FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E POLÍTICAS - FACAP
CIÊNCIAS ECONÔMICAS - CE Segunda avaliação Contabilidade Social – Prof. Cláudio Seibert Fernandes
DISCENTE: Andrea Elissa de Araújo Rodrigues
RGA: 202211636005 01) Discorra sobre a estrutura do Sistema de Contas Nacionais. 02) Apresente e discuta as identidades contábeis presente no Sistema de Contas Nacionais. (As duas questões serão respondidas juntas pois a segunda complementa a primeira, e, também, para maior detalhamento e entendimento) O Sistema de Contas Nacionais (SCN) ou Sistema de Contabilidade Nacional, é um sistema responsável por conferir e disponibilizar dados quanto à renda, como a origem e o destino da renda, é um dos indicadores mais importantes que nos permitem enxergar o funcionamento de uma economia. Divulgado pelo IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística), ele analisa e categoriza as oscilações da nossa economia, criado especificamente para servir como uma representação das contas do país, além de comparar com economias com outros países. Inicialmente, o SCN se baseava em contas específicas, sendo elas: conta de governo (que demonstra as despesas de rendas governamentais, basicamente, como ele recebe e como gasta dinheiro), de produção (especificamente para empresas, a fim de garantir a mesma estimativa, como ganham e como gastam), de apropriação (famílias), setor externo (de modo simples, como o país estrangeiro que possui interesse em investir no meu país enxerga “minhas” transações), e conta de capital (banco). Atualmente, o Sistema de Contas Nacionais (SCN) é dividido em dois grupos, sendo eles as Contas Econômicas Integradas (CEI’s) e as Tabelas de Recursos e Usos (TRU’s). As CEI’s são compostas por três tipos de contas distintas: Contas Correntes: As CC’s são, basicamente, uma conta de depósito, onde se é apresentado, também, transações financeiras, o que possibilita maior controle sobre operações monetárias, podendo se dividir em CC Simples (sem juros) ou CC Especial (com juros). Contas de produção (que demonstram o resultado da produção), contas de distribuição primária da renda (rendas recebidas pelas unidades institucionais), conta de geração da renda (distribuição do valor adicionado), conta de alocação da renda (restante da renda primária), contas de distribuição secundária da renda (alocação do saldo da renda primária) e conta de uso da renda (como países alocam renda disponível em consumo e poupança), são contas que constituem as Contas Correntes. As Contas Correntes fornecem um acesso rápido a fácil aos fundos depositados, onde é permitido depósitos e retiradas ilimitadas, a depender do serviço e da conta específica, ela pode possuir tarifas. Contas de Acumulação: Contas responsáveis por realizar e categorizar variações de ativos, passivos e patrimônio líquido. De modo geral, as contas de acumulação são iniciadas através da poupança, onde as transações são registradas, além das mudanças dentro do balanço patrimonial. Assim com as CC’s, as CA’s são divididas, sendo essas suas contas constituintes: conta de acumulação, cujo poupança é o estopim, conta de capital, que registra especificamente ações relacionadas à ativos não-financeiros e transações de capital, onde o saldo corresponde à situação de uma instituição a respeito de financiamentos, e conta financeira, relacionada ao modo como uma economia gere suas capacidades e necessidades por intermédio de transações com ativos e passivos). Contas de Patrimônio: Correspondem ao Balanço Patrimonial de uma instituição, onde os grupos constituintes são os ativos (bens e direitos), os passivos (obrigações) e patrimônio líquido, onde a análise é feita no início e final de um período contábil. Analisamos aqui bens tangíveis, intangíveis e financeiros, ou seja, bens corpóreos ou materiais (que existem fisicamente, como veículos, dinheiro e imóveis), bens que não existem fisicamente (licenças, patentes, direitos autorais, etc.), e bens com valor econômico e que pode ser convertido em dinheiro (ações, moedas, títulos), respectivamente. A relação entre essas contas existe através da conta de fluxos (CC’s e CA’s) e as do Patrimônio Líquido através das “operações”. A análise final conta com o Patrimônio de Fechamento, e o mesmo corresponde à seguinte equação: Patrimônio de abertura + formação de capital + variação de ativos - variação de passivos financeiros + reavaliações.
Quanto às Tabelas de Recursos e Usos (TRU’s), as mesmas são vinculadas às CEI’s
através dos resultados da oferta e demanda e renda dos agregados, onde as unidades de produção classificam-se de acordo com as atividades econômicas. Componentes das TRU’s: I- Tabela de RECURSOS de Bens e Serviços: Representa o valor da oferta através da relação entre produção e importação, apresentando sempre a preços de consumidor e a preços básicos, ou seja, pela contribuição do PIB pelas diversas atividades econômicas. Além disso, ele demonstra margens de comércio e transporte, bem como impostos e subsídios de cada produto. II- Tabela de USOS de Bens e Serviços: Representa o valor da oferta por meio do consumo intermediário somado à demanda final. De modo geral, são os insumos usados para produção somados ao consumo, à formação bruta de capital fixo e a variação de estoques. Além da relação de exportação de bens e serviços. III- Valor Adicionado: Custos excedentes da produção (remuneração, impostos, e tudo aquilo que é indireto ao preço do produto), rendimento misto bruto e excedente operacional bruto. Abaixo segue a estrutura do Sistema de Contas Nacionais de acordo com o IBGE e slides utilizados em sala de aula: 03) Explique sobre os setores institucionais das Contas Nacionais. As Contas Econômicas Integradas (CEI’s) classificam alguns setores institucionais das Contas Nacionais do Brasil, sendo elas: Empresas não-financeiras: Empresas que produzem bens e serviços pela transformação de insumos e contratação de mão de obra, ou seja, empresas que não recebem depósitos e muito menos fazem empréstimos, cuja função principal é produzir bens e serviços não financeiros mercantis. Para estimarmos o valor desse setor, usamos: Produção - receitas com vendas de bens/serviços Empresas financeiras: Empresas que funcionam como intermédio do cliente para com o mercado financeiro, através de serviços, principalmente. Esse setor se divide em Instituições Financeiras e Instituições de Seguros, que se diferenciam no fato de que instituições financeiras oferece programas como a conta corrente, empréstimos e tudo o que envolva aplicações financeiras, especificamente, enquanto as de seguros fornecem apólices que buscam proteger o patrimônio, vida e atuação daqueles que buscam essas instituições. Para estimarmos o valor desse setor, usamos: Diferença entre rendas de propriedades recebidas e juros pagos pela intermediação de recursos de terceiros (SIFIM) Administrações públicas: Empresas que prestam serviços públicos, ou seja, serviços destinados à população, isso sendo não-mercantis (serviços prestados cujo preços não são significativos economicamente). Esse setor pode ser dividido em duas partes, a administração direta e a indireta, que são compostas pelos órgãos diretamente ligados aos entes da federação, e por órgãos descentralizados e autônomos que são sujeitos ao controle do Estado, respectivamente. Para estimarmos o valor desse setor, usamos: Produção de serviços de uso coletivo não-mercantis - produção estimada pela soma custos/produção Famílias: Setor responsável por consumir, ou seja, adquirir bens de consumo, e de oferecer mão de obra; inclui-se aqui unidades de produção não empresariais, pessoas-físicas, sem CNPJ e autônomos/MEI. Para estimarmos o valor desse setor, usamos: Contribuição das unidades de produção não incluídas no setor 1 – rurais, autônomos, microempresas.
Instituições sem fim lucrativo:
Unidades intencionadas em realizar mudança social, sem finalidade de acumular capital. Encontramos nesse setor, associações, entidade de defesa de direitos, cartórios, entre outros; instituições como Organizações Não Governamentais (ONG’s), associações filantrópicas, culturais e sociais, por exemplo, podem ser englobadas nesse setor. Para estimarmos o valor desse setor, usamos: Ótica da produção: (VPpb + Ip) - Clpc = PIB Resto do mundo: Diz respeito às transações realizadas entre países; transações econômicas de um determinado país com os demais. Para estimar as operações neste setor, fazemos a relação entre as importações e exportações. A Tabela de Recursos e Usos também possui setores, e devem ser considerados porque a mesma faz parte do Sistema de Contas Nacionais. Eles são divididos em 12, sendo eles: Agropecuária (atividades de cultivo da terra e criação de animais); Indústria Extrativa Mineral (atividade que retira minérios de solos, rios e mares); Indústria de Transformação (que transforma a matéria prima); Produção e distribuição de eletricidade, gás e água; Construção (desenvolvimento do bem-estar da sociedade; infraestrutura); Comércio (atividades ligadas à comercialização, compra e venda); Transporte, armazenagem e correio; Serviços de informação; Intermediação financeira, seguros e previdência complementar; Atividades imobiliárias e aluguel; Outros serviços; Administração, saúde e educação públicas. O SCN divide, também, os setores de comércio e transporte, tratando-os diferentemente, afinal seus produtos são incorporados na etapa final de cada produto (precificação). O transporte é o serviço prestado por terceiros, enquanto o comércio é o valor da produção de cada produto, sempre analisado com a margem de comércio do mesmo. Há, também, o setor das Instituições Financeiras, e os Aluguéis. Na primeira, a empresa atua com intuito principal de obter recursos necessariamente financeiros e emprestá-los a terceiros, onde encontramos seguradoras e fundos de pensão, por exemplo; a produção desse setor é estimada pelo diferencial de juros (SIFIM). Os aluguéis, então, são a renda que os capitais das Contas Nacionais geram; consideramos aluguéis de móveis e imóveis.
04) Explique o conceito, a estrutura e a importância do Balanço de Pagamentos.
De modo geral, o Balanço de Pagamentos é um modo de registrar transações econômicas entre determinado país e o restante do mundo, isso em um determinado intervalo de tempo. Levamos em consideração a compra ou venda de bens e serviços, além do comum fluxo financeiro. Operações como doações, empréstimos, investimentos e importações, são computadas na Balança de Pagamentos. Em nosso país, o órgão responsável pela elaboração do BP é o Banco do Brasil, fazendo sua apresentação geral anualmente. Para analisarmos o Balanço de Pagamentos, precisamos entender sua estrutura, a qual é constituída por contas analíticas e agregadas, que se baseiam em transações de residentes e não residentes, e que resumem informações e dão consistência no sistema, respectivamente. Dentro das contas analíticas, encontramos contas responsáveis por representar elementos patrimoniais com o maior detalhamento possível; e essas contas são dividias em conta corrente (registra entradas e saídas de capital oriundas do comércio de bens e serviços / importação e exportação), contas de capital (registra transações de compra e venda de ativos não financeiros não produzidos) e contas financeiras (registra operações de ativos financeiros e passivos, tanto entre setores quanto com o resto do mundo). A relação feita dentro das contas analíticas para encontrarmos o saldo do BP é a seguinte: conta corrente + conta capital + conta financeira = saldo do BP. Nessa análise, se um país recebe maiores quantidades do que as enviadas, haverá um acúmulo de reservas, e o contrário em uma situação oposta à essa. O Balanço de Pagamentos analisa um fluxo amplo em qualquer parte do planeta, por isso consideramos, além das finanças, a compra e venda de bens e serviços, doações, bens, empréstimos e investimentos. Seu objetivo central é apresentar dados comerciais de determinado país entre demais países (Brasil e países da Europa, por exemplo), por isso o Banco Central usa de informações transacionais de residentes (pessoas físicas e jurídicas domiciliadas no Brasil, que podem prestar serviço ao exterior) e não-residentes (que não tem residência no Brasil, por exemplo). Outro aspecto muito importante do Balanço de Pagamentos é representar a capacidade comercial existente. Sua função principal é funcionar como um índice econômico, e é através dele que identificamos se determinado país se encontra em posição superavitária ou deficitária. A estrutura básica do BP é a seguinte: Conta corrente + conta capital + conta financeira + erros e omissões = saldo do BP + Haveres da Autoridade Monetária = 0 Conta corrente: movimentação de capital que deriva do comércio de bens e serviços; balança comercial + balança de serviços + balança de rendas + transferências unilaterais; Conta capital e financeira: investimentos, poupanças e transações financeiras firmadas e saldos compensatórios; Erros e omissões: qualquer diferença que não foi identificada; É através do Balanço de Pagamentos que identificamos se a execução de determinado projeto em determinado país é compensatória ou não, se vale a pena ou não; é um indicador, no caso do Brasil, que permite empresários e o próprio Banco Central, analisar a possibilidade de investimento no exterior; com essa análise é possível tomar decisões assertivas, qual é mais benéfica, qual tem mais chance de retorno.
05) ANPEC 2013
Considere as seguintes transações realizadas entre residentes e não residentes de um determinado país em um determinado período (valores em milhões de dólares). O país importa, pagando à vista, mercadorias no valor de 350; O país importa equipamentos no valor de 50 financiados a prazo longo; Ingressam no país, sob forma de investimento direto sem cobertura cambial, 20 em equipamentos; O país exporta, recebendo à vista, 400 de mercadoria; O país paga ao exterior, à vista, 50 de frete; Remete-se para o exterior, em dinheiro, 10 de lucros de companhias estrangeiras, 20 de juros e 30 de amortizações; O país recebe 10 de donativos sob a forma de mercadorias; a) A partir desses lançamentos apresente o balanço de pagamentos dessa economia; CONTA DE TRANSAÇÕES CORRENTES (CTC) (100) Balança comercial (BC) (30) Exportação de mercadorias 400 Importação de mercadorias (350) Importação de equipamentos a prazo (50) Recebimentos de donativos em mercadorias (10) Investimento direto em mercadoria (20) Balança de Serviços e Renda (BSR) (80) Pagamento de fretes ao exterior (50) Pagamento de juros ao exterior (20) Pagamento de lucros ao exterior (10) CONTA DE CAPITAL E FINANCIAMENTOS (CCF) 40 Conta de Capital (CC) 0 Conta de Financiamento (CF) 40 Investimento direto 20 Importação a longo prazo 50 Pagamento de amortização (30) ERROS E OMISSÕES 0 Saldo do Balanço de Pagamentos (60) Haveres da Autoridade Monetária 60 Importação de mercadorias a vista 350 Exportação de mercadorias a vista (400) Serviços de frete 50 Lucros 10 Juros 20 Amortização 30
b) Com base nessas informações, classifique as afirmativas abaixo como
verdadeiras (V) ou falsas (F) e justifique sua resposta: 0 – As importações foram de US$ 430 milhões; VERDADEIRA! 350 + 50 +20 + 10 = 430 1 – O país teve um déficit em transações correntes de US$ 100 milhões; VERDADEIRA! (X-M) - Serv. - rendas – TU = 400 – 430 – 50 – 30 + 10 = - 100 2 – O PIB deste país foi menor que o PNB; FALSA! A RLEE é a soma da balança de rendas e TU’s, ou seja, -30 + 10 = -20. PIB = PNB + RLEE, sendo assim, PIB>PNB 3 – Houve um aumento de US$ 60 milhões nas reservas internacionais do país; FALSA! A variação das reservas é: 350 – 400 + 50 – 10 – 20 – 30 = -60 4 – Supondo que o governo manteve o orçamento equilibrado, podemos afirmar que a poupança privada foi a maior que o investimento agregado no período. FALSA! A poupança é equivalente ao investimento agregado; poupança do governo nula e do exterior positiva. Dessa forma, poupança privada não pode ser maior que o investimento agregado.