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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS APLICADAS


CURSO DE ECONOMIA

Contabilidade Social
15/03/2021

Prof. Robinson A., da Rocha Braga


Nome: Ednaldo Nogueira de Lima

Prova Final
1ª Questão (2 pontos) – Analise por que, na contabilidade social, temos a identidade do produto, renda e despesa. Isso
significa que vale a Lei de Say?

Sabe-se que a Contabilidade Social registra contabilmente a atividade produtiva de um país num determinado período de tempo,

buscando a formação e a distribuição dos produtos e das rendas, que é um dos objetivos de estudo da macroeconomia.

Numa análise simples de um sistema econômico básico, por mais primitivo que este seja, nós teremos o mercado de fatores da

produção (as empresas compram a força de trabalho dos indivíduos) e o mercado de bens e serviços (os indivíduos compram das

empresas os bens e serviços para sua subsistência). A atividade econômica é medida a partir desse fluxo que ocorre entre os

rendimentos e os produtos, estabelecendo a identidade do produto (valor de todos os bens e serviços produzidos), da renda

(valor pago aos indivíduos proprietários das forças de produção) e da despesa (valores gastos pelos diversos agentes econômicos

na compra de bens e serviços).

É possível observar que esses três fatores (produto, renda e despesa) é o que mede a contabilidade social, como dito

anteriormente, por mais primitiva que uma economia seja. Além do mais, esses fatores se relacionam entre si, apesar de

denominações diferentes.

Produto, Despesa e Renda representam três óticas diferentes para medir o fluxo de produção de bens e serviços durante um

determinado período. É evidente, portanto, que, por definição, os três agregados são idênticos. Isto pode ser facilmente

mostrado como fazemos a seguir: Produto = Despesa – pois o Produto é a soma dos bens e serviços finais produzidos, no país,

durante certo período, e a Despesa é a soma de bens e serviços finais comprados. Ora, os bens e serviços finais que não são

comprados no período – variação de estoque – são considerados como se fossem comprados pelos seus produtores. Logo,

Produto e Despesa são idênticos, e na mensuração, sob a ótica Produto, consideramos o valor 8 adicionado pelos diversos

setores econômicos, e sob a ótica Despesa a compra daquele Produto para os dois fins possíveis. (Consumo ou investimento), ou

seja (PRODUTO=DESPESA=RENDA).

Portanto, é possível a partir da contabilidade social estabelecer a verificação da Lei de Say, pois esta estabelece - em resumo -

que somos capazes de consumir apenas quando produzimos algo de valor equivalente com o nosso trabalho, criando ofertas

para as demandas.

2ª Questão (2 pontos) – Analise as principais contas das Contas Econômicas Integradas (CEI) e da Tabela de Recursos e
Usos.
3ª Questão (2 pontos) – Descreva as principais contas do Balanço de Pagamentos, destacando seu significado e relacionando
sua correspondência com as Contas Econômicas Integradas

O balanço de pagamentos é um método de contabilidade nacional que busca evidenciar o comércio entre a nação e outros países

que existe uma relação comercial. Este registro é feito pela autoridade monetária do país, em transações onde há trocas entre

residentes e não residentes da nação, em um certo período de tempo.

As contas fiscais num sistema de Contas Econômicas Integradas (CEI), de onde são derivados os principais agregados

macroeconômicos. As CEI constituem o corpo central do sistema e são apresentadas por setores institucionais. A construção das

CEI não utiliza o registro de contas em T, como nos sistemas contábeis tradicionais, mas as rubricas descritas no corpo central

(operações, saldos, ativos e passivos) e os lançamentos feitos à direita e à esquerda. O novo sistema utiliza a terminologia usos e

recursos, no lugar de débito e crédito. São construídas em torno de um esquema de fluxos inter-relacionados, ou seja, o saldo de

uma conta é transportado a outra, demonstrando a relação entre diferentes tipos de atividades econômicas no período

considerado.

4ª Questão (2 pontos). Conforme a planilha sobre a economia brasileira, proceda a deflação do PIB com base no ano de
2000 e com base no ano de 2008.
1999 - PIB Nominal: 1.087.710,00
2000 - PIB Nominal: 1.199.092,00
2007 - PIB Nominal: 2.720.263,00
2008 - PIB Nominal: 3.109.803,00
Utilizando a tabela de inflação histórica brasileira (fonte: https://www.inflation.eu/pt/taxas-de-inflacao/brasil/inflacao-historica/
ipc-inflacao-brasil.aspx) temos as seguintes inflações acumuladas:

1999 - 8,94%

2000 - 5,97%

2007 - 4,46%

2008 - 5,90%

Utilizando os anos de 1999 e 2007 como base, temos a inflação acumulada anual:

2000 - (1+5,97%)*1 = 1,0597

2008 - (1+5,90%)*1 = 1,059

Utilizando novamente o ano de 1999 como base, podemos encontrar o deflator ao multiplicar o valor da inflação acumulada

anual:

1999 - 1

2000 - (1*1,0597) = 1,0597

2008 - (1,719449582*1,059) = 1,820897108

Com o deflator encontrado, basta dividi-lo pelo valor do PIB nominal:

2000: 1.199.092/1,0597 = 1.131.539,11

2008: 3.109.803/1,820897108 = 1.707.841,14

Cálculos feitos com base na planilha do trabalho apresentado na N2:


5ª Questão (2 pontos). Analise a economia brasileira, conforme as planilhas, retratando o crescimento do PIB, a evolução
da poupança (interna e a externa) com o investimento e com os resultados da relação produção/insumos, de doze setores da
economia.

A economia brasileira encerra o século XX com um aumento de 4,03% no PIB real, e permanece durante 2 anos (2001 e 2002)

com aumentos pouco significativos de 1,91% e 0,55% respectivamente. A partir de 2003, o PIB entra numa série de altas

sucessivas, alcançando um aumento médio no período de 2006-2008 de 7,89%, o que ainda estava sob o reflexo dos

commodities que alavancaram a economia brasileira no começo do século XXI. Esse também foi um dos motivos que ainda

sustentavam o PIB brasileiro apesar da crise que assolava muitos países em 2008. Após esse boom, vem o caos econômico a

partir de 2013, registrando pela primeira vez no período analisado (2000-2018) uma recessão no PIB real, que aconteceu em

2015 (-6,25%) e em 2016 (-1,63%). Hoje, após todo o período pandêmico e as demais atitudes tomadas pelo Governo Federal

para o enfrentamento da pandemia, o PIB brasileiro - em dólar - é o menor desde 2007, muito pelo motivo da moeda brasileira

ser a quarta que mais desvalorizou em 2021, perdendo apenas para as moedas de Sudão, Líbia e Venezuela.

A forte desvalorização nada mais é do que um reflexo da situação doméstica, sob forte fragilidade fiscal e ainda sob as ações

impulsivas e desesperadas como a recente interferência na Petrobras, gerando perda de confiança dos investidores.

O saldo externo brasileiro, índice calculado através do saldo da balança comercial, da renda de pessoas e de empresas, da Renda

Líquida Enviada ao Exterior (RLE) e das Transferências, relaciona-se com a Poupança Interna a fim de gerar os relatórios da

Poupança Total. Nas planilhas, observa-se que após 8 anos em déficit, o saldo da balança comercial registra valores positivos nos

anos de 2016, 17 e 18, fato que não ocorria desde 2007. Outro índice que vem aumentando no período é o da RLE, deixando

empresários otimistas com suas vendas. O ano de 2018 também marca um período onde o investimento volta a crescer,

influenciado pelo aumento da Formação Bruta de Capital Fixo que ampliou a capacidade produtiva da economia brasileira. A

Variação de Estoques, apesar de negativa, não teve influência no resultado final, pois no ano anterior, registrou uma boa taxa

positiva de 4.386, influenciando no Investimento de 2018 que volta a ter um valor relevante depois dos anos de 2016 e 2017 que

registraram, respectivamente, os valores de 973.271 e 958.779.

Em análise aos 12 setores econômicos dispostos na Tabela de Recursos e Usos, podemos observar com mais detalhes a crise

entre os anos de 2015 a 2017. O setor da construção, por exemplo, saiu de 677.235 em 2014 para 556.041 em 2017. Isso pode

ser explicado pela crise brasileira neste período, onde foram registrados altos níveis de desemprego, que até hoje mostram

poucos sinais de recuperação. Sabe-se que o setor da construção é um ótimo indicativo de uma economia forte, com altas taxas

de investimento, tanto para o setor público quanto para o privado. A queda produtiva neste setor é um forte indício do alto
desemprego na época. Com relação aos outros setores, percebe-se de acordo com o cálculo da variação que a produção para o

setor das Atividades Imobiliárias foi a que sofreu a maior variação positiva (103,36%), seguido da Agropecuária (99,18%). O setor

que teve a menor variação de crescimento foi o da Construção (22,31%), que registra índices negativos desde 2015, conforme

pode ser percebido na planilha, tendo as quedas sucessivas de -4,82% (2014-2015), -6,53% (2015-2016) e -7,71% (2016-2017).

Podemos observar também que a média dos setores fica estável no longo prazo.

Balança comercial: exportação - importação

Renda de Pessoas e de Empresas: recebida - enviada

Renda Líquida Enviada ao Exterior (rle): soma dos dois saldos (pessoas e empresas)

Transferências: recebida - enviada

Saldo Externo: Balança Comercial + RLE + Saldo das Transferências

Poupança Total: Poupança Interna + Saldo Externo

FBCF: Formação Bruta de Capital Fixo - ampliação da capacidade produtiva futura de uma economia por meio de investimentos

correntes em ativos fixos. É a soma do Indicador de Construção Civil, do Indicador de Outros e do Consumo Aparente de Bens de

Capital.

VE: Variação de Estoques

Investimento: FBCF + VE

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