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ANÁLISE DA TEMPESTIVIDADE E INTEGRALIDADE DAS INFORMAÇÕES

CONTÁBEIS PRESTADAS PELOS ESTADOS BRASILEIROS DE 2017 A 2021

Sônia Maria Bezerra¹,


Adriana Nayara Pereira da Silva²,
Pedro Augusto da Costa Luz³

RESUMO: Ao analisar os relatórios fiscais entregues ao Sistema de Informações Contábeis e


Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), observou-se falta de integralidade e
tempestividade dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF) e Relatório Resumido de Execução
Orçamentário (RREO) dos entes federativos brasileiros. O presente estudo teve como objetivo
analisar a correlação ou influência de fatores socioeconômicos, sociodemográficos e
orçamentários na integralidade e tempestividade desses relatórios nos anos de 2017 a 2021. O
estudo concluiu, utilizando matrizes de correlação, que variáveis socioeconômicas mostram
relação com a integralidade desses relatórios, porém, para a tempestividade não se encontrou
resultados significativos.

Palavras-Chave: Tempestividade e integralidade. Transparência. Estados brasileiros. Accountability.


Características qualitativas.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a contabilidade sofreu uma reestruturação com a adoção das Normas
Internacionais, International Financial Reporting Standards (IFRS). A contabilidade pública
também passa pelo momento de mudança do velho modelo orçamentário para enfatizar a
informação patrimonial buscando fortalecer a transparência pública e dar suporte aos gestores
públicos na tomada de decisão.
Em 2016 é publicada a Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
Estrutura Conceitual (NBC-TSP), pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que é a
base para todos os procedimentos contábeis envolvendo o patrimônio público destinado as
esferas de governo: municípios, estados e união.
A lei n° 4.320/64, no seu artigo n° 85, destaca que a contabilidade governamental seja
elaborada de forma que possibilite o acompanhamento da execução orçamentária, o
conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços, o
levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e

¹Sônia Maria Bezerra E-mail: mariabezerrasonia@outlook.com


Professora do Instituto de Educação Superior Raimundo Sá dos cursos de Ciências Contábeis e Administração
²Adriana Nayara Pereira da Silva E-mail: nayaraadriana1@gmail.com
Instituto de Educação Superior Raimundo Sá. Curso Ciências Contábeis
³Pedro Augusto da Costa Luz E-mail: pedrocash1212@gmail.com
Instituto de Educação Superior Raimundo Sá. Curso Ciências Contábeis
financeiros. É a lei norteadora para a elaboração e controle dos orçamentos elaborados pelos
três entes federativos (BRASIL, 1964).
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), surgiu para complementar as lacunas da Lei
nº 4.320/64, no que tange ao controle dos gastos públicos e transparência na gestão fiscal,
dispondo sobre prevenção e correção de riscos e desvios, proteção do equilíbrio das contas
públicas e de despesas e receitas. Ela surge como um limite dizendo até onde o gestor pode ir
e que consequências irá sofrer caso infrinja as regras.
A LRF no seu art. 48°, em seu capítulo IX, que trata da transparência, controle e
fiscalização, dispõe que os instrumentos de transparência, publicados em meios eletrônicos de
acesso público, são:
a) As prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
b)O Relatório Resumido da Execução Orçamentária;
c) O Relatório de Gestão Fiscal;
d)As versões simplificadas desses documentos. (BRASIL, 2000)

O RREO é um instrumento de transparência fiscal, elaborado à medida que são


extraídas as informações dos demonstrativos que o compõem, feito bimestralmente, ele
contempla todas as receitas e despesas, incluindo as extras orçamentárias da entidade, a qual
ele se refere (MDF, 2022).
O RGF tem por objetivo a verificação do cumprimento dos limites pelos gestores
fiscais e medidas corretivas para tal. É composto por: despesa total com pessoal; dívida
consolidada líquida; concessão de garantia e contragarantia; e operações de crédito, sendo
emitido quadrimestralmente (MDF, 2022).
Os RGF e os RREO são publicados no site do Tesouro Nacional, no Siconfi, que é
responsável pela publicação das informações padronizadas geradas pelas entidades e pelo
poder público, de acordo com as normas internacionais de contabilidade. É disposto no Sicofi
informações sobre a transparência pública, dentre essas informações, os registros de receita e
despesa pública materializados nos relatórios contábeis, objetivando o fornecimento
confiável, fidedigno e de qualidade aos cidadãos (SICONFI, 2019).
Observa-se que ao acessar o portal do Tesouro Nacional, encontra-se nos RREO dos
estados, que parte desses relatórios entregues ao sistema não são tempestivos nem íntegros.
Além disso, em 2020 e 2021, foram publicados no Tesouro Nacional o Indicador de
Qualidade da Informação Contábil (ICF), onde na composição desse indicador é levado em
consideração se os relatórios dos estados foram entregues em tempo hábil, e observou-se que
no ICF de 2019 e 2020 houve muitos estados que apresentaram seus relatórios
intempestivamente (SICONFI, 2021).
Nesse cenário descrito, a pesquisa terá como questão norteadora Fatores
socioeconômicos, sociodemográficos e orçamentários apresentam relação com a integralidade
e a tempestividade das informações prestadas pelos estados brasileiros?
O objetivo da pesquisa será apresentar a relação que os fatores socioeconômicos
sociodemográficos e orçamentários podem ter com a produção e entrega das informações
contábeis/financeiras apresentadas nos RGF e nos RREO dos estados brasileiros de 2017 a
2021, no intuito de averiguar-se que efeitos poderiam ocasionar na prestação de contas dos
estados e aos usuários dessas informações.

2 INTEGRALIDADE E TEMPESTIVIDADE

2.1 Qualidade da informação e fatores sociais

As informações contábeis são publicadas para todos os usuários em detrimento da sua


utilização para tomada de decisão, haja vista, a necessidade de prestar contas e
responsabilização (accountability). Ou seja, qualquer usuário que precise dessas informações
deverá encontrá-las nas características de qualidade exigidas pela NBC-TSP (MCASP, 2021).
Contudo a evidenciação contábil é o meio de comunicação hábil para ser utilizado
pelo gestor público que queira evidenciar a sociedade que a sua gestão é ajustada na
legalidade e nos princípios da administração pública (KOCHMANSKI, 2017). Cabendo aos
usuários avaliação do administrador público através da interpretação das informações
prestadas nas demonstrações contábeis exigidas pela legislação vigente.
Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP 2021), as
características qualitativas das informações prestadas são: a relevância, a representação
fidedigna, a compreensibilidade, a tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade.
A característica da relevância será a norteadora para a tempestividade e integralidade.
A relevância diz respeito à utilidade da informação aos usuários, a sua capacidade de ser
eficaz no processo decisório, e para que isso ocorra as informações precisam ser tempestivas e
íntegras.
A tempestividade, de acordo com o MCASP, é a característica da informação que
significa ser entregue em tempo hábil para os usuários, ou seja, não perde a sua utilidade.
Característica significativa, visto seu poder de influenciar processos decisórios. A NBC-TSP
11 explica os prejuízos causados pela falta do cumprimento das normas. “A entidade deve
estar pronta para divulgar suas demonstrações contábeis em até seis meses a partir da data-
base das demonstrações contábeis.” (CFC, 2018).
O estudo de Zuccolotto e Teixeira (2014) aponta que os estados com melhores
indicadores socioeconômicos apresentam um índice de transparência fiscal elevado, sendo
que as variáveis socioeconômicas mostraram um resultado significativo ao nível de 5% nos
testes. Castro, Cunha, Scarpin e Francisco (2018) evidenciaram que os estados de uma
mesma região com características socioeconômicas semelhantes tinham um índice de
divulgação também semelhante. Entretanto nenhum dos dois mostrou uma significância
positiva em relação aos índices de transparência/divulgação das informações contábeis.
Piccini (2018) estudou o Índice de Evidenciação de Atendimento do Plano de
Implantação dos Procedimentos Contábeis Patrimoniais (IEA-PIPCP), identificou que a
população conforme crescia o índice crescia também. Queiroz et al (2013) identificaram que
a população mostrou uma significância de 5% do disclosure dos municípios do Rio Grande do
Norte.
Campante (2014) encontrou evidências no seu estudo, que cidades mais distantes das
capitais não eram abrangidas por jornais importantes. Com isso, as pessoas que moravam
longe dos grandes centros eram menos informadas e mais acomodadas.
Piccini (2018) encontrou que quanto maior a receita total do município menor o Índice
de Evidenciação de Atendimento do Plano de Implantação dos Procedimentos Contábeis
Patrimoniais.
Filho et al (2018) estudaram a relação entre a qualidade da gestão fiscal e a
transparência dos municípios brasileiros utilizando o Indicie Firjan de Gestão Fiscal (IFGF).
No estudo foi identificado resultado positivo e significativo tanto do índice com o restante das
variáveis, quanto do índice com a transparência municipal.
A partir da observação dos resultados encontrados nesses estudos citados, fundamenta-
se que fatores socioeconômicos, sociodemográficos e orçamentários têm relação na
tempestividade e integralidade dos RGF e RREO dos estados brasileiros.

2.2 Metodologia
A pesquisa tem caráter quantitativo de natureza exploratória com dados secundários. A
partir de dois pré-requisitos importantes: a integralidade e a tempestividade dos Relatórios de
Gestão Fiscal e do Relatório Resumido de Execução Orçamentária dos estados, foram
colhidos nos sites e veículos de informação da Secretaria da Fazenda de cada estado e no
Siconfi.
A Renda per Capta, o Índice de Desenvolvimento Humano, a População Estimada, a
Extensão Territorial, e o Produto Interno Bruto (PIB) foram coletados no site do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o PIB, encontrado valores exatos apenas
de 2017 a 2019, e foram ajustados para 2020 e 2021 com base no crescimento do PIB
nacional disponibilizado também no site do IBGE.
A distância entre as capitais, onde se encontram os Tribunais de Contas Estaduais
(TCE), até o Distrito Federal (DF), onde fica o Tribunal de Contas da União (TCU), foi
coletado do site cidade-brasil. O Índice de Desenvolvimento Educacional Brasileiro (IDEB),
feito a cada dois anos, coletado no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Brasileiras
Anísio Teixeira (INEP).
O IFGF foi fornecido no site da Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro
(Firjan), sendo criada uma média aritmética com todos os municípios abrangidos pelo índice
de cada estado. Foi excluído da pesquisa o Distrito Federal, visto que não eram encontrados
dados para análise completa do ente federativo.
A pesquisa foi apoiada numa matriz de correlação, usada para uma análise estatística
dos dados levantados, a regressão linear múltipla (CHEIN, 2019). Além de medir a
significância do modelo e de cada variável na integralidade e tempestividade das
demonstrações coletadas, também foi feito o teste de correlação de Pearson e uma análise
descritiva das variáveis.
(f1) INTEG = α0 + β1RENDA + β2IDEB + β3IDH + β4PIB+ β5RECEITA.ARREC +
β6EXTEN.TERRI + β7POP + β8DIST.DF+ β9IFGF
(f2) TEMP = α0 + β1RENDA + β2IDEB + β3IDH + β4PIB+ β5RECEITA.ARREC +
β6EXTEN.TERRI + β7POP + β8DIST.DF + β9IFGF
INTEG-TEMP: Integralidade e Tempestividade, variáveis dependentes. As variáveis
independentes são: var 1; Renda per capta; var 2 IDEB; var 3 IDH; var 4 PIB; var 5 Receita
Arrecada; var 6 Extensão territorial; var 7 População; var 8 Distância até o DF; var 9 IFGF.
2.3 Resultados e análise dos resultados

Tabela 1 Estatística descritivas das variáveis utilizadas


VARIAVÉIS MÉDIA Desvio Padrão Mínimo Máximo
INTEG 0,74 0,44 0 1
TEMPE 0,85 0,36 0 1
RENDA 1134,69 348,61 597 1946
PIB 262823491,70 443246978,74 12104709 2355650725
IDEB 1 5,68 0,54 4,6 6,7
IDEB 2 4,63 0,47 3,7 5,5
IDEB 3 3,92 0,43 3 4,8
IDH 0,75 0,04 0,683 0,826
POPULAÇÃO 7964869,71 9236972,12 546885 46649132
EXTENSÃO 327144,18 371450,58 21918,44 1559168,12
DISTANCIA DF 1872,46 893,04 205 4212
RECEITA 37,24 51,52 0,95 305,1
IFGF 0,46 0,13 0,1894 0,7628
Fonte: Autoria própria

Na análise descritiva dos resultados (Tabela 1), ao observar as médias encontradas nas
variáveis, dentre os cinco anos estudados, percebe-se que 85% dos estados apresentaram seus
relatórios tempestivamente e 15% intempestivamente. Em relação a integralidade, 74%
apresentaram seus relatórios completos e 26% incompletos. Sendo assim, entende-se que a
integralidade é menor que a tempestividade, demonstrando que os responsáveis pela emissão
dos relatórios têm maior dificuldade em entregá-los na sua completude do que respeitar a data
de entrega dos mesmos. Observa-se também que a média do IDEB1 dos estados apresentou
um nível relativamente bom de 5,6 (escala de 0 a 10). Já o IDEB2 e IDEB3 se mostraram
baixos, 4,6 e 3,9 respectivamente. Isso nos leva a concluir que os estados brasileiros nos
últimos 5 anos não têm apresentado níveis melhores de desenvolvimento educacional nos
últimos anos do ensino fundamental e no ensino médio. O IFGF médio dos estados com
municípios abrangidos foi de 0,46, mostrando que a gestão fiscal dos municípios brasileiros é
relativamente baixo e precisa-se de melhorias nessa gestão.

Tabela 2 Regressões lineares múltiplas


Resultados do modelo estimado para a Resultados do modelo estimado para a
integralidade tempestividade
R múltiplo 0,447378 44% R múltiplo 0,345172 34%
R-Quadrado 0,200147 20% R-Quadrado 0,119144 12%
F de significação 0,004096 < 0,005 F de significação 0,15952 > 0,005
Valor de P. Variáveis com significância para o Valor de P. Variáveis com significância para o
modelo (P < 0,05) modelo (P < 0,05)
RENDA 0,048982 (NENHUMA VARIÁVEL)
PIB 0,02137
IDH 0,044607
POPULAÇÃO 0,008111
Fonte: Autoria própria. R múltiplo: representa a correlação entre variáveis dependentes com as independentes,
escala 0 a 1/ R²: representa o nível de explicação entre as variáveis e o quão forte é essa explicação, escala de 0 a
1/ F de significação: avalia se o modelo é útil para a explicação da variância da variável dependente. (F<0,005) /
Valor de P: representa quanto a variável independente tem significância para o modelo, P <0,05.

Os resultados da regressão linear múltipla da integralidade (tabela 2), modelo (f1),


mostraram um R² de 20%, ou seja, a integralidade dos RGF e RREO, é explicada 20% pelas
variáveis analisadas pelo modelo. Também foi encontrado um R-múltiplo de 0,44,
representando um grau de relação linear considerável de 44% entre o valor das variáveis com
a integralidade. O modelo também se mostrou significante e útil para a explicação da variável
dependente: integralidade. A variável Renda mostrou uma significância positiva de
aproximadamente 0,049 e o IDH com significância semelhante de 0,045. Confirmando com o
estudo de Zuccolotto, que as variáveis socioeconômicas têm relação com a integralidade dos
relatórios. O PIB e a População apresentaram níveis de significância positivos de 0,02137 e
0,008. As variáveis: IDEB, Extensão Territorial, Distância até o DF, Receita Arrecadada e
média IFGF não apresentaram níveis de significância relevantes para esse modelo, menores
que 0,05.
Já nos resultados para o modelo da tempestividade (tabela 1), modelo (f2), mostrou
uma explicação de 12% com força de 34% da variável dependente com as independentes,
consideradas fracas para relevância do modelo. Não foi identificado nível de significância
considerável para a variação da tempestividade (valor de F). Os valores de P para as variáveis
independentes mostraram-se muitos pequenos, insignificantes para o modelo, todos atingindo
valores maiores que 0,05.

Tabela 3 Correlação de Pearson


Socioeconômicas RENDA PIB IDEB 1 IDEB 2 IDEB 3 IDH
INTEG -0,03606 0,0660698 0,1623653 0,191069 0,15398165 0,057194
TEMPEST 0,041555 0,158576708 0,1165659 0,156338 0,127176775 0,063522
Sociodemográficas/ POPULAÇÃO EXTENSÃO DISTÂNCIA RECEITA IFGF
orçamentárias ATÉ DF
INTEG 0,137056627 0,1580546 -0,09022 0,111066882 0,041135
TEMPEST 0,204428266 0,0698633 -0,17674 0,197978961 0,016604
Fonte: Autoria própria.

No teste de correlação de Pearson (Tabela 3) notou-se que a Renda e a Distância até o


DF teriam uma correlação negativa pequena em relação a integralidade. Já o restante das
variáveis independentes causou um efeito levemente positivo na integralidade dos relatórios.
Para a tempestividade, a variável que se mostrou com uma correlação negativa foi também a
distância até o DF. Confirmando com o estudo de Campante, mostrando que quanto mais
íntegros e tempestivos os relatórios, menor é a distância dos Tribunais de Contas Estaduais até
o Tribunal de Contas da União. Entretanto essa correlação se mostrou pequena, mas pode
representar uma dificuldade dos estados na produção/entrega desses relatórios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados da pesquisa mostraram que variáveis socioeconômicas têm um certo


nível de relação com a integralidade dos relatórios emitidos pelos estados. Os resultados
mostram uma significância positiva da Renda per capta, do PIB, do IDH, e da População.
Portanto estados com melhores desenvolvimentos econômicos/humanos tendem a ter seus
relatórios mais íntegros, com essa integralidade aumentando à medida que a população
também cresce. Dentre as variáveis sociodemográficas encontrou-se uma correlação negativa
com a tempestividade e integralidade dos relatórios com a distância dos Tribunais de Contas
Estaduais até o Tribunal de Contas da União, mostrando que as variáveis dependentes
diminuíam à medida que essa distância aumentava.
A variável ligada diretamente ao orçamento dos estados não se mostrou significante
para a integralidade e tempestividade das informações, deixando evidente que o nível de
arrecadação do estado não tem uma relação significativa na transparência e qualidade
informacional prestada. Conclui-se que o nível de arrecadação dos estados brasileiros
influencia as características qualitativas analisadas no estudo. Ou seja, fatores
socioeconômicos e sociodemográficos têm relação com a produção das informações contábeis
e fiscais fornecidas pelos estados brasileiros.
Sugere-se para futuros estudos, analisar se fatores relacionados ao controle interno dos
estados e qualificação dos responsáveis pela emissão dos relatórios contábeis, têm relação
com a integralidade e tempestividade das informações prestadas.

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