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CAPÍTULO IV– CONTABILIDADE SOCIAL

CONTAS ECONOMICAS INTEGRADAS POR SETORES INSTITUICIONAIS

No capítulo anterior vimos as CEI, neste abordaremos estas CEI por


setores institucionais.
A visualização das CEI nos setores institucionais permite que haja uma
maior percepção de como as instituições participam do processo de geração,
apropriação primaria, distribuição e uso da renda nacional.
Contas de produção
O SCN adota uma classificação onde apresenta no campo Contas
Correntes as Contas de Produção, essas que são utilizados para a formulação
de estimativas do valor adicionado bruto de cada setor, podemos contextualizá-
las e classificá-las da seguinte maneira.
 Empresas não financeiras: são aquelas transformadoras de
insumos em bens e serviços que são demandados por outros
setores, podendo ser empresas privadas ou públicas, seu valor de
produção se origina do valor auferido nas vendas ou na prestação
de serviços.
 Empresas financeiras: são as criadoras de meios de pagamento ou
que fazem intermediação de recursos entre os setores, subdividem-
se em instituições financeiras (ex. o Bacen) e de seguro (ex. as de
planos de saúde). Diferentemente dos demais setores institucionais,
parte do valor de produção destas é imputado, logo, por convenção
a produção deste setor em específico se dá por exemplo através do
recebimento de juros oriundos de empréstimos concedidos a
terceiros.
 Administração púbica: são aquelas destinadas a coletividade, seus
recursos são obtidos através de taxação de serviços ou cobrança
de impostos (ex. as administrações publicas nas três esferas,
municipal, estadual e federal). A sua produção é estimada através
da soma dos seus custos de produção e pelos impostos sobre a
atividade. No caso da administração publica há uma parcela
denominada de produção mercantil, essa produção nada mais é do
que as receitas geradas pela venda de bens de um órgão
governamental, as vendas de publicações pelo IBGE por exemplo.
 Famílias: adquirem os bens de consumo e são também produtoras,
o valor de produção deste é definido como a parcela de contribuição
das unidades de produção que não são incluídas no setor empresas
não financeiras, ou seja, as unidades rurais por exemplo, e até
mesmo autônomas, e os correspondentes como “informais”.
 Instituição sem fins lucrativos: são aquelas instituições sem fins
lucrativos, e atuantes onde há lacunas não preenchidas pelo
governo perante a população, sua produção é auferida pela ótica do
custo de produção assim como o setor da administração pública.
 Resto do mundo: se configura nas transações de um país para com
os demais.
Contudo, por mais especificas que essa divisão de contas seja, ainda
há uma parcela não absorvida, e para tanto é necessário se fazer uso de
outros meios afim de abranger essas contas, chamamos de Economia Não
Observada (ENO), o SNA 93 estabelece três parâmetros para a mensuração
destas, sendo eles:
 Produção ilegal: é aquela que se caracteriza como mútuo acordo
entre as partes, ex. drogas e prostituição, e não pode ser levantada
facilmente, a não ser que seja informada pelo agente que a faz.
 Produção oculta ou subdeclarada: é aquela oriunda de atividades
legais, mas não declaradas ou parcialmente declaradas, por
exemplo, a sonegação de impostos por meio de burla na declaração
de faturamento.
 Produção informal: consiste em sua maioria naquela produção com
o objetivo de gerar renda para as famílias e não há uma
organização clara e/ou divisão do trabalho.

Conta de renda
Já observamos ótica da alocação pelas contas de produção,
estraremos agora no âmbito da alocação de renda, nesta conta são feitos os
ajustes entres os setores referentes ao pagamento e recebimento de renda
propriedade (remuneração do capital), assim, ao invés de mensurar o PIB
utiliza-se a renda nacional, neste caso também denominada de Renda
Nacional Bruta ou RNB, ou ainda como alguns chamam de renda primária dos
setores institucionais, e para tanto obter a mensuração de seu saldo se dá por
meio da soma dos saldos das rendas primarias de cada setor com os
rendimentos referentes à remuneração de capital.
Nesse sentido destaca-se também as contas de distribuição
secundárias da renda, conta essa que mostra os saldos de como as rendas
primárias dos setores institucionais são transformadas em renda disponível
pelo recebimento e pagamento de transferências correntes (aquelas que
produzem bem ou serviço a outra unidade sem obter nada em troca, ex.
contribuições sociais, e benefícios sociais).

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