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O IMPACTO DE RECEITAS, DESPESAS E VARIAÇÕES

PATRIMONIAIS DE 2019, 2020 E 2021 E ANÁLISE DA SAÚDE


FINANCEIRA DO MUNICÍPIO DE NOVO HAMBURGO NO PERÍODO
DA PANDEMIA
THE IMPACT OF REVENUES, EXPENSES AND EQUITY CHANGES IN 2019, 2020
AND 2021 AND ANALYSIS OF THE FINANCIAL HEALTH OF THE MUNICIPALITY
OF NOVO HAMBURGO DURING THE PANDEMIC PERIOD

Adriana Casagrande de Souza1


Diego Saldo Alves2

RESUMO
As demonstrações contábeis voltadas ao setor público podem auxiliar na evidenciação da
situação das entidades, permitindo assim, que os usuários possam tomar decisões adequadas
por base em informações coerentes e confiáveis, para tanto, indicadores econômicos e
financeiros auxiliam nessa análise, como um todo. Logo, o presente artigo objetivou evidenciar
tais informações sobre o desempenho da gestão pública municipal contidas em seus relatórios
contábeis disponibilizados através do portal de transparência do município de Novo Hamburgo
- RS, de forma simplificada e objetiva, os quais possibilitaram encontrar os resultados e de
acordo com a teoria pertinente para saber interpretá-los. No Brasil, as entidades, através da Lei
nº 4.320/1964, estão obrigadas a apresentar, no mínimo, quatro demonstrações contábeis, que
são: Balanço Orçamentário; Balanço Financeiro; Balanço Patrimonial; e Demonstração das
Variações Patrimoniais. (BRASIL, 1964). Os dados para o estudo foram extraídos dos
relatórios, nos anos de 2019, 2020 e 2021, utilizando os indicadores de análise horizontal e
vertical e índices econômicos, tais como Índice de Liquidez Corrente, Índice de liquidez
imediata, Índice da situação financeira líquida, Índice do resultado orçamentário e Índice de
comprometimento da receita corrente líquida com a despesa com pessoal, realizou-se uma
análise de conteúdo, onde mostra a saúde financeira do município em questão e, utilizando dois
indicadores que mensuram a capacidade de pagamento a curto prazo imediato e a longo prazo,
sendo então a liquidez corrente e liquidez imediata. Por fim, quanto a saúde financeira,
apresentou um equilíbrio em suas contas de pagamento a longo prazo, apresentando o índice de
liquidez corrente satisfatória. Porém a curto prazo imediato, o orçamento público disponível
para pagamento em caixa, foi menor que 1, então nos anos analisados, respectivamente, não
possuía recursos disponíveis para pagamento imediato para cada R$ 1,00 de obrigações.
Palavras-chave: Índices. Despesas. Receitas. Análise Horizontal. Análise Vertical. Variações
Patrimoniais. Saúde Financeira.

ABSTRACT
Accounting statements aimed at the public sector can help in disclosing the situation of entities,
thus allowing users to make appropriate decisions based on consistent and reliable information.
1 Graduanda de Ciências Contábeis pela Universidade Feevale (Novo Hamburgo/Brasil). Auxiliar contábil.
E-mail: adrianasouza1992.rs@gmail.com.
2 Mestre em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (São Leopoldo/ Brasil). Professor

na Universidade Feevale. E-mail: diegoalves@feevale.br.


1
Therefore, this article aimed to highlight such information about the performance of municipal
public management contained in its accounting reports made available through the transparency
portal of the municipality of Novo Hamburgo (RS) in a simplified and objective way, which
made it possible to find the results and, according to the relevant theory, know how to interpret
them. In Brazil, entities, through Law No. 4,320/1964, are obliged to present at least four
accounting statements, which are: the budget balance sheet, the financial statement, the balance
sheet, and the statement of equity changes. Data for the study were collected based on these
reports in the years 2019, 2020, and 2021, using horizontal and vertical analysis indicators and
economic indices, such as the Current Liquidity Index, the Immediate Liquidity Index, the Net
Financial Situation Index, the Budget Result Index, and the Commitment Index of Net Current
Revenue with Personnel Expenses. A content analysis was carried out, which shows the
financial health of the municipality in question and uses two indicators that measure the ability
to pay in the short term, both immediate and long term, thus being current liquidity and
immediate liquidity Finally, regarding financial health, it presented a balance in its long-term
payment accounts, with a current liquidity ratio greater than 1. However, in the immediate short
term, the public budget available for cash payments was less than one, so there were no
resources available for immediate payment for each R$ 1.00 of obligations in the analyzed
years.
Keywords: Indexes. Expenses. Revenues. Horizontal Analysis. Vertical Analysis. Equity
Variations. Financial health.

1 INTRODUÇÃO

No ano de 2020, o mundo todo começou a viver um dos seus maiores desafios sanitários,
a pandemia da covid 2019, que se espalhou muito rápido, não sendo diferente no Brasil. Logo
se viu e sentiu as sequelas e consequências da mesma, tanto na saúde, quanto na economia. Na
saúde, milhares de vidas, vieram a óbito, números estes, que chegam próximo aos 700 mil
registros e pessoas com sequelas. Logo, a economia, também foi afetada. Numerosos foram os
postos de trabalhos extintos, outros adaptados ao home office, e outros até mesmo criados.
Porém, nessas adaptações todas, o que mais foi afetado, foi o poder aquisitivo da população,
contudo, observa-se que essas mudanças, acabaram refletindo também no pagamento de
tributos municipais.
Logo, é de conhecimento da população, que Novo Hamburgo possui o Portal de
Transparecia do município, para que todos tenham acesso as informações de receitas, despesas,
relatórios legais e uma infinidade de informações de cunho explicativo sobre o dinheiro público,
foram extraídas as informações utilizadas para análise nesse artigo. Diante desse contexto,
formulou-se o seguinte problema de pesquisa: Qual o impacto na arrecadação da receita e
despesa no município de Novo Hamburgo nos anos de 2019, 2020 e 2021? Para responder o
problema de pesquisa, tem-se como objetivo geral analisar o impacto na arrecadação da receita
e despesa no município de Novo Hamburgo nos anos de 2019, 2020 e 2021.

2
E como objetivos específicos após a aplicação dos indicadores econômicos, busca-se:
(1) analisar o desempenho das receitas, despesas e variações patrimoniais, e (2) verificar a
saúde financeira do municipio, para evidenciar se houve superávit ou déficit.
Este estudo justifica-se aos inúmeros desafios sanitários que a pandemia trouxe para o
mundo, um dos principais, foi a gestão do poder aquisitivo da população, pois houve uma queda
nas atividades econômicas da população, então o grau de importância que se deu aos seus
pagamentos de tributos, diminuiu, consequentemente diminuindo a receita orçamentaria do
município. Contudo, a fim de contribuir com informações claras, sucintas e objetivas à
população, apresenta-se nesse artigo, o impacto que a pandemia trouxe, no que se refere as
receitas orçamentárias, despesas orçamentárias e variações patrimoniais.
Esse artigo, visa apresentar uma análise dos impactos na arrecadação das Receitas,
despesas e Variações patrimoniais do município de Novo Hamburgo no período de 2019 a 2021,
utilizando indicadores econômicos, para evidenciar em forma de percentual, se houve superávit
ou déficit, e através do portal de transparência do mesmo, sendo utilizado os relatórios do balanço
orçamentário, demonstrativo das variações patrimoniais e balanço patrimonial.
Este artigo está organizado da seguinte forma: no tópico 1 a Introdução com o problema
de pesquisa, objetivo geral, específicos e justificativa do estudo. No tópico 2 o referencial
teórico, no tópico 3 os aspectos metodológicos, no tópico 4 a análise dos dados e no tópico 5 a
conclusão do estudo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Exalta-se que a contabilidade pública deve evidenciar em seus registros o montante dos
créditos orçamentários vigentes, bem como as despesas. Logo, o orçamento público é a
materialização da entrada de recursos, ou seja, segundo Andrade (2012), configura o
instrumento do poder público para expressar seus programas de atuação, discriminando a
origem e o montante dos recursos (receitas) a serem obtidos e a natureza e o montante das
despesas a serem efetuados.
Além disso, conforme a Lei nº 4.320/1964, as receitas e as despesas públicas são
registradas pelo regime de competência, sendo assim, os fluxos são registrados quando se cria,
transforma, transfere ou se extingue o valor econômico. Contudo, o objeto da contabilidade é o
patrimônio, então o da contabilidade pública é o patrimônio público. Salientando também, que
as receitas e despesas públicas seguem classificações conforme a Lei nº 4.320/1964. (BRASIL,

3
1964).
Na Figura 1 é apresentada a classificação de como deve ser apresentado a nomenclatura
das receitas:

Figura 1: Nomenclatura dos dígitos do código da receita

Fonte: Arruda e Araújo, (2020. p. 177).

A Figura 1, ilustra a nomenclatura de estrutura dos dígitos dos códigos da receita, de


forma a proporcionar informações imediatas e claras, para que os usuários possam extrair dados
sem a necessidade de qualquer outro tipo de procedimento, ou seja, a Figura 1, objetiva a
transparência de dados.
Já na Figura 2 está representada a classificação de como deve ser apresentado a
nomenclatura das despesas.

Figura 2: Nomenclatura dos dígitos do código da despesa

Fonte: Arruda e Araújo, (2020. p. 182)

No que se refere ao orçamento público, enfatiza-se os instrumentos de planejamento,


como o Plano Plurianual, que segundo Araújo (2020), corresponde ao plano de médio prazo,
por meio do qual se procura ordenar as ações do governo que levem ao alcance dos objetivos e
das metas fixados para um período de quatro anos. No plano plurianual, compreendem também

4
a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), esta que elabora os orçamentos anuais e neles fazem
parte o orçamento fiscal, o orçamento de investimento de empresas estatais e o orçamento da
seguridade social e compreende as despesas de capital para o exercício financeiro seguinte
também, devendo ser elaborada no início de cada ano. Já a Lei Orçamentária Anual (LOA), diz
respeito as receitas e fixas despesas, ou seja, direciona como o governo vai arrecadar receitas e
distribuir os recursos públicos. Após a aprovação da LOA, ela entra em vigor a partir de 1º de
janeiro e na contabilidade aplicada ao setor público, todo o processo de registros contábeis se
desencadeia a partir da aprovação da Lei Orçamentária Anual. (MENDES, 2012)
Os indicadores servem de parâmetros comparativos entres várias ações, hipóteses e
condições ou tendências, auxiliando, assim, nas funções de resumir, juntar e simplificar as
informações referentes a um problema, podendo também prever prováveis impactos que uma
ação ou decisão podem provocar. (FARIAS, 2009).
Andrade (2012) menciona que a análise horizontal é a forma de demonstrar a variação
orçamentária ou de realização das receitas e despesas públicas, presentes nos demonstrativos
legais, comparativamente e restritos a períodos predefinidos. Andrade (2012) afirma que a
análisevertical é a variação de representatividade (ou porcentagem) de cada conta, ou grupo de
contas, no montante geral designado no orçamento ou em sua realização.
Os indicadores econômicos são instrumentos importantes para controle degestão e
verificação de eficiência e eficácia na administração pública, pois proporciona acomparação
de situações entre Entidades ou períodos diferentes de uma mesma Entidade, permitindo
realizar paralelos ao observar as modificações ocorridas. Os indicadores contábeissão
avaliados por meio da técnica contábil denominada Análise de Balanços. (SANTOS, 2008).
Quanto a análise da saúde financeira do município de Novo Hamburgo, o indicador de
grau de liquidez busca a interpretação do resultado e entender se o município está em plena
condição financeira ou não, ou seja, segundo Andrade (2012) a liquidez corrente determina
quanto a instituição possui de disponibilidade e créditos para cada unidade de obrigações
exigíveis, e a análise da liquidez imediata, evidenciara se o município tem condição financeira,
para sanar suas obrigações a curto prazo imediato e cada resposta numérica correspondera a um
nível de liquidez. Sendo assim, a liquidez imediata é quando o cálculo considera apenas o
balanço patrimonial, nesse caso, são os balanços patrimoniais dos anos de 2019, 2020 e 2021 de
Novo Hamburgo, usando os recursos disponíveis de forma imediata, como por exemplo caixa
e saldos e pode ser interpretado da seguinte forma: se o resultado for uma liquidez maior que 1,
isso significa que a empresa tem capital disponível suficiente para honrar suas obrigações
financeiras. Caso o resultado seja igual a 1, isso representa que o capital

5
e as obrigações da empresa são equivalentes. Ou seja, não sobra, mas também não falta. Mas,
se o resultado for uma liquidez menor que 1, isso significa que a empresa não tem, atualmente,
capital disponível suficiente para arcar com todas as suas obrigações financeiras. (J&J, 2020).
No tópico a seguir, é abordado os conceitos de receitas orçamentárias, despesas
orçamentárias, gastos com covid -19 e variações patrimoniais.

2.1 RECEITAS ORÇAMENTARIAS E DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

O objeto de qualquer contabilidade é o patrimônio. O da contabilidade pública é o


patrimônio público. A receita pública deve ser entendida como qualquer recurso obtido durante
um determinado período, mediante o qual o sujeito público pode satisfazer as despesas públicas
que estão a seu cargo e atendendo a natureza econômica, as receitas distinguem-se em receitas
correntes e receita de capital. Sendo que nas receitas correntes, segundo Andrade (2012), são as
que determinam os gastos correntes e decorrem de um fato modificativo, ou seja, todas as
transações que, efetivadas pelas entidades da Administração Pública.
Para Quintana et.al (2011), as receitas correntes, são ingressos de recursos provenientes
do poder de tributar ou resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos
usuários, e é constituída por receitas tributárias, receitas de contribuições, receitas patrimoniais,
receitas agropecuárias, receitas industriais, receitas de serviços, transferências correntes e outras
receitas correntes. Já as receitas de capital, são aquelas provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos de constituição de dívidas, da conversão em espécie, de bens e direitos,
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atenderdespesas
classificáveis como Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.Ainda, nas
receitas de capital, entram as operações de crédito, alienação de bens, amortização de
empréstimos, transferência de capital e outras receitas de capital. (BRASIL, 1964, art. 11, §2o).
As despesas orçamentárias são as saídas de recursos ou todo o pagamento efetuado, a
qualquer título, pelos agentes pagadores para saldar gastos fixados na Lei do Orçamento ou em
lei especial e destinados à execução dos serviços públicos, entre eles custeios e investimentos,
além dos aumentos patrimoniais, pagamento de dívidas, devolução de importâncias recebidas
a títulos de caução, depósitos e consignações, ou seja, e são ordenadas em despesas corrente e
despesas de capital. (SEFAZ SP, 2008).
As despesas correntes servem para a manutenção de equipamentos e para o
funcionamento dos órgãos governamentais, enquanto as despesas de capital contribuem na

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formação ou aquisição de um bem, ou seja, de acordo com Quintana et.al (2011), é um gasto
realizado com a intenção de criar bens de capital, ou até mesmo adquirir bens de capital em uso,
como os investimento.

2.2 VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

As variações patrimoniais são as transações que promovem alterações nos elementos


patrimoniais da entidade do setor público, mesmo em caráter compensatório, afetando, ou não,
o seu resultado, e segundo Quintana et. al (2011) a demonstração das variações patrimoniais
evidencia as variações quantitativas, o resultado patrimonial e as variações qualitativas
decorrentes da execução orçamentária.
O patrimônio público é formado pelo conjunto de bens, direitos e obrigações dos órgãos e
entidades públicas. Ao longo do exercício financeiro é afetado por diversas transações como
por exemplo: o pagamento da folha, consumo de material do almoxarifado, depreciação de
ativos. Estas transações podem ser decorrentes, ou não, da execução orçamentária e são
mensurados na Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP), e é um demonstrativo
contábil, exigido pela Lei nº 4.320/64, que tem o objetivo de evidenciar variações ocorridas no
patrimônio da entidade do setor público durante o exercício financeiro. Além das variações
patrimoniais a DVP evidencia também o resultado patrimonial do exercício resultante da
diferença entre as variações patrimoniais aumentativas e diminutivas.
Andrade (2011) diz que se deve entender as variações patrimoniais aumentativas como
as alterações nos valores dos elementos do patrimônio público que aumentam a situação
patrimonial ou justificam as causas da valorização do patrimônio. Nas variações patrimoniais
aumentativas entram o resultado positivo de equivalência patrimonial, reversão de provisões e
ajustes de perdas.
As variações patrimoniais diminutivas são as alterações ocorridas que diminuem a
situação patrimonial incluindo as despesas orçamentárias as baixas de bens, juros incorridos,
descontos concedidos, comissões, despesas bancárias e correções monetária, remuneração do
pessoal e encargos e obrigações trabalhistas.
Na Figura 3 apresenta-se a representação das variações patrimoniais, exemplificando
resumidamente de forma clara todo um contexto sobre as variações patrimoniais.

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Figura 3: Representação das variações patrimoniais

Fonte: Piscitelli e Timbó (2019, p. 347)

Segundo Piscitelli e Timbó (2019) o Resultado Patrimonial apurado na Demonstração


das Variações Patrimoniais será a diferença entre as Variações Ativas e as Variações Passivas.
Quando as variações ativas ultrapassarem as passivas, o resultado representará um superávit;
em sentido inverso, o resultado obtido representará um déficit.
A Figura 4, ilustra a interpretação o resultado patrimonial.

Figura 4: Resumo do esquema da representação da demonstração das variações patrimoniais

Fonte: Piscitelli e Timbó (2019, p. 347)

No tópico a seguir, será abordado sobre o contexto que envolve os gastos com a Covid
– 19.

2.3. GASTOS EXPECIFICOS COM COVID-19

Para suprir as necessidades da covid -19, o município de Novo Hamburgo – RS, abriu
créditos adicionais orçamentários para disponibilizar recursos financeiros e cabe a ressalva de
que os créditos para serem abertos, precisam de autorização do poder executivo e são abertos
por meio de decretos, com prévia autorização do poder legislativo. Logo, o primeiro decreto
legislativo, referente a Covid - 19, foi publicado em 23 de março de 2020.

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Os créditos adicionais são utilizados como mecanismo de retificação do orçamento,
consistindo em “autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei
do orçamento”. (CAMARA MEDIANEIRA, 2021).
No quadro 5 é apresentado detalhadamente, os tipos de créditos que podem ser abertos,
e suas finalidades, bem com suas esferas de autorização.

Quadro 5: Principais características dos créditos adicionais

Fonte: Arruda e Araújo, (2020, p. 189.)

Quanto ao aspecto contábil, segundo Arruda e Araujo (2020), cabe repisar o lançamento
de fixação da despesa decorrente da aprovação da LOA. A fixação da despesa é concluída com
a autorização dada pelo Poder Legislativo, por meio da LOA, ressalvadas as eventuais aberturas
de créditos adicionais no decorrer da vigência do orçamento.
O primeiro decreto, mencionava que:
Art. 1º que durante o prazo de 15 dias, prorrogáveis, ficariam suspensas todas as
atividades externas que envolvam o Poder Legislativo, para o enfrentamento da
pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), ficando ressalvadas determinadas
atividades internas, conforme o presente ato normativo. E como mencionado a
prorrogação, assim se manteve até 2022, decretos e portarias, que enfatizavam o
distanciamento social, bem como mencionado nesse primeiro decreto no Art. 3º que
durante o período de vigência do presente ato normativo não haveria expediente
externo com atendimento ao público em geral, realização de protocolos e demais
atividades correlatas. (NOVO HAMBURGO, 2020).

Assim como decretos de distanciamento social e suas prorrogações de medidas


restritivas, foi também criado os decretos de aberturas de créditos adicionais orçamentários
específicos para enfrentamento da covid – 19, tais como decreto nº10356/2022, 10355/2022,
10340/2022, 10226/2022 entre vários outros.
O decreto 10.226/2022, de 19 de maio de 2022, ressalta a abertura de crédito adicional
suplementar nas dotações orçamentárias, aponta recurso e dá outras providências:

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A PREFEITA MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO, no uso de suas atribuições
legais e nos termos da Lei Municipal nº 3362/2021 de 23 de dezembro de 2021, artigo
8º, Inciso I, DECRETA:
Art. 1º É aberto crédito adicional suplementar, num total de R$ 282.632,00 (duzentos
e oitenta e dois mil e seiscentos e trinta e dois reais) a(s) seguinte(s) dotação(ões)
orçamentária(s): 10.002 Diretoria de Saúde - Fundo Municipal de Saúde
10.002.0010.0301.0022.2664 Prevenção e Enfrentamento à epidemia causada pelo
COVID-19 (novo Coronavírus) 33390390000000000000 – Outros serviços de
terceiros - pessoa jurídica R$ 282.632,00 TOTAL DO CRÉDITO ADICIONAL
SUPLEMENTAR R$ 282.632,00.(NOVO HAMBURGO, 2022)

Nesse tópico, foi abordado o referencial teórico do estudo da presente pesquisa, e no


tópico seguinte, são abordados os aspectos da metodologia de pesquisa.

3 METODOLOGIA

A abordagem desse artigo se caracteriza como uma pesquisa documental e descritiva, a


qual se preocupa com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, ou de uma
organização, evidenciando o desempenho da gestão das receitas orçamentárias, despesas
orçamentária e variações patrimoniais. Utiliza-se para interpretação, o uso de documentos
extraídos no portal da transparência de Novo Hamburgo-RS.
O principal objetivo do artigo, é analisar com o uso de indicadores econômicos o
desempenho e o estágio de desenvolvimento do município em questão, em que a Análise
Horizontal se utiliza para avaliar a evolução de alguns indicadores ao longo do tempo, e Analise
Vertical, tem por objetivo, analisar quanto cada conta representa em seu valor total, logo, como
também utilizaremos a Análise Demonstração das Variações Patrimoniais, esta queevidenciará
as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária,
e indicará o resultado patrimonial dos referidos exercícios.
O Quadro 1, aborda a descrição dos conceitos dos indicadores que foram utilizados neste
artigo bem como as suas respectivas fórmulas.

Quadro 1: Indicadores econômicos e financeiros


(continua)
INDICADOR CONCEITO FÓRMULA
Avalia as demonstrações
financeiras de uma empresa 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 í𝑡𝑒𝑚
Análise Horizontal comparando os resultados mais 𝑋 100
recentes com aqueles registrados 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
em anos anteriores.

Possibilita o acompanhamento da 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 í𝑡𝑒𝑚


Análise Vertical evolução de apenas um item da 𝑋 100
demonstração financeira. 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜

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Quadro 2: Indicadores econômicos e financeiros
(conclusão)
Mede a capacidade de pagamento de
uma empresa no curto prazo. É um
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Liquidez Corrente dos indicadores mais conhecidos
para se analisar a capacidade de 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
pagamento.
Este índice considera os valores já
disponíveis, ou seja, o dinheiro em
Índice de liquidez 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
caixa, os saldos bancários e as
imediata 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
aplicações financeiras de curto
prazo.
Demonstra a relação entre a
Índice da situação diferença do montante do ativo Ativo Circulante − Passivo Circulante
financeira líquida circulante, subtraído do passivo 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
circulante em relação à receita total.
Esse índice relaciona as receitas
Índice do resultado orçamentárias menos despesas Receita − despesa
orçamentário orçamentárias em relação à receita 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
total.
Índice de
comprometimento da Esse índice relaciona os gastos com Despesa com pessoal
receita corrente pessoal em relação a receitacorrente 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
líquida com a despesa líquida.
com pessoal
Fonte: Adaptado pela autora de Aquino (2012)

No Quadro 2, foi abordado os aspectos metodológicos dos indicadores aplicados na


análise de dados.
Para que fosse possível a aplicação dos indicadores econômicos e financeiros citados no
quadro 1, foi extraído através do Portal de Transparência (2022) do município de Novo
Hamburgo – RS, o balanço orçamentário, balanço financeiro, balanço patrimonial e
demostrativo das variações patrimoniais dos anos de 2019, 2020 e 2021, e para a analise dos
gastos e recitas referentes a covid – 19, foi extraído através da opção comparativo receitas x
despesas dos anos de 2020 e 2021. Sendo assim, foi utilizado para a análise dos dados, a
aplicação do conceito de cada indicador com seu respectivo ano e interpretação.
No tópico a seguir, será feita a análise dos dados coletados, bem como a aplicação dos
indicadores descritos.

4 ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise de dados, a presente pesquisa, utilizou, para coletas de informações, os


relatórios obtidos por intermédio do próprio portal de transparência do município de Novo
Hamburgo– RS, com o intuito de quantificar os valores arrecadados em percentuais, ou quanto
representam tais valores no período de análise, para assim, contribuir com o entendimento da

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população sobre as receitas, despesas e variações patrimoniais. Logo, no Balanço Orçamentário,
este que é o a demonstrativo contábil em que se confrontam, as receitas e despesas previstas na
lei orçamentária com as realizadas é possível a comparação entre o previsto e o realizado
constatando se ouve a ocorrência de superávit, déficit ou equilíbrio orçamentário.

4.1. ANÁLISE DAS RECEITAS DOS ANOS DE 2019, 2020 E 2021.

Neste tópico é analisado as receitas orçamentárias. No Quadro 2 é evidenciado os


valores das receitas orçamentárias arrecadadas entre os anos de 2019, 2020 e 2021.

Quadro 3: Receitas Orçamentárias em R$

Receita 2019 2020 2021


Receita Corrente 747.065.472,91 814.770.689,85 910.958.567,77
Receitas de Capital 50.163.419,50 21.482.911,66 15.421.208,82
Fonte: Adaptado pela autora de Portal da Transparência (2022)

No Quadro 3, evidencia os valores das receitas correntes de cada ano, e destaca-se


aumento gradual das mesmas, porem, já nas receitas de capital, há queda significativa.
No Gráfico 1 é apresentado de forma ilustrativa para facilitar a compreensão das
informações apresentadas no quadro 1.

Gráfico 1: Evolução da diferença em percentual das Receitas Orçamentárias

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No Gráfico 1, evidenciou a evolução da diferença em percentual de um ano para outro,


reiterando o aumento das receitas corrente e a queda das receitas de capital. As receitas
correntes, apresentaram aumento gradual comparando um ano ao outro, pois de 2019 para 2020,
essas receitas evoluíram 9% e de 2020 para 2021, 11,8% de acréscimo. Já as receitas de capital,
essas diminuíram drasticamente, pois de 2019 para 2020, diminuíram 57% e de 2020 para 2021,

12
diminuíram 28%.
No Quadro 4 é evidenciado a análise horizontal das receitas correntes e receitas de
capital utilizando como base de cálculo inicial o ano de 2019.

Quadro 4: Análise Horizontal – Receitas Orçamentárias

RECEITA 2019 2020 2021


Receita Corrente - 9% 12%
Receitas de Capital - -57% -28%
Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Com base nos valores mencionados no quadro 1, é apresentado no Quadro 4, a análise


horizontal dos anos citados e observa-se, que a Receita Corrente apresentou aumento em 2020
e 2021. Em 2020 aumentou 9% e 2021 aumentou 12% os valores arrecadados, apresentando
um superavit. Porém, nas Receitas de Capital, esta apresentou um deficit, na arrecadação, pois
em 2020 comparado ao ano de 2019, teve sua arrecadação diminuída em -57% e 2021 em -
28%.
No Quadro 5, é abordado o cálculo da análise vertical das receitas correntes e receitas
de capital dos anos de 2019, 2020 e 2021.

Quadro 5: Análise vertical – Receitas orçamentárias

RECEITA 2019 2020 2021


Receita Corrente 94% 97% 99%
Receitas de Capital 6% 3% 2%
Fonte: Elaborado pela autora (2022)
No Quadro 5, foi evidenciado os resultados análise vertical das receitas correntes e de
capital apos a aplicação do cálculo.
No Gráfico 2 é ilustrado de forma gráfica a análise vertical da Receita Corrente e Receita
de Capital, enfatizando a diferença percentual de um ano para o outro.

Gráfico 2: Variação da evolução percentual das Receitas Orçamentárias

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

13
O Gráfico 2 evidenciou a diferença, em percentual, de evolução de um ano para o outro,
ou seja, as receitas correntes evoluíram 3% de 2019 para 2020 e 2% de 2020 para 2021.
Na análise vertical, esta que quantifica em percentual quanto cada conta representa no
seu valor total, e mostra aumento gradual, na representatividade das contas utilizadas para
análise, a conta receita corrente, em 2019, representava 94% das receitas orçamentarias,
aumentando para 97% em 2020, apresentando um aumento significativo de 96 % em relação a
sua representatividade de um ano para o outro, já em 2021, essa mesma conta, aumentou para
98%.
As receitas de capital. Vemos uma decrescente na representatividade da conta, pois em
2019 ela representava 6%, em 2020 passou para 3% e em 2021, diminuiu para 2%.

4.2. ANÁLISE DAS DESPESAS DOS ANOS DE 2019, 2020 E 2021

Nesse tópico é analisado as despesas orçamentárias do período em questão. O Quadro 6


apresenta a análise horizontal das despesas orçamentárias:

Quadro 6: Análise horizontal – Despesas Orçamentárias

DESPESA 2019 2020 2021


Despesas Correntes - 6% 10%
Despesas de Capital - -12% 28%
Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No que se refere as despesas correntes, esta que estava em 6% no ano de 2020, passou
para 10% no ano de 2021, ou seja, os gastos com pessoal, encargos e outras despesas,
aumentaram 3,33% de um ano para o outro. Nas despesas de capital, que fazem parte os
investimentos, inversões financeiras e amortizações de dívidas, que comparando 2019 com
2020, apresentou diminuição de 12% e de 2020 para 2021, aumentou para 28% as despesas com
essas receitas.
No Quadro 7, será apresentado os cálculos da análise vertical das despesas
orçamentárias, e posteriormente, representados os resultados de forma gráfica.

Quadro 7: Análise vertical – Despesas Orçamentárias

DESPESAS 2019 2020 2021


Despesas Correntes 85% 87% 86%
Despesas de Capital 15% 13% 15%
Fonte: Elaborado pela autora (2022)

O Quadro 7, evidenciou a análise vertical das despesas orçamentárias, sendo assim,

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despesas correntes e de capital, também são consideradas contas que mais tem representação
no balanço orçamentário e evidencia-se esse fato, nos próprios cálculos. Despesas correntes em
2019, representava 85% do total das despesas, já em 2020, passou a representar 87% e por fim,
em 2021 passou para 86%. Quanto as despesas de capital, em 2019, estava com 15%,
diminuindo pra 13% em 2020 e aumentando para 15% novamente em 2021 seu grau de
representação.
No Gráfico 3 é evidenciado o percentual da diferença de um ano comparado ao outro.

Gráfico 3: Variação da evolução percentual das Despesas Orçamentárias

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No Gráfico 3, evidencia separadamente as despesas correntes e de capitais, para melhor


compreensão visual, sendo assim, no que se refere as despesas correntes, estas apresentaram
pequeno aumento de 2% de 2019 para 2020, e diminuíram 1% de 2020 para 2021 e as receitas
de capital, apresentaram também diminuição de 2 % de 2019 a 2020 e aumento de 2% de 2020
a 2021.
No tópico a seguir, será abordado os aspectos das variações patrimoniais.

4.3 ANÁLISE DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

Análise Demonstração das Variações Patrimoniais, evidencia as alterações verificadas


no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado
patrimonial do exercício. O Quadro 8 demonstra a análise horizontal das variações patrimoniais
aumentativas:

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Quadro 8: Análise Horizontal das Variações patrimoniais aumentativas

CONTAS 2019 2020 2021

Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria - -14% -24%

Contribuições - -1% 20%

Exploração e Venda de Bens, Serviços e Direitos - 21% -40%

Variações Patrimoniais Aumentativas Financeiras - -33% 88%


Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Uma das contas que tem maior relevância e representatividade na administração pública
municipal é são os impostos, taxas, contribuições, porém, logo, se vê que o mesmo não
apresentou aumentos nos anos de 2020 e 2021, e sim uma decrescente significativa, chegando
a recolher -24% no ano 2021. Já nas contribuições, que entra a questão do recolhimento da
iluminação pública, esta aumentou consideravelmente, pois saiu de um saldo negativo em 2020
para positivo em 2021 de 20%. Quanto aos juros, encargos de mora, variações monetárias e
cambiais, que pertencem as variações patrimoniais aumentativas, passou de -33% em 2020 para
88% em 2021.
O Quadro 9 evidencia a análise vertical das variações aumentativas, bem como seus
respectivos percentuais.

Quadro 9: Análise Vertical das Variações patrimoniais aumentativas

CONTAS 2019 2020 2021


Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria 27% 34% 25%
Contribuições 2% 2% 2%
Exploração e Venda de Bens, Serviços e Direitos 0,25% 0,33% 0,19%
Variações Patrimoniais Aumentativas Financeiras 7% 5% 9%
Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No Quadro 9, evidenciou-se a representatividade das Variações patrimoniais


aumentativas.
Observa-se, que a arrecadação de impostos, nos três anos analisados, é a conta de mais
representatividade, podemos até afirmar, que é a que tem maior grau de relevância, no
orçamento público. Fazendo uma breve análise vertical dos anos de 2019, 2020 e 2021,
chegamos a 27%, 34% e 25 % respectivamente a sua representatividade no demonstrativo das
variações patrimoniais aumentativas. As contribuições, se mantiveram em 2%, sem aumentos.
A seguir, evidencia-se no Gráfico 4 os percentuais de impostos, bem como suas
variações de aumento e diminuição, e nele é utilizado como referência a conta taxas e

16
contribuições de melhoria e variações patrimoniais aumentativas financeiras, que apresentam
maior representatividade nas variações patrimoniais aumentativas. Os impostos, taxas e
contribuições de melhoria aumentaram 7% sua representatividade se comparar 2019 a 2020 e
diminuíram 9%, o quanto representam de 2020 a 2021 e as variações patrimoniais aumentativas
financeiras no balanço orçamentário.

Gráfico 4: Variação percentual da Análise Vertical das Variações patrimoniais aumentativa

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No Quadro 10, é abordado os percentuais da análise vertical das variações diminutivas,


discriminando cada conta que compõem estas variações.

Quadro 10: Análise vertical das Variações patrimoniais diminutivas

CONTAS 2019 2020 2021


Pessoal e Encargos 25% 30% 28%

Benefícios Previdenciários e Assistenciais 1% 8% 1%


Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo 26% 29% 32%
Variações Patrimoniais Diminutivas Financeiras 4% 8% 11%
Transferências e Delegações Concedidas 7% 9% 10%

Desvalorização e Perdas de Ativos e Incorporação de 26% 18% 15%


Passivos
Tributárias 1% 1% 1%
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas 9% 5% 2%
Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No Quadro 10, foi evidenciado o cálculo em percentual da representatividade de


cadaconta nas variações patrimoniais diminutivas utilizando o conceito e fórmula da análise
vertical. As variações patrimoniais diminutivas de pessoal e encargos se mantiveram sem
aumentos significativos, esta conta que representa a folha de pagamento, representava 25% das
despesas do ano de 2019, aumentando para 30% em 2020 e 28% em 2021.

17
Já a conta de benefícios previdenciários, teve um acréscimo considerável, em relação a
2019 e 2020, pois respectivamente, apresentaram 1% e 8%, porém, de 2020 para 2021, os
benefícios previdenciários, diminuíram para 0,80% na sua representatividade nos gastos
públicos.
Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo que representa o somatório das
variações patrimoniais diminutivas com manutenção e operação da máquina pública, também
apresentou aumento, saindo de 26% em 2019, para 32% em 2021.
Na desvalorização e perdas de ativos, em 2019, representava 26% do total das despesas,
e nos anos seguintes, teve diminuição desses percentuais, ficando em 18% e 15%
respectivamente.
Quanto as despesas com tributação, estas se mantiveram em 1% respectivamente.
A seguir, evidencia-se no Gráfico 5, os percentuais das contas pessoal e encargos e uso
de bens, serviços e consumo de capital fixo, que apresentam maiores representatividade nas
variações patrimoniais diminutivas.

Gráfico 5: Variação percentual da Análise Vertical das Variações patrimoniais diminutivas

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No Gráfico 5, ilustrou a diferença de um ano para o outro, ou seja, evolução e declínio


de pessoal e encargos, como também a conta de bens e serviços e como ilustrado no gráfico, a
conta pessoal e encargos de 2019 para 2020 aumentou em 5% a representatividade, do ano de
2020 parra 2021, essa mesma conta, esteve um declínio de 2%. Quanto a conta de uso de bens
e serviços, essa apresentou aumento gradual de 3% sucessivamente no quanto ela representava
tanto em 2019 para 2020, quanto de 2020 para 2021.
A seguir, analisa-se dos gastos específicos ao enfrentamento da Covid – 19, e como
mencionado no referencial teórico, os créditos suplementares adicionais abertos, somam-se com
as receitas arrecadadas especificamente para estas demandas.

18
4.4 GASTOS COM COVID – 2020 e 2021

Créditos adicionais suplementares foram abertos, ou seja, servem para complementar as


despesas, nesse caso, foi utilizado especificamente para o enfrentamento da pandemia de covid-
19. Decretos como o 10.226/2022 disponibilizam recursos financeiros, este em específico foi
de R$ 282.632,00.
No Quadro 10, mostra as receitas e despesas especificamente para enfrentamento da
covid – 19 com seus valores totais, extraídos através do portal da transparência do município
de Novo Hamburgo - RS.

Quadro 11: Gastos com COVID – 19, em R$.

TIPO 2020 2021


Receita arrecadada especificamente para demandas da
31.330.257,04 18.731.156,06
COVID - 19

Despesas realizadas com demandas da COVID - 19 32.490.446,23 17.609.237,60

Resultado Orçamentário -1.160.189,19 1.121.918,46

Fonte: Adaptado pela autora de Portal da Transparência (2022)

O Quadro 11 evidenciou os valores arrecadados (receitas) e os valores gastos (despesas)


entre os anos de 2020 e 2021 e conclui-se, que houve declínio.
O Gráfico 6, evidência o valor em real da diferença tanto na receita arrecadada, quanto
na despesa realizada entre 2020 e 2021.

Gráfico 6: Diferença em R$ das Receitas e Despesa com COVID – 19 entre 2020 e 2021.

Fonte: Elaborado pela autora, com base em XXX

O Gráfico 6, mostra a diferença que a receita, especificamente para enfrentamento da


covid-19 apresentou, ou seja, uma redução de R$ 12.599.100,98 entre 2020 a 2021, como
também, reduziu as despesas realizadas, resultando em uma diferença de R$ 14.881.208,63 de
2020 para 2021, isso também se responde ao fato de ter diminuído gradualmente os casos de

19
infecção com covid - 19 e consequentemente diminuindo os gastos para esse fim.
O período de coleta de dados, referentes as receitas e despesas relacionadas a COVID –
19, foi de 02/03/2020 a 31/08/2022. Nesse período de análise, e as receitas para uso especifico
a covid no ano de 2020 que deu inicio a pandemia, foi menos que as despesas, tendo um
resultado financeiro negativo de R$ 1.160.189,19. Já no ano de 2021, os gastos com a covid
foram menores que o ano anterior, e apresentou um resultado orçamentário positivo, sendo as
receitas arrecadadas para este fim, maior que seus gastos, tendo um resultado orçamentário
positivo em R$ 1.121.918,46.
No tópico a seguir, apresenta-se a análise da saúde financeira de Novo Hamburgo.

4.5 ANÁLISE DA SAÚDE FINANCEIRA DO MUNICÍPIO DE NOVO HAMBURGO Neste

tópico será abordado os cálculos dos índices de liquidez na gestão pública


municipal, ou seja, ter uma boa saúde financeira não apenas aumenta sua capacidade de
gerenciar os recursos públicos disponíveis, como também contribui para uma economia geral
mais saudável e com mais receitas. Por tanto, no Quadro 9, é evidenciado os resultados desses
índices de liquidez.

Quadro 12: Cálculo de índices econômicos e financeiros

ÍNDICES 2019 2020 2021


Liquidez corrente R$ 0,87 R$ 1,23 R$ 1,22
Liquidez imediata R$ 0,44 R$ 0,50 R$ 0,57
Índice da situação financeira líquida -R$ 0,02 R$ 0,04 R$ 0,04
Índice do resultado orçamentário R$ 0,11 R$ 0,13 R$ 0,11

Índice de comprometimento da receita


corrente líquida com a despesa com R$ 0,32 R$ 0,33 R$ 0,29
pessoal
Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No Quadro 12 foi ilustrado o valor de cada índice com seus respectivos anos, já com a
aplicação dos seus conceitos e cálculos.
Em 2019, o município de Novo Hamburgo, não possuía capacidade financeira de honrar
suas obrigações, pois seu índice de liquidez corrente, era de R$ 0,87, não apresentando folga
para cumprir com as obrigações, em 2020, mesmo com a chegada da pandemia de covid – 19,
o município em questão, aumentou seu índice de liquidez corrente para R$ 1,23, logo,
apresentou folga financeira e se manteve assim em 2021, com R$ 1,22.

20
Já nos índices de liquidez seca de 2019, 2020 e 2021 se o município precisasse quitar
todas as suas obrigações no curto prazo, ele não teria recursos financeiros suficientes, pois
respectivamente os índices se mantiveram menores que nesse período, ou seja, R$ 0,44, R$ 0,50
e R$ 0,57, respectivamente.
O índice da situação financeira líquida no ano de 2019 estava negativo em R$ 0,02, e
em 2020 e 2021 passou para R$ 0,04 positivo,
Quanto ao índice do resultado orçamentário, este não apresentou grandes oscilações,
pois em 2019 representava 0,11, em 2020 passou para R$ 0,13 e em 2021 diminui novamente
para R$ 0,11.
Referente ao índice de comprometimento da receita corrente líquida com a despesa com
pessoal, em 2019 representava R$ 0,32, em 2020 aumentou para R$ 0,33, sendo esse ano o que
apresentou mais comprometimento, pois em 2021 diminuiu para R$ 0,29. (ANDRADE, 2012)
Neste tópico foi abordado a análise dos resultados, no tópico seguinte é abordado a
conclusão do estudo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado objetivou evidenciar o desempenho da gestão pública municipal de


Novo Hamburgo/ RS, para proporcionar informações acerca da gestão dos recursos públicos de
forma simplificada, sucinta e objetiva, por intermédio dos indicadores econômicos e
financeiros, bem como sua interpretação, e para que esse estudo fosse possível, foi extraído do
portal de transparência do município em questão, o balanço orçamentário, balanço financeiro,
demonstrativo das variações patrimoniais e balanço patrimonial. Com relação a situação do
problema de pesquisa do artigo de qual foi o impacto das receitas e despesas no município de
Novo Hamburgo/RS, nos anos de 2019, 2020 e 2021, conclui-se que, as receitas orçamentárias
continuaram aumentando gradativamente, sendo suficientes para suprir as despesas dos
respectivos anos analisados, sendo justificadas pelas análises horizontais e verticais aplicadas,
bem como a interpretação dessas analises, e quanto as despesas orçamentárias, conclui-se que,
por mais queapresentaram aumentos nos anos 2019, 2020 e 2021, estes não tiveram impactos,
que poderiamagregar tanta relevância sobre as receitas.
Para mensurar então a situação financeira do município de Novo Hamburgo/ RS, foi
utilizado cálculos de índices, sendo o índice da situação financeira liquida, índice do resultado
orçamentário e o índice de comprometimento da receita corrente líquida. No cálculo do índice
da situação financeira líquida, em 2019, possuía uma defasagem entre o que se arrecadou com

21
o que foi gasto, ou seja para cada R$ 1,00 de receita, o município gastava R$ 0,02 a mais do
que arrecadava, contudo, nos anos de 2020 e 2021, essa situação de defasagem melhorou, pois
para cada R$ 1,00 de receita, possuía R$ 0,04 a mais para cobrir as despesas. Esse índice
relaciona as receitas orçamentárias menos despesas orçamentárias e conclui-se que para cada
R$ 1,00 de execução orçamentária o município de Novo Hamburgo – RS, tem superávit de R$
0,11 no ano de 2019, R$ 0,13 em 2020 e R$ 0,11 em 2021.
Sendo assim, mesmo com a pandemia a inflação contribuiu para o orçamento público,
o município não apresentou impacto nas receitas orçamentárias e nos principais tributos,
podendo afirmar que, a partir de 2020 teve aumento das mesmas e estas foram suficientes para
arcar com as despesas, tendo recursos financeiros disponíveis para isso, ou seja, a situação
orçamentária apresentou um equilíbrio em suas contas, a qual a receita executada pelo município
foi maior que a despesa executada, representando o ideal para a entidade, logo, na situação
financeira, percebe-se um superávit com equilíbrio. Quanto as demonstrações de variações
patrimoniais, estas apresentaram equilíbrio, indicando que o total das variações ativas são iguais
as passivas. Diante então do exposto, pode-se afirmar que os resultados apresentados através
dos indicadores propostos, trouxeram grande relevância para a interpretação das informações
contábeis geradas, podendo auxiliar assim em uma melhor compreensão, tanto pelos usuários
internos (gestores públicos, ordenadores de despesas, gestores políticos e técnicos) quanto pelos
usuários externos (pesquisadores, a comunidade e órgãos de controle), que tenham interesses
nos aspectos financeiros, orçamentários da Entidade Pública.
Por tanto, sugere-se, que para pesquisas posteriores a esse artigo, ampliar a aplicação e
interpretação dos indicadores mencionados, afim de trazer resultados mais completos e ricos
em informações.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade Pública na Gestão Municipal: Métodos com


base nas normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP) e nos
padrões internacionais de contabilidade. 4ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2012.

ARRUDA, D. G., & ARAUJO, I. D. P. S. Contabilidade Pública: da teoria á prática. 3ª.


Editora Saraiva, 2020.

22
BRASIL. Lei nº. 4.320/1964. Institui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e
contrôle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. 1964.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm#:~:text=Dos%20Cr%C3%A9ditos%20A
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CAMARA MEDIANEIRA. Você sabe o que são créditos adicionais em um orçamento?


Medianeira: 2021. Disponível em:
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adicionais-em-um-orcamento. Acesso em: 08 set. 2022.

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Disponível em: https://www.jejcontabilidade.com.br/blog/o-que-sao-indices-de-liquidez.
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MENDES, Sergio. Administração Financeira e Orçamentária: Teoria e Questões. 3ª


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PISCITELI, Roberto B. TIMBÓ, Maria Z. F. Contabilidade pública: Uma abordagem na


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QUINTANA, Alexandre Costa. MACHADO, Daiane Pias. QUARESMA, Jozi Cristine da


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SEFAZ SP. Receita Orçamentária: conceitos, codificação e classificação. São Paulo: 2008.
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2008. Disponível em:
https://www.fazenda.sp.gov.br/sigeolei131/paginas/arquivoslc/lc_131_despesas.pdf. Acesso
em: 08 set. 2022.

23

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