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INTRODUÇÃO
Nos últimos anos a contabilidade sofreu uma reestruturação com a adoção das Normas
Internacionais, International Financial Reporting Standards (IFRS). A contabilidade pública
também passa pelo momento de mudança do velho modelo orçamentário para enfatizar a
informação patrimonial buscando fortalecer a transparência pública e dar suporte aos gestores
públicos na tomada de decisão.
Em 2016 é publicada a Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
Estrutura Conceitual (NBC-TSP), pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que é a
base para todos os procedimentos contábeis envolvendo o patrimônio público destinado as
esferas de governo: municípios, estados e união.
A lei n° 4.320/64, no seu artigo n° 85, destaca que a contabilidade governamental seja
elaborada de forma que possibilite o acompanhamento da execução orçamentária, o
conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços, o
levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e
2 INTEGRALIDADE E TEMPESTIVIDADE
2.2 Metodologia
A pesquisa tem caráter quantitativo de natureza exploratória com dados secundários. A
partir de dois pré-requisitos importantes: a integralidade e a tempestividade dos Relatórios de
Gestão Fiscal e do Relatório Resumido de Execução Orçamentária dos estados, foram
colhidos nos sites e veículos de informação da Secretaria da Fazenda de cada estado e no
Siconfi.
A Renda per Capta, o Índice de Desenvolvimento Humano, a População Estimada, a
Extensão Territorial, e o Produto Interno Bruto (PIB) foram coletados no site do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o PIB, encontrado valores exatos apenas
de 2017 a 2019, e foram ajustados para 2020 e 2021 com base no crescimento do PIB
nacional disponibilizado também no site do IBGE.
A distância entre as capitais, onde se encontram os Tribunais de Contas Estaduais
(TCE), até o Distrito Federal (DF), onde fica o Tribunal de Contas da União (TCU), foi
coletado do site cidade-brasil. O Índice de Desenvolvimento Educacional Brasileiro (IDEB),
feito a cada dois anos, coletado no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Brasileiras
Anísio Teixeira (INEP).
O IFGF foi fornecido no site da Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro
(Firjan), sendo criada uma média aritmética com todos os municípios abrangidos pelo índice
de cada estado. Foi excluído da pesquisa o Distrito Federal, visto que não eram encontrados
dados para análise completa do ente federativo.
A pesquisa foi apoiada numa matriz de correlação, usada para uma análise estatística
dos dados levantados, a regressão linear múltipla (CHEIN, 2019). Além de medir a
significância do modelo e de cada variável na integralidade e tempestividade das
demonstrações coletadas, também foi feito o teste de correlação de Pearson e uma análise
descritiva das variáveis.
(f1) INTEG = α0 + β1RENDA + β2IDEB + β3IDH + β4PIB+ β5RECEITA.ARREC +
β6EXTEN.TERRI + β7POP + β8DIST.DF+ β9IFGF
(f2) TEMP = α0 + β1RENDA + β2IDEB + β3IDH + β4PIB+ β5RECEITA.ARREC +
β6EXTEN.TERRI + β7POP + β8DIST.DF + β9IFGF
INTEG-TEMP: Integralidade e Tempestividade, variáveis dependentes. As variáveis
independentes são: var 1; Renda per capta; var 2 IDEB; var 3 IDH; var 4 PIB; var 5 Receita
Arrecada; var 6 Extensão territorial; var 7 População; var 8 Distância até o DF; var 9 IFGF.
2.3 Resultados e análise dos resultados
Na análise descritiva dos resultados (Tabela 1), ao observar as médias encontradas nas
variáveis, dentre os cinco anos estudados, percebe-se que 85% dos estados apresentaram seus
relatórios tempestivamente e 15% intempestivamente. Em relação a integralidade, 74%
apresentaram seus relatórios completos e 26% incompletos. Sendo assim, entende-se que a
integralidade é menor que a tempestividade, demonstrando que os responsáveis pela emissão
dos relatórios têm maior dificuldade em entregá-los na sua completude do que respeitar a data
de entrega dos mesmos. Observa-se também que a média do IDEB1 dos estados apresentou
um nível relativamente bom de 5,6 (escala de 0 a 10). Já o IDEB2 e IDEB3 se mostraram
baixos, 4,6 e 3,9 respectivamente. Isso nos leva a concluir que os estados brasileiros nos
últimos 5 anos não têm apresentado níveis melhores de desenvolvimento educacional nos
últimos anos do ensino fundamental e no ensino médio. O IFGF médio dos estados com
municípios abrangidos foi de 0,46, mostrando que a gestão fiscal dos municípios brasileiros é
relativamente baixo e precisa-se de melhorias nessa gestão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htm.>. Acesso em: 15 jan. 2020.
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financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
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Constituição Federal. Brasília. 1964.
CASTRO, Mariana Camilla Coelho Silva; CUNHA, Jacqueline Veneroso Alves; SCARPIN,
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