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INFLUÊNCIA DA HABILIDADE GERENCIAL NO DESEMPENHO DAS

EMPRESAS LISTADAS NA B3

INFLUENCE OF MANAGERIAL ABILITY ON THE PERFORMANCE OF FIRMS


LISTED ON B3

Bruna Guesser da Silva1


Isabela Zarpelon Rinaldi2
André Carlos Einsweiller3

RESUMO
O estudo teve como objetivo verificar a influência da habilidade gerencial no desempenho das
empresas listadas na B3. Para tal, realizou-se pesquisa descritiva, documental e quantitativa,
com dados coletados no banco de dados Economática, Notas Explicativas e Relatórios da
Administração disponibilizados no sítio da B3. A amostra selecionada totalizou 2.028
observações para o período de 2010 a 2018. Para mensurar o desempenho, foi utilizado o
indicador “Retorno Sobre os Ativos Totais (ROA)”, que consiste na razão entre o lucro líquido
e o ativo total, de forma similar os estudos de Husna e Satria (2019) e Terpstra e Verbeeten
(2014). Para a habilidade gerencial foram utilizados os estudos similares de Andreou, Ehrlich,
e Louca (2013) e Thompson (2003), a partir do cálculo da eficiência total da empresa por meio
da Análise Envoltória de Dados (DEA). Para a análise dos dados, foi utilizada a regressão linear
com uso do software SPSS®. Os resultados demonstraram que a habilidade gerencial está
positivamente relacionada com o desempenho, desse modo, empresas com gestores de maior
habilidade estão associadas a um maior desempenho.
Palavras-chave: Habilidade Gerencial. Desempenho. Companhias abertas.

ABSTRACT
The study aimed to verify the influence of managerial ability on the performance of firms listed
on B3. To this end, descriptive, documentary and quantitative research was carried out, with
data collected in the Economática database, Explanatory Notes and Management Reports
available on the B3 website. The selected sample totaled 2,028 observations for the period from
2010 to 2018. To measure performance, the profitability ratio "Return on Assets (ROA)" was
used, which consists of the ratio between net income and total assets, in a similar way to the
studies by Husna and Satria (2019) and Terpstra and Verbeeten (2014). For managerial ability,
similar studies by Andreou, Ehrlich, and Louca (2013), Thompson (2003) were used, based on
the calculation of the firms's total efficiency through Data Envelopment Analysis (DEA). For
data analysis, linear regression was employed using SPSS® software. The results showed that
managerial ability is positively related to performance, thus, companies with more skillful
managers are associated with higher performance.
Keywords: Managerial ability. Performance. Public companies.

1
Acadêmica da 8ª fase do curso de Ciências Contábeis pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc.
E-mail: brunaguess@outlook.com
2
Acadêmica da 8ª fase do curso de Ciências Contábeis pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc.
E-mail: isabela.zarpelonn@gmail.com

3
Mestre em Ciências Contábeis e Administração pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó
(Unochapecó). Especialista em Convergência às Normas Internacionais (IFRS) e Bacharel em Ciências Contábeis
pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). E-mail: andre.einsweiller@unoesc.edu.br
1 INTRODUÇÃO
A teoria do alto escalão pressupõe que o desempenho das empresas é parcialmente
influenciado pelas diferentes características dos gestores, ou seja, pela habilidade gerencial.
Sendo que os gestores têm diferentes estilos de gestão, e estes, exercem influência na tomada
de decisões nas empresas (BERTRAND; SCHOAR, 2003; HAMBRICK, 2007).
A habilidade gerencial é uma dimensão importante do capital humano das empresas,
que visa garantir o melhor uso de seus recursos limitados em meio ao ambiente desafiador em
que se encontram, para garantir o crescimento contínuo e sustentável das empresas (INAM
BHUTTA et al., 2021). Além disso, a habilidade gerencial é um dos fatores, mesmo que
intangíveis, que podem influenciar para que as empresas tenham um melhor desempenho,
especialmente em períodos de crise (ANDREOU; EHRLICH; LOUCA, 2013).
Ademais, os gerentes com maior habilidade gerencial não apenas tomam a iniciativa de
fazer ajustes dentro das empresas em relação aos ambientes em mudança, mas também tomam
medidas capazes de aumentar seus recursos para sobreviver no longo prazo. Desse modo, a
habilidade gerencial está indiscutivelmente entre os principais recursos humanos que afetam o
valor da empresa (THOMPSON, 2003).
Por outro lado, gestores habilidosos contam com seu conhecimento acadêmico e
profissional, além de sua experiência, para atingir um desempenho que garanta à empresa uma
atuação satisfatória de seu valor de mercado e, consequentemente, o retorno do investimento
aos acionistas (RAVANSHAD ET AL., 2020; INAM BHUTTA ET AL., 2021).
Todavia, os recursos escassos, como financeiros, técnicos e infraestrutura, nos cenários
de países emergentes aumentam a importância de recursos humanos qualificados. Aliás, as
empresas podem aumentar sua produtividade por meio da utilização cuidadosa de recursos
humanos qualificados para obter vantagens competitivas e sucesso sustentável no mercado
(RAVANSHAD, 2021). Por consequência, Tran e Vo (2020) confirmam que o capital humano
desempenha um papel importante no alcance do desempenho sustentável, principalmente em
países em desenvolvimento.
Nesse contexto, Andreou, Ehrlich e Louca (2013) sugerem que habilidade gerencial tem
relação positiva com o desempenho das empresas, na medida que os gestores de maior
habilidade gerencial investem mais durante períodos de crise e são mais rentáveis. Ademais,
Inam Bhutta et al. (2021) destacam que gestores mais habilidosos aumentam o valor das
empresas, fornecendo recursos intangíveis que contribuem para seu melhor desempenho.
Diante do exposto, tem-se o seguinte problema de pesquisa: qual a influência da habilidade
gerencial no desempenho das empresas listadas na B3? Para responder ao problema de
pesquisa o estudo tem o objetivo de analisar a influência da habilidade gerencial no desempenho
das empresas listadas na B3.
A pesquisa justifica-se ainda por investigar um período de tempo distinto dos estudos
abordados anteriormente, de um período de 9 (nove) anos, de 2010 a 2018. Em relação ao
período inicial da análise, é importante destacar que foi determinado por ser o ano subsequente
ao de adoção das normas internacionais de contabilidade (IFRS) e conter dados completos e
verídicos.
O estudo tem sua relevância justificada por ainda não existirem na literatura nacional
estudos que investiguem a relação entre habilidade gerencial e desempenho em empresas
listadas na B3. Além disso, o estudo se diferencia dos anteriores pois preenche o hiato voltado
ao assunto no cenário acadêmico brasileiro, através de uma análise que utiliza dados atualizados
e abrangentes das companhias abertas listadas na B3, visto que o assunto tem sido investigado
em nível internacional, cujos resultados não podem ser extrapolados ao mercado brasileiro, por
utilizarem amostras de populações (empresas) específicas de seus próprios países, com
diferentes contextos econômicos.
O estudo justifica-se também, pois os estudos internacionais de Andreou, Ehrlich e
Louca (2013), Ravanshad et al., (2020), Inam Bhutta et al., (2021) e Ting et al., (2021)
analisaram a relação entre a habilidade gerencial e o desempenho. Entretanto, destaca-se ainda
que todos os estudos supracitados encontraram relação positiva entre a habilidade gerencial e o
desempenho das companhias em suas amostras e considerando as demais hipóteses de cada
estudo, manifesta-se a necessidade de investigar se tal fenômeno se repete no cenário brasileiro.
Sendo assim, a pesquisa contribui com a literatura nacional, apresentando evidências
empíricas encontradas no cenário brasileiro. O tema em questão merece destaque,
considerando-se a necessidade de se verificar a relação entre os dois assuntos estudados no
contexto do mercado de capitais brasileiro, visto que os estudos internacionais que relacionaram
os dois assuntos investigaram circunstância específicas aos seus próprios países, que não se
aplicam ao Brasil.
A habilidade gerencial tem seu potencial de melhora no desempenho das empresas
comprovado por estudos anteriores, desta forma, o presente estudo contribui como
recomendação da implementação de políticas nas empresas brasileiras que propiciem a melhora
da habilidade gerencial dos gestores, além de sugerir aos acionistas que levem em consideração
o nível de habilidade gerencial presente nas empresas quando buscarem novas oportunidades
de investimento.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção, apresenta-se o referencial teórico que dá sustentação ao presente artigo. O
primeiro tópico aborda a habilidade gerencial. Posteriormente, o artigo versará sobre o
desempenho. Por fim, apresenta-se os estudos correlatos sobre o tema apresentado.

2.1 HABILIDADE GERENCIAL


A habilidade gerencial é significativa para estabelecer, progredir e alcançar o sucesso
da empresa, medido pela produtividade, investimento, remuneração e seu desempenho geral. A
literatura mostra que traços específicos do gestor, como aptidão e talento, afetam o desempenho
de uma empresa (DEMERJIAN et al. 2012). Assim, os gestores de alta habilidade são
receptivos à correr riscos, o que resulta no aumento do valor da empresa (YUNG; CHEN, 2018).
Ademais, Phan et al. (2020) descobriram que gestores mais capazes entendem melhor as
atividades operacionais de sua empresa, o que lhes permite tomar melhores decisões de
investimento e melhorar o desempenho da empresa.
Desse modo, gestores com capacidade de tomar decisões de maneira oportuna e eficaz
são essenciais para alocar os recursos da empresa de maneira eficiente e colher resultados
frutíferos das oportunidades de negócios que surgem (BERTRAND; SCHOAR, 2003). Francis
et al. (2016) destacam que gestores mais habilidosos tem maior probabilidade de contratar
empréstimos com termos mais favoráveis, criando melhores condições de crescimento para suas
empresas. Além disso, De Franco et al. (2017) constataram que os gestores com maior
habilidade gerencial melhoram o desempenho das empresas por meio aproveitamento
otimizado dos recursos disponíveis. O conhecimento específico dos gestores relacionado ao
campo de atuação de suas empresas os ajuda a fazer uma previsão precisa da demanda dos seus
produtos, selecionar projetos que aumentem o valor da empresa e gerenciar seus recursos de
forma eficiente. Além disso, a personalidade de um gestor e suas competências pessoais
impulsionam a utilização ideal de recursos (INAM BHUTTA et al., 2021).
Chen et al. (2009) descobriram que a habilidade gerencial é essencial na tomada de
decisões no campo de inovação e tem uma associação positiva com o valor de mercado das
empresas. Demerjian et al. (2013) mostraram que a rentabilidade das empresas tem uma relação
positiva e significativa com a habilidade dos gestores. Gestores com alta habilidade resultam
em mais rendimentos, maior qualidade de juros, e menos índices de subinvestimento.
Andreou, Ehrlich e Louca (2013) constatam que empresas com maior habilidade
gerencial tem mais facilidade na obtenção de recursos de terceiros em períodos de crise, como
resultado da habilidade da administração e sua credibilidade, o que diminui a vulnerabilidade
da empresa e a torna um investimento mais atrativo. Por outro lado, as empresas com melhor
gestão podem precisar levantar menos fundos à medida que continuam a gerar fluxo de caixa
em suas operações normais. Essas empresas sofrem menos com as dificuldades financeiras e,
portanto, estão associadas a menos subinvestimento. Ademais, a qualidade da gestão de uma
empresa é amplamente considerada pelos investidores, incluindo capitalistas de risco e analistas
financeiros, como um importante indicador da qualidade da empresa, desempenhando um papel
de atrativo à esse capital. Gestores com alta habilidade gerencial servem para sinalizar o valor
da empresa de forma mais eficaz e, assim, reduzir a assimetria de informações. Além disso,
gestores mais habilidosos são mais aptos a selecionar projetos que valem a pena para suas
empresas.
Koester et al. (2017) concluíram que os gestores com maior habilidade gerencial são
adeptos ao planejamento tributário, tendo uma compreensão superior das atividades
operacionais de suas empresas, o que lhes permite alinhar de maneira mais eficaz a tomada de
decisões operacionais com estratégias tributárias e identificar oportunidades de elisão fiscal,
reduzindo o desembolso com impostos em suas empresas. Khurana et al. (2018) descobriu ainda
que, à medida que a elisão fiscal aumenta, as empresas com alta (baixa) habilidade gerencial
apresentam aumento (redução) também da eficiência do investimento, ou seja, desvios menores
(maiores) dos gastos previstos em investimentos.
Por fim, Demerjian et al. (2020) destacam que gestores com alta habilidade gerencial
são significativamente mais propensos a adotar o gerenciamento de resultados intencional,
sendo que a prática costuma estar associada a um melhor desempenho operacional futuro e é
mais prevalente quando o gerenciamento beneficia os acionistas, o gestor ou ambos. Baik et al.
(2020) observa ainda que os gestores com alta habilidade gerencial incorporam mais
informações prospectivas sobre os fluxos de caixa nos lucros atuais por meio do gerenciamento
de resultados, aumentando assim a informatividade dos lucros. Além disso, também
descobriram que o gerenciamento de resultados associado aos gestores de alta habilidade
gerencial melhora a informatividade do preço das ações sobre os fluxos de caixa futuros.
Apesar dos diversos estudo apresentados, quantificar a habilidade gerencial era uma
tarefa difícil antes do trabalho de Demerjian et al. (2012), haja vista as habilidades observáveis
e não observáveis dos gestores. Demerjian et al. (2012) desenvolveu a mais confiável e utilizada
ferramenta para medir a habilidade gerencial nas empresas, apresentando um modelo mais
abrangente e simples que usa as informações das demonstrações contábeis da empresa. Além
disso, este modelo permite comparar a habilidade gerencial em diversas empresas.

2.2 DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO


A avaliação do desempenho da empresa através de indicadores econômicos e
financeiros é uma ferramenta tradicional, mas poderosa, com grande potencial de auxílio na
tomada de decisões pelos mais diversos usuários da informação contábil, incluindo analistas de
negócios, possíveis credores, investidores e gestores, que, ao invés de utilizar as informações
totalizadas encontradas nos demonstrativos financeiros, utilizam as informações concisas e
objetivas fornecidas por seu indicador de interesse, com dados relativos à saúde financeira da
empresa. Com tais indicadores é possível ainda fazer comparações entre empresas dentro de
um mesmo segmento, ou entre diversos períodos de uma única empresa (DELEN et al. 2013).
O desempenho econômico-financeiro das empresas pode ser mensurado pelos
indicadores de rentabilidade, utilizados para verificar se a empresa está auferindo lucros com
um percentual em nível aceitável. A rentabilidade de uma empresa é medida principalmente
por meio de duas abordagens: vendas e investimentos, sendo um dos indicadores mais utilizados
o Retorno Sobre Ativos (ROA – Return On Assets) (HUSAIN et al. 2020).
O Retorno Sobre Ativos (ROA) é obtido pela relação entre o resultado líquido e o ativo
total da empresa, e resulta na taxa de retorno do capital total investido, sendo considerada uma
medida de eficiência (Rufino et al. 2014). A rentabilidade é uma medida de detecção de lucro
como critério de avaliação dos resultados das atividades da empresa em um determinado
período. Altos índices de Retorno Sobre Ativos (ROA) indicam empresas altamente rentáveis,
que, por consequência, distribuem mais dividendos, sendo um símbolo para os investidores e
acionistas do sucesso da empresa (HUSAIN et al. 2020).
O Retorno Sobre Ativo é um indicador que mostra o quanto os ativos de uma empresa
contribuem na criação de lucro líquido. Esse indicador mede a eficácia da gestão como um todo,
através do lucro líquido obtido em relação às vendas e ao investimento (HUSNA; SATRIA,
2019). Assim, um índice alto de retorno sobre o ativo pode resultar ainda no aumento do valor
da empresa, na medida que mais investidores são atraídos por empresas que auferem lucros
altos, em consequência do bom desempenho, de forma que o aumento na demanda dessas ações
acarretará a valorização de seu preço, o que terá também efeito significativo no valor da
empresa (TERPSTRA; VERBEETEN, 2014).
Outro indicador de rentabilidade amplamente utilizado para mensurar o desempenho
econômico-financeiro das empresas é o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE – Return
On Equity). O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido é obtido pela relação entre o resultado
líquido e o patrimônio líquido da empresa em determinado período. Resulta no lucro auferido
pelos acionistas, em percentual, como consequência da eficiência geral da empresa na
administração do capital. Mede a cada R$1,00 investido, o retorno líquido do acionista.
(RUFINO et al. 2014).
O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido é utilizado por investidores e gestores para
verificar o retorno dos acionistas sobre o capital investido na empresa. Sua importância aos
investidores é justificada por determinar as vantagens e atratividade dos investimentos
realizados. Para as empresas, é uma análise importante por representar um fator de atração à
novos investidores (PURNAMASARI, 2015).
O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido é a razão utilizada para determinar o retorno do
capital investido, sendo um indicador que avalia a capacidade de uma empresa de obter lucro.
Este indicador também fornece uma medida do nível de eficácia da administração de uma
empresa. É orientado pelos lucros gerados pelas vendas e investimentos, sendo utilizado para
indicar a eficiência da empresa. O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido é muito importante para
os investidores, sendo possível fazer comparações entre indicador de diversas empresas e
escolher a que possui a taxa mais alta, visto que quanto maior o valor do Retorno Sobre o
Patrimônio Líquido, mais eficiente é o uso de seu capital na geração de lucros líquidos, para
que os investidores obtenham um alto retorno sobre as ações (DWI; WIDARTI, 2021)
Ademais, a análise dos indicadores é uma ferramenta comumente utilizada na análise
das demonstrações financeiras de uma empresa. Ao utilizar ferramentas como a análise de
indicadores pode-se explicar ou melhor ilustrar a situação financeira de uma empresa (HEIKAL
et al. 2014). Deste modo, tais considerações levam a proposição da seguinte hipótese:
H¹ - Há uma relação positiva entre a habilidade gerencial e o desempenho
econômico-financeiro.
O resultado esperado do teste da hipótese H¹ é que as empresas com maior habilidade
gerencial tenham um melhor desempenho econômico-financeiro.

2.3 ESTUDOS CORRELATOS


Estudos estrangeiros anteriores investigaram a influência da habilidade gerencial no
desempenho das companhias.
Andreou et al. (2013) examinaram a relação entre habilidade gerencial e desempenho
em meio à Crise Financeira de 2008, utilizando dados do período entre 2008-2011 de 2344
empresas listadas no Marcado de Ações dos Estados Unidos durante o período de crise. O
estudo sugere que a habilidade gerencial tem relação positiva com o desempenho. Empresas
com melhores índices de habilidade gerencial investiram mais durante o período de crise, foram
mais rentáveis e fizeram mais empréstimos quando a rentabilidade não era adequada. Ademais,
o estudo também sugere que a habilidade gerencial tem relação negativa com a assimetria
informacional. Ambos os resultados são consistentes com a teoria de que a habilidade gerencial
melhora o desempenho, reduz o subinvestimento, aumenta a rentabilidade/capacidade de
endividamento e reduz a assimetria informacional.
Ravanshad et al. (2020) investigaram a relação entre habilidade gerencial e desempenho,
utilizando dados do período entre 2013-2017 de 60 empresas listadas no Mercado de Ações do
Teerão. Os resultados mostraram que há uma relação positiva entre a habilidade gerencial e o
desempenho, o que significa que a habilidade gerencial tem influência significativa no
desempenho das empresas. Nesse sentido, o desempenho da companhia aumenta quando se
aumenta a habilidade gerencial no uso de recursos, o que, consequentemente, aumenta a
eficiência geral da companhia.
Inam Bhutta et al. (2021) examinaram de forma empírica o impacto da habilidade
gerencial no desempenho, utilizando dados do período entre 2009-2017 de 246 empresas
listadas no Mercado de Ações do Paquistão. O estudo sugere que gestores mais hábeis
aumentam significativamente o desempenho das empresas, enquanto gestores menos hábeis
prejudicam seu desempenho. Essas conclusões valem tanto para medidas contábeis de
desempenho quanto para as de mercado, bem como para medidas alternativas de habilidade
gerencial. O estudo concluiu que gestores hábeis aumentam o valor das empresas, fornecendo
recursos intangíveis que contribuem positivamente para o desempenho das companhias, apesar
do ambiente desafiador em que se encontram.
Ting et al. (2021) analisaram o efeito mediador da estrutura de capital na relação entre
habilidade gerencial e desempenho, utilizando dados do período entre 2005-2018 de 6384
empresas da indústria de eletrônicos taiwanesa. Os resultados sugerem que níveis baixos de
dívida são observados em empresas com gestores mais hábeis, enquanto empresas com gestores
menos hábeis apresentam maior nível de dívida, e, além disso, mostram que a habilidade
gerencial tem efeitos positivos no desempenho e que a estrutura do capital medeia a relação
positiva entre habilidade gerencial e desempenho.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para atingir o objetivo realizou-se pesquisa descritiva, documental e quantitativa, com
dados referentes ao período de 2010 a 2018 no banco de dados da Economatica, Notas
explicativas e Relatórios da administração. A população do estudo compreendeu as companhias
abertas listadas na B3, sendo que foram excluídas, em cada ano, aquelas que exerciam atividade
financeira e aquelas que não possuíam informações suficientes para o cálculo de todas as
variáveis do estudo. Deste modo, a amostra selecionada totalizou 199 companhias em 2010,
203 em 2011, 220 em 2012, 225 em 2013, 229 em 2014, 231 em 2015, 235 em 2016, 239 em
2017 e 247 em 2018.
Destas, foram encontradas 2.028 observações. Para operacionalização do estudo,
apresentam-se na Tabela 1 as variáveis, os autores e as fontes de coleta dos dados:

Tabela 1 - Composição das variáveis do estudo


Variáveis Descrição Métrica Autores de base Fonte dos dados
Retorno sobre Terpstra e Verbeeten
Lucro Líquido/ Ativo
Dependente os ativos totais (2014); Husna e Satria Economática®
Total
(ROA) (2019)

Cálculo da eficiência
total da empresa por
meio da Análise
envoltória de dados
(DEA)

Inputs:

Custo dos bens


vendidos;

Despesas com vendas,


gerais e
administrativas;

Ativos imobilizados;

Arrendamento
operacional;

Despesas com
pesquisa e
desenvolvimento;

Goodwill;

Ativos intangíveis. Notas Explicativas,


Habilidade Thompson (2003);
Relatórios da
Independente Gerencial Andreou, Ehrlich e Louca
Administração e
(HAB_GER) (2013)
Economática®
Output:

Vendas líquidas

2ª Etapa:

Utiliza-se os resíduos
da regressão
como proxy para
capacidade dos
gestores:

Eficiência_Totalit =
β0 + β1Tamanhoit +
β2Particip_Mercadoit +
β3Caixa_Disponit +
β4Idade_Ciait +
β5Complexidade_Oper
acionit +
β6Operações_Exteriorit
+ εit
Logaritmo natural
Tamanho
Ativo Total da Santana et al (2015) Economática®
(TAM)
Empresa i no ano t.

(Passivo Circulante +
Endividamento Passivo Não Gompers, Ishii e Metrick
Variáveis de Economática®
(END) Circulante) / (2003)
controle Ativo Total

Dummy igual a 1 para


Nível de empresas que
Governança pertencem a algum
Corporativa nível de governança Economática®
(NGC) corporativa e 0 caso
contrário Strebulaev e Yang (2013)

Fonte: os autores (2022).

Com o intuito de identificar o desempenho, de forma similar ao estudo de Husna e Satria


(2019) e Terpstra e Verbeeten (2014), que é mensurar a rentabilidade (ROA), a partir da divisão
do Lucro Líquido pelo Ativo Total do ano anterior. Para o indicador Habilidade Gerencial
(HAB_GER), foi utilizado o estudo similar de Andreou, Ehrlich, e Louca (2013), Thompson
(2003), a partir do cálculo da eficiência total da empresa por meio da Análise Envoltória de
Dados (DEA).
Como variáveis de controle foram utilizadas: (i) quantitativas: tamanho e
endividamento; (ii) categóricas: nível de governança corporativa.
a) Tamanho: Empresas de grande porte tendem a estar mais estáveis, com um modelo
de negócio mais concreto, dessa forma seu desempenho fica em evidência
(STOROPOLI et al., 2015). Segundo (Santana et al., 2015) o desempenho de uma
empresa tem relação com o tamanho da organização.
b) Nível de governança corporativa: Segundo Gompers, Ishii e Metrick (2003), a
governança corporativa funciona como um fator de equilíbrio entre os acionistas e
os gestores, e a empresa cujos acionistas possuem direitos fortes apresentam um
melhor desempenho.
c) Endividamento: O impacto do endividamento, também conhecido como
alavancagem, no desempenho das empresas, segundo estudos realizados por
Strebulaev e Yang (2013) e Devos, Dhillin, Jagannatha e Krishnamurthy (2012),
demonstram que empresas sem endividamento têm um desempenho melhor e pagam
mais dividendos.
Após a coleta das informações, efetuou-se a análise descritiva das variáveis de
desempenho e habilidade gerencial. Ademais, foi utilizada a regressão linear, para analisar a
influência da habilidade gerencial no desempenho. Desse modo, os pressupostos de
multicolinearidade, por meio do fator de inflação de variância – VIF e Tolerance, e ausência de
autocorrelação serial, por meio do teste de Durbin-Watson, também foram observados. Quando
efetuadas as regressões, as variáveis de desempenho foram classificadas como dependente e as
demais variáveis independentes e de controle foram classificadas como preditoras. Todos os
procedimentos de análise dos dados foram aplicados com o uso do software SPSS.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Apresenta-se nesta seção a análise e discussão dos resultados. Inicialmente tem-se a
Tabela 2 com a estatística descritiva das variáveis quantitativas.
Tabela 2 - Estatística descritiva das variáveis quantitativas
Variáveis N Mínimo Máximo Média Mediana Desvio Padrão
ROA 2028 - 1.118,8518 1.453,8545 - 0,2750 2,5628 46,5023
Habilidade_Gestor 2028 - 3,5090 2,1220 - 0,0299 0,0302 0,8297
Endiv 2028 0,0507 31,4712 0,8039 0,6072 1,4240
Tam 2028 8,4984 20,6181 14,6226 14,7082 1,8670
Fonte: dados da pesquisa.

Observa-se pelo valor médio e pelo desvio padrão, que o desempenho (ROA) e o
tamanho (Tam) apresentam um alto índice de dispersão. Em relação ao endividamento (Endiv)
nota-se que o índice de dispersão comparando a média com o desvio padrão é relativamente
baixo. Na habilidade gerencial (Habilidade_Gestor) obteve-se um mínimo de -3,5090 e um
máximo de 2,1220. A Tabela 3 apresenta a frequência das variáveis de controle com dummy:

Tabela 3 - Frequência das variáveis de controle com dummy


NGC
Variáveis
Frequência %
0 46 2,30%
1 1982 97,70%
Total 2028 100,00%
Fonte: dados da pesquisa.

Com relação as variáveis de controle com dummy visualiza-se que 97,70% das empresas
estão listadas em níveis diferenciados de governança corporativa. Em seguida, buscou-se
verificar a relação entre as variáveis, por meio do coeficiente de correlação de Pearson, com o
propósito de identificar possíveis problemas de multicolinearidade nos dados. A presença de
multicolinearidade não significa problemas do modelo, porém sua presença elevada pode gerar
aumento no erro padrão (GUAJARATI, 2006). A Tabela 4 apresenta os resultados da correlação
de Pearson entre as variáveis.

Tabela 4 - Correlação de Pearson entre as variáveis da pesquisa


Variáveis Habilidade_Gestor Endiv Tam ROA NGC
Habilidade_Gestor 1,0000
Endiv -0,0421 1,0000
Tam 0,072** -0,179** 1,0000
** **
ROA 0,089 -0,370 0,063** 1,0000
NGC 0,0052 0,0325 0,090** -0,0172 1,0000
Sigla das variáveis: Habilidade_Gestor (Habilidade Gerencial); Endiv (Endividamento); Tam (Tamanho); ROA
(Desempenho); NGC (Nível de Governança Corporativa).
** A correlação é significativa no nível 1%.
Fonte: dados da pesquisa.

A matriz de correlação dos dados indica em relação à variável independente “Habilidade


Gerencial (Habilidade_Gestor)”, uma relação positiva e significativa à nível de 1% com
“Tamanho (Tam)” e “Desempenho (ROA)”. Esses dados sugerem que gestores de maior
habilidade estão associados a empresas de maior tamanho. Sugere-se ainda que gestores de
maior habilidade estão associados a empresas com maior desempenho.
Em relação à variável de controle “Endividamento (Endiv)” há uma relação negativa e
de significância à nível de 1% com “Tamanho (Tam)” e “Desempenho (ROA)”. Sugere-se que
empresas de maior tamanho estão associadas a menores índices de endividamento, e que
empresas com altos índices de endividamento tendem a ter um menor desemprenho.
Ademais, verifica-se uma relação positiva e de significância à nível de 1% da variável
“Tamanho (Tam)” com as variáveis “Desempenho (ROA)” e “Nível de Governança
Corporativa (NGC)”. Tais associações sugerem que empresas de maior tamanho possuem
maior desempenho e apresentam algum nível de governança corporativa. A Tabela 5 demonstra
os resultados do modelo que verifica a influência da habilidade gerencial no desempenho das
empresas listadas na B3.

Tabela 5 - Influência da habilidade gerencial no desempenho das empresas listadas na B3


ROA
Variáveis
t Sig.
(Constante) 1,44 0,15
Habilidade_Gestor 3,588 0,000*
Endiv -17,536 0,000*
Tam -0,358 0,720
NGC -0,239 0,811
Observações 2028
R² Ajustado 14,04%
Durbin-Watson 2,715
VIF 1,006 à 1,036
Prob > F 0,000*
* Significativo a 1%
Fonte: dados da pesquisa.

Observa-se na Tabela 5 que o poder de explicação do modelo, conforme R² ajustado é


de 14,04%, para explicar o desempenho (ROA). As estatísticas de Variance Inflation Factor
(VIF) e Tolerance evidenciam que não existem problemas de multicolinearidade. Os resultados
atenderam, ainda, outro pressuposto da regressão que é a ausência de autocorrelação serial, uma
vez que os indicadores de Durbin-Watson ficaram próximos de 1. Ainda, o teste ANOVA foi
significante, demonstrando que as variáveis independentes exercem influência sobre a variável
dependente no modelo.
Com relação à variável “Habilidade Gerencial (Habilidade Gestor)”, apresentou
coeficientes positivos e estatisticamente significantes para explicar o desempenho (ROA).
Desse modo empresas com gestores de maior habilidade estão associadas a um maior
desempenho. O resultado converge com os estudos de Andreou, Ehrlich e Louca (2013),
Ravanshad et al., (2020) e Inam Bhutta et al., (2021), que concluíram que a habilidade gerencial
tem relação positiva com o desempenho. Assim sendo, o modelo de regressão que representa a
hipótese H¹ - Há uma relação positiva entre a habilidade gerencial e o desempenho econômico-
financeiro, não foi rejeitada.
No que diz respeito à variável “Endividamento (Endiv)”, obteve-se coeficientes
negativos e estatisticamente significantes em relação ao desempenho (ROA), ou seja, empresas
com maiores índices de endividamento estão associadas com menor desempenho. O resultado
converge com o estudo de Ting et al. (2021), que concluíram que empresas com gestores menos
hábeis apresentam maiores índices de endividamento, o que causa impacto negativo em seu
desempenho. Ademais, o resultado corrobora também os estudos de Strebulaev e Yang (2013)
e Devos, Dhillin e Jagannatha e Krishnamurthy (2012), que demonstram que empresas com
menores índices de endividamento apresentam maior desempenho.
As variáveis “Tamanho (Tam)” e “Nível de Governança Corporativa (NGC)” não se
demonstraram estatisticamente significativas com relação ao desempenho (ROA). Deste modo,
não há como afirmar que empresas de maior tamanho e que apresentam algum nível de
governança corporativa estão associadas a um maior desempenho. Tais resultados divergem
dos estudos de Santana et al., 2015, que sugeriram que o desempenho de uma empresa tem
relação com o tamanho da organização, e discrepam também dos estudos de Gompers, Ishii e
Metrick (2003), que afirmaram que empresas que adotam algum nível de Governança
Corporativa apresentam melhor desempenho.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desse estudo foi analisar a influência da habilidade gerencial no desempenho
das empresas listada na B3, no período entre 2010 e 2018. Para tal, foi realizada uma pesquisa
descritiva, conduzida por meio de análise documental e quantitativa em empresas que possuíam
dados disponíveis para o período analisado no banco de dados Economática, Notas Explicativas
e Relatórios da Administração disponibilizados no sítio da B3. Deste modo, a amostra
selecionada totalizou 199 companhias em 2010, 203 em 2011, 220 em 2012, 225 em 2013, 229
em 2014, 231 em 2015, 235 em 2016, 239 em 2017 e 247 em 2018, totalizando 2028
observações.
No que diz respeito à habilidade gerencial, constatou-se que ela influencia o
desempenho das empresas da B3, de forma a aumentá-lo. Dessa forma, o resultado converge
com os estudos de Andreou, Ehrlich e Louca (2013), Ravanshad et al., (2020) e Inam Bhutta et
al., (2021), que concluíram que empresas com gestores mais hábeis tem melhor desempenho,
de modo que o modelo de regressão que representa a hipótese H¹ - Há uma relação positiva
entre a habilidade gerencial e o desempenho econômico-financeiro, não foi rejeitada.
Com relação ao endividamento, o presente estudo concluiu que há uma relação negativa
com o desempenho, de forma a diminuí-lo. O resultado converge com o estudo de Ting et al.
(2021), Strebulaev e Yang (2013) e Devos, Dhillin e Jagannatha e Krishnamurthy (2012), que
demonstram que empresas com menores índices de endividamento apresentam maior
desempenho.
Por fim, o estudo evidenciou que gestores com maior habilidade gerencial tendem a ter
um melhor desempenho, e por isso, possuem um menor endividamento e uma melhor
organização e distribuição de recursos internos, contribuindo para a eficiência geral da
companhia.
Diante do exposto, é possível constatar que o estudo contribuiu para o melhor
entendimento da habilidade gerencial no desempenho das empresas no contexto do mercado de
capitais brasileiro, além disso enriquece a literatura dessa área, visto a importância do assunto
para empresas que buscam entender o papel dos gestores no desempenho da companhia, e para
investidores que buscam novas maneiras de identificar oportunidades de investimento.
Como limitação da pesquisa, verificou-se que nem todas as empresas listadas na B3, e
componentes da amostra, disponibilizaram todas as informações necessárias ao estudo em todos
os anos do período estudado. Ademais, recomenda-se para pesquisa futuras, a inclusão de um
maior número de empresas na amostra, além de empregar estudos comparativos aos similares
feitos em mercados de capital de diferentes países.
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