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Resumo
The objective of the present study is to verify if there are significant differences in the economic-
financial indicators of companies that operate in specific segments of the Brazilian Transport
Sector. The methodological procedures characterize the research as descriptive and
documentary, with quantitative information approach. The sample is formed by nine
companies, distributed in the transport segments air, rail, waterway and road. The analysis
period comprised the years 2010 to 2016. Data analysis was performed using descriptive
statistics, Kruskal-Walls mean difference test, using SPSS® software, version 20.0. The results
showed that the economic and financial performance of the companies that make up the
transportation segments differ in terms of short-term indicators, such as indebtedness, payment
capacity and return on investment. It was also observed that these companies are dependent on
long-term third-party capital to finance their fixed asset, which is justified by the high volume
of investments required by the segment.
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1. Introdução
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variáveis externas sobre as demonstrações contábeis e o resultado das empresas e, Rezende et
al. (2010) analisaram o desempenho econômico-financeiro da empresa Petrobras.
Apesar das pesquisas supracitadas evidenciarem a importância de indicadores
econômico-financeiros como fonte de informações do desempenho empresarial, os quais
subsidiam as decisões financeiras na buscar por maximizar os resultados empresariais, ainda
não se mostra claro, em relação ao setor de transporte, se o desempenho financeiro das empresas
que atuam em diferentes segmentos de transporte é diferente. Assim, a pesquisa pretende
responder ao seguinte problema: Existe diferença significativa nos indicadores econômico-
financeiros de empresas que atuam nos segmentos de transporte aéreo, ferroviário, hidroviário
e rodoviário no Brasil?
O objetivo geral da pesquisa é verificar se existe diferença significativa nos indicadores
econômico-financeiros de empresas que atuam nos segmentos de transporte aéreo, ferroviário,
hidroviário e rodoviário no Brasil. A pesquisa ajuda a preencher lacunas relacionadas à
compreensão de aspectos que refletem nos indicadores contábeis econômico-financeiros.
Especialmente, quando se considera o mercado de capitais brasileiro, não foram identificados
estudos conclusivos, o que desperta uma possibilidade de inserir esta temática na discussão
teórica da área do conhecimento e, consequentemente, na verificação empírica no campo da
contabilidade financeira.
O desenvolvimento da pesquisa se mostra relevante ao contextualizar a importância do
segmento de transporte brasileiro e, busca por meio da análise dos indicadores econômicos-
financeiros verificar se os resultados de empresas que compõem diversos modais de transporte
são estatisticamente diferentes. Nesse sentido, os resultados da pesquisa interessam aos diversos
gestores e investidores empresariais, como fonte de informação sobre os resultados das
empresas que atuam no Setor Transporte no Brasil, e se estes se mostram diferentes,
dependendo do modal de transporte em que a empresa atua.
2. Referencial Teórico
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Quadro 1 – Transportes aéreo, ferroviário, hidroviário e rodoviário
MODAL CONCEITOS/DEFINIÇÕES
Utilizado para deslocamento de pessoas e mercadorias pelo ar, por meio de aviões,
helicópteros. O modal aéreo apresenta uma tipicidade própria das cargas que a ele
devem ser direcionadas: gêneros alimentícios e outros bens perecíveis, animais e plantas
Transporte Aéreo
vivos, equipamentos eletrônicos, bens de alto valor agregado, ou seja, nos casos em que
a velocidade da entrega (ou segurança) é o ponto mais importante a ser considerado,
superando qualquer comparativo de custos.
Realizado sobre linhas férreas para o transporte de pessoas e mercadorias, na qual essas
mercadorias são em grandes quantidades e de baixo valor agregado como: produtos
Transporte agrícolas, derivados de petróleo, minérios, etc. Podem-se considerar como algumas
Ferroviário características deste transporte: o baixo custo de manutenção e de transporte, pouco
poluente, possui maior segurança em relação ao modal rodoviário visto que ocorrem
poucos acidentes, furtos e roubos.
Explorado em oceanos, mares, lagos, rios ou canais, por meio de barcos, navios, balsas,
para utilização do transporte de pessoas e mercadorias em grandes quantidades a
Transporte grandes distâncias, como: areia, carvão, grãos, minérios, e outros produtos não
Hidroviário perecíveis. Tem como características este modal de transporte a grande capacidade de
carga, baixo custo de transporte, baixo custo de manutenção, baixa flexibilidade, é um
transporte lento, influenciado pelas condições climáticas
É o mais utilizado no Brasil, seja no transporte de mercadorias e pessoas, sendo através
de veículos automotores como: ônibus, caminhões, etc. É um meio de transporte de
Transporte
baixo custo de implantação, alto custo de manutenção, muito poluente com forte
Rodoviário
impacto ambiental, os custos se tornam altos para grandes distâncias, baixa capacidade
de carga com limitação de volume e peso, integra todos estados brasileiros.
Fonte: Adaptado de Rodrigues (2005) e Ministério dos Transportes (2016).
Lopes et al. (2001 p. 265) afirmam que “a avaliação de uma empresa se inicia pelas
demonstrações contábeis”. As demonstrações contábeis permitem apresentar três visões
diferentes e complementares de uma entidade: visão do patrimônio, do lucro e do caixa. A visão
do patrimônio busca entender, de modo geral, como conjunto de investimentos e
financiamentos da empresa estão distribuídos. A visão do lucro objetiva entender a evolução da
riqueza criada para os proprietários do negócio, o que está associada à Demonstração de
Resultado, que apresenta a evolução da riqueza da entidade, suas transações operacionais,
apurando o desempenho do período analisado. A visão de caixa visa entender a evolução da
liquidez da empresa, e está associada à Demonstração de Fluxo de Caixa, que apresenta a
evolução dos ativos mais líquidos do negócio (BRUNI, 2011).
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Conforme Iudícibus (2009, p.5) a análise das demonstrações contábeis pode ser
caracterizada como a “arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que
tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamento,
se for o caso”. Para Gitman e Madura (2003) a análise de indicadores objetiva acompanhar o
desempenho financeiro da empresa, por meio dos demonstrativos contábeis.
Os indicadores são considerados instrumentos essenciais para a gestão organizacional e
a avaliação do desempenho de uma empresa (LENZ; KUHN, 2004). Martins (2005) ressalta
que, para a análise comparativa de organizações recomenda-se a avaliação por meio de
indicadores. Bruni (2011) destaca que os indicadores econômico-financeiros são medidas
sintéticas do desempenho de uma entidade, os quais são considerados como índices quando o
indicador é apresentado sob forma de número puro. Os indicadores econômico-financeiros
aplicados de forma clássica são divididos em Estrutura de Capital, Liquidez e Rentabilidade
(SOARES, 2006; BORTOLUZZI, et al., 2011). De acordo Matarazzo (2010) os indicadores
traduzem a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, com o
objetivo de fornecer informações da situação econômico-financeira de uma empresa, na qual
devem ser aplicados conforme a profundidade desejada na análise e o seu objetivo.
Silva (2013) ressalta que os indicadores de liquidez são utilizados para medir a
capacidade de pagamento imediato, no curto e longo prazo. A interpretação é de quanto maior
for estes indicadores, melhor a sua capacidade de solvência. Assim, seja sempre que na
formulação do Quadro 3 os indicadores se mostrarem superior a 100, a empresa apresenta
capacidade total de pagamento de suas dívidas.
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Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2012), Iudícibus (2009) e Matarazzo (2010).
3. Percurso Metodológico
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Imob_RNCor
Comp_End
Rent_ativo
End_Geral
Giro_ativo
Liq_Geral
Liq_Imed
Imob_PL
Liq_Seca
Liq_Corr
Marg_liq
Rent_PL
Média 101,8 39,4 -35,8 97,7 41,8 75,5 80,1 47,4 0,9 -11,1 -9,9 -46,7
Aéreo N. obs 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Desv.
Padrão
28,8 6,6 759,6 26,4 35,4 39,9 42,0 15,0 0,1 17,5 16,9 131,0
Média 66,7 29,4 603,1 87,0 34,7 91,0 101,2 50,1 0,4 7,8 3,2 5,6
N. obs 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28
Ferroviário
Desv.
Padrão
19,5 16,8 1399,2 14,0 33,5 47,6 49,0 29,8 0,1 14,0 5,1 52,4
Média 73,4 26,4 487,3 123,0 6,0 128,7 134,0 38,5 0,4 -8,4 -3,0 -13,3
N. obs 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Hidroviário
Desv.
Padrão
16,7 25,9 533,7 107,0 7,8 75,5 79,7 5,1 0,1 20,9 7,4 59,1
Média 65,1 32,9 259,1 81,4 38,9 174,8 176,0 61,6 1,0 3,3 4,4 8,3
N. obs 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14
Rodoviário
Desv.
Padrão
18,2 18,7 167,9 11,6 34,0 72,3 72,2 37,5 0,5 4,5 6,7 12,8
Média 71,5 31,2 422,7 91,4 33,0 114,7 121,4 51,2 0,6 2,3 1,1 -2,6
N. obs 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
Total
Desv.
Padrão
22,9 17,7 1054,7 40,3 32,8 67,6 67,1 29,1 0,4 15,4 9,1 63,0
Legenda: N. Obs.: Número de Observações
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
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casos, a participação do capital de terceiros na estrutura de capital das empresas, se torna
benéfica e, portanto, alavanca a rentabilidade do patrimônio líquido.
A partir da apresentação da estatística descritiva dos indicadores para as empresas
analisadas, posteriormente verificou-se se as variâncias dos indicadores analisados mostravam
homogeneidade dos dados, ou seja, se possuíam distribuição normal. Para tanto, foi realizado
os testes Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk, com o auxílio do software SPSS®, versão 20. Os
testes foram construídos a partir das seguintes hipóteses:
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Rent. do Ativo
Marg. Liquida
Giro do Ativo
Não Corrente
Liq. Corrente
Liq.Imediata
Comp. End.
Rent. do PL
Imob. Rec.
End. Geral
Liq. Geral
Imob. PL
Liq. Seca
Chi-Square 10,622 8,647 2,999 1,839 10,472 18,368 15,435 2,115 37,719 12,132 10,128 7,876
Df 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Sig. ,014 ,034 ,392 ,606 ,015 ,000 ,001 ,549 ,000 ,007 ,018 ,049
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
5. Considerações Finais
Referências
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