Você está na página 1de 15

Temas em Psicologia

ISSN: 1413-389X
comissaoeditorial@sbponline.org.br
Sociedade Brasileira de Psicologia
Brasil

Escobal, Giovana; Chamel Elias, Nassim; Goyos, Celso


Comparação entre Avaliações de Preferência com Itens Tangíveis e com Itens Digitais
Temas em Psicologia, vol. 22, núm. 1, abril, 2014, pp. 235-248
Sociedade Brasileira de Psicologia
Ribeirão Preto, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=513751527018

Como citar este artigo


Número completo
Sistema de Informação Científica
Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal
Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
ISSN 1413-389X Trends in Psychology / Temas em Psicologia – 2014, Vol. 22, nº 1, 235-248
DOI: 10.9788/TP2014.1-18

Comparação entre Avaliações de Preferência


com Itens Tangíveis e com Itens Digitais

Giovana Escobal1
Nassim Chamel Elias
Celso Goyos
Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos, São Paulo, Brasil

Resumo
Testes de avaliação de preferência com figuras digitais por computador podem apresentar vantagens em
relação aos testes realizados sobre a mesa, como economia de tempo e de esforço e redução de erros
manuais. A proposta desse estudo foi examinar o uso de uma avaliação de preferência por computador
com 14 crianças com desenvolvimento típico e nove com deficiência intelectual. Dois formatos de ava-
liação de preferência foram conduzidos para comparar as hierarquias de preferência geradas com figuras
digitais e os itens tangíveis correspondentes. Esses formatos incluíam apresentar figuras digitais em um
computador e itens tangíveis em uma mesa. Os resultados das avaliações de preferência indicaram que
os dois métodos produziram os mesmos itens mais escolhidos para a maioria dos participantes. Muitas
variáveis ainda precisam ser examinadas em experimentos futuros. As implicações desses resultados
para avaliações de preferência com estímulos digitais são discutidas.
Palavras-chave: Avaliação de Preferência, escolha, figuras digitais, itens tangíveis.

Comparison between Preference Assessment with Tangible Items


and Digital Items

Abstract
Computer-based digital picture preference assessment tests may have boundaries over table-top formats,
such as time and effort economy and reduction of manual error. The purpose of this study was to exa-
mine the use of a computer-based digital picture preference assessment with 14 children with typical
development and nine with intellectual disabilities. Two preference assessment formats were conducted
to compare preference hierarchies generated with digital pictures and tangible items. These formats
included presenting digital pictures in a computer screen and tangible items on a table. Results of the
preference assessments indicated that the two methods yielded same top-ranked items for most partici-
pants. Many variables still need to be scrutinized in further experimental studies. The implications of
these results for digital stimulus preference assessments are discussed.
Keywords: Preference Assessment, choice, digital pictures, tangible items.

1
Endereço para correspondência: Laboratório de Aprendizagem Humana, Departamento de Psicologia,
Universidade Federal de São Carlos, Rod. Washington Luiz, Km 235, São Carlos, SP, Brasil, 13565-905.
E-mail: giovanaescobal@hotmail.com, nchamel@terra.com.br e celsogoyos2@gmail.com.
Os autores agradecem o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Agradecimentos especiais
a Thomas Sean Higbee, Darlene Crone-Todd e Joseph Pear pela cuidadosa leitura das versões iniciais desse
artigo.
236 Escobal, G., Elias, N. C., Goyos, C.

Comparación entre Preferencias con Elementos Concretos


y con Elementos Digitales

Resumen
Pruebas de evaluación de preferencia con imágenes digitales por ordenador pueden tener ventajas sobre
las pruebas realizadas en la mesa, como el ahorro de tiempo y esfuerzo y reducir los errores manuales.
El propósito de este estudio fue examinar el uso de una evaluación de preferencia por ordenador con
14 niños con desarrollo típico y nueve con discapacidad intelectual. Dos formatos de evaluación de
preferencia fueron realizados para comparar la jerarquía de preferencias generado con fotos digitales
y elementos concretos correspondientes. Estos formatos incluyen imágenes digitales de visualización
en un ordenador y elementos materiales de una tabla. Los resultados de las evaluaciones de preferencia
indicaron que los dos métodos producen los mismos elementos más elegidos para la mayoría de los par-
ticipantes. Muchas variables aún deben ser examinadas en futuros experimentos. Las implicaciones de
estos resultados para las evaluaciones de preferencia con estímulos digitales son discutidas.
Palabras clave: Evaluación de Preferencia, selección, imágenes digitales, elementos concretos.

O reforçamento é um mecanismo central no feridos, e (b) permitir que o indivíduo escolha


desenvolvimento de comportamentos operantes entre dois ao invés de um conjunto de estímulos
(Pace, Ivancic, Edwards, Iwata, & Page, 1985). a cada oportunidade, considerando que alguns
Para programar com sucesso uma intervenção indivíduos não examinam item por item quando
baseada nos princípios do reforçamento em muitos estímulos são apresentados simultane-
pesquisas aplicadas, básicas ou translacionais, amente (Clausen, 2006; Escobal, Macedo, Du-
é essencial identificar itens de preferência para que, Gamba, & Goyos, 2010).
serem utilizados como possíveis reforçadores AIPs tem sido conduzidas com itens tangí-
com pacientes ou participantes (Piazza, Fisher, veis tais como alimentos, brinquedos e materiais
Bowman, & Blakeley-Smith, 1999). instrucionais (Carr et al., 2000; DeLeon & Iwa-
Há um número de avaliações de itens de ta, 1996; Fisher et al., 1992; Pace et al., 1985;
preferência (AIP) empiricamente demonstra- Roane et al., 1998) e com formato alternativos
do para determinar hierarquias de preferência, de estímulos, tais como figuras impressas e des-
tais como a Avaliação de Preferência com Es- crições verbais dos estímulos (Conyers et al.,
tímulo Único (Pace et al., 1985), Avaliação de 2002; Groskreutz & Graff, 2009; Hanley, Iwa-
Preferência com Escolha Pareada (Fisher et al., ta, & Lindberg, 1999; Higbee, Carr, & Harrison,
1992), Avaliação de Preferência com Múltiplos 1999).
Estímulos (Carr, Nicolson, & Higbee, 2000; De- Alguns autores tem sugerido que o uso de
Leon & Iwata, 1996) e Avaliação de Preferência figuras impressas não geram uma hierarquia de
de Operante Livre (Roane, Vollmer, Ringdahl, preferência confiável (Hanley et al., 1999; Hi-
& Marcus, 1998). gbee et al., 1999), principalmente quando a res-
A Avaliação de Preferência com Escolha posta de selecionar uma figura não resulta no
Pareada de Fisher et al. (1992) envolve a apre- acesso ao item correspondente.
sentação de cada estímulo com outro estímulo Higbee et al. (1999) conduziram um estudo
em uma lista, até que todas as possíveis com- para determinar a possibilidade de usar figuras
binações aos pares sejam apresentadas. As duas em avaliações de preferência. Avaliações de
maiores vantagens desse método são a possibi- preferência com múltiplos estímulos foram con-
lidade de (a) produzir uma hierarquia de prefe- duzidas com dois adultos diagnosticados com
rência bem distribuída devido a apresentação aos deficiência intelectual usando itens tangíveis e
pares que força o indivíduo a escolher um item, cartões com figuras impressas representando os
mesmo quando os dois itens podem não ser pre- mesmos estímulos. Os resultados indicaram que
Comparação entre Avaliações de Preferência com Itens Tangíveis e com Itens Digitais 237

o método com itens tangíveis previu os efeitos Esse formato alternativo tem implicações
reforçadores dos estímulos com maior acurácia práticas considerando que um banco de dados
que a avaliação com figuras. Há várias possí- virtualmente infinito de estímulos (figuras de
veis razões pelas quais a avaliação com figu- objetos, alimentos e pessoas, sons de nomes e
ras falhou em determinar reforçadores eficazes elogios, e vídeos de atividades, desenhos ani-
acuradamente. Embora os participantes pudes- mados e jogos de computador) está disponível e
sem identificar (tato), oralmente ou através de pode ser acrescido, conforme requisitos de cada
gestos, os estímulos nos cartões, eles não res- nova avaliação. É possível também avaliar itens
pondiam (mando) às figuras da mesma maneira que não podem ser diretamente apresentados a
que respondiam aos itens tangíveis, talvez pela um indivíduo, como viagens ao shopping ou pe-
inexperiência dos participantes em usar figuras gar carona em um carro. Além disso, tentativas
para requisitar um item tangível. Outra razão em uma avaliação por computador poderiam ser
para que os participantes respondessem de for- criadas antecipadamente ao momento da ava-
ma diferente para os cartões poderia ser a dife- liação e apresentadas várias vezes, com registro
rença de procedimento entre as duas avaliações. automático dos dados, implicando em economia
Na avaliação com itens tangíveis, cada vez que de tempo e redução de alguns riscos de erros ma-
o participante selecionava um item, ele ganhava nuais (Escobal, Elias, & Goyos, 2012). Por essas
20 s de acesso a esse item. Na avaliação com razões, o uso de recursos de computador pode
os cartões, entretanto, a resposta de seleção não fornecer um uso mais frequente de AIPs por um
resultava no acesso ao item correspondente. Se o número maior de pessoas. Uma forma direta de
acesso ao estímulo for concebido com o reforça- iniciar a validação de hierarquias de preferência
dor que mantem a resposta de seleção, então, não por estímulos com estímulos digitais apresenta-
fornecer acesso ao item seria similar a operação dos por computador seria comparar resultados
de extinção. de uma AIP com itens tangíveis e com figuras
Resultados diferentes foram encontrados digitais
por Groskreutz e Graff (2009), que indicaram os Portanto, a proposta desse estudo foi com-
mesmos itens mais preferidos para 4 de 5 partici- parar hierarquias de preferência geradas com
pantes em três formatos diferentes de avaliação: figuras digitais e com itens tangíveis com 14
avaliação tangível com acesso ao item, avalia- crianças com desenvolvimento típico e nove
ção com figuras com aceso ao item e avaliação crianças com deficiência intelectual. As figuras
com figuras sem acesso ao item. Entre esses três digitais foram apresentadas em uma tela de com-
formatos, a avaliação com figuras sem acesso ao putador com o auxílio do programa Jogo da Es-
item demorou menos tempo para ser conduzida.
colha (Escobal et al., 2012) e os itens tangíveis
Groskreutz e Graff (2009) pré-testaram ha-
foram apresentados sobre uma mesa. Como as
bilidades de emparelhamento entre cada figura e
figuras digitais não poderiam ser experiencia-
o seu item tangível correspondente, o que pode
das da mesma maneira que os itens tangíveis, o
ser uma habilidade necessária ao substituir itens
acesso a um item nunca foi fornecido após uma
tangíveis por figuras. Eles também mencionam
resposta de escolha nos dois formatos.
que avaliações com figuras sem acesso ao item
poderiam ser feitas com o auxílio de um com-
Método
putador, que poderia ser mais eficiente em ter-
mos de tempo e esforço dos aplicadores, pois o
Participantes
programa é apropriadamente e especificamente
desenvolvido para apresentar os estímulos e re- Os participantes foram oito meninos e seis
gistrar as respostas de escolha. Então, apresen- meninas com desenvolvimento típico, com ida-
tar figuras digitais através de um programa de des entre 3 e 5 anos, que frequentavam uma
computador seria uma extensão do formato de pré-escola pública, e nove meninos com defi-
avaliação com figuras impressas apresentados ciência intelectual, com idades entre 9 e treze
sobre uma mesa. anos, que frequentavam uma escola pública
238 Escobal, G., Elias, N. C., Goyos, C.

para crianças com deficiências e transtornos Como as crianças com desenvolvimento tí-
globais do desenvolvimento. Um pré-requisito pico foram testadas primeiramente, seus pais e
para participação era que os indivíduos não ti- seus professores preencheram uma folha na qual
vessem experiência anterior com métodos de poderiam indicar, entre 20 itens disponíveis (dez
avaliação de preferência. materiais escolares e dez itens de lazer), aqueles
que eles acreditavam serem os favoritos de seus
Ambiente e Materiais filhos/alunos. A partir das respostas individuais,
A Pesquisa foi conduzida em salas de apro- duas listas foram criadas, uma com os quatro
ximadamente 4m x 3m nas escolas em que os materiais escolares mais escolhidos e outra com
participantes foram recrutados. Os materiais os quatro itens de lazer mais escolhidos, con-
incluíam um computador portátil com acesso a forme descritas acima. As mesmas listas foram
Internet, uma mesa, três cadeiras, papel, caneta, então utilizadas com as crianças com deficiência
folhas de registro, uma filmadora, e o programa intelectual para manter esse aspecto da pesquisa
Jogo da Escolha. constante. Antes da aplicação das avaliações de
O Jogo da Escolha permite a criação de ta- preferência, foram fornecidos 15 s de exposição
refas apresentadas por computador com dois ou forçada a cada item para os participantes.
mais estímulos apresentados simultaneamente. Duas matrizes distintas de avaliação de
O Jogo da Escolha está localizado em um ser- preferência, uma para materiais escolares (ver
vidor na Universidade Federal de São Carlos Tabela 1, Lista 1) e uma para itens de lazer (ver
(UFSCar) em www.lahmiei.ufscar.br/jogoda- Tabela 1, Lista 2), com 12 tentativas cada, fo-
escolha. ram criadas para guiar a apresentação dos pares
de estímulos. A ordem de apresentação de cada
Estímulos Experimentais par foi predeterminada e contrabalanceada para
que cada item em uma lista aparecesse com to-
Oito itens tangíveis, divididos em materiais dos os outros itens da mesma lista, uma vez à
escolares (régua, lápis, apontador e borracha) e esquerda e outra à direita. Para as duas avalia-
itens de lazer (adesivo, giz de cera, máscara e li- ções, o acesso ao item após uma resposta não foi
vro de colorir), e suas figuras digitais correspon- fornecido e a sequência de apresentação seguiu
dentes (veja Tabela 1) foram usados nas avalia- uma das matrizes previamente descrita (ver Ta-
ções. As figuras eram fotos digitais coloridas de bela 1).
cada item, gravados como arquivos Joint Photo- A preferência por materiais escolares (ver
graphic Experts Group (JPG) com tamanhos de Tabela 1, Lista 1) foi avaliada primeiramente,
30Kb a 40Kb, com 11 cm de largura por 9 cm de seguida pela preferência por itens de lazer (ver
altura, tirados em um plano de fundo cinza. Tabela 1, Lista 2). Metade dos participantes foi
Procedimento testada primeiramente com as figuras digitais e
em seguida com os itens tangíveis; essa ordem
Cada categoria (materiais escolares e itens foi invertida para a outra metade.
de lazer) foi testada em uma Avaliação de Pre- Avaliação de preferência com figuras digi-
ferência com Escolha Pareada usando figuras tais por computador. Para esse estudo, duas ava-
digitais e itens tangíveis. Primeiramente, cada liações de preferência com figuras digitais por
criança com desenvolvimento típico foi expos- computador foram criadas no Jogo da Escolha
ta a quatro sessões de AIP (duas avaliações de digitando o nome da avaliação e o número de
preferência com figuras digitais por computador estímulos concorrentes (dois). Cada tentativa
e duas avaliações de preferência com itens tan- iniciava com a apresentação simultânea de duas
gíveis) que apresentavam 12 tentativas cada em figuras digitais diferentes na tela e a instrução
um único dia. Um mês mais tarde, as crianças “Escolha o que você mais gosta e aponte” forne-
com deficiência intelectual foram expostas às cida pelo experimentador. Respostas de apontar
mesmas quatro sessões em um único dia. eram seguidas por elogio fornecido pelo experi-
Comparação entre Avaliações de Preferência com Itens Tangíveis e com Itens Digitais 239

Tabela 1
Matriz dos Pares de Apresentação
Lista 1 Lista 2
Tentativa Esquerda Direita Esquerda Direita

10

11

12
240 Escobal, G., Elias, N. C., Goyos, C.

mentador e por um clique com o mouse sobre a observador independente para cada tentativa.
figura escolhida realizado pelo experimentador, Foi considerada concordância quando experi-
para manter as respostas de apontar dos partici- mentador e observador registravam a mesma
pantes, de forma consistente, nos dois métodos. escolha. O número total de concordâncias foi
O programa registrava a resposta, retirava as fi- somado, dividido pelo total de tentativas e con-
guras e apresentava a próxima tentativa. vertido em percentual (Hall, 1974). A concor-
Avaliação de preferência com itens tangí- dância entre observadores para todas as fases
veis. Cada tentativa iniciava com a apresentação foi de 100%.
simultânea de dois itens tangíveis sobre a mesa Para propostas de análise de dados, uma
e a instrução “Escolha o que você mais gosta e correspondência foi contada se a porcentagem
aponte” fornecida pelo experimentador. Respos- de escolhas de um item tangível e da figura di-
tas de apontar eram seguidas por elogio forneci- gital correspondente foi idêntica ou diferiu em
do pelo experimentador. As respostas de escolha 0,17.
eram registradas pelo experimentador e por um Os coeficientes de correlação de Pearson
observador independente treinado em uma folha também foram calculados para as escolhas de
de registro. O experimentador retirava os itens e cada participante por materiais escolares e itens
apresentava a próxima tentativa. de lazer, separadamente. O coeficiente de Pear-
Escolha final de um item. Após os partici- son foi usado para determinar a força das asso-
pantes completarem as quatro AIPs, os oito itens ciações entre escolhas por figuras digitais e as
tangíveis eram apresentados simultaneamen- escolhas por seus itens tangíveis corresponden-
te sobre a mesa e era apresentada a instrução tes. O coeficiente de Pearson pode variar de +1 a
“Escolha o que você mais gosta e aponte. Você -1. O valor 0 indica que não há associação entre
pode ficar com esse item.” Era apresentada uma as duas variáveis. Valores maiores que 0 indi-
única tentativa. O item apontado era registrado cam uma associação positiva. Valores menores
e o item era entregue ao participante por um se- que 0 indicam associação negativa. A força das
gundo experimentador. Essa fase foi conduzida associações positivas foi classificada como pe-
para comparar a escolha final com o item mais quena (de 0,10 a 0,29), média (de 0,30 a 0,49)
preferido nas AIPs anteriores. e grande (de 0,50 a 1,00). A força das associa-
ções negativas foi classificada como pequena (de
Medidas, Concordância entre -0,10 a -0,29), média (de -0,30 a -0,49) e grande
Observadores e Análise de Dados (de -0,50 a -1,00).
Respostas de escolha foram registradas
quando o participante apontava para um único Validade Social
estímulo. Se o participante apontasse para os A usabilidade e a satisfação com o Jogo da
dois estímulos, era introduzida uma instrução Escolha para avaliar preferência é uma medida
adicional para escolher e apontar para somente que pode indicar aspectos relevantes relaciona-
um dos estímulos. dos com a validade social. Para avaliar esses
Todas as sessões foram cronometradas. O aspectos, os professores das crianças com de-
tempo de execução das avaliações digitais foi ficiência intelectual tiveram a oportunidade de
obtido a partir dos registros do programa e o criar testes no Jogo da Escolha após observar o
tempo de execução das avaliações sobre a mesa experimentador e as sessões de AIPs com essas
foi obtido das folhas de registro. As folhas de crianças. Então, foi solicitado que eles classifi-
registro foram preenchidas pelo experimenta- cassem cada questão da Tabela 2 de 1 a 5 (1:
dor e por um observador independente treinado muito insatisfeito; 2: insatisfeito; 3: indiferente;
para cálculos de fidedignidade de tentativa por 4: satisfeito; 5: muito satisfeito). A questão 14
tentativa. A concordância foi calculada com- deveria ser preenchida com sugestões ou comen-
parando os registros do experimentador e do tários gerais acerca do programa.
Comparação entre Avaliações de Preferência com Itens Tangíveis e com Itens Digitais 241

Tabela 2
Questões Apresentadas no Questionário de Satisfação Respondido pelos Professores

Questão Declaração

Q1 Nível geral de satisfação com a ferramenta.


Q2 Interesse em continuar usando a ferramenta.
Q3 Probabilidade de você indicar a ferramenta a outras pessoas interessadas.
Q4 Clareza das mensagens na ferramenta sobre o sucesso ou fracasso de uma ação do usuário.
Q5 Velocidade de resposta de uma ação do usuário.
Q6 Facilidade de leitura das telas disponibilizadas.
Q7 Facilidade no uso da ferramenta.
Q8 Economia de tempo oferecida pela ferramenta na apresentação de escolhas em relação
a apresentação com objetos tangíveis.
Q9 Velocidade de criação das tarefas.
Q10 Recursos financeiros requeridos para utilizar a ferramenta.
Q11 Possibilidade da instituição em usar a ferramenta.
Q12 Facilidade de acesso ao equipamento requerido para rodar a ferramenta dentro da instituição.
Q13 Facilidade de usar a ferramenta em outros locais ou ambientes.
Q14 O que seria uma ação principal corretiva que você poderia sugerir para melhorar a ferramenta?

Resultados figuras digitais. Para oito dos 14 (57%) partici-


pantes com desenvolvimento típico e para sete
A porcentagem de escolha de cada item das dos nove (78%) participantes com deficiência
duas categorias, materiais escolares e itens de la- intelectual, num total de 15 dos 23 (65%) parti-
zer, está apresentada nas Figuras 1 e 2. Para seis cipantes, o item de lazer escolhido menos vezes
dos 14 (43%) participantes com desenvolvimen- foi o mesmo nas avaliações com itens tangíveis
to típico e para cinco dos nove (55%) participan- e com figuras digitais. Para alguns participantes,
tes com deficiência intelectual, num total de 11 houve mais do que empate no estímulo escolhido
dos 23 (48%) participantes, o material escolar mais vezes e no estímulo escolhido menos vezes.
escolhido mais vezes foi o mesmo nas avalia-
ções com itens tangíveis e com figuras digitais. A avaliação de preferência com figuras di-
Para nove dos 14 (64%) participantes com de- gitais por computador foi efetiva para identificar
senvolvimento típico e para sete dos nove (78%) claramente um único material escolar escolhido
participantes com deficiência intelectual, num mais vezes para 17 (74%) participantes, um úni-
total de 16 dos 23 (70%) participantes, o item co item de lazer escolhido mais vezes para 19
de lazer escolhido mais vezes foi o mesmo nas (83%) participantes, um único material escolar
avaliações com itens tangíveis e com figuras di- escolhido menos vezes para 14 (61%) partici-
gitais. Para sete dos 14 (50%) participantes com pantes e um único item de lazer escolhido menos
desenvolvimento típico e para quatro dos nove vezes para 17 (74%) participantes. Esse resulta-
(44%) participantes com deficiência intelectu- do é obtido quando, nas Figuras 1 e 2, somente
al, num total de 11 dos 23 (48%) participantes, uma barra preta é mais alta (para itens mais es-
o material escolar escolhido menos vezes foi o colhidos) ou mais baixa (para itens menos esco-
mesmo nas avaliações com itens tangíveis e com lhidos) do que todas as outras.
242 Escobal, G., Elias, N. C., Goyos, C.

André Ariel

Carlos Felipe

Gabriela João
Porcentagem de Escolhas

Julia Laura

Pedro Pietra

Raissa Taiane

Vinicius Yuri

Estímulos Estímulos
Figura 1. Resultados das avaliações de preferência para os participantes com desenvolvimento típico. Barras pretas
indicam os resultados para figuras digitais; barras brancas indicam os resultados para itens tangíveis.

O item escolhido na escolha final foi um Tabela 3). Se forem considerados os dois es-
dos estímulos escolhidos mais vezes na ava- tímulos escolhidos mais vezes, esses números
liação de preferência com figuras digitais para aumentam para onze dos 14 (78%) participan-
oito dos 14 (57%) participantes com desenvol- tes com desenvolvimento típico e para sete dos
vimento típico e para quatro dos nove (44%) nove (78%) participantes com deficiência inte-
participantes com deficiência intelectual (ver lectual (ver Tabela 3).
Comparação entre Avaliações de Preferência com Itens Tangíveis e com Itens Digitais 243

Caio Davison

Lucas Luiz
Porcentagem de Escolhas

Matheus Paulo

Raphael Vitor

Wendel

Estímulos Estímulos
Figura 2. Resultados das avaliações de preferência para os participantes com deficiência intelectual. Barras pretas indi-
cam os resultados para figuras digitais; barras brancas indicam os resultados para itens tangíveis.

Os coeficiente de correlação de Pearson (ver quatro participantes. As dez associações positi-


Tabela 4) mostram que para materiais escolares vas para materiais escolares foram de força gran-
houve associações positivas para dez participan- de; para as 17 associações positivas para itens de
tes, associações negativas para oito participantes lazer, 14 foram de força grande, 1 média e 2 pe-
e não houve associação para cinco participantes; quenas. Para as oito associações negativas para
para itens de lazer, houve associações positivas materiais escolares, cinco foram de força grande,
para 17 participantes, associações negativas para duas médias e uma pequena; para as duas asso-
dois participantes e não houve associação para ciações negativas para itens de lazer, uma foi de
força grande e uma pequena.
244 Escobal, G., Elias, N. C., Goyos, C.

Tabela 3
Item Final Escolhido para Cada Participante

Posição de Escolha Posição de Escolha


dos Materiais Escolares dos Itens de Lazer

Participante Escolha Final Figura Tangível Figura Tangível

Andre Adesivo 1 1
Ariel Adesivo 1 1
Caio Giz de cera 1 1
Carlos Adesivo 2 2
Davison Livro de colorir 1 1
Felipe Giz de cera 3 1
Gabriela Giz de cera 1 1
João Livro de colorir 1 1
Julia Giz de cera 2 4
Laura Giz de cera 2 1
Lucas Livro de colorir 2 1
Luiz Lápis 1 4
Matheus Máscara 3 4
Paulo Livro de colorir 4 3
Pedro Livro de colorir 1 1
Pietra Livro de colorir 1 2
Raissa Giz de cera 3 2
Raphael Régua 2 3
Tatiane Livro de colorir 1 2
Vinicius Giz de cera 4 1
Vitor Giz de cera 2 1

Wendel Régua 1 1

Yuri Giz de cera 1 1

A Figura 3 mostra os valores de zero a cin- questões recebeu a pontuação 5. As questões que
co (representados pelas barras) dados por cada receberam a pontuação 3 ou menos corresponde-
professor (T1 a T5) para cada questão (Q1 a ram a 12%. Em relação a questão 14, os profes-
Q13). Em geral, a avaliação dos professores para sores T1, T2 e T4 não fizeram nenhuma sugestão
a ferramenta informatizada atingiu uma classifi- ou comentário. T3 enfatizou que o programa é
cação de satisfeito a muito satisfeito (88% das simples e fácil de usar e também escreveu que
respostas). A maioria das questões recebeu uma não requer habilidades técnicas específicas. T5
pontuação 4 (satisfeito), o que corresponde a sugeriu o uso de cores mais claras.
46% de todas as respostas. Em seguida, 42% das
Comparação entre Avaliações de Preferência com Itens Tangíveis e com Itens Digitais 245

Tabela 4
Coeficiente de Correlação de Pearson para Cada Participante
Participante Material Escolar Itens de Lazer Participante Material Escolar Itens de Lazer
Andre 0,00 0,57 Caio 0,83 0,00
Ariel 0,00 0,21 Davison 0,50 1,00
Carlos -0,87 0,50 Lucas 0,00 -0,51
Felipe 0,00 0,32 Luiz -0,70 0,98
Gabriela 0,86 0,98 Matheus -0,50 0,86
João -0,32 0,94 Paulo 0,50 0,28
Julia 0,57 0,00 Raphael -0,16 1,00
Laura 0,50 0,94 Vitor -0,40 0,50
Pedro 0,64 0,89 Wendel 0,57 0,00
Pietra 0,82 -0,19
Raissa 0,50 0,82
Tatiane -0,50 0,50
Vinicius -0,67 0,00
Yuri 0,00 0,92

Figura 3. Resultados do questionário apresentado aos professores das crianças com deficiência intelectual. Os resultados são
mostrados de acordo com os pontos (de 0 a 5 no eixo Y) dados por cada professor (T1 a T5) para cada questão (Q1 a Q13 no
eixo X). As barras representam o valor dado por cada professor para cada questão.

Discussão intelectual. As figuras digitais foram apresenta-


das em uma tela de computador e os itens tan-
A proposta desse estudo foi comparar hie- gíveis sobre a mesa. Os resultados indicaram
rarquias de preferência geradas com figuras digi- que os dois métodos (figuras digitais e itens
tais e com itens tangíveis com 14 crianças com tangíveis) geraram os mesmos estímulos mais
desenvolvimento típico e nove com deficiência escolhidos para a maioria dos participantes. Os
246 Escobal, G., Elias, N. C., Goyos, C.

coeficientes de correlação de Pearson também participantes, mais do que um item foi escolhido
indicaram que os dois métodos de avaliação ge- mais vezes, provavelmente porque nenhum item
raram hierarquias de preferências similares para era preferido. Replicações futuras da avaliação
a maioria dos participantes, considerando que o de preferência com figuras digitais poderiam uti-
número de associações positivas foi maior que o lizar listas individuais para cada participante.
número de associações negativas ou sem asso- Esse estudo usou materiais escolares e itens
ciações, sendo a maioria das associações positi- de lazer. Estudos futuros poderiam testar a gene-
vas de força grande. ralização dos resultados para outros estímulos,
A avaliação de preferência por computador tais como tarefas acadêmicas ou de trabalho,
foi efetiva para identificar claramente um único através da apresentação de vídeos digitais. Itens
material escolar mais escolhido para 17 dos 23 diferentes de categorias diferentes (alimentos,
participantes e um item de lazer mais escolhi- brinquedos) também poderiam ser testados, com
do para 19 dos 23 participantes, rapidamente e diferentes densidades de reforçamento, no co-
com baixo custo de resposta. Esses resultados meço e no fim do procedimento para avaliar os
são semelhantes aos encontrados por Groskreutz efeitos da escolha no desempenho dos organis-
e Graff (2009), no qual os três formatos de ava- mos.
liação (tangível, figura com acesso e figura sem Uma possível limitação desse estudo é que
acesso) indicou os mesmos itens mais escolhidos as habilidades de emparelhamento entre figuras
para 4 dos 5 participantes. digitais e os itens tangíveis não foram testadas.
O estudo de Higbee et al. (1999) mostrou Entretanto, o item selecionado na escolha final
variações na correspondência quando eles con- correspondeu à primeira ou segunda figura di-
duzira avaliações de preferência com estímulos gital mais escolhida na avaliação de preferência
múltiplos com dois adultos diagnosticados com por computador para 18 dos 23 participantes, o
deficiência intelectual usando itens tangíveis e que pode indicar que os itens tangíveis e as figu-
cartões com figuras impressas representando os ras digitais correspondentes pertenciam a mesma
mesmos itens. A avaliação com itens tangíveis classe de estímulos equivalentes. Mas é impor-
produziu maior variação na porcentagem de sele- tante lembrar que não apresentar essas habilida-
ção que a avaliação com figuras, o que gerou um des de emparelhamento poderia explicar a falta
hierarquia de preferência mais forte e mais clara. de correspondência para os outros participantes.
Os autores discutem que os estímulos previstos Conyers et al. (2002) conduziram um estudo
pela avaliação tangível foram reforçadores mais para avaliar como as respostas de escolha eram
potentes que aqueles previstos pela avaliação influenciadas por modalidades diferentes de es-
com figuras. Estudos futuros poderiam testar se tímulos (objetos, figuras e descrições verbais).
os itens identificados pela avaliação com figuras Oportunidades de escolha foram apresentadas
digitais usada nesse estudo funcionariam como para nove indivíduos com deficiência intelectu-
reforçadores em situações de ensino. al em uma avaliação de preferência com esco-
Uma variável que pode interferir na emis- lha pareada. Cada par de itens era apresentado
são do comportamento de escolha é o meio pelo para cada participante em três condições (itens
qual a escolha é feita (Escobal & Goyos, 2008). tangíveis, figuras desses itens e os nomes) usan-
Apontar pode ter um custo de resposta menor do um delineamento reverso. Primeiramente, a
do que, por exemplo, dizer o nome do item ou avaliação foi conduzida com itens comestíveis,
responder a perguntas complexas. Parece que a e depois com itens não comestíveis. Os partici-
resposta de apontar para o item preferido usada pantes também foram expostos a um teste para
nesse estudo representa uma topografia adequa- medir suas habilidades em tarefas de discrimi-
da de resposta. nação simples e condicional. Eles selecionaram
O uso das mesmas listas de estímulos para seus itens preferidos consistentemente tanto com
todos os participantes ao invés de listas individu- figuras quanto com objetos e suas habilidades de
ais pode ter mascarado os resultados. Para alguns fazer essas escolhas foram previstas com 94% de
Comparação entre Avaliações de Preferência com Itens Tangíveis e com Itens Digitais 247

acurácia pelas habilidades de discriminação. Os por computador é uma forma poderosa e fácil
achados sugerem que a modalidade dos estímu- de usar para avaliar preferência, com economia
los pode afetar a acurácia de uma avaliação de de tempo, o que permite um uso mais frequente
preferência, e que a revisão sistemática de habi- desses métodos. É essencial, no entanto, encora-
lidades básicas de discriminação pode ser usada jar os praticantes (professores, pais e cuidadores
para predizer a efetividade de métodos diferen- do setor de saúde) a avaliarem e identificarem
tes para essa população. Estudos futuros com a reforçadores para indivíduos com deficiência in-
avaliação de preferência por computador pode- telectual com regularidade e transformar o pro-
riam medir as habilidades de emparelhamento cedimento de identificação de reforçadores uma
entre figuras digitais e itens tangíveis. parte padrão do currículo desses indivíduos (Es-
Outra possível limitação foi que as respos- cobal et al., 2010).
tas de escolha não foram seguidas da entrega do
item. Conforme afirmado por Groskreutz e Graff
Referências
(2009), para alguns indivíduos, o acesso ao item
escolhido pode não ser necessário durante as
Carr, J. E., Nicolson, A. C., & Higbee, T. S. (2000).
avaliações de preferência, mas eles podem, em
Evaluation of a brief multiple-stimulus prefer-
algum ponto, parar de responder preferencial- ence assessment in a naturalistic context. Jour-
mente após apresentações repetidas das oportu- nal of Applied Behavior Analysis, 33, 353-357.
nidades de escolha. Nesses casos, esquemas de
Clausen, K. (2006). Identifying preferences and cre-
reforçamento de intervalo podem ser utilizados
ating motivation to learn for children with au-
para manter o responder preferencial, o que não
tism spectrum disorders. Carbondale, IL: Center
iria adicionar muito tempo adicional à avaliação. for Autism Spectrum Disorders.
Esse estudo examinou a avaliação de prefe-
Conyers, C., Doole, A., Vause, T., Harapiak, S., Yu, D.
rência por computador para identificar itens de
C. T., & Martin, G. L. (2002). Predicting the rela-
preferência. Os resultados sugerem que esse mé-
tive efficacy of three presentation methods for as-
todo pode ser viável e acurado para identificar sessing preferences of persons with developmental
itens de preferência. O uso de uma ferramenta disabilities. Journal of Applied Behavior Analy-
informatizada para avaliar preferência também sis, 35, 49-58.
apresenta importantes implicações práticas: o
DeLeon, I. G., & Iwata, B. A. (1996). Evaluation of
armazenamento de um vasto banco de dados de a multiple-stimulus presentation format for as-
estímulos, representação de situações da vida sessing reinforcer preferences. Journal of Ap-
real e apresentação de estímulos e registro das plied Behavior Analysis, 29, 519-533.
respostas de escolha de forma automática. Pes-
Escobal, G., Elias, N. C., & Goyos, C. (2012). Jogo da
quisas futuras poderiam usar uma avaliação de
Escolha: Ferramenta informatizada para avaliar
preferência de estímulos digitais por computa- preferências por reforçadores. Temas em Psico-
dor similar à usada nesse estudo para examinar logia, 20(2), 451-458. doi:10.9788/TP2012.2-13
preferências por atividades, o que constitui a
Escobal, G., & Goyos, A. C. N. (2008). Análise das
área na qual essas avaliações seriam mais úteis,
variáveis determinantes do comportamento de
por produzir economia de tempo e de esforço escolha entre alternativas de trabalho em adultos
(Groskreutz & Graff, 2009; Hanley et al., 1999). com deficiência mental. Revista Brasileira de
O tempo médio gasto nas avaliações de prefe- Análise do Comportamento, 4, 71-87.
rência por computador foi de 2 minutos e 13 se-
Escobal, G., Macedo, M., Duque, A. L., Gamba, J., &
gundos e para itens tangíveis sobre a mesa foi de Goyos, C. (2010). Contribuições do paradigma
2 minutos e 46 segundos. Essa diferença tende de escolha para identificação de preferências por
a crescer conforme o número de estímulos e as consequências reforçadoras. In M. M. C. Hüb-
oportunidades de escolha também crescem. ner, M. R. Garcia, P. R. Abreu, E. N. P. De Cillo,
De acordo com a avaliação dos professo- & P. B. Faleiros (Eds.), Sobre comportamento e
res, pode-se dizer que a avaliação de preferência cognição. Santo André, SP: ESEtec.
248 Escobal, G., Elias, N. C., Goyos, C.

Fisher, W. W., Piazza, C. C., Bowman, L. G., Hago- Pace, G. M., Ivancic, M. T., Edwards, G. L., Iwata, B.
pian, L. P., Owens, J. C., & Slevin, I. (1992). A., & Page, T. J. (1985). Assessment of stimulus
A comparison of two approaches for identifying preference and reinforcer value with profoundly
reinforcers for persons with severe and profound retarded individuals. Journal of Applied Behav-
disabilities. Journal of Applied Behavior Analy- ior Analysis, 18, 249-255.
sis, 25, 491-498.
Piazza, C. C., Fisher, W. W., Bowman, L. G., &
Groskreutz, M. P., & Graff, R. B. (2009). Evaluating Blakeley-Smith, A. (1999). Identifying and as-
pictorial preference assessment: The effect of sessing reinforcers using choice paradigms. In P.
differential outcomes on preference assessment M. Ghezzi, W. L. Williams, & J. E. Carr (Eds.),
results. Research in Autism Spectrum Disorders, Autism: Behavior analytic perspectives. Reno,
3, 113-128. NV: Context Press.
Hall, R. V. (1974). Managing behavior – behavior Roane, H. S., Vollmer, T. R., Ringdahl, J. E., & Mar-
modification: The measurement of behavior. La- cus, B. A. (1998). Evaluation of a brief stimulus
wrence, KS: H & H Enterprises. preference assessment. Journal of Applied Be-
havior Analysis, 31, 605-620.
Hanley, G. P., Iwata, B. A., & Lindberg, J. S. (1999).
Analysis of activity preferences as a function of
differential consequences. Journal of Applied
Behavior Analysis, 32, 419-435.
Higbee, T. S., Carr, J. E., & Harrison, C. D. (1999).
The effects of pictorial versus tangible stimuli Recebido: 14/06/2013
in stimulus-preference assessments. Research in 1ª revisão: 16/10/2013
Developmental Disabilities, 20(1), 63-72. Aceite final: 08/11/2013

Você também pode gostar