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ISSN 2359-182X
RESUMO
Dentro da matriz de transporte brasileira o transporte rodoviário responde por 65% do total de
mercadorias transportadas sendo que em relação ao PIB, o transporte equivale a 6,8% dos custos
logísticos. Este artigo tem como objetivo apresentar as principais características desse modal e as
dificuldades na infraestrutura a partir da falta de condições das rodovias, a idade elevada da frota, o
roubo de cargas, terminais inadequados e a pouca valorização pelas entidades governamentais.
Apresentando o cenário atual do modal, percebemos a necessidade de maiores investimentos no geral,
buscando garantir uma maior competitividade no escoamento da produção para o país. Apesar de sua
maior participação na matriz de transporte, não apresenta uma maior qualidade no serviço prestado
impactando diretamente no preço dos produtos seja para o comercio local ou internacional,
restringindo a competitividade dos setores envolvidos. O presente estudo visa mostrar a importância
do modal dentro da cadeia de suprimentos e sua influência no aumento dos custos pela infraestrutura
apresentada.
ABSTRACT
Within the Brazilian transport matrix, road transportation accounts for 65% of the total freight carried,
and transport accounts for 6.8% of the logistics costs in relation to GDP. This article aims to present
the main characteristics of this modal and the difficulties in infrastructure due to the lack of highway
conditions, the high age of the fleet, theft of cargo, inadequate terminals and little appreciation by
government entities. Presenting the current scenario of the modal, we perceive the need for greater
investments in general, seeking to ensure a greater competitiveness in the flow of production to the
country. Despite its greater participation in the transport matrix, it does not present a higher quality in
the service provided, directly impacting the price of the products, either for local or international
commerce, restricting the competitiveness of the sectors involved. The present study aims to show the
importance of the modal within the supply chain and its influence in the increase of costs by the
presented infrastructure.
1
Professor dos cursos Superiores Tecnológicos em Gestão Empresarial e Logística da Fatec Zona Sul. e-mail:
prof.laurelli@yahoo.com.br.
2
Professor do curso Superior Tecnológico em Logística da Fatec Zona Sul. e-mail: bicimo@uol.com.br.
3
Professor no IFMT. e-mail: toloirodrigo@gmail.com.
Refas - ISSN 2359-182X v.4, n.4 Junho de 2018
2
1. INTRODUÇÃO
MODAL PARTICIPAÇÃO
Rodoviário 65,0%
Ferroviário 20,0%
Aquaviário 11,7%
Dutoviário 3,2%
Aeroviário 0,1%
Total 100,0%
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Logística
A Logística empresarial realiza o planejamento e a movimentação de cargas em todos
os ciclos da cadeia de abastecimento. Iniciando-se na previsão da demanda, finaliza sua
aplicação quando da entrega final dos produtos ou serviços aos clientes.
Os pioneiros em sua aplicação foram os europeus e a partir da segunda metade do século, os
americanos no pós-segunda grande guerra.
No Brasil, aparece com maior destaque no final da década de 1980 quando grandes
operadores logísticos como Penske Logistcs Brasil, DHL Worldwide Brasil, McLane do
Brasil, etc., iniciaram suas atividades, trazendo novos procedimentos para a administração da
cadeia de suprimentos (FREITAS et al., 2015).
As grandes empresas terceirizam suas operações de atendimento ao cliente junto aos
operadores logísticos, que passam a administrar os recursos materiais e humanos necessários
para a produção e entrega de produtos e serviços.
Utilizando alta tecnologia física e de informação, já chegaram com larga experiência e
capacidade para aplicar suas técnicas dentro do ambiente de distribuição de produtos no
Brasil.
Essa área movimenta no país cerca de 344 milhões de reais ao ano onde as empresas
têm um dispêndio em média de 8,3% do seu faturamento para sua utilização. 91% das
empresas brasileiras a percebem como uma ferramenta que gera ganhos em vantagem
competitiva (CEL/COPPEAD, 2009).
Conforme a Fundação Dom Cabral (2015), numa pesquisa com142 empresas
brasileiras cujo faturamento total equivaleu a 15% do PIB brasileiro, os custos logísticos
consumiram 11,73% da receita, destacando-se uma utilização de 98% do modal rodoviário no
transporte de seus produtos.
A mesma pesquisa mostrou também que as empresas com faturamento entre R$ 500
milhões a R$ 1 bilhão, os custos logísticos chegaram a 30% desse valor, por isso a opção
destas pela utilização dos operadores logísticos quando tem o custo fixo transformado em
variável fechando centros de distribuição (CDs) e reduzindo também os estoques.
2.2 Matriz de Transporte de Cargas no Brasil
As condições de mobilidade e acessibilidade dos modais de transporte para o
escoamento da produção de mercadorias tem relação direta ao fator de crescimento
econômico de um país.
Dados da CNT (2013) indicam que nos modais utilizados no país, o rodoviário tem a
maior participação com 61,1% das cargas, em seguida o ferroviário com 20,7% e o aquaviário
com 13,6%, 4,2% no dutoviário e 0,4 no aéreo, conforme apresentado na Figura 1.
Segundo o PNLT (2006), caso a matriz de transporte brasileira fosse mais balanceada,
teríamos uma economia da ordem de US$ 2,5 bilhões ao ano levando-se em conta a redução
nos custos de transporte em 62% para o modal hidroviário e 37% no ferroviário, comparando
se os valores ao rodoviário.
3 MÉTODO
Variáveis Fonte
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 41 13
Vida Útil
1 0,6 0,2
Segundo Mello (2004), com o Plano de Metas, que previa um Plano Quinquenal de
Obras Viárias, grandes obras como a construção da rodovia Rio-Bahia, ligando o Sudeste ao
Nordeste; e o asfaltamento da rodovia São Paulo-Porto Alegre foram concluídas, integrando
definitivamente o Sul ao Sudeste.
A partir de 1964, os governos militares também priorizaram o transporte rodoviário,
dando sequência ao projeto de integração nacional buscando povoar os vazios demográficos
integrando-os às demais regiões do país; facilitando a exploração das riquezas naturais dessas
regiões estabelecendo um sistema de transportes hidro rodoviário (MELLO, 2004).
Outras obras foram trabalhadas nesse período, a Transamazônica buscando integrar o
Nordeste à Amazônia e ao Centro-Sul, a Brasília-Acre, a Perimetral Norte, Cuiabá-Santarém e
a Transpantaneira. Esta última buscando fomentar a comunicação com os países vizinhos.
Além destas rodovias de integração, outras rodovias foram ampliadas e pavimentadas.
Com estudos da CNT (2017) a extensão da sua malha rodoviária em comparação com
outros países, o Brasil não oferece uma boa infraestrutura para o modal rodoviário
considerando que tem apenas 12,9% das estradas pavimentadas.
Estudos da CNT (2013), levando em consideração os 91 mil km de estradas brasileiras,
mostram que as condições das rodovias no país são bastante deficientes, sendo que 60% foi
considerado em mau estado devido ao asfalto de má qualidade, falhas de projeto na
construção, sinalização e outros agravados pelo excesso de peso dos caminhões.
A falta de fiscalização e manutenção das rodovias é um dos motivos de tal ocorrência,
pois provoca o aumento do custo operacional dos caminhões devido ao maior desgaste e
custos variáveis tais como combustíveis, pneus, lubrificação e outros.
Em comparação, nos Estados Unidos, país com dimensões continentais tem 4,37
milhões de km de rodovias pavimentadas, vinte vezes maior que a malha rodoviária brasileira,
que atualmente compreende 221,8 mil km de sua malha. A Índia, país que representa um terço
do território brasileiro, possui uma malha rodoviária pavimentada sete vezes maior que a
malha brasileira (CIA, 2011).
Em avaliação de competitividade global realizada pelo Fórum Econômico Mundial, a
malha viária do Brasil figura na 121ª colocação dentre 141 países analisados (JC ESTADO,
2016) como mostra a Figura 3.
A classificação do Brasil, pode ser justificada pela, predominancia do modal rodoviário
na matriz de transporte, que é agravado pela elevada idade média da frota, grande consumo de
combustível, maior emissão de Gases de Efeito Estufa e altos custos de manutenção
(FREITAS et. al, 2017).
(3,5t a 7,99t) 19,7 8,9 9,7 12,8 Caminhão Simples (8t a29t) 23,2 10,3 14,8 16,1
Caminhão Trator 17,6 7,3 12,9 12,6 Caminhão Trator Especial 15,3 4,5 9,8 9,9
Caminhonete/Furgão (1,5t a 3,49t) 9,7 6,3 7,1 7,7 Reboque 19,3 11,4 15,3 15,3
SemiReboque 14,6 8,1 10,3 11,0 SemiReboque com 5ª Roda/Bi trem 9,3 6,4 5,6 7,1
Semirreboque Especial 13,8 7 8,8 9,9 Utilitário Leve (0,5t a 1,49t) 12,8 7 9,3 9,7
Veículo Operacional de Apoio 25,7 17,7 10,2 17,9 Total 16,5 8,6 10,3 11,8 Fonte:
DNIT (2014)
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS
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