Você está na página 1de 11

ENQUADRAMENTO TEÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE

INTERNACIONALIZAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS BRASILEIRAS

RICARDO FUTURO - UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP – PROFESSOR DOS CURSOS


DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS E MESTRE PELO
PROGRAMA DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
(professor.ricardofut@gmail.com)
NADIA W. H. VIANNA - UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP - PROFESSORA
DOUTORA DO PROGRAMA DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
(nhvianna@terra.com.br)
DANILO A. MACHADO - UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP – MESTRANDO PELO
PROGRAMA DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
(danilo.augusto2005@gmail.com)
CRISTIANO MIRANDA - UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP – GRADUANDO DO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS (cristiano@qsitec.com)

RESUMO
Objetivou-se no presente estudo conhecer os processos de internacionalização de PMEs
brasileiras relatados na literatura, e, mais especificamente, identificar quais modelos teóricos
são úteis para explicá-los. Realizou-se pesquisa bibliográfica em artigos e estudos acadêmicos
publicados entre o período 2005-2015, que tratam da internacionalização de PMEs brasileiras,
cujas análises abordam um ou mais dos modelos teóricos de estratégia de internacionalização.
Foram observadas quatro abordagens teóricas nas publicações selecionadas e analisadas. Em
ordem de frequência são estas: Uppsala, Networks, Born Globals e Visão Baseada em
Recursos. Portanto, as teorias de Uppsala e em seguida de Networks foram as mais utilizada
para análise dos processos de internacionalização das PMEs. Ressalta-se que não foram
encontradas publicações que contivessem explicações identificadas com o Paradigma Eclético
nem com a Hipótese do Ciclo de Vida.Por terem sido analisados trabalhos fundamentados em
amostras intencionais, ou por concentrarem-se em segmentos específicos da economia, não é
possível que sejam feitas generalizações ou extrapolações das suas conclusões para as PMEs
brasileiras, sendo essa uma limitação da pesquisa.

Palavras-chave: Internacionalização, Pequena e média empresa, Teorias de


internacionalização

TEMA: Estratégia

INTRODUÇÃO
A partir da abertura econômica dos anos 1990, ampliaram-se as oportunidades de
negócios oferecidas no exterior promovendo a elevação da quantidade de empresas brasileiras
que se internacionalizaram. A partir daí as empresas brasileiras têm rumado ao exterior e
promovendo adaptações em seu modo de atuação para competir em nível internacional
(CYRINO; BARCELLOS, 2006).
Empresas brasileiras têm cada vez mais buscado o mercado internacional visando, dentre
outros, o crescimento; compensação de saturação de mercado interno; oportunidade para
operar com menores custos; e aprendizado de novas tecnologias. Ilustram a busca pela
internacionalização, os registros efetuados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF)
que revelam o expressivo aumento de 62% na quantidade de redes brasileiras que se
internacionalizaram em 2014 em relação ao ano de 2010 (ESPM, 2014).
Empresas brasileiras de portes diferenciados têm rumado ao cenário internacional.
Saliente-se que há vários critérios definidores do porte de empresas, como o do BNDES
(Banco Nacional do Desenvolvimento) , que se baseia na receita bruta operacional, e o do
SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) que toma por base o número de
empregados da empresa e a atividade econômica a que a empresa pertence (indústria,
comércio ou serviços).
A literatura apresenta modelos teóricos que procuram explicar o processo de
internacionalização e que foram desenvolvidos com base em grandes empresas, todavia ainda
são poucos os trabalhos voltados para o estudo da internacionalização da pequena e média
empresa (PME), conforme apontam Rialp e Rialp (2001), Wright, Westhead e Ucbasaran
(2007), Raboch e Amal (2008), e Seifert, Chil e Rodrigues (2012).
Empresas de tal porte são relevantes para a economia e sociedade, pois aquelas
pesquisadas pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em
2006, respondem por cerca de 65% dos empregos ofertados nos 34 países que a compõem. No
Brasil a importância pode ser avaliada a partir dos dados de 2011 encontrados na RAIS
(Relação Anual de Informações Sociais) que revelam ser a porcentagem de estabelecimentos
de PMEs, em relação ao total, equivalente a 8%, enquanto o número de empregos
correspondente a cerca de 40% do total ofertado naquele ano (PORTAL FIA).
Comparativamente às empresas de maior porte, PMEs encontram maior facilidade para
a formação de alianças estratégicas como joint ventures ou outras modalidades de parcerias
(PAUNOVIC; PREBEZAC, 2010).
Por outro lado, segundo Bortoluzzi et al (2012, p.3), “as pequenas empresas são
reconhecidas como sendo flexíveis e receptivas a clientes e às oportunidades do mercado, mas
seu tamanho significa que elas são especialmente vulneráveis a restrições de recursos”. A
disponibilidade de recursos materiais e humanos pode comprometer a sustentabilidade da
PME no mercado nacional e, mais intensamente no internacional, pois vários desafios devem
ser enfrentados, dentre os quais estão: diferenças culturais entre os mercados de origem e
destino, levando à necessidade de se promover alterações no produto ou composto
promocional; dificuldades cambiais, que levam a maiores aportes financeiros; e maior
complexidade na gestão, o que demanda pessoal qualificado para realizá-la. Convém salientar
ainda que as empresas no mercado internacional estão sujeitas aos riscos políticos e
econômicos relacionados aos países com os quais se envolvem.
Somam-se às dificuldades citadas, as normas para demonstrações financeiras que podem
ser diferentes de um país a outro; há países islâmicos, por exemplo, que “[...] adotam e
respeitam as regras emanadas pela Sharia (Lei Islâmica) que reúne, num só livro, um guia de
conduta social, moral, ética, religiosa e econômica, bem como aspectos de
finanças”(KHATIB; IUDICIBUS, 2014, grifo nosso).
Diante das dificuldades apontadas, o governo brasileiro tem criado programas de
incentivo à internacionalização e organismos como a Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (APEX- BRASIL), cuja missão é “desenvolver a competitividade
das empresas brasileiras, promovendo a internacionalização dos seus negócios e a atração de
Investimentos Estrangeiros Diretos” (APEX-BRASIL),
Em vista do exposto, objetivou-se no presente estudo conhecer os processos de
internacionalização de PMEs brasileiras relatados na literatura, e, mais especificamente,
identificar quais modelos teóricos são úteis para explicar tais processos.
Em sequência a esta seção, são apresentadas teorias de internacionalização, a
metodologia da pesquisa, resultados, análise e conclusões.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Internacionalização para Alem e Cavalcanti (2005,p.45) é entendida como “[...] o
processo que envolve duas instâncias principais: i) o atendimento de mercados externos via
exportações; e ii) o investimento direto no exterior [...]”. Adicionalmente a essas instâncias há
a entrada por meio de contrato (licenciamento, franquia e contrato de produção), descrita por
Rocha e Almeida (2006).
Buscando explicar a internacionalização de empresas, foram desenvolvidas teorias
baseadas em estudos voltados para grandes empresas, e agrupadas em função das
similaridades que encerram. No Quadro 1 são apresentados os modelos mais recorrentes na
literatura pesquisada, desenvolvidos em sua maioria nos anos das décadas de 1970 e 1980:

Quadro 1 - Teorias da internacionalização.


Correntes Teorias Principais Ano (ou período)
teóricas expoentes ou de publicação dos
precursores estudos
Teorias econômicas Internalização Buckley, Casson e 1976, 1998
Rugman
Paradigma eclético da Hymer 1976
produção internacional Dunning 1977,1980, 1988
Poder de mercado Hymer 1960, 1976
Hipótese do ciclo de vida Vernon e Wells 1966, 1979
dos produtos
Comportamento estratégico Graham, Vernon e décadas de 1970
Knickerbocker e 1980
Teorias estratégicas Resource-Based View - Barney década de 1980
recursos e competências
Teorias Modelo da escola de Johanson, Vahlne e 1975, 1977, 1990
comportamentais Uppsala Wiederscheim-Paul
Networks - Rede de Johanson e Mattson 1986
trabalho Forsgreen
Johanson e Vahlne 1989
2003
Adaptado de Vianna e Futuro (2012, p. 87); Rocha e Almeida (2006, p. 17); Hilal e Hemais
(2004, p. 17-19). Elaboração nossa.

No tocante à Internalização pode-se considerar “que uma empresa se torna


multinacional porque o custo percebido em realizar internamente as atividades internacionais é
menor do que o de subcontratá-las no mercado externo em que deseja atuar”(ROCHA;
ALMEIDA, 2006, p.20).
No Paradigma Eclético, são relacionadas as vantagens OLI (Ownership, Location,
Internalization) que podem orientar a decisão de atuação em um mercado internacional de
interesse. Conforme Moura (2007) em propriedade estão consideradas as vantagens
competitivas da empresa em relação àquelas do país focalizado; em localização as vantagens
comparativas entre os países, quanto aos custos de produção e outros relevantes; e
internalização refere-se à manutenção das vantagens da propriedade no âmbito da própria
empresa.
Quanto ao poder de mercado, esse modelo apresenta o investimento direto realizado
em outros países como forma de uma empresa aumentar seu poder de mercado no cenário
internacional, criando barreiras à entrada de novos competidores por meio das vantagens de
propriedade que possui (ATSUMI; VILLELA ;FREITAS, 2007).
Hipótese do ciclo de vida dos produtos, segundo Freitas (2004) encerra a ideia de
extensão da vida útil de um produto ou de tecnologia, com demanda em saturação no país de
origem, para um outro onde possa ser recebido como inovador ou esteja sujeito a menor
competição.
Em comportamento estratégico, “a decisão de uma firma pela internacionalização está
associada a movimentos competitivos atuais ou esperados dos concorrentes. Esses
movimentos estão voltados à obtenção de vantagens e à neutralização ou superação das
vantagens obtidas pelos concorrentes”(ROCHA; ALMEIDA, 2006, p.31).
De acordo com a Resource-Based View a internacionalização tem como força motriz as
competências da empresa e os recursos valiosos, raros, difíceis (ou custosos) de serem
imitados ou substituídos em outro país.
Para os teóricos da Escola de Uppsala a internacionalização se dá por estágios, sendo o
comprometimento da empresa diferenciado em cada um. Com início na exportação e “[...]a
partir da gestão da aprendizagem organizacional, da formação de competências e da gestão do
conhecimento vão sendo criadas as bases para que a empresa se lance em novos
empreendimentos internacionais”(CHIAVEGATTI; TUROLLA, 2011) chegando à aquisição
ou construção de unidades próprias em outro país. A distância psíquica, isto é, o conjunto de
características do novo país (idioma, cultura e desenvolvimentos econômico, dentre outros) é
considerada como um condicionante da escolha do país (GHEMAWAT, 2001).
De acordo com a teoria de Networks (Rede de trabalho) uma empresa lança-se ao
mercado internacional para acompanhar o movimento da rede à qual pertença, formada por
diferentes agentes econômicos, com os quais tem relacionamento de confiança e compromisso,
o que seria uma forma de atenuar a distância psíquica percebida pela empresa (VIANNA;
ALMEIDA, 2011).
Cabe acrescentar a teoria das Born globals, que focaliza empresas que iniciam seu
funcionamento já assumindo negócios no país sede e no exterior, ou alguns poucos anos após
(RIBEIRO; OLIVEIRA JR; BORINI, 2012).

MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
Realizou-se pesquisa bibliográfica em artigos e estudos acadêmicos publicados entre o
período 2005-2015, que tratam da internacionalização de PMEs brasileiras, cujas análises
abordam um ou mais dos modelos teóricos de estratégia de internacionalização.
Foram consultadas as bases de artigos EBSCO, SPELL, SCIELO, PROQUEST, CAPES,
REGEUSP, e o Google Acadêmico, assim como, os sites que apresentam adicionalmente
dissertações, teses da USP, FGV, UFRGS, UNISUL, PUC-SP, UFSC ,FACCAMP, PUC-Rio
e o site do Núcleo de Pesquisas em Negócios Internacionais (NUPIN).
Para seleção dos artigos foram usadas as palavras chaves: Estratégia de
internacionalização de pequenas e médias empresas brasileiras, Internacionalização de PMEs
brasileiras, Estratégia de internacionalização, Internacionalização de empresas brasileiras,
pequenas e médias empresas, PMEs, SME internationalization strategy e Small and medium-
sized internationalization strategy.
Foi realizada a análise de conteúdo sobre os processos de internacionalização, a
amostragem, os principais resultados obtidos, que apontassem a perspectiva teórica ou indícios
de adequação teórica. Tais indicações ou adequações foram verificadas, classificadas e
tabuladas para determinação das principais orientações teóricas das pesquisas, isto é, o
enquadramento teórico dos processos adotados e/ou dos resultados obtidos (GALLINA et al.,
2005).
Após análise do conteúdo de trinta e duas publicações acadêmicas encontrados sobre
internacionalização de PMEs, dezessete trouxeram informações alinhadas ao problema e
objetivos desta pesquisa, considerando ainda que alguns textos podem ser enquadrados em
mais de uma teoria. Portanto, utilizou-se uma amostragem intencional para a seleção dos
trabalhos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os trabalhos analisados mostraram quatro abordagens teóricas mais frequentes para a
análise do processo de internacionalização das PMEs, com destaque para os modelos
comportamentais de Uppsala, de Network e suas variantes. Também observou-se
fundamentação em modelos de RBV e Born Globals como mostra a tabela 1.
Tabela 1. Quantidade de publicações por teoria.
Modelo Teórico Quantidade de publicações
Uppsala 9
Network 6
RBV 4
Born Globals 3
Elaborada pelos autores.

Enquanto, os resultados apontaram para um preferência dos estudos com base nos
modelos de Uppsala e Network, por sua vez, não foram observados enquadramentos no
Paradigma Eclético de Dunning (2001), embora abordados por Raboch e Amal (2008), nem na
Hipótese do Ciclo de Vida (VERNON, 1966). E cabe destaque para algumas abordagens
transversais em análises à luz do empreendedorismo (MACHADO, 2010), de inovação (ZEN,
2012) e de custos de transações (CHILD; RODRIGUES, 2012) nos processos de
internacionalização.
O modelo de Uppsala trata das do processo de internacionalização desenvolvido em
estágios de comprometimento. Ao envolver menos riscos e exigir menor comprometimento
financeiro da empresa, entende-se a exportação como um primeiro passo para o aprendizado
ao lançar-se internacionalmente, em comparação aos outros modos de entrada. O mesmo vale
para países menos distantes na seleção de mercados. Portanto, além das publicações que
explicitamente utilizaram essa abordagem, também foram selecionados trabalhos com os
seguintes indicativos: (1) preferência pelo modo de entrada exportação, (2) gradualismo nos
modos de entrada, (3) maior propensão por entradas em países com menor distância psíquica e
(4) gradualismo nas seleção de destinos, sendo as primeiras decisões direcionadas para países
psiquicamente menos distantes.
O modelo da Escola de Uppsala ofereceu a base explicativa do processo de
internacionalização na pesquisa desenvolvida por Seifert, Child e Rodrigues (2012). Em
pesquisa com 58 tomadores de decisão de PMEs, localizadas no estado do Paraná e da
indústria de vestuário, foi observado o processo gradual rumo ao mercado externo.
Já Dal-Soto (2008) fez estudo de caso que envolveu 2 empresas, as quais iniciaram sua
internacionalização por meio das exportações e foram empreendidas ações graduais rumo ao
mercado externo a partir daí. Desta forma, o envolvimento com o cenário internacional
seguido por essas empresas pôde ser explicado pela teoria de Uppsala. No mesmo sentido, em
um estudo de caso único, Cassano et al (2012) indicam a existência de um processo
gradualista da escolha dos modos de entrada seguidos rumo ao exterior. Segundo esses
autores, a empresa iniciou o processo por meio de exportação até investimento direto externo.
No estudo conduzido junto a 114 PMEs brasileiras, Souza e Fleury (2014) afirmam que
61% operam no mercado externo apenas por meio de exportação. Todavia, segundo os
autores, aquelas companhias com investimentos diretos em outros países declararam ser mais
propensas a investir em países com um arcabouço institucional e legal diferente do Brasil, ou
melhor, em regiões mais avançados (SOUZA; FLEURY, 2014, p.10).
As exportações figuram como o modo de entrada preferencial em Homenko Neto (2010,
p.48). Nessa citada pesquisa observa-se que 27 das 34 operações internacionais realizadas
pelas PMEs pesquisadas foram exportações. Essa maior propensão à exportação também é
notada nas 52 empresas do Vale do Itajaí (Santa Catarina) pesquisadas por Raboch e Amal
(2008), bem como, nas 11 PMEs do segmento máquinas-ferramenta apontadas por Vianna,
Piscopo e Ryngelblum (2013).
A busca por uma opção de entrada de menor comprometimento de pessoal e de
investimento financeiro, como a exportação em relação aos demais, pode ser resultante da
limitação nos recursos financeiros e humanos das PMEs. Tais resultados vão ao encontro do
exposto por Loureiro e Santos (1991).
Considerada como fator de incerteza no modelo Uppsala, a distância psíquica e sua
influência sobre o processo de internacionalização de PMEs é analisada no estudo de França
Filho et al. (2011). Com base em survey de 7900 PMEs exportadoras, determinaram os fatores
críticos de distância psíquica e as barreiras criadas para realização de negócios internacionais
no que tange ao nível de confiança e nível de controle estabelecidos pelas PMEs.
A teoria desenvolvida pela escola de Uppsala também é útil para explicar a
internacionalização das empresas estudadas por Raboch e Amal (2008), pois a maioria delas
indica ter buscado o mercado internacional destinando sua produção a países psiquicamente
menos distantes, principalmente os do Mercosul, tal como preconizado pela teoria de Uppsala.
Em linha com a teoria de Networks, Raboch e Amal (2008) salientam que quase 20% das
empresas pesquisadas foram incentivadas por clientes e fornecedores a se internacionalizar.
Tal fato revela que a rede de relacionamentos teve papel importante nos seus processos de
internacionalização,
A utilização de redes de cooperação tem contribuído para o desenvolvimento de recursos
para adoção das estratégias internacionais de PMEs, como visto em Lima e Carvalho (2012) ,
Nobre Matta, Cotta de Melo e Dourado (2014) e Levy, Mota e Wermelinger( 2010). Amal,
Freitag Filho e Miranda (2008) seguem no mesmo sentido e abordam em seu estudo de caso o
papel da rede de relacionamento e o empreendedorismo como chave para o sucesso do
processo de internacionalização.
Na pesquisa de Fiates et al (2013), as PMEs, mesmo desenvolvendo o plano de negócio,
encontram dificuldades para adequarem seus processos ao se internacionalizar. Destacam o
papel das incubadoras que, permitindo a formação de redes, facilitam as trocas de experiências
e de tecnologias para inovação de forma a otimizar seus processos. Na referida pesquisa, seis
empresas são analisadas para demonstrar a influência positiva da incubadora no estímulo à
inovação, a qual configura-se como uma vantagem para a competição em mercados
internacionais.
No que diz respeito às Born Globals, Dib (2008) observa que 35 de 79 empresas
brasileiras do setor de software internacionalizaram-se em período inferior a cinco anos, sendo
possível reconhecê-las como born globals. Segundo o autor, as demais organizações rumaram
em direção à internacionalização de forma gradual, tendo sido identificado o processo com a
teoria de Uppsala.
A pesquisa feita por Machado (2010) em estudo realizado com 540 PMEs brasileiras
exportadoras de manufaturas, estudo que comparou, principalmente, as diferenças entre PMEs
de rápida expansão internacional (Born Globals) e de internacionalização tradicional. As
primeiras aparentaram utilizar mais os programas de exportações governamentais e tendem a
atuar em escopo geográfico maior, em comparação com as demais.
Por sua vez, Machado (2009) em uma amostra de 412 PMEs constata que as empresas
que entraram com menos idade no mercado internacional cresceram mais e mais rapidamente
do que as firmas com mais idade. Cabe ressaltar segundo esse autor, “percebeu-se que a
orientação internacional influencia no comprometimento de recursos em direção a
oportunidades no mercado exterior para as PMEs” (MACHADO, 2010, p. 162). Ainda
segundo o autor, a orientação internacional estimula o início e o ritmo do processo de
internacionalização, enquanto o comprometimento exportador mobiliza os recursos da
organização para um desempenho superior nos mercados internacionais.
Por seu turno, o estudo de Zen (2012) analisa o processo de internacionalização de
Vinícola à luz da Teoria da RBV. O processo de internacionalização por meio da participação
em consórcios apoiados pela APEX, influenciou o desenvolvimento de novos recursos
estratégicos (capital humano e capital organizacional) e, portanto, de vantagens competitivas e
adoção de estratégias necessárias para competir nos mercados internacional e doméstico.
Fundamentados no mesmo paradigma, Levy, Mota e Wermelinger (2010) ressaltam que
se organizando em rede, amplia-se acesso a: recursos externos, como capital, matéria-prima;
novos parceiros e novas redes em mercados externos; e trocam-se informações e experiências
de mercado com os parceiros de redes (LEVY; MOTA ;WERMELINGER; 2010).
O quadro 2 relaciona as publicações analisadas e explicita o enquadramento teórico,
identificando quais foram os modelos teóricos abordados, conforme estabelecido nos objetivos
traçados.

Quadro 2. Relação de artigos e correspondente enquadramento teórico


Enquadramento
Autores Amostra teórico
1 Amal, Freitag Filho e Miranda (2008) 2 empresas Networks
2 Cassano et al (2012) caso único Uppsala
3 Child e Rodrigues (2012) 58 tomadores de decisão Uppsala
4 Dal-Soto (2008) 2 empresas Uppsala
Uppsala Born
5 Dib (2008) 79 empresas Globals
6 Fiates et Al (2013) 6 empresas Networks
7 França Filho et al. (2011) 7900 empresas Uppsala
8 Homenko Neto (2010) 34 op. internacionais Uppsala
9 Levy, Mota e Wermelinger (2010) Pesq. bibliográfica Network RBV
10 Lima e Carvalho (2012) 2 consórcios de expo. Network RBV
11 Machado (2010) 540 empresas Born Globals
12 Machado (2009) 412 empresas Born Globals
13 Matta e Melo (2014) caso único Networks RBV
14 Raboch e Amal (2008) 52 empresas Uppsala Networks
15 Souza e Fleury (2014) 114 empresas Uppsala
16 Vianna, Piscopo e Ryngelblum (2013) 11 empresas Uppsala
17 Zen (2012) caso único RBV

CONCLUSÃO
Embora o mainstream das pesquisas sobre internacionalização e estratégia esteja
concentrada em grandes organizações, observa-se que a literatura acadêmica já demonstra
interesse sobre tema relativo às pequenas e médias empresas, o que impulsionou o
desenvolvimento da presente pesquisa.
Foram observadas quatro abordagens teóricas nas publicações selecionadas e analisadas.
Em ordem de frequência são estas: Uppsala, Networks, Born Globals e Visão Baseada em
Recursos. Portanto, as teorias de Uppsala e em seguida de Networks foram as mais utilizada
para análise dos processos de internacionalização das PMEs.
Ressalta-se que não foram encontradas publicações que contivessem explicações
identificadas com o Paradigma Eclético nem com a Hipótese do Ciclo de Vida.
Por terem sido analisados trabalhos fundamentados em amostras intencionais, ou por
concentrarem-se em segmentos específicos da economia, não é possível que sejam feitas
generalizações ou extrapolações das suas conclusões para as PMEs brasileiras, sendo essa uma
limitação da pesquisa.
A quantidade de artigos encontrados reforça a necessidade de realização de mais estudos
sobre o tema. Poderão trazer contribuições para o campo acadêmico, e eventualmente
subsidiar PMEs na adoção da estratégia de internacionalizaçãopesquisas que abranjam maior
número de PMEs, ou que utilizem amostra de empresas provenientes de segmentos
econômicos diversificados, ou que façam uma comparação do processo de internacionalização
de PMEs brasileiras com aqueles seguidos por empresas de outros países. Pesquisas sob temas
como inovação, empreendedorismo, sustentabilidade, entre outros, aplicadas à
internacionalização das pequenas e médias empresas também podem auxiliar nesse objetivo.

REFERÊNCIAS
ALEM, A. C.; CAVALCANTI, C. E. O BNDES e o apoio à internacionalização das empre-
sas brasileiras: algumas reflexões. Revista do BNDES, Vol. 12, n. 24, Dezembro, p. 42 –
76,2005.
AMAL, M.; FREITAG FILHO, A. R.; MIRANDA, C. M. S. Algumas evidências sobre o
papel das redes de relacionamento e empreeendedorismo na internacionalização das pequenas
e médias empresas. Revista de Administração FACES Journal, v. 7, n. 1, art. 4, p. 63-80,
2008.
APEX – BRASIL . Disponível em: http://www.apexbrasil.com.br/Home/Index
ATSUMI, S.Y.K.; VILLELA, L.E.; FREITAS, J.A.S.B. Estratégias de Internacionalização de
empresas brasileiras: o processo de investimento externo direto. Anais III Encontro de
Estudos em Estratégia, São Paulo, 2007,p.2.
BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO (BNDES). Porte de empresa.
Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Fi
nanceiro/porte.htm l Acesso em: 16 out 2014.
BORTOLUZZI, Sandro César ; ENSSLIN, S. R. ; ENSSLIN, L. ; VALMORBIDA, S. M. I. .
Vantagens de Aderir a uma Rede de Pequenas e Médias Empresas (PMEs): Análise da
Literatura Nacional versus Internacional. In: Encontro de Estudos Organizacionais (ENEO),
2012, Curitiba-PR. ENEO 2012, 2012.
CASSANO, F.A. et al.A transferência tecnológica na internacionalização de empresa
brasileira do setor de máquinas e implementos agrícolas em mercado internacional
competitivo – um estudo de caso da empresa Jacto S.A. Revista de Economia Mackenzie, v.
10 , n. 1 , Edição especial , p. 10-38, 2012.
CHIAVEGATTI, D.; TUROLLA, F.A. Risco no Modelo de Internacionalização de Uppsala.
Revista Organizações em Contexto-online, v. 7, n. 13, p. 129-156, 2011.
CYRINO, A,B.; BARCELLOS, E.P. Estratégias de internacionalização: evidências e reflexões
sobre a empresa brasileira In: B. TANURE; R.G. DUARTE (Org.) Gestão Internacional. São
Paulo, Saraiva, p. 221-246, 2006.
DAL-SOTO, Fábio. O Processo de Internacionalização de Empresas Brasileiras do Setor de
Componentes para Couro, Calçados e Artefatos. Workshop sobre Internacionalização de
Empresas. Universidade de Cruz Alta, Cruz Alta – RS, 2008.
DIB, L. A. R. O processo de internacionalização de pequenas e médias empresas e o fenômeno
born global : estudo do setor de software no Brasil. Tese de doutorado. Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Instituto COPPEAD de administração, 2008. Disponível em:
http://www.coppead.ufrj.br/upload/publicacoes/Tese_Luis_Antonio_Dib.pdf Acesso em: 13
out 2011.
DUNNING, J. H; The Eclectic (OLI) Paradigm of International Production: Past, Present and
Future, International Journal of the Economics of Business, v.8, n.2, 173-190, 2001.
FIATES, G. G. S.; MARTINS, C.; FIATES, J. E. A.; MARTIGNAGO, G.; SANTOS, N. D.
Análise do papel da incubadora na internacionalização de empresas de base tecnológica,
incubadas e graduadas. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, v. 6, n. 1, p. 252-274,
2013.
FRANÇA FILHO, G. G. et al. A Internacionalização nas pequenas e médias empresas
brasileiras: a influência da distância psíquica. Revista da Micro e Pequena Empresa, São
Paulo, v. 5, n.1, p. 3-19, jan./abr. 2011.
FREITAS, Y.A. Obstáculos à exportação: percepções de empresas brasileiras
exportadoras de manufaturados. Dissertação (Mestrado em Adm), UFRJ, RJ, 2004.
Disponível em: http://www.centrodelogistica.com.br/new/teses/pdf/21set04_Yuri_Almeida
.pdf. Acesso em: dez 2007.
GHEMAWAT, P. Distance still matters: the hard reality of global expansion. Harvard Business
Review, v.79, n.8, 2001.
HILAL, Adriana; HEMAIS, Carlos A. O Processo de Internacionalização na Ótica da Escola
Nórdica: Evidências Empíricas em Empresas Brasileiras. Revista de Administração
Contemporânea. vol.7 no.1 Curitiba Jan./Mar. 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-5552003000100006&script=sci_arttext&tlng=e
s>. Acesso: 05 dez. 2011.
HOMENKO NETO. (2010). Internacionalização de pequenas e média empresas brasileiras: os
fatores de distância sob a perspectiva empreendedora. Dissertação de Mestrado. Programa de
Estudos de Pós-Graduados em Adminsitração. PUC-SP. São Paulo.
KHATIB, A. S. E. ; IUDÍCIBUS, S. . Contabilidade Islâmica: um estudo da aderência das
normas emitidas pelo AAOIFI às normas emitidas pelo IASB. In: XIV Congresso USP de
Controladoria e Contabilidade, 2014, São Paulo. Anais do XIV Congresso USP de
Controladoria e Contabilidade, 2014. v. 1.
LEVY, Barbara Pagliari; MOTA, Mariana Cantidio; WERMELINGER, Marta Barreto. O
USO DE NETWORKS NO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO: APLICAÇÃO A
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS. Internext, Brasil, p. 50-83, dez. 2010. ISSN
19804865. Disponível em: <http://internext.espm.br/index.php/internext/article/view/98>.
Acesso em: 15 Out. 2015. doi:http://dx.doi.org/10.18568/1980-48655150-832010.
LIMA, Gustavo Barbieri Lima Barbieri; CARVALHO, Dirceu Tornavoi de. EVOLUÇÃO
DOS CONSÓRCIOS DE EXPORTAÇÃO NO BRASIL (2002-2008): UM ESTUDO
EXPLORATÓRIO. REGE Revista de Gestão, São Paulo, v. 19, n. 2, Abr./jun. 2012.
LOUREIRO, F. A.; SANTOS, F. A. Internacionalização de empresas brasileiras. Revista de
Administração, São Paulo, v. 26, n.1, p. 23-34, 1991.
MACHADO, Selma. (2009). Idade de entrada internacional, velocidade de internacionalização
e seus efeitos sobre o crescimento no exterior de pequenas e médias empresas industriais. Tese
de doutorado, escola de Administração de empresas de São Paulo. FGV-SP. São Paulo.
MACHADO, Marcelo André. (2010). Impacto da orientação internacional, comprometimento
e apoio à expostação sobre o desempenho das pequenas e médias empresas: um estudo das
PME´s brasileiras de internacionalização rápida e tradicional. Tese de Doutorado, Programa de
Pós-Graduação em Administração, UFRGS, Porto Alegre.
MOURA, Paulo Guilherme D'Albuquerque Silveira. O processo de internacionalização do
desenvolvimento de produtos em empresas multinacionais brasileiras. 2007. Dissertação
(Mestrado em Administração de Organizações) - Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007. Disponível
em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96132/tde-23072007-085606/>. Acesso
em: 10 out. 2015.
NOBRE MATTA, Joao Ricardo; COTTA DE MELLO, Renato Dourado. A
internacionalização de uma empresa brasileira de software de segurança à luz das teorias de
redes e effectuation. Internext, Brasil, v. 9, n. 3, p. 78-94, dez. 2014. ISSN 19804865.
Disponível em: <http://internext.espm.br/index.php/internext/article/view/182/208>. Acesso
em: 12 Set. 2015. doi:http://dx.doi.org/10.18568/1980-48659378-942014.
NUPIN – Núcleo de Pesquisas em Negócios Internacionais da PUC-Rio. Disponível em:
http://www.nupin.net/ . Acesso em: 10 fev 2015.
PAUNOVIC, Z.; PREBEZAC, D. Internationalization of small and medium-sized enterprises.
Trziste, XXII, n.1, p. 57- 76, 2010. Programa de Capacitação da Empresa em
Desenvolvimento. São Paulo. Fundação Instituto de Admisnitração. Disponível em:
http://www2.fia.com.br/PortalFIA/Default.aspx?idPagina=27012#qualcontribuicao. Acesso
em 10 out 2015.
RIALP, A.; RIALP, J. 2001. Conceptual frameworks on SMEs’internationalization: past,
present and future trends of research. Reassessing the internationalization of the firm,
11:49- 78.
RIBEIRO, F.F; OLIVEIRA Jr., M. M.; BORINI, F. M., Internacionalização Acelerada de
Empresas de Base Tecnológica: o Caso das Born Globals Brasileiras, RAC – Revista de
Administração Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 16, n. 6, art. 6, p.866-888, Nov./Dez.
2012.
ROCHA, A.; ALMEIDA, V. Estratégias de entrada e de operações em mercados
internacionais. In: TANURE, B.; DUARTE, R. G. (Org.) Gestão Internacional. São Paulo:
Saraiva, 2006.
RABOCH, H.; AMAL, M. A internacionalização de pequenas empresas: um estudo de caso na
região do vale do Itajaí. Dynamis Revista Tecno-Científica, Blumenau, v. 1, n. 14, p. 1-11,
2008. Disponível em: http://proxy.furb.br/ojs/index.php/dynamis/article/view/643/568. Acesso
em: 01 fev 2015.
SEIFERT, R.E.; CHILD, J.; RODRIGUES, S. B. The Role of Interpretation in the
Internationalization of Smaller Brazilian Firms. BAR, Rio de Janeiro, v. 9, n. 4, art. 6, p. 475-
497, Oct./Dec. 2012 Disponível em: http://www.anpad.org.br/bar Acesso em: 18 fev 2015.
SOUZA, L.A.M.; FLEURY, M.T. L, Investir no exterior ou exportar? Como a PME brasileira
internacionalizada escolhe seu modo de entrada e qual o resultado financeiro dessa decisão. In:
Anais XXXVIII Encontro da Anpad, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em:
http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2014_EnANPAD_ESO533.pdf Acesso em: 20 fev 2015
VERNON, R. International Investment and International Trade in the Product Cycle. The
Quarterly Journal of Economics, vol 80 (2), p. 190-207, 1966.
VIANNA, N.W.H.; PISCOPO, M. R.; RYNGELBLUM, A.L. A internacionalização da
pequena e média empresa brasileira: o caso da indústria de máquinas-ferramenta. Base -
Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 10(3), p. 210-223, julho/setembro
2013.
VIANNA, N. W. H.; FUTURO, R. L. Estratégia Corporativa e Internacional. In: SIQUEIRA,
J. P. L. de; BOAVENTURA, J. M. G. (Orgs.). Estratégia para corporações e empresas:
teorias e aplicações. São Paulo, CENGAGE Learning, 2012.
VIANNA, N. W. H.; ALMEIDA, S. R. A decisão de internacionalizar. Revista Eletrônica de
Negócios Internacionais da ESPM, v.6, n.2, p. 1-21, 2011. Disponível em:
<http://internext.espm.br/index.php/internext/article/view/157/148>. Acesso: 05 set. 2011.
WRIGHT, M.; WESTHEAD, P.; UCBASARAN, D. Internationalization of small and medium
sized enterprises (SMEs) and international entrepreneurship: a critique and policy
implications. Regional Studies. Vol. 41.7, October, 2007. Disponível em:
http://arafiki.edublogs.org/files/2011/08/Intern ationalization-of-Small-and-Medium-sized-
2i7ecoy.pdf
ZEN, A. C. O processo de internacionalização e o impacto nos recursos da firma: o caso da
vinícola Casa Valduga. Internext – Revista Eletrônica de Negócios Internacionais da
ESPM, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 123-148, jan./jun. 2012.

Você também pode gostar