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INFRAESTUTURA LOGÍSTICA: VIGENTE SITUAÇÃO E PERSPECTIVA PARA UM

NOVO CENÁRIO.

KAIKE SANTOS DE MORAES1

Resumo: FAZER RESUMO NO FINAL

Palavras-chave: Logística, infraestrutura e desenvolvimento.

1. INTRODUÇÃO

Há muitos anos atrás, a logística era usufruída como arte pelos militares para se vencer
uma guerra, transporte de tropas e cargas em locais pontuais, considerando que antigamente
as batalhas eram longas e as distâncias percorridas por tropas levavam meses, poderiam trazer
resultados positivos. Nesse sentido, ela tornou-se uma função administrativa muito
desenvolvida em estudos, um deles foi o feito pelo Tenente-Coronel Thorpe dos EUA, em
Logística Pura: A ciência da preparação para a guerra. Um dos primeiros a abordar a
logística como ciência, segundo ele, “a estratégia e a tática proporcionam o esquema da
condução das operações militares, enquanto a logística proporciona os meios ”. Mesmo em
tempos anteriores, era nítido que uma boa estratégica logística era sinal de desenvolvimento e
glórias.

Com o passar do tempo o desenvolvimento da logística pode ser definida como um


conjunto de operações que uma empresa produz para entregar de forma satisfatório o que foi
prometido. E com a crescente do comércio mundial, a logística vem cada vez mais ganhando
1
Graduando em Engenharia Civil. Endereço Eletrônico: kaike784@gmail.com
2

sua importância, sendo algo entre 20% a 60% dos gastos operacionais de uma empresa
(PANESI, 2010). Pois, além da tendência natural do homem em estar em constante evolução,
à globalização do comércio mundial vem exigindo cada vez mais qualidade e complexidade
nos transportes de seus produtos. E tendo em vista isso, uma empresa que fornece qualidade
no serviço de logística, pode se destacar entre a outras, pois, como já dito, na medida em que
o mercado se expande, os consumidores se tornam mais exigentes. Esses entre outros, são
exemplos da crescente importância do setor logístico.

Entretanto, o histórico brasileiro vai, de certa forma, em contra partida ao


desenvolvimento desse setor. Para os brasileiros, é nítido que o Brasil se recupera de um
cenário político-econômico crítico, que pode demorar anos para ser superado. Exemplo dessa
contramão do país, é a forte tendência do setor e-commerce, mesmo com a taxa de
desemprego alta e o Produto Interno Bruto (PIB) em revisão, esse setor faturou R$ 26,4
bilhões de reais no primeiro semestre de 2019, uma alta de 12% comparada ao mesmo
período do ano anterior, segundo pesquisa realizada por Ebit Nielsen.

Além disso, a atual infraestrutura logística do Brasil comparada a de países como


Alemanha e França é precária, pois esses, obtiveram a nota 6,5 e 6,6 em um estudo elaborado
pela LCA Consultores. Esse estudo teve como fonte o relatório de competitividade de
2009/2010 do Fórum Econômico Mundial. A avaliação foi realizada entre empresários e
especialistas das 21 nações concorrentes diretas no setor, tendo uma escala de 1 a 7, a nota do
Brasil foi de 3,4. A péssima avaliação pode ser resultado de baixos investimentos, cerca de
2% do Produto Interno Bruto (PIB), e a grande participação do transporte terrestre pelas
rodovias. Essa situação tem origem na década de 60 quando a malha rodoviária federal
pavimentada teve um crescente de 447,40% em 20 anos. Correspondendo a cerca de 70% dos
modais disponíveis para transporte de carga atualmente. A dependência excessiva fica mais
evidente quando se compara a países de dimensões continentais, por exemplo, nos Estado
Unidos a participação do modal rodoviário é de 26%, na Austrália 24% e na China apenas
8%.

Após expor alguns fatos da atual situação do setor logístico brasileiro, fica evidente
aonde é necessário melhorias. E tudo isso será apresentado neste artigo, tais como as
estratégias, que na opinião deste autor, podem trazer resultados significativos para o setor.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
3

Neste tópico será apresentado as características e informações dos modais de transporte


brasileiro, além da atual situação da infraestrutura logística. Além disso, serão expostos
modelos e estratégias já usados em outras nações, afim de criar uma nova visão sobre o setor,
para que fique claro algumas metas que podem ser utilizadas ou como uma forma de
expiração.

2.1. Infraestrutura existente


2.1.1. Modal rodoviário

O transporte rodoviário utiliza-se das estradas de rodagens, transportando um determina


carga ou pessoa de um ponto ao outro. E é o principal meio de transporte do Brasil, tanto pela
extensão da sua malha2 quanto pelo investimento feito pelo governo quando comparado aos
outros modais. Para exemplificar, segundo dados do Ministério da Infraestrutura, em 2017 o
investimento realizado, pelo Programa de Aceleração do Crescimento no setor rodoviário pelo
poder público foi de R$ 8,406 bilhões de reais enquanto no setor ferroviário R$ 612,7 milhões
de reais.

A persistência na escolha desse transporte deve-se ao fato de ter um custo baixo de


instalação, maior versatilidade pois pode atingir pontos isolados e o foco do curto prazo dos
planejamentos estratégicos de transporte no país. Entretanto, para a escolha de um modal de
transporte vários fatores estratégicos e operacionais são levados em conta, segundo Pereira
(2010), os fatores de tempo e custo influenciam na escolha. Nesse sentido, o transporte
rodoviário tem o custo mais elevado em alguns caso e baixo índice de competitividade em
longas distâncias. Conforme pesquisa coordenada por Resende (2017) o custo logístico no
Brasil teve um aumento3 no período de 2014 a 2017, passando de 11,73% para 12,37% os
gastos logísticos4 de 130 empresas. Mesmo com uma vasta malha rodoviária, o valor alto
pago por essas empresas pode ser explicado pela sua péssima qualidade, apresentando apenas
12% de rodovias pavimentadas. Além disso, o indicador de qualidade divulgado pela Pesquisa
Rodoviária (CNT, 2009) classificou 89.552 quilômetros5 de malha rodoviária em: 37,7% entre
ótimo e bom; 45,8% regular; e 26,4% entre ruim e péssimo.

2
A dimensão da malha rodoviária equivale a 1.720.756 quilômetros, enquanto a malha ferroviária possui um
total de 29.074 km, dados de 2017.
3
Um aumento de 0,64%, representado um incremento de R$ 15,5 bilhões a mais com custos logísticos.
4
Enquanto nesse período a inflação teve uma queda de 3,46%.
5
Dessa malha, 75.337 quilômetros sob gestão pública e 14.215 sob concessão.
4

Em síntese, as condições das rodovias brasileiras são devidas ao baixo histórico de


investimento em infraestrutura de transporte. Segundo levantamento feito (CBIC, 2016) o
maior volume de investimento no período de 1971 a 2014 foi na década de 70, um equivalente
a 2,03% do PIB. Quando comparada a países emergentes como Índia e China, o Brasil está
abaixo na proporção de investimentos feito, em relação ao PIB, no setor logístico, os países
asiáticos investiram acima dos 10% nos períodos de 2009 e 2010.

Vale ressaltar que o descaso do setor público em obras fica evidente na quantidade de
obras paralisadas, projetos mal elaborados, processos licitatórios mal executados e
gerenciamento pouco eficiente. Visto que, segundo auditoria realizada pelo TCU (2019) em 5
bancos de dados do Governo Federal, são 38.412 obras paralisadas, as quais eram previsto um
investimento inicial de cerca de R$ 725 bilhões. Tudo isso aliado também a todo um processo
legal e burocrático que uma construção pública precisa passar.

As estruturas administrativas estaduais convivem com dois problemas diferentes e


que atrapalham dois objetivos básicos da gestão pública: por um lado, as
ferramentas que devem garantir certa continuidade de políticas que precisam ser
reforçadas, principalmente a parte de memória administrativa; por outro, naquilo
em que deve ser mais flexível, para que o governo eleito atue em prol de sua
promessa de campanha, há dificuldades para mudança, especialmente por conta
dos entraves criados pela superposição de funções e pela legislação.(ABRUCIO,
2005, p. 411)

Apesar de avanços no uso da tecnologia de gestão e informação para a melhora da


administração pública, é evidente que um é necessário um empenho maior na
desburocratização pública, para que a relação dessa com os cidadãos sege mais transparente e
eficiente.

2.1.2. Modal ferroviário

Consiste em um transporte de mercadorias e/ou pessoas através de ferroviais,


caracterizado especialmente por transportar grande volume de ambos. No Brasil, surgiu
durante o ciclo do café e predominou até boa parte da década de 30 6, quando o país passava
por um momento de transição e ampliava a construção de rodovias pavimentadas. Essas,
passaram a competir diretamente pelos recursos públicos, pelo transporte de cargas e de
pessoas. Tendo como consequência uma queda em investimentos no setor ferroviário, e na
tentativa de evitar a brusca queda do tráfego e promover o desenvolvimento das malhas
existentes, foram tomadas séries de medidas estatais, exemplo disso é criação a Rede
Ferroviária Federal S.A. (RFFSA)7.

6
Era Vargas – modelo de governo baseado no desenvolvimento industrial e nacionalista.
7
Empresa estatal brasileira de transporte ferroviário que tinha como o objetivo promover e gerir os interesses
da União no transporte ferroviário brasileiro. Extinta em 2007 mediante a Medida Provisória nº 353.
5

O sucateamento das ferrovias brasileiras pode ser explicado por vários fatores, um
deles é prerrogativas governamentais da década de 30 favorecer o setor automobilístico,
promovendo um maior desenvolvimento no setor rodoviário. Quando comparado ao outro
modais de transporte, o modal ferroviário sai em vantagem em longas distâncias e baixo custo
operacional, por outro lado tem um alto custo de implantação e pouco versátil. Falando em
números, o valor médio do frete de grãos praticado pela Ferrovia Centro-Atlântica S.A. é de
R$ 105,91 por tonelada transportada para distâncias até 1.500 quilômetros sem a inclusão do
ICMS, enquanto o rodoviário tem um custo médio de R$ 173,10 por tonelada, valor conforme
tabela da ANTT para distâncias até de 1.200 quilômetros.

O modal ferroviário apresenta grandes elementos e benefícios, os quais, associadas


às vantagens do modal rodoviário, são capazes de tornar o transporte brasileiro mais
competitivo no exterior, desde que haja a conscientização e o comprometimento
entre as administrações relacionadas a este processo, em parceria com os governos,
estadual e federal, no intuito de promover o desenvolvimento dos produtores,
comerciantes e do país como um todo (LEITE, 2016).

Além disso, o Brasil possui cerca de 30 mil quilômetros de malha ferroviária, em números
representa 3,5 m/km2, enquanto países como Alemanha, EUA e Argentina, o mais próximo da
realidade brasileira, possuem uma densidade ferroviária de 121,62 m/km 2, 29,85 m/km2 e
13,27 m/km2 respectivamente.

Em contrapartida de tudo que foi dito, sabendo que o Brasil necessitava de um


desenvolvimento no setor, em 2004 o Ministério da Infraestrutura passou a desenvolver uma
série de medidas visando a criação do Instituto Nacional de Pesquisas Ferroviárias (INPF).
Contribuindo para o desenvolvimento da engenharia ferroviária brasileira, visto que, países já
citados anteriormente, os quais possuem números expressivos no setor tem órgãos semelhante
ao INPF. Em outra perspectiva, muitos especialistas afirmam que a história brasileira não
contribuiu para o desenvolvimento de uma infraestrutura de logística eficiente, já que a
maioria dos planejamentos logísticos não são elaborados pensando em longo prazo, e o INPF
vem para mudar esse cenário.

Além disso, olhando para lado financeiro, uma pesquisa elabora pela CNT apontou que
seria necessário o investimento de R$ 281 bilhões para atender a demanda. Em outras
palavras, no cenário atual, seriam necessárias 5 décadas para realizar essa injeção no setor
logístico, já que o Brasil investe R$ 1,4 bilhões de reais por ano, valor que já considera a falta
de eficiência e falhas na execução do planejamento.

2.1.3. Modal Aquaviário

METODOLOGIA
6

O presente artigo tem como método a pesquisa bibliográfica, através de artigos,


matérias editadas, pesquisas e estudos elaborados por especialistas. As revisões dos
documentos foram feitas, principalmente, on-line, pois acredita-se que para chegar o mais
próximo da realidade torna-se necessário a utilização dessa forma de pesquisa. Em outras
palavras, como pesquisar é uma forma de defender teses através de referências, atualmente a
forma mais eficaz de encontrar as melhores referências é pela internet.

CONCLUSÃO

A bibliografia nacional sobre o assunto era (e ainda é) surpreendentemente


escassa e limitada. Autores renomadas do passado tiveram suas obras esgotadas e
elas não foram reimpressas. A bibliografia estrangeira é de difícil acesso e, por
vezes, inadequadas às nossas normas técnicas e aos nossos cursos de graduação,
pois não conseguem reunir todas as informações necessárias à realização de um
processo viário, de forma ordenada e didática, com o nível de detalhamento exigido
pelos projetos atuais. Além disso, são raramente abordados, simultaneamente, em
uma mesma obra, as particularidades e os parâmetros dos projetos rodoviários e
ferroviários. (ANTAS 2010)
7

LEMBRETES

- Basear-se em dados (CNT, ANA, ANAC, DNIT, IPEA, IPGE, ANTT, NBR)

- Critica ao PROJETO 2020 do Ministério da Infraestrutura, ausência de transporte


rodoviário.

-Usar países como exemplo (Alemanha, EUA, Japão, Rússia)

-Cautela ao tocar em tópicos políticos

-Apresentar uma novidade

-Pesquisar e orientar-se mais sobre o tema


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REFERÊNCIAS
ABRUCIO, Fernando Luiz. Reforma do Estado no federalismo brasileiro: a situação das
administrações públicas estaduais. Revista da Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 39,
n. 32, p. 401-420, mar./abr. 2005

ANTAS, Paulo Mendes; VIEIRA, Alvaro; GONÇALO, Eluisio A.; LOPES, Luiz A. S.
ESTRADAS: Projeto Geométrico e de Terraplanagem. Rio de Janeiro: Editora Interciência,
2010.

BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Dados de transportes: Grandes Números. Brasília,


2017.
9

CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (CBIC). PAC: Avaliação


do Potencial de Impacto Econômico. 2016.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE (CNT). Anuário do transporte 2018:


Estatísticas consolidadas. Brasília, 2018. Disponível em:
https://anuariodotransporte.cnt.org.br/2018/Rodoviario/1-1-/Principais-dados#. Acesso em 15
de dez. de 2019.

______. Pesquisa CNT de Ferrovias 2015. Brasília, 2015.

______. Pesquisa Rodoviária 2009. Brasília, 2009.

E-COMMERCE mantém crescimento e fatura R$ 26,4 bilhões no primeiro semestre de 2019.


Nielsen Company, 2019. Disponível em: <
https://www.nielsen.com/br/pt/insights/article/2019/e-commerce-fatura-53-bilhoes-em-2018-
alta-de-12-por-cento/>. Acesso em: 12 de dez. de 2019

LEITE, Cesar Eduardo; PEREIRA, Luiz R. de Souza; MARINHO, Christiane de J. M.;


Bittencourt, Jairo A. Análise comparativa de custos entre os meios de transporte rodoviário e
ferroviário. In: CONGRESSO NACIONAL DE GESTÃO, 12.; INOVARSE –
RESPONSABILIDADE SOCIAL, 3., 2016, Rio de Janeiro. Artigo.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Rodovias brasileiras:


Gargalos, Investimentos, Concessões e Preocupações com o futuro. Brasília, 2010.

MELO, Luísa; GERBELLI, Luiz Guilherme. Investimento em infraestrutura no Brasil precisa


mais que dobrar, aponta estudo. G1, 2019. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/17/investimento-em-infraestrutura-no-brasil-
precisa-mais-que-dobrar-aponta-estudo.ghtml>. Acesso em: 12 de dez. de 2019.

PERIRA, Humberto. Modais de transporte. Disponível em :


https://administradores.com.br/artigos/modais-de-transportes. Acesso em: 12 de dez. de 2019.

PANESI, Paulo. Logística para iniciantes. Rio de Janeiro: PoD editora, 2010.

REHDER, Marcelo. Brasil é reprovado em infraestrutura. 2010. Disponível em: <


https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-e-reprovado-em-infraestrutura-
imp-,591965>. Acesso em: 12 de dez. de 2019.

RESENDE, Paulo T. Vilela (Coord.). Custos logísticos no Brasil 2017. Nova Lima, MG:
Fundação Dom Chaves, 2017.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU). Auditoria operacional sobre obras


paralisadas. Brasília, 2019
10

https://abolbrasil.org.br/pdf/1480943608.pdf - Paulo Guedes

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