos atributos culturais e naturais
locais que, por sua vez, dialogam com as dimensões do conceito de patrimônio
ambiental urbano (YAZIGI, 2012). O conjunto arquitetônico urbanístico é evocado a
partir de termos como casarão, casa histórica, construção antiga, centro histórico. O
entorno é enaltecido como atributo a partir da relação visual com o Rio Nhundiaquara, a
Serra do Mar e conjunto Marumbi.Nota-se que os restaurantes se valem da história da
cidade, do entorno e usufruem dos atributos patrimoniais para valorização do
empreendimento e conjunto de serviços ofertados.

Palavras-chave: Restaurantes. Turismo. Patrimônio ambiental urbano. Morretes (PR).

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação de Turismo da Universidade Federal do Paraná.
souzabele28@gmail.com.
2
Professor da Universidade Federal do Paraná nos cursos de Gestão de Turismo (SL) e Mestrado em
Turismo (SCH/DETUR). Doutor em Geografia marcelochemin@uol.com.br.

106
PORTO NACIONAL-TO E SEU PATRIMÔNIO CULTURAL: o
roteiro geoturístico, as histórias e os significados durante o isolamento
social
Pablo A. P. Lima1
Rosane Balsan 2

RESUMO

O Roteiro Geoturístico de Porto Nacional é um projeto de ensino, pesquisa e extensão


da Universidade Federal do Tocantins que se empenha em desenvolver ações de
preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade, seja ele material ou imaterial
desde o ano de 2014. O projeto atua no Centro Histórico da cidade com aulas-passeio,
evidenciando aspectos arquitetônicos, artísticos, geográficos e históricos de seus
patrimônios culturais. Evidenciam-se as transformações do espaço geográfico e turístico
no decorrer do tempo, assim como as diferentes funções atribuídas aos pontos nos
diferentes períodos históricos. As aulas-passeio são em sua maioria realizadas com
escolas públicas e particulares do estado do Tocantins, recebendo também turmas das
universidades locais e do entorno. No período de isolamento social causado pela
pandemia de COVID-19, o projeto teve de adaptar-se ao meio virtual, já que é
extremamente importante evitar as aglomerações que são inevitáveis nas aulas-passeio.
Assim, a equipe do projeto, decidiu convidar pesquisadores que tiveram o Centro
Histórico de Porto Nacional, bem como outros pontos essenciais para a história do
Tocantins, como objeto de pesquisa para a realização de transmissões pela página de
Facebook e divulgadas posteriormente no canal do YouTube do projeto. Desse modo,
foi proporcionada a continuidade à sua função entre a tríade ensino-pesquisa-extensão,
fazendo ponte entre a pesquisa e as vivências realizada pelos pesquisadores e a
comunidade envolvida. As transmissões foram um meio de troca de informação e
conhecimento a respeito da cultura portuense e de seu patrimônio, trazendo sempre a
necessidade da conservação e/ou preservação desses nos textos apresentados,
divulgados nas mídias sociais e distribuídos in loco para trinta famílias, já que são
memória e identidade da comunidade. O patrimônio cultural portuense foi evidenciado
em transmissões que trataram da música, arquitetura, educação patrimonial, geografia,
história, religião e turismo cultural, de modo a dialogar com a população interessada
sobre a necessidade da preservação e/ou conservação do patrimônio cultural brasileiro
no Centro Histórico, de suas músicas às suas edificações. Assim, virtualmente, o
Roteiro deu continuidade ao seu objetivo inicial de provocar o diálogo a respeito do
patrimônio cultural e sua preservação, adaptando-se ao meio virtual como forma de não
contribuir para a disseminação do Coronavírus.

Palavras-chave: Patrimônio cultural. Educação Patrimonial. Turismo Cultural.


Preservação. Conservação

1
Acadêmico do curso de Geografia da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Porto Nacional – TO.
pabloamaury77@gmail.com.
2
Doutora em Geografia. Professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Porto Nacional – TO.
rosanebalsan@hotmail.com.

107
TERRITÓRIO ABRIGO, COMUNIDADES TRADICIONAIS E
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: o turismo como Trabalho
Acessório na Comunidade Canto do Atins, no Parque Nacional dos
Lençóis Maranhense – PNLM
Antônio José Cruz Araújo1
Ademir Terra2

RESUMO

Nossas reflexões neste ensaio científico decorrem de uma agenda de pesquisas que
viemos realizando desde 2015 pelo programa de Iniciação Científica*no Grupo de
Estudos Sobre a Questão Agrária e Movimentos sociais – GEPQAM - do curso de
Geografia da Universidade Estadual do Maranhão, no Parque Nacional dos Lençóis
Maranhense. Nosso foco na pesquisa esteve voltado para a compreensão dos conflitos
socioambientais entre a territorialidade camponesa e a preservação ambiental em
comunidades tradicionais previamente escolhidas dentre as 23 comunidades que
compõe o parque. As Unidades de Conservação brasileiras - diferenciadas por seus
objetivos específicos, são distribuídas em dois grandes grupos criados segundo a forma
de proteção e uso: as de Uso Sustentável e as de Proteção Integral -, são conhecidas por
suas belezas cênicas e ecossistemas de relevância ecológica, mas também por serem
lugares de intensos conflitos socioambientais. Isso porque, antes dessas áreas serem
destinadas à preservação ambiental já se constituíam como território de comunidades
tradicionais. Nesse sentido, entre os anos de 2018 e 2019 empreendemos pesquisa na
Comunidade Canto do Atins, localizada na chamada “região de praia” (DIAS, 2017). A
partir dos trabalhos in loco e com base no diálogo com os comunitários, percebemos
diferenças socioespaciais na organização social dos camponeses e na configuração
territorial do lugar em relação às outras comunidades situadas na “região de areia”
(DIAS, 2017), as quais também, num outro momento, integraram a pesquisa. Esse
fenômeno está relacionado ao “uso do território” (SANTOS, 1997), em consonância
com a prática do turismo no PNLM. Nessa perspectiva, os camponeses de Canto do
Atins usam o território como abrigo (GOTTMANN, 2012), como também para a
realização da plenitude do seu modo de vida. Caracterizam-se por serem agricultores,
pescadores e criadores de animais de pequeno porte para a subsistência da
“campesinidade” (WOORTMANN, 1990). No entanto, visando complementar a
satisfação das necessidades de sua unidade de produção, parte dos comunitários realiza
o “trabalho acessório” (CHAYANOV, 1974) - uma alternativa para complementar a
renda familiar – nesta comunidade, por exemplo, as mulheres camponesas, ao longo das
temporadas de turismo, metamorfoseiam-se temporariamente em assalariadas,
dinamizando a economia camponesa local, pois nas altas temporadas são contratadas
para trabalhar na cozinha de dois restaurantes que existem na comunidade, trabalham
também na venda de artesanatos e da água de coco, ao término da temporada, retornam

1
Mestrando em Geografia pelo Programa de Pós-graduação em Geografia, Natureza e Dinâmica do
Espaço- PPGeo da Universidade Estadual do Maranhão- UEMA, Membro do Grupo de Estudos e
Pesquisas Sobre a Questão Agrária e Movimentos Sociais- GEPQAM. antonioaraujo1096@hotmail.com.
2
Professor adjunto da Universidade Estadual do Maranhão- UEMA, Coordenador do Grupo de Estudos e
Pesquisas Sobre a Questão Agrária e Movimentos Sociais- GEPQAM.: ademirterra@professor.uema.br.
*
Projeto intitulado “Contradições e conflitos entre a preservação ambiental e a reprodução camponesa
noParque Nacional dos Lençóis maranhenses”.

108
para suas atividades camponesas.

Palavras-chave: Território Abrigo. Comunidades tradicionais. Unidades de


Conservação. Turismo.

109
TURISMO EDUCATIVO E PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO:
possibilidades para o Lajedo de Soledade pós-pandemia
Cícero Otávio de Lima Paiva1
Lucas Andrade de Morais2
Cinthia Moura Frade3

RESUMO

O Lajedo de Soledade consiste em um Sítio Arqueológico que pertence ao município de


Apodi, Oeste Potiguar do Estado do Rio Grande do Norte (SPENCER, 2005)
compreendendo uma área de aproximadamente 3Km², que, de acordo com Bagnoli
(1994), configura-se como a maior exposição de rochas calcárias da Bacia Potiguar, o
principal público atendido pelo sitio arqueológico trata-se de estudantes e professores
que frequentam desde o ensino fundamental até a pós graduação, a especificidade de tal
público deve-se, sobretudo, ao fato da grande contribuição que o Lajedo de Soledade
proporciona para o ensino e aprendizagem de disciplinas como história, geografia,
ciências e áreas afins. Com a pandemia do COVID-19, setores como o turismo e a
educação foram duramente afetados pela paralisação das atividades comerciais e o
isolamento social. Em que pese às escolas estejam fechadas, o processo educativo do
homem não parou, sendo o conhecimento da história, da cultura e do patrimônio,
indispensáveis para a formação integral dos sujeitos. Nesse sentido, o presente trabalho
busca apresentar possibilidades para o turismo educativo no Lajedo de Soledade em um
cenário de transição para pós-pandemia. Para realização de tal objetivo far-se-á uso da
pesquisa qualitativa, a partir da pesquisa bibliográfica, sobretudo estudos de casos
semelhantes em outros sítios arqueológicos, museus e bibliotecas que também
paralisaram suas atividades durante a pandemia do COVID-19. É incontestável que o
Lajedo de Soledade apresenta um grande potencial educativo a ser explorado, em um
cenário pandêmico, diversos espaços voltados para o turismo educativo passara a
oferecer tour virtual, o que proporcionava educação e entretenimento para os
expectadores, é claro que o uso de recursos tecnológicos não suprime a presença no
espaço físico do sítio arqueológico, mas pode auxiliar na aprendizagem dos educandos
por meio de uma abordagem interdisciplinar. Portanto, para formação integral dos
educandos e a proporção de uma aprendizagem significativa, a utilização de diferentes
práticas educativas fazem-se essenciais, num cenário de transição de mundo pós
pandemia, nestes temos o turismo educativo no Lajedo de Soledade corresponde uma
dessas práticas, que oferece aos educandos noções de temas relevantes como patrimônio
público, história do homem, geologia, morfologia da terra, dentre outros.

Palavras-Chave: Turismo. Educação. Lajedo de Soledade. Pandemia.

1
Mestre em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade do Estado do Rio
Grande (PPGE/UERN). Assessor Jurídico da Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte.
cicero.otavio@hotmail.com.
2
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). lucasmorais7@gmail.com.
3
Mestranda em Gestão Pública e Cooperação Internacional (PGPCI/UFPB). Professora na Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB). admcinthiafrade@gmail.com.

110
TURISMO, MEIO AMBIENTE E ENERGIAS: Potenciais para
o Turismo Educativo no Território do Médio Sertão Paraibano
Talita Linhares Soares1
Thays Santana dos Santos Nascimento2
Lucas Andrade Morais3
Cicero Otavio De Lima Paiva4
Eunice Ferreira Carvalho5

RESUMO

O turismo é cada vez mais considerado um atrativo que abrange diversos setores, sendo
de grande importância no âmbito econômico, social e ambiental. O turismo enquanto
objeto de estudo, pode ser explorado por várias áreas do conhecimento e relacionado
com diversas temáticas. Quanto a relação do turismo com o aspecto ambiental e
educativo, especificamente, adequa sua prática pelos níveis escolares: fundamental,
médio, técnico e superior. Nesta perspectiva, o presente estudo objetivou analisar os
potenciais do turismo educativo, com foco em questões ambientais e em energias no
Território do Médio Sertão paraibano. Para tanto, adotou-se a abordagem qualitativa,
utilizando com base nos objetivos a pesquisa descritiva e o estudo de campo para
método de investigação. Os locais de investigação foram os municípios de Malta, Santa
Luzia, São José do Sabugi e Junco do Seridó, nos quais estão instalados os complexos
de energias renováveis (eólica e fotovoltaica), cidades pertencentes ao território do
médio sertão da Paraíba, composto por 24 municípios e situado na região Nordeste do
Brasil. O Complexo Fotovoltaico Angico e Malta, localizado no município de Malta-
PB, possui cerca de 195.000 módulos fotovoltaicos 63.13 MWp instalados. O
Complexo Eólico Santa Luzia é composto pelos parques eólicos Lagoa I e II e Canoas e
compreende os municípios de Santa Luzia, São José do Sabugi e Junco do Seridó com
uma capacidade instalada de mais de 565MW. Com esse estudo foi possível perceber
que os parques de energias renováveis são fontes propícias para o estudo
interdisciplinar. Nos níveis fundamental e médio, o turismo pode contribuir no estudo
sobre energias e temáticas ambientais e ser abordado nessa região por meio das
disciplinas de ciências e geografia e de projetos pedagógicos que envolva as temáticas
do turismo, meio ambiente e energias, gerando uma ampla visão a respeito dos temas
abordados. No que se refere ao nível superior, considerando as diversas áreas da
geografia, administração, direito, engenharias, ciências biológicas, dentre outras, pode
ser desenvolvido estudos e pesquisas acadêmicas sobre a temática. O estudo sobre
temáticas ambientais pode incentivar a reflexão entre corpo docente e discente,

1
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). talita10lins@gmail.com.
2
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
thayssantanasn@gmail.com.
3
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). lucasmorais7@gmail.com.
4
Mestre em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade do Estado do Rio
Grande (PPGE/UERN). Assessor Jurídico da Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte –
Núcleo Regional de Pau dos Ferros/RN. cicero.otavio@hotmail.com.
5
Doutoranda em Estudos Urbanos e Regionais pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e
Regionais da Universidade Federal do Rio Grande (PPEUR/UFRN). Professor na Universidade Estadual
da Paraíba (UEPB). elocarvalho12@gmail.com.

111
despertar o pensamento crítico quanto às questões ambientais e a conscientização
ambiental para práticas sustentáveis, além de instigar a criatividade para desenvolver
tecnologias inspiradas nas fontes de energias renováveis. A adoção do turismo
educativo nos parques eólico e fotovoltaico no sertão paraibano podem trazer benefícios
para a região, principalmente no setor educativo, pois poderiam a partir de
estudos proporcionar conhecimentos relevantes e esclarecer os impactos positivos e
negativos dessas fontes de energia.

Palavras-chave: Turismo; Turismo educativo, Energias Renováveis; Parques; Sertão


Paraibano.

112
TURISMO, MEIO AMBIENTE E GESTÃO: Potencialidades
turísticas na microrregião de Patos-PB
Jamily Neves de Lima1
Ronyelsom dos Santos Martins2
Geymeesson Brito da Silva3
Lucas Andrade de Morais4
Eunice Ferreira Carvalho5

RESUMO

O turismo é considerado como uma atividade praticada por pessoas físicas que viajam e
permanecem em lugares dissemelhantes do seu habitual com o objetivo de lazer,
negócios ou outras atividades, por períodos inferiores a um ano (BRASIL, 2019). As
atividades são segmentadas em turismo de massa e nicho, nesta última existem micro-
nichos como o turismo cultural, rural, urbano, ambiental e outros em que haja um
interesse especial do turista na escolha dos lugares (SANTOS, 2014). O turismo em área
natural, ou ambiental, aborda a interação entre o homem e a natureza (DEBOÇÃ et al.,
2006). Sendo assim, este estudo objetiva diagnosticar as possibilidades de
desenvolvimento do turismo em função das características ambientais dos municípios
da microrregião de Patos-PB. Este estudo consiste em uma pesquisa documental, e
busca analisar as leis e ações das gestões municipais, bem como faz-se necessário a
realização de pesquisas bibliográficas em dissertações, teses e jornais locais que
relacionem com o assunto. Desse modo, considerando a tipologia turística existente
associada às características da microrregião de Patos, situada no sertão do estado da
Paraíba, é composta por nove municípios, são eles: Areia de Baraúnas, Cacimba de
Areia, Mãe d'Água, Passagem, Patos, Quixaba, Santa Terezinha, São José de Espinharas
e São José do Bonfim. Sob a ótica do turismo, a cachoeira dos batentes localizada na
zona rural do município de Mãe d’Água no período chuvoso atrai turistas pelo banho e
pela beleza. O lugar dispõe de trilha e pedras dentro do leito do Riacho das Craibeiras.
Quixaba conserva fazendas históricas que dão acesso à Serra dos Picotes por meio de
uma trilha ecológica. O município de Santa Teresinha possui a Fazenda Tamanduá. O
serrote Espinho Branco é um monte localizado na zona rural de Patos é uma área de
reserva legal, e um dos locais visitados por praticantes de trilhas e escaladas. Diante do
exposto são notórias as potencialidades existentes nos municípios supracitados, cabendo
assim, estratégias do poder público juntamente com o setor privado explorar de forma
sustentável esses lugares trazendo ascensão socioeconômica para a população local e
proporcionar a interação homem e natureza.

1
Graduanda em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CCEA).
nevesjamily27@gmail.com.
2
Graduando em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/CCEA).
ronyelsonmartins@outlook.com.
3
Mestrando em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração (PROPAD/UFPE).
geimerson18@hotmail.com.
4
Doutorando em Letras (Linha de Pesquisa: Discurso, Memória e Identidade) pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande (PPGE/UERN). Professor na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). lucasmorais7@gmail.com.
5
Doutoranda em Estudos Urbanos e Regionais pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e
Regionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPEUR/UFRN). Professora na Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB). elocarvalho12@gmail.com.

113
Palavras-chave: Turismo. Meio ambiente. Potencialidades turísticas.

114

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