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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE


E SECRETARIADO – FEAACS

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E CONTROLADORIA –


MPAC 2010-2012

PROJETO DE DISSERTAÇÃO

LINHA DE PESQUISA: Controladoria e Contabilidade Gerencial

O grau de internacionalização e o desempenho econômico-financeiro e o


valor das indústrias no Brasil

ADERALDO FONTENELE GOIS


Mestrando

PROFA. DRA. ALESSANDRA VASCONCELOS GALLON


Orientadora

PROF. DRA. SANDRA MARIA DOS SANTOS


Membro da Banca Examinadora

PROFA. DRA. MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA


Membro da Banca Examinadora

FORTALEZA/CE, 28/06/2011
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O grau de internacionalização e o desempenho econômico-financeiro e valor das


indústrias no Brasil

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

De acordo com Hilal e Hemais (2001), a partir de 1960 começaram a surgir os


primeiros conceitos de internacionalização, trazendo uma nova ótica para as pesquisas em
torno da teoria da firma, deixando a internacionalização de ser estudada somente sob o ponto
de vista econômico e transformando-a em um campo de pesquisa independente.
Goulart, Brasil e Arruda (2000) definem internacionalização como um processo
crescente e contínuo de envolvimento de uma organização nas operações com outros países
fora de sua base de origem, cuja definição é corroborada por Dal-Soto (2006). No
entendimento de Hymer (1979), a internacionalização das empresas está ligada a uma vontade
de tirar proveito de uma concentração industrial crescente e de um poder reforçado sobre o
mercado que as conduzem na sua procura de uma melhor rentabilidade, de um mercado
nacional aos mercados internacionais. Para Kraus (2000, p. 20), “internacionalizar-se tem sido
uma das estratégias que muitas das empresas em torno do planeta têm buscado para fazer
frente aos concorrentes internacionais e melhorar a competitividade em seus mercados
domésticos”. Nesse sentido, percebe-se que, independente dos motivos que fomenta tal
processo, a internacionalização compreende a realização de operações com mercados
internacionais.
Esse cenário permite constatar que, ao entrar em um processo de internacionalização,
as empresas precisam levar em consideração o composto mercadológico (NICKELS; WOOD,
1997; KOTABE; HELSEN, 2000), a orientação para o mercado internacional (CADOGAN;
DIAMANTOPOULOS; MORTANGES, 1999) e a performance organizacional (ZOU;
TAYLOR; OSLAND, 1998).
Nesse contexto, e em meio à diversidade de linhas de pesquisa acerca da
internacionalização, alguns pesquisadores (SHAKED, 1986; COLLINS, 1990; SULLIVAN,
1994), concentraram-se em estudar as características relacionadas à internacionalização que
podem impactar no desempenho empresarial, ou seja, o impacto da internacionalização no
desempenho econômico-financeiro e na geração de valor da empresa. Assim, a análise do
desempenho desses indicadores deixa de ter apenas o foco contábil e passam a ter uma ótica,
também, voltada para o mercado.
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Segundo Ghoshal et al (2000), ainda), ainda é incipiente o número de pesquisas sobre


internacionalização em empresas de economias emergentes como Brasil, Índia e México,
embora esses países possuam um alto potencial de internacionalização.
Tal conjuntura remete à possibilidade de pesquisas voltadas para essa temática, uma
vez que está cada vez mais em evidência que um caminho promissor para o crescimento
econômico do país encontra-se no campo da exportação e da expansão dos negócios
internacionais (NOGUEIRA, 2007).
No Brasil, essa situação pode ser observada no Relatório do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) – elaborado pela Secretaria de
Comércio Exterior – por meio dos indicadores dos últimos anos da balança comercial, que
demonstram a potencialidade do setor externo da economia brasileira, demonstrando melhora
do desempenho das exportações das empresas brasileiras em 2010 diante de um crescimento
de 32% em relação ao ano de 2009 (MDIC, 2011).
Com isso, percebe-se que a internacionalização e a intensificação do comércio
internacional no Brasil contribuem incontestavelmente com temas importantes que abrangem
as mais diversas áreas como perspectiva das relações de trabalho em suas diversas dimensões,
as cadeias produtivas afetadas pelo esforço exportador e geração de valor, performance
empresarial (NOGUEIRA, 2007).
Algumas pesquisas nacionais e internacionais, como as de Vernon (1971), Horst
(1973), Dunning (1985), Yoshihara (1985), Shaked (1986), Santos e Muller (2008),
investigaram a relação existente entre o grau de internacionalização e o desempenho
empresarial. Os resultados dessas pesquisas foram importantes na definição de fatores que
favoreçam essa relação, mas os mesmos apresentaram-se assimétricos de forma que não
houve consenso nos achados, o que ratifica a realização desta pesquisa.

2. PROBLEMA

Considerando a problemática descrita na contextualização, o presente trabalho será


desenvolvido tendo a seguinte questão de pesquisa: Qual a relação entre o grau de
internacionalização e o desempenho econômico-financeiro e o valor das indústrias no
Brasil?
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3. JUSTIFICATIVA

De acordo com Nogueira (2007), no âmbito acadêmico, as pesquisas acerca da


internacionalização de empresas vêm ganhando destaque nas últimas décadas, e os estudos
sobre esse tema parecem seguir, segundo alguns autores (JOHANSON; VAHLNE, 1990;
ANDERSSON, 2000; ROCHA; VEIGA, 2001; BARRETO; ROCHA, 2003, MACHADO-
DA-SILVA; SEIFERT JR., 2004) duas vertentes teóricas predominantes, uma com foco
econômico e outra de caráter comportamental (SCHIMITT NETO; CORRÊA;
CANCELLIER, 2006).
Ruigrok e Wagner (2004), em um estudo de meta-análise, constataram que nos últimos
30 anos os estudos que tiveram como foco a análise da relação entre a internacionalização e o
desempenho das empresas seguiram diversas abordagens e demonstraram resultados, em sua
maioria, incoerentes (RIAHI-BELKAOUI, 1999; PALICH; CARINI; SEAMAN, 2000),
conflitantes (ANNAVARJULA; BELDONA, 2000; KOTABE; SRINIVASAN; AULAKH,
2002; QIAN, 2002; CAPAR; KOTABE, 2003) ou um misto dos dois (HITT; HOSKISSON;
KIM, 1997; MARTINEZ, 2002; VERMEULEN; BARKEMA, 2002; DOUKAS; LANG,
2003). Li (2007), reforça a constatação de Ruigrok e Wagner (2004), ao afirmar que embora o
tema internacionalização de empresas tenha se tornado um dos mais pesquisados na área de
administração internacional, não houve consenso no que concernem as conclusões, e destaca
ainda, que os resultados obtidos chegaram, na realidade, a uma dispersão considerável.
Contractor, Kundu e Hsu (2003) corroboram com os autores supracitados e informam
que alguns pesquisadores encontraram uma relação linear positiva entre o grau de
internacionalização e o desempenho da empresa (VERNON, 1971; ERRUNZA, SENBET,
1981; GRANT, 1987; GRANT et al, 1988; KIM; LYN, 1987; JUNG, 1990; HAN et al,
1998), enquanto outros encontraram uma relação linear negativa (BREWER, 1981;
SIDDHARTAN; LAL, 1982; MICHEL; SHAKED; 1986; COLLINS, 1990b) e houve ainda
pesquisadores que não evidenciaram nenhuma relação significativa entre o grau de
internacionalização e o desempenho da empresa (BUCKLEY et al, 1977; KUMAR, 1984;
MORCK; YEUNG, 1991).
Conforme o exposto, as divergências demonstradas em pesquisas empíricas anteriores
e a relevância do tema tanto no âmbito acadêmico como empresarial, incentivam a realização
de novos estudos como forma de contribuir para uma melhor compreensão do relacionamento
entre o grau de internacionalização e o desempenho empresarial, que nesta pesquisa se
reportará às medidas de desempenho econômico-financeiro e valor das empresas no Brasil.
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Esta pesquisa fornecerá subsídios para futuros estudos envolvendo o tema proposto,
analisando a relação entre o desempenho econômico-financeiro e valor das indústrias no
Brasil e seu grau de internacionalização por meio da análise da relação entre indicadores
econômico-financeiros e variáveis que apontam o nível de internacionalização de empresas.
O tema proposto se mostra relevante uma vez que a literatura sobre o processo de
internacionalização em países emergentes, segundo Barcellos (2010), ainda está em processo
de maturação, à medida que propõe a possibilidade de relação entre o grau de
internacionalização e a melhoria nos indicadores econômico-financeiros das indústrias no
Brasil .

4. OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Analisar a relação entre o grau de internacionalização e o desempenho econômico-


financeiro e valor das indústrias no Brasil.

4.2 Objetivos Específicos

 Analisar o desempenho econômico-financeiro das indústrias brasileiras listadas na


BM&FBovespa em 2010.
 Examinar o valor das indústrias brasileiras listadas na BM&FBovespa em 2010.
 Mensurar o grau de internacionalização das indústrias do Brasil listadas na
BM&FBovespa em 2010 por meio de variáveis consolidadas pela literatura.
 Investigar a relação entre o grau de internacionalização o desempenho econômico-
financeiro e o valor das indústrias brasileiras em 2010, listadas na BM&FBovespa.

5. HIPÓTESES

Suscitando possíveis respostas para o problema de pesquisa, desenvolveram-se três


hipóteses a serem testadas, pois, para comparar uma conjectura sobre uma população com as
informações contidas numa amostra de dados, é necessário testar as hipóteses que explicam os
parâmetros desconhecidos (HILL, 2003).
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No cenário internacional, ao analisar os efeitos da internacionalização no desempenho


da empresa, Vernon (1971), constatou a existência de uma relação positiva entre ambos. Fato
recorrente no trabalho de Kin e Lyn (1987), que analisaram a relação existente entre o grau de
internacionalização e valor da empresa e constataram uma relação linear positiva entre as
variáveis. Nesse sentido, nesta pesquisa serão testadas as seguintes hipóteses:
H1 – O grau de internacionalização apresenta uma relação positiva com o desempenho
econômico-financeiro e o valor das indústrias no Brasil.
H2 – O grau de internacionalização apresenta uma relação negativa com o desempenho
econômico-financeiro e valor das indústrias no Brasil.
H3 – O grau de internacionalização apresenta uma relação nula com o desempenho
econômico-financeiro e o valor das indústrias no Brasil.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

Apresenta-se como revisão de literatura para este projeto de pesquisa cinco tópicos
correspondentes ao número de eixos norteadores do estudo, quais sejam: 6.1)
Internacionalização de empresas; 6.2) Teorias econômicas da internacionalização; 6.3) Teoria
comportamental da internacionalização; 6.4) Medidas ou variáveis para o grau de
internacionalização de empresas; e 6.5) Estudos anteriores sobre internacionalização na
perspectiva da performance empresarial.

6.1 Internacionalização de empresas

O termo internacionalização, embora seja amplamente utilizado em debates acerca


deste assunto, ainda não se encontra definido na literatura existente de forma clara e concisa
(WELCH e LUOSTARINEN, 1988). Este conceito tornou-se mais abrangente e complexo por
compreender inúmeras atividades como comércio exterior, investimentos estrangeiros diretos,
alianças, fusões, aquisições internacionais e outras operações que envolvem transações
internacionais (JOHANSON E VAHLNE, 1990).
De acordo com Machado-da-Silva e Seifert Jr. (2005), a internacionalização vem
sendo tratada pela literatura apenas como um movimento de saída. No entanto, Welch e
Luostarinen (1988) ampliaram essa concepção concebendo-a como o conjunto de esforços
que têm como finalidade maximizar o envolvimento das entidades em operações
internacionais que tanto podem ser de entrada como de saída, chamadas de inward e outward
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respectivamente. Os autores sugerem, ainda, que as operações de saídas são influenciadas


pelas operações de entradas que, normalmente, ocorrem primeiro.
Welch e Luostarinen (1993) cogitam que o primeiro passo para inserção no mercado
internacional de uma empresa seja oriunda de uma atividade de entrada (inward) com uma
compra feita no exterior, a obtenção de licenças de fabricação, a compra de tecnologia ou de
contratos de franquia de empresas estrangeiras. E, posteriormente, ocorre o processo de
internacionalização para fora (outward), amplamente abordado pela literatura da área
(WELCH e LUOSTARINEN, 1988; ROCHA, BLUNDI e DIAS, 2002; PAIVA,
CARVALHO e FENSTERSIFER,2004), como joint venture, exportação, licenciamento, ou
investimento direto estrangeiro (IDE). Rocha, Blundi e Dias (2002) corroboram com tal
afirmação, mas evidenciam que a relação entre inward e outward no processo de
internacionalização não é óbvia, pois a concomitância dessas operações e a ordem em que
ocorrem não é uma regra constante.
Porém, por não ser possível abordar todas as facetas da internacionalização em virtude
de sua complexidade (MACHADO-DA-SILVA e SEIFERTJR., 2005), esta pesquisa
contemplará as formas de ingresso no mercado internacional que envolvem as operações de
saídas (outward).
Para Kotler (2000), quando uma empresa decide ingressar no mercado internacional,
ela precisa primeiramente definir a melhor maneira de ingressar nele. E na literatura
especializada, as estratégias de acesso ao mercado internacional utilizadas pelas empresas
estão classificadas em exportação indireta, exportação direta, licenciamento, franchising,
alianças estratégicas, joint venture e investimento estrangeiro direto (IED) (ROOT,1994;
GARRIDO,LARENTIS e SLONGO, 1996; CATEORA e GRAHAM,2001; KOTLER, 2000).
Na exportação indireta, a empresa que pretende exportar, utiliza-se de uma terceira
empresa estabelecida no Brasil para realizar suas vendas ao exterior, ou ainda, vende suas
mercadorias com a finalidade específica de exportação a outras empresas comerciais no Brasil
que atuarão como intermediárias no processo. Dessa forma a empresa garante maior
segurança no tocante ao retorno e um menor investimento, uma vez que o processo de
exportação será realizado pelo interveniente. (GARRIDO, LARENTIS e SLONGO, 1996;
CATEORA e GRAHAM, 2001; CHRISTOPHER, PECK e TOWILL, 2006).
Com a exportação direta, a empresa vende seus produtos diretamente ao importador
sem o auxílio de intermediários. No entanto, ao contrário do que ocorre na importação
indireta, o exportador elevará os seus riscos, pois investirá recursos próprios. Tornando-se
necessário maior conhecimento de todas as etapas do processo e do nicho de mercado
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investido (GARRIDO, LARENTIS e SLONGO, 1996; CATEORA e GRAHAM, 2001;


CHRISTOPHER, PECK e TOWILL, 2006).
O licenciamento é caracterizado pela firmação de um contrato através do qual uma
empresa que detém os direitos sobre um bem, chamada licenciadora, concede-os a outra
empresa, denominada licenciada, mediante pagamento de royalties, taxas de licenciamento ou
alguma outra forma de remuneração. O bem licenciado pode ser uma patente, um segredo
comercial ou o nome de uma empresa. O licenciamento é uma estratégia de entrada no
mercado internacional de grande impacto (ROOT,1994; KEEGAN, 2000).
Ao desenvolver-se, o licenciamento deu origem à franchising, através da qual além
dos direitos há, também, o repasse de tecnologias e a imposição dos padrões e normas a
serem seguidos pelo franqueado (ROOT, 1994; CATEORA e GRAHAM,2001; WELCH e
LUOSTARINEN, 1988).
A aliança estratégica é um acordo através do qual, organizações que objetivam
maximizar suas potencialidades em virtude de um objetivo comum, se unem através da troca
de experiências e tecnologias. Nesse sentido, as empresas se reúnem através de alianças para
realizar aquilo que não são capazes isoladamente (HAMEL e DOZ, 2000).
A joint venture pode ser entendida com uma parceria firmada entre duas ou mais
empresas com o objetivo de compartilhar determinado investimento e por consequência seus
resultados propriedade, riscos e controle (KOTLER,2000; OSLAND, TAYLOR e ZOU,
2001) .
Investir diretamente no mercado internacional através da implantação de filiais é uma
característica das empresas transnacionais. Esse processo é chamado de Investimento
Estrangeiro Direto (IED) e implica em investir em capacidade produtiva diretamente no
exterior (AMATUCCI, 2009).
Para a Organization for Economic Co-operation and Development - OECD (1999), o
IED suscita o interesse de uma entidade em outra entidade situada em uma economia
diferente da sua. Esse interesse direciona a uma relação de longo prazo entre o investidor e a
nova empresa.
O investidor estrangeiro direto é um indivíduo com personalidade jurídica ou não,
público ou privado que possui uma subsidiária, associada ou filial operando em um país
distinto do país de origem da entidade (OECD, 1999).
É necessário salientar que a decisão sobre qual metodologia é a mais adequada para a
empresa seguir em seu processo de internacionalização deverá levar em consideração fatores
economicamente relevantes em virtude da volatilidade do cenário econômico, pois a eficácia
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de tal processo depende tanto de fatores internos como fatores externos à empresa. Estes
fatores serão considerados de acordo com as abordagens econômicas que divergem em
diversos aspectos, sejam eles relacionados ao poder do produto perante os mercados globais, a
adaptação empresarial como forma de inserção em um novo mercado internacional ou até
mesmo a absorção de processos produtivos à estrutura da empresa como forma de gerar
vantagem competitiva (VARANDA et al., 2010)
As abordagens econômicas que ensejaram nas principais teorias acerca do processo de
internacionalização de uma empresa foi o enfoque de inúmeras pesquisas e, segundo vários
autores (JOHANSON; VAHLNE, 1990; ANDERSSON, 2000; ROCHA; VEIGA, 2001;
BARRETO; ROCHA, 2003, MACHADO-DA-SILVA; SEIFERT JR., 2004), dividem-se em
duas grandes correntes teóricas: Teorias Econômicas e Teorias Comportamentais, descritas a
seguir.
As teorias econômicas analisam o fenômeno sob a ótica dos custos de transação,
internalização, localização e vantagem monopolista, enquanto as teorias comportamentais
abordam a internacionalização como um processo evolutivo de etapas incrementais a partir da
aquisição de experiência e acumulação de conhecimento em mercados internacionais
(MACHADO-DA-SILVA; SEIFERT JR., 2004).

6.2 Teorias Econômicas da Internacionalização

As teorias econômicas de internacionalização compreendem, especialmente, as


seguintes teorias: Teoria de Hymer, Teoria do ciclo-de-vida do produto de Vernon, Teoria de
Buckley e Casson e Paradigma eclético de Dunning (AMATUCCI, 2009), conforme descrição
a seguir.

a) Teoria de Hymer

Para Amatucci (2009), possivelmente, o primeiro trabalho a tratar especificamente do


fenômeno da internacionalização de empresas tenha sido a tese de Hymer (1960, 1976). Em
sua obra, o autor diferenciou o investimento direto no exterior (IED), em que o investidor
possuiria o controle da empresa na qual o investimento foi feito, do chamado ‘investimento de
portfólio’, onde o investidor buscava apenas diversificar suas aplicações financeiras.
Amatucci (2009, p. 7) destaca que:
em sua tese de doutoramento apresentada ao MIT (Massachusets
Institute of Technology) em 1960, Hymer buscava responder à questão
básica: os IED obedecem às mesmas leis econômicas de fluxo
internacional de capitais, de acordo com as quais estes movem
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segundo diferenças de taxas de juros, do país de menor taxa de juros


para o país de maior taxa de juros?

Na mesma linha de pensamento, Pozzobon e Schimidt (2008) afirmam que Hymer


(1976) questiona a hipótese de que a procura de baixos custos de produção em outros países é
o fator que fomenta os investimentos diretos no exterior. Pois, segundo Hymer (1978),
considerando que essa afirmativa fosse a principal razão para o investimento, ter-se-ia
dificuldade para explicar o por quê de as firmas locais não competirem com sucesso com as
estrangeiras. Logo, a suposição-chave na sua teoria, na busca pelos determinantes de
produção internacional (FDI), é a existência de falhas ou imperfeições de mercado. As
imperfeições de mercado podem ocorrer devido a diversos fatores, como: (i) imperfeições nos
mercados de bens; (ii) imperfeições nos elementos de mercado; (iii) economias de escala
interna e externa; e (iv) interferência do governo com a produção ou comércio (POZZOBON;
SCHIMIDT, 2008).
Desta forma, segundo Hymer (1978), os fatores determinantes de investimento direto
no exterior (IED), levando em consideração as falhas de mercado, são a existência de
vantagens específicas que podem ser exploradas no exterior e que estão extenuadas no seu
país, a amputação de conflitos e a diversificação de IED (DIB, 2008).

b) Teoria do Ciclo de Vida do Produto

Conforme Amatucci (2009), Vernon (1966) explica o fluxo de investimentos no


exterior por meio do papel exercido pelas firmas, em particular, na administração do ciclo-de-
vida do produto.
Em seu ensaio “International investiment and international trade in the product
cycle”, publicado no Quartely Journal of Economics, em maio de 1966, Vernon, busca o
porquê de um novo produto surgir especificamente num determinado país, e que fatores
contribuem para que a empresa produtora busque localizar sua produção em outros países
quando o produto alcança certo grau de desenvolvimento (AMATUCCI, 2009).
De acordo com Vernon (1966) os novos produtos surgem, desenvolvem-se, atingem a
maturidade, entram em declínio e, eventualmente, desaparecem.
Segundo a teoria proposta por Vernon (1966), o ciclo-de-vida de um produto passa por
quatro estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio. No primeiro estágio o novo
produto é introduzido na região ou país para atender as necessidades locais e, primeiramente,
são exportados à países com características semelhantes aos país de origem. Em seguida, no
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segundo estágio, uma cópia do produto é produzida em outros lugares e introduzida no país


de origem para capturar o crescimento no mercado doméstico. Este move a
produção para outros países, geralmente com base no custo de produção. Na etapa seguinte, o
produto começa a ser produzido em larga escala nos países que irão proporcionar o menor
custo. E, por fim, no último estágio, o produto passar a ser comercializado apenas em países
pobres.
Nessa perspectiva, pode-se constatar que a Teoria do ciclo-de-vida consiste em
exportar os processos de produção de um produto cujas oportunidades de mercado já foram
exploradas no país de origem da multinacional para outros países, a serem selecionados de
acordo com as vantagens competitivas, para reiniciar o ciclo.

c) Teoria de Buckley e Casson

De acordo com Paes (2010), Buckley e Casson (1991) dão ênfase aos mercados
intermediários do processo produtivo no ambiente internacional e dos benefícios que estes
podem proporcionar em termos de tecnologia, patente, capital humano, etc. (RUGMAN;
VERBEKE, 2003) e não apenas aos mercados consumidores finais. Para esses autores, a
existência de mercados imperfeitos é o fato que gera os benefícios de se internalizar a
produção e o que leva a criação de empresas transnacionais (BUCKLEY; CASSON, 1991;
RUGMAN; VERBEKE, 2003; AMATUCCI, 2009).
Assim, Buckley e Casson (1991) especificam cinco tipos de imperfeições de mercado
que criam oportunidades para a internalização do processo produtivo (AMATUCCI, 2009):
1) ausência de coordenação entre atividades intermediárias no processo produtivo em
termos de mercados futuros, incentivando a empresa a criação de um mercado de
futuros próprio, interno;
2) inabilidade dos mercados externos de proporcionar preços discriminatórios, muitas
vezes necessários a viabilização da produção. Desta forma, cria-se um incentivo para
internalizar etapas da produção;
3) problemas de barganha, originados quando compradores e vendedores detêm
grande poder de mercado. Este tipo de relação que pode gerar riscos em termos de
preço, fornecimento e desencontros produtivos;
4) incerteza do comprador acerca do real valor de um novo “conhecimento” sem
patente ou registro;
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5) intervenção governamental, na forma de impostos, restrição no movimento de


capitais, entre outros fatores insipientes ao mercado internacional.

Dessa forma, diante dos desafios acima listados, as empresas são motivadas a
internalizar as etapas da produção, controlando riscos e levando à verticalização da empresa
(AMATUCCI, 2009).
Para Buckley e Casson (1991) formar-se-ia um sistema internacional de inteligência
capaz de gerar conhecimento básico e tecnologias aplicáveis em processo de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) interno ou de uso comercial em mercados diversos. Como resultado
final, a empresa deteria uma rede global de plantas produtivas semelhantes, gerando
conhecimento e produtos em uma escala global (PAES, 2010).

d) Paradigma Eclético de Dunning

Dunning (1980) afirma que o IED, por meio de operações diretas ou parcerias, pode
ser explicado, de forma mais comprometida, conforme três vantagens auferidas do maior
comprometimento: a localização, a propriedade e a internalização (AMATUCCI, 2009).
A empresa se internacionaliza com o objetivo de explorar as vantagens de localização,
ou seja, redução de custos de mate-prima, mão-de-obra, redução de custos de um modo geral,
etc. que pode auferir com sua atuação no exterior. O segundo fator é ownerhship, ou seja, a
empresa ao atuar no exterior deve aproveitar suas competências essências com ferramenta
para enfrentar a concorrência local, tais como vantagens fornecidas pelas barreiras tarifárias,
incentivos governamentais, etc. como um diferencial para competir com os novos
concorrentes (AMATUCCI, 2009). O último fator que motiva a empresa a se
internacionalizar é para explorar as vantagens de internalização, ou seja, as vantagens
advindas da diminuição dos custos de câmbio, da propriedade da informação e redução da
incerteza; do maior controle da oferta e dos mercados e sobretudo da maior possibilidade de
acordos contratuais e de negócios (AMATUCCI, 2009).

6.3 Teoria Comportamental da Internacionalização

A corrente teórica dita comportamental considera os aspectos culturais,


comportamentais e percepções dos tomadores de decisão, que seriam orientados pela busca da
redução de risco como os principais determinantes do processo de internacionalização. Com
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isso, essas teorias compreendem a internacionalização como um conjunto de sequência de


passos dependentes do conhecimento adquirido com a experiência (BARCELLOS, 2010).
Dentre as teorias comportamentais da internacionalização, destaca-se a Teoria de
Uppsala, descrita a seguir diante da recorrência de sua aplicação em diversos estudos sobre
internacionalização.
Johanson e Vahlne (1977), os idealizadores dessa teoria, desenharam um modelo de
internacionalização gradual de empresas com base na literatura existente e em dois estudos de
caso (AMATUCCI, 2009).
O modelo baseado em observações empíricas realizadas em estudos na Universidade
de Uppsala, tendo como base o paradigma comportamental, demonstra que as empresas
suecas geralmente desenvolvem as operações internacionais aos poucos ao invés de
realizarem grandes investimentos em momentos esporádicos. Inicialmente, as empresas
começam a exportar para outros países através de agentes, em seguida implantam subsidiárias
e, em alguns casos, iniciam a produção no país de hospedeiro (JOHANSON; VAHLNE,
1977).
A segunda proposição do modelo de Uppsala é a relação entre a ordem cronológica
entre a internacionalização e a distância psíquica entre o país de origem e o país hospedeiro.
Sendo a distância psíquica definida como os empecilhos que dificultam o fluxo de
informações com as diferenças culturais, idioma, etc. (JOHANSON; VAHLNE, 1977).
Desse modo, conforme o modelo de Uppsala, a experiência em mercados estrangeiros
tem um papel crucial para a empresa, já que a medida que a empresa vai adquirindo
experiência em um dado mercado, ela obtém gradativamente informações sobre o mesmo
fazendo com que seus recursos sejam melhor alocados.

6.4 Medidas ou variáveis para o grau de internacionalização de empresas

Para autores como Johanson e Vahlne (1977, 1990), as empresas passariam por um
processo sequencial de internacionalização que consistiria de vários estágios: (i) atividades
esporádicas de exportação, (ii) uso de representantes e agentes, (iii) estabelecimento de
subsidiárias de vendas e (iv) implantação de unidades de fabricação no exterior.
E para mensurar o nível em que se encontra a empresa no andamento desse processo,
segundo Sullivan (1994), não há uma medida pronta que seja consensual disponível na
literatura existente.
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Conforme Loncan (2010), o grau de internacionalização de uma empresa envolve


tanto o percentual de suas operações mantidas no exterior quanto à forma como ela pratica a
gestão de suas atividades internacionais.
Sullivan (1994) lembra que há autores que defendem a escolha de uma única variável
para a medição do grau de internacionalização empresarial, porém cada um trabalha com uma
variável distinta, o que resulta em uma grande variedade de medidas, tornando cada vez mais
difícil a adoção de um padrão (STOPFORD; WELS, 1972; STOPFORD; DUNNING, 1983;
DANIELS; BRACKER, 1989).
Forte e Sette Júnior (2008) informam que, se tratando de um assunto complexo como
o grau de internacionalização de empresas, com vários atributos, a medição, a partir de um
único item, pode resultar numa confirmação falsa ou em avaliações distorcidas das relações
que constituem a internacionalização.
Nesse sentido, alguns autores desenvolveram modelos com medidas ou variáveis para
avaliação do grau de internacionalização de empresas, conforme descrição a seguir.
Sullivan (1994) – ao estudar 74 empresas industriais, listadas no ranking das 100
empresas norte-americanas com a maior receita externa, segundo menção da Revista Forbes,
de 1979 a 1990, – construiu a seguinte combinação linear de itens, precedida por uma análise
fatorial, o que auxiliou na identificação das variáveis mais significativas para a medição do
grau de internacionalização.

DOIINTS = FSTS + FATA + OSTS + PDIO + TIMIE

Onde:
DOIINTS = escala do grau de internacionalização;
FSTS = vendas externas/vendas totais;
FATA = ativos no exterior/ativos totais;
OSTS = subsidiárias no exterior/total de subsidiárias;
PDIO = dispersão psíquica das operações internacionais;
TMIE = experiência internacional da alta gerência.

Como relação ao PDIO, o critério utilizado por Sullivan (19994) foi obtido a partir dos
trabalhos de Ronen e Shenkar (1985), em que se atribui às subsidiárias diferentes pesos, a
depender de sua localização em uma das 10 zonas psíquicas do mundo com relação aos
Estados Unidos da América (SULLIVAN, 1994). Para Sullivan (1994), cada zona tem um
único mapa cognitivo de princípios de gerenciamento, em que se presume que, quanto maior
14

for a dispersão das subsidiárias entre as 10 zonas, maior será a dispersão psíquica de suas
operações internacionais.
Para Sullivan (1994), a experiência internacional da alta gerência (TMIE) é obtida a
partir da análise histórica das atividades internacionais, exercidas pelos executivos da alta
gerência e, da experiência desses com a tarefa internacional, segundo dados da empresa.
No modelo desenvolvido por Sullivan (1994), as variáveis foram transformadas em
taxas, de modo que o grau de internacionalização possa variar de zero – sem qualquer
envolvimento com a atividade internacional – até cinco, em que o envolvimento da empresa
com a atividade internacional é total (SULLIVAN, 1994).
Sullivan (1994) acredita que se medindo o grau de internacionalização a partir da
combinação linear das variáveis FSTS, FATA, OSTS, PDIO e TMIE, faz-se reduzir o erro
que resulta da amostra, da sistemática e da tendência de atribuição arbitrária (FORTE; SETTE
JÚNIOR, 2008).
Outro índice disponível na literatura para mensuração do grau de internacionalização
foi criado pela United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD). Esse
índice é utilizado pela Fundação Dom Cabral (FDC), no Brasil, para elaboração do ranking
das transnacionais brasileiras desde o ano de 2006. O índice consiste basicamente na
avaliação de três indicadores empresariais, que, agregados, compõem o grau de
internacionalização das empresas, a saber: (i) Receitas/Vendas: Receita bruta de subsidiárias
no exterior/receitas totais; (ii) Ativos: valor dos ativos no exterior/valor total dos ativos da
empresa; (iii) Funcionários: número de funcionários no exterior/número de funcionários
total. Para cada um dos três indicadores utilizados na metodologia, é calculado um índice que
reflete a proporção do exterior sobre o total. Posteriormente, calcula-se a média dos três
índices para se compor o índice geral de transnacionalidade de cada empresa (RAMSEY et al,
2010).
Forte e Sette Júnior (2005), também formularam indicadores alternativos para medir o
grau de internacionalização das empresas, no entanto, eles fizeram uma adaptação do modelo
proposto por Sullivan (1994), no intuito de aproximá-lo da realidade do setor de rochas
ornamentais e de revestimento, objeto de estudo da pesquisa dos autores. Os indicadores
utilizados por Forte e Sette Júnior (2005), para a mensuração do grau de inovação das
empresas, são os seguintes:

GIN = VETV +ATEX + SETS + DPOI + EIMI


15

Onde:
GIN = escala do grau de internacionalização;
VETV = vendas externas/total de vendas;
ATEX = número de atividades exercidas no exterior;
SETS = número de subsidiárias no exterior/total de subsidiárias;
DPOI = dispersão psíquica das operações internacionais;
EIMI = experiência internacional da empresa com o mercado internacionalizado.
 
Em pesquisa mais recente sobre o processo de internacionalização das maiores empresas
exportadoras do setor calçadista brasileiro, Forte, Moreira e Moura (2006) utilizaram o
seguinte índice:

GIN = VETV +ATEX + SETS + DPOI + EIMI 

Onde:
GIN = escala do grau de internacionalização;
VETV = vendas externas/total de vendas;
ATEX = número de atividades exercidas no exterior (importação, exportação, contrato
de produção, subsidiárias no exterior e outras);
SETS = número de subsidiárias no exterior/total de subsidiárias;
DPOI = dispersão psíquica das operações internacionais. Índice calculado a partir da
média ponderada dos três maiores países compradores dos calçados da empresa;
EIMI = experiência internacional da empresa com o mercado internacional: tempo de
internacionalização/tempo de existência da empresa.

Do exposto, pode-se verificar que os modelos propostos para avaliação do grau de


internacionalização de empresas apresentam pontos em comum, mas divergem em alguns
aspectos importantes.
 
6.5 Estudos anteriores sobre internacionalização na perspectiva da performance
empresarial

O tema internacionalização de empresas com foco no desempenho econômico-


financeiro das empresas tem sido alvo de muitos debates acadêmicos durante décadas
(VERNON,1971; GRANT, 1987; JUNG, 1990; BREWER,1981).
16

Vernon (1971) pesquisou a relação existente entre o grau de internacionalização e os


indicadores de desempenho Retorno Sobre Vendas (ROS) e Retorno Sobre Investimentos
(ROI) considerando como medida de mensuração do grau de internacionalização o resultado
das vendas realizadas ao exterior dividido pelas vendas totais (FSTS). Utilizando o método
estatístico teste t de Student, Vernon (1971) comparou o desempenho de empresas domésticas
americanas com o desempenho de empresas transnacionais e encontrou uma relação linear
positiva entre as variáveis, ou seja, as duas variáveis da pesquisa (grau de internacionalização
e indicadores) se relacionam de forma diretamente proporcional.
No mesmo sentido, Errunza e Senbet (1981) pesquisaram a relação entre grau de
internacionalização e o retorno excedente. Assim, os autores procuraram analisar de forma
empírica as conseqüências do processo de internacionalização das empresas multinacionais
(EMNs) no seu valor de mercado e obtiveram resultados similares aos de Vernon (1971),
concluindo que existe uma relação linear positiva entre o retorno excedente e as operações
internacionais.
Embora outros estudiosos (KIN e LYN, 1987; GRANT, 1987; JUNG,1990; HAN,
LEE e SUK, 1998) também identificassem uma relação positiva entre o grau de
internacionalização e os indicadores de desempenho analisados em suas respectivas pesquisas
como mostra o Quadro 1, os resultados obtidos por Michael e Shaked (1986) contrariam esta
perspectiva mostrando que a relação entre o nível de internacionalização da empresa e sua
performance é inversamente proporcional, ou seja, linear negativa. A pesquisa considerou
como medida do grau de internacionalização o FSTS e como medida de desempenho
econômico-financeiro o Retorno ajustado ao risco, utilizando o teste t para testar as hipóteses.
As evidências encontradas pelos autores também corroboram os resultados obtidos por outros
pesquisadores (BREWER, 1981; SIDDHARTAN e LALL, 1982; COLLINS, 1990).
Contudo, algumas pesquisas evidenciaram que não existe relação entre performance e
grau de internacionalização como os resultados alcançados por Morck e Yeung (1991). Em
sua pesquisa, eles analisaram 1644 empresas americanas utilizando como ferramenta
estatística uma regressão linear multivariada. A variável independente considerada pela
pesquisa é o resultado da divisão entre o total de subsidiárias e o número de países onde a
empresa possui subsidiárias e a variável dependente considerada foi o indicador financeiro
de mercado Q de Tobin.
Algumas pesquisas acadêmicas detectaram ainda uma relação curvilínea em “U”,
quando o efeito inicial da internacionalização sobre o desempenho da empresa é negativo e,
posteriormente, alcançando resultados positivos (RUIGROK E WAGNER, 2002), enquanto
17

outras verificaram uma relação curvilínea em “U” invertido, denotando um nível ótimo do
nível de internacionalização (DANIELS e BRACKER, 2004; GERINGER, BEAMISH e da
COSTA, 1989).
Lu e Beamish (2001) elaboraram sua pesquisa com empresas japonesa e utilizaram
como medida do grau de internacionalização um índice composto com base no total de
subsidiárias e no número de países das subsidiárias, e para mensurar o desempenho adotaram
o ROA. O resultado obtido denotou uma relação em “U” invertido entre grau de
internacionalização e performance, onde o retorno inicial é positivo até um determinado
ponto, do qual o movimento inicia um declínio originando um retorno negativo.

Tipo de relação Autoria Ano Indicadores de desempenho


Linear Positiva Vernon 1971 ROI e ROS
Linear Positiva Errunza e Senbet 1981 Retorno excedente
Excedente de valor de mercado e
Linear Positiva Kin e Lyn 1987
Q de Tobin
Linear Positiva Grant 1987 ROA, ROE e ROS
Linear Positiva Grant et al. 1988 ROA, ROE e ROS
Linear Positiva Jung 1990 Lucro Líquido/Ativos Totais
ROE, Turnover dos ativos e
Linear Positiva Han, Lee e Suk 1998
margem de lucro
Linear Negativa Brewer 1981 Retorno das ações
Linear Negativa Siddhartan e Lall 1982 Crescimento de vendas
Linear Negativa Michel e Shaked 1986 Retorno ajustado ao risco
Risco total, Dívidas sobre PL e
Linear Negativa Collins 1990
Beta
S/ Relação 1977,
Buckley et al. ROA
Significativa 1984
S/ Relação
Kumar 1984 ROA e ROS
Significativa
S/ Relação
Morck e Yeung 1991 Valor de mercado
Significativa
Curvilínea em “U” Qian 1997 ROE
Curvilínea em “U” Ruigrok e Wagner 2002 ROA
Curvilínea em “U”
Daniels e Bracker 1989 ROA e ROS
invertido
Curvilínea em “U” Geringer, Beamish
1989 ROA e ROS
invertido e da Costa
Curvilínea em “U”
Sullivan 1994 ROA e ROS
invertido
Curvilínea em “U”
Hitt et al. 1994 ROA e ROS
invertido
Curvilínea em “U”
Ramaswamy 1995 ROA, ROS e ROVA
invertido
Curvilínea em “U” Al-Obaidan e Variância da eficiência técnica e
1995
invertido Scully frontier production function
18

Curvilínea em “U” Gomes e Custo de vendas / Vendas Totais e


1999
invertido Ramswamy ROA
Curvilínea em “U”
Lu e Beamish 2004 ROA e ROS
invertido
Quadro 1 – Tipos de relações entre desempenho e internacionalização em outras pesquisas
Fonte: Adaptado de Contractor, Kundu e Hsu (2003).

Ao pesquisar o impacto da internacionalização nas 74 empresas industriais americanas


mais internacionalizadas, Sullivan (1994) utilizou um índice proposto por ele para
mensuração da escala do grau de internacionalização e avaliou a performance a partir do
ROA e ROS. E de acordo com o resultado da pesquisa, a relação entre o grau de
internacionalização e o desempenho da empresa pode ser representada por uma curva em “S”.
Em virtude das controvérsias existentes entre os diferentes resultados obtidos por
pesquisas anteriores e corroborando com Sullivan (1994); Contractor, Kundu e Hsu (2003)
propuseram que a função desempenho/internacionalização apresenta uma forma de “S”,
através da qual seria possível demonstrar as relações lineares positivas ou negativas e em
forma de “U” invertido ou não, como mostra a Figura 1.

Figura 1 – Gráfico da função Desempenho/Grau de Internacionalização


Fonte: Contractor, Kundu e Hsu (2003)

No Brasil, as pesquisas sobre internacionalização de empresas se desenvolveram,


principalmente, a partir da década de 80. Porém, após o ano de 1992 – com a abertura
econômica proporcionada pelo governo federal e com a consequente ampliação da
19

participação das empresas brasileiras no comércio internacional – os estudos sobre o assunto


ganharam maior atenção e passaram a ser mais recorrentes (KRAUS, 2000).
Fleury, Borini e Fleury (2007), investigaram a relação entre o grau de
internacionalização e o desempenho de empresas exportadoras brasileiras e realizaram uma
análise comparativa dos resultados destas com os resultados das multinacionais brasileiras. A
variável utilizada para avaliar o grau de internacionalização foi obtida a partir da divisão das
vendas para o exterior pelas vendas totais, enquanto o índice de desempenho utilizado foi o
resultado do EBIT pelas vendas totais. Os autores trabalharam com 118 empresas integrantes
das 500 maiores empresas brasileiras do ranking “Maiores e Melhores” da Revista Exame do
ano de 2006 e encontraram uma relação positiva entre o grau de internacionalização e
performance.
Santos e Muller (2008) analisaram se a internacionalização de empresas brasileiras
criou valor para seus acionistas. A mostra da pesquisa foi composta pelas empresas listadas no
Índice IBX-100 da BM&FBovespa, através das quais os autores selecionaram um conjunto de
ações de empresas brasileiras multinacionais e outro de empresas brasileiras domésticas para,
comparar o desempenho de cada conjunto através do retorno mensal, do risco total, do risco
sistêmico, do Índice de Sharpe, do Índice de Treynor e do Índice de Jensen. O critério para
avaliar o nível de internacionalização selecionado foi ter pelo menos uma subsidiária externa
integral sob controle acionário da multinacional brasileira em 1996 e no mínimo cinco
subsidiárias integrais em diferentes países em 2005. De acordo com os resultados obtidos pela
pesquisa, a relação entre a internacionalização e a geração de valor é positiva, confirmando
que a internacionalização gerou valor aos acionistas.
Barcellos (2010), utilizando-se de uma survey realizada no ano 2006, avaliou a
contribuição da internacionalização para o desempenho financeiro das empresas brasileiras
como um todo e para o desempenho financeiro das suas operações internacionais. A amostra
da pesquisa foi composta por 51 empresas de capital nacional de setores econômicos variados.
Para mensuração do desempenho financeiro, a autora utilizou ROA, ROE, Margem líquida e
EBTIDA, enquanto as variáveis utilizadas para aferição do grau de internacionalização foram
porcentagem de empregados no exterior, porcentagem de ativos no exterior, atuação em mais
de três regiões geográficas mundiais e listagem em Bolsas de Valores. Utilizando a correlação
de Pearson para análise das variáveis, os resultados obtidos mostraram que o grau de
internacionalização, inicialmente, trás um efeito negativo ao desempenho financeiro da
empresa, no entanto alcança resultados positivos posteriormente. Sugerindo, assim, que a
relação grau de internacionalização-desempenho financeiro seja representada por uma curva
20

em forma de “U” corroborando com os resultados de pesquisas internacionais anteriores


(QIAN, 1997; RUIGROK e WAGNER, 2002).
O Quadro 2 apresenta algumas pesquisas nacionais que buscaram investigar o
relacionamento entre o grau de internacionalização e o desempenho empresarial.
Título Autoria Ano
Internacionalização e desempenho das maiores empresas
Bezerra 2005
brasileiras
Internacionalization and performance: a comparison of Fleury, Borini
2007
Brazilian exporters versus Brazilian multinationals e Fleury
Grau de internacionalização de empresas brasileiras e a criação Santos e
2008
de valor para o acionista Muller
Internacionalização de empresas brasileiras: um estudo sobre a
relação entre o grau de internacionalização desempenho Barcellos 2010
financeiro
Quadro 2 – Pesquisas nacionais sobre internacionalização e desempenho empresarial
Fonte: Elaborado pelo autor com base na revisão da literatura.

Conforme pode se observar, ainda é restrito o número de pesquisas realizadas no


Brasil que analisaram a relação entre o nível de internacionalização e o desempenho
econômico-financeiro e valor da empresa, fato ratificado pelo levantamento realizado por
Barcellos (2010).

7 METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa se dará dentro de uma abordagem quantitativa, cujas


parametrizações serão definidas nessa seção, como segue:

7.1 Enquadramento Metodológico

Esta pesquisa classifica-se como exploratório-descritiva e terá uma abordagem


quantitativa dos dados por meio de análise documental.
No que concerne aos objetivos, o trabalho consiste de um estudo do tipo exploratório-
descritivo (GIL, 1999). Exploratório pelo fato de ter como intuito principal a busca de um
maior conhecimento sobre o tema - a análise da relação entre o grau de internacionalização e
o desempenho empresarial. Quanto à abordagem do problema, a pesquisa proposta apresenta
enfoque quantitativo, que se caracteriza pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades
21

de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas


(RICHARDSON, 1999).
Quanto aos procedimentos técnicos, esta pesquisa é documental e bibliográfica. Os
dados secundários base de investigação correspondem às informações provenientes da base de
dados do sistema Economática®, das Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) das
empresas que compreendem o universo amostral da pesquisa – Notas Explicativas e
Relatórios da Administração – disponíveis no endereço eletrônico da BM&FBovespa

7.2 População e Amostra do Estudo

A população da pesquisa reúne as indústrias de capital aberto que se encontram


listadas na BM&FBovespa em 31/12/2010. Dessa forma, o universo amostral da pesquisa
reúne 165 indústrias , como mostra o Quadro 3.

ECODIESEL FRAS-LE
EXXON MOBIL IOCHP-MAXION
HRT PETROLEO MARCOPOLO
KAROONBRASIL METAL LEVE
OGX PETROLEO PLASCAR PART
PET MANGUINH RANDON PART
PETROBRAS RECRUSUL
QGEP PART RIOSULENSE
YPF TUPY
ALCOA WETZEL S/A
CENT AMAPA WIEST
CENT MIN-RIO BIC MONARK
FREEPORT PRO
LITEL METALURG
MMX MINER METALFRIO
VALE BARDELLA
ARCELOR INDS ROMI
FERBASA INEPAR
GERDAU KEPLER WEBER
GERDAU MET NORDON MET
SID NACIONAL ACO ALTONA
USIMINAS METISA
VICUNHA SID BAUMER
ALIPERTI FORJA TAURUS
CONFAB BRASMOTOR
FIBAM IGB S/A
MANGELS INDL SPRINGER
MET DUQUE WHIRLPOOL
PANATLANTICA APPLE
TEKNO BEMATECH
PARANAPANEMA CISCO
LUPATECH INTEL
SCHULZ ITAUTEC
WEG POSITIVO INF
22

BRASKEM COSAN
ELEKEIROZ COSAN LTD
GPC PART SAO
M G POLIEST MARTINHO
PRONOR USIN C PINTO
UNIPAR CACIQUE
FER HERINGER CAF BRASILIA
NUTRIPLANT IGUACU CAFE
VALEFERT CLARION
YARA BRASIL BRF FOODS
MILLENNIUM EXCELSIOR
QGN PARTIC JBS
J.MACEDO MARFRIG
JOSAPAR MINERVA
M.DIASBRANCO MINUPAR
MARAMBAIA AMBEV
ODERICH SOUZA CRUZ
TEREOS BUETTNER
BOMBRIL CEDRO
HYPERMARCAS COTEMINAS
DURATEX DOHLER
EUCATEX ENCORPAR
CELUL IRANI FAB C RENAUX
FIBRIA IND CATAGUAS
KLABIN S/A KARSTEN
MELHOR SP NOVA
SANTHER AMERICA
SUZANO HOLD PETTENATI
SUZANO PAPEL SANTANENSE
DIXIE TOGA SCHLOSSER
METAL IGUACU SPRINGS
PETROPAR TEC
RIMET BLUMENAU
GAZOLA TECEL S JOSE
HERCULES TEKA
NADIR FIGUEI TEX RENAUX
MAGNESITA SA VICUNHA TEXT
PROVIDENCIA WEMBLEY
SANSUY BOTUCATU
CHIARELLI TEX
CP CIMENTO CIA HERING
ETERNIT MARISOL
HAGA S/A BIOMM
INTERCEMENT CREMER
PORTOBELLO MERCK
EMBRAER PFIZER
COBRASMA CAMBUCI
AUTOMETAL GRENDENE
DHB VULCABRAS
ALPARGATAS MUNDIAL
ESTRELA

Quadro 3 – Relação de empresas que integram a amostra da pesquisa


Fonte: Elaborada pelo autor com base no site da BM&FBovespa (2011).
23

7.4 Procedimentos Metodológicos

O desenvolvimento da pesquisa atenderá, prioritariamente, aos requisitos dos objetivos


específicos tornando-os concretos, possibilitando a sequência do estudo que tratará de
responder, através da obediência ao objetivo geral, o questionamento da pesquisa.
Dessa forma o estudo se iniciará pela identificação do grau de internacionalização das
empresas que compõem a amostra da pesquisa, por meio da adaptação da escala DOIINTS,
proposta por Sullivan (1994), em virtude dos objetivos propostos nesta pesquisa. Com isso,
utilizar-se-á os indicadores como segue:

Onde:
DOIINTS = escala do grau de internacionalização
FSTS = vendas externas/vendas totais
OSTS = subsidiárias no exterior/subsidiárias totais
PDIO = dispersão psíquica das operações internacionais

O FSTS, que é o resultado da divisão entre as vendas efetuadas fora do país de origem
da transnacional e o total da venda bruta da mesma empresa, obter-se-á através do Relatório
da Administração disponível no sítio da BM&FBovespa, mais especificamente na seção do
demonstrativo referente ao desempenho econômico-financeiro.
Quanto ao número de subsidiárias, que será utilizado para calcular o OSTS, será
extraído das Notas Explicativas que, também, encontram-se disponíveis no site da
BM&FBovespa.
A dispersão psíquica (PDIO) pode ser entendida como a distância cultural entre dois
elementos como idioma e costumes (SILVA, ROCHA e FIGUEIREDO, 2007) e será
calculada com base no trabalho de Silva, Rocha e Figueiredo (2007) que constataram, em sua
pesquisa, a consistência dos resultados obtidos por Leite (1981), obtendo, inclusive,
resultados semelhantes, como mostra a Tabela 1. Leite (1988), através do seu trabalho
identificou a percepção dos executivos brasileiros quanto às semelhanças e diferenças
culturais entre os países e, de sua influência na decisão de mercados para exportação.
24

Tabela 1 – Comparação entre os resultados obtidos por Silva, Rocha e Figueiredo (2007)
e Leite (1988) quanto à dispersão psíquica (PDIO)
Países Silva, Rocha e Figueiredo (2007) Leite (1988)
ARGENTINA 2.82 2.32
MÉXICO 3.49 2.68
PORTUGAL 3.73 2.12
AFRICA DO SUL 6.12 5.95
ITÁLIA 6.27 3.11
EUA 7.39 5.63
GRÉCIA 8.16 6.18
CANADÁ 9.40 5.68
INGLATERRA 9.48 5.85
ÍNDIA 10.00 6.55
HONG KONG 10.44 6.06
ALEMANHA 11.04 6.84
RÚSSIA 11.53 6.81
ISRAEL 11.73 6.31
JAPÃO 12.67 6.67
Fonte: Silva, Rocha e Figueiredo (2007).

O fato desta pesquisa considerar apenas três dos cinco indicadores sugeridos por
Sullivan (1994) não tornam seus resultados, no que tange a mensuração do nível de
internacionalização, inconsistentes. Sobre esse aspecto, Ramaswamy, Kroeck e Renforth
(1996) comentam que a construção de um indicador composto por mais de uma variável só é
justificável se os resultados por ele obtidos forem considerados superiores em termos de
qualidade àqueles que podem ser revelados por variáveis isoladas.
Para a análise do desempenho econômico-financeiro das empresas, os indicadores
selecionados nesta pesquisa, bem como sua fórmula de cálculo, serão obtidos de acordo com
o Quadro 4.

Indicador de desempenho econômico e valor Fórmula


ROA – Return on Assets Lucro operacional / Ativo Total
ROE – Return on Equity Lucro líquido / Patrimônio Líquido
ROS – Return on Sales Lucro líquido / Receita Total
EVA (ROI – CMPC)*INV
Valor Adicionado Obtido no Economática
Quadro 4 – Indicadores econômico-financeiros utilizados na pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os indicadores de desempenho (ROA, ROE e ROS) e as variáveis de valor (valor de


mercado e EVA) foram selecionados para esta pesquisa por serem os mais recorrentes em
25

pesquisas anteriores cujo objetivo era avaliar a relação entre o grau de internacionalização e o
desempenho econômico-financeiro das transnacionais conforme demonstra o Quadro 1.
De posse das informações obtidas quanto ao nível de internacionalização e os índices
de desempenho e valor, serão aplicados os testes de hipóteses.
A aplicação do teste estatístico tem por objetivo verificar se o grau de
internacionalização das empresas analisadas apresenta relação positiva, negativa ou nula com
o desempenho econômico-financeiro e valor da mesma. Operacionalmente, esta hipótese
desdobra-se em:
H1 – O grau de internacionalização apresenta uma relação positiva com o desempenho
econômico-financeiro e o valor das indústrias no Brasil.
H2 – O grau de internacionalização apresenta uma relação negativa com o
desempenho econômico-financeiro e o valor das indústrias no Brasil.
H3 – O grau de internacionalização apresenta uma relação nula com o desempenho
econômico-financeiro e o valor das indústrias no Brasil.

Para avaliar a relação entre o desempenho econômico-financeiro e a criação de valor


das indústrias potencialmente transnacionais e o seu grau de internacionalização será utilizada
a técnica estatística Correlação Linear de Pearson que, de acordo com Levine (2000, p. 514),
“é utilizada para medir a força de associação entre variáveis numéricas”assim procura-se
verificar a relação entre duas ou mais variáveis, isto é, saber se as alterações sofridas por uma
das variáveis são acompanhadas por alterações nas outras.

A partir da amostra (Quadro 3), será mensurado o grau de internacionalização para


cada componente da mesma e em seguida serão calculados os índices de desempenho e valor
de empresa, obtendo-se as variáveis independentes e dependentes respectivamente como
mostra a Figura 2.
26

GRAU DE INDÍCES DE DESEMPENHO E


INTERNACIONALIZAÇÃO VALOR DE EMPRESA

ROA
Vendas ROE
Quantidade de subsidiárias ROS
EVA
Dispersão psíquica das VALOR DE
operações internacionais MERCADO

Indústrias listadas na
BM&FBovespa
VARIÁVEIS VARIÁVEIS
INDEPENDENTES DEPENDENTES
VARIÁVEL
MODERADORA

Figura 2 – Modelo conceitual


Fonte: Elaborado pelo autor.

As variáveis serão analisadas com base na correlação de Pearson que servirá de base
para teste das hipóteses levantadas:

Onde,  x1 , x2 , ..., xn e y1 , y2 , ..., yn são os valores medidos de ambas as variáveis.

7.3 Coleta de Dados

Em relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa é documental com dados


secundários, uma vez que as informações provêm de demonstrativos contábeis (Notas
Explicativas e Relatórios da Administração) das empresas e da base de dados do sistema
Economática®, tendo como ano base das informações para avaliação do desempenho
27

econômico-financeiro e da geração do valor das empresas o exercício findo em 31/12/010.


Ressalta-se que a pesquisa documental tem por objetivo reunir, classificar e analisar os
documentos da temática em estudo. Ela se baseia em materiais que ainda não receberam
tratamento analítico (MARTINS, 2002).
Os dados secundários necessários para a realização desta pesquisa serão obtidos por
meio das seguintes fontes:
a) Site Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC);
b) Base de dados do Economática®;
c) Notas Explicativas às demonstrações contábeis (site da BM&FBovespa);
d) Relatórios da Administração (site da BM&FBovespa).

Os dados necessários para a composição das variáveis da pesquisa serão coletados


conforme Quadro 5.

Lucro Operacional Base de dados do Economática ®


Ativo Total Base de dados do Economática ®
Receita Total Base de dados do Economática ®
Patrimônio Líquido Base de dados do Economática ®
Receita Externa Relatórios da Administração
N° de subsidiárias Notas Explicativas
Valor de mercado da empresa Base de dados do Economática ®
Quadro 5 – Dados para a realização da pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor.

8. PROPOSTA DE SUMÁRIO

Lista de siglas, tabelas, gráficos, quadros e figuras

1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
1.2 Problemática
1.3 Hipóteses
1.4 Objetivos

2 INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS
28

2.1 Teorias de Internacionalização


2.2 Nível de Internacionalização

3 DESEMPENHO ECONÔMICO E VALOR DE EMPRESA


3.1 Medidas de desempenho empresarial
3.2 Métricas de valor de empresa

4 METODOLOGIA
4.1 Enquadramento metodológico
4.2 População e amostra
4.3 Coleta e tratamento dos dados

5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

7 REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

AMATUCCI, Marcos (Org). Internacionalização de Empresas – Teorias, Problemas e


Casos. 1. Ed. São Paulo; Editora Atlas, 2009.

ANDERSSON, S. The internationalization of the firm from an entrepreneurial perspective.


International Studies of Management and Organization, v. 30, n. 1, 2000.

BARCELLOS, E. P. Internacionalização de empresas brasileiras: um estudo sobre a


relação entre o grau de internacionalização desempenho financeiro. São Paulo, 2010. 117 f.
Dissertação (Mestrado em Administração) – Programa de Pós-Graduação em Administração,
Universidade de São Paulo, 2010.

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Janeiro: Mauad, 2003.

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29

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