Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
O Brasil é um país exportador de mercadorias de dimensões continentais, sua
necessidade busca transporte eficiente e com menor custo em relação aos demais. O
ideal é que o transporte seja realizado por modais ferroviário, o que comportaria uma
substancial redução de custo, tornando os produtos brasileiros mais competitivos. No
entanto, a infraestrutura de ferrovias, no Brasil, não acompanhou a evolução da
produção. Com o greve dos caminhoneiros em maio de 2018, quando o país
literalmente parou, gerando crise de abastecimento em diferentes setores, o Brasil
despertou-se para a importância de se ter alternativas mais viáveis para transporte de
carga. Esse contexto levou o Governo Federal, juntamente ao Ministério da
Infraestrutura, a atuar com o intuito de dobrar a participação ferroviária, atualmente
em torno de 15% no transporte de cargas em oito anos. Considerada uma meta pouco
ousada, mas que consiste em grande passo para viabilizar o transporte multimodal,
em vista, que um dos obstáculos para o cumprimento dessa meta consiste no elevado
custo de implantação das ferrovias. Desafiando o Ministério da Infraestrutura a
trabalhar arduamente para viabilizar tais empreendimentos, por intermédio do maior
plano de concessões de todos os tempos, com o menor orçamento público da história.
1. Introdução
Falar sobre desenvolvimento é de fato a pauta em questão atualmente. O Brasil
realça-se como um país que vem apresentando bons resultados diante de crises que
se apresentam em grande parte das nações. Para que um país consiga se
desenvolver e ampliar sua visibilidade no cenário internacional é necessário uma série
de elementos internos que vão desde a saúde, a educação e o transporte.
O transporte torna-se de extrema importância para o desenvolvimento social de um
país, uma vez que, este influencia na economia, assim como também na promoção
da integração regional de um país.
A infraestrutura brasileira pode ser classificada como sendo predominantemente
rodoviária, e com isso a carência por outros tipos de transporte é percebida a partir do
momento em que o país se desenvolve e o fluxo de automóveis aumenta.
O Brasil, por ser um país exportador de mercadorias de dimensões continentais,
necessita de um tansporte de carga eficiente e econômico.
As ferrovias se encaixam nesse perfil, se apresentando como modal seguro e
sustentável, por mais, que este, não exija um sistema de implantação de baixo custo,
é um investimento de retorno certo.
2
Desde o início da utilização desse modo de transporte, em 1854, até hoje, as ferrovias
passaram por certas crises e o panorama histórico e político delinearam este setor,
de acordo com o sistema de cada governo.
As ferrovias desempenham importante função na ocupação territorial de áreas
distintas, na dinamização econômica e comercial, no maior controle governamental e
na própria unidade e integração nacional.
Apresentam uma opção de rapidez no escoamento de produção e barateamento de
custos, porém não são priorizadas como deveriam. A falta de investimento e a baixa
demanda por vagões e locomotivas, fazem com que a indústria ferroviária esteja com
sua produção praticamente parada desde 1991.
A causa dessa estagnação foi à expansão das estradas de rodagem em consequência
do uso de novas fontes energéticas (petróleo, por exemplo). A necessidade de um
transporte ágil e mais acessível em relação a custos faz buscar estratégias para a
adequação de um sistema de transportes mais eficientes.
O Brasil se apresenta com sua matriz de transportes dividida da seguinte forma: 24%
ferroviária, 14% aquaviário e 62% rodoviário, sendo que o transporte aéreo e
dutoviário para movimentação de cargas não apresentam participações significativas.
Apesar do Brasil ter uma área de 8,5 milhões de km², muito pouco se investe em
infraestrutura de transporte ferroviário. Segundo Vilaça (2005) “o Brasil gasta em
média US$ 1 bilhão a mais no ano por falto de tansporte de cargas adequado”.
Logo, deve-se promover investimentos na tentativa de reduzir esses custos e
promover o crescimento nacional, de forma que os recursos provindos sejam mais
efetivos que os gastos em questão.
No cenário atual, as ferrovias que deixaram de possuir a interferência do Estado, e
passaram a fazer parte da iniciativa privada, passam por um processo de melhora em
muitas esferas, ainda apresentando diversos problemas, na grande maioria surgidos
antes das concessões e situados principalmente em áreas urbanas.
Essas entraves exigem, soluções e empenho do Governo Federal, como exemplo,
tem-se as invasões da faixa de domínio. Contudo, nota-se que a aplicação de recursos
é feita sem planejamento diante das opções de investimento a adotar, bem como
identificação de projetos prioritários.
Assim, se torna imprescendível a utilização de técnicas para avaliação econômica de
projetos, apontando quais os benefícios de um projeto para a economia e,
consequetemente para a sociedade como um todo, ajudando a iniciativa pública e
3
2. Transporte ferroviário
4
O transporte ferroviário no Brasil vem sendo apresentado com grandes crises, desde
a decisão política e estratégica de se adotar o transporte rodoviário como principal
modal para o escoamento de cargas, além da atuação governamental contra as
invasões na faixa de domínio, as passagens em níveis críticos, os gargalos logísticos
e a desunificação e necessidade de exapansão de malha.
Em frente a necessidade de reduzir ou extinguir tais problemas, muitos investimentos
devem ser feitos, o que está distante da nossa realidade, evidenciado pela falta de
ações efetivas voltadas ao subsetor.
A opção pela rodovia foi considerada a mais barata e a mais simples para a integração
do território nacional por Juscelino Kubitschek, em 1950.
Agora, modernizar os modais viários, rodoviário, ferroviário, aquaviário e aeroviário é
um desafio que se impõe ao governo brasileiro.
A greve dos caminhoneiros evidenciou a gravidade do problema: não há como o país
depender de um único modelo de escoamento e transporte de cargas sob o risco de
colapso.
Ainda que venha aumentando parcialmente o interesse e partipação do governo,
como em 2007 a 2010, com o presidente Luis Inácio Lula da Silva que se envolveu na
construção de novos trechos com prioridade a Nova Transnordestina, a Ferrovia
Norte-Sul e o Ferroanel em São Paulo.
Todavia, não ha embasamento teórico para elaboração de políticas públicas diante
das escolhas sobre qual opçaõ investir.
Mais que representar ganhos em infraestrutura, o investimento em ferrovias,
navegação de rios e cabotagem (navegação marítima costeira) é crucial para a
dinâmica comercial interna e externa do país.
Contudo, as aplicações nesses modelos ficam em segundo plano, na última década,
65% dos investimentos do governo federal foram em rodovias. O modal recebeu R$
80 bilhões dos R$ 123 bilhões aplicados.
Em 2018, o governo federal, serão licitadas as concessões da ferrovia Norte-Sul, que
liga o Pará ao Rio Grande do Sul, e da ferrovia de Integração Leste-Oeste, entre a
Bahia e o Tocantins. Além disso, haverá a renovação de cinco contratos de
concessionárias que serão prorrogados em contrapartida a investimentos de R$ 16
bilhões na malha ferroviária. Ao todo, os investimentos estimados nos transportes
chegam a R$ 70 bilhões.
Dados da Confederação Nacional de Transportes (CNT) mostram como o Brasil
centralizou o escoamento de sua produção em estradas. Mais de 61% de toda a carga
passam pelos sistema rodoviário; 20,7% pelas ferrovias; e 18,2%, pelos sistemas
aquaviário, aéreo e dutoviário, somados.
O professor Marcus Quintella, consultor de transportes da Fundação Getulio Vargas
(FGV), explica que o Brasil tem um problema crônico de logística. Falta integração
entre os sistemas. Comparativamente estamos atrás da maioria dos países em
desenvolvimento, como o Chile, o México.
Nesses locais vemos estruturas de transporte mais adequadas e modernas,
ressaltando que o rodoviarismo evidencia colpaso desde que entrou em crise a partir
da década de 1970, com a elevação do preço do petróleo.
Para ele, se as mudanças começassem a ser feitas hoje, os efeitos demorariam 20
anos para ter impacto no sistema logístico do país, por falta de visão sistêmica de
transporte e logística, não há planejamento nesse setor.
O Brasil está carente de um órgão pensador, não se tem órgãos que subsidiam o setor
tecnicamente do que precisa ser feito. Os órgãos que existem não traçam políticas
públicas.
5
4. Concessões Ferroviárias
As ferrovias brasileiras passaram por estágios de crescimento e redução, ao longo de
sua história, desde a metade do século XIX, quando as primeiras estradas de ferro
começaram a ser construídas. A concessão ferroviária surgiu já nesse período.
A concessão ferroviária é nada mais do que uma privatização contratual, uma parceria
entre empresas que se encarregam da gestão das malhas a fim de recuperá-las e
retornar eixos de exportação e manter produtos que movimentam a economia.
Foi iniciada nos meados de 90, quando as estatais RFFSA e Fepasa apresentavam
prejuízos grandes para os cofres públicos, baixo número de empregos e diversos
problemas estruturais.
A primeira, a Rede Ferroviária Federal S/A, foi fundada em 1957, quando as estradas
ferroviária de todo o país foram unificadas, sob o domínio do Governo Federal. Com
o objetivo de manutenção das malhas ferroviária e dos trens, a empresa contava com
9
brasileiros. Diversos projetos já estão em fase inicial e têm previsão de que em dez
anos o modal ferroviário corresponda ao objetivo citado.
Sendo planejado atribuir em torno de 50 ativos à iniciativa privada, por meio de
concessões, privatizações e renovações, em todos os modais. Isso inclui aeroportos,
portos, rodovias e ferrovias, sendo o principal foco do Ministério da Infraestrutura
neste ano, o setor ferroviário.
A iniciativa mais importante até este ano é a concessão de trechos da Ferrovia de
Integração Leste-Oeste (Fiol). O primeiro trecho já foi leiloado em abril, no qual a Bahia
Mineração (Bamin) recebeu a concessão de 35 anos. Há também a previsão de dois
leilões envolvendo partes da Fiol, que deverão se concretizar até 2023.
Um destaque será a concessão do primeiro trecho da Ferrovia Oeste-Leste,
conhecida como FIOL. Outro, a Ferrogrão, projeto que prevê a construção de uma
ferrovia ligando a produção do norte do Mato Grosso aos portos de Miritituba, no Pará.
O Governo Federal quer tornar as ferrovias uma alternativa logística com maior
potencial para o escoamento da produção brasileira. E para ampliar a malha
ferroviária, a aposta será na participação da iniciativa privada, por meio do PPI, o
Programa de Parcerias de Investimentos.
Outra iniciativa do Governo Federal com o Programa de Parcerias e Investimentos em
concessão ferroviária é a Ferrogrão, a ferrovia que ligará a produção agrícola do norte
do Mato Grosso aos portos do Pará. A expectativa é de que tal obra movimente em
torno de R $20 bilhões em investimentos, totalizando um projeto a longo prazo, com
estimados 60 anos até se expandir, segundo o Ministério da Infraestrutura.
Enquanto isso, parcerias já ativas estão sendo renovadas, com contratos de
concessão ferroviária antecipados para as empresas Rumo e MRS. A primeira
comporta mais de 1900 quilômetros (km) de extensão, entre Santa Fé do Sul e o Porto
de Santos, ambos no estado de São Paulo.
Juntamente com a renovação da Rumo, a MRS tem previsão para renovar em 2021 o
seu contrato por mais 30 anos. O seu sistema ferroviário liga os estados de Minas
Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, com uma extensão de mais de 1600 quilômetros
(km), para suprir o transporte do minério de ferro, entre outros produtos.
“Temos hoje uma previsão pra chegar, daqui mais ou menos dez anos, em mais de
40 milhões de toneladas sendo escoadas por ali, pelo eixo norte”, explicou a secretária
Natália Marcassa.
Na Ferrogrão, está previsto R$ 20 bilhões em investimentos e mais R$ 60 bilhões de
recursos para operação, que são os vagões e toda a parte necessária para operar a
ferrovia. “É um projeto de 60 anos. Então, é o nosso maior projeto aqui no Ministério
da Infraestrutura”, afirmou Natália Marcassa.
Além das novas concessões, o Governo Federal prevê renovar por mais 30 anos, o
contrato com a concessionária de ferrovias MRS, que atua na região Sudeste.
Segundo a secretária, a concessionária é responsável por uma das ferrovias do país
com maior produtividade e liga três estados importantes, que são Minas Gerais, Rio
de Janeiro e São Paulo.
“É uma ferrovia que está ali no nosso coração produtivo. Ela está muito focada em
transporte da região de minério de ferro, ali de Minas Gerais, mas ela também tem
uma importância em carga geral que trafega em São Paulo e que trafega no Rio de
Janeiro. Nessa malha estão previstos mais ou menos R$ 14 bilhões de investimento”,
finalizou a secretária do Ministério da Infraestrutura.
O preço dos combustíveis vinha aumentando desde 2017 e sua tributação representa
45% do preço final, sendo 16% referente ao PIS/COFINS, de competência da União.
Até o dia 24 de maio, pelo menos cinco cidades no Rio Grande do Sul haviam
decretado situação de calamidade pública devido aos desabastecimentos, enquanto
outras cidades de quatro estados decretaram estado de emergência, dentre elas São
Paulo e Porto Alegre.
Desde o início da greve, as ações da Petrobras na B3 caíram 34%, diante da redução
do preço do diesel decorrente de negociações, perdendo 137 bilhões de reais em valor
de mercado. No dia 25, o governo anunciou o uso das Forças Armadas para
desobstruir as rodovias.
A greve e suas repercussões receberam cobertura internacional pela imprensa[38] e
dos principais jornais do país. A Anistia Internacional classificou o uso das forças
armadas para desbloquear as rodovias como "extremamente preocupante". O ministro
da segurança pública, Raul Jungmann, afirmou que o governo investigava a prática
de locaute, negada pelos grevistas. No Senado, houve protesto, enquanto centrais
sindicais, partidos políticos, e pré-candidatos às eleições presidenciais posicionaram-
se a respeito da greve, alguns expressando apoio aos grevistas. Já o ex-
ministro Henrique Meirelles afirmou que há um componente político-ideológico no
movimento dos caminhoneiros.
A grande importância dos caminhoneiros para o país foi perceptível por todos durante
a greve, que recebeu o apoio de 87% dos brasileiros, a escassez de alimento e de
combustíveis em todo o país foi apontada como consequência da falta de transporte
dessas mercadorias por conta da paralisação dos caminhoneiros.
Após o fim da greve, o então, no tempo, presidente da república Michel Temer,
anunciou que verbas públicas para a educação e saúde serão cortadas para cobrir a
diminuição do preço do diesel (o valor alto do diesel foi o principal motivador da
greve) diesel, cujo alto preço foi o principal motivo da greve.
Porém, não seria mais inteligente se o presidente voltasse sua prioridade ao
transporte ferroviário? Com isso, o governo teria um maior retorno monetário fiscal e
a população pagaria menos impostos pelos produtos, fazendo assim com que fosse
desnecessário prejudicar ainda mais o investimento em educação e saúde pública
brasileira.
13
7. Projeto de Estado
Os projetos de ferrovia e hidrovia são de longo prazo e exigem continuidade entre
governo sucessivos. Sendo necessários projetos de Estado, um plano de
desenvolvimento estruturante que transcendesse os mandatos políticos.
Segundo a diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de
Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Roberta Marchesi, apenas 6% dos
deslocamentos diários de passageiros são feitos por trens, metrôs, veículos leves
sobre trilho (VLT) ou outros modais sobre trilhos.
“Os governantes preferem investir em empreendimentos que possam ser inaugurados
dentro dos seus quatro anos de governo. Neste espaço de tempo, não é possível
começar do zero e inaugurar um sistema completo, a menos que ele já estivesse
estruturado e com projeto pronto”, acrescentou a superintendente da ANPTrilhos,
criticando soluções imediatistas que não respondem às reais demandas das cidades
e de seus cidadãos”.
Roberta Marchesi compara com a infraestrutura dos países mais ricos, quando se
trata do transporte urbano. De acordo com ela, o metrô de São Paulo, o maior do país,
percorre cerca de 74 quilômetros de trilhos, enquanto o de Nova York (EUA) chega a
integrar quase 400 quilômetros.
Mesmo em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, a participação do transporte
metroferroviário não ultrapassa 20% do total de viagens de passageiros. “Em países
desenvolvidos que mantiveram investimentos na indústria ferroviária, esses
deslocamentos chegam a 45% do total de viagens. Ainda temos muito o que avançar”,
disse a superintendente.
era exclusivo da União. Para se adequar à lei federal, o governo paulista enviou um
projeto de lei à Assembleia Legislativa e aguarda a aprovação.
O secretário acredita que o modal ferroviário complementa os sistemas hidroviário e
rodoviário, com a vantagem de ser mais sustentável em relação a este último, por
emitir menos gases poluentes. Um trem com duas locomotivas e 96 vagões pode
transportar 8,4 mil toneladas de cargas, equivalentes à carga de 220 caminhões
bitrens. O projeto ajudaria a desafogar o tráfego rodoviário no entorno das grandes
cidades, como a capital paulista e Campinas.
O plano da Secretaria é conceder autorização às empresas interessada em transporte
de cargas por trilhos. Em contrapartida, essas empresas ficariam responsáveis pela
recuperação e manutenção do trecho a ser usado durante a vigência do contrato. As
empresas assumiriam compromissos de recuperar ferrovias abandonadas, acabar
com ‘cemitérios’ de vagões e, em alguns casos, retirar trilhos das áreas urbanas.
No último dia 30, completaram-se os 168 anos da inauguração da primeira ferrovia do
Brasil. Inaugurada pelo imperador D. Pedro II em 1854, com 14 km de extensão, a
linha férrea ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis. Em São Paulo, a primeira linha foi a
Santos-Jundiaí, construída pela São Paulo Railway, que passou a operá-la em 1867.
As ferrovias tiveram papel fundamental no desenvolvimento do país, ajudando
principalmente na expansão da lavoura do café, principal produto exportado pelo
Brasil entre o século 19 e o início do século 20. Ajudou também a industrialização do
estado de São Paulo e de outros estados brasileiros. Muitas cidades do interior de
São Paulo surgiram ou se desenvolveram após a chegada dos trilhos.
Em 1950, os trens eram o principal meio de transporte entre as duas maiores cidades
do país – São Paulo e Rio de Janeiro. A ponte aérea entre as duas capitais só surgiu
em 1959. No início, as ferrovias foram empreendidas pela iniciativa privada – no caso
de São Paulo, empresários e grandes produtores de café. Entre as décadas de 1970
e 1990, muitas foram estatizadas, como as ferrovias paulistas, incorporadas pela
Fepasa.
Neste ano, 2022, na semana em que se comemora o dia do ferroviário, a SLT
(Secretaria de Logística e Transportes) a aprovação na Alesp (Assembleia Legislativa
do Estado de SP) do projeto de lei 148/22 que expande as linhas ferroviárias para
transporte de passageiros e de cargas.
9. Conclusão
É notório que o transporte ferroviário de cargas é adequado para longas distâncias,
mais barato e polui menos que o transporte rodoviário.
16
Então, dado o fato do país ter dimensões continentais, qual é razão de ainda termos
em torno de 30.000 km de ferrovias, o que corresponde a menos de 10% das rodovias
pavimentadas existentes no Brasil ?
Poderiamos listar como sendo as principais razões:
Ao longo do tempo, configurou-se no país uma malha ferroviária composta por
bitolas (largura entre os trilhos) estreita, métrica, inglesa e larga. Porém,
apenas cerca de 5% das linhas férreas possui o terceiro trilho, possibilitando o
trânsito de 2 diferentes bitolas. Devido a isto, os nossas ferrovias não se
interconectam;
A construção de novas ferrovias é um projeto de longa maturação, com retorno
de capital demorado, em um país onde predominam ideias imediatistas;
Cada novo governo prioriza as suas próprias ideias, deixando de lado os
projetos do governo anterior. Ou seja, os investimentos são descontinuados;
O prazo de concessão para exploração das ferrovias brasileiras é, em média,
de 30 anos, pouco atraente para investidores privados obterem lucratividade.
No momento em que atuantes do poder entenderem que uma rede ferroviária
interligando as diferentes regiões irá beneficiar as cadeias de valor internas e os fluxos
de escoamento das exportações, os principais ganhos obtidos para o Brasil serão:
Economia em fretes estimada em 30%;
Maior durabilidade das rodovias, com grande redução no seu custo de
manutenção;
Forte redução na poluição por monóxido de carbono;
Menor quantidade de acidentes;
Diminuição dos roubos de carga;
Menos congestionamentos nos centros urbanos;
Aumento na vida útil dos caminhões;
Retorno de lucro significativo.
CUNHA, Ari. A saída para a greve dos caminhoneiros é pela ferrovias. Correio
brazilienze. Blog do Ari Cunha. 2019. Disponível em:
https://blogs.correiobraziliense.com.br/aricunha/a-saida-para-a-greve-dos-
caminhoneiros-e-pela-ferrovia